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Brazilian Journal of Animal and Environmental Research 5669

ISSN: 2595-573X

Determinação do teor de etanol na gasolina comercializada em postos de


combustíveis do município de Picos-PI

Determination of ethanol content in gasoline marketed in fuel stations in the


municipality of Picos-PI
DOI: 10.34188/bjaerv4n4-064

Recebimento dos originais: 20/08/2021


Aceitação para publicação: 25/09/2021

Francisca Dayane Ferreira do Nascimento


Especialista em Química pela Faculdade Integrada do Rio Grande do Norte – FANORTES
Especialista em Bioquímica pela Faculdade Evangélica do Piauí – FAEPI
Instituição: Ipê Química do Piauí
Endereço: Rua Santa Isabel, 872 – DNER, Picos, Piauí, Brasil
E-mail: franciscadayanne@gmail.com

Maria Jainne Santos Mendes


Especialista em Química pela Faculdade Integrada do Rio Grande do Norte – FANORTES
Instituição: Ipê Química do Piauí
Endereço: Rua Santa Isabel, 872 – DNER, Picos, Piauí, Brasil
E-mail: jainepacheco@hotmail.com

Janaina Adriana de Carvalho


Especialista em Química pela Faculdade Integrada do Rio Grande do Norte – FANORTES
Instituição: Ipê Química do Piauí
Endereço: Rua Santa Isabel, 872 – DNER, Picos, Piauí, Brasil
E-mail: janamhpi28@hotmail.com

Maria Alice de Sousa Vieira


Discente do curso de Licenciatura em Química
Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí campus Cocal
Endereço: Calumbi, S/N, Zona rural, Cocal dos Alves, PI, Brasil
E-mail: mariaalicevieira892@gmail.com

Evilanny Dantas Costa


Especialista em Bioquímica pela Faculdade Evangélica do Piauí – FAEPI
Instituição: Secretaria de Educação do Estado do Piauí – SEDUC
Endereço: Rua São Sebastião, 49, Centro, Picos, Piauí, Brasil
E-mail:evidc1@gmail.com

Thiciana Silva Sousa Cole


Doutora em Química pela Universidade Federal do Ceará
Instituição: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia do Piauí, Campus Cocal
Endereço: Rodovia PI 213, km 21, S/N, Zona rural, Cocal, PI, Brasil
E-mail: thiciana.sousa@ifpi.edu.br

RESUMO
A gasolina automotiva é o combustível mais consumido no mundo, contudo, no Brasil, sua
qualidade tem sido constante objeto de questionamento, principalmente no estado do Piauí. Uma

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análise realizada em 713 postos do estado do Piauí, em dezembro de 2011, pela Agência Nacional
do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP), revelou que 15,7% das amostras analisadas
estavam adulteradas, representando um risco para o consumidor. O estado perdeu apenas para o
Mato Grosso, que apresentou percentual de 17,4% de adulteração. Já no ano de 2012 o Piauí foi
considerado o segundo pior estado do país em qualidade da gasolina comercializada aos seus
consumidores. Diante do exposto esse trabalho teve como objetivo investigar a qualidade da
gasolina comum e aditivada comercializada nos postos de combustíveis da cidade de Picos-PI.
Foram coletadas amostras comercializadas em cinco postos de combustíveis localizados nos bairros
Ipueiras, Bomba, Centro, Junco e Morrinhos. As análises foram realizadas no Laboratório de
Pesquisa do IFPI- Campus Picos, onde foram analisadas quanto às características de aspecto e cor
e teor de etanol anidro combustível na gasolina. As amostras de gasolina comum e aditivada
analisadas apresentaram aspecto límpido e livre de impurezas. Observaram-se as cores laranja ou
amarelo para gasolina comum e verde para gasolina aditivada, estando esses resultados dentro das
especificações estabelecidas pela ANP. O teste do teor de etanol anidro revelou que dois postos
apresentaram um teor de 27% de álcool etílico anidro combustível para as gasolinas comum e
aditivada, e os demais postos um teor de 25%. Os valores encontrados estão de acordo com a
legislação vigente, uma vez que não ultrapassam o valor de 27% de álcool etílico anidro, logo as
gasolinas analisadas não estão adulteradas.

