A s Vo z e s

no N evoe i ro
 C R É DI TO S
PRODUÇÃO E DIAGRAMAÇÃO
Renê Ricardo

REVISÃO
Geilson Marques

ILUSTRAÇÕES
Tithi Luadthong
Korobach Evgeny
Joe Prachatree
Shutterstock
 SUMÁRIO

INTRODUÇÃO 04

ENREDO 05

CHECK-IN 06

TENHAM BONS SONHOS 08

GRITOS E LÁGRIMAS PELA MANHÃ 11

EM BUSCA DE RESPOSTAS 13

A HISTÓRIA DE UM ASSASSINO 16

O CASARÃO 18

O PORÃO 23

CONCLUSÃO 24
 INTRODUÇÃO
A aventura que está prestes a conhecer foi construída de modo a ser possí-
vel adaptar seu enredo para vários RPGs invés de se prender a um único siste-
ma. Sua temática possui elementos de suspense e investigação, em um cenário
moderno. É possível utilizá-la em jogos como Mundos das Trevas, Chamado
de Cthulhu, Rastro de Cthulhu, entre outros que abordem estes elementos.
Contudo, também é possível usá-la em Dungeons&Dragons, Tormenta20, Mi-
ghty Blade e outros. Faça os devidos ajustes ajuste no cenário e divirta-se.

Todas as nossas aventuras apresentam este formato aberto. Sem regras e

mecânicas específicas para que você decida como utilizá-las. Leia a aventura
por inteiro, identifique os principais elementos do cenário e decida com seu
grupo qual RPG querem usar dar vida a esta trama.

Esta aventura pode ser usada como um evento isolado em uma campanha
pré-existente ou o pontapé inicial de uma nova jornada. Assim como a dura-
ção do jogo, o número de jogadores que o irão lhe acompanhar nesta aventura
pode variar. Podem ser apenas 3 jogadores ou talvez 6. Neste caso, faça as alte-
rações que considerar necessárias. Na verdade, aconselhamos que faça altera-
ções sempre que desejar. Considere as próximas páginas que está prestes a ler
como um guia, não um manual que deve ser seguido à risca. Insira elementos
novos que considere interessantes, aproveite o backgound (histórico de vida)
dos personagens, remova elementos que possam não agradar ao grupo. Torne
esta aventura aquilo que você e seu grupo desejam que ela seja.

Antes de apresentar a aventura aos seus jogadores leia-a por inteiro. Co-
nheça cada ponto. Deste modo, caso necessário, você terá maior liberdade de
improvisar cenas durante o jogo. Ah, e não esqueça do principal: Divirta-se!

AS VOZES NO NEVOEIRO 4 POR TRÁS DO ESCUDO

 ENREDO
A aventura se passa em Rockport,
uma vila no condado de Essex, Mas-
sachusetts, Estados Unidos, no início
dos anos 80. Com uma população de
cerca 5 mil habitantes, Rockport é
um lugar pacífico e suas belas praias
atraem muitos turistas. Sua econo-
mia tem forte base no turismo, con-
tando com uma considerável gama
de opções de hotéis e também casas
para alugar.
Em Rockport você pode desfrutar
tanto praias surpreendentes, como
trilhas arborizadas cobertas com
rochas. Boa parte de suas atividades
comerciais, turísticas e sociais ocor-
rem ao redor do mar, por isso sua
gastronomia típica é a base de fru-
tos do mar frescos. Além disso, em
Rockport, é possível desfrutar da sua
poderosa história artística, arquite-
tônica e patrimonial visitando cená-
rios como Paper House, Rockport Art
Association & Museu e a Sociedade
Histórica de Sandy Bay.
Por conta de tudo isso, o povo de
Rockport prefere deixar algumas coi-
sas de seu passado enterradas no fun-
do do mar. Acontecimentos de déca-
das em nada ajudariam o povo desta
cidade. Entretanto, às vezes a maré
alta trás surpresas nada agradáveis
à praia. E uma dessas surpresas está
prestes a cair no colo da população
da vila. Tornando este período, um
péssimo momento para tirar férias.
AS VOZES NO NEVOEIRO
Um nevoeiro incomum cobre a
cidade após o inverno. Apesar de
nevoeiros serem comuns em cida-
des costeiras, o início de primavera
é algo que faz com este fenômeno
seja, no mínimo, inesperado. Reser-
vas têm sido canceladas, deixando
os comerciantes locais frustrados.
O pior é que o nevoeiro persiste ao
longo da semana, fazendo com que
mais e mais turistas remarquem ou
cancelem suas reservas.
Mas o pior ainda estava por vir...
Em uma antiga casa, um espírito
amaldiçoado acabara de despertar,
pronto para possuir o corpo de seu
descendente e voltar ao mundo dos
vivos. Porem, não antes de tomar a
vida e sanidade de muitos em Ro-
ckport. A salvação das pessoas desta
vila estará nas mãos daqueles que ti-
verem a coragem de descobrir a ver-
dade, mas descobrir a verdade signi-
ficará tornar-se um alvo da fúria de
Nicolai Fritz.
5 POR TRÁS DO ESCUDO
 Um pouco mais de fantasia
Caso você esteja adaptando esta aventura para um cenário que não seja
o moderno, use apenas os elementos básicos apresentados. Um lugar
costeiro, pequeno geograficamente, pouco populoso e com sua economia
girando em torno do turismo. Insira tavernas, hospedarias, pequenas
ilhas e um cais repleto de embarcações. Ou, ainda, pode usar um lugar
fictício ao invés de Rockport, mantendo o jogo em uma ambientação
moderna. Lembre-se: você é livre para alterar como desejar, mas ao
fazê-lo, adeque os elementos do cenário.

CHECK-IN Caso os personagens não se co-

A aventura começa com os persona-
gens chegando à vila. Os motivos que
os levam à Rockport podem ser mui-
tos ou um único motivo em comum.
Não estarem cientes das condições cli-
máticas do local. Não desejarem can-
celar as reservas no hotel. Visitar um
familiar. Negócios. Ou, ainda, algo re-
lacionado aos backgounds (históricos)
dos personagens. O mais importante é
que nenhum dos personagens seja mo-
rador de Rockport.
nheçam, estes terão o primeiro con-
tato no check-in do Hotel Hamblow.
Tanto na sacada, quanto na bancada
da recepção, duas enormes letras H
em dourado se destacam. O balcão
da recepção está vazio. Há apenas
um senhor de idade no local, do lado
oposto à recepção, limpando o chão.
Ao vê-los tocar o sino na recepção,
ele se apoia no esfregão e diz que
irá chamar “Dona Martha”. Seguin-
do hotel adentro, pede a todos que
aguardem alguns instantes.

