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SERVIÇO PÚBLICO FEDERAL

UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ


DIVISÃO DE COMPRAS E SERVIÇOS

JULGAMENTO DE RECURSO ADMINISTRATIVO EM LICITAÇÃO

PROCESSO: 23479.013170/2018-71
REFERÊNCIA: PREGÃO ELETRÔNICO Nº 03/2020
OBJETO: CONTRATAÇÃO DE EMPRESA ESPECIALIZADA EM SERVIÇOS DE LIMPEZA,
ASSEIO E CONSERVAÇÃO DIÁRIA, ZELADORIA E OPERADOR DE MÁQUINAS LEVES,
COM FORNECIMENTO DE MÃO DE OBRA UNIFORMIZADA, MATERIAL DE LIMPEZA,
MATERIAL DE CONSUMO E EQUIPAMENTOS PARA ATENDER AS NECESSIDADES DA
UNIVERSIDADE FEDERAL DO SUL E SUDESTE DO PARÁ.
RECORRENTE: LIMP CAR LOCACAO E SERVICOS LTDA
RECORRIDA: L G SERVICOS PROFISSIONAIS EIRELI

1. Trata-se de Recurso Administrativo interposto tempestivamente pela licitante


LIMP CAR LOCACAO E SERVICOS LTDA, inscrita no CNPJ sob o nº 01.232.642/0001-89,
com fundamento no art. 4º, inciso XVIII, da Lei nº 10.520/2002; e no caput do art. 44 do
Decreto nº 10.024/2019, subsidiado pela Lei nº 8.666/1993, por intermédio de seu
representante legal, em face de ato administrativo praticado por Pregoeiro da
Universidade Federal do Sul e Sudeste do Pará, pertinente ao julgamento de proposta
para o pregão em referência, pelos motivos apresentados no bojo do recurso, que serão
oportunamente relatados.

2. Tais documentos encontram-se disponíveis para consulta no Portal de Compras


do Governo Federal - www.comprasgovernamentais.gov.br e constantes do Processo
Eletrônico 23479.013170/2018-71, disponível para consulta em
sipac.unifesspa.edu.br/public/jsp/portal.jsf.

I. DAS PRELIMINARES

3. Em sede de admissibilidade recursal, foram preenchidos os pressupostos de


legitimidade, interesse processual, fundamentação, pedido de nova decisão e
tempestividade.

II. DOS FATOS

4. Na sessão pública do Pregão em referência, realizada em 18/05/2020, a


Recorrente intencionou interposição de recurso na data de 17/06/2020 para demonstrar
sua irresignação contra a classificação e habilitação da empresa L G SERVICOS
PROFISSIONAIS EIRELI para o Pregão Eletrônico nº 03/20202, a qual foi admitida pelo

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Pregoeiro, restando estabelecida a data de 06/07/2020 como prazo final do recurso.


Houve apresentação de contrarrazões do recurso em 22/06/2020.

5. A Recorrente é participante do Pregão Eletrônico nº 03/2020, ofertando lance de


R$ 2.733.962,31 (Dois Milhões, Setecentos e Trinta e Três Mil, Novecentos e Sessenta e
Dois Reais e Trinta e Um Centavos) para o Item 01 do referido pregão, figurando como
3ª (terceira) colocada ao final da fase de lances.

6. Após a desclassificação da Propostas da empresa FOCCUS ADMINISTRADORA


DE SERVICOS EIRELI (1ª colocada) pelos motivos consignados na Ata do Pregão, foi
convocada a licitante subsequente, L G SERVICOS PROFISSIONAIS EIRELI, para anexar ao
sistema Comprasnet a Proposta ajustada ao valor do seu lance.

7. Após última diligência solicitada à L G SERVICOS PROFISSIONAIS EIRELI através


do Parecer n° 08 – DISERV/SINFRA/UNIFESSPA, a Proposta foi analisada pelo setor
técnico, que concluiu pela aceitação por estar de acordo com os requisitos exigidos no
edital de licitação, conforme Parecer n° 12 – DISERV/SINFRA/UNIFESSPA.

8. Em ato contínuo, a documentação de habilitação foi apreciada e julgada em


plena conformidade com as exigências editalícais, sendo a licitante L G SERVICOS
PROFISSIONAIS EIRELI declarada vencedora do Item 01 do pregão em epígrafe.

III. DAS ALEGAÇÕES DA RECORRENTE

9. Acerca da “proposta atual”, alega:


Nas planilhas de custo e formação de preços da empresa L G SERVIÇOS,
verificamos vários erros que desde a primeira planilha já eram motivos para
desclassificar esta recorrida do certame, mas a autoridade Pregoeira, após a
interposição de vários recursos contrários a r. decisão de aceitação e habilitação
da primeira Ata, resolveu instaurar diligências para solicitar à L G SERVIÇOS
vários ajustes de planilhas, correções da soma de Valores unitários e Globais,
solicitando esclarecimentos quanto a sua forma de cálculo dos INSUMOS, e
quanto aos documentos de qualificação financeira apresentados incompletos,
com divergências inclusive de valores de contratos que a mesma possui com a
administração pública, que deu origem a reformulação de uma nova relação de
Contratos enviados por e-mail, contrariando gravemente as condições do Edital,
onde cita que todos os documentos de proposta e habilitação deve ser anexado
via sistema Comprasnet.
Embora com todas as oportunidades que lhe proporcionou a Sra. Pregoeira e
equipe de apoio, podemos assegurar que a NOVA proposta da empresa L G
SERVIÇOS, continua com erros insanáveis, infelizmente a persistência de erros e
omissões cometidos na Proposta, não foram vistos ou não foram considerados
pela Pregoeira, se arriscando a aprovar uma NOVA proposta, ALTERADA
INCLUSIVE NA SUA METODOLOGIA DE CALCULO, mas com divergência entre
os valores unitários, valores mensais e Globais, que podem comprometer a
execução, a geração do Boletim de Medição dos serviços, e a repactuação de
preços durante a vigência do pacto contratual.

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10. A respeito do fracionamento de postos, insurge-se:


Pelo visto, na 2ª proposta a empresa recorrida, alterou o quantitativo de postos
de Servente para os Campus de Marabá, e ainda, da forma mais rudimentar e
imensurável, cotou 40,85 (quarenta virgula oitenta e cinco) Serventes para os
Campus de Marabá. Qual o embasamento técnico ou jurídico, pode ser
justificado para esta fração de SERVENTE, salvo melhor juízo, Servente, significa
uma função atribuída a um profissional de Limpeza, que é um ser humano, com
direitos e obrigações, desconhecemos totalmente que o ser humano, na sua
unidade normal, possa ser retalhado/fracionado antes de ser escalado para um
determinado posto de serviço.
Da mesma forma, não se compreende qual a justificativa técnica ou jurídica,
pode ser justificado para estas frações de SERVENTE, dos Campus de Rondon
do Pará , Campus de Xinguara, Campus de São Felix do Xingú e Campus de
Santana do Araguaia -PA, em todos estes a empresa recorrida resolveu
retalhar/fracionar o quantitativo de Servente, esquecendo da unidade
homem/mês, todos com jornada de 44 horas semanais, agiu como se estivesse
vendendo mercadoria por peso, por fardo, ou por arroba, de modo que não se
admite tanta lambança cometida de uma vez só.
Não se pode admitir, que o Licitante tenha poder para mudar a unidade de
preço que já foi estabelecida no Edital, qual seja, Preço unitário mensal e global
cotado por posto de serviço, não atendendo o quantitativo de postos de
SERVENTE que foi definido pela administração no Termo de Referência, que
totaliza 59 ( cinquenta e nove )posto de Servente, todos com jornada de 44
horas semanais, e com dedicação exclusiva da mão de obra, é assim que reza
no Edital, apresentando uma planilha para cada tipo de mão de obra, em
seguida multiplicando pelo quantitativo de cada Unidade da UNIFESSPA.
Senhores, no Edital e no termo de Referência, a administração calculou
detalhadamente os custos máximos empenhados na licitação, estabelecendo o
preço estimado mensal e global dos serviços licitados, deixando bem claro que
a equação adotada previamente em termo de valor mensal e global, não foi
baseado unicamente em (m2) metro quadrado, mas sim no preço unitário e no
quantitativo de Serventes que serão necessários em cada um dos Campus da
UNIFESSPA, de modo que não cabe agora com a licitação já em curso,
praticamente na fase final do certame, venha ser mudada a regra do jogo,
passando de preço homem/mês para preço por metro quadrado. É inaceitável!

11. Sobre uso de “jogo de planilhas” praticada pela recorrente, dispõe:


É bastante grave o procedimento da empresa recorrida, é muito mais grave
AINDA, a autoridade pregoeira aceitar e aprovar a proposta da recorrida, com
tantas incongruências, que nem mesmo com todas as chances que
proporcionou em favor da L G SERVIÇOS, foi suficiente para corrigir os erros
que vem cometendo desde o início, ferindo de morte as regras do Edital e da
legislação pátria e suas alterações subsequentes
(...) no afã de convencer os nobres julgadores pela aceitação da sua proposta,
praticou
propositadamente o chamado “JOGO DE PLANILHA” o que aliás é reprovado
que se faça na licitação pública, conforme já existe pareceres de órgãos como a
controladoria da União- CGU.
Em seguida demonstraremos como se conduziu a empresa recorrida, com
relação as planilhas de preços de Material de Limpeza, para fornecimento

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mensal e Trimestral, na planilha de Máquinas e Equipamentos, e no cálculo da


CITL:

Dados /componentes do Preço Valor da 1ª Proposta -Mensal Valor da 2ª


Proposta mensal Valor da C ITL 1ª Proposta Valor da CITL 2ª PROPOSTA
Material de Limpeza - Mensal 24.106,65 23.740,30 3.246,92 (13,47%) 3.613,27
(15,22%)
Material de Limpeza - Trimestral 5.061,89 4.984,96 681,79 (13,47%) 758,71 (
15,22%)
Equipamentos /mensal 645,16 635,35 86,90 (13,47%) 96,70 (15,22%)

Prezada Pregoeira, pelo demonstrativo acima, está bastante evidente que a


pratica de “jogo de planilha” feito pela empresa L G SERVIÇOS, foi no intento de
mascara uma equação DE VALORES divergentes, e que em nada lhe favorece
em demonstrar a exequibilidade da proposta de preços questionada pela CPL
no momento da diligência processual.

12. Acerca dos valores na planilha de preços da recorrida, dispõe:


Para melhor compreendermos deste tópico, vejamos os valores cotados na
proposta da recorrida:
Diligência de 03/06/2020
Proposta da empresa L G SERVIÇOS
113.443,83
7.634,80
6.621,90
16.764,06
10.775,45
14.810,75
11.674,57
12.766,16
194.401,52
24.834,17
645,76
Total Mensal: 219.881,45
Valor Total Global: 2.638.577,28
Identificação dos erros constatados:
A soma do valor Mensal é de R$ 219.971,45, e a soma do valor Global é de R$
2.639.657,40

Agora vamos demonstrar abaixo, o valor correto a partir da soma dos valores
cotados acima:
Valor Total (correto)
113.444,13
7.634,80
6.621,90
16.674,06
10.775,11
14.801,89
11.663,78
12.774,61

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194.390,28
Material de Limpeza (mensal e trimestral) 24.834,17
Equipamentos 645,76
Ficou assim constatado que na proposta da empresa LG SERVIÇOS, há uma
diferença pra maior de R$ 1.080,12 (um mil e oitenta reais e doze centavos) para
o período de 12 (doze) meses.

