1,10 Euros // Quinta-feira 08 Setembro 2022 // Ano 73 // Número 3686 // semanário // Director: João Alves e Almeida // www.linhasdeelvas.

pt

Jaime Magarreiro e José Caldeira

perdem a vida em acidentes de viação

Um dia trágico
para a região

ELVAS, PÁG.2

SOCIEDADE, PÁG.12 e 13

DETIDO PÁG. 15

Militar da GNR,
protagonista em acidente
de viação, conduzia
com 1,95g/l de álcool
HIPISMO PÁG. 23

JP Rodrigues venceu
REGIÃO, PÁG.7 e 8 ELVAS, PÁG.2 Raide de Santa Eulália
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 02 08 Setembro 2022
Elvas
Recinto da Expo
São Mateus vai ser assim...
O espaço da edição deste ano da
Expo São Mateus, inserido no Parque
da Piedade e nas Festas em Honra do
Senhor Jesus da Piedade, vai contem-
plar dois palcos, um deles coberto, as-
sim como zonas de stands institu-
cionais, bares e restaurantes.
As primeiras imagens que transmitem
uma ideia aproximada de como vai fi-
car estabelecido o espaço, cuja organi-
zação cabe à Câmara Municipal de
Elvas, foram reveladas esta semana
pelo presidente do município, Rondão
Almeida, e também nas redes sociais
da autarquia.
O aluguer de equipamentos audiovi-
suais e estruturas para a Expo São
Mateus, que implica um investimento
na ordem dos 133 mil euros, foi alvo de
um concurso público e a empresa
elvense Creative Led ficará encarrega-
da do fornecimento destes materiais.
Nick Cave dedica música a
Beatriz Lebre no Festival Kalorama
O músico australiano Nick Cave foi ca-
beça-de-cartaz do último dia do Festival
Kalorama, no Parque da Bela Vista, em
Lisboa, e dedicou o tema “Into My Arms”,
uma das canções mais populares do com-
positor, à jovem elvense Beatriz Lebre,
que faleceu prematuramente em 2020.
Nick Cave não ficou indiferente à carta
escrita por Paula Lebre, mãe de Beatriz,
que esteve com amigos da estudante no
festival. No texto que escreveu a Nick
Cave revelou que a canção “Into My Arms”
era uma das favoritas de Beatriz.
“Esta canção é dedicada a Beatriz Le-
bre, recebi uma carta muito bonita de sua
mãe, nos Red Hand Files [site onde Cave
responde a perguntas dos seguidores],
ela gostava muito desta canção”, frisou o
artista perante a emoção de Paula Lebre
e amigos que estavam na plateia.
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72
Agrupamento de
Escolas nº3
recebe alunos a
partir de dia 15.
Aulas em horário
normal dia 19
O Agrupamento de Escolas nº3 de
Elvas, da qual faz parte a Escola
Secundária Dom Sancho II enquanto
escola sede, vai dar início ao ano
escolar 2022/2023 a partir de quinta-
-feira, dia 15 de Setembro.
No dia 15 está marcada a recepção
aos alunos do pré-escolar, 1.º, 5.º e 9.º
anos pelas educadoras, professores e
directores de turma. Os encarregados
de educação do 5.º e 9.º anos são
também recebidos pela directora e
docentes.
Na sexta-feira, 16 de Setembro, é a
vez dos restantes alunos do ensino
básico (2.º, 3.º, 4.º, 6.º, 7.º e 8.º anos)
e alunos do 10.º ano pelos directores
de turma. No mesmo dia os encar-
regados de educação dos alunos do10.º
ano são acolhidos por Fátima Pinto,
directora do Agrupamento, no auditório
da Secundária elvense.
O horário normal para todos os alunos
acontece na segunda-feira, dia 19 de
Setembro.
Festival da Idade
de Ouro vai
realizar-se em
cada freguesia
Recorde-se que Nick Cave perdeu dois
filhos entre 2015 e 2022.
O Festival da Idade de Ouro vai regres-
sar este ano, após dois anos de
interregno devido à pandemia da covid-
19, com novidades, deixando de ser um
evento único para se estender às fre-
guesias do concelho.
“O município volta a organizar o festi-
val, contudo, foi decidido realizar o Fes-
tival da Idade de Ouro em moldes dife-
rentes, realizando em cada freguesia
rural e urbana o evento, em data ainda a
definir”, revelou o município.
O objectivo, segundo a autarquia, vai
continuar a ser o de proporcionar ani-
mação e momentos de convívio a todos
quantos, ao longo de uma vida de traba-
lho, contribuíram para o crescimento e
desenvolvimento do nosso concelho.
71
69
Tel: 268 628 389
 08 Setembro 2022 03

José Silva expõe 72 Feira Ativamente

está de volta
no Museu da Fotografia O Centro de Negócios Transfron-
teiriço (CNT) vai acolher, nos dias 9 e
O Museu Municipal da Fotografia 10 de Setembro, a terceira edição da
“João Carpinteiro”, em Elvas, tem pa- Feira Ativamente, cuja organização
tente, até 30 de Setembro, a exposi- envolve várias instituições do concelho
ção de fotografia da autoria de José de Elvas ligadas ao envelhecimento.
Jesus Silva. De acordo com os promotores, “esta-
Subordinada ao tema “Em Nome Pró- rão ainda presentes instituições que
prio – As Cores do Alentejo II”, a mos- desenvolvem a sua actividade nesta
tra foi inaugurada no dia 3 de Setembro
com uma apresentação em que foram
exibidas fotografias de antigos momen-
tos de trabalho protagonizados pelo
autor e que foram captadas por amigos.
A exposição dá a conhecer 32 obras
fotográficas sobre a cidade de Elvas,
com a maioria dos instantâneos a se- área”.
rem apreciados a cores, havendo um “Contamos com a presença de pro-
pequeno espaço dedicado ao Senhor dutores locais e empresas que tra-
Jesus da Piedade e outras fotografias balham a temática do envelhecimento
a preto e branco. e que desenvolvem conhecimento
José Silva é natural de Elvas e técni- nesta área”, precisaram.
co de som na Rádio e Televisão de Por- O evento, à semelhança das edições
tugal. Tem como hobby a fotografia e anteriores, contará com diversas acti-
participou em vários concursos e ma- vidades em simultâneo, proporcionado
ratonas fotográficas de norte a sul do escolha aos participantes, com mo-
país. mentos de animação musical, dança
Apreciador de todo o tipo de fotogra- terapêutica, espaços de beleza e
fia é confesso apaixonado pelo Alentejo ginástica sénior, entre outros.
e a sua cidade natal de Elvas.

“Caminhadas pelo Património” regressam em 2023

A última actividade da edição deste ano da iniciativa “Caminhadas pelo Património”, promovida pelo município de Elvas,
realizou-se sábado, 3 de Setembro, na freguesia de Vila Boim.
“As Fontes de Vila Boim” deram o mote para o percurso com seis quilómetros de extensão, iniciando-se a concentração dos
participantes na Praça da República da localidade.
Chegou ao fim o circuito de caminhadas, iniciado a 8 de Maio, na Barragem do Caia, e que ao longo dos últimos meses
contou com percursos em Elvas e diversas freguesias do concelho.

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 04 08 Setembro 2022
Região
Campo Maior
Jovens iniciaram vida religiosa
O Mosteiro da Ordem da Imaculada
Conceição, em Campo Maior, acolheu
sábado, dia 3 de Setembro, a cerimónia
de iniciação à vida religiosa (Tomada de
Hábito) de Sor Graça e Sor Ana.
O acto foi presidido pelo Arcebispo de
Évora, D. Francisco Senra Coelho, e con-
tou com a presença do presidente do
Município, Luís Rosinha, e dos vereado-
res Paulo Pinheiro e São Silveirinha.
A igreja do Mosteiro da Imaculada Con-
ceição esteve repleta de familiares, ami-
gos e fiéis que quiseram acompanhar as
duas jovens, naturais de Elvas, neste dia
tão especial.
Nuno Garcia Lopes vence primeira
edição do Prémio Literário “Hugo Santos”
“Uma casa de papel onde morar”,
da autoria de Nuno d’Évora Brandão,
pseudónimo de Nuno Garcia Lopes, foi
o trabalho vencedor da primeira edi-
ção do Prémio Literário “Hugo San-
tos”, instituído pelo município de Cam-
po Maior.
O autor, natural de Asseiceira (Tomar),
terá o seu trabalho publicado em livro
numa edição da Câmara Municipal de
Campo Maior e receberá um prémio mo-
netário no valor de 750 euros.
Segundo a autarquia, a criação do
Prémio Literário “Hugo Santos” tem por
“Conversa com o Artista” no espaço.arte
O espaço.arte recebeu sábado, dia 3
de Setembro, a primeira edição da inicia-
tiva “Conversa com o Artista”, que pre-
tende aprofundar o conhecimento sobre
os artistas e as suas obras junto do pú-
blico.
Esta actividade juntou a investigadora
e curadora do Banco das Artes Galeria -
Leiria, Ana David Mendes, e o artista Luís
Silveirinha, que, entre muitos outros as-
suntos, abordaram a exposição “Sierra”,
que está actualmente patente no espa-
ço.arte.
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72
objectivo “fomentar o gosto pela leitura e bretudo, uma homenagem ao homem e
pela escrita, defender e valorizar a lín- ao escritor que lhe dá nome”.
gua portuguesa e promover e incentivar Abaixo transcreve-se um dos poemas
a criação literária, mas é também, e so- que integram a obra vencedora:
“Nas tardes de inverno, a noite cedo, chegar a casa
e acender o ecrã em frente aos olhos,
vê-lo crepitar alumiando o mundo,
que assim para nós se abre em chama acesa,
as novas consumindo como lenha,
enquanto as mãos se esfregam no aconchego.
o ecrã ao corpo aquece, a voz à alma,
a voz dos locutores da sua própria história
no ecrã de sobro que estreleja ao toque da tenaz.”
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Caminhada e
canoagem
atraíram
campomaiorenses
Campo Maior marcou presença na
actividade de canoagem que decorreu
no passado domingo, dia 4 de Setem-
bro, na Praia Fluvial do Alamal, em Ga-
vião.
O convívio teve início com uma ca-
minhada, à qual se seguiu a prática de
canoagem no Rio Tejo, sendo ambas as
iniciativas integradas no programa da
edição 2022 dos Jogos do Alto Alentejo,
promovidos pela Comunidade Intermu-
nicipal do Alto Alentejo (CIMAA).
Semana
dos Maiores
em Outubro
No âmbito da Semana dos Maiores
2022, o Município de Campo Maior vai
promover um passeio à cidade de
Coimbra, no dia 1 de Outubro, e um al-
moço convívio, no dia 9.
As inscrições para o passeio podem
ser feitas no Centro Comunitário e na
Junta de Freguesia de Degolados, en-
quanto as inscrições para o almoço
decorrem na Câmara Municipal, no Cen-
tro Comunitário, na CURPI, na Loja do
Cidadão e na Junta de Freguesia de
Degolados.
Estas actividades são destinadas a
todos os munícipes maiores de 55 anos
e/ou pensionistas e respectivos cônju-
ges.
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75

