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AVALIAÇÃO DA APRENDIZAGEM
AVALIAÇÃO EM PROCESSO
DA APRENDIZAGEM EM PROCESSO
10

Língua
Língua Portuguesa
Portuguesa
1ª série do Ensino Médio Turma ___________________
1ª série do Ensino Médio Turma __________________________
2º Bimestre de 2019 Data ______ /______ /______
2º Bimestre de 2019 Data _______ / ________ / ________
Escola ________________________________________________
Escola _______________________________________________________________________
Aluno ________________________________________________
Aluno _______________________________________________________________________

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Avaliação da Aprendizagem em Processo ∙ Prova do Aluno – 1ª série do Ensino Médio

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Leia o trecho do romance e responda às questões 01 e 02.

Gabriela, Cravo e Canela


Jorge Amado

[...]

De tudo quanto fazia em Ilhéus, durante suas rápidas estadas, nada agradava
tanto ao coronel Manuel das Onças quanto a conversa matutina com os amigos,
junto da banca de peixe. Naquele dia lhes anunciaria sua decisão de botar casa
em Ilhéus, de trazer a família. Nessas coisas ia pensando pela rua deserta
quando, ao desembocar no porto, encontrou o russo Jacob, a barba ruiva por
fazer, despenteado, eufórico. Mal enxergou o coronel, abriu os braços e bradou
qualquer coisa mas, tão excitado estava, o fez em língua estrangeira, o que não
impediu o iletrado fazendeiro de entender e responder:
– Pois é... Finalmente... Temos sol, meu amigo.
O russo esfregava as mãos:
– Agora botaremos três viagens diárias: às sete horas, ao meio-dia, às quatro
da tarde. E vamos encomendar mais duas marinetes1.
Juntos andaram até a garagem, o coronel, afoito, anunciou: – Dessa vez vou
viajar nessa sua máquina. Me decidi...
O russo riu:
– Com a estrada seca a viagem vai durar pouco mais de uma hora...
– Que coisa! Quem diria! Trinta e cinco quilômetros em hora e meia... Antigamente
a gente levava dois dias, a cavalo... Pois, se Mundinho Falcão chegar hoje no
Ita, pode me reservar passagem para amanhã de manhã...
– Isso é que não, coronel. Amanhã, não.
– E por que não?
– Porque amanhã é o nosso jantar de comemoração e o senhor é meu convidado.
[...]

Disponível em: <http://www.valdiraguilera.net/bu/gabriela-cravo-e-canela.pdf>. Acesso em: 11 abr. 2019.

1
Marinete: ônibus antigo.

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Questão 01

Nesse trecho do romance Gabriela, Cravo e Canela, observa-se o emprego do


discurso direto em:

(A) “[...] durante suas rápidas estadas, nada agradava tanto ao coronel
Manuel das Onças [...]”.
(B) “[...] Naquele dia lhes anunciaria sua decisão de botar casa em Ilhéus,
de trazer a família [...]”.
(C) “[...] Mal enxergou o coronel, abriu os braços e bradou qualquer coisa
[...]”.
(D) “[...] ─ Porque amanhã é o nosso jantar de comemoração e o senhor é
meu convidado”. [...]
(E) “[...] nada agradava tanto ao coronel Manuel das Onças quanto a
conversa matutina com os amigos [...]”.

Questão 02

A personagem Manuel das Onças gostava de ir à banca de peixe para

(A) conversar com os amigos.


(B) anunciar suas decisões.
(C) encomendar marinetes.
(D) reservar passagens.
(E) botar casa em ilhéus.

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Leia o texto e responda à questão 03.

As redes sociais digitais: necessidade ou vício?