13. Sobre os “encargos sociais e trabalhistas e previdenciários”, declara:


Posto de Servente: Salário: R$ 1.099,90 (um mil e noventa e nove reais e noventa
centavos) Módulo 2 - Encargos e Benefícios Anuais, Mensais e Diários
Submódulo 2.1 – 13º salário, férias e adicional de férias
Na proposta da empresa L G SERVIÇOS, no Posto de SERVENTE DE LIMPEZA ,
foi cotado na alínea “A” deste Submódulo, 13º salário 8,33% (oito virgula trinta
e três por cento) e na alínea “B” adicional de férias de 2,78% (dois virgula setenta
e oito porcento), no subtotal com 11,11 % . Em seguida calculou a incidência do
submódulo 2.2 sobre 13º salário, Férias e Adicional de férias, onde cotou 4,04%,
totalizando o submódulo 2.1 em 15,15 % (quinze virgula quinze cento), com o
valor de R$ 166,60 (cento e sessenta e seis reais e sessenta centavos).
(...) composição do Módulo 2, Submódulo 2.1 das planilhas de custos da
empresa L G Serviços, não consta a rubrica de férias, que é de 11,11%, como
também não consta a incidências dos encargos do Submódulo 2.2 sobre a
rubrica de Férias. Tal omissão de valor, representa uma diferença expressiva no
valor final da sua proposta, considerando a relação do efetivo no total de 69
(sessenta e Nove) postos de trabalho que prever o Edital do referido Pregão.
Sra. Pregoeira, segundo o que consta no Edital, o regimento da Licitação em
pauta integra a Lei do Pregão 10.520/2002, o Decreto do Pregão na forma
Eletrônica nº 5.450/2005, IN 05/2017 -MPDG, e outras legislações aplicáveis,
portanto diante do grave erro cometido na composição do preço da empresa
recorrida, com rubricas e percentuais imputados nas planilhas de custos
totalmente em desacordo com as disposições da IN 05/2017, não seguindo as
orientações do Caderno técnico do Ministério da Economia, para contratação
de serviços de Limpeza e Conservação para o Estado do Pará, portanto é
inaceitável que a referida proposta seja mantida como vencedora para fins de
contratação dos serviços de Limpeza e Conservação junto a UNIFESSPA.

(...)
Total do Submódulo 2.1: 13º Salário + Férias + Adicional de Férias (a ser pago
mensalmente a título de provisionamento). Valor: 91,66 + 91,66 + 30,55 = 213,87.
Diante do quadro acima, não resta dúvida que a forma de cálculo dos encargos
do Submódulo 2.1 da proposta da empresa recorrida, está completamente em
desacordo com as disposições da IN 05/2017, como também com o Caderno
Técnico recomendado pelo Ministério da Economia através da SEGES- aplicado
no Estado do Pará. Cabe salientar, inclusive, que o mesmo erro cometido na
planilha de custo e formação de preços da função de Servente, foi reincidente
nas planilhas de preços das funções de Encarregado, de Zelador, e de Operador
de Máquina Leve, de modo que são erros insanáveis que comprometem a
regularidade da sua oferta de preços, e que representa uma grande diferença
entre o valor que deveria compor nas planilhas e aquele apresentado pela
mesma, considerando a quantidade de postos, as funções, e com salários de
valores diferenciados, sem dúvida não haveria a menor possibilidade de ajustes
sem a majoração do valor proposto pela recorrida.

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14. Referente à cotação dos valores de EPIs, assevera:


(...) é de fato preocupante ter aceitado e habilitado a proposta da empresa
recorrida, que de fato não cotou nenhum valor referente ao fornecimento dos
equipamentos de proteção individual, apesar de todo o comando detalhado
que nos remete o quadro acima extraído do Edital de Pregão 03/2020. Agindo
dessa forma, coloca em risco a segurança da contratação, e mais ainda, com a
decisão de aceite e habilitada a proposta sem nenhum valor garantido para o
fornecimento dos EPI!s, permitirá que os colaboradores se apresente nos locais
de trabalho, totalmente desprotegido correndo sérios e eminentes riscos de
ACIDENTES DE TRABALHO, é isso que essa administração pretende para os
colaboradores. Sim ou Não.

15. Atinente às obrigações do item 24 e subitens do Termo de referência, aduz:


Sra. Pregoeira, na remota hipótese de se manter como vencedora a proposta da
recorrida, as obrigações precificadas no Item 24 e subitens seguintes deste
Termo de Referência, que é parte integrante do Edital, certamente não alcançará
plenamente seus efeitos durante a vigência contratual, haja vista, que na
proposta da empresa L G SERVIÇOS, não estão contemplados os percentuais
corretos dos encargos sociais, muito menos as incidências legais, razão pela qual
não deve prosperar a decisão recorrida. São custos que jamais poderiam deixar
de ser cotado na proposta de preços, e comprometerão os procedimentos do
provisionamento da cota vinculada previsto no Edital e na Instrução Normativa
IN 05/2017 – MPDG.

16. Quanto à retomada de julgamento da proposta da recorrida, argumenta:


(...) refere-se às consequências da decisão que habilitou e classificou a empresa
LG SERVIÇOS como vencedora no certame, mesmo após recusa de sua
proposta, revogando os atos feitos do pregoeiro, justificando autotutela
administrativa, a comissão de licitação neste ato feriu os princípios da
transparência do processo, quando até o presente momento.
(...)
Embora tenha a Comissão de Licitação concedida mais de uma oportunidade a
empresa LG SERVIÇOS para sanar as inúmeras irregularidades apresentadas em
sua proposta comercial, SEM QUE HOUVESSE A MAJORAÇÃO DA PROPOSTA,
bem como nos seus documentos de habilitação, a mesma, não aproveitou as
oportunidades lhe CONCEDIDAS e apresentou nova proposta de preço e
documentos eivados de irregularidade insanáveis, o que somente demonstra
claramente a necessidade de recusa da proposta da mesma.
Pois bem. Chama a nossa atenção a falta de cumprimento dos ritos do processo
licitatório, bem como a quantidade de possibilidades, concedidas pela Comissão
de Licitação desta Universidade, de correção da planilha de preço apresentada
pela recorrida, e nos surpreende o fato da comissão até o momento não ter
trazido a luz da transparência o que de fato, motivou o ato revogado de recusa
e desclassificação da LG Serviços Profissionais Eirelli. TRATA-SE DE UMA
VERDADEIRA FORMA DIFERENCIADA DE TRATAMENTO. NESTE CASO, SERÁ
QUE OS PRINCIPIOS DA ISONOMIA E DO JULGAMENTO OBJETIVO ESTARIAM
SENDO OBSERVADOS ???

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17. Pertinente “a falta de envio de documentos”, arrazoa:


(...) conforme consta no Parecer 12 – DISERV/SINFRA/UNIFESSPA, que ao
julgamento da Proposta apresentada pela empresa L G SERVICOS
PROFISSIONAIS EIRELI, chegou-se ao entendimento de que a Proposta outrora
recusada, poderia ser aceita, parecer este que em nenhum momento fora
disponibilizado pela comissão de licitação, que deveria, OBRIGATORIAMENTE
enviar aos licitantes que participam do processo, o documento em questão, ou
dispor o mesmo no sistema do compras governamentais.
No entanto, mesmo a empresa Limp Car Locação e Serviços, tendo solicitado
via e-mail em 08/06/2020, já que não lhe restava opções, pois o chat do sistema
fora fechado para a Limp Car, solicitou então que fosse esclarecido pela
comissão, que tipo de argumentação ou documento levou o processo a
retroceder, revogando atos feitos, e ora sem fundamento “REABILITAR” a
Empresa LG Serviços Profissionais Eirelli, UMA VEZ MAIS, UM ABSURDO !!!
A conduta desta Comissão de Licitação CARACTERIZA-SE EM TESE COMO DE
FRAUDE E DE DIRECIONAMENTO NA PRESENTE LICITAÇÃO.

IV. DO PEDIDO DA RECORRENTE

18. Requer a Recorrente:


(...) que seja dado provimento ao presente Recurso Administrativo e que sejam
julgadas procedentes as Razões apresentadas, para que seja reconsiderada a r.
decisão proferida e seja MANTIDA A DECISÃO DE RECUSA da proposta da
empresa LG SERVIÇOS PROFISSIONAIS EIRELI, haja vista esta não ter atendido
às exigências do Edital do Pregão Eletrônico nº 03/2020, e que seja dado
seguimento ao processo licitatório.
No entanto, caso seja diverso o entendimento, requer que as presentes Razões
Recursais sejam encaminhadas, devidamente informadas, à autoridade superior,
para análise e decisão final, em conformidade com o artigo 109, § 4º da Lei nº
8.666/93.
Por fim, o indeferimento deste Recurso, diante das irregularidades apontadas,
comprometerá o interesse público, redundando em decretação de nulidade de
todo o certame e dos demais atos que a ele sucederem.

V. DAS ALEGAÇÕES EM SEDE DE CONTRARRAZÕES

19. Acerca do “DO VALOR CORRETO APRESENTADO E DAS DILIGÊNCIAS


REALIZADAS”, declara:
(...)
O Decreto federal nº 10.024/2019 expressamente admite que o Pregoeiro exerça
a prerrogativa administrativa
de sanar erros ou falhas que não alterem a substância das propostas, dos
documentos e sua validade jurídica.
(...)
A realização de diligência é claramente identificada como uma prerrogativa
facultada ao pregoeiro, sendo desnecessária a previsão em edital.
(...) O TCU já assentou, inclusive, que é indevida a desclassificação de licitantes
em razão da ausência de informações na proposta que possam ser supridas pela
diligência prevista no art. 43, § 3º, da Lei de Licitações.

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(...)
Errado seria, se ao analisar os esclarecimentos apresentados pela empresa LG, a
autoridade competente (pregoeira) cometesse o erro em desclassifica-la, haja
visto que os cálculos apresentados estão em conformidade, diferente da
consideração do parecer Técnico 06 DISERV/UNIFESSPA.
(...) amparada pelo Princípio da Autotutela, anulando-o quando ilegal ou
revogando-o quando inconveniente para corrigir os seus atos, o que o fez
acertadamente.

II – DA CORRETA APRESENTAÇÃO DOS VALORES QUESTIONADOS:


A Recorrida declara que seu cálculo seguiu exatamente as determinações
editalícias inclusive todos os mecanismos orientados, com destaque para Anexo
VII-A, da Instrução Normativa/SEGES/MP n.º 5/2017 (Portaria SEGES/MP n. 213,
de 25 de setembro de 2017), considerando as elencadas no item 10 do termo de
referencia se não vejamos:
10.1.1 A produtividade mínima a ser considerada para a categoria profissional
envolvida, expresso em termos de área física por jornada de trabalho, determina
a adoção dos seguintes índices por servente em jornada de oito horas diárias: I
–Áreas internas de salas de aula com produtividade de 1.200 m²; II –Áreas
internas de salas administrativas com produtividade de 1.200 m²; III –Áreas
internas de laboratório com produtividade de 450 m²; IV –Áreas internas de
biblioteca com produtividade de 1.200 m²; V –Áreas internas de banheiros com
produtividade de 300 m²; VI –Demais áreas internas com produtividade de 1.500
m²; VII –Áreas externas com produtividade de 7.500.
10.2. A produtividade mínima adotada para as Áreas Internas e externas foi
embasada na IN 05/2017 –MPOG
(...) a RECORRENTE não observou o edital, quanto ao que fazer em casos onde
a relação de homem x m², gera uma fração, situação esta, que aconteceu no
presente caso, tendo a CONTRARRAZOANTE que, se utilizando do já estipulado
no edital, arredondar as frações.
(...)
O paradigma a ser seguido pela Comissão, portanto, reside na percepção do
menor preço, afastando assim, eventuais e equivocadas desclassificações de
propostas. Nesse sentido, as orientações do Tribunal de Contas da União vêm
pacificando o entendimento que prima pelo afastamento de desclassificações e
busca pelo menor preço, dando, portanto, tratamento meramente instrumental
a planilha de preços, destacando aqui a lição do Ministro Bento José Bugarin,
relator da decisão proferida pela Corte em acórdão nº. 570/1992:
Todavia, o rigor formal não pode ser exagerado ou absoluto. Como adverte o
já citado HELY LOPES MEIRELLES, o princípio do procedimento formal “não
significa que a Administração deva ser 'formalista' a ponto de fazer exigências
inúteis ou desnecessárias à licitação, como também não quer dizer que se deva
anular o procedimento ou julgamento, ou inabilitar licitantes, ou desclassificar
propostas diante de simples omissões ou irregularidades na documentação ou
na proposta, desde que tais omissões ou irregularidades sejam irrelevantes e
não causem prejuízos à Administração ou aos concorrentes. A regra é a
dominante nos processos judiciais: não se decreta nulidade onde não houve
dano para qualquer das partes - 'pas de nullité sans grief', no dizer dos
franceses” (op. cit., página 24).
(...)

