Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Cultura
Solenidade buscou elevar o bordado como parte da memória e história da cidade
Kaio Veloso
[Publicidade]
Andréia Donadon-Leal, membra benemérita da Academia, Raimunda Maria dos Anjos Castro,
presidente e Márcia Acerra Almeida, vice-presidente, durante solenidade. Foto: Pedro Olavo/
Agência Primaz
Costuras de Memórias
Arte milenar, o bordado possui sua história particular no município. Segundo a
presidente da Academia, a tradição já existe desde o período em que Mariana ainda
era uma vila. “Quando aqui chegaram as irmãs vicentinas, elas vieram trazendo a
cultura do bordado. No museu do Colégio Providência, você vai ver várias peças
bordadas pelas irmãs que chegaram da França, e na escola tinha também aulas de
trabalhos manuais, porque além do magistério, a mulher era formada para ser do
lar”, explica Raimunda.
Embora o imaginário do bordado nos transporte ao universo feminino, hoje, sua
prática atrai a atenção de diversas pessoas, independentemente de gênero ou
idade. Nas oficinas promovidas aos sábados na Casa de Cultura, há homens que se
unem às mulheres para aprender os pontos, havendo inclusive um membro
masculino (Dário Américo Lopes Júnior) dentre os acadêmicos.
Existem diversos tipos de bordado, como richelieu e crivo, mas é o estilo livre que
predomina na cidade, podendo ser utilizado como estamparia e sublimação.
Algumas das possibilidades criativas puderam ser conferidas nos trabalhos expostos
na Casa de Cultura, fotografados por Pedro Olavo:
José Bentito Donadon-leal, compositor do hino da Academia Marianense de Bordados, e Hebe Rôla,
presidente da Academia Marianense de Letras e membra efetiva da nova entidade. Foto: Pedro
Olavo/ Agência Primaz
Uma das acadêmicas é Sônia Maria de Souza Almeida, que buscou no bordado uma
forma de distração, aceitando o convite de uma amiga para conhecer o ateliê Anjo
Barroco. Hoje, completa cinco anos desenvolvendo suas habilidades com o grupo.
Sua colega, Maria de Lourdes Souza, é natural da cidade mineira de Jequeri, mas
mora em Mariana há 37 anos. Seu contato com o bordado teve início ainda durante
a infância, prática da qual se afastou com o passar do tempo. Já adulta, retomou a
atividade a partir dos pontos que havia aprendido anos antes. Com a aposentadoria,
pôde se unir ao Ateliê, comandado pela professora Márcia Acerra Almeida, vice-
presidente da Academia. Paulista, é filha de um marianense e mora na cidade há
muitos anos, possuindo no ateliê sua fonte de renda. A professora conta que, assim
como ela, há pessoas que buscam no bordado uma oportunidade de trabalho, por
isso, um de seus projetos é criar um grupo voltado àqueles que não possuem renda,
gerando capacitação através da arte.
Solenidade de posse
Durante a cerimônia, o hino da Academia, composto por José Benedito Donadon-
Leal, vice-presidente da Academia Marianense de Letras, foi interpretado pelo
próprio com acompanhamento das novas acadêmicas. A composição é inspirada
parcialmente pelo hino de Mariana e evoca o desejo de ressurgimento e esperança
dos acadêmicos.