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Correção da Prova escrita de Português, 8.

º ano (Para)Textos

Correção da Prova escrita de Português


8.º ano
Maio de 2019

GRUPO ITranscrição do texto ouvido:


Porque é importante falar em igualdade de género atualmente?
O 1.º passo para uma melhor compreensão e interiorização do conceito de igualdade
de género consiste, desde logo, em efetuar uma distinção entre sexo e género. […]
O conceito de sexo pertence ao domínio da biologia e traduz o conjunto de
características biológicas e fisiológicas que distinguem os homens e as mulheres. Por
oposição, o conceito de género é um conceito social que remete para as diferenças
existentes entre homens e mulheres, diferenças essas não de carácter biológico, mas
resultantes do processo de socialização.
O conceito de género descreve, assim, o conjunto de qualidades e de
comportamentos que as sociedades esperam dos homens e das mulheres, formando a sua
identidade social. […]
A igualdade entre mulheres e homens, ou igualdade de género, significa igualdade de
direitos e liberdades para a igualdade de oportunidades de participação, reconhecimento e
valorização de mulheres e de homens, em todos os domínios da sociedade – político,
económico, laboral, pessoal e familiar.
Desde a segunda metade do século XX, assistiu-se a um conjunto de importantes
transformações nas sociedades industrializadas. Em Portugal, estas transformações tiveram
repercussões a diversos níveis, afetando o comportamento de homens e mulheres nas
esferas profissional e familiar.
Assim, cada vez mais se observam transformações profundas no “modelo familiar”,
tradicionalmente assente numa construção social de papéis de género em função do sexo,
conduzindo a uma conceção do masculino e do feminino diferenciada e hierarquizada em
termos de importância, segundo a qual se atribuíam ao homem papéis e responsabilidades
no domínio público, de sustento, e de orientação para resultados, de competitividade e
força, e à mulher papéis no domínio privado, de cuidado da casa e da família, com base em
características mais emocionais e relacionais.
De facto, a este conceito de “modelo familiar”, comummente aceite, foram
acrescentadas novas variáveis e realidades, fruto das várias modificações nas estruturas
familiares, que nos permitem hoje em dia reconhecer a existência não de um, mas de vários
“modelos familiares”, (famílias monoparentais, famílias reconstituídas, famílias clássicas de
dupla profissão) em que a tónica dominante passa pelo facto de ambos os elementos do
casal terem uma atitude ativa face ao trabalho, passando as mulheres a assumirem uma
postura mais participativa na esfera pública. […]
Falar em igualdade de género atualmente torna-se, assim, fundamental, ainda mais se
nos detivermos no aspeto de que a crescente participação das mulheres no mercado de
trabalho não foi acompanhada por um crescimento correspondente da participação dos
homens na vida familiar.
“Porque é importante falar em igualdade de género atualmente?” in Caderno Prático para a
Integração da Igualdade de Género na Cáritas em Portugal (Fascículo 1), disponível em
http://cite.gov.pt/asstscite/downloads/caritas/CadernoCaritas_Fasciculo_I.pdf
(consult. em 26-04-2019, adaptado e com supressões)
1.1. C. 1.2. B. 1.3. A. 2. A., C., E.

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GRUPO II
Texto A

1. D., A., B., C., E.

2.1. D. 2.2. B. 2.3. C.

3. C.

Texto B

4.1. Exemplos de resposta:


Divertido: o Pai era divertido, como podemos verificar por algumas das respostas que dá à
filha, parecendo fazer parte das suas brincadeiras (“Quem é que queres metralhar?”,
“Pergunta às bruxas.”)
Compreensivo: o Pai era compreensivo, pois parece entender o ponto de vista de Vanessa
em relação aos brinquedos para meninas e compromete-se a falar com a Mãe para a
convencer a dar uma metralhadora à filha (“É chato, tens razão.”, “Sim, senhora, vou dizer.”)
Distraído: o Pai parece ser distraído: está entretido com a sua telefonia e não presta,
inicialmente, muita atenção ao que Vanessa lhe diz; também não sabe o que a filha deseja
como prenda de aniversário (“(entretido com a telefonia)”, “Não. O quê?”, “Não estou a
ver…”)

4.2. A relação da Vanessa com o Pai parece ser uma relação baseada na cumplicidade e na
compreensão, uma vez que Vanessa confidencia ao Pai aquilo que sente em relação à
prenda de aniversário que a Mãe lhe pretende dar. Percebemos que a Mãe não
compreende as razões adiantadas por Vanessa para desejar uma metralhadora, pelo
que a rapariga recorre ao Pai para a ajudar a convencer a Mãe.

5.1. Para Vanessa, a vida das raparigas era “uma grande chatice”, pois, segundo ela, as
roupas de menina não são confortáveis e não permitem que brinquem à vontade, para
não se sujarem; os penteados não são práticos, porque se espera que as meninas
tenham cabelo comprido e pentear os cabelos causa dor; as brincadeiras são
aborrecidas e as pessoas não gostam que brinquem como se fossem rapazes; as
prendas e os brinquedos não são tão divertidos como os dos rapazes porque são feitos
para ajudarem a limpar a casa; as meninas são chamadas para ajudar as mães nas
tarefas domésticas, enquanto os meninos podem brincar ou ver televisão.

6.1. Exemplos de resposta:


A. “Um balde, já viste o que é receberes uma prenda que é um balde com uma coisa para
limpar o chão?”, “E para conseguires uma metralhadora, que nem sequer é a sério, tens
de pedir e pedir e pedir e… toda a gente te diz que és uma menina”.
B. “Quanto é que falta?”, “Quantos dias?”

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C. “queria só dizer que, se ainda não escolheste se queres ser rapaz ou rapariga, é melhor
vires como rapaz, senão estás bem lixada”, “Digo-te que é uma grande chatice e se
puderes escolher e ainda fores a tempo, vem como rapaz.”

7.1. A.; 7.2. C.

GRUPO III

1. B.

2. A. – 3; B. – 5; C. – 2; D. – 4; E. – 1.

3. A. Oração subordinada substantiva completiva; B. Oração subordinada adverbial


condicional; C. Oração subordinada adverbial causal; D. Oração coordenada disjuntiva;
E. Oração subordinada adverbial final; F. Oração subordinada adjetiva relativa explicativa.

GRUPO IV

Sugestão de resposta:

As palavras proferidas por Vanessa referem-se à sua experiência enquanto menina e


irmã de um rapaz, o Rodrigo, revelando que o modo como a mãe os trata em relação às
tarefas da casa é diferente. Tal diferença causa indignação na rapariga, como se verifica
através do uso de algumas palavras (“parvalhão”, “todo contente”).
Julgo que a indignação transmitida por Vanessa é compreensível e concordo com a
perspetiva da menina, pois os rapazes e as raparigas devem ser tratados da mesma forma,
todos devem ter responsabilidades, deveres e direitos e não ter tarefas ou privilégios
baseados numa visão tradicional e de acordo com o sexo de cada um. Exemplo disto é o
número cada vez maior de mulheres no setor militar ou o número crescente de homens a
intervirem ativamente no contexto familiar, ou seja, a desempenharem papéis que
tradicionalmente não lhes eram atribuídos.
Concluo, assim, que, independentemente do cargo ou da tarefa que homens e
mulheres desempenhem, é importante que cada um tenha liberdade para escolher o que
deseja fazer, sem ser pressionado ou impedido pelos outros.

[177 palavras]

PT8 © Porto Editora Página 3 de 3

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