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Ainda nesse contexto, ressalta-se que argumentação aqui trazida já foi motivo
de discussão de recursos anteriores, o que demonstra o caráter meramente
protelatório dos mesmos, a RECORRENTE já não possui mais
motivos para questionar, dessa forma fomenta discussões acerca de assuntos já
tratados, na tentativa de ludibriar a defesa da CONTRARRAZOANTE.
(...)
É a terceira vez que a RECORRENTE se utiliza da argumentação do calculo
homem x m² para tentar desclassificar a proposta da CONTRARRAZOANTE e
pela terceira vez a Empresa esclarece que o calculo está completamente correto
e não infringe qualquer disposto estabelecido em lei, inclusive demonstrando
que é completamente possível a utilização desse calculo sem ferir qualquer
termo do Edital.

20. Sobre os “EQUIPAMENTOS DE PROTEÇÃO INDIVIDUAL”, argumenta:


A RECORRENTE alega que a recorrida apresentou sua proposta em desacordo
com o determinado no edital, pois, segundo o recurso, não teria feito a cotação
dos EPI’s em sua planilha, afirmação esta que não passa de mais uma falácia,
que neste ponto, já tem certeza se tratar de má fé da recorrente.
(...)
A Recorrida ao final de sua Planilha de Custos e Formação de Preços, nos itens
Custos indiretos e Lucro, prévio os custos com Equipamentos de Proteção
Individual, declara que o preço global proposto compreende todas as
despesas necessárias à perfeita realização dos serviços, inclusive mão de obra,
todos os encargos, previstos pela legislação trabalhista e previdenciária e
impostos de qualquer espécie, tributos em geral, taxas, frete, seguros aplicáveis
necessários ou impostos por lei, inclusive quaisquer outros encargos que
venham incidir sobre a execução dos serviços e seus preços.
E de fato é o que ocorre Sr. Pregoeiro, os custos com EPI fazem parte da referida
Planilha de Custos e Formação de Preços, sendo estes cotados no item “CUSTOS
INDIRETOS e LUCRO”.

21. Com relação a “COMPROVAÇÃO DE INEXIGIBILIDADE DA PROPOSTA”, afirma:


A RECORRENTE alega novamente que a proposta da CONTRARRAZOANTE é
inexequível e dessa forma a Ilustríssima Pregoeira deveria proceder com a sua
desclassificação do certame licitatório, contudo, em momento algum apresenta
qualquer fundamento capaz de alicerçar suas alegações.
(...)
Ora, a licitação é o procedimento administrativo que visa assegurar o princípio
da isonomia e a seleção da proposta mais vantajosa para o erário, dessa forma,
a proposta da CONTRARRAZOANTE se mostrou totalmente vantajosa para a
Administração Pública, logo comprovando a sua exequibilidade.
Ainda nesse contexto a jurisprudência brasileira versa acerca da exequibilidade
da proposta, vejamos:
(...) Não se pode perder de vista que o procedimento concorrencial deve ser
amplo, isonômico, impessoal e público, a fim de escolher a melhor proposta
para a Administração Pública, além da promoção do desenvolvimento nacional
sustentável, nos termos do artigo 3º da Lei Federal nº 8.666/93, devendo o
procedimento licitatório obedecer a vários princípios, dentre eles o da
legalidade, moralidade, eficiência, publicidade, isonomia e impessoalidade.

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(...) Segundo entendimento do e. Superior Tribunal de Justiça/STJ, a


exequibilidade ou inexequibilidade da proposta não deve ser aferida de modo
absoluto e rígido, não se podendo presumir que a proposta do licitante é
inexequível apenas pelo fato de que este não firmou contrato anterior com a
administração pública nos termos exigidos pelo edital.
(TJ-CE - AI: 06310875320188060000 CE 0631087-53.2018.8.06.0000, Relator:
MARIA NAILDE PINHEIRO NOGUEIRA, Data de Julgamento: 30/01/2019, 2ª
Câmara Direito Público, Data de Publicação: 30/01/2019).

Ora, em suas razões recursais, a RECORRENTE se insurge exaustivamente contra


as alterações realizadas na planilha de custos da recorrida, fruto das diligências
promovidas pela autoridade pregoeira, o que nem de longe pode ensejar a
desclassificação da LG SERVIÇOS PROFISSIONAIS no presente caso.
Cediço que o ordenamento jurídico pátrio permite a realização de ajustes na
proposta das licitantes, desde que o valor global da proposta não seja majorado.
Portanto, eventuais erros na planilha podem ser retificados no decorrer do
certame, não podendo ser uma licitante desclassificada por este motivo.
Nesse sentido, citam-se as seguintes decisões do Supremo Tribunal Federal e
do Superior Tribunal de Justiça, respectivamente:
STF: “Se a irregularidade praticada pela licitante vencedora, que não atendeu a
formalidade prevista no edital licitatório, não lhe trouxe vantagem nem implicou
prejuízo para os demais participantes, bem como se o vício apontado não
interferiu no julgamento objetivo da proposta, não se vislumbrando ofensa aos
demais princípios exigíveis na atuação da Administração Pública, correta é a
adjudicação do objeto da licitação à licitante que ofereceu a proposta mais
vantajosa, em prestígio do interesse público, escopo da atividade administrativa.
(DJU de 13.10.2000)
(...)
Imprescindível demonstrarmos que o Egrégio Tribunal de Contas da União já
firmou o entendimento no sentido de que os erros porventura detectados nos
documentos/planilhas que detalham/especificam as propostas devem ser
analisados com cautela, a fim de evitar o excesso de rigor, e a consequente
desclassificação indiscriminada de propostas. Neste sentido, cumpre citarmos os
seguintes acórdãos: nº. 963/2004-Plenário; nº. 1.791/2006-Plenário; nº.
536/2007-Plenário; nº. 2.586/2007-1ª Câmara; nº. 1.046/2008-Plenário;
nº.1.734/2009-Plenário; nº. 4.621/2009-2ª Câmara.

22. A respeito “DO CUMPRIMENTO DO ITEM 24 DO ANEXO I DO EDITAL”, sustenta:


Alega a RECORRENTE de forma um pouco confusa, que a RECORRIDA não teria
cumprido o item 24 do anexo I do edital, pois os percentuais aplicados estariam
em desconformidade com as determinações legais, ledo engano, senão vejamos
o valor de provisionamento para fins de retenção da Conta Vinculada, conforme
previsto no Edital, em seu item 24.5, que dispõem a IN 05/2017 é feita da
seguinte forma:

24.5. O montante dos depósitos da conta vinculada, conforme item 2 do Anexo


XII da IN SEGES/MP n. 5/2017 será igual ao somatório dos valores das provisões
a seguir discriminadas, incidentes sobre a remuneração, cuja movimentação
dependerá de autorização do órgão ou entidade promotora da licitação e será
feita

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exclusivamente para o pagamento das respectivas obrigações:24.5.1. 13º


(décimo terceiro) salário;24.5.2. Férias e um terço constitucional de férias;24.5.3.
Multa sobre o FGTS e contribuição social para as rescisões sem justa causa;
24.5.4.Encargos sobre férias e 13º (décimo terceiro) salário.24.5.5.Os percentuais
de provisionamento e a forma de cálculo serão aqueles indicados no Anexo XII
da IN SEGES/MP n. 5/2017.

A Recorrida utilizou integralmente as IN SEGES/MP n. 5/2017, juntamente com


entendimento amplo e pacifico do Tribunal de Conas da União, bem como do
MPU, e os percentuais atribuídos estão corretos principalmente no que se refere
aos valores de férias e terço constitucional.

Ainda destaca a Recorrida, que mesmo fazendo um exercício hipotético, e


considerando que algum percentual atribuído esteja um pouco menor do que
deveria ser de fato utilizado, O QUE NA REALIDADE NÃO ACONTECEU, o
próprio edital, em seu item 6.4 e seguintes, traz a solução para essa “falha”,
senão vejamos:

6.4. A empresa é a única responsável pela cotação correta dos encargos


tributários. Em caso de erro ou cotação incompatível com o regime tributário a
que se submete, serão adotadas as orientações a seguir:

6.4.1 cotação de percentual menor que o adequado: o percentual será mantido


durante toda a execução contratual;

6.4.2 cotação de percentual maior que o adequado: o excesso será suprimido,


unilateralmente, da planilha e haverá glosa, quando do pagamento, e/ou
redução, quando da repactuação, para fins de total ressarcimento do débito

E ainda no item 6.6

6.6. Independentemente do percentual de tributo inserido na planilha, no


pagamento dos serviços, serão retidos na fonte os percentuais estabelecidos na
legislação vigente.

(...)

Feito esse esclarecimento, vamos ao fato da planilha de custo e cotação de


encargos apresentadas estarem corretas e dentro dos parâmetros, tanto do
edital, quando do MPU, conforme demonstrado a seguir.

Os percentuais usados para férias e 1/3 constitucional em 8,33% e 2,78%,


respectivamente, estão corretos, conforme prevê a Auditoria do MPU,
comprovado no site oficial www.auditoria.mpu.mp.br>audin>encargos em seu
submódulo 2.1 – 13º (Décimo Terceiro) Salário e Adicional de Férias - percentual
2,78 e Memória de Cálculo [(1/3)/12]x100, conforme prevê art. 7º inciso XVII, da
Carta Maior e submódulo 4.1 – férias - percentual 8,33 e memória de cálculo
(1/2)x100, conforme prevê o art. 7, XVII e Ats. 129 e 130, I da CF.

Logo não há que se falar em irregularidade no uso do percentual de 11,11% pela


empresa Recorrida, não prosperando as argumentações por parte da
Recorrente.

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23. Acerca “DO CORRETO PREENCHIMENTO DA PLANILHA DE PREÇO”, defende:


(...)

A RECORRENTE em dado momento se utilizada de cálculo para apontar uma


suposta diferença na proposta da CONTRARRAZOANTE, demonstrando seu
desconhecimento da IN 05/2017, e da legislação aplicada na elaboração da
planilha de custos e formação de preços da proposta apresentada. Mais uma
vez expressando seu desespero na tentativa de conturbar e retardar o processo
licitatório.

(...) a RECORRENTE AFIRMA que a CONTRARRAZOANTE praticou “JOGO DE


PLANILHA”, o que não passa de uma acusação leviana, já que os valores
apresentados em nossa proposta atendem plenamente aos dispostos no Edital
e seus anexos.

É extremamente grave fazer acusações como essas sem trazer a baila uma
comprovação para alicerçar tais alegações, demonstrando claramente que a
Ilustríssima Pregoeira tomou a decisão correta em habilitar e declarar a
CONTRARRAZOANTE como vencedora visto que, mesmo após inúmeras
tentativas falhas em desclassifica-la, a mesma encontra-se com sua proposta
nos estritos termos do Edital.