Assim que chegam, são recebidos Este é um ótimo momento para

pelo nevoeiro. São 10 horas da ma-
nhã e a luz do sol dá um ar estranho
à paisagem. O hotel onde os perso-
nagens irão se instalar se localiza em
uma região onde a maresia é predo-
minante. Destaque o clima frio atra-
vés de situações como, uma pessoa
passando na rua de gorro e jaqueta
em pleno início de primavera, ou a
superfície gelada da maçaneta da
porta de entrada do hotel.
que os personagens se conheçam e
conversem um pouco. Talvez sobre
o que os levou até o hotel ou sobre
o estranho clima no lugar. Os per-
sonagens não serão os únicos aguar-
dando. Um pouco depois deles, um
homem com aproximadamente 30
anos se junta ao grupo. Seu nome é
Adrian Miller, um professor de lite-
ratura em busca de um lugar tran-
quilo para passar suas férias. Para

AS VOZES NO NEVOEIRO 6 POR TRÁS DO ESCUDO

ele, o clima é pouco relevante. Só que
Adrian deseja é um lugar tranquilo,
longe da correria das grandes cida-
des e, quem sabe terminar de escre-
ver seu primeiro livro.
Após alguns poucos minutos
de conversa, uma distinta senhora
atende todos na recepção. Vestin-
do um longo vestido roxo com um
xale branco e f lorido por cima dos
ombros, Dona Martha recepciona a
todos com um largo e gentil sorriso
no rosto. Ela não esperava clientes
após tantos cancelamentos. Talvez
os personagens não tenham reservas
ou, talvez, ela tenha se esquecido de-
les depois de cancelar praticamente
tudo. Há quartos individuais para
todos e também quartos para casais,
tanto no primeiro quanto no segun-
do andar do hotel. A diária inclui
tudo o que os hospedes necessitam,
desde garagem à alimentação. Na
condição atual, Dona Martha estará
disposta a fazer um desconto caso os
personagens solicitem. Adrian, por
outro lado, faz questão de pagar o
valor integral, demonstrando empa-
tia pela senhora e a atual situação do
Hotel Hamblow.
Durante o restante do dia os per-
sonagens estarão desfazendo suas
malas e seguindo seus objetivos pes-
soais. Talvez deem uma volta na cida-
de ou mesmo façam um passeio pela
praia. Permita que eles tenham um
dia tranquilo e, se possível, divertido.
AS VOZES NO NEVOEIRO
Mesmo com o nevoeiro e apesar
da pouca movimentação na vila, os
pontos comerciais continuam aber-
tos, oferecendo serviços diversos.
No fim de tarde, o nevoeiro se
torna mais denso. A visibilidade cai
gradativamente e torna as ruas pou-
cas agradáveis. É possível, inclusive,
que um ou outro personagem pre-
sencie um acidente na rua envolven-
do dois carros. Nada muito sério,
mas algum mecânico local irá lucrar
em breve. Se procurarem ouvir a
discussão dos envolvidos no aciden-
te, poderão captar parte da conver-
sa em que um deles diz algo como:
“Entrei na contramão para não bater
na criança que atravessou correndo.
Você não viu?!”.
Não. A outra pessoa não viu crian-
ça alguma. Os personagens que pre-
senciaram o acidente também não.
Para todos ali aquela frase não pas-
sa de uma desculpa ruim. Contudo,
existe a possibilidade de algum dos
personagens ter presenciado algo pa-
recido em outro lugar. Uma risada de
criança brincando na rua ecoa atrás
de algum dos personagens. Uma si-
lhueta é vista se aproximando, mas
quando a criança deveria surgir em
meio ao nevoeiro, nada acontece. A
criança desaparece sem nem mesmo
ter se revelado. A risada ecoa em ou-
tra rua, mais longe. E segue ecoando
até ficar inaudível.
7 POR TRÁS DO ESCUDO
 Adrian Miller
Adrian é professor de literatura há creca de uma década, iniciando sua
docência aos 19 anos. É apaixonado pelos gêneros de fantasia e horror,
demonstrando isso involuntariamente muitas vezes, citando trechos de
Tolkien e Allan Poe. Alto, magro e uma verdadeira toupeira sem seus ócu-
los, Adrian possui 30 anos e viveu com sua mãe em Boston até os seus 27
anos de idade. Quando sua mãe faleceu, devido uma doença rara, Adrian
focou completamente em seu emprego na universidade. Somente nos úl-
timos meses, Adrian decidiu que era hora de focar mais em si e começou
a escrever seu primeiro livro. Uma história de horror envolvendo uma
família do Texas e uma criatura sobrenatural.

Criado pela sua mãe e avô, Adrian nunca conheceu seu pai, nem teve von-
tade de conhecer. Seu avô sempre foi um modelo para o pequeno Adrian
e sua mãe sempre deixou claro que o pai não valia nada. Que era um ho-
mem violento, imprestável e sequer merecia ser mencionado. Adrian foi
ensinado a defender os mais fracos e ser gentil com as pessoas, mesmo
as desconhecidas. Segundo seu avô: “Todos travam batalhas desconhe-
cidas todos os dias. Você não precisa tornar o dia delas ainda pior. Seja
gentil. Isto lhe dá forças.”. Para Adrian, se ele adquirisse metade da
sabedoria de seu avô, ele se consideraria realizado.

TENHAM BONS SONHOS O nevoeiro parece mais denso do

Durante a noite, caso ainda não
tenham notado, os personagens per-
ceberam o quão vazio o hotel se en-
contra. Além deles, as únicas pessoas
no hotel são Adrian, Dona Martha, o
zelador Petter e as cozinheiras Vel-
ma e Ester. Logo após o jantar, uma
queda de energia ocorre em toda
a vila, deixando o hotel às escuras.
Isso deve leva-los, se não a dormir
mais cedo, pelo menos a ficarem em
seus quartos logo no início da noite.
que nunca. A maresia deixa todo o
local frio como se fosse inverno. En-
tretanto, as crianças parecem estar se
divertindo. É possível ouvir risadas
e ver silhuetas correndo pelas ruas.
É estranho que nenhum responsável
pareça se preocupar com crianças
brincando em meio à escuridão do
nevoeiro, mas também não é como se
isso fosse problema dos personagens.

AS VOZES NO NEVOEIRO 8 POR TRÁS DO ESCUDO

 Dona Martha
Martha Hamblow é uma viúva solitária de quase 70 anos que cuida do
hotel, praticamente sozinha, desde que seu companheiro faleceu. Eles
tiveram um filho que lhe foi tirado dos braços cedo demais. O pequeno
Dave foi assassinado quando tinha apenas 10 anos. Uma das vítimas
do maldito Nicolai Fritz. O esposo de Martha foi um dos pais que fez
questão de incendiar a casa de Fritz, logo após este se enforcar em sua
residência, imediatamente a descoberta pelas autoridades de provas que
o incriminaram como o responsável pelo desaparecimento de mais de 20
crianças da cidade durante 5 anos.

Martha tenta levar a vida sempre com um sorriso no rosto, mesmo após
suas perdas. Entretanto, tal energia e vitalidade parecem se esvair de seu
corpo desde que passou em frente à antiga casa abandonada no fim da
vila, na semana passada. Fritz tem aparecido em seus sonhos e, neles o
pequeno Dave é morto várias e várias vezes. Os chás geralmente ajudam,
mas o nevoeiro, de alguma forma, parece ter intensificado estes sonhos.
Ela não sabe, mas o espírito de Fritz tem perambulado pela antiga casa e,
ao ver Martha pela janela, conseguiu estabelecer um vínculo com a pobre
viúva, influenciando seus sonhos e pervertendo-os.