Tania Tait - 28/04/2014 – 21:02

Com o advento dos aparelhos móveis e a ampliação dos recursos dos


celulares, a expansão da internet se dá de forma assustadora e seu uso passa
de esporádico para instantâneo. Essa evolução, ao fortalecer o paradigma de
“computador onde a pessoa se encontra, a qualquer hora e lugar”, referindo-
se aos aparelhos móveis, modifica também comportamentos como o chamado
“vício eletrônico”.
Antes, a expressão indicava o vício das pessoas que não conseguiam
se desligar de seus computadores para entrar nas redes sociais, jogar, fazer
comentários ou verificar o que está sendo postado. Hoje, a situação se torna
mais complexa e alarmante. Basta observar ao redor: pessoas caminhando e
usando celular; pessoas em bares e restaurantes que não interagem com outras
pessoas, mas com seus aparelhos. Crianças e adolescentes conectados o
tempo todo. Adultos usando aparelhos de comunicação em festas e cerimônias
formais. Imagens sendo postadas e divulgadas em cada momento. O chamado
vício agora se irradia: as pessoas podem acessar suas informações em qualquer
lugar e horário, pois carregam os aparelhos consigo.
[...]
Destaca-se, por sua vez, o lado fantástico dessa tecnologia que possibilita
comunicação em tempo real, com fotos, imagens e comentários, o que pode
aproximar as pessoas e colocá-las a par dos acontecimentos familiares, de
relacionamentos e de interesse público, mesmo a longa distância. Inclusive
comenta-se que as pessoas nunca escreveram ou leram tanto como após o
advento das tecnologias de informação e comunicação. Não vamos entrar aqui
no mérito do que e de como se escreve, o que tem se tornado preocupação
dos professores e professoras de Língua Portuguesa pela qualidade duvidosa e
pelos incontáveis erros de escrita que circulam pela internet.
Enfim, devemos aprender a dosar o uso das novas tecnologias de
comunicação para que seus benefícios possam ser aproveitados de maneira a
contribuir para a real aproximação e compartilhamento entre as pessoas, com
liberdade e não como escravidão e dominação.

Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/as-redes-sociais-digitais-necessidade-


ou-vicio-8jnamnfke5oj65eam8x5a3d5a/>. Acesso em: 03 maio 2019. (adaptado).

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Questão 03

A autora do texto, Tania Tait, defende a tese de que

(A) as pessoas nunca escreveram ou leram tanto.


(B) é assustadora a forma que se dá a expansão da internet.
(C) a tecnologia é que possibilita comunicação em tempo real.
(D) os aparelhos móveis modificam os comportamentos dos usuários.
(E) é necessário dosar o uso das redes sociais para evitar a dependência.

Leia o trecho do romance e responda às questões 04 e 05.

Memórias Póstumas de Brás Cubas


Machado de Assis

Capítulo II / O Emplasto

Com efeito, um dia de manhã, estando a passear na chácara, pendurou-se-


me uma ideia no trapézio que eu tinha no cérebro. Uma vez pendurada, entrou
a bracejar2, a pernear, a fazer as mais arrojadas cabriolas3 de volatim4, que é
possível crer. Eu deixei-me estar a contemplá-la. Súbito, deu um grande salto,
estendeu os braços e as pernas, até tomar a forma de um X: decifra-me ou
devoro-te.
Essa ideia era nada menos que a invenção de um medicamento sublime,
um emplasto5 anti-hipocondríaco6, destinado a aliviar a nossa melancólica
humanidade. Na petição de privilégio que então redigi, chamei a atenção do
governo para esse resultado, verdadeiramente cristão. Todavia, não neguei aos
amigos as vantagens pecuniárias7 que deviam resultar da distribuição de um
produto de tamanhos e tão profundos efeitos. Agora, porém, que estou cá do
outro lado da vida, posso confessar tudo: o que me influiu principalmente foi o
gosto de ver impressas nos jornais, mostradores, folhetos, esquinas, e enfim

2
Bracejar: agitar os braços, agitando-o de um lado a outro.
3
Cabriolas: cambalhota, salto, pulo.
4
Volatim:andarilho.
5
Emplasto: remédio caseiro utilizado na pele para acelerar processo de cura.
6
Hipocondríaco: aquele que acha, sem razão aparente, que não está bem de saúde.
7
Pecuniárias: monetárias, referente a dinheiro.