24. Ao final, menciona sobre o “CARATER MERAMENTE PROTELATÓRIO DOS


RECURSOS”, sustentando que:
É inegável que a RECORRENTE vem se utilizando dos recursos com o objetivo
de protelar o resultado da Licitação, pois em todos os recursos interpostos se
utilizou de argumentações repetidas, de proposta que já havia sido ajustada e
de meras acusações sem qualquer comprovação.
É importante frisar que a RECORRENTE celebrou Termo Aditivo do contrato n°
09/2016 até o fim da presente licitação, o que demonstra o seu total interesse
em postergar o resultado da mesma, interpondo recursos sem qualquer base
argumentativa e com narrativas fantasiosas.
Destaca-se que toda a argumentação levantada no presente recurso já havia
sido esclarecida em sede de recursos anteriores, demonstrando que não havia
qualquer outra alternativa para a RECORRENTE senão continuar se atendo a
fatos inexistentes ou já esclarecidos, de forma que torna seus recursos
completamente repetitivos e sem fundamentos.

VI. DO PEDIDO DA RECORRIDA

25. Requer a Recorrida:


Diante de todo o exposto e valorizando e ressaltando o habitual zelo, repassado
por severo nível de rigor que convém a todo órgão da Administração Pública e
cônscios do bom senso que norteia e dá diretriz à atividade do administrador, a
CONTRARRAZOANTE, em razão de ter passado pelas fases do Pregão com

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êxito, bem como, ter acatado todas as diligências determinadas pela Ilustríssima
Pregoeira, requer e espera serem julgadas improcedentes as ALEGAÇÕES da
RECORRENTE, para reconhecer a classificação e plena habilitação da
CONTRARRAZOANTE, com o prosseguimento do processo de sua contratação
para o objeto licitado.

VII. DA ANÁLISE

26. Preliminarmente, cumpre ressaltar que todos os julgados da administração


pública estão embasados nos princípios insculpidos no art. 3º da Lei nº 8.666, de 21 de
junho de 1993, que dispõe:
Art. 3º A licitação destina-se a garantir a observância do princípio constitucional
da isonomia, a seleção da proposta mais vantajosa para a administração e a
promoção do desenvolvimento nacional sustentável e será processada e
julgada em estrita conformidade com os princípios básicos da legalidade,
da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
probidade administrativa, da vinculação ao instrumento convocatório, do
julgamento objetivo e dos que lhes são correlatos. (BRASIL, 1993, grifei).

27. Imperioso destacar que tal disposição é corroborada pelo disposto no art. 2º, do
Decreto nº 10.024, de 20 de setembro de 2019, in verbis:
Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, é condicionado aos princípios da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da
publicidade, da eficiência, da probidade administrativa, do
desenvolvimento sustentável, da vinculação ao instrumento convocatório,
do julgamento objetivo, da razoabilidade, da competitividade, da
proporcionalidade e aos que lhes são correlatos.
§ 1º O princípio do desenvolvimento sustentável será observado nas etapas do
processo de contratação, em suas dimensões econômica, social, ambiental e
cultural, no mínimo, com base nos planos de gestão de logística sustentável dos
órgãos e das entidades.
§ 2º As normas disciplinadoras da licitação serão interpretadas em favor da
ampliação da disputa entre os interessados, resguardados o interesse da
administração, o princípio da isonomia, a finalidade e a segurança da
contratação. (BRASIL, 2019, grifei).

28. Isto posto, passo à análise do mérito.

29. Primeiramente cabe destacar sobre o uso de diligências no decorrer dos


processos licitatórios. O Agente público deve sempre procurar que seja prevalecido o
interesse público, sem, contudo, deixar de zelar por todos os princípios norteadores das
contratações públicas, e a realização de diligência prevista na legislação é
demonstração clara de que o Agente público está cumprindo seu papel de zelar pelo
interesse público.

30. Forçoso se faz mencionar que esta Instituição, através de sua Equipe de
Pregoeiros preza pela utilização de todos os Princípios balizadores das contratações
públicas, e que não se utiliza somente de um em detrimento dos demais.
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31. Em consonância com exposto no parágrafo acima podemos citar o Acórdão


2302/202-Plenário,
Acórdão 2302/202-Plenário
(...)
“Rigor formal no exame das propostas dos licitantes não pode ser exagerado
ou absoluto, sob pena de desclassificação de propostas mais vantajosas,
devendo as simples omissões ou irregularidades na documentação ou na
proposta, desde que irrelevantes e não causem prejuízos à Administração ou
aos concorrentes, serem sanadas mediantes diligências.

32. A jurisprudência acerca da realização de diligência é vasta, e em nenhum caso é


encontrado limitação de quantidades de vezes que a mesma possa ser realizada,
podemos trazer ainda outro acordão que versa sobre a realização da mesma
O Tribunal de Contas da União, ao interpretar o dispositivo em comento,
entende que pode haver a correção da planilha de custos desde que referida

correção preserve o valor global da proposta. Vejamos:

“32. Trata-se de analisar se, no âmbito da Concorrência 1/2013, ora em comento,


o ato que desclassificou a representante, por ter detectado falhas em sua
proposta de preços, destoou dos princípios que regem as contratações públicas.

“33. Para tal, deve-se verificar se a natureza dos erros de preenchimento na


planilha de preços da representante enquadram-se como meros erros materiais,
como alega, ou se travestem em erros impeditivos de oportunizar-se sua
correção.

“34. O erro material é tido como o erro de fácil constatação, cuja detecção
dispensa análise aprofundada, havendo flagrante desacordo entre a vontade da
parte e aquilo o que foi manifestado no documento. Exige a correção da
proposta, uma vez que retrata a inexatidão material, ou seja, reflete uma
situação ou algo que obviamente não ocorreu.

“35. Conforme se verifica, as falhas em comento disseram respeito,


comprovadamente, à atualidade do valor do ticket-alimentação e ao cálculo do
SAT, neste caso, tendo havido erro em operação matemática. Em princípio, são
erros facilmente perceptíveis de preenchimento da planilha, sendo que a
correção deles não caracterizaria alteração do teor da proposta.

“36. Ressalta-se que ambos os erros apontados na proposta da representante


dizem respeito a obrigações da contratada em pagar os devidos encargos
trabalhistas, que advém da norma legal (art. 71 da Lei 8.666/93), pouco
importando para tanto o indicado na planilha de custos anexa aos editais de
licitação. Além disso, um dos erros, uma vez corrigido, minoraria o valor da
proposta. Quanto ao outro, a representante comprometeu-se a assumir os
custos, reduzindo o percentual da margem de lucro.

(...)

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“38. Nesse sentido, versa o art. 43, § 3º, da Lei 8.666/93:

É facultada à Comissão ou autoridade superior, em qualquer fase da licitação, a


promoção de diligência destinada a esclarecer ou a complementar a instrução
do processo, vedada a inclusão posterior de documento ou informação que
deveria constar originariamente da proposta.

(...)

“40. Sobre o assunto, o Voto do Acórdão 4.621/2009-2C é esclarecedor,


inclusive, contendo exemplo aplicável à situação analisada, em que houve erro
de preenchimento de planilha, cuja correção não acarretou aumento da
proposta, uma vez que coberta por diminuição na margem de lucro da empresa.

“Releva ainda saber o procedimento a ser adotado quando a Administração


constata que há evidente equívoco em um ou mais dos itens indicados pelas
licitantes.

“Não penso que o procedimento seja simplesmente desclassificar o licitante.


Penso sim que deva ser avaliado o impacto financeiro da ocorrência e verificar
se a proposta, mesmo com a falha, continuaria a preencher os requisitos da
legislação que rege as licitações públicas - preços exequíveis e compatíveis com
os de mercado.

33. Tendo em vista o exposto, filio-me ao entendimento exarado pelo setor técnico
no Parecer Técnico nº 19 DISERV/SINFRA/UNIFESSPA, quanto ao retorno da Classificação
da Proposta da empresa LG Serviços Profissionais EIRELI.
1. Retorno da Classificação da Proposta da Empresa LG

A recorrente alega em seu recurso a improcedência do retorno da classificação


da proposta da empresa LG após a sua desclassificação. Cumpre-nos ressaltar
sobre o princípio da autotutela, que rege a Administração Pública. No exercício
do seu poder, a Administração Pública, legitimada pelo Princípio da Autotutela
guarda para si a possibilidade de rever seus próprios atos. “Pela autotutela o
controle se exerce sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular os
ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de
recurso ao judiciário”.

O poder de autotutela da Administração Pública, encontra-se consagrado em


duas súmulas do Supremo Tribunal Federal, as quais conferem à Administração
Pública o poder de declarar nulos os seus próprios atos, quando da constatação
de ilegalidade dos mesmos, ou então de revogá-los sob a égide dos critérios de
conveniência e oportunidade.

A Administração Pública pode declarar a nulidade dos seus próprios


atos. (STF, Súmula nº 346, Sessão Plenária de 13.12.1963).

A Administração pode anular seus próprios atos, quando eivados de


vícios que os tornam ilegais, porque deles não se originam direitos; ou
revogá-los, por motivo de conveniência ou oportunidade, respeitados

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os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação


judicial. (STF, Súmula nº 473, Sessão Plenária de 03.12.1969)

Marcus Vinícius Corrêa Bittencourt confirma a autotutela licitatória, explicando


que “caberá a autoridade competente efetuar um controle de todo o processo,
verificando, por meio do seu poder de autotutela, a legalidade dos atos
praticados e a permanência dos motivos que levaram ao desenvolvimento da
licitação”.

Nesse sentido, se faz necessário uma avaliação dos vícios dos atos
administrativos, subordinada ao princípio da razoabilidade. Deve-se ter em vista
os valores relacionados ao caso concreto e a solução mais conforme aos
princípios jurídicos aplicáveis.

Considerando que a Administração Publica pode e deve rever seus atos ao


constatar algum vicio nos mesmos, está plenamente justificada a chance dada a
empresa LG, de, na diligência solicitada, apresentar as justificativas para os itens
apontados que levaram a desclassificação. Portanto, para este item, o recurso
será considerado improcedente.

34. A recorrente apontou, em sua peça recursal, divergências de valores na proposta


da recorrida, “... uma diferença pra maior de R$ 1.080,12 (um mil e oitenta reais e doze
centavos) para o período de 12 (doze) meses.” Sobre esse quesito, o Parecer Técnico nº 19
DISERV/SINFRA/UNIFESSPA, discorre:

2. Erro no Cálculo do Valor Mensal e Global da Proposta


A recorrente alega em seu recurso que a proposta da licitante LG apresenta
erros

no cálculo do valor mensal e global da proposta, que alteraria o valor em R$


1.080,12

(mil e oitenta reais e doze centavos).

Para verificar a procedência das alegações, apresentamos a planilha recalculada

com as informações constantes na proposta.


Quantidade de
Localidade Descrição dos Serviços Valor Posto Valor Total
Postos
Marabá Servente de Limpeza 40,85 R$2.777,09 R$113.444,13
Marabá Encarregado 2 R$3.817,40 R$7.634,80
Marabá Operador de Máquinas 2 R$3.310,95 R$6.621,90
Marabá Zelador 6 R$2.779,01 R$16.674,06
Rondon Servente de Limpeza 3,88 R$2.777,09 R$10.775,11
Xinguara Servente de Limpeza 5,33 R$2.777,09 R$14.801,89
São Felix Servente de Limpeza 4,2 R$2.777,09 R$11.663,78
Santana Servente de Limpeza 4,6 R$2.777,09 R$12.774,61
Total R$194.390,28
Materiais de Limpeza R$24.834,17
Equipamentos R$645,76
Valor Mensal R$219.870,21

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Valor Anual R$2.638.442,49

Na análise da planilha, observamos que há uma diferença no valor global da


proposta de R$ 134,79 (cento e trinta e quatro reais e setenta e nove centavos).
Como o valor foi considerado irrisório frente ao valor global e uma diferença a
menor do que o valor da proposta, tais ajustes serão realizados na fiscalização
contratual, podendo ser realizada glosa na fatura até a correção do valor após
a repactuação dos valores contratados.

