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A ARTE NAÏF ATRAVÉS DOS RETALHOS DE MARIA CELESTE NEVES: UMA

CONTEXTUALIZAÇÃO NO ENSINO.

Daiane Scramin¹
Unochapecó
Licenciatura em Artes Visuais
danika@unochapeco.edu.br
Orientadora: Márcia Moreno²

Resumo: A pesquisa proporciona a reconstrução de valores da cultura popular, através da arte Naïf, tendo
como subsídio artistas naïfs brasileiros como Waldomiro de Deus e a artista referência da pesquisa, a
catarinense Maria Celeste Neves. Que em seu trabalho utiliza os tecidos e o bordado para representar a
cultura e a tradição regional. É por meio da arte que se conhece a cultura de uma região. Essa linguagem
transfere significados únicos por meio de símbolos que podem representar valores, costumes e tradições
dentro da cultura. O principal objetivo da ação a ser desenvolvida com os educandos é o conhecimento da
linguagem da arte popular que faz com que o indivíduo possa se identificar culturalmente com o lugar ao
qual pertence acentuando e dando maior importância a sua própria identidade de individuo dentro de uma
cultura a qual é pertencente. Através da arte Naïf, a pesquisa e produção de expressões artísticas
produzidas com materiais e técnicas alternativas, como o tecido e o bordado, proporcionam uma análise e
desenvolvem uma metodologia diferenciada para o ensino aprendizagem de artes, tanto com o ensino
infantil como com os adolescentes do ensino fundamental. Sintetizam criatividade e o desafio, além de
“alimentar” culturalmente experiências tradicionalistas dos educandos em relação a sua vivência cultural e
a valorização dentro da contemporaneidade da mesma. Com base na metodologia triangular que condiz
conceito, contextualização no cotidiano e produção pratica através do bordado e do manuseio dos tecidos,
há uma experienciação singular das demais linguagens artísticas convencionais, além de associar a
cultura regional a qual os educandos convivem, transformando uma tradição artesanal em uma
experiência de arte conceitual na escola a qual os alunos compreenderam a importância de se reconstruir
o valor da cultura popular.
Palavras Chave: Arte Naïf. Cultura. Educação.

1 Introdução

Presentemente, com o avanço tecnológico, há certas inquietações em torno da


preservação da identidade cultural das pessoas e das tradições que foram construídas
ao longo do tempo por um processo cumulativo de rituais e conhecimentos passados de
geração em geração.

¹Acadêmica do curso de Artes Visuais - Universidade comunitária da Região de Chapecó -


Unochapecó/SC. danika@unochapeco.edu.br
²Formada em Artes Visuais Bacharel e Licenciatura pela UFSM e Mestre em Educação pela mesma
instituição. Docente em Artes Visuais e Arquitetura, Coordenadora do curo de Artes Visuais na
Universidade Comunitária da Região de Chapecó - Unochapecó/SC. moremar@unochapeco.edu.br
A arte não pode ser deixada de lado nesse processo de retomada da história da
cultura especialmente a arte Naïf, mas dessa forma podem surgir questionamentos,
como, de que forma a arte Naïf pode contribuir para este resgate cultural. A resposta
pode vir da própria arte Naïf, pois ela usa como base de seu processo, a cultura
regional, o que acaba por resgatar os elementos culturais e as tradições advindas desde
gerações passadas.
Na pesquisa a ser apresentada, a arte Naïf vem precisamente, propondo um
entrelaçamento da cultura com a arte, tendo em vista que a cultura regional que serve
de subsídio para a arte Naïf. Fazendo assim uma retomada da história e das tradições
culturais de cada região, através de um processo arte educativo realizado com
educandos do ensino infantil e fundamental.
Esse processo se deu através do uso da memória coletiva e dos ritos executados
como tradições na região, fazendo uma ligação entre conceitos, contextualizações
cotidianas e produção artística.
Tendo como referência regional a artista Maria Celeste Neves e suas obras, que
conceitua a retomada da história Catarinense em especial da região de Florianópolis, os
educandos puderam obter uma base inicial para o desenvolvimento de suas produções,
partindo sempre de um fator cultural predominante no cotidiano e na vida familiar dos
mesmos, pois é onde as tradições culturais mais se encontram presentes.
Desse modo tendo conhecimento e entendimento conceitual sobre cultura,
desenvolvendo uma pesquisa e ligação cotidiana com o tema, a produção artística fica
enriquecida e com estruturas sólidas para ser desenvolvida.