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nas caixinhas do remédio, estas três palavras: Emplasto Brás Cubas. Para
que negá-lo? Eu tinha a paixão do arruído8, do cartaz, do foguete de lágrimas.
Talvez os modestos me arguam9 esse defeito; fio, porém, que esse talento me
hão de reconhecer os hábeis. Assim, a minha ideia trazia duas faces, como as
medalhas, uma virada para o público, outra para mim. De um lado, filantropia10 e
lucro; de outro lado, sede de nomeada. Digamos: — amor da glória.
Um tio meu, cônego de prebenda11 inteira, costumava dizer que o amor da
glória temporal era a perdição das almas, que só devem cobiçar a glória eterna.
Ao que retorquia outro tio, oficial de um dos antigos terços de infantaria, que o
amor da glória era a coisa mais verdadeiramente humana que há no homem, e,
conseguintemente, a sua mais genuína feição.
Decida o leitor entre o militar e o cônego; eu volto ao emplasto [...].

Disponível em: <http://machado.mec.gov.br/obra-completa-lista/item/download/16_


f646a924421ea897f27cf6d21e6bb23>. Acesso em: 12 abr. 2019. (adaptado).

8
Arruído: barulho.
9
Arguam: 1 alegar com prova ou razão; 2. Acusar ou qualificar alguém de
10
Filantropia: caridade, tendência para auxiiar os mais necessitados.
11
Prebenda: cargo, função de um cônego, padre ou religioso responsável pela administração de uma
igreja.

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Questão 04

No fragmento “[...] eu volto ao emplasto”, o vocábulo emplasto pode ser


substituído, com a mesma significação, por:

(A) Petição.
(B) Foguete.
(C) Trapézio.
(D) Infantaria.
(E) Medicamento.

Questão 05

No trecho “Um tio meu, cônego de prebenda inteira, costumava dizer que o
amor da glória temporal era a perdição das almas, que só devem cobiçar a glória
eterna”, o verbo destacado está conjugado no

(A) presente do indicativo, porque indica um fato que é repetido com


frequência.
(B) presente do subjuntivo, porque indica um fato que possivelmente pode
acontecer.
(C) pretérito perfeito do indicativo, porque indica um fato constatado e
acontecido no passado.
(D) pretérito imperfeito do indicativo, porque indica um fato em andamento
no passado.
(E) pretérito imperfeito do subjuntivo, porque indica um fato impreciso
acontecido no passado.

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Leia o texto e responda à questão 06.

Notícia de jornal
Fernando Sabino

Leio no jornal a notícia de que um homem morreu de fome. Um homem de


cor branca, trinta anos presumíveis, pobremente vestido, morreu de fome, sem
socorros, em pleno centro da cidade, permanecendo deitado na calçada durante
setenta e duas horas, para finalmente morrer de fome.
Morreu de fome. Depois de insistentes pedidos de comerciantes, uma ambulância
do Pronto Socorro e uma radiopatrulha foram ao local, mas regressaram sem
prestar auxílio ao homem, que acabou morrendo de fome.
Um homem que morreu de fome. O comissário de plantão (um homem) afirmou
que o caso (morrer de fome) era alçada da Delegacia de Mendicância, especialista
em homens que morrem de fome. E o homem morreu de fome.
O corpo do homem que morreu de fome foi recolhido ao Instituto Médico Legal
sem ser identificado. Nada se sabe dele, senão que morreu de fome. Um homem
morre de fome em plena rua, entre centenas de passantes. Um homem caído
na rua. Um bêbado. Um vagabundo. Um mendigo, um anormal, um tarado, um
pária, um marginal, um proscrito, um bicho, uma coisa – não é homem. E os
outros homens cumprem seu destino de passantes, que é o de passar. Durante
setenta e duas horas todos passam, ao lado do homem que morre de fome,
com um olhar de nojo, desdém, inquietação e até mesmo piedade, ou sem olhar
nenhum, e o homem continua morrendo de fome, sozinho, isolado, perdido entre
os homens, sem socorro e sem perdão.
Não é de alçada do comissário, nem do hospital, nem da radiopatrulha, por que
haveria de ser da minha alçada? Que é que eu tenho com isso? Deixa o homem
morrer de fome.
E o homem morre de fome. De trinta anos presumíveis. Pobremente vestido.
Morreu de fome, diz o jornal. Louve-se a insistência dos comerciantes, que
jamais morrerão de fome, pedindo providências às autoridades. As autoridades
nada mais puderam fazer senão remover o corpo do homem. Deviam deixar que
apodrecesse, para escarmento12 dos outros homens. Nada mais puderam fazer
senão esperar que morresse de fome.