Portanto, para este item o recurso foi considerado improcedente

35. Cabe nesse ponto chamar atenção para o fato de que erros no preenchimento
da planilha não constituem motivo para a desclassificação da proposta, conforme
previsão do item 7.14 do instrumento convocatório:
7.14 Erros no preenchimento da planilha não constituem motivo para a
desclassificação da proposta. A planilha poderá ser ajustada pelo licitante, no
prazo indicado pelo Pregoeiro, desde que não haja majoração do preço
proposto.

36. Neste mesmo horizonte é a compreensão do Tribunal de Contas da União - TCU


acerca da possibilidade de correção da Planilha de Custos e Formação de Preços
apresentada durante o certame, desde que não resulte em aumento do valor total:
Erro no preenchimento da planilha de formação de preço do licitante não
constitui motivo suficiente para a desclassificação da proposta, quando a
planilha puder ser ajustada sem a necessidade de majoração do preço ofertado.
(Acórdão 1.811/2014 – Plenário).

37. O entendimento sobredito foi reafirmado no Acórdão 2.546/2015 - TCU -


Plenário:
A existência de erros materiais ou omissões nas planilhas de custos e preços das
licitantes não enseja a desclassificação antecipada das respectivas propostas,
devendo a Administração contratantes realizar diligências junto às licitantes para
a devida correção das falhas, desde que não seja alterado o valor global
proposto.

38. Cabe ser destacado que a Administração deve pautar-se pela adoção do
princípio do formalismo moderado e a possibilidade de saneamento de falhas ao longo
do procedimento licitatório. Nesse sentido é oportuno trazer a lume orientação do TCU
assentada no Acórdão 357/2015 - Plenário:
No curso de procedimentos licitatórios, a Administração Pública deve pautar-se
pelo princípio do formalismo moderado, que prescreve a adoção de formas
simples e suficientes para propiciar adequado grau de certeza, segurança e
respeito aos direitos dos administrados, promovendo, assim, a prevalência do
conteúdo sobre o formalismo extremo, respeitadas, ainda, as praxes essenciais
à proteção das prerrogativas dos administrados.

39. Houve questionamento sobre a forma como a empresa LG Serviços Profissionais


quantificou os postos para compor sua planilha de formação de preços. Segundo a

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Recorrente, não seria admissível a mudança da unidade de preços estabelecida em edital,


cotado por posto de serviço e a recorrente alterou seu a metodologia, baseando-se
unicamente em m². A Recorrida, por sua vez, rebate esse ponto exemplificando que a
“RECORRENTE não observou o edital, quanto ao que fazer em casos onde a relação de
homem x m², gera uma fração, situação esta, que aconteceu no presente caso, tendo a
CONTRARRAZOANTE que, se utilizando do já estipulado no edital, arredondar as frações.”

40. Nesse aspecto, o Parecer Técnico nº 19 DISERV/SINFRA/UNIFESSPA expõe:


3. Do Fracionamento dos Postos de Servente de Limpeza
A recorrente alega em seu recurso que o fracionamento do número de serventes
de limpeza apresentado na proposta da empresa LG SERVIÇOS PROFISSIONAIS
não atende o edital de licitação e afronta embasamentos teóricos e jurídicos.
Cumpre-nos ressaltar que a licitação em curso não está sendo embasada em
postos de trabalho. O próprio edital de licitação em seu termo de Referência,
pagina 1, apresenta em seu quadro a informação de que a quantidade de postos
deveria ser calculada pela licitante com as informações dadas no edital, que são
as áreas e os coeficientes de produtividade.

Termo de Referência do Edital de Licitação do Pregão Eletrônico


03/2020

1.2. A despesa com a eventual contratação dos serviços a serem licitados


está estimada mensalmente em R$ 278.933,95 (duzentos e setenta e
oito mil, novecentos e trinta e três reais e noventa e cinco centavos).

1.3. Para os serviços de limpeza e conservação, função de servente de


limpeza, a quantidade de postos deverá ser calculada pela licitante com
base nas informações disponibilizadas neste Termo de Referência (área
e produtividade).

1.4. O valor mensal acima é estimativo e servirá tão somente de subsídio


aos licitantes na formulação de suas propostas, bem como para a
Equipe de Apoio na análise e aferição da proposta mais vantajosa para
a Instituição, isto é, não há obrigação ou compromisso da Universidade
em utilizar tal valor, que poderá ser maior ou menor.

Também a IN 05/2017, da SEGES-MPOG, que dispõe sobre as regras e diretrizes


do procedimento de contratação de serviços sob o regime de execução indireta
no âmbito da Administração Pública federal direta, autárquica e fundacional,
assim versa em seu texto:
ANEXO V -

DIRETRIZES PARA ELABORAÇÃO DO PROJETO BÁSICO (PB) OU TERMO


DE REFERÊNCIA (TR)

d.1.2. excepcionalmente poderá ser adotado critério de remuneração da


contratada por postos de trabalho, devendo ser definido o método de
cálculo para quantidades e tipos de postos necessários à contratação.

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ANEXO VI-B - SERVIÇO DE LIMPEZA E CONSERVAÇÃO

2. Os serviços serão contratados com base na área física a ser limpa,

estabelecendo-se uma estimativa do custo por metro quadrado,


observadas a peculiaridade, a produtividade, a periodicidade e a
frequência de cada tipo de serviço e das condições do local objeto da
contratação.

(...)

12. Para cada tipo de área física deverá ser apresentado pelas
proponentes o respectivo Preço Mensal Unitário por Metro Quadrado,
calculado com base na planilha de custos e formação de preços, contida
no Anexo VII-D desta Instrução Normativa.

ANEXO VII-B

DIRETRIZES ESPECÍFICAS PARA ELABORAÇÃO DO ATO


CONVOCATÓRIO

2.1. É vedado à Administração fixar nos atos convocatórios:

a) o quantitativo de mão de obra a ser utilizado na prestação do serviço,

devendo sempre adotar unidade de medida que permita a


quantificação da mão de obra que será necessária à execução do
serviço.

Além disso, a empresa LG em sua proposta, apresenta um quadro com o


quantitativo de mão de obra com arredondamentos, se comprometendo a
alocar nas unidades o mesmo quantitativo apresentado no edital de licitação.
Portanto, da análise dos dispositivos acima elencados, temos que a
Administração deve analisar na proposta da empresa os itens pertinentes ao que
e estabelecido nas diretrizes do Ministério do Planejamento para a contratação
dos serviços de limpeza e conservação, quais sejam o valor do metro quadrado,
valor do posto homem-mês e valores a serem gastos com materiais e
equipamentos, ficando para a fiscalização contratual a posteriori a cobrança do
número adequado de postos de trabalho com os devidos arredondamentos.
Assim, o recurso para este item será considerado improcedente.

41. Novamente, a Recorrente alega, em recurso, que a Recorrida “não cotou nenhum
valor referente ao fornecimento dos equipamentos de proteção individual”. Analisando
este ponto, o Parecer Técnico nº 19 DISERV/SINFRA/UNIFESSPA, menciona:
4. Dos Equipamentos de Proteção Individual

A recorrente alega em seu recurso que na proposta da empresa LG não consta


os itens cotados dos equipamentos de proteção individual e, portanto, deveria
ter sua proposta desclassificada.

Entretanto, na análise dos documentos, temos que a lista estabelecida no edital


do Pregão Eletrônico 03/2020 é apenas exemplificativa, conforme disposto no
Termo de Referência:

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14.2.13. A estimativa exemplificativa de EPI's para todos os funcionários


da contratada, são as seguintes:

Item Descrição / Especificacão Unidade


Luva descartavel de latex,
ambidestras, levemente
1 Und.
pulverizada com pó bio
absorvível.
Luva de latex forrada com
2 Par
palma antiderrapante.
3 Luva de latex cano longo. Par
Máscara Descartável para
4 Peça
pó.
Óculos de Proteção.
5 Peça
Incolor
Protetor Solar FPS 30 ,
6 Peça
120g.
Luva Nitrílica, na cor
7 Par
verde, punho longo 45cm.
Respirador Semi-Facial
8 Und
6200 + Filtro
9 Perneira de Segurança Par
Mangote de Couro de
10 Par
Raspa
Avental de proteção
fabricado em raspa de
11 Und
couro com presilha lateral e
nos ombros com regulagem
12 Luva de Raspa Par
13 Touca Arabe com pala Und
14 Óculos de Segurança Und
15 Luvas de Proteção Par
16 Protetor Auricular Und
Proteção facial com tela de
17 aço e suporte tipo carneiro Und
com regulagem, tela grande
Nota1: Esta relação de EPI´s é apenas exemplificativa, não excluindo a

CONTRATADA de atender as Normas Regulamentadoras de Saúde e

Segurança do Trabalho;

Nota2: A CONTRATADA deverá analisar os riscos e prever os EPI´s e


EPC´s adequados para a segurança dos colaboradores

Para dirimir quaisquer dúvidas sobre a proposta foram solicitados


esclarecimentos nas diligências, o que a licitante LG respondeu na sua
contrarrazão:

“A Recorrida ao final de sua Planilha de Custos e Formação de Preços,


nos itens Custos indiretos e Lucro, prévio os custos com Equipamentos
de Proteção Individual, declara que o preço global proposto

compreende todas as despesas necessárias à perfeita realização dos


serviços, inclusive mão de obra, todos os encargos, previstos pela
legislação trabalhista e previdenciária e impostos de qualquer espécie,

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tributos em geral, taxas, frete, seguros aplicáveis necessários ou


impostos por lei, inclusive quaisquer outros encargos que venham
incidir sobre a execução dos serviços e seus preços. E de fato é o que
ocorre Sr. Pregoeiro, os custos com EPI fazem parte da referida
Planilha de Custos e Formação de Preços, sendo estes cotados no item
“CUSTOS INDIRETOS e LUCRO”.

Ocorre que determinados componentes de custos formadores do preço têm


seus valores definidos por lei ou instrumento normativo, de modo que, a rigor,
não variam de empresa para empresa (a exemplo do percentual de INSS e
FGTS). Por outro lado, alguns componentes de custos não permitem a definição
do valor exato a ser considerado, pois variam conforme a estratégia negocial e
a realidade de cada empresa. No primeiro caso, quando da elaboração de sua
proposta, cabe à empresa licitante adotar, em sua planilha de custos e formação
de preços, o exato valor determinado pelo respectivo instrumento legal que o
define. No Acórdão nº 669/2008 – Plenário, por exemplo, o TCU determinou à
Administração o dever de, ao examinar a exequibilidade do preço proposto na
licitação, observar:

os diversos dispositivos legais atinentes ao Direito Tributário e ao


Direito Trabalhista com vistas à correta análise dos demonstrativos de
formação de preços quando das futuras contratações de prestação de
serviços de tecnologia da informação por alocação de postos de
trabalho, rejeitando as propostas que eventualmente contenham
parcelas ou percentuais indevidos, por exemplo, no item referente a
seguro por acidente de trabalho.

Para os componentes de custos cujos valores não são fixados por instrumento
legal, cada empresa terá liberdade para defini-los, conforme sua estratégia
negocial e, a princípio, a Administração não pode arbitrar valores mínimos a
serem adotados compulsoriamente pelos licitantes, pois tal prática configuraria
a definição de preços mínimos, o que é vedado pelo art. 40, inc. X, da Lei nº
8.666/93.

Exatamente nesse sentido formou-se a decisão do Tribunal Regional Federal da


5ª Região no AGTR nº 67.014/RN:

Com relação aos serviços de vigilância, os custos com “auxílio doença”,


“licença paternidade/maternidade”, “faltas legais” e “acidente de
trabalho” dependem fundamentalmente, das políticas de recursos
humanos e de segurança do trabalho de cada empresa, inexistindo
parâmetros legais que permitam taxá-los de simbólicos ou irrisórios.