Ferrovia
IP procura clientes-âncora para
terminal no Alandroal, Évora e Vendas Novas
A Infraestruturas de Portugal (IP) está
a desenvolver contactos para encontrar
“clientes âncora” que possam “robuste-
cer a viabilidade económico-financeira”
dos terminais de mercadorias que pos-
sam vir a ser construídos na futura linha
ferroviária Sines/Caia, revelou o Gover-
no.
A informação consta na resposta que
o ministro das Infraestruturas e da Habi-
tação, Pedro Nuno Santos, deu a ques-
tões colocadas ao Governo, no final de
Julho passado, pelo grupo parlamentar
do PSD, a que agência Lusa teve acesso.
Os sete deputados do PSD que subs-
creveram a pergunta queriam saber se a
linha ferroviária ia ter um terminal de
mercadorias no distrito de Évora e se o
Governo podia garantir que as medidas
de minimização dos impactes ambientais
estavam a ser cumpridas.
Na resposta, o governante indicou que
“estão a ser desenvolvidos contactos
entre a IP, autarquias e clientes âncora”
para “robustecer a viabilidade económico-
-financeira” dos terminais que possam
ser construídos em Évora e Vendas No-
vas.
O ministro lembrou que foram desen-
volvidos estudos de mercado, de viabili-
dade técnica e ambiental e análise cus-
to-benefício para avaliar a viabilidade de
instalação de terminais de mercadorias
Ponte de Sor
Zona Ribeirinha recebeu
concerto final do Festival Música Júnior
Uma semana em cheio, numa autênti-
ca ode à música. Assim foi mais uma
edição do Festival Música Júnior, que
levou a Ponte de Sor mais de 250 partici-
pantes numa intensa actividade musical,
PAPINHA MOBILIÁRIO
Transforme os sonhos em realidade
81
nas zonas de Alandroal, Évora e Vendas
Novas.
Segundo o titular da pasta das Infra-
estruturas, nenhum dos três terminais
analisados pelos estudos apresenta via-
bilidade financeira e apenas um deles, o
de Alandroal, tem viabilidade económica.
A viabilidade da operação de um termi-
nal de mercadorias “tem subjacente a
existência de escala, frequência e regu-
laridade”, pelo que “é fundamental garan-
tir a existência de um cliente âncora ou
agregador logístico” que assegure essas
condições, sustentou.
Quanto aos impactes ambientais,
Pedro Nuno Santos salientou que a IP
“está sujeita ao cumprimento integral da
legislação da área do ambiente onde se
incluem todas as medidas inscritas na
Declaração de Impacte Ambiental e na
Decisão sobre a Conformidade Ambiental
acompanhados por músicos e professo-
res.
No passado sábado, dia 3 de Setem-
bro, o Anfiteatro da Zona Ribeirinha rece-
beu um dos concertos finais, com o ma-
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72
do Projeto de Execução” da nova ferro-
via.
“Por forma a assegurar o cumprimen-
to destas medidas, a IP apresenta, junto
da Agência Portuguesa do Ambiente, com
periodicidade semestral, um relatório de
conformidade das medidas da Declara-
ção de Impacte Ambiental/Decisão so-
bre a Conformidade Ambiental do Proje-
to de Execução durante a fase de cons-
trução, dando fé da observância integral
das mesmas”, vincou.
Por outro lado, acrescentou, “o acom-
panhamento ambiental na fase de obra é
assegurado por equipas dedicadas que
garantem que todas as medidas inscri-
tas na Declaração de Impacte Ambiental
são tidas em consideração nesta fase”.
Estão em fase de obra os quatro tro-
ços que vão integrar o Corredor Interna-
cional Sul, entre Sines e a fronteira do
Caia, em Elvas, no âmbito do Programa
de Investimentos na Expansão e Moder-
nização da Rede Ferroviária Nacional
“Ferrovia 2020”.
O projecto pretende reduzir o tempo de
trajecto, em consequência da utilização
de comboios de tracção eléctrica entre
Sines e Caia, e “aumentar a eficiência e
atractividade” do transporte ferroviário de
mercadorias, ao permitir a circulação de
comboios de mercadorias com 750
metros de comprimento.
estro Adrián Ronda Sampayo e a apre-
sentação de Rui Unas, num espectáculo
subordinado ao tema da edição deste
ano, “Play & Score Bandas Sonoras de
Videojogos”.
08 Setembro 2022 05
Monforte
Piscinas
Municipais
encerram a
11 de Setembro
As Piscinas Municipais de Mon-
forte vão encerrar ao público no pró-
ximo dia 11 de Setembro, informou
a Autarquia.
Com o aproximar do fim da época
balnear 2022, este domingo será o últi-
mo dia em que o equipamento abrirá
portas no que resta de Verão.
Estremoz
Formação em
Arqueologia
em Outubro
Uma formação em Arqueologia vai
decorrer, entre os dias 17 e 21 de Outu-
bro, em Santa Vitória do Ameixial, no
concelho de Estremoz, revelou a câma-
ra municipal.
Segundo o município, esta formação
do Campus-Escola de Arqueologia em
Santa Vitória do Ameixial, é dirigida pre-
ferencialmente a estudantes e profissi-
onais com formação nas áreas da Ar-
queologia.
Trata-se de uma iniciativa que resulta
da colaboração entre a Universidade de
Évora e o Instituto de Arqueologia de
Mérida (Espanha), decorrendo as ins-
crições até ao dia 03 de Outubro.
Estão disponíveis 10 vagas, os parti-
cipantes vão usufruir de alojamento e
alimentação e as actividades práticas
serão realizadas no sítio da Villa Roma-
na de Santa Vitória do Ameixial, en-
quanto as teóricas vão decorrer no au-
ditório da Biblioteca Municipal de
Estremoz.
 06 08 Setembro 2022
Badajoz
Zumba contra o cancro no El Faro
O Centro Comercial El Faro, em Bada-
joz, vai acolher, no próximo dia 24 de
Setembro, a sexta edição do Zumbando,
uma iniciativa que pretende juntar cerca
de mil participantes.
O evento, que envolve as três locali-
dades que compõem a Eurocidade (Ba-
dajoz, Elvas e Campo Maior), foi apresen-
tado na manhã de segunda-feira, dia 5.
À semelhança de edições anteriores,
o Zumbando volta a ter um cariz social,
revertendo o valor angariado a favor da
Asociación Oncológica Extremeña
(AOEX).
Paulo Sérgio Bicho, gerente do Centro
Comercial El Faro, explicou ao “Linhas de
Elvas” que “esta iniciativa já vem desde
2016”, altura em que “o ginásio Altafit pro-
pôs fazer um evento zumba onde o objec-
tivo era claramente o apoio solidário”.
“Obviamente que o El Faro disse que
sim e abriu as suas portas, porque vêm
ao nosso centro comercial sete milhões
de pessoas durante o ano e seria a me-
lhor montra para darmos este impacto,
através do desporto e da zumba, e poder
ajudar associações”, disse o responsá-
vel.
O Zumbando só não se realizou em
2020, devido à pandemia de Covid-19,
sendo que, nas cinco edições já promo-
vidas, “mais de 2100 participantes dan-
çaram zumba e mais de 16 mil euros fo-
ram doados a cinco associações diferen-
tes”.
“Este ano queremos bater o recorde
com essas mil pessoas ou, se possível,
até superar os mil participantes no Zum-
bando”, referiu Paulo Sérgio Bicho.
Isabel Rolán, presidente da AOEX, lem-
Vila Viçosa
Música, cultura e
religião na Festa dos Capuchos
A Festa dos Capuchos, em Vila Viço-
sa, vai decorrer entre os dias 9 e 12 de
Setembro.
Em termos musicais, o programa con-
ta com R.A.Y.A., Blaya, Renovação 3 e
Miguel Azevedo - O Furacão como cabe-
ças de cartaz.
De acordo com o Município, a Festa
dos Capuchos “é um dos acontecimen-
tos mais importantes na identidade de Vila
Rua de Elvas 96 - 7350-481 São Vicente - Tel 268 611 133
brou que, mesmo com a pandemia, a
associação “continuou a trabalhar”, só
que “as pessoas não ficavam nos hospi-
tais e precisavam de recursos que eram
cedidos, como, por exemplo, camas ar-
ticuladas, colchões anti-escaras e cadei-
ras de rodas”, pelo que “o apoio do
Zumbando é muito importante para con-
tinuar a assegurar esses recursos aos
pacientes”.
O presidente da Câmara Municipal de
Campo Maior, Luís Rosinha, realçou “a
importância destes eventos para a pers-
pectiva da Eurocidade”, assim como o
cariz “solidário” da iniciativa.
“É extremamente importante a partici-
pação dos nossos três concelhos. Da
parte de Campo Maior cabe-nos fazer a
divulgação devida e tentarmos que isto
passe não só a ser um evento importan-
te para a Extremadura como também
para toda a Eurocidade”, afirmou.
Para Ignacio Gragera, alcaide de Ba-
dajoz, o Zumbando é um evento “atrac-
tivo” e “divertido”. O autarca acredita que
Viçosa”.
“É uma tradição que se iniciou em
1863, quase a completar 160 anos de
existência, e que se vive e revive todos
os anos, sem perder os seus costumes
mais genuínos e populares”, refere a
Autarquia.
Esta celebração anual da Festa em
Honra de Nossa Senhora da Piedade dos
Capuchos e do Senhor dos Aflitos marca
86
72
esta será “a maior edição de sempre”.
“Zumbando tem um fim, que é a soli-
dariedade para quem mais necessita, e
é um produto que foi capaz de cativar
grandes instituições e empresas, como
é o El Faro, e diferentes perfis de partici-
pantes, que vão desde grupos grandes
de senhores e senhoras maiores até jo-
vens que participam sozinhos”, frisou.
As inscrições para o evento já se en-
contram abertas, podendo ser feitas nas
páginas das redes sociais do Zumbando,
mediante o pagamento de cinco euros.
No dia 24 de Setembro, a animação
começa às quatro da tarde (hora portu-
guesa), mas as classes de zumba só se
iniciam às 18,30h (hora portuguesa).
Na apresentação do Zumbando estive-
ram também presentes o director-geral de
Desportos da Junta da Extremadura, Dan
De Sande Bayal, o vice-presidente da
Diputación de Badajoz, Ricardo Cabezas
Martín, e o coordenador do evento, Curro
López.
Nuno Barraco
o segundo fim-de-semana de Setembro,
através dos seus espectáculos musicais,
das suas largadas de touros, do seu fogo-
-de-artifício, da sua diversão nocturna e
dos seus eventos culturais e religiosos.
“Mas, acima de tudo, a Festa dos
Capuchos proporciona encontros e reen-
contros que queremos recuperar, depois
dos últimos anos de pandemia”, acres-
centa a Câmara Municipal.
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64
CIMAA lidera
investimentos
do PDCT
A Comunidade Intermunicipal do Alto
Alentejo (CIMAA) anunciou que atingiu
uma taxa de execução de 86% em re-
lação aos investimentos aprovados no
Pacto para o Desenvolvimento e Coe-
são Territorial (PDCT), para o terceiro
trimestre do ano.
A CIMAA, que congrega os 15 muni-
cípios do distrito de Portalegre, assu-
me que é a comunidade intermunicipal
“com maior taxa de execução em todo
o país”.
De acordo com a CIMAA, o PDCT
para aquela região conta com cerca de
40 milhões de euros de fundos contra-
tualizados, que se distribuem por áreas
como o património cultural e natural,
equipamentos sociais, investimentos
em escolas, eficiência energética, mo-
dernização administrativa, apoio às
empresas, entre outros.
Alentejo 2030
abordado em
fórum de reflexão
O presidente da CIMAA, Hugo Hilário,
marcou presença na reunião do Conse-
lho Regional de Inovação do Alentejo
(CRIAlt), convocado pelo presidente da
CCDR Alentejo, António Ceia da Silva.
A sessão deste fórum de reflexão
estratégico teve como objectivo a apre-
sentação da versão-projecto do Progra-
ma Alentejo 2030, bem como a prepa-
ração de um modelo de governação
adequado à concretização dos pressu-
postos definidos pela Estratégia Regio-
nal de Especialização Inteligente (EREI)
2030.
Na sua intervenção, Hugo Hilário sa-
lientou a importância do CRIAlt e dos
seus agentes enquanto fórum de refle-
xão fundamental, que deve ser dinami-
zado e contribuir para a especialização
inteligente do território, tornando-o mais
competitivo, atractivo e plenamente
aproveitador das oportunidades que se
gerarão com o Alentejo 2030.
REPARAÇÃO
AUTO
Felicitamos o semanário
“Linhas de Elvas”
pelo seu 72º aniversário.
Parabéns
e sucesso para o futuro!
 08 Setembro 2022 07

72 Exclusivo edição papel

Mar de gente nas ruas do Alandroal

para celebrar Nª Sra. da Conceição
O que foi voltou a ser. As Festas de
Nossa Senhora da Conceição e o Festi-
val da Juventude, em Alandroal, regista-
ram autênticas enchentes de 1 a 5 de
Setembro, com forte afluência de públi-
co nos espectáculos do fim-de-semana.
A pandemia serviu para catapultar a
vontade do público em conviver, ouvir
música e partilhar momentos nas derra-
deiras noites de Verão. No sábado, 3 de
Setembro, foi o que constatámos ao
depararmo-nos com um mar de gente a
assistir ao espectáculo de Bárbara
Tinoco.
Os habitantes da vila alentejana e fo-
rasteiros uniram-se em redor do Caste-
lo de Alandroal para ver e ouvir o con-
certo da cantora que contou, na plateia,
com a presença da avó e restantes
membros da família que tem raízes no
concelho de Elvas.
O programa dos festejos incluíram,
além dos espectáculos musicais,
cerimónias religiosas, bailes, espaço
discoteca, largadas de touros, torneio de
futebol infantil, convívio piscatório e
garraiada nocturna.
Os espectáculos musicais, integrados
nas festas da vila alentejana, também
se estenderam ao festival da Juventu-
de, que decorreu no interior do castelo.
Pedro Trindade Sena

61
767

68
 08 08 Setembro 2022

72 Exclusivo edição papel

Cidade de Estremoz em peso

nas Festas da Exaltação da Sta. Cruz
As tradicionais Festas da Exaltação
da Santa Cruz, em Estremoz, decorre-
ram de 2 a 4 de Setembro no parque de
feiras e exposições da cidade alen-
tejana.
Os festejos da cidade, promovidos
pelo município e pela Paróquia de Santo
André, com entrada livre, contaram com
as actuações de Toy e do Dj A.G., José
Malhoa e Luís Trigacheiro.
Cerimónias religiosas, animação de
rua, fogo-de-artifício, actuação do Gru-
po de Cavaquinhos de Estremoz e de
grupos de dança, corrida de toiros, des-
files e concertos por bandas filarmónicas
e bailes foram outras iniciativas dos fes-
tejos.
As tasquinhas revelaram-se um su-
cesso, com muita gente, especialmen-
te no sábado, a degustar pratos da
gastronomia da região. Outra aposta foi
dar palco a associações e clubes locais,
mostrando assim à população o que
aprendem ao longo do ano.
Para colmatar a distância entre a ci-
dade e o local onde teve lugar o recinto
das festas, o município disponibilizou
transporte gratuito, junto à igreja de São
Francisco.
Pedro Trindade Sena

