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Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão

PJe - Processo Judicial Eletrônico

04/12/2018

Número: 0807971-23.2018.8.10.0000
Classe: PETIÇÃO
Órgão julgador colegiado: Tribunal Pleno
Órgão julgador: Gabinete Presidente do Tribunal de Justiça
Última distribuição : 17/09/2018
Valor da causa: R$ 2.700,00
Assuntos: Liminar, Curso de Formação
Segredo de justiça? NÃO
Justiça gratuita? SIM
Pedido de liminar ou antecipação de tutela? NÃO
Partes Procurador/Terceiro vinculado
ADAM WILLYAM SOUZA LEMOS (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
ANAEL LOPES DE MELO (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
DAVILLA LIMA VITORIO (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
DERICK FALCAO DA CUNHA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
DIEGO GRANJA DE SOUZA TELES (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
GABRIEL CHRISTIAN SILVA LIMA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
ELSON DE OLIVEIRA ARAUJO (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
GUILHERME EMANUEL AGUIAR RODRIGUES ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(REQUERENTE) (ADVOGADO)
IVO GABRIEL BARROS MINEIRO (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
JACKSON CICERO DE SOUZA ALVES (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
JILMAR NASCIMENTO DE SOUZA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
JORGE EDUARDO LACERDA UCHOA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
JOERDSON ALMEIDA RODRIGUES (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
JORDEILSON DA SILVA SOUSA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
JOSE CARLOS CARDOSO MACIEIRA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
LEONILDO DE ARAUJO DA SILVA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
MACNIEL GUIMARAES DE ARAUJO (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
MATHEUS PHELIPE DE FREITAS BASTOS (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
MAYARA BARBOSA NUNES (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
PAULO VINICIUS FARIAS PIRES (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
RANDERSON VIANA UCHOA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
ROBERTO NEVES TEBALDI (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
ROGERMYLLAR RAIMUNDO SOUZA AMARAL ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(REQUERENTE) (ADVOGADO)
THIAGO GOMES DE BRITO (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
TIAGO CRISTIAN DA COSTA SARAIVA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
WELLINGTON COSTA DA SILVA (REQUERENTE) ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(ADVOGADO)
WENDERSON EUFLAVIO DO NASCIMENTO ESICLEYTON FIGUEIREDO PACHECO PEREIRA
(REQUERENTE) (ADVOGADO)
ESTADO DO MARANHAO (REQUERIDO)
Documentos
Id. Data da Documento Tipo
Assinatura
27493 03/12/2018 19:11 INTERVENÇAO FEDERAL - MANIFESTAÇÃO - Documento Diverso
37 0807971-23.2018.8.10.0000
Estado do Maranhão
Procuradoria Geral do Estado

EXCELENTÍSSIMO SENHOR PRESIDENTE DO TRIBUNAL DE


JUSTIÇA DO ESTADO DO MARANHÃO

REPRESENTAÇÃO PARA INSTAURAÇÃO DE INTERVENÇÃO


FEDERAL
INTERVENÇÃO FEDERAL nº 0807971-23.2018.8.10.0000

REQUERENTE: ADAM WILLYAM SOUZA LEMOS E OUTROS


REQUERIDO: ESTADO DO MARANHÃO

O ESTADO DO MARANHÃO, neste ato representado por


sua Procuradoria Geral do Estado (art. 182, CPC), com endereço para
intimações na Avenida Presidente Juscelino Kubitschek, Lote 25, Quadra.
22, Quintas do Calhau, São Luís/MA, vem, mui respeitosamente, perante
Vossa Excelência, apresentar as seguintes INFORMAÇÕES à
Representação para Instauração de Intervenção Federal, com fulcro
nos fundamentos fáticos e jurídicos a seguir expendidos.

I – DOS FATOS

Versam os autos sobre representação para instauração


de intervenção federal formulada por candidatos participantes do
concurso público para provimento do cargo de SOLDADO DO QUADRO
DE PRAÇA POLICIAL (Edital n° 01 – PM/MA, de 29 de setembro de

Av. Presidente Juscelino Kubitschek, Lote 25, Quadra 22, Quintas do Calhau, São Luís – MA.
CEP 65.072-280 Tel. (98) 3235 6767

Assinado eletronicamente por: OSCAR LAFAIETE DE ALBUQUERQUE LIMA FILHO - 03/12/2018 19:11:26 Num. 2749337 - Pág. 1
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2017), sob o fundamento de descumprimento de decisões judiciais para


que o Estado do Maranhão reintegre ou mantenha os requerentes no
Curso de Formação, última etapa do referido certame.