Palavras-chave: Gasolina. Adulteração. Picos.

ABSTRACT
Automotive gasoline is the most consumed fuel in the world, however, in Brazil, its quality has been
constantly questioned, especially in the state of Piauí. An analysis carried out at 713 service stations
in the state of Piauí, in December 2011, by the Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP), revealed that 15.7% of the analyzed samples were adulterated,
representing a risk for the consumer.
The state only lost to Mato Grosso, which presented a percentage of 17.4% of adulteration. In 2012,
Piauí was considered the second worst state in the country in terms of quality of gasoline sold to its
consumers. Given the above, this work aimed to investigate the quality of common and additive
gasoline sold at gas stations in the city of Picos-PI. Samples sold at five gas stations located in the
neighborhoods of Ipueiras, Bomba, Centro, Junco and Morrinhos were collected. The analyzes were
carried out at the Research Laboratory of the IFPI- Campus Picos, where they were analyzed for
appearance and color characteristics and anhydrous ethanol fuel content in gasoline. The samples
of common and additive gasoline analyzed showed a clear appearance and free from impurities. The
colors orange or yellow were observed for regular gasoline and green for additive gasoline, and
these results were within the specifications established by the ANP. The test of anhydrous ethanol
content revealed that two stations had a 27% content of anhydrous ethyl alcohol fuel for common
and additive gasoline, and the other stations had a content of 25%. The values found are in
accordance with current legislation, since they do not exceed the value of 27% of anhydrous ethyl
alcohol, therefore the analyzed gasolines are not adulterated.

Keywords: Gasoline. Adulteration. Picos.

1 INTRODUÇÃO
Geradores de renda e emprego, grandes facilitadores da locomoção nos tempos modernos,
os combustíveis possuem uma grande influência no nosso dia a dia. A utilização de veículos

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automotores nas grandes e pequenas cidades e a comercialização de combustíveis para consumo


está em crescimento proporcional, à medida em que a globalização avança e o inchaço populacional
acontece, o número de automóveis e o consumo de combustíveis se tornam maiores.
A gasolina é um combustível de composição química complexa, constituída em maior
proporção por hidrocarbonetos. Baldessar (2005 apud RIELLI, 2007) afirma que a constituição de
hidrocarbonetos da gasolina comercial contém entre quatro e quinze carbonos, sendo classificados
na maior parte como aromáticos (benzeno, tolueno, etilbenzeno e xilenos totais) ou alifáticos
(butano, penteno e octano).
Segundo Souza (2011), também são adicionadas misturas de solventes e aditivos, no intuito
de melhorar o desempenho do combustível e dar melhor estabilidade a gasolina. Souza (2011)
menciona ainda que ao final do processo de composição da gasolina, a mesma possui mais de 150
compostos, podendo chegar, como já identificado, a cerca de 1.000 constituintes.
No Brasil, um dos solventes adicionados a gasolina comercial é o álcool etílico anidro,
conhecido popularmente como etanol. O etanol melhora a característica da gasolina, dando uma
melhor octanagem, resistindo a uma compressão maior, e ainda reduz seu valor. Também é um
agente antidetonante, servindo como substituto de chumbo tetraetila, substância proibida há anos
pelas legislações nacionais e internacionais, além de reduzir a emissão de gases poluentes de queima
de gasolina nos veículos, tais como monóxido de carbono (CPS, 2001).
A Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Combustível (ANP), que é o órgão federal
responsável pela regulamentação, fiscalização e especificação dos combustíveis no Brasil considera
gasolinas com percentual de etanol acima dos 27%, com margem de erro de 1 para mais ou para
menos segundo a portaria n 75 de 16 de março de 2015, do ministério da agricultura e pecuária
(MAPA) como sendo adulteradas, um risco para o consumo.
Dessa forma, a determinação da composição do combustível torna-se imprescindível para o
consumidor pois, algumas formas de adulteração com solventes orgânicos podem prejudicar os
motores dos automóveis, além de gerarem resíduos que prejudicam as condições de vida humana e
animal (MARQUES et al., 2003).
A falta ou excesso de álcool em relação aos limites estabelecidos pela ANP compromete a
qualidade do produto que chega aos consumidores brasileiros. A utilização de gasolina adulterada
causa alguns problemas aos veículos, como por exemplo a propensão a corrosão, em que o
automóvel precisará de mais manutenção, e ocorrerá aumento do consumo, o que acaba exigindo
um gasto econômico maior tanto devido ao consumo do combustível quanto na manutenção do
veículo (TAKESHITA, 2006). Ao mesmo tempo, vale ressaltar que o consumidor tem o direito de