Em dado momento, caso os per- o que dificulta identificar o que está

sonagens não tenham ido dormir
ainda, Adrian baterá na porta de
seus quartos dizendo ter visto uma
criança correr pelo hotel. Ele indaga
aos personagens se viram algo e se
não seria melhor avisar Dona Mar-
tha sobre o pequeno intruso. Adrian
insistirá na conversa até que os per-
sonagens decidam ajuda-lo.
De fato, ao andar pelos corredo-
res do hotel com pouca iluminação,
eles passarão a ouvir sussurros vin-
dos dos corredores do segundo an-
dar do hotel. O som é baixo e ecoado,
sendo dito a princípio. Ao focarem a
audição, ouvirão a voz de uma crian-
ça dizendo: “Mamãe... mamãe... onde
você está? Mamãe...”.
Algumas janelas do segundo andar
estão abertas, permitindo que a névoa
e o frio entrem e se espalhem pelos
corredores. Se os personagens segui-
rem os sussurros, chegarão ao quar-
to de Dona Martha, que se encontra
com a porta entreaberta. Eles ouvem
os sussurros chamando: “Mamãe?
Mamãe!”.

AS VOZES NO NEVOEIRO 9 POR TRÁS DO ESCUDO

 • Se eles chamarem por Dona
Martha, a porta baterá com força.
Eles não ouvirão mais os sussurros
e a porta estará trancada com a cha-
ve na fechadura pelo lado de dentro.
Alguns instantes depois, gritos de-
sesperados de Dona Martha serão
ouvidos no quarto. Os gritos se in-
tensificam e fazem Adrian (e, talvez
os próprios personagens) entrar em
desespero. Se ninguém se prontifi-
car, Adrian tentará arrombar a por-
ta, mas claramente não possui força
suficiente.
Quando finalmente conseguirem
entrar no quarto, Dona Martha esta-
rá ao chão, com os lençóis um pouco
ensanguentados e espalhados pelo
chão. O sangue é proveniente de feri-
mentos em seu pescoço. Não há mais
ninguém no quarto e, os persona-
gens mais atentos, notarão que os fe-
rimentos foram causados por lesões
de unhas e, que as unhas da própria
Martha, estarão repletas de sangue e
pequenos fragmentos de pele.
Dona Martha estará em choque,
repetindo compulsivamente o nome
“Dave”. Ela não consegue formular
nenhuma outra frase e, necessitará
de um bom tempo e cuidados para
que ela se possa se acalmar. Ela to-
mará um calmante forte e dormirá
logo em seguida, sem dar muitas
respostas sobre o ocorrido. A única
coisa que ela consegue dizer, quando
tratada e mais calma, é: “Meu peque-
no Dave estava aqui”.
• Se os personagens entrarem no
quarto sem bater ou chamar por
Dona Martha, eles irão presenciar
uma cena inexplicável. Uma criança
fantasmagórica com olhos que bri-
lham como chamas trêmulas.

Sem Sinal
O ideal para esta aventura é que ela se passe em um período no qual te-
lefones celulares não sejam comuns. Entretanto, você é livre para fazer
como desejar. Caso sua história se passe em um período no qual todo
mundo carrega um celular no bolso, o ataque no hotel será um bom mo-
mento para os personagens descobrirem que eles não estão apenas sem
energia elétrica na cidade. Os personagens podem tentar ligar para uma
ambulância ou algo assim para atender Dona Martha. Internet e si-
nal para efetuar ligações não estarão disponíveis. Na manhã seguinte,
eles podem descobrir que os cabos da principal torre do local se parti-
ram e estão sendo reparados pelos agentes locais, mas o processo é len-
to e Rockport poderá ficar alguns dias sem sinal de telefonia ou internet.