2 Materiais e Métodos

2.1 Arte, identidade cultural e tradição.

A arte está em paralelo com a cultura. A cultura não possui caráter casual, ela
contém a sua própria historicidade e intencionalidade, tornando-se um processo
cumulativo, resultante de toda a experiência histórica das gerações anteriores que limita
ou estimula a ação criativa do homem. Nesse processo criativo humano a cultura tanto
pode ser perpetuada como recriada. Então não seria demais concordar com Brandão,
quando ele afirma que:
“Tudo aquilo que criamos a partir do que nos é dado, quando tomamos as
coisas da natureza e as recriamos como os objetos e utensílios da vida social,
representa uma das múltiplas dimensões daquilo que, em uma outra,
chamamos cultura”. (2002.p. 22)

A arte que através do tempo, que tem sido registro de várias civilizações,
documento e testemunho, desempenha um papel fundamental no desenvolvimento
humano e cultural. Hoje mais do que nunca, com a globalização e o monoteísmo da
razão, a linguagem da arte talvez seja uma das poucas que fala diretamente com o
coração das pessoas, com a sua sensibilidade, contribuindo um novo olhar para o
mundo e a sua maneira de vivência cultural.

Sem dúvida, a identidade não é outra coisa que saber quem somos, é a essência
cultural que nos une e nos permite reconhecermos a nós em nossa diversidade. Ela se
realiza a partir da consciência de que a riqueza das pluralidades culturais está
precisamente nesse potencial de superaçao dos orgulhos e das marcas particulares de
cada um.

A medida em que as diferentes regiões do mundo, são postas em interconexão


umas com as outras, ondas de transformação social abrangem toda a superfície da
terra, esse é um impacto da globalização sobre a identidade cultural. A tendência a uma
homogeinização cultural, acaba construindo um imaginário coletivo que ganha forças
através do consumismo.

A identidade é um plural que está em permanente mutação, o que não pode


ocorrer é a sobreposição de culturas ditadas pelas normas dos mais fortes, fazendo com
que as mais “fracas” acabem se tornando pitorescas e deslocadas de sua verdadeira
origem.

A arte cumpre um papel importante na constituição do sujeito e de sua


identidade, dizendo quem sou através do que criamos, o ser humano se percebe e se
reconhece verdadeiramente naquilo que cria. A arte proporciona o poder de vivenciar a
diversidade cultural e possibilita que nos reconheçamos nesse processo criativo,
incorporamos a nossa pluralidade, com suas diversas formas de construir e reconstruir o
mundo. Nesse sentido a arte toma como meta, o reencantamento do mundo, pois só ela
tem o poder de produzir representações da existência que nos possibilitam viver e são
essas que passando pelos imaginários, individual e coletivo, nos possibilitam reinventar
o mundo em que pertencemos resgatando assim a nossa essência cultural.

A arte e a tradição, surgem como esferas específicas da cultura, congregando um


conjunto de valores que orientam a conduta, canalizando as aspirações, o pensamento
e vontade dos homens. A tradição procura paralisar a história, invocando a memória
coletiva, instituição privilegiada de autoridade, os costumes existem desde sempre. As
artes contemplam a sociedade de uma outra maneira. Elas sublinham a existência de
um universo diferenciado, habitado pela educação, sentimento e fruição artística. Desse
modo pode-se conjugar a arte como método e liguagem para poder manter viva a
cultura que vem cumulativa de varias gerações.