60
2

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A entrevista
“A saúde é um estado completo de bem estar
feito à custa de atitudes e actos correctos”
Exclusivo edição papel
Arlete Calais
A saúde, o bem mais precioso que
se pode ter, é um tema que de há 18
anos a esta parte ocupa, de forma
ininterrupta, um espaço no Linhas de
Elvas, assinado pelo Dr. Raul Amaral
Marques. Semana após semana, o
nosso médico assistente comparece
para nos orientar, alertar e esclarecer
sobre as mais variadas doenças. A
medicina no formato informativo e
preventivo é o conceito que se adap-
ta a este consultório de portas abertas,
que tem o propósito de chamar a aten-
ção dos leitores para as práticas que
afetam a saúde, e difundir informações
e recomendações para uma vida mais
saudável.
Dar visibilidade a esta temática, re-
sulta de pensar sobre o modo como
a doença nos molda quando apare-
ce, e como nos ajustamos a ela. E
materializa uma vertente de serviço
público que se tem vindo a revelar
assertiva, tendo em conta a popula-
ridade do trabalho desenvolvido pelo
O Dr. Raul Amaral Marques não sabe
ao certo quantas “consultas” já deu nas
páginas do Linhas de Elvas, mas tem a
certeza de que são mais de 900. Con-
tas feitas, tomando esse número como
referência, e dividindo-o por 50 sema-
nas, dá um total de 18 anos. Escrever
para o Linhas tornou-se um compromis-
so inabalável. Cada fim-de-semana, ao
sábado ou ao domingo, em casa, ou em
qualquer outro local onde se encontre,
reserva uns minutos para redigir a aguar-
dada crónica. Com um histórico de mais
de 900 publicações, e uma regularidade
nunca interrompida, impressiona que
nunca lhe falte assunto. O segredo está
no método que adoptou e que lhe garan-
te que não haja falhas. “Alguns dos te-
mas são repetidos. O que faço muitas
vezes, é actualizar. O critério tem a ver
essencialmente com assuntos que es-
tejam na ordem do dia, com a época do
ano… Agora com o calor, não vamos fa-
lar de constipações . Também falo mais
de questões que tenham a ver com a
minha área, que é pneumologia e
imunoalergologia. Muitos dos artigos
estão relacionados com isso. Tenho fa-
lado muito de Covid, das prevenções, das
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24
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vacinas. Com o aproximar do Outono é
oportuno voltar a insistir nas vacinas da
pneumonia e da gripe. As escolhas têm
muito a ver com o dia-a-dia das pesso-
as”. Falar sobre medicina de forma cla-
ra e simplificada, é um dos cuidados de
que se rodeia. Com uma experiência clí-
nica de 52 anos, 45 dos quais nas es-
pecialidades de pneumologia e imuno-
alergologia, sabe que a mensagem tem
que ser sucinta e objectiva, para poder
captar a atenção do leitor, envolvendo-o
e sensibilizando-o para as boas práticas
que o impeçam de vir a ficar doente. Para
Raul Amaral Marques o jornal é uma ja-
nela importante no campo da medicina
preventiva. “Prevenir é vital. Estar um
passo à frente da doença, antecipa-la.
Penso que nas escolas, mais que ensi-
nar os médicos a tratar os doentes, de-
viam ensinar os médicos a prevenir as
doenças e a educar as pessoas para não
ficarem doentes. Nós aprendemos a tra-
tar de doenças, mas acima de tudo,
devíamos aprender a evitar que elas apa-
recessem, porque a saúde é um estado
completo de bem estar precisamente
feito à custa de atitudes e actos que
Raul Amaral Marques
sejam correctos, que sejam saudáveis”.
Ao abrigo desta definição, o nosso mé-
dico defende uma utilização criteriosa
dos medicamentos e um equilíbrio de
atitudes, posição que transparece nos
artigos que redige. “Estamos sempre a
dar medicamentos. Muitas vezes uma
pessoa chega com febre, e prescreve-
-se um antibiótico. Nem sempre é
correcto. A febre não se trata com anti-
bióticos. Existem também muitos mi-
tos. Por exemplo os ditos grupos
negacionistas, que andam por aí. Ago-
ra, é em relação à Covid e às vacinas.
Está mais que demonstrado, há mais de
100 anos, que as vacinas fazem muito
bem, salvam vidas e até conseguem
erradicar doenças como a varíola e o
sarampo. Actualmente o sarampo recru-
desce. Era uma doença que estava pra-
ticamente extinta e que voltou, precisa-
mente pelos negacionistas, que se re-
cusam a vacinar os filhos. Nessas po-
pulações vão surgindo casos. E depois
vão infectar os outros. Existe uma gran-
de falta de educação”
O olhar crítico e preocupado do mé-
dico demora-se também sobre o Servi-
Maria Elvira Belmiro
Unipessoal, Lda.
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08 Setembro 2022 09
11
72
Dr. Amaral Marques, que fideliza um
grande número de leitores. É por isso
que, no momento em que celebra-
mos os 72 anos de vida do jornal, qui-
semos dar um brilho especial à co-
luna da saúde, plena de informação
importante. Deixando o conteúdo a
cargo de quem sabe, e devotos do
que vale a pena continuar a ler, diri-
gimos a atenção para o Dr. Amaral
Marques, com quem nos cruzamos
semana após semana, sem chegar-
mos a vê-lo. Por tudo o que nos trans-
mite, pela curiosidade que nos sus-
cita e com o objectivo de o conhecer
melhor, fizemos-lhe o convite para
uma conversa que inclui a medici-
na, mas que vai para além dela. Des-
cobrimos um homem multifacetado,
que embora centralizado na profis-
são, vive a vida de forma intensa, alu-
miado por várias paixões: a nature-
za, a lua, o mar, os relógios de cor-
da, os carros antigos, a fotografia, a
escrita e a família.
ço Nacional de Saúde. Apoia-se nas
estatísticas para sublinhar apreensão
pelo “estado a que chegou o SNS. Cada
vez se morre mais. A mortalidade infan-
til também está a subir. Antigamente
havia carreiras médicas, as pessoas iam
progredindo por valor. Havia concursos
que eram bastante apertados. Apareci-
am muitos candidatos e os lugares dis-
cutiam-se por décimas. Agora não. As
pessoas são nomeadas por terem um
cartão de um partido político. Está tudo
a correr mal na saúde. Quem governa já
está lá há muito tempo e já teve mar-
gem para fazer uma coisa bem feita”.
A medicina como uma
opção de carreira e
de vida, com Portalegre
inesperadamente
no circuito
Raul Amaral Marques é natural de Lis-
boa, com raízes familiares na Beira Alta,
em Mangualde. A opção pela medicina
continua »»
59
 10 08 Setembro 2022

» continuação
“ Nas escolas, mais que ensinar os médicos a tratar os doentes, deviam ensinar os
médicos a prevenir as doenças e a educar as pessoas para não ficarem doentes 72

resulta da ocorrência de dois factos. Um
deles é no mínimo curioso e parece en-
caixar-se na categoria de profecia. Terá
sido o avô paterno a intuir, vaticinando,
que o neto se tornaria doutor. Fala do
avô como sendo “um homem muito di-
nâmico, que tinha uma fábrica de
lanifícios e o primeiro armazém do país
daquela indústria”. A convivência com o
antecessor foi breve, e não lhe deixa
memória clara, já que teria apenas três
anos quando o avô morreu. Mas sabe
que “dos quatro ou cinco netos, o único
de que tinha uma fotografia era eu. E
costumava dizer aos amigos: ‘este é o
meu neto, que há-de ser doutor’. Dizia
isto a toda a gente, ao ponto de em
Mangualde, quando era miúdo, me cha-
marem ‘senhor doutorzinho’. Penso que
ficou algo daí”. O outro factor que o le-
vou a tornar-se médico prende-se com
um problema de saúde que viria a ter
por volta dos seis anos de idade. “Tive
um problema cardíaco, uma daquelas
doenças congénitas que desaparecem
com a idade. Fui tratado precisamente
no hospital onde terminei a minha car-
reira, o Pulido Valente, que na altura ti-
nha a designação de Sanatório Dom
Carlos. Havia lá uma boa equipa de
cardiologia e eu fiquei ligado ao trabalho
que desenvolviam. Ia lá com alguma re-
gularidade fazer alguns exames, uns
eletrocardiogramas que na altura eram
uma coisa super avançada, que só se
fazia em dois ou três sítios. Ficava fas-
cinado e penso que o bichinho nasceu
aí”. Tornar-se cardiologista foi uma deci-
são que adquiriu contornos reais, quan-
do ingressou na Faculdade de Medicina
de Lisboa. Mas o convite de um dos pro-
fessores, para ir trabalhar nas áreas da
pneumologia e da alergologia, em que
se viria a especializar, iria desviá-lo do
propósito inicial. O começo da carreira
seria no Hospital de Santa Maria e de-
pois no Hospital Pulido Valente, na al-
tura um importante sanatório onde se
trabalhava afincadamente contra as do-
enças pulmonares, em particular a tu-
berculose, que ainda tinha uma forte
expressão. “Integrei uma equipa chefia-
da pelo prof. Ramiro Ávila. Eu, conjunta-
mente com ele, desenvolvemos um
projecto pioneiro que durou praticamen-
te até eu me ir embora. O hospital Pulido
Valente era o grande centro pneu-
mológico de Lisboa”
A notoriedade que alcançou logo nos
primeiros anos de serviço viria a dar-lhe
o passaporte para Portalegre. “ O depar-
tamento onde eu trabalhava, no Hospi-
tal de Santa Maria, era dirigido pelo Pro-
fessor Tomé Vilar. Fui convidado por dois
médicos de Portalegre, o Dr. Emílio
Moreira que era director do Sanatório, e
o Dr. Amorim Afonso, responsável pela
Caixa de Previdência (a ARS da altura),
para ir ajudar, porque havia muitas pato-
logias respiratórias, muitos doentes com
alergias, e também casos de tuberculo-
se. Pediram-me para colaborar com eles
indo com alguma regularidade a Porta-
legre”. Desta forma viria a ser constituí-
da uma equipa de pneumologia “que
dava um apoio especializado aos doen-
tes”. Numa altura em que as especiali-
zações não estavam implementadas em
todo o país, a pratica corrente era enviar
os doentes para as unidades dos gran-
des centros urbanos. O hospital de
Portalegre foi o primeiro do país “pela
mão do Dr. Amorim Afonso, a ter espe-
cialistas de alergia, dermatologia,
alergologia, pneumologia e gastroentero-
logia”. Isso demostrava a assertividade
de inverter a lógica tornando-se evidente
os benefícios de fazer deslocar para o
interior os médicos especialistas, ao in-
vés de enviar os doentes para fora. Raul
Amaral Marques recorda que nessa al-
tura também foi “ trabalhar para a Caixa
de Previdência. Com a abertura do hos-
pital novo, fiquei ainda ligado à área dos
cuidados intensivos. A unidade de
Portalegre foi a primeira do país”. Sali-
enta que estes acontecimentos se re-
portam a finais dos anos 70 e início da
década de 80 do século passado, colo-
cando em evidência uma época de de-
senvolvimento de valências na área da
saúde, no distrito de Portalegre. “Foram
tempos de evolução. Havia muitas novi-
dades e poucos teriam conhecimentos
para lidar com as máquinas. Eu dispu-
nha dessa habilitação e passei a dar um
apoio regular, principalmente na parte
respiratória”. Com o decorrer dos anos
a resposta clínica foi-se alterando. “Por
razões políticas, ou não, decidiram aca-
bar com estes acordos com os médi-
cos especialistas no distritos, mas eu
fui ficando por Portalegre. Convidaram-
me para fazer consultas num consultó-
rio particular”. A ligação ao SNS iria
manter-se através do Hospital Pulido
Valente. Foi lá que o médico se aposen-
tou, passando a estar e exclusivamen-
te ligado ao privado, tanto em Lisboa
como em Portalegre. “Continuo a dar
consultas em Portalegre e tenho uma
equipa médica que dá apoio, na parte
do sono, em Campo Maior e Avis”. O
somatório de anos dedicados à medici-
na continua a aumentar, e a rotina de
trabalho do nosso médico assistente não
dá sinais de abrandamento. “Sempre fui
habituado a trabalhar. Quando fui para
Santa Maria o meu patrão, que era o Prof.
Tomé Vilar, era a pessoa que chegava
mais cedo ao serviço, ainda não eram
oito horas. Quando me mudei para lá
passei a ser a segunda pessoa a che-
gar mais cedo. Passado alguns tempos
comecei eu a chegar antes do Profes-
sor Tomé Vilar. Levanto-me todos os dias
por volta das cinco da manhã. A partir
das sete horas estou a trabalhar. E tra-
balho até às nove ou dez da noite. Tra-
balho muito porque sou apaixonado pela
minha profissão. Mas também gosto de
fazer outras coisas”.
Os gostos que
correm em paralelo
com a medicina
O leque abrangente de gostos do Dr.
Raul Amaral Marques contrasta com a
afirmação que não nos surpreende: “so-
bra-me pouco tempo nos meus dias”.
Quando nos lançamos na tarefa de ave-
riguar a forma como se ocupa quando
despe a bata e pousa o estetoscópio,
ficamos abismados com a gestão ma-
gistral que faz do tempo. Esse talento
talvez resulte da primeira paixão que nos
desvenda. “Gosto muito de máquinas, e
tenho uma paixão muito grande por re-
lógios. Não dos de pilhas. Comecei já
há muitos anos a colecionar relógios de
bolso, daqueles antigos que se usavam
nos coletes. Tenho uma colecção
temática, constituída por mais de 450
exemplares. Existem outros que não
funcionam, mas estes estão em perfei-
tas condições”. A paixão e o conheci-
mento estão no nível que o habilita a re-
alizar exposições. ”Todas elas didáticas,
onde costumo explicar como se media
continua »»

45

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 08 Setembro 2022 11
“
“ Nas escolas, mais que ensinar os médicos a tratar os doentes, deviam ensinar os
médicos a prevenir as doenças e a educar as pessoas para não ficarem doentes 72

o tempo antigamente, desde os obe-
liscos, que temos nas praças públicas,
até aos relógios de água, de sol, etc.
Tenho dos primeiros relógios de bolso
que foram produzidos”. O cuidado que
Fiat 500 também de 1972 e um 2CV.
Carros que já desapareceram”.
Andar de mota é outra actividade que
não dispensa. “Eu nunca ando de auto-
móvel. Em Lisboa, e muitas vezes quan-
do me desloco para Portalegre, vou de
mota. É uma maneira de manter o meu
equilíbrio e os meus cinco sentidos
activos. É um meio de transporte peri-
goso. Se na estrada não é muito com-
plicado, andar na cidade, com o trânsito
que existe, apela a estar em alerta to-
tal. É um estímulo aos sentidos e ao
equilíbrio”.
A fotografia é mais uma das paixões
do Dr. Raul Amaral Marques. Tal como
os relógios, os retratos que faz também
que ainda é nossa. A partir dos meus 30
e tal anos, com a morte dos meus avós,
deixei de lá ir com frequência”. Confes-
sa que desde esse momento, o Alentejo
passou a arrebatar-lhe o fascínio. “O
Alentejo diz-me praticamente tudo. En-
canta. Tem umas cores únicas, tem es-
paço. Na Beira Alta estamos cercados
por montes e montanhas. A casa que
tenho em Portalegre está situada na
Serra de São Mamede, que me serve de
contraforte, a dá muita paisagem. Mas
depois, quando olho para poente e para
sul, tenho toda aquela baixa que vai por
ali fora, até Estremoz, em que não há
nada, só a Serra D’Aires, em Monforte.
Chega-se ali e só se vê mundo, espa-
ço”. É o Alentejo em metamorfose com
a sucessão das estações, detendo-se
particularmente no Outono, pelas cores
que a Natureza oferece, matizada em
tons de verde, castanho e vermelho que
frequentemente lhe inspiram o lado poé-
tico.
Tudo o que o nosso médico assisten-
te é, não colide com o pilar mais estru-
tural que reservou para o final da con-
versa que manteve connosco, que su-
gere a importância que os dois filhos e
os três netos ocupam na vida que dedi-
ca essencialmente a cuidar dos outros.
Nós incluídos.

