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ALERGIAS

EM
CRIANÇAS
E JOVENS
O que é uma alergia?
É uma resposta exagerada do sistema de defesa do organismo
(sistema imunitário) que erradamente passa a identificar
determinadas substâncias inocentes e habitualmente toleradas
pela maioria das pessoas (pólen, ácaros do pó, etc.) como sendo
prejudiciais e desenvolve uma estratégia para as eliminar.

Uma reação alérgica pode manifestar-se através do


aparecimento de bolinhas vermelhas na pele, de borbulhas,
através de espirros ou até mesmo dificuldade em respirar.
Quais as causas?
Existem fatores genéticos que predispõem a pessoa a ser alérgica, e fatores
ambientais que funcionam como desencadeantes.

Os antecedentes familiares são muito importantes: se um dos progenitores


(pai ou mãe) tem qualquer alergia, a probabilidade de o filho sofrer de
alergia é aproximadamente 50%; porém se ambos, pai e mãe, têm alergia,
então a probabilidade do filho aumenta para 75%.

É importante destacar que não se nasce alérgico. Nasce-se com


uma predisposição genética e que em função de fatores
ambientais a pessoa torna-se alérgica a determinadas
substâncias –chamadas alérgenos- com capacidade de produzir
uma resposta imunológica de alergia.
Existem muitos tipos de alergénios:

•Ambientais inalados ou aero-alergénios (pólenes, ácaros do pó, pelos de


animais, fungos….);
•Alimentares (proteínas do leite de vaca, ovo, frutos, camarão, etc.);
•Medicamentos (antibióticos, anti-inflamatórios, anestésicos, etc.);
•De contacto (níquel, crómio, perfumes, parabenos, etc.);
•Ocupacionais, relacionados com exposição no trabalho (látex, farinhas, etc.);
•Veneno de insetos (abelha, vespa, etc.).
Frequência das alergias

As doenças alérgicas têm aumentado muito nos últimos 40 anos.


Atualmente, afetam uma grande percentagem da população nos países
desenvolvidos.
São doenças que atingem pessoas de todas as idades.

Em média, 1 em cada 3 crianças portuguesas sofre ou sofrerá de


doença alérgica. Em 80% dos casos, as primeiras manifestações
ocorrem nos primeiros anos de vida e são muitas vezes
subvalorizadas, subdiagnosticadas e subtratadas.
Nos primeiros dois anos de vida, as doenças alérgicas que se
manifestam são, normalmente, as alergias alimentares:
A alergia alimentar afeta aproximadamente 5% das
crianças dos países ocidentais.

• Intolerância à proteína do leite de vaca


acontece frequentemente em primeiro lugar.
• Seguem-se as intolerâncias ao ovo, peixe,
marisco e frutos secos (amendoins, trigo, etc.).

As alergias alimentares podem surgir


como vómitos, diarreia aumento do
tamanho da língua, lábios ou olhos,
manchas vermelhas na pele que
provocam comichão, falta de ar e/ou
chiadeira.
A partir do 2º e 3º anos de vida, começam a ser mais comuns as alergias
respiratórias.
As alergias respiratórias mais comuns em crianças e adolescentes são:

Rinite alérgica: Inflamação da mucosa do nariz


que se manifesta através de:
• Espirros
• Nariz entupido
• Comichão no nariz
• Corrimento ou pingo no
nariz
Asma alérgica: Inflamação da parede dos brônquios que
dificulta a passagem do ar provocando :
• Tosse
• Falta de ar
• Pieira (“chiadeira ou “gatinhos” ao respirar)
Dermatite/Eczema atópico: Inflamação crónica da pele, com início habitual durante a
infância, que se manifesta com o aparecimento de zonas de
pele muito seca, vermelha, com pequenas borbulhas, e que
provocam imensa comichão.

Na maior parte das situações esta doença tende a melhorar


muito e até a desaparecer com a idade, embora possa
permanecer por toda a vida.

Alergia ao pelo de animais


Alergia aos ácaros domésticos Alergia aos pólenes
domésticos
Alergia aos insetos

Os principais insetos causadores de alergia são: abelha, vespa e formiga.


O veneno injetado na picada destes insetos pode originar reações muito graves,
mesmo fatais (causar a morte).

Outros insetos frequentes, como os mosquitos, melgas, moscas, pulgas,


percevejos, etc., provocam reações alérgicas à própria picada, em pessoas
sensíveis.