AS VOZES NO NEVOEIRO 10 POR TRÁS DO ESCUDO

 A pavorosa figura estará agarran-
do as mãos de Dona Martha, fazen-
do-a arrancar a pele de seu próprio
pescoço até sangrar.
Quando a criança vê os persona-
gens, ela avança contra eles. Adrian
cairá no chão, apavorado. Logo que
o espírito alcançar algum deles, este
desaparecerá diante os olhos de todos,
se desfazendo em névoa. Dona Martha
estará bem, mas em choque. Adrian
não entende o que aconteceu ali e, de
certo, os personagens também não.
Os empregados do hotel podem
resolver ao menos um dos mistérios
com os quais os personagens acaba-
ram de esbarrar. Dave era o nome
do filho de Dona Martha que fale-
ceu 30 anos atrás. Eles dizem que o
garoto foi encontrado morto no ma-
tagal após quase um mês de buscas.
Eles sabem mais, contudo, revelarão
apenas isto antes de deixarem Dona
Martha descansar e voltarem para
seus aposentos.
Após todo o alvoroço, é de se es-
perar que todos decidam dormir e
pensar sobre o ocorrido apenas na
manhã seguinte. Talvez Dona Mar-
tha esteja em melhor condição para
falar sobre seu falecido filho e sobre
o que aconteceu em seu quarto na
noite passada. Entretanto, o ataque
fora apenas o princípio. Todos no
hotel, sem exceção, serão acometidos
por terríveis pesadelos.
AS VOZES NO NEVOEIRO
É aconselhável que use o históri-
co dos personagens para criar cenas
perturbadoras em seus sonhos. Os
pesadelos ocorrerão ao longo de toda
a noite e, não importa o que tentem,
nenhum deles conseguirá despertar
até que o dia amanheça.
GRITOS E LÁGRIMAS
PELA MANHÃ
Na manhã seguinte, todos estarão
exaustos. As cozinheiras também. É
nítido para todos que aquela foi uma
noite difícil, mas parece ter sido ainda
mais difícil para Adrian. Ele está aba-
tido e quieto. Se abordado, ele falará
pausadamente e bastante introspectivo.
Em seu pesadelo, uma sombra
com longos cabelos desgrenhados e
olhos em labaredas, assim como os da
criança fantasma que viram na noite
anterior, o perseguia. Não importava
o quanto Adrian corresse, não era
possível escapar. Enormes tentácu-
los se entrelaçavam e o alcançavam,
agarrando-o e o jogando em direção
ao rosto da figura fantasmagórica. O
ciclo se repetia continuamente.
Antes que ele fornecesse maiores
detalhes sobre seu pesadelo, Velma,
uma das cozinheiras, chega até os
hóspedes informando que Dona Mar-
tha não se encontra em seu quarto.
11 POR TRÁS DO ESCUDO
 Velma informa que a procurou
nos demais cômodos, porém não
a encontrou. Enquanto ela relata o
ocorrido, uma comoção parece estar
tomando corpo na rua em frente ao
hotel. Várias pessoas estão paradas,
em frente ao hotel, olhando para o
alto assustadas.
Isto chamará a atenção também
dos personagens que, ao saírem para
investigar o que está ocorrendo, se
deparam com o corpo de Dona Mar-
tha pendurada na sacada, ao lado do
enorme letreiro dourado do hotel.
Em volta de seu pescoço, o lençol de
sua cama. Seus olhos, antes doces e
hospitaleiros, agora, entreabertos,
inchados e vermelhos.
Enquanto a população retira o
corpo de pobre Dona Martha da sa-
cada, mais pessoas chegam ao local se
juntando à multidão. Um dos curio-
sos afirma que um mecânico foi en-
contrado em casa com os pulsos cor-
tados. Não demora muito para que
mais notícias assim cheguem a todos.
Uma senhora foi encontrada em-
baixo da ponte. Ao que tudo indica
ela teria pulado de cima da ponte e
caído na parte rasa, batendo sua ca-
beça nas rochas. Ao menos outras
três pessoas também foram encon-
tradas mortas. Todas indicando sui-
cídio como provável causa da morte.
AS VOZES NO NEVOEIRO
ESCOLHAS E CONSEQUÊNCIAS
• Se o grupo decidir sair de Rockport:
Após uma noite de pesadelos, a
dona do hotel e outras cinco pessoas
cometerem suicídio, é provável que a
visita dos personagens já tenha tido
emoções além do esperado. Eles po-
dem decidir em conjunto ou, mesmo
individualmente, que Rockport não é
o que eles esperavam e já está passando
da hora de darem o fora daquele lugar.
Malas prontas, veículo pronto. É só
pegar a estrada e não olhar para trás.
Quem dera fosse assim tão simples.
Não importa qual saída da cidade eles
peguem, o nevoeiro se mostrará incri-
velmente denso. Após alguns poucos
instantes passando pelo nevoeiro com
visibilidade praticamente nula, os per-
sonagens se veem de volta à pacata Ro-
ckport mais uma vez.
Caso insistam várias vezes, os es-
píritos de várias crianças surgirão em
meio ao nevoeiro e avançarão contra
os personagens, tentando arrastá-los
para dentro do nevoeiro, fazendo-os
cair de um barranco, ou em valas fun-
das, por não conseguirem enxergar
onde pisam.
Elas também podem imitar as vo-
zes dos personagens, enganando-os e
fazendo com que se separem e se per-
cam no nevoeiro.
12 POR TRÁS DO ESCUDO
 Ilusões podem surgir, fazendo com
que personagens corram em direção a
uma possível saída, mas na verdade o
caminho levaria até a beirada de uma
ponte muito alta. Apesar dos espíritos
das crianças não conseguirem ferir
diretamente os personagens, eles pos-
suem inúmeros artifícios no nevoei-
ro para levar o grupo em direção aos
grandes perigos.
• Se o grupo decidir procurar as
autoridades:
Uma opção sensata e lógica seria
ir até à delegacia. Entretanto, contar
sobre espíritos tentando fazer Dona
Martha se matar enquanto dorme
não seria uma história que passaria
muita credibilidade. Além do mais,
a polícia já tem seis corpos em pon-
tos diferentes da cidade para lidar.
Apesar de todos os indícios levarem
a crer que haviam sido suicídios, as
autoridades estão perdidas quanto a
razão que levaria estas pessoas a se
matarem no mesmo dia.
Na delegacia, se forem sutis, os
personagens poderão descobrir que
as outras pessoas tinham mais de 58
anos. A maioria das vítimas vivia so-
zinha, com exceção da senhora que
se jogou da ponte, Mariah Lamb, es-
posa de Roosevelt Lamb. Roosevelt é
um velho colega de alguns presentes
na delegacia. Um policial aposenta-
do de 72 anos de idade.
AS VOZES NO NEVOEIRO
Caso o grupo tenha tentado sair
de Rockport antes de ir à delegacia
e informarem sobre não terem con-
seguido atravessar o nevoeiro, um
dos oficiais os escoltará até a saída
da cidade. A nobre ajuda do oficial
será recompensada com a morte. Ao
entrar no nevoeiro denso, o oficial
acabará saindo da estrada, caindo
num barranco e, capotando várias
vezes. Ele não sairá vivo do nevoeiro.
E a culpa, pelo menos em parte, terá
sido dos personagens que o levaram
até lá.
EM BUSCA DE RESPOSTAS
Sem conseguir deixar o local,
nem mesmo enviar um pedido de so-
corro para fora de Rockport, o gru-
po ficará sem opções a não ser tentar
descobrir outra forma de sair dali ou
descobrir o porquê não conseguiram
sair ainda. Mesmo que eles não te-
nham ido até a delegacia, será fácil
encontrar algumas pistas, afinal, to-
dos comentam o ocorrido na rua.
Transeuntes
As pessoas que passam na rua fa-
lam abertamente sobre o ocorrido.
Todos estão chocados. Alguns faná-
ticos dizem se tratar de sinais do fim
dos tempos. Outros, por sua vez, es-
13 POR TRÁS DO ESCUDO
tão abatidos por serem conhecidos ou
até próximos das pessoas que morre-
ram. Todos eles já haviam passado
da casa dos 50 anos. Eram pessoas
comuns, trabalhadoras e queridas em
geral. A maioria vivia sozinha, com
exceção de Mariah Lamb, que vivia
com seu esposo Roosevelt.
Algumas pessoas confirmarão,
caso sejam indagadas, que ouviram
o som de crianças brincando no ne-
voeiro, apesar de não terem chegado
a visualizar nenhuma delas.
Os Empregados de Hotel Hamblow
Com o falecimento de Dona
Martha, os empregados não sabem
ao certo como agir. Ela não possui
herdeiros e é provável que caiba à
prefeitura tomar medidas sobre o
estabelecimento. Ainda assim, eles
se mantêm no hotel deixando tudo
organizado como Dona Martha gos-
taria que fosse. Para eles, Martha era
mais do que uma patroa, era uma
irmã querida. Todos estão bastante
abalados com a perda.
As cozinheiras estão organizando
tudo para o velório de Dona Martha,
se esquivando de qualquer pergunta
que façam. Elas têm muito para or-
ganizar. Fechassem e focarem nisto é
modo delas lidarem com o luto.
AS VOZES NO NEVOEIRO
O zelador Petter se agarra a uma
garrafa de gim, deixando quase todo
o trabalho a cargo de suas colegas. O
álcool parece já está fazendo efeito e
este se mostra bem mais falante do
que quando os personagens o conhe-
ceram.
Petter conta que os Hamblow o
acolheram, lhe deram um teto e um
emprego quando ele era um jovem
vivendo nas ruas. Ele leva um bom
tempo contando sua saga triste até
conseguir ouvir de fato os perso-
nagens. Ele, com os olhos cheios de
lágrimas, lamenta toda a dor pela
qual Dona Martha passou. Perdeu o
marido para o câncer e o filho fora
assassinado com apenas 10 anos de
idade. Ele ressalta o quanto ela era
uma mulher forte, que exalava ale-
gria apesar de suas perdas. Ele ainda
não acredita que ela tenha tirado a
própria vida.
Se questionado sobre como o pe-
queno Dave faleceu, Petter diz não
saber muito, pois foi antes dele ser
acolhido pelos Hamblow. Porém, ele
se recorda de uma história quando
chegou em Rockport, sobre o assas-
sino do velho casarão no final da rua
que leva para Ilha Straitsmouth. Trin-
ta anos atrás, um homem se suicidou
naquele casarão e muitas pessoas da
cidade se reuniram para incendiar o
local, pois acreditava-se que ele era
o responsável pela morte de muitas
crianças na época.
14 POR TRÁS DO ESCUDO
 Ele nunca chegou a ser julgado,
pois a turba furiosa chegou ao lo-
cal antes das autoridades. Quando o
fogo apagou, o corpo foi encontrado
no porão da casa, enforcado.