estes mecanismos exigem, apela a al-
gum investimento de tempo. “Precisam
de ser lubrificados, porque são máqui-
nas. Tenho que lhes dar corda, tarefa que
faço de vez em quando e que demora
cerca de uma semana”.
O instrumento que mede o decurso
das horas não o fascina apenas pela
*
são mostrados em exposições. “Talvez
tenha até feito mais exposições de foto-
grafia. Já realizei individuais e colec-
tivas”. Sublinha que não faz “retoques
Folha vermelha
nas fotos”. Aponta a objectiva “principal-
mente a coisas relacionadas com a Na- Foi mudando a cor do vestido que usava,
tureza, desde flores até ramos de árvo- Agora vermelha, da cor de desejo;
res. Gosto muito do nascer do Sol, do De noite dormia, de dia sonhava,
pôr do Sol e às vezes espero o nascer Na árvore de outono, deste Alentejo.
da Lua cheia. Vou para a janela para a
fotografar. Vou fazendo fotos muito boas.
Esperando, com tempo, o bailado do vento
Não gosto de fotografar pessoas. Se vou

mecânica em si, mas também pelo sim-
bolismo. “O tempo é precioso, e nem nos
damos conta de como o gastamos mal.
Perdemos muitas horas com coisas que
não têm importância. Acho que devemos
andar sempre medidos na história do
tempo”.
Antecipa-se para nos confidenciar:
“gosto muito de olhar para o Céu, de ver
os astros”. Retorquimos que entende-
mos que sendo um homem da ciência,
é normal que se interesse pela astrolo-
gia. “Sou um curioso. Tenho um fascínio
pela Lua. Acho que tem muito a ver co-
migo. Até o meu nome, observado de trás
para a frente, lê-se LUAR. O racionalismo
romântico que a Lua parece despertar-
Raul Amaral-Marques
para a cidade gosto de retratar edifíci-
E dando um adeus, em despedida final,
os, e prefiro fazer uma rua onde não haja Subindo no ar, num derradeiro alento,
pessoas, para captar a estética, a Caindo no chão, vermelha, mortal.
arquitectura”.
O mar é outro pilar na vida do nosso Aparentemente morta, de vermelho vivo,
médico assistente. “Adoro o mar. Em- A estrada de cor parece de vida,
bora não seja pessoa de praia. Vou para Como sangue que corre, com força, activo
o Algarve e nem sequer ponho o pé na Neste Outono triste, mas de cor garrida.
areia, mas adoro andar de barco, princi-
palmente de barco à vela. Sou um
velejador. Tenho um amigo que tem um
veleiro. Dos melhores momentos que 14
posso desfrutar é ir até Cádiz, como já
fomos. Ou Gibraltar, ou fazermos a cos-
ta portuguesa de Lisboa até ao Algarve.
O mar proporciona a largueza de vistas
e inspira-nos em muitas coisas, porque NOTAS CULTURAIS
DIREÇÃO REGIONAL DE CULTURA DO ALENTEJO

• Cortejo - Espetáculo que funde em palco o teatro e a dança contemporânea,

interpretado por Baldo Ruiz e Paloma Calderon, será apresentado nos dias 8, 9 e 10
de setembro, em Sines, Vila Nova de Santo André e Santiago do Cacém,
respetivamente, às 21h30, no âmbito do Litoral EmCena, projeto intermunicipal orga-
nizado por AJAGATO, em parceria com os municípios de Sines e Santiago do Cacém.
Os ingressos encontram-se disponíveis para aquisição durante a semana do espetá-
culo. + info.: www.gatosa.net

• FEMeeting: Mulheres em Arte, Ciência e Tecnologia 2022 - A conferência FEMeeting,

-lhe, fá-lo vê-la como um astro lumino-
so que o encantou desde os princípios
da sua existência. “Contaram-me que
quando eu era pequenino, a primeira
palavra que disse, numa noite em que
caminhava com o meu tio foi: olha a lua.
E de facto sinto-me ligado a ela”.
O gosto por máquinas empurrou-o para
outro tipo de colecionismo, o de carros
antigos. “Tenho um Citroen Arrastadeira
de 1949, um Boca de Sapo de 1972, um
o mar é tranquilo, é amigo, mas ao mes-
mo tempo também é traiçoeiro e perigo-
so”.
Esta observação da beleza e da força
do oceano, como nos explica, serve
muitas vezes de inspiração para outro
dom que tem: o da escrita. Não são só
as crónicas sobre saúde que nos dedi-
ca semanalmente que lhe motivam a
verve. A prosa, os ensaios, o romance e
a poesia, também o estimulam. “Tenho
muitas coisas escritas. Agora estou a
escrever uma obra que intitulei: ‘O miú-
do que eu sempre gostei de ser’. Conto
passagens da minha juventude. O tem-
po de praia na Figueira da Foz, na Praia
das Maçãs, na Praia de Carcavelos.
Depois a ida para a província, para
Mangualde. Ia sempre para casa dos
meus avós. Adorava e adoro aquela casa
evento internacional criado no Alentejo (Odemira), conta com a sua 4.ª edição, de
12 a 17 de setembro: em Lisboa, no Instituto de Medicina Molecular (dia 12) e em
Évora, no Mosteiro de S. Bento de Cástris (dias 13 e 14) e na Fundação Eugénio de
Almeida (de 15 a 17 set.). Esta iniciativa reúne mulheres que trabalham na interseção
da Arte, Ciência e Tecnologia e partilham, nestes dias, a sua experiência através de
palestras, workshops, exposições e performances. Org.: FEMeeting - Cultivamos Cultu-
ra, Direção Regional de Cultura do Alentejo, Fundação Eugénio de Almeida, Instituto
de Medicina Molecular João Lobo Antunes, Leonardo (MIT Press). + info.: femeeting.com
• ‘Natureza Morta’, de José M. Rodrigues - Exposição de fotografia que inaugura dia
16 de setembro, às 18h, agora em Avis, na Biblioteca Municipal José Saramago, onde
ficará patente até 31 de outubro, de 2022. A convite da Direção Regional de Cultura
do Alentejo, José M. Rodrigues, fotógrafo do Alentejo, Prémio Pessoa, registou através
da sua abordagem artística uma situação que a todos afeta, sobretudo a partir de
2017, a profunda alteração da paisagem em contexto de práticas agrícolas que
levaram à destruição sistemática de património cultural região. Org.: DRCAlentejo
com a parceria, em Avis, do respetivo Município - Financ.: Interreg/Projeto
Magalhães_ICC + info.: 242410089 - www.cultura-alentejo.pt
• "Muito ajuda o que não atrapalha" - Produção da Baal17 - Companhia de Teatro
vai estar em Castro Verde e Almodôvar, nos dias 16 e 20 de setembro, respetivamente,
às 21h30. Neste espetáculo de rua, “quatro aspirantes a guias turísticos apresentam
as melhores experiências que se pode imaginar. (…) Agora querem pôr à prova as
suas ideias mirabolantes. O que é o Turismo para todos? Pois...bem...quer se dizer...”.
Esta produção insere-se no Projeto "Rotas sem Barreiras", promovido em Portugal pelas
associações de desenvolvimento local Esdime, Terras Dentro e Vicentina, financiado
por PRODER e LEADER. + info.: 284549488 - www.baal17.pt/
12 08 Setembro 2022

Elvas
72
Centenas na festa do ano. Remember

Exclusivo edição papel

Pedro Trindade Sena

A Discoteca Europa ainda existe na Rua Nova da

Vedoria, no centro histórico de Elvas, mas lembrar o
auge deste espaço só acontece uma vez por ano e
poucos são aqueles que resistem a ficar em casa da
geração que viveu a época dourada da música dos anos
80 e 90.
Foi o que sucedeu na noite de sábado, 3 de Setem-
bro, para domingo. A festa correspondeu ao desejo de
centenas de pessoas que marcaram presença no recin-
to exterior alargado do Moto Clube Alentejano.
Em meia-dúzia de linhas se resume boa parte da re-
ceita de sucesso de uma festa "remember", que recor-
da o passado, mas seria injusto não falar da autentici-
dade do evento sem perceber que o mesmo é feito hoje
pelos DJs residentes da altura e de uma organização
eficaz e moderna nos vintes do século 21.
António Gama, Luís Badalo, Luís Calhau e Tozé Cas-
tanho, sem esquecer Jorge Chinita que faleceu há uma
década, mantiveram alta a fasquia de ano após ano
 08 Setembro 2022 13

Europa à pinha
72

continuar o conceito de trazer à memória a música e o

ambiente vivido no espaço nocturno.
A lotação aumenta de ano para ano para acolher um
público cada vez mais abrangente em idade. Parece
que ninguém quer falta à festa nem mesmo aqueles
que já não se recordam do emblemático Volkswagen
Carocha que era ex-líbris na decoração do espaço.
De lá para cá mudaram-se hábitos, o vinil e os
walkmans de cassetes deram lugar à música vendida
em plataformas digitais, os isqueiros são uma raridade
e o tabaco aquecido ganha terreno. A geração de então,
hoje designada por "X", também se transformou. A ca-
reca ou cabelos brancos e as rugas mais proeminentes
são a prova viva que os tempos mudaram e os sorrisos
provam que a passagem do calendário valeu a pena.
A festa Remember Europa resiste, ultrapassou a
pandemia e para o ano pode fazer vento, a setlist repe-
tir-se que nova enchente tornará especial essa noite de
2023.

53
 14 08 Setembro 2022
Gabriel Vissio transformou aventura, que começou há 11 anos, num modo de vida
Volta ao mundo em mota de 125cc
Exclusivo edição papel
Nuno Barraco
Gabriel Vissio, um argentino de 51 anos
que está a dar a volta ao mundo numa
Yamaha de 125cc, esteve em Elvas en-
tre domingo, dia 4, e terça-feira, 6 de
Setembro.
Depois de ter estado em Avis, onde
participou num “encontro de viajantes”,
Gabriel aproveitou para passar pela ci-
dade Património Mundial antes de seguir
para Faro.
Para além de ficar a conhecer o Moto
Clube Alentejano (MCA), que o acolheu
durante estes dias, o aventureiro argen-
tino teve ainda oportunidade de visitar
Elvas.
“Muita gente disse-me que era uma
cidade histórica e muito bonita. Então vim
para isso. Na realidade, é muito bonita.
Conheci, por exemplo, os fortes e gostei
muito”, afirmou ao “Linhas de Elvas”.
Natural de Mendoza, Argentina, Gabriel
Vissio começou esta “aventura” há “11
anos”. “No dia 11 de Setembro vai fazer
exactamente 11 anos que iniciei esta vi-
agem”, precisou.
Os primeiros quatro anos foram pas-
sados a percorrer a América, partindo
depois para a Europa. “No Alasca colo-
quei a mota num contentor e mandei-a
para a Alemanha, começando a visitar
países europeus”, contou.
Gabriel Vissio disse ainda ao nosso
jornal que esta viagem “começou por ser
uma aventura”, mas “acabou por trans-
formar-se num modo de vida”.
“Com cinco ou seis anos já sabia no
mapa onde estava cada país do mundo,
a capital e as bandeiras. Se me pergun-
tavam o que ia fazer quando fosse gran-
de, eu respondia: viajar”, frisou.
O Moto Clube Alentejano
acolheu o aventureiro
argentino nesta
passagem por Elvas
JOÃO BEÇA
MONTAGENS
E REPARAÇÕES ELÉCTRICAS
Tel.: 268 624 821 * Tlm.: 963 012 910
Rua da Bélgica, lote 41 Fracção C
Zona Industrial | ELVAS
46
72
Quando decidiu dar a volta ao mundo,
Gabriel Vissio “não tinha mota, não tinha
dinheiro nem tinha trabalho”. Então en-
controu “um emprego” e começou a “pou-
par dinheiro” para “comprar uma mota
pequena”.
“Para comprar uma mota grande preci-
sava de anos de trabalho. Na Argentina
os veículos são muito caros. Então ad-
quiri esta mota”, explicou.
Outra particularidade desta aventura é
que Gabriel Vissio iniciou viagem prati-
camente sem dinheiro.
“Comecei com dois mil dólares, sem
cartão de crédito e sem patrocínios. Com
esse dinheiro não conseguia fazer nem
a volta à Argentina. Fiz muitos trabalhos,
desde pintar casas a ajudante de pedrei-
ro, aprendi a fazer pulseiras e contei com
a ajuda dos moto clubes e de motociclis-
tas. Foi assim que consegui viajar tudo
isto”, referiu.
“Às vezes tenho de parar para ganhar
algum dinheiro e depois continuar. Em 11
anos, com dinheiro, podia fazer 11 vol-
tas ao mundo, mas da maneira que eu
viajo é diferente”, acrescentou.
Questionado sobre o tempo que perma-
nece em cada país, Gabriel Vissio res-
pondeu que “depende de muita coisa”.
“Depende se tenho dinheiro para atra-
vessar o país. Às vezes tenho de ficar
mais tempo para trabalhar. No entanto,
nunca atravesso um país num dia ou dois.
Tento sempre conhecer os locais que vi-
sito. Por outro lado, há países mais pe-
quenos e outros maiores. No Brasil, por
exemplo, fiquei oito meses e meio, mais
ou menos. Depois há países como o Gabriel Vissio com “La Niña”
Liechtenstein, que pode ser atravessado
em meia hora, mas, mesmo assim, não “La Niña”, tem sido a sua companheira que consigo continuar a viagem”, subli-
fico só umas horas ou um dia”, esclare- nesta viagem e nela transporta “dois pa- nhou.
ceu. res de calças, três ou quatro t-shirts, uma Gabriel Vissio também já publicou um
A Yamaha YBR 125, que baptizou de tenda, uma rede, o fogão para cozinhar, livro, onde relata “a primeira parte da via-
ferramentas e algumas peças para a gem, entre Argentina e Alasca”.
mota”. No que resta de ano, o objectivo é “fa-
“Quando se viaja com dinheiro é dife- zer apresentações nos moto clubes e
rente, porque dorme-se num hotel e noutros locais para tentar ganhar um pou-
come-se num restaurante. Quando se co de dinheiro e ir para África no próximo
viaja sem dinheiro, tem de se cozinhar e ano”.
arranjar locais para dormir. Então são “Se tudo correr conforme planeado, vou
necessárias todas essas coisas”, disse. escrever a segunda parte, sobre a Euro-
Apesar dos milhares de quilómetros pa. Depois a terceira será sobre África”,
que já tem nas rodas, é com esta mota revelou.
que Gabriel Vissio tenciona terminar este Totalmente empenhado no seu propó-
desafio. sito, a única contrariedade que, ao longo
“Se alguém me desse uma mota mai- destes 11 anos, o obrigou a parar foi a
or, eu aceitava mas vendia-a e continua- pandemia de Covid-19.
ria com 'La Niña', só que com mais di- “Quando fui para Lanzarote, nas Ilhas
nheiro no bolso”, brincou. Canárias, um dia depois de ter chegado
Até ao momento, Gabriel Vissio já visi- fecharam a ilha. Quando consegui sair
tou “cerca de 70 países”, sendo que em da ilha, continuei a viajar por Malta, Itália
Portugal, onde diz sentir-se “em casa”, e França. Regressei a Portugal e fui ao
esteve mais do que uma vez. “Tenho Moto Clube de Faro quando voltaram a
muitos amigos aqui, principalmente em fechar a fronteira com Espanha. Fiquei
Faro. Já visitei o Moto Clube de Faro vá- alguns meses em Faro e aproveitei para
rias vezes e deixam-me sempre ficar lá. terminar o livro. Também arranjei um
Um ou outro membro do moto clube dão- trabalhinho e juntei um pouco de dinheiro
me algum trabalho para fazer e é assim para continuar a viajar”, concluiu.
42 19
António José Matos Cruz
Técnico Fluidos 1643/14-B
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SAC-084/2014
TIMM III TIM00132. Flourados:Flu:.0020
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937 259 802 17