Os ritos também sao formas visíveis, ou seja expressões de manifestação da


cultura. E pode ser por meio dele que a tradição mais se revele, pois os ritos podem ser
entendidos como espécies de lugares, com formas e modos específicos de
acontecimentos, nos quais são desenvolvidas ações com valor, significado, e por isso,
sentido, razão pela qual eles devem ser datados. Através da pesquisa desses ritos é
que se realiza o trabalho artistico, pois é preciso que se tenha uma ação para que se
possa representa-la em uma obra.
“ É por meio das linguagens da arte que poderemos compreender o mundo das
culturas e o nosso eu particular. Assim mais fronteiras serão ultrapassadas pela
compreençao e interpretaçao das formas sensiveis e subjetivas que compõem a
humanidade e sua multiculturalidade, ou seja, o modo de interaçao entre grupos
etnicos e, em sentido amplo, entre culturas.” (FISCHER, 1976, p.12)

Isso faz refletir sobre a necessidade da utilizaçao de linguagens diferenciadas no


ensino da arte, pois são essas que permitem uma maior compreençao da propria
identidade bem como das identidades culturais existentes no mundo. Atraves das
linguagens a arte pode ser um modo de praticar a cultura, deixando de ser apenas uma
atividade social.

2.2. Arte Naïf e a Estética do Cotidiano

As origens da arte naïf estão entre artistas franceses e haitianos que rejeitam as
regras convencionais da pintura ou que não tiveram acesso a elas.
Por volta de 1974 os naïfs começaram a ser conhecidos no mundo, entre eles
está Henri Rousseau o mais famoso dos pintores naïfs. Os primitivistas, assim
chamados, diferenciam-se por uma posição estética definível a margem da arte erudita,
tradicional ou inovadora. Porém, há um dialogo entre a arte dita erudita e a arte naïf
definindo que os artistas populares ingênuos são o alicerce da cultura, é onde a arte
erudita vai buscar inspiração e alimento. A arte naïf também exprime novas formas e
novas maneiras de aprender e expressar os mistérios da vida com extraordinária
vitalidade, beleza e espontaneidade.
O que aproxima os artistas naïfs franceses, norte-americanos e brasileiros, é a
consciência da autonomia do espaço pictórico, o uso expressivo e ornamental das
cores, os traços imaginários que diferenciam o universo da realidade e a poética
presente nessa arte.
A pintura primitivista ainda tem como característica a privação do passado e
futuro, apenas se apropria do instante e o imortaliza, apresenta o sentido de alegria e o
entorpecimento intelectual perante o mundo, como se o tivéssemos olhando pela
primeira vez. “Brota do inconsciente coletivo e conserva sua natureza própria, arte de
raízes populares se caracteriza ainda pelo autodidatismo, espontaneidade, liberdade de
expressão e pela falta de aspectos formais.” (D'AMBROSIO, 1999. p. 67).
Esta arte que nasce do inconsciente é produzida por artistas não possuidores de
saberes acadêmicos artísticos, geralmente a poética vem a partir de temas populares
inspirados no meio rural e urbano, esses artistas valorizam e consideram em suas obras
a estética do cotidiano, o belo ingênuo que lhes traz satisfação e objetividade em seu
trabalho artístico.
A experiência estética cotidiana ou ingênua chega até nós por condições e meios
usualmente simples e familiares da vida cotidiana e traz consigo, valores que são
sentidos e produzidos por nós. Reflexão sobre o que seria valor estético, ou seja, o
prazer que o ser humano experiência no simples olhar a natureza ou para objetos
fabricados, o prazer em ouvir a canção dos pássaros ou uma música, em arrumar uma
mesa atrativa ou um canteiro de flores.
Essa estética que se condiciona no dia à dia, é a que proporciona subsídios à
arte Naïf, a base é ambígua, quando se refere à estética ingênua, atribuída
espontaneamente aos objetos do cotidiano, como por exemplo, o bordado, a ser
trabalhado como arte Naïf pela artista Maria Celeste Neves, o processo do bordado
junto com a sua tradição, pertence a estética cotidiana, onde essa tradição de bordar
vem desde seus antepassados como uma forma de embelezamento de peças do
enxoval que as moças faziam antes de se casarem.
Da mesma forma que as obras dos artistas Naïfs têm esse caráter de
embelezamento particular, a forma, cor e a disposição dos elementos são pensadas e
baseadas em uma estética ingênua, o que realmente conta para esses artistas é a
beleza de suas obras, uma beleza que é originada de seus próprios princípios, e não
moldada pelos paradigmas acadêmicos, e que acaba por isso, mostrando uma cultura
singular, em cada região e em cada artista.