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Escarmento: advertência, exemplo, ensinamento.

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E ontem, depois de setenta e duas horas de inanição em plena rua, no centro
mais movimentado da cidade do Rio de Janeiro, um homem morreu de fome.
Morreu de fome.

Disponível em: <http://contobrasileiro.com.br/noticia-de-jornal-cronica-de-fernando-sabino/>. Acesso em:


10 maio 2019.

Questão 06

Após a leitura da crônica Notícia de Jornal, é possível afirmar que o narrador

(A) saúda a atuação dos passantes.


(B) elogia as pessoas pobremente vestidas.
(C) denuncia que os passantes estão com fome.
(D) revela que o homem foi identificado pelo Instituto Médico Legal.
(E) mostra sua indignação pelo fato do homem morrer de fome.

Leia o texto e responda à questão 07.

Momo e os novos riscos da internet

“Temos que atualizar o discurso dos perigos da rua e dos estranhos: eles não estão mais a nossa
espera apenas à noite ou em um lugar ermo”

Cristiane T. Geyer [07/04/2019] [18h00]

Em tempos pré-internet as aflições paternas e os cuidados para com os filhos


eram mais palpáveis e concretos: não fale com estranhos, não entre em uma rua
deserta, evite entrar em uma praça à noite. Era uma época em que o ambiente
doméstico oferecia menos riscos e se tornava referência de segurança.

Com o avanço das tecnologias houve uma introdução de equipamentos


eletrônicos que se moldaram perfeitamente à nossa rotina, sem que
percebêssemos os riscos que eles poderiam oferecer: hoje a exposição ao
perigo se dá no sofá da sala, no quarto do filho mais novo.

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No início da internet, assim como na popularização da televisão, orientava-
se que estes aparelhos ficassem na sala da família, perto dos olhos de vários
adultos que pudessem orientar os mais novos. Porém, há alguns anos, os
aparelhos diminuíram de tamanho e a conexão à internet se tornou possível
sem fio, podendo ocorrer em qualquer local.

Leis sobre os limites da publicidade direcionadas às crianças tiveram função


protetiva importante, mas também foram, de certa forma, responsáveis pela
redução da oferta de programação infantil na tevê aberta e, por isso, a internet e
a possibilidade de acesso a qualquer personagem e programas infantis através
do YouTube ocuparam parte desse espaço.

[...]

Dentro deste cenário, tive contato com relatos de pais preocupados com
“vídeos estranhos” no YouTube desde 2018, com conteúdos inadequados
chegando às crianças através da plataforma. Ouvi, por exemplo, a história de
um paciente que por vezes misturava fantasia e realidade – e só tive certeza
da veracidade de seus relatos quando pude testemunhar o Sonic do mal e o
Bob Esponja que esquartejavam os amigos em um vídeo on line.

Voltando ao episódio acima, não me surpreendeu o relato da boneca Momo


aparecendo em meio a desenhos e vídeos de músicas para bebês – para
aqueles que não estão familiarizados com a imagem da Momo, fica difícil
descrever a sensação bizarra que a personagem provoca. Basicamente,
trata-se de uma figura feminina de olhos exageradamente abertos e boca
semelhante a um bico. O tom de pele e expressão são típicos de filmes de
terror com potencial para causar medo em crianças e adolescentes, sobretudo
pelas sensações de flashback que pode evocar – temos ainda o agravante da
figura estar aparecendo em vídeos direcionados principalmente às crianças
em idade pré-escolar, e de forma súbita, dificultando a percepção dos pais.