É tudo o que Petter sabe.
Roosevelt Lamb
Roosevelt se encontra em casa
com amigos da família para o veló-
rio de sua esposa. Claramente é um
péssimo momento para um grupo de
estranhos lhe fazer perguntas sobre
sua esposa. Contudo, se os persona-
gens forem empáticos e sutis em suas
perguntas, Roosevelt pode não se
sentir tão desconfortável em falar de
sua companheira.
Claro que ele irá focar em coisas
boas como o quanto ela era atenciosa
e protetora. Ele não tem ideia do que
poderia tê-la levado a cometer sui-
cídio. Ele quer acreditar que possa
ter sido acidente. Não é estranho ela
levantar cedo para caminhar próxi-
mo a ponte. Talvez ela tenha escorre-
gado, mas considerando a altura da
barreira de proteção da ponte, isso
era muito improvável.
Se perguntado sobre algo estranho
na casa na noite anterior, Roosevelt
comenta após pensar bastante se de-
veria mesmo estar falando sobre isso.
AS VOZES NO NEVOEIRO
Ele conta que antes de dormir
teve a impressão de ouvir uma voz de
criança chamar por ele e por Mariah.
Mariah já estava dormindo e ele não
quis acordá-la com essa bobagem,
mas ele tinha a impressão de que os
sussurros pareciam ter a voz de sua
falecida filha. Uma garotinha de 12
anos, morta 30 anos atrás.
Se o grupo já tiver falado com
Petter, eles já devem ter noção do
que isso significa. Do contrário,
Roosevelt pode ser convencido a fa-
lar sobre a morte da pequena. Ele o
fará, mas não sem mudar o seu hu-
mor. Sua dor fica ainda mais eviden-
te, mas se os personagens conduzi-
rem bem a conversa Roosevelt revela
o nome do maldito que ceifou a vida
de sua garotinha: Nicolai Fritz.
Adrian Miller
Durante todo o tempo Adrian es-
tará com os personagens. Depois do
que ele pode ter visto no quarto de
Dona Martha ou, apenas devido aos
pesadelos, Adrian não sente que seu
quarto seja o melhor lugar para estar.
Ele resolve acompanhar o grupo em
todos os lugares e, a cada nova des-
coberta, Adrian tem visões estranhas
e perturbadoras. Aquela figura malig-
na de seus pesadelos aparece em ple-
na luz do dia, mas por apenas alguns
instantes, distorcida em meio à névoa.
15 POR TRÁS DO ESCUDO
 Levará algum tempo até que
Adrian sinta-se confortável para
compartilhar aos seus novos cole-
gas que tem sofrido com estas visões
toda vez que eles se aproximam da
história de assassinato de 30 anos
atrás. Ele não tem certeza, mas des-
confia que suas visões possuam al-
guma relação com essa história. E,
à medida que eles descobrem mais
detalhes, mais vívidas se tornam as
visões da criatura fantasmagórica
diante dele.
Caso nenhum personagem che-
gue a essa conclusão, o próprio
Adrian indicará a biblioteca local
para pesquisar mais sobre esta his-
tória. Como bom professor de lite-
ratura, ele acredita que uma história
assim deva ter sido registrada por
algum jornal e que podem desco-
brir mais buscando nos arquivos da
biblioteca.
Se Adrian estiver atento quando
Roosevelt mencionar o sobrenome
de Nicolai, este ficará surpreso, mas
tentará disfarçar. Afinal, pode ser
apenas uma mera coincidência que
o nome de casada de sua mãe seja
Helena Fritz.
AS VOZES NO NEVOEIRO
A HISTÓRIA DE
UM ASSASSINO
A biblioteca é aberta a todos. No
momento, há apenas uma bibliotecá-
ria e duas faxineiras no prédio. A bi-
bliotecária pode facilmente conduzir
os personagens aos arquivos antigos.
É claro que eles terão que especifi-
car o período dos arquivos para ter
alguma chance de encontrar algo.
Mesmo filtrando suas buscas, trin-
ta anos atrás possui muita história
arquivada e, mesmo que sejam bem-
-sucedidos em seus testes de pesqui-
sa, levará bastante tempo até que
descubram algo.
Caso eles falhem em seus testes,
você ainda pode permitir que eles
encontrem o que procuram, mas isso
fará com que eles fiquem buscando
informações até à noite. Se forem
bem-sucedidos, eles devem encontrar
o que buscam ainda no final da tarde.
• Se o grupo não for bem-sucedido
nos testes:
É bastante tarde. Não há mais
ninguém no prédio a não ser os per-
sonagens e uma faxineira. A faxi-
neira se retira para os fundos, para
guardar os materiais de limpeza e,
informa que eles só têm mais cin-
co minutos antes que ela tenha que
trancar o local.
16 POR TRÁS DO ESCUDO
 Assim que eles encontram o que
buscam, o nevoeiro toma conta do
lugar.
A porta do almoxarifado é tran-
cada pelo lado de fora, deixando a
faxineira presa pedindo ajuda. O
nevoeiro se espalha em todas as di-
reções. Os espíritos das crianças cor-
rem entres as estantes e livros come-
çam a voar com muita força contra
os personagens. É como se um torna-
do tivesse se formado dentro do pré-
dio, arremessando livros, cadeiras e
tudo mais para todos as direções.
Os personagens precisam ser
ágeis, do contrário, estantes começa-
rão a cair sobre eles. Antes de saírem
correndo para a saída, lembre-os que
a pobre faxineira está gritando no
almoxarifado. Atender seu pedido
de ajuda significa correr o risco de
serem atingidos por livros, móveis e
talvez uma das enormes estantes.
Durante o caos instaurado na bi-
blioteca existe a possibilidade dos
personagens perderem o recorte de
jornal que tanto buscavam, ou dele
acabar rasgando. Fato que os fará
ficar ainda mais tempo na bibliote-
ca, colocando suas vidas em risco.
Adrian não sairá do prédio sem o
material que buscavam. Ele precisa
de respostas e acredita que vale o
risco.
AS VOZES NO NEVOEIRO
• Se o grupo for bem-sucedido nos testes:
O ataque dos espíritos não ocor-
rerá durante o dia. O grupo encon-
trará um recorte antigo de jornal
com uma matéria noticiando um
grande incêndio que levou a morte
de um homem de 46 anos, chamado
Nicolai Fritz.
Nicolai Fritz estava sendo in-
vestigado pelo desaparecimento de
23 crianças, com idades entre 9 e
13 anos, em um período de 5 anos.
Quando uma testemunha confirmou
ter visto Nicolai em um barco car-
regando um saco preto, preso a uma
pedra por uma corda e, jogando-o ao
mar, as autoridades vasculharam a
área e encontraram o corpo da últi-
ma criança desaparecida.
Antes que as autoridades chegas-
sem à sua residência com o mandato
de prisão, a população local já havia
incendiado sua casa como ele preso no
interior do imóvel. Contudo, o corpo
de Nicolai não foi encontrado nos des-
troços, mas sim no porão, enforcado.
Na matéria, algumas fotos apre-
sentam Nicolai. Um homem franzi-
no, de feições marcadas e um olhar
frio. Seus longos cabelos brancos
desgrenhados e a calvície no topo da
cabeça dão um ar ainda mais sinis-
tro àquela figura. Ao bater o olho no
rosto na foto, Adrian cai de joelhos,
pálido como papel.
17 POR TRÁS DO ESCUDO
 Era a mesma silhueta que vem lhe
atormentando desde que chegou à
Rockport. E para piorar, em uma das
fotos ao lado de Nicolai, Adrian reco-
nhece sua mãe. Na matéria ela é cita-
da como Helena Fritz, invés de Hele-
na Miller, esposa de Nicolai. A mãe
de Adrian sempre usava seu sobreno-
me de solteira, mas ele conhecia o so-
brenome de casada de sua mãe devi-
do uma documentação antiga. A data
coincide com o mês de nascimento de
Adrian, o significava que quando a
foto foi tirada sua mãe estava grávida.
Outro recorte de jornal traz notí-
cias e relatos de pessoas que juravam
ter visto o rosto de Nicolai olhando
pela janela alguns dias depois de sua
morte. A prefeitura acusou os repór-
teres, na época, de estarem tentando
criar uma narrativa sensacionalista
para vender jornal e, usando de sua
influência, afastou os profissionais
que tentavam dar destaque ao fato. O
objetivo da prefeitura era claro: cen-
surar as matérias. Já que estas eram
vistas como nocivas para a cidade e
sua economia.
A prefeitura de fato foi bem su-
cedida. Pouco mais do que isso foi
publicado e logo foi esquecido. A
própria população concordou com a
gestão local e decidiu que essa histó-
ria deveria ser enterrada de uma vez
por todas.
AS VOZES NO NEVOEIRO
Mesmo assim, aqueles que conhe-
cem a história não passam perto do
casarão assim como não permitem
que seus filhos cheguem próximo da-
quelas redondezas.
O CASARÃO
Com a descoberta, Adrian sente
que precisa ir ao casarão para ten-
tar entender o que acontece em Ro-
ckport. Portanto, mesmo que ele não
consiga convencer os personagens a
acompanhá-lo, ele irá sozinho até ao
casarão de Fritz.
Considerando que os persona-
gens decidam ir, não importa o ho-
rário, a região onde o casarão se en-
contra é ainda mais encoberta pelo
denso nevoeiro. Sem uma boa fonte
de luz, eles levarão um bom tempo
para achar a porta de entrada do ca-
sarão. Neste momento, os espíritos
das crianças ressurgirão, correndo
em meio ao nevoeiro e, mexendo
com os sentidos e mentes dos perso-
nagens.
Ao atravessarem a porta, os espí-
ritos não mais perseguirão os perso-
nagens. Eles, na verdade, se afastam
do local como se demonstrassem
medo do que há do outro lado da-
quela porta. O casarão fora reforma-
do por uma família que o comprou
do banco por uma ninharia.
18 POR TRÁS DO ESCUDO
 Exaustão
Os personagens estão há muito tempo sem um bom descanso. Seus cor-
pos e mentes estão exaustos e, mesmo assim, eles não conseguem descan-
sar. Dormir significa voltar aos pesadelos e, quanto mais cansados estão,
mais tempo ficam presos nos terríveis sonhos. Seja qual for o sistema
de RPG que esteja usando para narrar esteja aventura, certifique-se de
aplicar as mecânicas adequadas para emular a condição dos persona-
gens. Se não houver regras no seu sistema para isso, aplique uma pena-
lidade que considere adequada. Caso necessário, entre em acordo com
os demais jogadores quanto a penalidade imposta aos personagens.