Após análise, o Setor Requisitante considerou o argumento da licitante válido,


visto que foi uma opção da empresa a inclusão destes itens como custos
indiretos, cabendo posteriormente ao Setor Fiscalizatório cobrar o seu
fornecimento. Assim, o recurso para este item será considerado improcedente.

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42. Podemos citar, ainda, que a Recorrente apontou erros nos encargos sociais,
trabalhistas e previdenciários na proposta da empresa LG Serviços Profissionais, alegando
“grave erro cometido na composição do preço da empresa recorrida, com rubricas e
percentuais imputados nas planilhas de custos totalmente em desacordo com as
disposições da IN 05/2017, não seguindo as orientações do Caderno técnico do Ministério
da Economia, para contratação de serviços de Limpeza e Conservação para o Estado do
Pará”. Neste mesmo interim, a Recorrida afirma que os encargos apresentados estão
corretos e dentro dos parâmetros, tanto do edital, quando do MPU.

43. Para esclarecer esse ponto, o Parecer Técnico nº 19 DISERV/SINFRA/UNIFESSPA


exemplifica:
5. Dos Encargos Sociais, Trabalhistas e Previdenciários e da Conta Vinculada

A recorrente afirma em seu recurso que na composição do Módulo 2,


submódulo 2.1 das planilhas de custos da empresa LG Serviços, não consta a
rubrica de férias, que é de 11,11%, assim como também não consta a incidências
dos encargos do submódulo 2.2 sobre a rubrica de férias e que a omissão do
valor desses itens representa uma diferença expressiva no valor final da sua
proposta.

Para verificação das alegações da recorrente, apresentamos os encargos da


proposta de preços da licitante LG.
Tabela 1- Submódulo 2.1 da Composição de Preços da Função Servente de Limpeza
Módulo 2 - Encargos e Benefícios Anuais, Mensais e Diários

Submódulo 2.1 - 13º (décimo terceiro) Salário, Adicional de Férias

13º (décimo terceiro) Salário,


2.1 % Valor (R$)
Adicional de Férias
A 13º (décimo terceiro) Salário 8,33% R$ 91,62
B Adicional de Férias 12,10% R$ 133,09
Subtotal 20,43% R$ 224,71
Incidência do submódulo 2.2 sobre 13º
C 7,43% R$ 81,75
salário, férias e adicional de férias
TOTAL SUBMODULO 2.1 27,86% R$ 306,46

Tabela 2- Submódulo 2.1 da Composição de Preços da Função Encarregado de Limpeza


Módulo 2 - Encargos e Benefícios Anuais, Mensais e Diários
Submódulo 2.1 - 13º (décimo terceiro) Salário, Adicional de Férias

13º (décimo terceiro) Salário,


2.1 % Valor (R$)
Adicional de Férias
A 13º (décimo terceiro) Salário 8,33% R$ 136,15
B Adicional de Férias 12,10% R$ 197,77
Subtotal 20,43% R$ 333,92
Incidência do submodulo 2.2 sobre
C 13º salário, férias e adicional de 7,43% R$ 121,48
férias

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TOTAL SUBMODULO 2.1 27,86% R$ 455,40

Tabela 3- Submódulo 2.1 da Composição de Preços da Função Operador de Máquinas Leves

Módulo 2 - Encargos e Benefícios Anuais, Mensais e Diários


Submódulo 2.1 - 13º (décimo terceiro) Salário, Adicional de Férias

13º (décimo terceiro)


2.1 % Valor (R$)
Salário, Adicional de Férias
A 13º (décimo terceiro) Salário 8,33% R$ 114,51
B Adicional de Férias 12,10% R$ 166,34
Subtotal 20,43% R$ 280,86
Incidência do submodulo 2.2
C sobre 13º salário, férias e 7,43% R$ 102,18
adicional de férias
TOTAL SUBMODULO 2.1 27,86% R$ 383,04

Tabela 4- Submódulo 2.1 da Composição de Preços da Função Zelador

Módulo 2 - Encargos e Benefícios Anuais, Mensais e Diários

Submódulo 2.1 - 13º (décimo terceiro) Salário, Adicional de Férias

13º (décimo terceiro) Salário,


2.1 % Valor (R$)
Adicional de Férias
A 13º (décimo terceiro) Salário 8,33% R$ 91,62
B Adicional de Férias 12,10% R$ 133,09
Subtotal 20,43% R$ 224,71
Incidência do submodulo 2.2 sobre 13º
C 7,43% R$ 81,75
salário, férias e adicional de férias
TOTAL SUBMODULO 2.1 27,86% R$ 306,46
Após reanálise das planilhas de formação de preços, comprovamos que após a
realização de diligências a licitante corrigiu as propostas e incluiu a alínea de
férias nas composições de preços da mão de obra.

Portanto, para este item, o recurso foi considerado improcedente.

44. Sobre a Declaração de exequibilidade de proposta emitida pela Recorrente, a


Recorrida alega ser inadequado, pois “não se limita em uma DECLARAÇÃO unilateral do
licitante”. Além disso, ainda menciona
Comprovar a exequibilidade da proposta em grau de diligência, CONFORME
FOI O OBJETO DEMANDADO PELA Sra. PREGOEIRA deste certame, envolve
documentos complementares, E apenas daqueles que já fazem parte dos
enviados com a proposta, relação cliente/tomador da recorrida, notas fiscais de
Insumos similares adquiridos pelo licitante na inicial, aditivos de contratos para
subsidiar os atestados de capacidade técnica apresentados, relação de outros
contratos celebrados com outros entes da federação, comprovação de bens

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patrimoniais, fluxo de movimentação de caixa , atestado de idoneidade


financeira, etc.

45. Cabe destacar que a área técnica, através do Parecer Técnico nº 1


DISERV/SINFRA/UNIFESSPA emitido dia 13 de abril de 2020, pediu a elaboração de uma
“declaração da licitante que ateste a exequibilidade da sua proposta”. Esta ação, no
entanto, não pode ser entendida como isolada, uma vez que em diligências anteriores a
recorrida apresentou outros documentos comprobatórios.

46. Sobre esse aspecto, o Parecer Técnico nº 19 DISERV/SINFRA/UNIFESSPA


corrobora:
7. Da Comprovação da Exequibilidade da Proposta

A recorrente alega em seu recurso que a declaração de exequibilidade da


proposta, apresentada pela empresa LG SERVIÇOS PROFISSIONAIS EIRELI, não
serviria como comprovação da sua exequibilidade, posto que deveriam ser
exigidos outros documentos na diligência realizada com a empresa.

Tal diligência foi motivada pelo fato do valor do metro quadrado da proposta
da licitação para as áreas com produtividade de 1.200 m² (R$ 2,26) estar abaixo
do estabelecido como valor mínimo pela Portaria do Ministério do Planejamento
para o estado do Para (R$ 2,79). Entretanto, no caderno técnico que apresenta
o estudo do Ministério do Planejamento para a definição dos limites para as
contratações, temos que no cálculo do valor do metro quadrado da limpeza
estão incluídos os gastos com materiais e equipamentos, o que não e o caso da
licitação em curso.

Se fossem incluídos os custos com materiais e equipamentos no metro


quadrado da licitação, este seria bem maior que os R$ 2,26 apresentados, o que
modificaria a análise da exequibilidade da proposta.

Importante ressaltar também que a solicitação de diligência para comprovação


da exequibilidade da proposta tem a finalidade de verificar se a oferta será
efetivamente cumprida, sob pena de se contratar uma empresa com um
significativo risco de má execução do objeto ou mesmo a sua inexecução.

Então temos que a desclassificação de proposta por inexequibilidade deve ser


objetivamente demonstrada, a partir de critérios previamente publicados, e deve
ser franqueada oportunidade de o licitante defender sua proposta e demonstrar
sua capacidade de bem executar os serviços, nos termos e condições exigidos
pelo instrumento convocatório, antes de ter sua proposta desclassificada.

Após análise das documentações apresentadas pela empresa (declaração de


exequibilidade, atestados de capacidade técnica e contratos) decidiu-se pela sua
aceitação, visto que elas sanaram a dúvida do setor requisitante. Assim, o
recurso para este item será considerado improcedente.

47. Ainda sobre esse tópico, foi realizado, para complementar as respostas aos
recursos, no quesito exequibilidade da proposta, um quadro comparativo de valores das
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propostas ofertadas neste certame em comparação à proposta da LG Serviços


Profissionais, levando em consideração ao que prevê o edital, no item 7.9.
Quando o licitante apresentar preço final inferior a 30% (trinta por cento) da
média dos preços ofertados para o mesmo item, e a inexequibilidade da
proposta não for flagrante e evidente pela análise da planilha de custos, não
sendo possível a sua imediata desclassificação, será obrigatória a realização de
diligências para aferir a legalidade e exequibilidade da proposta.

48. E, seguindo a ordem disposta no sistema Comprasnet, conforme dispõe a Ata


de realização do pregão – Relatório de Valores de proposta, segue os demais valores de
propostas apresentadas nesse certame:

Colocação CNPJ EMPRESA VALOR DA % em relação a proposta da


PROPOSTA FINAL LG

1 05.897.975/0001- FOCCUS ADMINISTRADORA DE SERVICOS R$ Desclassificada


88 EIRELI 325.863,92

2 06.028.733/0001- L G SERVICOS PROFISSIONAIS EIRELI R$ Recorrida


10 2.638.577,28

3 01.232.642/0001- LIMP CAR LOCACAO E SERVICOS LTDA R$ 3% R$


89 2.733.962,31 95.385,03

4 08.775.721/0001- LIMPAR LIMPEZA E CONSERVACAO LTDA R$ 8% R$


85 2.860.000,00 221.422,72

5 03.765.290/0001- SERVICE ITORORO EIRELI R$ 8% R$


52 2.865.982,32 227.405,04

6 09.172.237/0001- D & L SERVICOS DE APOIO ADMINISTRATIVO R$ 8% R$


24 LTDA 2.866.550,87 227.973,59

7 07.123.895/0001- CENTRALLIMP LIMPEZA E SERVICOS LTDA R$ 10% R$


09 2.943.973,50 305.396,22

8 09.409.620/0001- STAR - SERVICOS ESPECIALIZADOS DE MAO DE R$ 10% R$


53 OBRA EIRELI 2.943.974,24 305.396,96

9 00.482.840/0001- LIDERANCA LIMPEZA E CONSERVACAO LTDA R$ 12% R$


38 3.000.000,00 361.422,72

10 06.198.903/0001- TREZE COMERCIO E LOGISTICA LTDA R$ 12% R$


05 3.000.000,00 361.422,72

11 04.795.101/0001- FENIX ASSESSORIA & GESTAO EMPRESARIAL R$ 13% R$


57 LTDA 3.020.434,08 381.856,80

12 83.343.665/0001- SGE SERVICOS GERAIS E ENGENHARIA EIRELI R$ 14% R$


25 3.050.553,00 411.975,72

13 09.384.382/0001- GLOBAL PRODUCOES E EMPREENDIMENTOS R$ 14% R$


79 LTDA 3.068.257,27 429.679,99

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14 09.295.682/0001- J CARLENA DA SILVA R$ 15% R$


81 3.100.000,00 461.422,72

15 16.887.298/0001- OFFICE SERVICE TERCEIRIZACAO DE MAO DE R$ 17% R$


33 OBRA EIRELI 3.167.180,52 528.603,24

16 04.558.234/0001- AMAZON CONSTRUCOES E SERVICOS EIRELI R$ 19% R$


00 3.271.506,00 632.928,72

17 83.569.459/0001- KCM SERVICOS ESPECIALIZADOS DE LIMPEZA R$ 20% R$


38 EIRELI 3.300.000,00 661.422,72

18 03.134.505/0001- IOMM PARK LTDA R$ 20% R$


37 3.310.761,17 672.183,89

19 11.077.741/0001- VALEX SERVICOS TECNICOS DE LIMPEZA EIRELI R$ 20% R$


97 3.314.000,00 675.422,72

20 05.620.382/0001- CONECTA SERVICOS COMERCIO E R$ 20% R$


70 CONSERVACAO LTDA 3.315.792,48 677.215,20

21 63.807.812/0001- BRASLOC SERVICOS COMBINADOS DE R$ 21% R$


63 ESCRITORIOS E ADMINISTRA 3.345.154,60 706.577,32

22 11.738.057/0001- CONSTRUTORA JTV LTDA R$ 21% R$


09 3.347.207,40 708.630,12

23 02.589.131/0001- PARAISO COMERCIO E SERVICOS EIRELI R$ 21% R$


81 3.347.207,40 708.630,12

Média dos preços válidos ofertados R$ 3.103.452,25

% em relação a proposta da LG 15%

49. Como pode-se verificar dentro desta análise, a proposta da Recorrida está
exequível e compatível com as demais propostas válidas ofertadas neste certame.