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solicitar ao estabelecimento o teste de teor de etanol na gasolina sempre que desconfiar da


procedência do combustível, conforme resolução ANP de março de 2007.
No que diz respeito a testes de qualidade da gasolina, volta e meia estes nos conduzem a
inadequações na composição do produto. Em se falando de nível estadual, temos como exemplo o
estado do Piauí que foi considerado o segundo pior estado do país em qualidade da gasolina
comercializada aos seus consumidores no ano de 2012 (FISCALIZAÇÃO CIDADE VERDE,
2016).
Segundo a ANP, em dezembro de 2011, 713 postos do estado do Piauí passaram por
avaliações, sendo coletadas 3.997 amostras de gasolinas, tendo ao final das análises um resultado
de 15,7% das amostras analisadas estando adulteradas, o que representa um risco para o consumidor.
O estado perdeu apenas para o Mato Grosso, que apresentou percentual de 17,4% de adulteração.
Nesse sentido, este trabalho teve como objetivo analisar a qualidade da gasolina comercializada em
postos de combustíveis da cidade de Picos-PI, por meio dos testes de aspecto e cor e teor de álcool
etílico anidro, para verificação de prováveis adulterações.

2 PROCEDIMENTO EXPERIMENTAL
Este trabalhado se caracteriza como uma pesquisa experimental que consiste na delimitação
dos fenômenos, na formulação das hipóteses e determinação dos métodos, submetendo-se o
fenômeno da experimentação em condições de controle.
Inicialmente foram coletadas amostras de gasolina comum e gasolina aditivada
comercializadas em cinco postos de combustíveis localizados no município de Picos-Piauí. As
amostras foram coletadas nos meses de maio e junho de 2016, nos bairros Ipueiras, Bomba, Centro,
Junco e Canto da Várzea. Para a análise, os postos de gasolina foram codificados como Posto A,
B, C, D e E, enquanto que a gasolina comum foi codificada como GC e a gasolina aditivada como
GA, num total de 10 amostras para serem analisadas. Para cada amostra foi utilizado 1L de gasolina,
que foram armazenadas em frascos de polietileno sem transparência.
A análise de controle de qualidade da gasolina foi realizada tendo por base os parâmetros
exigidos pela resolução n° 9, de 7 de março de 2007 da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural
e Biocombustíveis – ANP. As amostras foram analisadas quanto às características de aspecto e cor
e teor de álcool etílico anidro.
Para a análise de aspecto e cor foram utilizados 100 mL de cada amostra de gasolina.
Inicialmente uma proveta de 100 mL foi lavada com parte da amostra de gasolina a ser testada e
posteriormente essa amostra foi descartada. A essa mesma proveta foram adicionados 100 mL da
amostra e observou-se visualmente a coloração do liquido, sua turbidez e a possível presença de

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impurezas. Esse procedimento foi realizado com as 10 amostras de gasolina. Os parâmetros


esperados para essa análise são aspecto límpido e isento de impurezas e cor podendo variar de
incolor a amarela para gasolina comum ou verde para gasolina aditivada.
O teste do teor de etanol anidro combustível na gasolina foi realizado utilizando-se 50 mL
de cada amostra. Utilizaram-se provetas de vidro, graduadas de volume de 100 mL em subdivisões
de 1 mL, previamente limpas, desengorduradas e secas. Para a análise, colocou-se 50 mL da amostra
testada na proveta e a esta se adicionou cuidadosamente uma solução aquosa de cloreto de sódio
(NaCl) 10%, deixando o líquido escorrer pelas paredes internas da proveta, até completar o volume
de 100 mL. As camadas de água e amostra foram misturadas através de 10 inversões sucessivas da
proveta, evitando-se a agitação enérgica. Posteriormente, deixou-se a proveta com a amostra em
repouso por 15 minutos com o intuito de permitir a separação completa das duas camadas. Após
esse período, anotou-se o aumento da camada aquosa em mililitros. As analises foram realizadas
em triplicatas.
Para o cálculo do teor de álcool na gasolina foi utilizada a fórmula: V = (A x 2) + 1, onde V
é o Teor de álcool (AEAC) na gasolina e A é o aumento em volume da camada aquosa (álcool e
água).