Contudo, menos de um mês após A névoa se ergue tanto dentro do ca-

a mudança a família deixou a cidade.
As plantas murcharam, os animais
de estimação morreram e as crianças
ficaram doentes. Tudo isso afastou
os novos proprietários, deixando o
lugar abandonado por quase 30 anos.
O casarão conta com dois anda-
res. No térreo, uma garagem, uma
enorme sala, dois quartos, uma es-
paçosa cozinha, um banheiro e uma
dispensa. No andar superior, mais
dois grandes quartos, ambos com
banheiro, dividem o espaço com
uma biblioteca.
Enquanto observam o lugar e
procuram pelo o que quer que seja,
os personagens sentem como se algo
os observasse o tempo todo. O mofo,
a falta de iluminação e o frio deixam
os sentidos em alerta e os pelos do
corpo eriçados. Os personagens no-
tarão a névoa entrar pelas frestas da
porta, preenchendo o chão no local.
sarão quanto fora. Ela forma imagens
e silhuetas semelhantes aos espíritos
das crianças que têm atormentado
os personagens até este momento da
narrativa.
Do lado de fora, uma turba raivosa
com lampiões e galões de gasolina dão
início ao incêndio, com as chamas
sendo representadas pelo movimen-
to da névoa. Do lado de dentro, um
homem tenta se esquivar das chamas,
correndo pelos cômodos e desapare-
cendo quando passa pelos persona-
gens. As imagens recriadas pelo ne-
voeiro são como um eco do passado,
mostrando cenas do ocorrido quando
o local foi atacado pela população. As
cenas duram pouco tempo, se desfa-
zendo quando a névoa recua para fora
da casa, como se possuísse vontade
própria. Em um momento de distra-
ção dos personagens, Adrian desapa-
rece. Por mais que chamem seu nome,
não haverá nenhum retorno.

AS VOZES NO NEVOEIRO 19 POR TRÁS DO ESCUDO

 Ao serem bem-sucedidos no teste Amuleto na Biblioteca
de busca, os personagens encontram
um alçapão, aberto e próximo à dis- Na biblioteca os personagens
pensa, que leva ao porão. Diferente encontrarão apenas uma gran-
do resto dos cômodos, o porão não de mesa corroída pelo tempo,
passou por nenhuma restauração cadeiras com os estofados estou-
desde o incêndio, até porque não rados e estantes empoeiradas,
era necessário. O fogo não chegou a praticamente vazias. Entretanto,
atingir o porão, já que o incêndio foi caso haja alguma fonte de luz e
controlado antes que toda a estrutu- os personagens procurem ativa-
ra tivesse perca total. Contudo, isso mente por alguma informação,
não significa que o tempo não tenha existe a chance de alguém en-
feito o seu trabalho. A escada de ma- contrar algo. Caído atrás de
deira que leva para baixo está velha, uma das estantes se encontra um
consumida pelo tempo. É provável amuleto de prata com o cordão
que algum dos personagens acabe se partido. Ele se assemelha a um
acidentando quando ao pisar em al- crânio de corvo, com um enta-
guns degraus, estes se rompam com lhe esotérico. É pouco prová-
o peso imposto. vel que algum dos personagens
saiba o que significa, mas estar
Se eles se separarem para pro- de posse deste amuleto quando
curar, cada um vivenciará situa- estiverem no porão pode lhes
ções que os farão desejar fugir dali conceder alguma vantagem.
o quanto antes. No banheiro, uma
banheira cheia de sangue e um chu-
veiro pingando, que jorra sangue em
quem chegar mais perto para checar.
Na cozinha, uma senhora prepara o
jantar, cortando um ente querido do
personagem em pedaços e colocando
estes pedaços em um enorme caldei-
rão. Nada disso é real, mas irá abalar
ainda mais os personagens mesmo
que saibam se tratar de uma ilusão.
Use toda sua criatividade e aprovei-
te o histórico dos personagens para
criar cenas perturbadoras que afli-
jam os personagens.