50. Sobre o Custo de Reposição do Profissional Ausente, o Parecer Técnico nº 19


DISERV/SINFRA/UNIFESSPA alega:
9. Custo de Reposição do Profissional Ausente

A recorrente alega em seu recurso que os valores apresentados pela LG no


Módulo 4 – Custo de Reposição do Profissional Ausente estariam inexequíveis,
devendo a proposta ser desclassificada. Para verificação dos apontamentos
apresentados pela recorrente, apresentamos os valores da proposta da licitante
LG para o Módulo 4.

Módulo 4 - Custo de Reposição do Profissional Ausente

Submódulo 4.1 - Substituto nas Ausências Legais

4.1 Substituto nas Ausências Legais % Valor (R$)


A Substituto na cobertura de Férias 0,93% R$ 10,24

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B Substituto na cobertura de Ausências Legais 0,28% R$ 3,08


C Substituto na cobertura de Licença Paternidade 0,02% R$ 0,22
D Substituto na cobertura de Ausência por acidente de trabalho 0,16% R$ 1,76
E Substituto na cobertura de Afastamento Maternidade 0,07% R$ 0,77
F Substituto na cobertura de outras ausências (especificar) 0,00% R$ -
Total 1,46% R$ 16,07
Tabela 5- Módulo 4 da Composição de Preços da Função Servente de Limpeza

Módulo 4 - Custo de Reposição do Profissional Ausente

Submódulo 4.1 - Substituto nas Ausências Legais

4.1 Substituto nas Ausências Legais % Valor (R$)


A Substituto na cobertura de Férias 0,93% R$ 15,22
B Substituto na cobertura de Ausências Legais 0,28% R$ 4,58
C Substituto na cobertura de Licença Paternidade 0,02% R$ 0,33
D Substituto na cobertura de Ausência por acidente de trabalho 0,16% R$ 2,62
E Substituto na cobertura de Afastamento Maternidade 0,07% R$ 1,14
F Substituto na cobertura de outras ausências (especificar) 0,00% R$ -
Total 1,46% R$ 23,88
Tabela 6- Módulo 4 da Composição de Preços da Função Encarregado de Limpeza

Módulo 4 - Custo de Reposição do Profissional Ausente

Submódulo 4.1 - Substituto nas Ausências Legais

4.1 Substituto nas Ausências Legais % Valor (R$)


A Substituto na cobertura de Férias 0,93% R$ 12,78
B Substituto na cobertura de Ausências Legais 0,28% R$ 3,85
C Substituto na cobertura de Licença Paternidade 0,02% R$ 0,27
D Substituto na cobertura de Ausência por acidente de trabalho 0,16% R$ 2,20
E Substituto na cobertura de Afastamento Maternidade 0,07% R$ 0,96
F Substituto na cobertura de outras ausências (especificar) 0,00% R$ -
Total 1,46% R$ 20,08
Tabela 7- Módulo 4 da Composição de Preços da Função Operador de Máquinas Leves

Módulo 4 - Custo de Reposição do Profissional Ausente

Submódulo 4.1 - Substituto nas Ausências Legais

4.1 Substituto nas Ausências Legais % Valor (R$)


A Substituto na cobertura de Férias 0,93% R$ 10,24
B Substituto na cobertura de Ausências Legais 0,28% R$ 3,08
C Substituto na cobertura de Licença Paternidade 0,02% R$ 0,22
D Substituto na cobertura de Ausência por acidente de trabalho 0,16% R$ 1,76
E Substituto na cobertura de Afastamento Maternidade 0,07% R$ 0,77
F Substituto na cobertura de outras ausências (especificar) 0,00% R$ -
Total 1,46% R$ 16,07
Tabela 8- Módulo 4 da Composição de Preços da Função Zelador

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Desse modo, pode-se perceber que a empresa diminuiu os valores


apresentados para este item, de modo a se questionar a sua exequibilidade,
visto que esse valor deve atender aos afastamentos previstos na legislação
trabalhista.

Ocorre que determinados componentes de custos formadores do preço têm


seus valores definidos por lei ou instrumento normativo, de modo que, a rigor,
não variam de empresa para empresa (a exemplo do percentual de INSS e
FGTS). Por outro lado, alguns componentes de custos não permitem a definição
do valor exato a ser considerado, pois variam conforme a estratégia negocial e
a realidade de cada empresa.

No primeiro caso, quando da elaboração de sua proposta, cabe à empresa


licitante adotar, em sua planilha de custos e formação de preços, o exato valor
determinado pelo respectivo instrumento legal que o define.

No Acórdão nº 669/2008 – Plenário, por exemplo, o TCU determinou à

Administração o dever de, ao examinar a exequibilidade do preço proposto na


licitação, observar:

os diversos dispositivos legais atinentes ao Direito Tributário e ao


Direito Trabalhista com vistas à correta análise dos demonstrativos de
formação de preços quando das futuras contratações de prestação de
serviços de tecnologia da informação por alocação de postos de
trabalho, rejeitando as propostas que eventualmente contenham
parcelas ou percentuais indevidos, por exemplo, no item referente a
seguro por acidente de trabalho.

Para os componentes de custos cujos valores não são fixados por instrumento
legal, cada empresa terá liberdade para defini-los, conforme sua estratégia
negocial e, a princípio, a Administração não pode arbitrar valores mínimos a
serem adotados compulsoriamente pelos licitantes, pois tal prática configuraria
a definição de preços mínimos, o que é vedado pelo art. 40, inc. X, da Lei nº
8.666/93.

Exatamente nesse sentido formou-se a decisão do Tribunal Regional Federal da


5ª Região no AGTR nº 67.014/RN:

Com relação aos serviços de vigilância, os custos com “auxílio doença”,


“licença paternidade/maternidade”, “faltas legais” e “acidente de
trabalho” dependem fundamentalmente, das políticas de recursos
humanos e de segurança do trabalho de cada empresa, inexistindo
parâmetros legais que permitam taxá-los de simbólicos ou irrisórios.

Sob esse enfoque, a licitante somente poderá cotar valor zero, irrisório ou
simbólico quando renunciar parte ou a totalidade da remuneração relativa a
materiais e instalações de sua própria propriedade, conforme prevê o art. 44, §
3º, da Lei nº 8.666/93:

Art. 44. (…)

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§ 3º Não se admitirá proposta que apresente preços global ou


unitários simbólicos, irrisórios ou de valor zero, incompatíveis com os
preços dos insumos e salários de mercado, acrescidos dos respectivos
encargos, ainda que o ato convocatório da licitação não tenha
estabelecido limites mínimos, exceto quando se referirem a materiais
e instalações de propriedade do próprio licitante, para os quais ele
renuncie a parcela ou à totalidade da remuneração.

Portanto, para este item, o recurso foi considerado improcedente.

51. A Recorrente acusa da Recorrida de utilizar-se do “Jogo de Planilhas” “no afã de


convencer os nobres julgadores pela aceitação da sua proposta” a fim de mascarar “uma
equação DE VALORES divergentes, e que em nada lhe favorece em demonstrar a
exequibilidade da proposta de preços questionada pela CPL no momento da diligência
processual”. Sob este tema, o Parecer Técnico nº 19 DISERV/SINFRA/UNIFESSPA
esclarece:
8. Jogo de Planilha

A recorrente alega em seu recurso que a empresa LG SERVIÇOS


PROFISSIONAIS teria realizado jogo de planilha ao modificar o valor
unitário de alguns itens de materiais de limpeza, a fim de adequar a
planilha a mudança da alíquota de CITL.

Cumpre-nos ressaltar que o “jogo de planilha”, ocorre quando se


permite que a licitante cote preços altos para os itens mais
demandados e preços baixos para os itens menos utilizados, de modo
que ela obtenha o menor valor global da licitação. O prejuízo causado
à Administração ocorre durante a execução do contrato, já que será
pago à contratada valores exorbitantes pelos itens mais utilizados, de
forma que o custo da contratação, a despeito de a proposta na
licitação ter alcançado o menor valor global, restará superfaturado.

Considerando a linha de raciocínio sobre a qual está inserida a


redação do Manual de Orientação explicitado pelo Ministério de
Planejamento, Orçamento e Gestão – MPOG, cumpre também
consignar entendimento exarado pelo Tribunal de Contas da União, o
qual, de forma mais flexível, adotou o seguinte posicionamento em
determinada situação:

RELATÓRIO DE LEVANTAMENTO DE AUDITORIA. NEGLIGÊNCIA DA

COMISSÃO DE LICITAÇÃO NA ANÁLISE DE RECURSO DE LICITANTE.

INCONSISTÊNCIAS NA PLANILHA OFERTADA PELA LICITANTE


VENCEDORA. PLANILHA ADREDE PREPARADA PARA ALTERAÇÕES
SELETIVAS NA FASE DE EXECUÇÃO. AUSÊNCIA DE CRITÉRIOS DE
ACEITABILIDADE DE PREÇOS UNITÁRIOS. (...)

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1. De acordo com vasta jurisprudência desta Corte, os responsáveis


pela licitação de obras custeadas com recursos federais deverão incluir
no respectivo edital critérios de aceitabilidade dos preços unitários
propostos, mesmo que em licitações por preço global, com base no
art. 40, inciso X, da Lei 8.666/1993. Na exegese desse dispositivo,
alargou-se o alcance sugerido pela mera interpretação literal de sua
redação, sob pena de negar-lhe eficácia quanto ao objetivo
pretendido.

2. Exige-se da comissão de licitação que, ao perseguir o objetivo de


obtenção da melhor proposta para a administração, adote os devidos
cuidados ao deparar-se com planilha eivada de preços unitários com
diferentes graus de lucratividade, visando às alterações futuras do
contrato. Mas, se cuidados mínimos foram tomados pela comissão,
ou se as alterações expectadas pela proponente vencedora não se
materializaram, não se pode imputar à comissão, a posteriori, a
omissão de não ter desclassificado a proposta defeituosa, por mera
presunção de que o projeto da obra seria alterado na direção
pretendida pela contratada, abrindo mão, dessa forma, da proposta
globalmente mais vantajosa para a administração, nos termos do
edital.

[4] (Sem grifos no original).

Conforme depreende-se da leitura do Acórdão acima transcrito, e


considerando a linha de entendimento manifestada no Manual de
Orientação do MPOG tem-se que, em determinadas situações, há a
possibilidade de salvaguardar a proposta mais vantajosa, sob o
aspecto global, desde que a Comissão Julgadora tenha tomado todos
os cuidados necessários na análise dos preços unitários e desde que
haja a certificação de que os preços manifesta e eventualmente
discrepantes não sejam objetos de alteração contratual futura.