Em síntese, alegam os requerentes que, nada obstante o


término do Curso de Formação, o Estado do Maranhão resta silente em
convocá-los, assim como se absteve em dar cumprimento aos aludidos
decisórios.

Nesse diapasão, requer, frustrada a tentativa de solução


administrativa, o provimento da presente representação pelo Plenário do
e. Tribunal de Justiça do Estado do Maranhão, nos termos do art. 36,
incisos I e II, da CRFB.

Ato contínuo, o Presidente do e. Tribunal de Justiça do


Estado do Maranhão determinou a notificação do Governador do Estado
do Maranhão para, no prazo de 15 (quinze) dias, remover a respectiva
causa e prestar informações. O Mandado foi cumprido e entregue ao
destinatário em 06 de novembro de 2018.

II – DO DIREITO. DESCUMPRIMENTO VOLUNTÁRIO E INTENCIONAL


DE DECISÃO JUDICIAL. INOCORRÊNCIA NA ESPÉCIE.

Inicialmente, destaca-se que antes do prosseguimento


ordinário do feito, o RI/TJMA, em seu artigo 367, parágrafo único, II,
adota procedimento de obrigatória observância, com a previsão da
adoção de providências preliminares, ainda de caráter administrativo,
no sentido de remover a causa que dera azo à possibilidade de
intervenção.

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A propósito:

Art. 367. Podem representar pedindo a intervenção:


I - qualquer desembargador ou juiz de direito, quando se tratar
de assegurar as garantias do Poder Judiciário, o livre exercício
deste ou de prover a execução de ordem ou decisão judicial;
II - o Ministério Público ou a parte interessada, visando prover
execução de ordem ou decisão judicial.
Parágrafo único. No caso de representação, compete ao
presidente:
I - mandar arquivá-la, se a considerar manifestamente
infundada, cabendo da decisão agravo interno, no prazo de
quinze dias;
II - providenciar, administrativamente, se de manifesta
procedência, para remover a respectiva causa e
requisitando informações, tudo no prazo de quinze dias.

Nesse sentido, o Estado do Maranhão, instado a se


manifestar nos autos acerca das medidas administrativas adotadas no
sentido de regularizar a situação do cumprimento das decisões judiciais
referentes ao concurso público para provimento do cargo de SOLDADO
DO QUADRO DE PRAÇA POLICIAL (Edital n° 01 – PM/MA, de 29 de
setembro de 2017), oficiou à Secretaria de Estado da Segurança Pública,
órgão competente para informar tecnicamente acerca da matéria em
pauta (doc. em anexo).

Pois bem, o órgão supramencionado, em reposta ao


pedido de informações, através do Ofício 1673/2018 – GCG (em anexo),
esclareceu que o Centro de Formação e Aperfeiçoamento de Praças,
órgão de apoio de ensino da Polícia Militar e responsável pela formação
dos candidatos ao cargo de soldado, sofreu danos estruturais no mês de

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setembro/2018, situação que reduziu temporariamente a capacidade de


receber novos alunos.

Ademais, somado aos estragos ocorridos na estrutura da


Escola de Formação, neste segundo semestre de 2018 ocorreu o Curso
de Nivelamento Técnico Profissional para mais de 1.000 (mil)
soldados, bem como a realização do Curso Especial de Formação de
Cabos e Sargentos.

A propósito, as informações do Ofício 1780/2018 - GCG:

Reitero as informações prestadas no ofício n° 1.637 de


08/10/2018, comunicando os fatos geradores dos danos
estruturais sofridos pela Escola de Formação, que diminuíram
consideravelmente a sua capacidade de receber alunos, além
do desenvolvimento do Curso de Nivelamento Técnico
Profissional para mais de mil soldados nomeados, assim como
a realização do Curso Especial de Formação de Cabos e
Sargentos, totalizando um numero considerável de alunos
realizando algum curso presencial nas dependências do
Centro de Formação, neste segundo semestre.

Não obstante, importante ressaltar que a Secretaria de


Segurança Pública do Estado do Maranhão está atenta às
dificuldades inerentes à convocação dos candidatos sub judice para
participação no Curso de Formação, tanto pelas complicações
estruturais, como pela grande quantidade de decisões judiciais para
cumprimento, e envida todos os esforços para solucionar a
adversidade em caráter de urgência, de forma a realizar o curso da
melhor forma possível.