AS VOZES NO NEVOEIRO 22 POR TRÁS DO ESCUDO

 O PORÃO
O porão é um lugar imundo. Teias
de aranha, poeira e muito mofo. É tão
grande e entulhado de parafernálias
que passa a impressão de cobrir toda
a área do casarão. Fica cerca de cin-
co metros abaixo da casa e, apesar de
tudo, possui uma estrutura bastante
sólida. Algumas caixas abarrotadas
de livros velhos estão espalhadas em
todo canto, mas apenas uma delas
parece ter sido aberta recentemente.
É possível perceber isso por conta
das marcas de dedos deixadas como
um rastro na poeira. Quase todos os
livros desta caixa são enciclopédias
de história e mitologias de diferentes
regiões do mundo, sendo a maioria
sobre crenças e religiosidades pagãs.
Em um dos livros consta um ritu-
al para ancorar uma alma no mundo
terreno. Aquele que realiza o ritual
precisa possuir um pacto com uma
entidade relacionada com a nature-
za, chamada Groß Krähe. Tal enti-
dade é descrita como um deus antigo
com desígnios misteriosos, que soli-
cita crianças puras aos seus devotos.
A entidade leva as crianças para
o seu reino e, em troca, concede de-
sejos ao seu invocador. Quanto mais
complexo for o desejo solicitado,
mais crianças a entidade solicita em
troca e, o que ocorre com elas nin-
guém sabe ao certo.
AS VOZES NO NEVOEIRO
Os textos dizem que tal entidade
leva as crianças para viverem eterna-
mente em um lugar sem dor, longe
do sofrimento presente na Terra e,
que as devolverá ao mundo quando
este for um lugar melhor.
Caso os personagens tenham en-
contrado o amuleto na biblioteca,
encontrarão um trecho em um dos
livros no qual ele é descrito ao lado
de uma representação rústica do
mesmo. O amuleto parece ser uma
ferramenta para afastar maus espíri-
tos e conceder boa sorte a guerreiros
europeus de uma religião pré-cristã.
Um cântico em alemão está escrito
abaixo da representação do amuleto
e, caso alguém conheça a língua, sa-
berá que se trata de um poema.
Em dado momento, enquanto
vasculham o porão, os personagens
devem ouvir um cântico em ale-
mão. O som guia-os até uma parede
na qual estranhos desenhos foram
escritos com giz e Adrian, com um
livro na mão e giz entre os dedos, en-
toa palavras em alemão.
Ele parece estar em um transe e
repete o cântico várias vezes. Da pa-
rede, um espírito emerge enquanto
os desenhos começam a brilhar. Sua
face não deixa dúvidas de que se tra-
ta de Nicolai Fritz. Quando os de-
senhos se desfazem, Nicolai entrará
no corpo de Adrian por seus olhos e
boca, possuindo seu corpo.
23 POR TRÁS DO ESCUDO
O Confronto
Voltar a andar na terra dos vivos
sempre foi o objetivo de Nicolai des-
de seu suicídio. Agora que ele con-
seguiu, não permitirá que ninguém
o tire isso. O porão é repleto de ob-
jetos que podem ser utilizados como
arma. O corpo de Adrian agora pos-
sui uma força e agilidade sobrenatu-
ral, o que dificulta que os persona-
gens consigam fugir dele.
Caso os personagens tenham en-
contrado o amuleto, basta colocar
em volta do pescoço de Adrian para
que a possessão se encerre, mas isto
não basta para vencer o espírito de
Nicolai. Diferente dos espíritos no
nevoeiro, Nicolai consegue ferir
verdadeiramente aqueles que o de-
safiam. Além disso, ele pode tentar
possuir qualquer um no local que
não esteja com o amuleto, apesar de
não conseguir se manter por mais de
três rodadas em um corpo que não
seja o de Adrian.
Nicolai se alimenta do medo e fará
as ilusões se intensificarem durante
o confronto. Quanto mais confusas
e apavoradas as pessoas estiverem,
mais forte ele ficará. O inverso tam-
bém ocorre. Quanto mais corajosas e
firmes seus adversários forem, mais
fraco Nicolai se tornará. Nicolai só
pode ser ferido se o cântico descrito
abaixo da ilustração do amuleto for
entoado enquanto ele é atingido.
AS VOZES NO NEVOEIRO
CONCLUSÃO
Como é de se esperar de uma
aventura de RPG, “As Vozes no Ne-
voeiro” não possui uma única con-
clusão possível. O final desta trama
dependerá das escolhas tomadas pe-
los jogadores. As ações dos persona-
gens determinam o rumo da história
e desenham vários finais possíveis.
Algumas possíveis conclusões são:
• Adrian mata todos: Adrian
não pode controlar mais suas ações,
mas os personagens sabem que ele é
um homem gentil. Hesitar diante de
Adrian possuído pode levar todos à
morte.
• Adrian é morto: Por outro lado,
os personagens podem ter mais apre-
ço por suas vidas do que pela vida de
alguém que conheceram há tão pouco
tempo. Caso matem Adrian, o espíri-
to de Nicolai será expulso de seu cor-
po e, antes que ele consiga fazer qual-
quer outra coisa, um portal repleto de
névoa e raízes se abre no porão. As
raízes o agarrarão e arrastarão em
direção ao portal. Do outro lado do
portal, uma silhueta enorme e difusa
com uma máscara que se assemelha a
um enorme crânio de pássaro, diz as
seguintes palavras:
“O seu tempo aqui acabou. Este
era seu único descendente. E você não
poderá voltar ao mundo senão através
do sangue do teu sangue”.
24 POR TRÁS DO ESCUDO
 O portal se fechará enquanto Ni-
colai é arrastado em desespero.
• Nicolai é derrotado e Adrian
vive: O portal se abre, arrastando
Nicolai para o outro mundo. Não
importa o quanto ele implore para
ficar, a entidade ignora seus gritos.
“Você deixou sua oportunidade es-
correr entre seus dedos. Agora se jun-
te às crianças que ofereceu a mim”.
• Os personagens fogem: Talvez o
melhor seja dar no pé. Caso os per-
sonagens consigam fugir, o nevoei-
ro se abrirá para eles. Nicolai pode
não tê-los matado, mas sabem que
ninguém acreditará na sua versão da
história. Agora, Nicolai está de volta
ao mundo dos vivos para completar
a sua obra
O melhor final possível, é claro,
vencer Nicolai sem sacrificar a vida
de Adrian. Para isso os personagens
deverão mostrar grande coragem
e enfrentar as ilusões no casarão.
Adrian será profundamente grato e
revelará o que viu enquanto estava
em transe. Para Nicolai, as crianças
que ele sequestrava estavam sendo
salvas de um mundo repleto de ódio.
Para Adrian não havia nada de
bom nas ações de Nicolai. Tratava-
-se, claramente, de um homem do-
ente com uma visão deturpada do
mundo.
AS VOZES NO NEVOEIRO
Apesar disso, seus motivos pos-
suíam intenção nobre. Adrian de-
cide que estudará sobre a deidade a
quem seu pai estava servindo, para
tentar entender o que ela realmente
buscava e qual seria o grande desejo
de Fritz.
Adrian pode convidar os per-
sonagens a fazerem parte deste es-
tudo, levando-os a encontrar cada
vez mais mistérios, iniciando novas
aventuras.
Ou, talvez, a deidade decida que,
agora que Nicolai não lhe serve mais,
os personagens tenham se mostrado
promissores. Ela pode visitá-los em
seus sonhos e solicitar seus présti-
mos. Ela certamente não aceitará
um “não” como resposta e passará
a atormentá-los até conseguir o que
almeja ou, ainda, até os personagens
conseguirem um meio que quebrar a
ligação entre eles e a entidade.
Você decide que futuro terão os
personagens daqui para frente. O
que quer que decida, lembre-se que
o intuito principal é, e sempre será,
a diversão!
25 POR TRÁS DO ESCUDO
 Nicolai Fritz
Fritz é descendente de alemão e
cresceu ouvindo história folclóricas
de sua bisavó, pelas quais se tornou
aficionado. Tornou-se historiador,
especializando-se em antropologia.
Trabalhou muitos anos como antro-
pólogo, período no qual fez grande
descobertas sobre povos europeus
antigos. Algumas destas descober-
tas eram vistas com pouca relevância
pela comunidade acadêmica, mas fas-
cinavam Nicolai.
Era casado com Helena, uma es-
tagiária da biblioteca de Boston, com
a qual Fritz trabalhou um tempo.
Sua verdadeira paixão eram os livros
antigos adquiridos em suas pesqui-
sas. A fascinação de Nicolai sempre
foi motivo de instabilidade em seu
casamento, até chegar o ponto de Ni-
colai não ligar mais para sua esposa.
Em suas pesquisas, Nicolai acabou
entrando em contato com uma enti-
dade que lhe ofereceu aquilo que seu
coração mais desejava, em troca de
almas puras. Nicolai, então, passou
a sequestrar crianças na vila em que
morava e as entregava a entidade.
Por cinco anos, Nicolai fez isso
sem que ninguém descobrisse, mas
sua esposa desconfiava de algo. As
discussões deixaram de ser meras
brigas de casal e passaram a escalar
para agressões físicas.
AS VOZES NO NEVOEIRO
Nicolai estava focado em seu pro-
pósito e ninguém, nem mesmo sua
esposa grávida, iriam lhe impedir.
Além disso, Nicolai acreditava
nas palavras da entidade, que dizia
que as crianças ofertadas eram leva-
das para um mundo de paz eterna e,
que permaneceriam jovens até o dia
em que a Terra fosse um lugar puro.
Neste dia, as crianças retornariam
e dariam início a um novo ciclo na
história da humanidade, consoli-
dando um mundo de paz e harmonia
entre as espécies.
Contudo, tudo mudou quando
duas crianças conseguiram escapar
do cativeiro. Para não ser descober-
to, Nicolai teve que mata-las. A des-
coberta dos corpos foram o seu fim.
A população já desconfiava de
Nicolai e sua proximidade com as
crianças. Alguns acreditavam que se
tratava de um aliciador de menores e
foi esta a narrativa que se propagou.
Quando a população avançou
contra sua casa, Nicolai já havia per-
dido sua esposa. Sozinho e cercado
pelas chamas, Nicolai fugiu para o
seu porão, onde realizou um ritual
orientado pela entidade.
26 POR TRÁS DO ESCUDO
 O ritual permitiu que o espírito
de Nicolai fosse ancorado naquela
casa, dando-lhe a chance de retornar
ao mundo dos vivos caso conseguis-
se possuir alguém que fosse sangue
de seu sangue.