2.2.1 Arte Naïf no Brasil e em Santa Catarina

A Arte Naïf faz parte do contexto sócio cultural do Brasil e está fortemente
vinculada à arte popular, arte naïf cresceu a partir de 1937 com os artistas Heitor dos
prazeres, Cardosinho, José Antônio da Silva e outros. Refletia uma realidade totalmente
nacional extremamente rica, variada e autêntica conjeturando um país tropical.
O Brasil é um berço da pintura ingênua. As solicitações sensoriais criadas por um
país tropical e por seu folclore, ligadas à liberdade gerada pela arte moderna, fizeram
surgir vários artistas naïfs que hoje são renomados.
Como o Brasil é vasto em diversidades e culturas regionais, cada região que
contém um artista naïf, será reproduzida mostrando sua cultura e as suas tradições,
como é o exemplo de Santa Catarina e seus artistas que valorizam um estilo de arte que
sintetiza o modo de vida simples dos catarinenses e a riqueza da cultura local,
colonizada por imigrantes Italianos e Alemães, mostra na sua arte uma característica
tradicionalista quem vem sendo desenvolvida através de seus descendentes ao longo
do tempo.

2.2.2 Maria Celeste Neves artista Catarinense

Maria Celeste Neves, com 91 anos de idade, é uma das artistas plásticas mais
antigas da capital de Santa Catarina, Florianópolis. Suas primeiras obras caracterizadas
por rendas, crivos, frivolité e bordados foram feitas aos 64 anos de idade. Valorizando a
beleza litorânea da Ilha de Florianópolis e a atividade dos nativos, facilmente
identificados através de faixas horizontais, os trabalhos da artista destacam planos com
terra, montanha, lagos e mar, dando um equilíbrio harmônico e característico da artista
dentre os elementos da obra.
Reproduz com agulha, linha e pequenos retalhos de tecido as cenas do cotidiano,
da história e das lendas de Florianópolis. Maria Celeste brinca nas suas telas e seu
processo de produção obedece a um ritual. Primeiro, escolhe uma base de tecido, que
pode ser lisa ou estampada, e coloca o forro. Depois, com os dedos, vai compondo a
tela. Sem desenhar ou marcar. Passa, então, a escolher os retalhos que vão dar forma
à sua imaginação. E vão surgindo montanhas, casinhas, a ponte Hercílio Luz, o Hospital
de Caridade, a procissão de Nosso Senhor dos Passos, a Catedral, a Praça 15, as
lendas de Franklin Cascaes.
A artista denominada naïf, vai muito além dessa designação, Maria Celeste é
uma artista popular e sua obra se vale justamente da ingenuidade acadêmica da artista
para se encher de beleza, e seu bordado artístico está inscrito, hoje, dentre uma fértil
produção de arte brasileira: a arte popular.