3 RESULTADOS E DISCUSSÃO.
Foram obtidas amostras de um litro de gasolina do Tipo C comum (GC) e Aditivada (GA),
totalizando um total de 10 amostras distintas. As amostras foram coletadas em frascos de polietileno
sem transparência, limpos e secos, com capacidade para cinco litros (Figura 1). Os postos de
combustíveis foram nomeados como Postos A, B, C, D e E.

Figura 1: Gasolina comum e aditivada coletadas em frascos de polietileno.

Fonte: Autoria Própria (2016).

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As análises de qualidade do combustível foram realizadas no laboratório de Química do


IFPI - Campus Picos conforme a resolução n°9 de 7 de março de 2007. Foram realizadas duas
análises: Aspecto e Cor da gasolina (a) e teor de etanol anidro combustível na gasolina (b).

a) Análise de Aspecto e Cor da gasolina


A análise consistiu em encher uma proveta de 100 mL da amostra a ser analisada e observar
a coloração do liquido e a presença de impurezas. Os resultados foram obtidos visualmente. Segundo
a ANP a gasolina deve apresentar um aspecto límpido e isento de impureza e sua coloração pode
variar de incolor a amarela (gasolina comum) ou verde, quando aditivada.
A Tabela 1 resume os resultados encontrados para as 10 amostras analisadas.

Tabela 1: Resultados para análise de aspecto e cor da gasolina.


Gasolina Comum

Posto A Posto B Posto C Posto D Posto E

Aspecto Límpida Límpida Límpida Límpida Límpida

Cor Laranja Laranja Laranja Laranja Laranja


Gasolina Aditivada

Posto A Posto B Posto C Posto D Posto E

Aspecto Límpida Límpida Límpida Límpida Límpida

Cor Verde Verde Verde Verde Verde


Fonte: autoria própria (2016).

Como é possível observar na Tabela 1, as dez amostras de gasolina comum e aditivada


analisadas apresentaram aspecto límpido e livre de impurezas. A Figura 2 ilustra esses resultados e
revela as cores laranja ou amarelo para gasolina comum e verde para gasolina aditivada. Esses
resultados estão dentro das especificações estabelecidas pela ANP, o que revela que as gasolinas
analisadas estão dentro do padrão de qualidade considerado bom para o consumo e, portanto,
obedecem aquilo descrito na lei.

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Figura 2: Gasolina verde aditivada e gasolina comum alaranjada.

Fonte: Autoria Própria (2016).

b) Teor de etanol anidro combustível na gasolina


O que se observou ao se adicionar o cloreto de sódio na água foi que este sal se dissolve
formando uma mistura homogênea e bastante polarizada. A gasolina, por sua vez, é uma substância
apolar, e o álcool apresenta uma parte de sua molécula apolar e a outra polar, o que permite sua
homogeneização com a gasolina já que a parte apolar das espécies tendem a interagir. Dessa forma,
quando se mistura a solução de NaCl com a gasolina, o álcool que apresenta uma estrutura polar em
sua molécula tende a interagir com a mistura de água e NaCl, aumentando assim a camada aquosa.
É possível ainda observar na mistura de água e gasolina a predominância do quesito densidade,
aonde a gasolina, por ser menos densa que a água, ficou na parte superior da proveta, na parte
inferior ficou a solução aquosa de NaCl juntamente com o álcool (Figura 3).

Figura 3: Aumento da camada aquosa em mililitros.

Fonte: Autoria Própria (2016)

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A porcentagem de álcool etílico anidro na gasolina foi calculada a partir do aumento da


camada aquosa, observada ao se misturar a solução aquosa de NaCl com a gasolina a ser testada,
conforme observado na Figura 3. Para o cálculo, foi utilizada a fórmula V = (A x 2) + 1, onde V é
o Teor de álcool (AEAC) na gasolina e A é o aumento em volume da camada aquosa (álcool e água).
Os valores obtidos de percentual de álcool etílico anidro combustível (AEAC) pelo método
da proveta estão apresentados na Tabela 2.