A Comissão deve agir diligentemente com vistas a se evitar que haja


prejuízos futuros na contratação a ser efetivada. Entretanto,
considerando o posicionamento flexível adotado pela Corte de Contas
da União, a mera presunção quanto à possíveis modificações
quantitativas no objeto contratual não pode sobrelevar-se sobre a
escolha da proposta mais vantajosa para a Administração.

Portanto, para o caso em análise, foi considerado que a modificação


nos valores de alguns materiais de limpeza não se caracteriza como
jogo de planilha, visto que não foi realizado com a presunção de levar
vantagem em aditivos posteriores e na análise individual de cada um
dos itens não se observou superfaturamento ou prejuízo nos valores
adotados. Assim, o recurso para este item será considerado
improcedente.

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52. A Recorrente ainda manifesta indignação quanto à permissão de recebimentos


de documentos da licitante via e-mail em detrimento da não utilização do sistema na
ocasião de uma diligência realizada.

53. Oportunamente, destaco que foram solicitados, via sistema, a comprovação


documental da diligência. No entanto, e conforme registrado em ATA desta presente
licitação, foi considerado pela Pregoeira e sua equipe de apoio o recebimento DE PARTE
dos documentos solicitados via e-mail DEVIDO A LIMITAÇÃO do comprasnet. E tais
documentos estariam disponíveis aos interessados.
Pregoeiro 09/04/2020 15:24:31

Em tempo, cumpre-nos informar que a empresa L G SERVICOS PROFISSIONAIS


EIRELI não anexou ao Comprasnet toda a documentação relativa ao
cumprimento da diligência promovida, haja vista o limite do sistema ser de
50MB. Portanto, os documentos foram encaminhados ao e-mail
licitacao@unifespa.edu.br.

Pregoeiro 09/04/2020 15:24:52

Em vista disso, os interessados em obter vista dos respectivos documentos


deverão encaminhar solicitação formal ao e-mail licitacao@unifespa.edu.br,
indicando o número do Pregão, o interessado e a documentação solicitada.

54. Além disso, o volume de documentos que a Recorrida pretendia remeter por e-
mail, novamente encontrou barreira, uma vez que excedeu a capacidade dos nossos
servidores de correio eletrônico para recebê-los. Esta situação foi percebida pela
Recorrente que, enviou de forma parcelada cada um desses. Já que no sistema
comprasnet não havia essa possibilidade.

55. Com Efeito, o Decreto 10.024/2019 em seu artigo 2º prevê:


Art. 2º O pregão, na forma eletrônica, é condicionado aos princípios da
legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da igualdade, da publicidade, da
eficiência, da probidade administrativa, do desenvolvimento sustentável, da
vinculação ao instrumento convocatório, do julgamento objetivo, da
razoabilidade, da competitividade, da proporcionalidade e aos que lhes são
correlatos.

56. Desta feita, a Administração não está vinculada a somente um dos


princípios norteadores das contratações públicas, e não pode utilizar-se somente de
um em detrimento aos demais.

57. Em consonância com exposto no parágrafo acima podemos citar o Acórdão


1795/2015-Plenário:
É irregular a inabilitação de licitante em razão de ausência de informação exigida
pelo edital, quando a documentação entregue contiver de maneira implícita o

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elemento supostamente faltante e a Administração não realizar a diligência


prevista no art. 43, § 3º, da Lei 8.666/93, por representar formalismo exagerado,
com prejuízo à competitividade do certame. (Acórdão 1795/2015 – Plenário)

58. Outro quesito a considerar é o excesso de formalismo que poderá prejudicar o


julgamento e o alcance da proposta mais vantajosa para a Administração. O relator da
Apelação em Reexame Necessário na 22ª Câmara Cível do TJ-RS, desembargador Carlos
Eduardo Zietlow Duro, afirmou sobre o tema:
(...) A Inabilitação não se mostrou razoável, notadamente por se tratar de
licitação em que o foco é o menor preço. Afinal, como a administração pública
busca vantagem econômica, o fator preço é decisivo — por menor que seja. E
é isso que prepondera sobre o formalismo. Disponível em
https://www.conjur.com.br/2014-dez-12/excesso-formalismo-nao-excluir-
empresa-licitacao Acesso em 03 jul. 2020.

59. O entendimento aqui proferido e corroborado pautou-se nas lições do Mestre


Hely Lopes Meirelles, que versa entendimento acerca da não exclusão de uma empresa
do processo de licitação por conta de questões irrelevantes, como omissões ou
irregularidades formais na documentação ou nas propostas, desde que não cause
prejuízo à Administração pública:
“A desconformidade ensejadora da desclassificação da proposta deve ser
substancial e lesiva a Administração ou aos outros licitantes, pois um simples
lapso de redação, ou uma falha inócua na interpretação do edital, não deve
propiciar a rejeição sumaria da oferta. Aplica-se, aqui, a regra universal do “utile
per inutile non vitiatur” , que o Direito francês resumiu no “pas de nullite sans
grief”. Melhor que se aprecie uma proposta sofrível na apresentação, mas
vantajosa no conteúdo, do que desclassifica-la por um rigorismo formal e
consentâneo com o caráter competitivo da licitação” (cf. Licitação e Contrato
Administrativa, 11aed., Malheiros, 1997, p. 124).

60. Ainda sobre o assunto, há outros julgados que versam sobre o tema.
São pacíficas no Tribunal de Contas da União as decisões que prestigiam a
adoção do princípio do formalismo moderado e a possibilidade de saneamento
de falhas ao longo do procedimento licitatório. Nesse sentido, orienta o TCU no
acórdão 357/2015-Plenário:

“No curso de procedimentos licitatórios, a Administração Pública deve


pautar-se pelo princípio do formalismo moderado, que prescreve a
adoção de formas simples e suficientes para propiciar adequado grau
de certeza, segurança e respeito aos direitos dos administrados,
promovendo, assim, a prevalência do conteúdo sobre o formalismo
extremo, respeitadas, ainda, as praxes essenciais à proteção das
prerrogativas dos administrados.”

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O entendimento esposado não significa desprestígio ao princípio da vinculação


ao instrumento convocatório, mas sua modulação a partir de um conflito de
princípios.

“O disposto no caput do art. 41 da Lei 8.666/1993, que proíbe a


Administração de descumprir as normas e o edital, deve ser aplicado
mediante a consideração dos princípios basilares que norteiam o
procedimento licitatório, dentre eles o da seleção da proposta mais
vantajosa. (Acórdão 8482/2013-1ª Câmara)”. Disponível em <
http://www.mpf.mp.br/regiao2/transparencia/licitacoes/2019/pregao
-eletronico-no-06-2019-infraestrutura-de-redes/parecer-em-recurso-
administrativo> Acesso em 03 jul. 2020.

61. Com efeito, verifica-se ainda que a Recorrente, amiudadamente, promove


acusações contra esta pregoeira e sua equipe de apoio em suas peças recursais, no
sentido de desmoralizar as decisões ora proferidas. Inclusive, nesta peça recursal,
preconiza que “a conduta desta Comissão de Licitação CARACTERIZA-SE EM TESE COMO
DE FRAUDE E DE DIRECIONAMENTO NA PRESENTE LICITAÇÃO”. E continua “(...). Então,
pode-se presumir que a comissão foi passível de erros em inúmeros e incontáveis
julgamentos feitos para tentar aceitar a proposta da empresa LG Serviços? Caso positivo,
seria esta incompetente para prosseguir com a condução do processo?”

62. O Desacato é considerado crime pelo Código Penal Brasileiro em seu art. 331,
que preconiza: "desacatar funcionário público no exercício da função ou em razão dela:
Pena - detenção, de seis meses a dois anos, ou multa”.

63. Reafirmo, neste sentido, que há dois os elementos que integram o delito: 1º a
conduta de desacatar funcionário público; 2º no exercício da função ou em razão dela.
Segundo Nelson Hungria, "a ofensa constitutiva do desacato é qualquer palavra ou ato
que redunde em vexame, humilhação, desprestígio ou irreverência ao funcionário. É a
grosseira falta de acatamento, podendo consistir em palavras injuriosas, difamatórias ou
caluniosas, vias de fato, agressão física, ameaças, gestos obscenos, gritos agudos etc." E
ainda está passivo de Processo Administrativo correspondente.

64. A Recorrente não pode alegar que o Pregoeiro, bem como sua equipe de apoio,
está agindo de má e com falta de zelo na condução do presente processo. Afirmo que
buscou-se alcançar a proposta mais vantajosa para a Administração levando em
consideração o princípio da Moralidade sem, contudo, deixar de zelar pelos demais
princípios norteadores das contratações públicas.

65. Reitero que a volta de fase do presente processo licitatório, bem como a
realização de diligências tem como objetivos a obtenção do preço mais vantajoso para a
Administração e não caracteriza direcionamento como pressupõe a Recorrente, uma vez
que “direcionamento de uma licitação deve ser apurado a começar pela regra do artigo
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3º, parágrafo 1º, inciso I, da Lei 8.666/93, que veda as “preferências ou distinções em
razão da naturalidade, da sede ou domicílio dos licitantes ou de qualquer outra
circunstância impertinente ou irrelevante para o específico objeto do contrato”. Além
disso, caracteriza o estabelecimento de exigências únicas e exclusivas de um determinado
licitante, o que não é o caso.

66. Por todas estas razões, não resta dúvida que os agentes públicos deverão atuar
ao examinar as propostas de preços com esteio nos princípios, dentre outros, da
razoabilidade, proporcionalidade, segurança jurídica e do formalismo moderado.

67. No andamento deste processo pode se observar que em todas as suas etapas
Esta Pregoeira utilizou-se de julgamento sem excessos, ressalta-se ainda que foi
observado o cumprimento aos princípios norteadores da Administração.

VIII. DA CONCLUSÃO

68. Por todo o exposto, analisando cada ponto do recurso e das contrarrazões e
levando em consideração o exposto no Parecer Técnico nº 19
DISERV/SINFRA/UNIFESSPA em confronto com a legislação aplicável e com os
entendimentos jurisprudenciais correlatos, parece-nos insuficientes as justificativas
apresentas pela Recorrente para demonstrar a irregularidade na proposta da empresa L
G SERVIÇOS EIRELI-ME, e consequentemente modificar a decisão da Pregoeira e sua
Equipe de Apoio.

IX. DA DECISÃO

69. Isto posto, sem mais nada a considerar, respeitados os princípios constitucionais
do contraditório e da ampla defesa, CONHEÇO do RECURSO apresentado pela empresa
LIMP CAR LOCACAO E SERVICOS LTDA ME para, NO MÉRITO, NEGAR-LHE
PROVIMENTO.

70. Mantida a decisão, encaminho-a à autoridade competente para deliberação, nos


termos do art. 13, IV, e art. 17, VII, ambos do Decreto nº 10.024/2019.

Marabá-PA, 03 de julho de 2020.

Patrícia Fonseca Corrêa Gonçalves


Pregoeiro/Unifesspa

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MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
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SISTEMA INTEGRADO DE PATRIMÔNIO, ADMINISTRAÇÃO
FOLHA DE ASSINATURAS
E CONTRATOS

Emitido em 03/07/2020

JULGAMENTO DE RECURSO Nº 22/2020 - DICS (11.16.03)

(Nº do Protocolo: NÃO PROTOCOLADO)

(Assinado digitalmente em 06/07/2020 07:58 )


PATRICIA FONSECA CORREA GONCALVES
COORDENADOR
2244501

Para verificar a autenticidade deste documento entre em https://sipac.unifesspa.edu.br/documentos/ informando seu


número: 22, ano: 2020, tipo: JULGAMENTO DE RECURSO, data de emissão: 06/07/2020 e o código de
verificação: c731f81cc2

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