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Tal informação está consolidada em trecho do Ofício


1637/2018 – GCG, a seguir:

Este comando determinou que fossem realizados reparos


em caráter de urgência, para evitar o risco de
desabamentos, entretanto, foi necessário realizar um
estudo mais específico visando a realização dos
procedimentos licitatórios legais para contratação de
empresa para realizar a obra de manutenção predial da
escola de formação.
Levando em consideração que no ano anterior, a data para o
encerramento financeiro foi a primeira quinzena de novembro, e
sabendo que o prazo razoável para um processo licitatório de
manutenção predial, com todas as suas peculiaridade como
projeto de engenharia etc. é de aproximadamente 60 (sessenta)
dias, provavelmente coincidindo com o final do ano em curso,
isso sem contar o prazo para execução da obra.

Mesmo diante de todos os problemas sofridos pela


Escola de Formação, motivados por caso fortuito e força maior, a
Secretaria de Segurança Pública se comprometeu em convocar os
candidatos para prosseguirem nas fases restantes do certame,
desde que a etapa de responsabilidade da Polícia Militar, qual seja, o
Curso de Formação, seja marcado para o mês de Março de 2019,
para um contingente de 500 (quinhentos) candidatos (Ofício
1780/2018 – GCG), considerando o período razoável para mitigar as
dificuldades estruturais e de capacidade do Centro de Formação.

Logo, Excelência, observa-se que a providência


administrativa tomada pelo Estado do Maranhão, através da Secretaria
de Segurança Pública, qual seja, a apresentação do cronograma para
que os candidatos prossigam nas demais etapas do certame, é

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suficiente para remover a respectiva causa do requerimento de


instauração da intervenção federal, nos termos do art. 367, parágrafo
único, II, do RITJMA.

Verifica-se, portanto, Excelência, a inexistência por


parte do Estado do Maranhão de descumprimento voluntário e
intencional de decisões judiciais, premissa básica e indispensável
ao acolhimento do pedido de intervenção federal.

Sabe-se que a intervenção deverá atender à máxima


proporcionalidade, considerando não apenas a causa que justifica o
pedido, como também as múltiplas obrigações do Estado de igual
hierarquia.

Nessa esteira, o Supremo Tribunal Federal perfilha o


entendimento de que a intervenção federal no Estado, em razão de
descumprimento de ordem judicial, é cabível quando houver prova
inequívoca de que a autoridade estatal não cumpriu a decisão de
modo doloso e intencional, de modo que a intervenção em ente
federado não poder ser decretada quando não há atuação deliberada
quanto ao descumprimento de ordem judicial, conforme excertos
jurisprudenciais a seguir transcritos:

AGRAVO REGIMENTAL. INTERVENÇÃO FEDERAL.


INEXISTÊNCIA DE ATUAÇÃO DOLOSA POR PARTE DO
ESTADO. INDEFERIMENTO. PRECEDENTES. 1. Decisão
agravada que se encontra em consonância com a
orientação desta Corte, no sentido de que o
descumprimento voluntário e intencional de decisão
judicial transitada em julgado é pressuposto indispensável
ao acolhimento do pedido de intervenção federal. 2. Agravo

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regimental improvido. (STF, IF 5050 AgR, Relator(a): Min.


ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em 06/03/2008, DJe-
074 DIVULG 24-04-2008 PUBLIC 25-04-2008 EMENT VOL-
02316-03 PP-00501) [Grifo Nosso]

EMBARGOS DE DECLARAÇÃO. AGRAVO REGIMENTAL.


INTERVENÇÃO FEDERAL. PRECATÓRIO COMPLEMENTAR.
DESCUMPRIMENTO INVOLUNTÁRIO. OMISSÃO E
CONTRADIÇÃO NÃO CONFIGURADAS. PRECEDENTES. 1.
O acórdão embargado encontra-se em consonância com a
orientação desta Corte, no sentido de que o
descumprimento voluntário e intencional de decisão
judicial transitada em julgado é pressuposto indispensável
ao acolhimento do pedido de intervenção federal.
Precedentes. 2. Omissão e contradição não caracterizadas. 3.
Embargos de declaração rejeitados. (STF, IF 1012 AgR-ED,
Relator(a): Min. ELLEN GRACIE, Tribunal Pleno, julgado em
30/06/2006, DJ 25-08-2006 PP-00017 EMENT VOL-02244-01
PP-00084 LEXSTF v. 28, n. 332, 2006, p. 154-158) [Grifo
Nosso]

CONSTITUCIONAL. INTERVENÇÃO FEDERAL.