Por muito tempo ele tentou pos-

suir outras pessoas, mas a possessão
nunca durava muito tempo. Nicolai
precisava de um familiar ou descen-
dente. Nicolai tinha tempo e o des-
tino trabalha de maneiras curiosas.
Apesar de sua longa esoera ele ainda
não havia desistido de seu grande
desejo.

AS VOZES NO NEVOEIRO 27 POR TRÁS DO ESCUDO

 Amuleto do
Grande Corvo
Este amuleto é considerado um
totem de uma entidade adorada por
povos europeus antigos. Estes povos
pagãos adoravam diversas entidades
ligadas a natureza, sendo por muitas
vezes associados aos druidas. Entre-
tanto, estas entidades adoradas, ape-
sar de se fazerem parecer represen-
tações da natureza, possuem pouca
relação com nosso mundo.

O amuleto em questão era ampla-

mente difundido entre estes povos,
portados geralmente pelos guer-
reiros de suas tribos. A crença diz
que seus portadores eram imbuídos
por grande coragem e, que quando
caiam em batalha, suas almas seriam
guiadas para um reino de paz, onde
permaneceriam até que lhes fosse
permitida uma nova vida na Terra.

Os líderes religiosos acreditavam

também em sua força de proteção,
usando os amuletos para afastar
maus espíritos e remover maldições.

Contudo, a verdade muitas vezes

é uma mentira bem contada. De fato,
o amuleto concede coragem e prote-
ção, mas a entidade não possui pou-
co, ou nenhum, interesse na devoção
dos humanos, apenas em suas almas.
Almas estas que servem de alimento
para a entidade.

AS VOZES NO NEVOEIRO 28 POR TRÁS DO ESCUDO

 Quanto mais puro ou valente
for aquele ofertado à entidade, mais
energia ela obterá, mantendo-se
eterna e aumentando seus poderes.
Poderes que ela pode utilizar para
alterar nossa realidade, concedendo
desejos aos seus devotos.

Os desejos ofertados nada mais

são do que uma forma de consolidar
a fé dos mortais para que eles con-
tinuem a oferecer energia à entida-
de. Apesar de poderosa, a entidade
não pode atravessar de sua realidade
para a nossa, pois seria como fazer
um elefante passar pelo buraco de
uma agulha. Contudo, os humanos
podem ir até seu reino de bom gra-
do. Aqueles que ingressam no reino
da entidade permanecem vivos, para
que sirvam de alimento por muito
mais tempo.

O portador do amuleto possui-

rá a habilidade de afastar espíritos
e quebrar maldições. Além disso,
será agraciado por uma enorme co-
ragem, tornando-o imprudente mui-
tas vezes. Ao realizar ataques físicos,
o portador poderá converter seus
pontos de defesa em dano. Para cada
ponto de defesa que o portador ab-
dicar, receberá o dobro de dano ao
atingir seus ataques.

Ou seja, se o portador do amule-

to decidir diminuir sua defesa em 2
pontos, ele passará a causar 4 pontos
de Dano Extra.

AS VOZES NO NEVOEIRO 29 POR TRÁS DO ESCUDO

 AGRADECIMENTOS
Gostaríamos de agradecer aos nossos apoiadores que nos inspiram a pro-
duzir cada vez mais material de RPG. Os Escudeiros também tem espaço em
nosso coração. Esta aventura é para demonstrar nossa gratidão não só ao
apoio, mas também a todo o carinho que recebemos.

Muito Obrigado!
Equipe Por Trás Do Escudo

• Adriano Dultra • Andréia Santos • Bruno Wolf •

• Cintia Araujo • Davi Medeiros • Doug Silva •
• Fagner Fernandes • Michelly Alencar •
• Monique Silva • Paulo Cazuza • Raul Leite •
• Roosevelt Lira • Vítor Júnior • Yuri Cervantes •

AS VOZES NO NEVOEIRO 30 POR TRÁS DO ESCUDO

As Vozes no Nevoeiro é uma aventura construída para múlti-
plos sistemas. Não lhe serão apresentadas mecânicas específi-
cas. Nesta aventura você é livre para fazer todos os ajustes que
considerar necessário. Dê asas à sua imaginação e divirta-se.

Em uma cidade conhecida pelas suas belas praias, mas com um

passado sombrio, um estranho nevoeiro joga areia nos planos dos
turistas. A população tem que lidar ainda como a ocorrência de
vários suícidios. As vozes no nevoeiro trazem consigo terríveis
pesadelos, e escapar da cidade não parece uma opção. Somente
a verdade pode dar fim a tudo isso. Mas quem será corajoso, ou
tolo, o suficiente para encarrar o nevoeiro em busca de respostas?

catarse.me/portrasdoescudo

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