Algumas dessas versões, aliás, “ensinavam” a criança a se cortar, “matar os


pais” e não contar para ninguém, além de sugerir que a Momo apareceria em
momentos em que a criança estaria sozinha para assombrá-la. A orientação,
neste momento, não poderia ser diferente, além do maior cuidado nas redes
sociais e internet. É importante também abordar o papel da supervisão paterna
em um mundo cada vez mais dinâmico, em que pais também estão sujeitos a

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estarem conectados 24 horas por dia. É necessário ainda discutir o exemplo que
os adultos são para as crianças no uso da tecnologia.

Temos que atualizar o discurso dos perigos da rua e dos estranhos: eles não
estão mais a nossa espera apenas à noite ou em um lugar ermo. O uso dos
aparelhos eletrônicos é um caminho sem volta, mas sua utilização na infância
deve ser monitorada.

Terceirizar o cuidado e a segurança dos filhos a essas plataformas é, no mínimo,


ingênuo demais. Devemos, é claro, cobrar transparência e restrição, porém são
plataformas compartilhadas por qualquer usuário com acesso à internet.

Há regras e meios de denunciar vídeos impróprios, assim como uma versão


restrita, mais adequada às crianças, com o intuito de diminuir o risco de acesso
a conteúdos inadequados. Mesmo assim, diante da avalanche de dados
compartilhados, não há certeza da segurança dos pequenos: o acesso à internet
se tornou individual, mas os pais podem resgatar o hábito de assistir a conteúdos
em conjunto com os filhos como se houvesse uma tela única em casa. Em todo
o caso, a presença é o maior cuidado.

Disponível em: <https://www.gazetadopovo.com.br/opiniao/artigos/momo-e-os-novos-riscos-da-internet-


ez2h7xehmywwshvwg07z72iqp/>. Acesso em: 11 mar. 2019. (adaptado)

Questão 07

A autora do Artigo, Cristiane T. Geyer, defende a seguinte tese:

(A) Em tempos de pré-internet, havia menos risco de exposição ao perigo.


(B) A imagem da boneca Momo é aterrorizante para crianças pequenas.
(C) Nos dias atuais, a exposição ao perigo se dá em qualquer lugar.
(D) Os vídeos estranhos apresentam conteúdo inadequado.
(E) Os pais devem denunciar os vídeos aterrorizantes.

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Leia o texto e responda às questões 08, 09 e 10.

VÓ CAIU NA PISCINA
Carlos Drummond de Andrade

Noite na casa da serra, a luz apagou. Entra o garoto:


– Pai, vó caiu na piscina.
– Tudo bem, filho.
O garoto insiste:
– Escutou o que eu falei, pai?
– Escutei, e daí? Tudo bem.
– Cê não vai lá?
– Não estou com vontade de cair na piscina.
– Mas ela tá lá...
– Eu sei, você já me contou. Agora deixe seu pai fumar um cigarrinho descansado.
– Tá escuro, pai.
– Assim até é melhor. Eu gosto de fumar no escuro. Daqui a pouco a luz volta.
Se não voltar, dá no mesmo. Pede à sua mãe pra acender a vela na sala. Eu fico
aqui mesmo, sossegado.
– Pai...
– Meu filho, vá dormir. É melhor você deitar logo. Amanhã cedinho a gente volta
pro Rio, e você custa a acordar. Não quero atrasar a descida por sua causa.
– Vó tá com uma vela.
– Pois então? Tudo bem. Depois ela acende.
– Já tá acesa.
– Se está acesa, não tem problema. Quando ela sair da piscina, pega a vela e
volta direitinho pra casa. Não vai errar o caminho, a distância é pequena, você
sabe muito bem que sua avó não precisa de guia.
– Por quê cê não acredita no que eu digo?
– Como não acredito? Acredito sim.
– Cê não tá acreditando.
– Você falou que a sua avó caiu na piscina, eu acreditei e disse: tudo bem. Que
é que você queria que eu dissesse?
– Não, pai, cê não acreditou ni mim.
– Ah, você está me enchendo. Vamos acabar com isso. Eu acreditei. Quantas
vezes você quer que eu diga isso? Ou você acha que estou dizendo que acreditei
mas estou mentindo? Fique sabendo que seu pai não gosta de mentir.
– Não te chamei de mentiroso.