QUESTIONAMENTOS JURÍDICOS SOBRE A DECISÃO DITA
DESCUMPRIDA. INDEFERIMENTO DO PEDIDO. 1. A
intervenção federal no Estado, por descumprimento de
ordem judicial, só deve ser deferida quando o pedido
basear-se em prova inequívoca de que a autoridade estatal
de maior hierarquia, de modo doloso, não cumpre a medida
judicial. 2. Se questionamentos jurídicos necessitam ser
solucionados, em decorrência de Lei aprovada e em vigor após
o trânsito em julgado da decisão controvertida, não é caso de
intervenção federal. 3. Fixação de vencimentos de servidores
públicos. Critérios adotados por decisão judicial. Lei nova que
altera tais critérios. 4. Intervenção federal concedida pelo
Tribunal de Justiça do Estado que se afasta, em face dos
fundamentos supra-elencados (STJ - IF: 51 GO 1999/0055227-

Av. Presidente Juscelino Kubitschek, Lote 25, Quadra 22, Quintas do Calhau, São Luís – MA.
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0, Relator: Ministro JOSÉ DELGADO, Data de Julgamento:


01/08/2000, CE - CORTE ESPECIAL, Data de Publicação: DJ
13.11.2000 p. 127</br> LEXSTJ vol. 140 p. 56) [Grifo Nosso]

AGRAVO REGIMENTAL EM INTERVENÇÃO FEDERAL.


PRECATÓRIO. DESCUMPRIMENTO INVOLUNTÁRIO. 1.
Descumprimento voluntário e intencional de decisão
transitada em julgado. Pressuposto indispensável ao
acolhimento do pedido de intervenção federal. 2. Precatório.
Não-pagamento do título judicial em virtude da insuficiência de
recursos financeiros para fazer frente às obrigações
pecuniárias e à satisfação do crédito contra a Fazenda Pública
no prazo previsto no § 1º do artigo 100 da Constituição da
República. Exaustão financeira. Fenômeno
econômico/financeiro vinculado à baixa arrecadação tributária,
que não legitima a medida drástica de subtrair temporariamente
a autonomia estatal. Precedentes. Agravo regimental a que se
nega provimento. (STF - IF: 4176 ES, Relator: Min. MAURÍCIO
CORRÊA, Data de Julgamento: 10/03/2004, Tribunal Pleno,
Data de Publicação: DJ 28-05-2004) [Grifo Nosso]

Na presente hipótese, diante das limitações estruturais do


Centro de Formação para acolher os candidatos de forma eficiente, da
grande quantidade de decisões judiciais e da alegação da Secretaria de
Estado de Segurança Pública de que no primeiro semestre de 2019,
solucionadas as dificuldades surgidas, receberá 500 (quinhentos)
candidatos para o Curso de Formação, não resta caracterizado o
efetivo descumprimento de decisão judicial a ensejar a intervenção
federal, tendo em vista a ausência da vontade explícita e deliberada
do Estado.

Além 27 (vinte sete) decisões mencionadas na exordial,


existem outras inúmeras proferidas em todo Maranhão, bem como

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decisões e acórdãos proferidos por esta corte no sentido de reintegrar


candidatos no Curso de Formação do concurso público para provimento
do cargo de Soldado do Quadro de Praça Policial.

Frise-se, por oportuno, que demanda tempo e estrutura a


organização e realização do Curso de Formação para agentes de
segurança pública, porquanto necessários servidores altamente
capacitados e aperfeiçoados para a docência, edificação adequada e
segura para comportar os alunos, materiais e instrumentos de
treinamento, além de todas as outras peculiaridades técnicas inerentes
ao cargo.

Não se pode olvidar, portanto, a falta momentânea de


estrutura operacional para receber novos alunos, malgrado todos os
esforços envidados pela Polícia Militar do Estado do Maranhão – PMMA
para atendar todas as demandas, já tendo, inclusive, recebido até o dia
10 de agosto de 2018 a quantidade de 2.118 (dois mil e cento e
dezoito) alunos a mais que o inicialmente previsto nos concursos
públicos de 2012 e 2017, vide ID 2425125.