Alergias aos medicamentos

Reação anormal do sistema imunitário, isto é, uma reação


imunológica, contra um medicamento que o nosso organismo passa a
considerar prejudicial, quando na verdade não devia acontecer.

anafilaxia.
Estratégias simples para prevenir as alergias infantis
Para evitar os alergénios do ambiente interior:
- Manter um arejamento e ventilação adequadas;
- Evitar alcatifas e carpetes (substituir por pavimento de linóleo, mosaico ou madeira envernizada);
- Utilizar colchões recentes;
- Colocar coberturas anti ácaros nos colchões e almofadas;
- Utilizar lençóis de algodão, almofadas e edredão sintéticos;
- Lavar a roupa da cama e as cobertas plásticas com água a 60ºC;
- Remover do quarto peluches ou objetos que acumulem pó (por exemplo, livros);
- Usar aspirador com filtro de alta eficiência (HEPA);
- Controlar a humidade relativa em valor inferior a 50 por cento (os desumidificadores podem ser úteis);
- Nos doentes alérgicos a animais domésticos (gato, cão, coelho, hamster, entre outros), pode ser
necessário remover estes animais da habitação, não devendo estes frequentar os quartos de dormir e
deve aumentar-se a ventilação da casa.
Para evitar os alergénios do ambiente interior:
Os pólenes são os alergénios mais importantes do ambiente exterior. Eis algumas medidas úteis:

- Conhecer o boletim polínico da região;


- Planear viagens de fim-de-semana ou férias elegendo alturas do ano e locais livres do (s) pólen (es) aos
quais a criança é alérgica;
- Evitar o campo em fases de grande concentração de pólenes;
- Manter fechadas as janelas de casa, durante o dia;
- Usar óculos escuros;
- Viajar com as janelas fechadas.

Evitar o fumo do tabaco


O fumo do tabaco aumenta o risco do aparecimento de asma e outras doenças alérgicas, e nas crianças
com asma é um conhecido fator desencadeante das crises, associando-se a maior gravidade da doença,
com aumento do risco de crises graves com internamento hospitalar e mortalidade.
Tratamento de alergias
O melhor método de tratar as alergias é evitar o alergénio. Se a pessoa
não entrar em contacto com o alergénio não vai ter qualquer manifestação
da sua alergia e terá uma vida normal.

Contudo, sabemos que, na prática, as coisas podem não ser tão fáceis,
pois os alergénios estão presentes em todo o lado e muitas vezes pode ser
difícil evitá-los.

Em primeiro lugar é necessário determinar qual a substância responsável


pela alergia, o que pode ser feito com a ajuda de um médico especialista
em Imuno-Alergologia.
No caso da alergia alimentar e a medicamentos, a solução mais eficaz é
evitar os alergénios.

No caso das alergias respiratórias o tratamento mais eficaz é a imunoterapia


específica que funciona como uma vacina e permite passar vários anos sem
sintomas das alergias.
Tem havido avanços significativos em eficácia e segurança, mesmo com o
desenvolvimento de tratamentos mais concentrados e que permitem a mistura de
alergénios diferentes.

Existem vários medicamentos - os anti-histamínicos, corticosteroides (inibem


a inflamação), descongestionantes nasais, hidratantes para a pele entre
outros - que, não curando a doença, podem controlar e aliviar os sintomas.
INTOLERÂNCIAS
ALIMENTARES
EM CRIANÇAS E
JOVENS
O que são intolerâncias alimentares?
As intolerâncias alimentares manifestam-se pela dificuldade do organismo
na digestão ou assimilação de um determinado alimento.
Ocorrem quando organismo é incapaz de digerir ou "processar"
corretamente o alimento, ou ingrediente ingerido, não existindo a
intervenção do sistema imunológico.
Os sintomas surgem horas ou dias após a ingestão do alimento ou do
ingrediente que a origina.

As intolerâncias mais comuns em crianças e jovens são à lactose, glúten,


aditivos alimentares (glutamato de sódio, tartrazina, sulfitos...), queijo e
chocolate.
Manifestam-se através de:
• problemas digestivos (azia, náuseas, diarreia, refluxo gastroesofágico,
sensação de enfartamento, dores ou cólicas na barriga);
• reações inflamatórias intestinais;

• doenças de pele (urticária ou comichão);

• problemas respiratórios (retenção de líquidos);


• podem ainda causar ainda transtornos psicológicos como
a ansiedade, secundários à patologia.
Como podemos prevenir a intolerância alimentar:
 Verificar se o seu organismo manifesta reações estranhas, após a ingestão
de determinados alimentos.

 Conhecer as substâncias a que é intolerante através da realização do


diagnóstico de intolerância alimentar.

 Evitar a ingestão de alimentos que possam provocar intolerância alimentar.

Tratamento
Após a confirmação de intolerância alimentar, torna-se necessário excluir o alimento da
dieta alimentar (evicção alimentar).

Esta tarefa nem sempre é fácil. Obriga a ler atentamente os rótulos de produtos
alimentares pré-preparados para verificar os ingredientes que contêm.
Torna-se também importante evitar défices nutricionais que possam acontecer devido à
exclusão do alimento em causa.

A escola / infantário deve estar na posse de informação detalhada sobre a situação clínica
da criança e o tratamento de urgência deverá estar disponível.

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