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– Não chamou, mas está duvidando de mim. Bem, não vamos discutir por
causa de uma bobagem. Sua avó caiu na piscina, e daí? É um direito dela. Não
tem nada de extraordinário cair na piscina. Eu só não caio porque estou meio
resfriado.
– Ô, pai, cê é de morte!
O garoto sai, desolado. Aquele velho não compreende mesmo nada. Daí a pouco
chega a mãe:
– Eduardo, você sabe que dona Marieta caiu na piscina?
– Até você Fátima? Não chega o Nelsinho vir com essa ladainha?
– Eduardo, está escuro que nem breu, sua mãe tropeçou, escorregou e foi parar
dentro da piscina, ouviu? Está com a vela acesa na mão, pedindo para que
tirem ela de lá, Eduardo! Não pode sair sozinha, está com a roupa encharcada,
pesando muito, e se você não for depressa, ela vai ter uma coisa! Ela morre,
Eduardo!
– Como? Por que aquele diabo não me disse isto? Ele falou apenas que ela tinha
caído na piscina, não explicou que ela tinha tropeçado, escorregado e caído!
Saiu correndo, nem esperou a vela, tropeçou, quase que ia parar também dentro
d’água.
– Mamãe, me desculpe! O menino não me disse nada direito. Falou que a
senhora caiu na piscina. Eu pensei que a senhora estava se banhando.
– Está bem, Eduardo – disse dona Marieta, safando-se da água pela mão do
filho, e sempre empunhando a vela que conseguira manter acesa. – Mas da
outra vez você vai prestar mais atenção no sentido dos verbos, ouviu? Nelsinho
falou direito, você é que teve um acesso de burrice, meu filho!

Disponível em: <http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula.html?aula=1959>. Acesso em: 17


maio 2019.

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Questão 08

No trecho “– Pai, vó caiu na piscina.– Tudo bem, filho. O garoto insiste: – Escutou
o que eu falei, pai? – Escutei, e daí? Tudo bem. – Cê não vai lá? – Não estou
com vontade de cair na piscina”, a intenção do garoto foi de

(A) convidar o pai para tomar banho de piscina.


(B) avisar ao pai que a vó precisava de ajuda.
(C) pedir permissão para ir tomar banho de piscina.
(D) informar ao pai que não queria ir tomar banho de piscina.
(E) dizer ao pai que a vó estava com medo de entrar na piscina.

Questão 09

Observa-se o emprego do discurso direto em:

(A) “Noite na casa da serra, a luz apagou.”


(B) “Saiu correndo, nem esperou a vela [...]”
(C) “Aquele velho não compreende mesmo nada.”
(D) “[...] quase que ia parar também dentro d’água”.
(E) “[...] pega a vela e volta direitinho pra casa.”

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Questão 10

“Pede à sua mãe pra acender a vela na sala”, essa frase foi dita pelo pai porque

(A) ele gostava de fumar no escuro.


(B) o filho não queria ficar no breu.
(C) a avó se perderia na sala.
(D) a piscina ficaria iluminada.
(E) a luz, na casa, tinha acabado.

Leia o texto e responda às questões 11 e 12.

Disponível em: <https://www.elo7.com.br/convite-festa-a-fantasia-ii/dp/600636>. Acesso em: 30 mar. 2019.


(adaptado)

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Questão 11

No convite, a utilização da palavra Buffet revela

(A) a representaçãodo status social do anfitrião da festa.


(B) a escolha aleatória da palavra por parte do autor do texto.
(C) a utilização inadequada da palavra para essa ocasião.
(D) o emprego de palavras estrangeiras na língua portuguesa.
(E) o uso de vocabulário simples para não confundir o leitor.

Questão 12

O vocábulo traje pode ser substituído, com a mesma significação, por:

(A) Alegria.
(B) Especial.
(C) Fantasia.
(D) Obrigatório.
(E) Indispensável.

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