Sociedade
Elvas
Conferência aborda
emprego e contratação
Uma conferência subordinada ao tema
“Emprego e Contratação, Desafios e
Oportunidades” vai ter lugar na próxima
terça-feira, dia 13 de Setembro, no hotel
Vila Galé, numa organização da Associ-
ação Empresarial de Elvas e da empre-
sa Construserv.
A iniciativa decorrerá entre as 9 e as
12,30h e contará com a participação de
empresários e entidades convidadas.
O arranque dos trabalhos está marca-
do para as 9 horas, sendo que a recep-
ção dos convidados está prevista para
as 9,15h.
Crato
GNR detém
e abre processo
a Guarda
alcoolizado
A GNR instaurou um
processo disciplinar a
um militar do Posto de
Gáfete, concelho de
Crato, detido por con-
duzir alcoolizado um
veículo da Guarda, sen-
do interveniente numa colisão com ou-
tra viatura, naquela localidade.
Questionada pela agência Lusa so-
bre este caso, a Divisão de Comunica-
ção e Relações Públicas da GNR ex-
plicou que o militar do Posto de Gáfete
acusou uma taxa de 1,95 gramas por
litro de álcool no sangue.
A GNR indicou ainda que o militar
esteve envolvido numa colisão entre
uma viatura militar e uma viatura civil,
num acidente, na vila de Crato, que re-
sultou "só com danos materiais".
Após o teste de alcoolemia ao mili-
tar, nos esclarecimentos prestados à
Lusa, a GNR explicou que foram cum-
pridas todas as formalidades legais re-
ferentes à detenção do militar.
08 Setembro 2022 15
72
Elvas
Boa-Fé recebe
novo pároco
Segue-se, entre as 9,30h e as 11,15h,
as intervenções de empresários e res-
ponsáveis do Centro de Emprego e For-
mação Profissional de Portalegre, da ACT,
da ASAE, da Segurança Social, do SEF,
da UGT Portalegre e da CGTP.
Após uma pausa para café, a confe-
rência prossegue com um espaço de
debate e reflexão.
O encerramento da sessão está agen-
dada para as 12,30h.
A 1ª Conferência “Emprego e Contra- A posse do novo pároco da Paróquia
tação, Desafios e Oportunidades” conta do Senhor Jesus da Boa-Fé, António
com o apoio do jornal “Linhas de Elvas”. Carlos, está marcada para o próximo
domingo, dia 11 de Setembro, durante
a Eucaristia Dominical, que decorrerá
Dois feridos em despiste excepcionalmente pelas 10,30h.
A cerimónia religiosa será presidida
no cruzamento pelo Arcebispo de Évora, D. Francisco
Senra Coelho.
das Alpedreiras Estremoz
Detidos pela PJ
Duas pessoas sofreram sexta-feira, 2
de Setembro, ligeiros ferimentos na
sequência de um acidente de viação na
por tentarem
Avenida do Dia de Portugal, junto ao cru-
zamento de acesso à zona das Alpe-
matar homem
dreiras, em Elvas. Dois homens, de 38 e 39 anos, foram
O alerta para o despiste de um ligeiro detidos pela Polícia Judiciária (PJ) por
de passageiros, onde seguia um homem suspeitas de tentarem matar outro, de 30,
e uma mulher, foi recebido às 12:01h pelo com uma arma branca, em Estremoz.
Comando Distrital de Operações de So- Em comunicado, a PJ indicou que a
corro (CDOS) de Portalegre. A viatura tentativa de homicídio ocorreu ao final
sofreu danos materiais fruto do impacto do dia da passada quinta-feira, dia 1 de
com um sinal de trânsito e um muro jun- Setembro, no interior da residência que
to à estrada. Os dois ocupantes foram todos partilhavam, na sequência de uma
transportados ao Hospital de Santa Lu- discussão por motivos fúteis.
zia, em Elvas. Segundo a força policial, a vítima “so-
No teatro das operações estiveram 17 freu pelo menos sete golpes cortoper-
operacionais apoiados por seis viaturas dos furantes”, os quais atingiram “as zonas
Bombeiros Voluntários de Elvas e a PSP. abdominal, torácica, cervical e auricular
direita”, permanecendo ainda em
internamento hospitalar.
Já os alegados agressores enceta-
ram “de imediato fuga para parte incer-
ta”, mas acabaram por ser localizados
no Aeroporto de Lisboa, com a colabo-
ração do Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras (SEF), referiu.
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79
 16 08 Setembro 2022
opinião
As Festas do Povo de
Campo Maior devem regressar em 2023?
As Festas do Povo de Campo Maior decorreram pela última vez em 2015. Recentemente classificadas como Património Cultural Imaterial da
Humanidade, as festas só se realizam quando o povo quer. Nos últimos meses, muito se tem falado da possibilidade de os festejos regressarem no
próximo ano. Mas será essa a vontade da população? O “Linhas de Elvas” saiu à rua para saber a opinião dos campomaiorenses.
Glória Azinhais
reformada
Devem sim,
porque já há
muitos anos que
não há e é a
altura ideal. Eu
moro no bairro,
mas costumo ir
para a rua da
Alagoa ajudar.
Embora as ruas
agora tenham
pouca gente, ainda se vai fazendo com
a ajuda da Câmara. É preciso passar
esta tradição aos mais novos. Na rua
onde eu estou há lá umas miúdas e
elas gostam muito de participar.
Tiago
Picão de Abreu
advogado
Nestas férias decidi abandonar o uso
das redes sociais. Impressionou-me ler
num artigo do periódico inglês Catholic
Herald sobre a intensidade da vida literária
dos anos 80 que a existência (então) de
tantos e tão ávidos leitores fazia com que
os fenómenos dos lançamentos de livros,
das críticas literárias e das discussões
em torno dos enredos e dos autores
fossem parte do quotidiano de uma
grande franja da sociedade e não – como
hoje em dia – apenas de um punhado de
eruditos. Ler era normal, era a principal
distracção nos tempos livres. Mas hoje
tudo se resume ao que cabe ou não num
telemóvel. O virar das páginas foi
substituído pelo scroll, sinistra actividade
do nosso tempo em que todos se
comportam como macacos: deslize para
baixo, gosto numa fotografia, mudança
de aplicação, novos deslizes, uns para
baixo, outros para a esquerda…
Em parte pela crítica desse artigo ao
uso desmesurado do telemóvel, em parte
por snobismo (porque o detox cibernético
é que está a dar), desliguei-me nas férias
de tudo: redes sociais e aplicações de
notícias. Que bem que soube ser livre! O
ignorante é feliz, mas o auto-ignorante
ainda mais. E assim consegui atacar
despudoradamente a pilha cada vez maior
de livros comprados ao longo do ano, em
ímpetos consumistas que me surgem
cada vez que descubro uma nova área
do saber. Com a mala para a praia
Manuel Carreiras
aposentado
Eu estou a ver as
pessoas um
pouco entusias-
madas e acho
que devem fazer
por causa do
compromisso que
têm. Estou de
acordo, porque
sempre gostei de
fazer e trabalhar
para as festas. Apesar de haver falta de
gente, quando as pessoas começarem a
mexer isto arranca. O que custa é
começar.
carregada de títulos sobre jacobitismo e
decoração de interiores, fui de férias
alheado de tudo o que se passava no
mundo. Ou quase completamente alhe-
ado, porque levei comigo os únicos
jornais impressos que leio: o Catholic
Herald, já citado, e o Linhas de Elvas.
Diria que com uma publicação britânica
católica e um semanário regional alen-
tejano uma pessoa já fica com uma visão
bem abrangente da actualidade. Não
chego ao ponto daquele excêntrico
aristocrata que o diarista James Lees-
Milne relatava nos anos 40 só ler jornais
do século XVIII (garantindo-lhe que as
notícias eram exactamente as mesmas
de hoje, bastava mudar o nome dos
protagonistas), mas andar em cima de
todas as novidades políticas e sociais não
é para mim. Prefiro antes entregar-me aos
meus jornais – mensal e semanal –,
escritos com outro enfoque, outra gravitas
nos temas, que só o tempo e a ponde-
ração sabem dar.
Tempo para escrever e tempo para ler
são duas coisas perdidas na era dos
palcos digitais. Todos são protagonistas,
têm voz e auditório gratuito e essa
gratuitidade vai reflectir-se na qualidade
da prosa. A escrita já não tem peso, é
Pavimentos
Revestimentos
Torneiras
Móveis de casa de banho
Lava-loiças Materiais de Construção, Lda
Tintas
Sanitários
Blocos / Tijolos
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Maria Tinoco
estudante
Sim, acho que
sim. Eu gosto
das Festas do
Povo, porque as
pessoas convi-
vem mais e
parece que a vila
está mais viva.
Penso que é o
momento ideal,
até porque as
festas foram classificadas como Patri-
mónio Cultural Imaterial da Huma-
nidade. Eu costumo participar na
elaboração das flores e noutras acti-
vidades, como, por exemplo, enramar
as ruas.
O peso da escrita
feita sem pensar, porque tudo está à
distância de umas teclas. A expressão
de ideias e sentimentos banalizou-se e é
tão fácil fazê-lo que acabámos por perder
a noção do que é dito. Ainda que as
nossas palavras causem tanto ou mais
impacto do que se fossem impressas.
O mais recente exemplo desta triste
constatação deu-se no mês passado,
quando já eu andava à volta dos Stuarts,
dos Hanover e de soluções para aprovei-
tamento de espaços pequenos. O empre-
sário elvense José Candeias desabafa no
seu mural do Facebook sobre o provin-
cianismo e o populismo que abundam em
Elvas e o Presidente da Câmara – o
Presidente da Câmara de Elvas – comenta
por baixo “Quem está mal muda-se”. Houve
ponderação na sentença de Rondão
Almeida? Não sabemos, até se pode
conceder que este insulto lhe tenha saído
a quente, no calor de Agosto. Mas isso não
retira (até agrava) o impacto da sua
afirmação no espaço público.
Roça as raias do surrealismo que
tenhamos em Elvas um edil que, qual
sabujo pidesco, fareja e ataca o ciber-
espaço à mínima crítica ao poder
estabelecido. Não bastava a turba furiosa
que já policia os perfis dos munícipes em
83
Voz públic
públicaa
72
Maura Sardinha
doméstica
Eu acho que é o
momento ideal
para se reali-
zarem as Festas
do Povo. Depois
desta pandemia,
seria bom que
houvesse festas,
mas também
podiam dar um
arranjo bem
grande à parte velha da vila. No meu
caso, quando há festas, costumo
ajudar na minha rua (Largo Barão
Barcelinhos) e noutras. Quando me
pedem, estou sempre presente.
busca de dissidentes e que enche as
caixas de comentários de defesas,
direitos de resposta e tempos de antena,
todos bem articulados para um ataque
em várias frentes. Não, agora é o próprio
líder da autarquia a arguir com os
súbditos. Súbditos que, neste caso, são
o dono da maior empresa elvense. Se
fosse para gracejos, dir-se-ia que é a
política de proximidade autárquica levada
ao extremo. Mas isto é bastante sério –
sobretudo considerando a fragilidade do
tecido empresarial local. A ponderação e
a gravitas já damos de barato que não
existam, mas pelo menos o sentido
institucional exige-se que haja em
Rondão Almeida, que não é nenhum
novato na cena política. Um Presidente
de Câmara não pode encarar o seu perfil
de rede social como um diário privado de
uma dama vitoriana. Se é público e tem
público, então é a título de autarca que
escreve e não de cidadão singular. Algo
se poderia aprender com o episódio das
bofetadas que João Soares prometeu
oferecer a Augusto M. Seabra no mesmo
espaço social e que lhe custou a cadeira
ministerial em 2016.
No 72.º aniversário do Linhas de Elvas,
vale a pena pensar sobre o peso da
escrita. E também sobre a liberdade de
expressão, que pelos vistos alguns
querem ver coarctada. Mas sobretudo
sobre o peso da escrita e de quem
escreve, porque um servidor público em
funções age publicamente até em privado
e palavras escritas o vento já não as pode
levar. Aliás, como bem sabia Pilatos, que
não se atreveu a emendar o letreiro da
cruz, apesar da insistência dos judeus:
“Quod scripsi, scripsi” (Jo 19, 22).