Tabela 2: Valores de % de álcool etílico nas gasolinas analisadas conforme método da proveta.
Gasolina Comum

Referência (%) Posto A Posto B Posto C Posto D Posto E

27 27 27 25 25 25
Gasolina Aditivada
Referência (%) Posto A Posto B Posto C Posto D Posto E
27 27 27 25 25 25
Fonte: autoria própria (2016)

Conforme portaria Nº 75, de 5 de março de 2015, do Ministério da Agricultura, Pecuária e


Abastecimento (MAPA) e Resolução Nº 1, de 4 de março de 2015, do Conselho Interministerial do
Açúcar e do Álcool (CIMA) o percentual máximo de álcool etílico anidro combustível na gasolina
comum é de 27%. Os resultados da Tabela 2 mostram que os Postos A e B possuem um teor de 27%
de álcool etílico anidro combustível para as gasolinas comum e aditivada, e os demais postos um
teor de 25%, isso mostra que os valores encontrados estão de acordo com a legislação vigente, uma
vez que não ultrapassam o valor de 27% de álcool etílico anidro, logo as gasolinas analisadas não
estão adulteradas.
Os resultados obtidos para o teor de álcool etílico anidro na gasolina são promissores, uma
vez que o Piauí foi considerado o segundo pior estado do país em qualidade da gasolina
comercializada aos seus consumidores no ano de 2012, quatro anos antes da realização deste
trabalho (FISCALIZAÇÃO CIDADE VERDE, 2016). Mas essa realidade, infelizmente, não é
marca de todo o estado, mesmo que pareça estar assumindo roupagens distintas com o passar dos
anos.
Segundo a ANP, em dezembro de 2011, 713 postos do estado do Piauí passaram por
avaliações, sendo coletadas 3.997 amostras de gasolinas. O resultado revelou que 15,7% das
amostras analisadas estavam adulteradas, o que representa um risco para o consumidor. O estado
perdeu apenas para o Mato Grosso, que apresentou percentual de 17,4% de adulteração.

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O fenômeno da adulteração também foi observado mais recentemente na capital do estado.


Em Teresina, quatro postos de combustíveis foram interditados durante a fiscalização do Ministério
Público, da Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) da Secretaria
Municipal de Meio Ambiente (Semam), e do Instituto de Metrologia do Piauí (Imepi)
(FISCALIZAÇÂO CIDADEVERDE, 2016).
Nesse cenário de cada vez mais consumo de gasolina, é relevante que se destaque cada vez
mais a necessidade de monitoramento quanto a qualidade dos combustíveis que compramos, até
porque, conforme já destacado, o uso de combustíveis contendo impurezas prejudicam não só o
veículo, mas também a saúde de quem está em volta, a saúde do frentista, os lençóis freáticos e
consequentemente os organismos marinhos que entram em contato com água contaminada e todos
aqueles que respiram um ar que pode se tornar cada vez mais impuro com os escapamentos dos
veículos e que a comercialização de combustíveis adulterados ou fora das especificações da ANP
acarreta interdição do posto revendedor e a lavratura de auto de infração, correspondente a multa
que varia de vinte mil reais a cinco milhões de reais (AGÊNCIA NACIONAL DO PETRÓLEO,
GÁS NATURAL E BIOCOMBUSTÍVEIS 2011).

4 CONCLUSÃO
A partir das análises físico-químicas realizadas nas amostras das gasolinas comum e
aditivada, feitas conforme o teste da proveta, constatou-se que os postos de combustível analisados
na cidade de Picos-PI estão cumprindo a legislação da ANP, uma vez que o teor de álcool etílico
anidro presente nos combustíveis não excedeu os 27% recomendados, o que as tornam qualificáveis
para o consumo.
Em relação a análise dos requisitos de conformidade para cor e aspecto, todos os postos
estavam de acordo com as especificações da legislação vigente, todas as amostras foram
consideradas límpidas e isentas de impurezas, não apresentando portanto riscos consideráveis para
o ambiente, nem para os motores dos veículos, nem para alguma forma de vida que entre em contato
com o combustível.

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