Ademais, sendo ônus do representante do pedido de


intervenção a comprovação do descumprimento da execução de ordem
ou decisão judicial emanada da Justiça Estadual, é patente que os
requerentes não se desincumbiram do dever de demonstrar a efetiva
notificação da autoridade competente para cumprimento da determinação
judicial.

Não há nos autos informação a respeito da notificação do


representante do Estado ou da autoridade competente para cumprimento
da decisão judicial. A intervenção federal no Estado é medida extrema

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e excepcional, sendo que o pedido para essa finalidade deve ser


devidamente instruído.

Nesse sentido, pode-se citar a seguinte decisão


monocrática da Suprema Corte:

EMENTA: Em 10.3.2004, MAURÍCIO proferiu nestes


termos:"..............................O Superior Tribunal de Justiça, em
resposta ao ofício de fl. 132, informa que permanece inalterada
a decisão proferida no Conflito de Competência nº 30079/ES,
que suspendeu a eficácia de decisão que determinou o
bloqueio das contas do Estado até julgamento do conflito. 2.
Verifica-se, portanto, que não há descumprimento de
decisão judicial que possa ensejar o deferimento do pedido
de intervenção federal. 3. Dessa forma, determino a
devolução do presente feito à sua origem, sem prejuízo, no
entanto, de sua renovação, quando do julgamento definitivo do
Conflito de Competência pelo Superior Tribunal de Justiça. À
Secretaria, para providenciar.............................."(fl. 144).Em
5.4.2004, os autos baixaram à origem (fl. 145).Em 3.6.2005, o
Presidente do TRT da 17ª Região determinou o retorno dos
autos ao SUPREMO em razão do julgamento do Conflito de
Competência 30079/ES pelo STJ (fl. 149).Em razão desse
despacho, proferi o seguinte despacho:"..............................Em
10.3.2005, MAURÍCIO determinou a devolução dos autos à
origem, em razão da existência de conflito de competência
ajuizado perante o Superior Tribunal de Justiça (fl. 144).Em
3.6.2005, o Presidente do TRT da 17ª Região devolveu os
presentes autos ao SUPREMO, haja vista ter ocorrido o
julgamento do referido conflito de competência (fl. 149).Isto
posto, oficie-se ao requerido para que esclareça sobre a
liquidação do débito..............................."(fl. 154).Em 6.9.2005, o
REQUERIDO informou que o CC 30079 está pendente de
julgamento dos embargos declaratórios por ele opostos (fls.
162/163).Juntou o andamento processual do STJ (fls.

10

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166/176).Em 24.10.2005, o PGR manifestou-se pelo retorno


dos autos à origem ou pelo indeferimento do pedido (fls.
180/185). Destaco do parecer:"..............................16.
Preliminarmente, cumpre apontar que o Tribunal Regional do
Trabalho da 17ª Região não observou o rito previsto para o
processamento do pedido de intervenção federal.17. Vale dizer,
o TRT da 17a Região, não obstante a decisão proferida no
conflito de competência nº 30079/ES determinou apenas, o
retomo dos autos a essa Corte, sem, no entanto, se manifestar
acerca da ocorrência de hipótese autorizadora do pedido de
intervenção federal ou da permanência dos motivos que
lastrearam a anterior decisão que deferiu o processamento do
pedido de intervenção federal.18. Nesse contexto, vislumbra-se
a necessidade de retomo dos autos ao Tribunal de origem,
visando que se proceda novo exame dos fatos alegados nos
autos, em decorrência do julgamento do conflito de
competência, e, por conseguinte, que seja processado o pedido
de intervenção federal no âmbito daquele Tribunal, para só
posteriormente, se for o caso de deferimento, serem
encaminhados os autos a essa Suprema Corte.19.
Ultrapassada tal questão, o Ministério Público Federal se
manifesta pela improcedência do pedido.20. Não é oportuno
que se profira decisão de grande impacto como a que
pertine à espécie quando se verifica que a conduta do
Estado requerido, quando do alegado descumprimento de
decisão judicial, se deveu não à vontade deliberada em não
realizar o pagamento devido, mas à questão externa -
desconhecimento da ordem a que deveria obedecer -,
naquele momento submetida à apreciação do Superior
Tribunal de Justiça...............................22. Seguindo a
cautela exigida pela Constituição Federal, o Supremo
Tribunal Federal, em distintos julgados, consolidou o
entendimento de que a intervenção deverá atentar à
máxima proporcionalidade, considerando não apenas a
dívida judicial que justifica o pedido, como também as
múltiplas obrigações do Estado de igual hierarquia.