editorial
João Alves e Almeida
director
Folheando a história deste sema-
nário, que completou na passada sexta-
-feira, dia dois, 72 anos de vida, é
acompanhar a vida de uma região, quer
nos seus prós quer nos seus contras.
As páginas arquivadas não nos
fazem esquecer o nascimento de
empresas, o surgimento de associa-
ções, a evolução de instituições, a
passagem e obra dos políticos mas
igualmente o declínio de muitos
sectores que foram, em tempos, os
grandes motores económicos das
cidades, aldeias e vilas que nos rodeiam
enquanto espaço geográfico.
Primeiro foram as instituições
militares que deram vida e movimen-
tavam milhares de famílias em torno
dos quartéis. Depois veio o desenvol-
vimento das periferias urbanas cujas
necessidades de mão de obra deram
oportunidade a diversos especialistas
em cofragens, electricidade, cana-
lização, carpintaria, pedreiros e toda
uma panóplia de licenciados em torno
da construção civil. Foram as épocas
de prata de empresas como a Anselo,
os irmãos Escancha e muitos outros
que se lhes seguiram.
A época dourada das exportações
de mármore, dos despachos adua-
neiros, das fábricas de tomate criaram
riqueza de tal forma avultada que
começaram a surgir dezenas de pubs,
restaurantes e cabaret's um pouco por
todo o lado. Até a febre do Bingo fez
furor em espaços diversos, como
Mário Cabeças
professor
O Jardim das Laranjeiras data do
início do século XIX, tendo sido plantado
em 1804. Foi reabilitado em 2009 como
muitos elvenses devem recordar-se. Mas
o que muitos elvenses não saberão é que
“foi galardoado com Louvor Público no
âmbito do Prémio Nacional de Arqui-
tectura «Alexandre Herculano» na
categoria de Espaços Públicos atribuído
pela Associação Portuguesa dos Muni-
cípios com Centro Histórico, não obstante
a intervenção ter sido truncada e a ligação
de articulação urbana com o Jardim
Municipal nunca se ter realizado” (Carlos
Dias, https://jardinshistoricos.pt). Hoje e
58
72 anos a acompanhar
os altos e baixos da sociedade
clubes desportivos e hotéis. O mercado
automóvel cresceu e as principais marcas
abriram portas um pouco por todo o lado.
A riqueza criada, de ambos lados da
fronteira, começou a trazer empresas
nortenhas para Elvas, onde começaram
a comercializar os seus atoalhados, os
seus cobres, os seus turcos. O comércio
elvense rapidamente se converteu ao
novo ouro que, conjuntamente com a
troca de divisas fez enriquecer comer-
ciantes e trocadores de pesetas ao ponto
dos principais bancos pagarem fortunas
por antigos comércios tradicionais para
instalar os seus balcões. Começaram,
assim, a desaparecer drogarias, ourive-
sarias, casas de discos, restaurantes,
pastelarias, lojas de faianças, porcelanas
e cutelaria de grande nível fabricadas em
Portugal e procuradas pela classe rica
emergente de Espanha. Nunca se vivera
tão bem produzindo quase nada. Vinha
tudo feito. Era só vender e...lucrar.
Investimentos locais? Praticamente zero.
Uma nova era surgiu com a entrada na
União Europeia. Se o dinheiro vinha a
rodos, para gáudio e proveito dos
governantes, a livre circulação de bens
começou a declinar Elvas. As toalhas, os
cobres e as “savanas”, made in norte de
Portugal, começaram a ser vendidas do
lado de lá da fronteira, os despachos
aduaneiros reduziram-se praticamente a
zeros e as instituições bancárias
fecharam e abandonaram os seus
edifícios, alguns deles ainda hoje a
apodrecer no Centro histórico. A crise
económica mundial veio, posteriormente,
derrubar as exportações de mármore
já de há um tempo, para quem o observa
ou frequenta ou visita, salta à vista que
uma parte das laranjeiras ou estão secas
e abandonadas à sua sorte, ou estão
sedentas e em vias de secar ou estão
em fim de ciclo… Porque não implemen-
tar nessas árvores um sistema de rega
gota a gota (por exemplo), cujo gasto de
água é bastante reduzido e cujo sistema
é fácil de montar, é barato e portanto
ecologicamente sustentável? Porque não
ir substituindo as laranjeiras que já se
encontram secas (se for o caso) por
outras da mesma espécie? Tudo isto no
orçamento municipal será uma gota de
água no meio de tantos gastos supér-
fluos. Afinal, trata-se de um espaço que
faz parte da paisagem cultural de Elvas,
estando integrado no roteiro dos jardins
históricos do Alentejo. Mas é sobretudo
627
Rua da Alemanha
Lt 48 Fracção B
ELVAS
961 038 135
fazendo tremer toda uma região, de Vila
Viçosa ao Alandroal e a Estremoz. Mas
se alguns concelhos rapidamente se
iniciaram noutras aventuras, dedicando-
-se ao vinho e a outras produções
agrícolas, Elvas continuava a viver da
nostalgia dos tempos áureos vendo os
poucos restaurantes e cafés a encerrar
definitivamente atirando o movimento
cosmopolita urbano para fora de portas.
O fulgor comunitário trouxe, a Elvas e
a toda a região, as piscinas, os espaços
lúdicos e expositivos, arranjou e recu-
perou teatros, monumentos, criou ensino
superior, construiu rotundas, espaços
verdes e esbanjou milhares em cursos
profissionais inúteis. Um fartar vilanagem.
O dinheiro parecia não acabar, pelo que
porque motivo se haveria de produzir se
para comprar um topo de gama bastava
pedir um empréstimo ao banco?
Enquanto isso, aqui ao lado, em
Espanha mas igualmente em Campo
Maior, surgiam fábricas que não só
exportavam como mantinham qualidade
de vida e estabilizavam a vida familiar,
sem sobressaltos e altos e baixos
provocados pela ânsia de comprar e logo
se verá como pagar. Em sentido con-
trário, adegas, lagares, queijarias,
charcutarias começaram a mexer diver-
sos concelhos limítrofes. As tais empre-
sas que viviam do desenvolvimento
provocado pelo comércio e restauração,
como as do ramo automóvel, iniciaram
derrocada semelhante.
Elvas viu-se obrigada, e bem, a apostar
na sua história. A recuperação dos seus
monumentos, ímpares no Alentejo, trouxe
Espaços verdes
uma zona verde que dá mais encanto à
cidade e mitiga os efeitos do calor intenso
do estio alentejano proporcionando as
desejadas sombras refrescantes.
Ainda no âmbito dos espaços verdes,
o executivo municipal deliberou substituir
a relva natural do separador central da
Avenida de Badajoz por, segundo
parece, um material que poderá ser casca
de carvalho ou de pinho. As razões
apontadas são a poupança de água. Não
seria, no entanto, razoável pensar-se
igualmente noutras soluções como a
plantação de arbustos próprios do clima
mediterrânico à semelhança do que se
vê em bermas e separadores de estradas
e que não necessitam de rega? Se
observarmos no separador central da
mesma avenida junto à Quinta das Águias
e Intermarché veremos que de forma muito
08 Setembro 2022 17
72
nova esperança aos seus habitantes.
Iniciaram-se recuperações de edifícios,
surgiram novos hotéis e dezenas de
turismos locais, de habitação e outros
alojamentos da moda. Melhorou e
multiplicou-se a oferta no que concerne
a alojamento e em espaços culturais e
museológicos para ocupar os turistas
durante mais do que um dia. Uma boa
articulação poderia oferecer a quem nos
visita passeios quer a monumentos quer
a adegas, queijarias e outras empresas
especializadas em produtos endógenos
da região. Também daqui poderiam
surgir visitas ao Alqueva, passeios às
serras de Ossa e São Mamede, Marvão.
Algo vai mal em termos de articulação
turística na região. Longe vão os tempos
em que a Região de Turismo de São
Mamede e, posteriormente, o Turismo
do Alentejo dava algumas cartas em
tudo isto.
O fim deste extenso editorial não é,
de todo, clamar pela nostalgia nem ser
derrotista, pois foi elaborado com base
factual. O seu objectivo é alertar que,
para crescer e manter, é necessário
acrescentar algo mais que as opor-
tunidades que a vida nos vai trazendo.
Se agarrarmos nelas e pusermos o
máximo empenho em desenvolver todos
os sectores que podem daí surgir e
deles beneficiar, teremos mais hipóte-
ses de viver sem tantos altos e baixos
próprios, muitas vezes, de factores que
nos são externos.
Editorial é escrito de acordo com a
antiga ortografia
pontual encontramos pequenos arbustos
que não são regados e lá estão a dar um
pequeno apontamento ornamental à
aridez de um separador pintado de verde.
Também temos o caso dos loendros que
são muito usados para o efeito embora,
em separadores mais estreitos, as suas
raízes podem danificar a via alcatroada.
Tornem a cidade mais habitável, mais
bonita, mais verde, mais qualquer coisa
e não menos qualquer coisa. Uma cidade
não deve ser apenas um amontoado árido
de casas sobretudo quando falamos do
Alentejo! É do senso comum que as
árvores, arbustos, etc. tornam as cidades
mais agradáveis e frescas (libertam
humidade, criam sombras, etc.), mais
sedutoras, mais apelativas para quem as
habita ou visita! Façam-se políticas com
sentido comum!
80
40
 18 08 Setembro 2022
Arlete Calais
jornalista
New York Times, Wall Street Journal,
Washington Post, Financial Times, The
Guardian, Le Monde, Corriere della Sera,
El País, Expresso...
São exemplos de jornais de referência
mundial, todos com linhas editoriais
próprias, que determinam a forma como
cada um deles olha para o mundo e o
mostra. Estes gigantes da comunicação
são potalvez os veículos mais expressivos
da importância dos Meios de Comuni-
cação Social no mundo, enquanto
ferramenta democrática indispensável em
qualquer sociedade. A designação de
"quarto poder", associada ao jornalismo
ilustra a influência que os Orgãos e
Comunicação podem exercer. O termo é
assim chamado, com referência aos três
poderes do Estado Democrático (Legis-
lativo, Executivo e Judicial). Daí a
responsabilidade que cada uma destas
instituições deve ter no supremo exer-
cício da actividade que desenvolve, a de
informar para dar conhecimento credível
Filomena Villas Raposo
advogada
Já foram tempos em que o querido mês
de Agosto decorria languidamente em
dias que se sucediam longos e quentes,
convidativos ao descanso e à recuperação
do frenesim do trabalho dos 7 meses
anteriores.
Já se esvaeceu até a memória do
Agosto em que nada acontecia, em que
o País praticamente parava. E em que
os portugueses debandavam dos seus
sítios para as tradicionais férias de Verão.
Entrevendo-se aqui um período auspi-
cioso para os Cofres do Estado come-
çaram a surgir as notificações da
Administração Pública: Segurança
Social, Finanças e tudo o que sejam
contraordenações. Assim se foi
instituindo por parte da Administração
Pública a tradição de notificar os
portugueses e os que aqui trabalham no
querido mês de Agosto.
Curiosamente, tudo se passa como se
as notificações de contraordenações
85
Av da Europa 6 D (cave) ELVAS
tel 268 624 474 fax 268 524 475 email: elvas@centrauto.pt
Feliz Aniversário!
e ajudar a formar opiniões.
Não há quem tenha maior responsa-
bilidade e dever de adaptação à mudança
contínua da sociedade e da vida, para dela
poder dar conta, que a imprensa, inserida
num mundo que lhe é cada vez mais
adverso pela concorrência desleal de
outros meios de circulação de notícias.
Espaços caóticos e desregulados, como
as redes sociais, que são palcos de
contrafacção de tudo, têm sido o principal
óbice e carrasco do jornalismo.
Quem se apoia no jornalismo credível
e nele confia, tem noção do contributo
que está a dar para a verdade informativa
e para a construção de uma sociedade
sã e responsável?
No momento que o jornal Linhas de
Elvas faz 72 anos, órgão que me acolheu
e a quem sou grata por me permitir
exercer com liberdade duas paixões, a
de escrever e a de informar, gostaria que
os leitores pensassem na importância do
lugar que ocupam. Ler é tão importante
como escrever!
Querido mês
de Agosto
estivessem prévia e automaticamente
marcadas para o mês de Agosto! E enfim,
como se os restantes 11 meses não
existissem para o efeito, sendo que já se
nota também, a preferência pelo envio
destas notificações aos cidadãos nas
férias do Natal e passagem de ano.
Ora, o prazo destas notificações
começa a contar desde que são depo-
sitadas nas caixas do correio, correndo-
-se o risco de quando os cidadãos voltam
às suas residências e tomam conhe-
cimento das mesmas, já ter decorrido o
prazo legal para a sua defesa, o que é
impeditivo do exercerem o direito de
contestar. Caso em que só resta uma
solução: pagar o que o Estado exige! e
sem direito a resposta.
Em conclusão: ganham os Cofres e
perdem os cidadãos, numa actuação
manifestamente desigual, despropor-
cional, parcial, injusta e de duvidosa boa-
-fé por parte da A.P.
É caso para nos perguntarmos se a
72
Comecei por falar nos gigantes da
comunicação mundial, enquanto veículos
de informação à escala global. Não
menos importante é o jornalismo de
proximidade. Com 72 anos de vida, o
Linhas de Elvas personifica este "estilo
informativo" que estabelece uma conexão
muito peculiar com os leitores, que se
envolvem activamente e com paixão na
notícia, chamando a atenção para factos,
denunciando situações e até procurando
ajuda para problemas. É para eles e por
eles que o Linhas existe e produz
informação há 72 anos.
Eu que agora ocupo um lugar privile-
giado nesta estrutura, estou em con-
dições de assegurar que, se o Financial
Times foi considerado em 2005 o melhor
jornal do Mundo, em 2022 o Linhas de
Elvas arrebata o galardão de Melhor Jornal
Regional do Planeta. E por quê? Porque
estamos cá os melhores: os que o
escrevem e os que o leem!
Parabéns a nós!
Administração Pública continua subor-
dinada aos princípios da Constituição da
República Portuguesa e portanto, obri-
gada a prosseguir o interesse público, ou
seja, dos cidadãos e não da máquina
administrativa; no respeito pelos seus
direitos e interesses legalmente prote-
gidos e com observância dos princípios
constitucionais da legalidade, da boa-fé,
da justiça, da imparcialidade, entre
outros.
Não seria pois, caso de os cidadãos
se fazerem ouvir para que as notificações
da Administração Pública sigam o regime
das notificações judiciais que em regra
se suspendem em férias judiciais?! É a
única forma de os cidadãos deixarem de
receber estas “prendas” no retorno das
festividades ou das férias do querido mês
de Agosto e de assim, terem tempo e
disponibilidade para se pensar na defesa,
para procurar advogado e especialmente,
para encontrarem advogado disponível
para os defender.
Dr. Augusto Candeias
CONSULTÓRIO DE OFTALMOLOGIA
Chefe de Serviço de Oftalmologia no
Hospital do Espírito Santo de Évora
Marcações diárias após as 14h.
Cidade Jardim, Torre 1 S/L C-Elvas
Tel: 268 629 898 1
Um gesto
invulgar
Tenho dois muito queridos bisnetos
Constituem algo de muitos afetos
Vasco, o mais velho, e o mais novo, Manuel
Dois rapazes muito vivos, maravilhosos
Muito amigos, ativos e garbosos
Mas doces, bem mais doces que o mel.
O momento que aquí vou descrever
É mui difícil ,para mim, de entender
Num ser humano com seis anos apenas
A atitude desta ingénua e tão doce criança
Até fez criar em mim alguma esperança
Dum Mundo melhor com coisas tão serenas.
Uma ação de muita,mas muita singeleza
Mas onde encontro uma enorme pureza
Que me emocionou sinceramente
Foi nobre gesto, muito e muito natural
Talvez alguns o considerem banal
Mas que me deixou o coração ardente.
A cada um deles dei uma nota
Recebi deles beijos e abraços em troca
E não faltou,claro, o “muito obrigado”
Mas achei o Manuel pensativo
Não descortinei, naturalmente, o motivo
Mas tal me deixou muito intrigado.
Com muita doçura, olhou para mim
E com voz pesarosa disse assim:
“Tu já me deste, avô, no outro dia...”
E eu confesso, fiquei estupefacto
Em criança de seis anos é retrato
De amor,de altruismo, de magia...
Claro que a nota lhe foi devolvida
E abracei a criança muito querida
Mas não encontro ainda explicação
Senti-me feliz e com 'ma certa vaidade
Por ter um bisneto com seis anos de idade
A praticar, espontaneamente, esta açao.
Para os pais, não foi grande surpresa
Porque o Manuel, na sua singeleza
Já tem feito muitas coisas iguais
A meninos que não podem brinquedos ter
Ele acha que é p'ra ele um prazer
Dar aos outros o que ele tem de mais!!!
Deixou-me em pensamento profundo
Pensei mesmo que é 'ma liçao para o Mundo
Este gesto de grande ingenuidade
Ficará muito, mas muito bem guardado
Creio mesmo que jamais pode ser olvidado
É que o Manuel tem apenas seis anos de idade.
Velez Correia
48
08 Setembro 2022 19