3 Resultado e Discussão

O tema “A Arte Naïf através dos retalhos de Maria Celeste Neves: Uma
contextualização no ensino.” foi elaborado através de uma pesquisa qualitativa, para
que se pudesse chegar a resultados não quânticos, mas de característica subjetiva,
obtidos através da investigação dos fatores culturais e artísticos envolvidos na pesquisa.
A pesquisa envolveu estudos bibliográficos, observação e docência em
instituições educacionais da cidade de Pinhalzinho, sendo uma o CEIM Amigos da
infância onde se estabelece o ensino infantil e outra a E.E.B. José Marcolino Eckert que
foi desenvolvida a pesquisa com o ensino fundamental.
Em ambas as situações foi necessária observação das turmas para que pudesse
adequar às atividades ao nível dos alunos. No ensino infantil, turma do pré III, os alunos
têm faixa etária de cinco anos. No ensino fundamental a faixa etária é de doze anos,
sendo a turma trabalhada a 6ª série III.
Primeiramente foram desenvolvidas atividades que pudessem facilitar o
entendimento do tema proposto que de um modo geral é arte Naïf e cultura, essas
atividades no ensino infantil foram realizadas em forma de histórias sendo uma
linguagem a qual eles estão mais acostumados a compreenderem. No ensino
fundamental foi usada a linguagem visual em forma de imagens e vídeos, mais atrativo
a faixa etária jovem da turma. Após o entendimento da proposta partiu-se para o estudo
cultural onde foram organizados tópicos com características culturais da região em que
os alunos moram, abrangendo também a cultura do estado.
Feito isso, passou-se para a etapa de conhecimento da artista referência da
pesquisa Maria Celeste Neves, onde em ambas as instituições e turmas foram
apresentadas imagens das obras e relatada a trajetória da vida da artista, também
foram apresentados os materiais usados pela artista para produzir as obras, como
tecidos e linhas.
No processo de produção plástica dos alunos, algumas etapas foram modificadas
para atender novamente cada nível de ensino. No nível infantil foram feitas colagens
representando tradições regionais discutidas em sala de aula. Os alunos utilizaram de
folhas A4 e lápis para fazerem um esboço do desenho, depois complementaram com a
colagem de retalhos de tecidos, escolhida devido a capacidade da turma,
caracterizando a obra e apontando a linguagem da artista Maria Celeste Neves.
No ensino fundamental foi possível fazer com que os alunos pudessem trabalhar
com a técnica do bordado, porém ao invés de retalhos de diversos tecidos a opção foi o
feltro por ser mais facilmente manuseável, tanto no bordado quanto no recorte das
formas. Os alunos pesquisaram extra classe com familiares, uma tradição da região que
vinha acontecendo a varias gerações, e então produziram um esboço para depois
somente selecionarem as cores e os retalhos de feltro para iniciar o processo do
bordado, a professora esteve acompanhando o processo e auxiliando no que fosse
necessário, pois os alunos não tinham muita experiência com a linguagem.
Ao final do processo foram feitas discussões sobre o tema trabalhado e as
dificuldades encontradas, tanto como o conhecimento adquirido pelos alunos sobre a
cultura e sua ligação constante com a arte.

4 Considerações

Observando o caminho percorrido entre projeto e docência, existem muitas


variações e adaptações a serem desenvolvidas dentro de um mesmo tema. Tendo em
vista que um dos objetivos era a valorização cultural regional, possibilitou através da
pesquisa e da prática, a possibilidade de uma nova linguagem artística em que os
educandos pudessem explorar e avaliar como acessível dentro da contemporaneidade.
A cultura está em permanente transformação, novos valores vão sendo atribuídos
se adequando à contemporaneidade, mas não se podem deixar de lado características
essenciais da mesma, a sua origem e contribuição para a sociedade e para os
indivíduos pertencentes a ela, pois assim como os rituais de tradição, apesar de suas
transformações, a essência de sua identidade sempre permanece e serve de base para
suas transformações e adaptações ao longo do tempo.
Os educandos possuem uma bagagem cultural aproveitável dentro do espaço
escolar, pois cada indivíduo trouxe um pouco da tradição passada de geração em
geração pela sua família e pela sua região, reunindo todos esses requisitos, puderam se
realizar trocas de experiências assim como transmissão e socialização das mesmas
com os demais indivíduos da sociedade, cada um experienciou e valorizou a sua
cultura. As tradições e a cultura foram formadoras da identidade cultural de cada um,
onde aplicando isso a arte Naïf que subsidia essas características individuais e
singulares de cada cultura que pôde ser vista na diversidade presente dentre um
mesmo grupo de educandos na finalização de seus trabalhos, cada qual com sua
própria maneira de representar sua identidade cultural.

5 Referências

BARBOSA, Ana Mãe e COUTINHO, Rejane Galvão. Arte/educação como mediação


cultural e social. São Paulo: UNESP, 2009.

BRANDÃO, Carlos Rodrigues. A Educação Como Cultura. 2.ed. São Paulo:


Brasiliense, 2002.

SCHÜLER, Fernando Luís e BORDINI, Maria da Glória. Cultura e Identidade


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ARDIES, Jacques. A arte naïf no Brasil. Textos de Geraldo Edson de Andrade. São
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BARBOSA, Ana Mae, Tópicos e Utópicos. Belo Horizonte, C/ Arte, 1998.

CORRÊA, Rosa Lydia Teixeira, Cultura e Diversidade. Curitiba. IBPEX, 2008.

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