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Assinado eletronicamente por: OSCAR LAFAIETE DE ALBUQUERQUE LIMA FILHO - 03/12/2018 19:11:26 Num. 2749337 - Pág. 11
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Enfatizou, ainda, a conveniência de se examinar o dolo do


Estado no inadimplemento para deferir o pedido de
intervenção federal.................................23. Na espécie, ante a
argumentação do Estado do Espírito Santo no sentido do
desconhecimento de qual lista estaria a prevalecer - o que
dificulta a liquidação de débitos representados por
precatórios,"sob pena de ser acusado deferir a ordem
cronológica, e sofrer desordenados seqüestro nas contas
públicas, o que levaria o Estado à desordem e à
impossibilidade de manutenção das atividades essenciais,
como saúde, segurança e educação"-, fica clara, repita-se, a
ausência da vontade explícita e deliberada do Estado em não
quitar o débito, pelo que não resta caracterizada hipótese
autorizadora da decretação da intervenção pleiteada.Assim
sendo, o Ministério público Federal se manifesta pelo retomo
dos autos ao tribunal de origem para renovação, se for o caso
do pedido de intervenção federal ou pelo indeferimento do
pedido............................."(fls. 182/185).Correto o parecer. O
instituto da intervenção federal constitui instrumento
essencial à viabilização do sistema federativo, e sua
utilização é de caráter excepcional. Conforme destacou o
PGR é clara "a ausência da vontade explícita e deliberada
do Estado em não quitar o débito". Nessa hipótese, a
jurisprudência predominante do STF é contrária à
pretensão das REQUERENTES:
"............................INTERVENÇÃO FEDERAL. 2. Precatórios
judiciais. 3. Não configuração de atuação dolosa e
deliberada do Estado de São Paulo com finalidade de não
pagamento. 4. Estado sujeito a quadro de múltiplas obrigações
de idêntica hierarquia. Necessidade de garantir eficácia a
outras normas constitucionais, como, por exemplo, a
continuidade de prestação de serviços públicos. 5. A
intervenção, como medida extrema, deve atender à máxima da
proporcionalidade. 6. Adoção da chamada relação de
precedência condicionada entre princípios constitucionais
concorrentes. 7. Pedido de intervenção

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indeferido..............................." (IF 2915, GILMAR,


28.11.2003).Em razão do exposto, indefiro o pedido. Publique-
se.Brasília, 30 de novembro de 2005.Ministro NELSON JOBIM
Presidente. (STF - INTERVENÇÃO FEDERAL : IF 3150 ES,
Relator(a): Min. PRESIDENTE, Julgamento: 30/11/2005,
Publicação: DJ 06/12/2005 PP-00037)

Dessa maneira, a inexistência de conduta dolosa, bem


como a inequívoca conduta do Estado do Maranhão no sentido de
honrar tais obrigações, não autoriza o prosseguimento do
requerimento para instauração da intervenção federal.

Com efeito, mesmo sendo suficientes os argumentos


acima expostos para remover a respectiva causa do requerimento,
oportuno asseverar que a intervenção é medida extrema e deve
observar as circunstâncias do caso concreto para que não se mostre
exorbitante e desproporcional, ferindo os critérios da razoabilidade.

Aliás, tal diretriz está consolidada na jurisprudência do


Excelso Pretório. A título de exemplo, é válido trazer à colação os
seguintes julgados:

EMENTA: INTERVENÇÃO FEDERAL. 2. Precatórios judiciais.


3. Não configuração de atuação dolosa e deliberada do Estado
de São Paulo com finalidade de não pagamento. 4. Estado
sujeito a quadro de múltiplas obrigações de idêntica hierarquia.
Necessidade de garantir eficácia a outras normas
constitucionais, como, por exemplo, a continuidade de
prestação de serviços públicos. 5. A intervenção, como
medida extrema, deve atender à máxima da
proporcionalidade. 6. Adoção da chamada relação de
precedência condicionada entre princípios constitucionais
concorrentes. 7. Pedido de intervenção indeferido (IF 3601,

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Relator(a): Min. MARCO AURÉLIO, Relator(a) p/ Acórdão:


Min. GILMAR MENDES, Tribunal Pleno, julgado em 08/05/2003,
DJ 22-08-2003 PP-00047 EMENT VOL-02120-28 PP-05715)

EMENTA: INTERVENÇÃO FEDERAL. Pagamento de


precatório judicial. Descumprimento voluntário e intencional.
Não ocorrência. Inadimplemento devido a insuficiência
transitória de recursos financeiros. Necessidade de
manutenção de serviços públicos essenciais, garantidos por
outras normas constitucionais. Precedentes. Não se justifica
decreto de intervenção federal por não pagamento de
precatório judicial, quando o fato não se deva a omissão
voluntária e intencional do ente federado, mas a
insuficiência temporária de recursos financeiros. (IF 5101,
Relator(a): Min. CEZAR PELUSO (Presidente), Tribunal Pleno,
julgado em 28/03/2012, ACÓRDÃO ELETRÔNICO DJe-176
DIVULG 05-09-2012 PUBLIC 06-09-2012)

Desse modo, no exame da proporcionalidade no caso em


apreço, não podem ser desconsideradas as limitações estruturais e o
esforço do Estado do Maranhão quanto ao cumprimento das ordens
judiciais que fundamento o presente pedido de intervenção.

Nessa esteira, necessário colacionar o trecho do voto do


Relator da Intervenção Federal n. 3.601-1/SP, Ministro Gilmar Mendes,
vejamos:

A intervenção não atende, por fim, ao requisito da


proporcionalidade em sentido estrito. Nesse plano, é
necessários aferir a existência de proporção entre o
objetivo perseguido (...) e ônus imposto ao atingido que, no
caso, não é apenas o Estado, mas também a própria
sociedade. Não se contesta, por certo, a especial relevância
conferida pelo constituinte aos créditos de natureza alimentícia.

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Todavia, é inegável que há inúmeros outros bens jurídicos


de base constitucional que estariam sacrificados na
hipótese de uma intervenção pautada por um objetivo de
aplicada literal e irrestrita das normas que determinam o
pagamento imediato daqueles créditos.
(...)
Estão claros, no caso, os princípios constitucionais em situação
de confronto. De um lado, em favor da intervenção, a proteção
constitucional às decisões judiciais, e de modo indireto, a
posição subjetiva de particulares calcada no direito de
precedência dos créditos de natureza alimentícia. De outro
lado, a posição do Estado, no sentido de ver preservada sua
prerrogativa constitucional mais elementar, qual seja a sua
autonomia, e, de modo indireto, o interesse, não limitado ao
ente federativo, de não se ver prejudicada a continuidade da
prestação de serviços públicos essenciais, como educação e
saúde.
Assim, a par da evidente ausência de proporcionalidade da
intervenção para o caso em exame, o que bastaria para
afastar aquela medida extrema, o caráter excepcional da
intervenção, somado às circunstâncias já expostas
recomendam a precedência condicionada do princípio da
autonomia dos Estados. (g.n)

Considerando os argumentos expostos supra, o Estado


do Maranhão se mostra diligente na busca de soluções para o
cumprimento integral das decisões judiciais, não estando presentes os
pressupostos para a intervenção federal ora solicitada.

São essas, portanto, as informações que se tem a


respeito das medidas adotadas, o que denota o empenho do Estado em
resolver a questão, não havendo assim dolo ou má-fé no trato da
matéria, daí porque deve ser arquivada a presente representação para
intervenção federal, ante a solução administrativa no sentido de

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convocar 500 (quinhentos) candidatos para o Curso de Formação do


concurso público para provimento do cargo de SOLDADO DO
QUADRO DE PRAÇA POLICIAL (Edital n° 01 – PM/MA, de 29 de
setembro de 2017), no mês de março de 2019.

III – DOS REQUERIMENTOS

Diante do exposto, considerando todos os argumentos


expostos supra, requer-se a esse Colendo Tribunal de Justiça a rejeição
do requerimento de intervenção federal, com o consequente
arquivamento do procedimento em epígrafe, tendo em vista restar
comprovado a inexistência de descumprimento voluntário e intencional da
decisão pelo Estado do Maranhão.

Nestes termos,
pede e aguarda deferimento.

São Luís (MA), 30 de novembro de 2018.

RODRIGO MAIA ROCHA


Procurador-Geral do Estado

OSCAR LAFAIETE DE A. LIMA FILHO


Procurador do Estado do Maranhão

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