11
20 08 Setembro 2022

Memórias
72 João Paulo Trancarruas
COMÉRCIO E SERVIÇO DE PNEUS
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Recauchutagem • Calibragem

Elvas antiga
• Alinhamento

Telf.: 268 628 370 * Telem.: 962 576 243

R. de França, Lte 35 - Z. I - ELVAS

46
Rui Jesuíno
técnico superior de história
e património cultural

Flaviano Rodrigues foi um exímio conservador e

violinista, um dos melhores do país no seu tempo.
Natural de Elvas, onde nasceu a 21.12.1892, apenas
com 10 anos frequentou em Lisboa o Conservatório
Nacional. Termina o Curso de Violino com a classificação
máxima em 1911 e no ano seguinte o de Contra-Ponto e
Fuga, com distinção. Concluído o curso no Conservatório,
em 1919 ingressa no seu quadro docente como professor
de violino. Foi fundador da Orquestra Sinfónica Nacional,
onde se manteve até 30 de Dezembro de 1969. Em 1922
foi contratado pelo Governo como solista e diretor de um
grupo musical para dar concertos no Pavilhão Português
da Exposição Internacional do Rio de Janeiro. No ano de
1930 dirigiu a orquestra que actuava no Grande Casino
Peninsular, na Figueira da Foz.
Como compositor, entre dezenas de obras, é ainda
autor do hino do Sporting Clube de Portugal, composto
em 1953, com letra de Ramiro Guedes de Campos.
Na foto: Flaviano Rodrigues num concerto no Club
Elvense, década de 1950.

Ciência & Tecnologia

O céu de setembro de 2022
O quarto crescente é o primeiro evento astronómico
significativo deste mês, tendo lugar ao final da tarde do dia
3. Este astro apresentou-se junto a Antares, uma estrela
supergigante (com 883 vezes o raio do Sol), cuja cor
avermelhada (rivalizando com de Marte) e localização no
céu dão-nos a sensação de tratar-se do coração da
constelação do Escorpião.
Na primeira segunda-feira deste mês celebrou-se o 45º
aniversário do lançamento da sonda Voyager I. Para além
desta sonda fazer parte da missão mais longeva da agência
espacial norte-americana NASA, é o primeiro objeto criado
pela humanidade a entrar no espaço interestelar.
Na noite de dia 6 encontramos o planeta Marte junto de
Aldebarã, o olho da constelação do Touro. Nesta constelação
existem dois aglomerados de estrelas que parecem moscas
a enxamear um touro. As Hiades são um aglomerado de
estrelas situadas na face do Touro, enquanto que as Plêiades
(ou Sete-Estrelo) encontram-se no seu dorso. Este último
aglomerado estelar visitado pela Lua na noite de dia 15.
Neste mesmo dia 15 terá lugar o 5º aniversário do fim da
missão Cassini-Huygens (uma missão conjunta da agência
espacial europeia ESA e da NASA), que terminou com o
mergulho do módulo espacial Cassini na atmosfera de
Saturno. Este planeta será visto ao pé à Lua na noite de dia
8, enquanto que três dias depois o nosso satélite natural já
se terá deslocado até junto de Júpiter.
A seu turno, na noite de dia 10 terá lugar a Lua cheia.
Esta efeméride antecede em dois dias o sexagésimo
aniversário do célebre discurso "Nós escolhemos ir à Lua"
proferido por John Kennedy na universidade de Rice. Este
ficha técnica
discurso recordar-nos na importância da exploração do
espaço e de realizarmos coisas que nos levam a puxar pelo
melhor de nós.
Céu a sudeste pela uma hora da madrugada de dia 10.
Igualmente è visível a posição da Lua nas madrugadas de
dias 8, 15 e 17. (Imagem adaptada de Stellarium)
Continuando a temática lunar, no dia 14 a Lua irá passar
numa direção tão próxima da de Úrano que, em Portugal
continental, a Lua irá tapar esse planeta. De notar que pelas
22 horas (hora continental) a Lua estará ainda tão baixa que
não permitirá uma boa observação do início deste evento.
No entanto pelas 23 horas que tiver uns binóculos ou um
pequeno telescópio, e se encontrar num local relativamente
escuro, poderá ver o planeta Úrano reaparecer do lado escuro
da Lua.
Na noite de dia 16 Neptuno estará em oposição, isto é, a
posição diametralmente oposta à do Sol, sendo a altura em
que este planeta fica mais próximo de nós. Apesar disto, a
observação de Neptuno continuará a requerer o uso de um
telescópio com mais de vinte centímetros de diâmetro. Dez
dias depois será a vez de Júpiter ficar em oposição.
Na madrugada de dia 17 a Lua será vista ligeiramente
acima do planeta Marte. Na tarde desse mesmo dia a Lua
atingirá a fase de quarto minguante.
Por se começarem a encontrar-se em direções demasiado
próximas da do Sol, a meados do mês Mercúrio deixará de
ser visível ao anoitecer, enquanto Vénus deixará de ser
observável ao amanhecer. No entanto Mercúrio irá reaparecer
na última madrugada de setembro.
Às duas horas e quatro minutos de dia 23 o Sol voltará a
cruzar-se com o plano do equador terrestre. A partir deste
instante o Sol passará a ser visto abaixo do equador, daí no
hemisfério norte designarmos este evento de equinócio
outonal. Apesar deste nome só três dias depois e que a
duração da noite será a mesma que a do dia pois, devido a
refração atmosférica o Sol é sempre visto ligeiramente acima
da sua real posição adiantando cada amanhecer e atrasando
cada anoitecer.
A Lua nova terá lugar na noite de dia 25. Duas noites
depois iremos encontra-la ligeiramente acima da estrela
Espiga da constelação da Virgem, enquanto que na ultima
noite do mês a Lua já terá regressado até junto de Antares,
onde esteve ao início do mês.
Fernando J.G. Pinheiro (CITEUC & FCTUC)

| Fundador: Ernesto Alves e Almeida | Director e Editor: João Alves e Almeida

| Semanário reg. 100008 - N.R.E.J. - 224078
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edição: 3800 exs. É proibida a reprodução total ou parcial de imagens e publicidade.
 08 Setembro 2022 21
amaralmarques@gmail.com

haja saúde (903)

Raul de Amaral Marques
médico pneumologista
e imuno-alergologista
Diz-se que estamos com uma Gastro-
enterite quando existe um processo
inflamatório agudo que compromete
os órgãos do sistema digestivo.
A Gastroenterite pode ter a sua
origem numa infecção provocada por
vírus, bactérias ou parasitas que
podem ser transmitidos pelo ar, pelas
mãos em contacto com a boca ou por
intoxicação alimentar.
Como devemos fazer para evitar
sermos atingidos por esta infecção do
sistema digestivo?
O tempo de Verão, o calor, é o mais
propício para que surjam as Gastro-
enterites
O que devemos fazer?
Ter sempre as mãos bem lavadas – é
a regra número um!
Depois, saber quais os alimentos a
evitar e quais privilegiar?
E, também muito importante, temos
de saber o que beber em caso de
Gastroenterite!
Assim, quando estiver perante um
caso de gastroenterite, beba água
Gastroenterite
(tratada!) para compensar as perdas
Se vomita com frequência, não vale a
pena insistir em comer seja o que for. O
importante é beber água (o melhor,
mesmo, é beber uma solução de rehidra-
tação) em pequenas quantidades e tão
frequentemente quanto possível. Com
efeito, as diarreias e os vómitos levam a
perdas importantes de água e sais
minerais que é preciso compensar.
Atenção: não beber bebidas do tipo
coca ou refrigerantes com gás. Estas
bebidas gasosas, muito ácidas, são
muito agressivas para um intestino
fragilizado pela Gastroenterite. Do
mesmo modo, não tocar em álcool que é
muito irritante para o sistema digestivo e
actua como desidratante.
Se a água não se tornar muito apelativa,
beba caldo, água açucarada ou uma
tisana. Uma colher de mel na água pode
ajudar.
Evitar o café, mesmo em pequenas
quantidades. Embora possa ser benéfico
para alguns, a verdade é que o café actua
como irritante para a maioria das pessoas
e agrava a diarreia.
Blog: https://amaral-marques.blogspot.com/
Medicação em caso
de sintomas importantes:
Em caso de sintomatologia importante
convém pedir a ajuda do seu médico.
Quando tal não for possível o seu
farmacêutico poderá dar-lhe alguns
conselhos.
Assim que a fase aguda passar, e que
já se sente com capacidade para comer
alguma coisa, faça as boas escolhas e
comece sempre, muito progressivamente,
por pequenas quantidades.
Alimentos a evitar
em caso de Gastroenterite
É preciso evitar os alimentos gordos e
os que são ricos em fibras, como os
legumes verdes e os frutos frescos, à
excepção da banana (preferentemente
bem madura).
Alimentos a privilegiar:
Podem comer-se pequenas quantida-
des de produtos lácteos, como um pouco
72
de iogurte ou um pequeno pedaço de
queijo processado, em barra ou tipo
flamengo.
Dar preferência aos feculentos, nomea-
damente ao arroz branco, mas também
às pastas.
Tentar pão branco ou cereais sem
açúcar.
Cenouras e feculentos podem ser
acompanhados com pequenos pedaços
de carne magra ou peixes bem cozidos.
As compotas também são acon-
selhadas, mas começando sempre por
pequenas quantidades.
Mas, se as náuseas reaparecem, pare
de comer e espere uma boa meia hora
antes da próxima tentativa.
Os mais frágeis:
Se a doença surge numa criança (em
particular um lactente), ou num idoso, é
preciso muita cautela porque são seres
muito frágeis que desidratam rapidamente.
O ideal é serem acompanhados por um
médico. De qualquer maneira, uma
Gastroenterite que se prolonga no tempo
ou se agrava impõe uma consulta médica.
Evitar a transmissão:
Para evitar uma Gastroenterite e limitar
a sua transmissão, lave as mãos sempre
que possível e que seja necessário,
imperativamente sempre que for à casa
de banho e antes de preparar os alimen-
tos. É uma boa ocasião, também, para
utilizar o gel de álcool.

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segunda segunda, 12
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terça Raul de Amaral-Marques terça, 13
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28 Doenças pulmonares, doenças alérgicas (asma brônquica, rinite), estudo da patologia do
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22 08 Setembro 2022

classificados Sofia Liu assina contrato com o Benfica

À memória de
A jovem futebolista Sofia Liu, formada
em “O Elvas” Clube Alentejano de Des-

Rua Carreira - Arrenda-se

meu marido portos, assinou um contrato de formação
com o Sport Lisboa e Benfica.

Armazém/Loja, qualquer fim. C/30m2 Francisco Alves
- 260E/mês. Tlf 917 212 902
84
Vinte e dois de agosto
Casa - Vende-se
Era o dia do teu aniversário
A prenda que te vou dar
traça antiga c/5 apartamentos e 2 lojas,
São as contas do meu rosário
remodelada, 2 pisos. Tlm 964 276 446
84
Sessenta anos de casados
De felicidade e amor
Só Deus me pode ajudar
A suportar esta dor
Otília Rodrigues
Pires
Quando o Senhor me chamar
Espero que te lembres de mim
F: 02-09-2022
Para dizermos os dois
De 99 anos, natural
de Elvas Que o nosso amor não tem fim
AGRADECIMENTO
Guarda um cantinho seguro
Seus filhos, genros, nora, netos e bisnetos
vêm, por este meio, muito reconhe- Como a nossa casa tinha
Para dizermos os dois
Numa mensagem deixada na sua pá-
gina de Facebook, os azuis e ouro dese-
jam “a maior das sortes” a Sara Liu e an-
seiam que “tudo de bom se concretize
neste grande salto para uma nova etapa”.
A Direcção da Associação de Futebol
de Portalegre (AFP) também felicitou a
jogadora “pela sua capacidade de
trabalho e entrega à modalidade”,
acrescentando que “é com orgulho” que
recebe “uma notícia” que “dá ainda mais
motivação para apostar no projecto
#SouJogadora e investir em todas as
iniciativas que coloquem mais meninas
e mulheres nos nossos relvados e
pavilhões”.
Com esta transferência, Sofia Liu segue
as pisadas de Isabel Velez, Diana
Juvenis de “O Elvas” vencem em Faro
Na sua deslocação ao terreno do
Farense, os juvenis de “O Elvas” ven-
ceram por um golo sem resposta, o qual
foi alcançado no derradeiro minuto do
encontro.
Serafim, Catarina Almeida, Maria Beatriz
Matos e Mariana Grilo, tornando-se a
sexta futebolista da AFP a vestir a
camisola do Benfica.
“O enorme potencial que revelou desde
cedo com a camisola de ‘O Elvas’
rapidamente a catapultou para as nossas
selecções de futebol feminino, onde
agarrou a oportunidade e facilmente
mostrou toda a sua classe e talento”,
salientou a associação.
Com esta vitória, os elvenses conti-
nuam a lutar pela permanência na pro-
va.
No próximo domingo visita Elvas o
Portimonense.

3
cidamente, agradecer a todas as pessoas
que lhes manifestaram votos de pesar Eu sou teu e tu és minha
aquando do falecimento do seu ente
querido.
A todos muito obrigado.

AGÊNCIA FUNERÁRIA RENTE Conceição Alves

TELF: 268 622 259

29
94

Maria de Lurdes João Bernardino Pinto Diamantino Joaquim José

Prim Gonçalves
F: 28-08-2022
De 61 anos, natural
de Elvas
AGRADECIMENTO
Sua mãe, filha e irmãs vêm, por este meio,
muito reconhecidamente, agradecer a
todas as pessoas que lhes manifestaram
votos de pesar aquando do falecimento
do seu ente querido.
A todos muito obrigado.
AGÊNCIA FUNERÁRIA RENTE
TELF: 268 622 259
Rodrigues Mansinho Baptista Mexia Sêbo Carona
1940-2022
F: 02-09-2022
De 62 anos, natural F: 28-08-2022
de Cabeção - Mora F: 04-09-2022
de 82 anos, natural de
S. Brás e S. Lourenço de 83 anos, natural de
Orada - Borba
PARTICIPAÇÃO E AGRADECIMENTO
AGRADECIMENTO AGRADECIMENTO
Sua esposa e restante família, cumprem o
doloroso dever de participar o falecimento Sua esposa, filhos, nora, genro, netos e
Seus sobrinhos vêm, por este meio, muito
do seu ente querido no dia 28 de Agosto, restante família, vêm, por este meio,
reconhecidamente, agradecer a todas as no Hospital de Elvas, aos 82 anos.
pessoas que lhes manifestaram votos de agradecer a todas as pessoas que lhes
Agradecem a todas as pessoas que lhes manifestaram votos de pesar.
pesar aquando do falecimento do seu manifestaram votos de pesar bem como
ente querido. aos que o acompanharam até à sua última
A todos muito obrigado. A todos muito obrigado.
morada.
Um bem haja a todos os profissionais de
saúde do serviço de urgência bem como
da mediciana ala esquerda que o trataram
AGÊNCIA FUNERÁRIA RENTE durante o seu internamento. AGÊNCIA FUNERÁRIA CARRANCA
94 TELF: 268 622 259 94 A todos muito obrigado. 97 268 621 026 / 926 563 934 96

DESDE
2013

Há mais de 20 anos
Adelino Carranca | ao serviço da região

25 26

desporto
João Pedro Rodrigues
venceu Raide Hípico de Santa Eulália
Exclusivo edição papel
Pedro Trindade Sena
O cavaleiro português João Pedro
Rodrigues conquistou sábado, 3 de
Setembro, a XXIII edição do Raide Hípico
Luís Tello Barradas, em Santa Eulália.
Com o dorsal 114, João Pedro Rodri-
gues, que montou M-Fronteira da Tapada,
foi 1.º classificado no CEI1* 100 quiló-
metros em Santa Eulália, completando a
prova com um tempo de 14h44m40s e
uma velocidade média de 18,8km.
João Pedro Rodrigues superou Pedro
Godinho e a cavaleira Mariana Oliveira
que foram, respectivamente, 2.º e 3.ª na
tabela classificativa do CEI1*.
Na prova CEP 80km venceu a espa-
nhola Jenifer Perez Arroba, enquanto
Ricardo Cid ganhou o CEP 40km.
Foram cerca de cinco dezenas de
conjuntos que participam na mítica prova
alentejana de resistência equestre. Como
habitualmente, e com os silos da Cersul
em pano de fundo, o programa arrancou
com as inspecções veterinárias e os
primeiros cavalos iniciaram a prova um
pouco antes das 8 horas.
A competição homenageou o cavaleiro
Jaime Magarreiro, que faleceu recen-
temente num acidente de viação.
As datas,
as homenagens
e o rigor que afasta
"muita gente" dos raides
Ainda pela fresca e entre a saída dos
cavaleiros, junto às inspecções vete-
rinárias, encontramos o rosto do Raide
Hípico de Santa Eulália. Alberto Barradas,
38
Cachorros | Tostas | Hamburguer | Gomas
Menús loucos só no Quiosque Golita
João Pedro Rodrigues completou
os cem quilómetros em 14h44m40s
irmão de Luís Tello Barradas, vive como
ninguém o dia em que a freguesia de
Elvas é 'invadida' por cavaleiros de
diferentes nacionalidades.
Alberto Barradas garantiu que o Raide
voltará, em 2024, ao primeiro mês do
calendário, ao contrário do que sucedeu
nos últimos anos em que a pandemia
alterou a rotina.
"A data de 3 de Setembro, porque em
Janeiro não nos foi permitido fazer devido
à pandemia, foi aquela que estava
disponível e que a Federação nos
proporcionou. Efectivamente não é a mais
adequada porque, além do calor, as
pessoas, a sua maioria, vem de um
período de férias, mas ainda assim
tivemos a felicidade, mesmo não tendo o
número de cavalos que temos noutros
anos, de ter um número bastante aceitável
a rondar os 50 cavalos. Já dá muita
dignidade à prova e ela vai continuar, se
Deus quiser, a ser uma referência no
calendário nacional", explicou.
Apaixonado pela vida rural, a sabedoria
dos seus 76 anos permite-lhe analisar a
actualidade dos raides com uma visão
experiente e do que tem sido a evolução
da modalidade.
O Raide Hípico de Santa Eulália detém
o recorde de participações (127 cava-
leiros) de qualquer prova em Portugal e,
possivelmente, da Península Ibérica se
excluir Barcelona. "Não vamos repetir,
certamente tão depressa, esses números
dadas as dificuldades impostas pela
Federação Equestre Internacional (FEI),
fruto do rigor que exige às competições,
o que afasta muita gente", prevê.
Para Alberto Barradas "desapareceu
aquela gente que vinha a Santa Eulália e
não ia a mais lado nenhum hoje é,
precisamente o contrário, porque quem
aqui vem está também noutras compe-
tições. Não são profissionais, mas
andam lá perto. O raide melhorou
bastante de qualidade, isso é indiscutível,
mas não sou, particularmente, fã das
limitações da FEI", refere, acrescentando
que o cavalo na sua família e geração
"foi sempre respeitado e não precisava
que viesse a FEI com normas absurdas
- e de fundamentalismo até - limitar a
participação dos cavaleiros".
Quanto a homenagens, palavra que
95
08 Setembro 2022 23
72
este ano ganhou dimensão plural devido
à morte recente de Jaime Magarreiro,
Alberto Barradas conta como, logo no dia
do desfecho trágico, se decidiu prestar
tributo ao cavaleiro da Terrugem.
"O Jaime partiu muito prematuramente.
Este ano deu-se esta infelicidade e fez
ontem [dia 2] um mês do seu falecimento.
Pelo valor que lhe reconhecemos, pela
amizade que ele tinha por este Raide e,
também, pelas vezes que ele o ganhou
resolvemos logo, nesse dia e em
contacto com a família, dedicar-lhe esta
prova. É bastante digno de uma home-
nagem deste significado. Foi dos cava-
leiros que mais vezes veio a Santa Eulália
e aquele que mais ganhou o Raide",
explicou.
A competição não esqueceu ainda a
memória de Luís Tello Barradas que,
segundo o irmão, foi um "cavaleiro de
referência e, sem falsas modéstias, o
melhor da sua geração. Faleceu em 1972
e teve o seu esplendor de carreira na
década de 60, período em que ganhou
tudo o que havia para ganhar".
Questionado sobre o futuro, Alberto
Barradas diz que começou logo no dia 3
de Setembro. "Para o ano ainda não é
claro se fazemos no último sábado de
Janeiro ou no primeiro de Junho, mas é
certo que em 2024 voltará a ter lugar em
Janeiro", concluiu.
O Raide Hípico de Santa Eulália é de
cariz solidário constituindo-se como base
financeira da Associação Humanitária
desta freguesia elvense.
Linhas de Elvas comemora 72.º aniversário
O jornal Linhas de Elvas, o mais anti-
go do distrito de Portalegre, celebrou 72
anos de existência, no dia 2 de Setem-
bro, um dia depois de ter publicado a
edição impressa número 3.685.
O semanário regional nasceu em
1950, por iniciativa de Ernesto Alves e
Almeida e mais alguns elementos fun-
dadores. O primeiro director do periódi-
co foi Casimiro Abreu.
Nos 72 anos de publicação
ininterrupta, o jornal acompanhou a re-
volução digital, criando, em 2000, o pri-
meiro site de uma publicação jornalís-
tica no distrito, abrindo também espa-
ço a assinaturas digitais.
Na década seguinte, em 2011, iniciou-
-se a presença nas redes sociais, onde
o jornal se mantém presente com notí-
O Semanário de maior audiência no distrito
cias diárias através de texto, fotogra-
fia, som e vídeo, alguns deles capta-
dos em directo sempre que assim se
justifica.
Se há mais de 20 anos é possível as-
sinar a edição impressa em formato di-
gital, semelhante à versão publicada to-
das as quintas-feiras, desde o ano pas-
sado que o Linhas de Elvas apresenta
também a possibilidade de compra de
notícias pagas avulso, abrindo outra op-
ção aos leitores que, assim, podem,
através de um carregamento mínimo,
subscrever as notícias exclusivas que
suscitam maior interesse.
A sustentabilidade jornalística assen-
ta em valores como a confiança e a re-
lação próxima com o leitor e com os
anunciantes. Agradecemos o apoio que
sempre sentimos para mantermos
intacta a qualidade da nossa informa-
ção livre e independente. Obrigado.
Autarquia felicita
semanário
“A Câmara Municipal de Elvas, nesta
data em que o “Jornal Linhas de Elvas”
completa o 72º aniversário, felicita a
direcção, trabalhadores e colaborado-
res desse semanário, que desenvolve a
sua missão de informar a população.
É com agrado que registamos a pas-
sagem de mais um aniversário, apesar
das dificuldades dos últimos dois anos,
têm conseguido cumprir a vossa mis-
são com rigor e isenção.
Da nossa parte, podem contar com
total colaboração e disponibilidade,
mantendo o relacionamento institucional
profissional e cordial, pelo qual se tem nas as notícias da nossa linda cida-
pautado esta colaboração, desejando de”, referiu.
votos de sucesso na missão que têm O professor João Ribeirinho Leal
pela frente. transmitiu a “muita alegria” pela pas-
Em nome da Câmara Municipal de sagem de mais um aniversário do Li-
Elvas, a que presido e, em meu nome nhas de Elvas. “Foi nas suas colunas
pessoal, as maiores felicidades!”, su- que há quarenta e tal anos comecei a
blinhou o presidente da Câmara Muni- escrever, motivado pelo Jornalista José
cipal de Elvas, Comendador José
Rondão Almeida.
Instituições e leitores
dão os parabéns ao
periódico
Cientes do papel da Comunicação
Social Regional e Local, nas políticas
de proximidade e na promoção da cul-
tura e identidade da Região Alentejo, a
Comissão de Coordenação e Desenvol-
vimento Regional do Alentejo e o seu
Grupo de Incentivos à Comunicação
Social (GICS), felicitam o Jornal Linhas
de Elvas, pelos seus 72 anos de pre-
sença permanente na nossa Região.
“Expressamos ainda a todos os pro-
Picão Tello e sempre com o apoio in-
fissionais desse OCS, as nossas feli-
condicional do seu Pai, o saudoso Jor-
citações e votos de sucesso na sua mis-
nalista e Empresário Ernesto Ranita
são”, vincou o presidente da CCDR do
Alves e Almeida”, vincou.
Alentejo, António Ceia da Silva.
Francisco Rasquilha, num email en-
O director do Museu da Fotografia,
viado ao jornal, disse fazer “votos de
João Carpinteiro, endereçou uma car-
que o Semanário prossiga a sua via-
ta ao jornal na pessoa do director
gem, sempre em rumo certo e não tor-
João Alves e Almeida indicando que
A revista Semana acompanhou dezenas de
edições do semanário. Diversas figuras populares
do concelho foram os destaques principais
“o motivo da missiva é simples.
mentoso, mantendo o padrão a que
Como em todos os dois dias do mês
nos habituou”.
de Setembro, desde 1950, assinala-
Outras centenas de pessoas felici-
mos a data do nosso semanário fun-
taram o aniversário do jornal nas di-
dado pelo teu saudoso pai e dois ou
ferentes redes sociais onde o Linhas
mais três amigos. Fundaram o único
de Elvas está presente.
jornal que nos traz todas as sema-
Outros projectos editoriais nasceram
pelas mãos dos profissionais do Linhas de Elvas.
Revistas de sucesso que catapultaram para a ribalta 72
nomes hoje sonantes da comunicação social nacional