Você está na página 1de 2

UNIVERIDADE FEDERAL DE GOIÁS – FACULDADE DE LETRAS

Disciplina: TÓPICOS EM RELAÇÃO LÍNGUA/HISTÓRIA/SUJEITO


- LINGUÍSTICA 2019 – PÓS-GRADUAÇÃO
ALUNO(A): Jaqueline Fonseca Veiga
Data da entrega: 07/06/2019
AUTHIER-REVUZ, J. Heterogeneidade mostrada e heterogeneidade constitutiva:
elementos para uma abordagem do outro no discurso. In: AUTHIER-REVUZ, J. Entre
a transparência e a opacidade: um estudo enunciativo do sentido. Porto Alegre:
EDIPUCRS, 2004.
Ideias básicas:
O texto parece fazer um percurso que passa por várias áreas da Análise do Discurso a
fim de conceituar o que seria a heterogeneidade mostrada e a heterogeneidade
constitutiva. A autora passa por uma concepção mais estrutural do discurso, pela
psicanálise, aborda a questão do riso, enfim, realiza um percurso bem amplo nas teorias
discursivas.

Citações para discussão:

p. 25 – “O homem não possui território interior soberano, ele está inteiramente e sempre
numa fronteira; olhando no interior de si, ele olha nos olhos do outro ou através dos
olhos do outro, e isto, especificamente, através das ‘palavras do outro’: Tudo o que me
toca vem a minha consciência - a começar por meu nome - desde o mundo exterior,
passando pela boca dos outros (da mãe, etc.) com sua entonação[...]”.

p. 27 – “O sentido de um texto não está, pois, jamais pronto, uma vez que ele se produz
nas situações dialógicas ilimitadas que constituem suas leituras possíveis: pensa-se
evidentemente na ‘leitura plural’”.

p. 33 – “O riso da cultura carnavalesca medieval, do qual Rabelais se faz o porta-voz


na literatura, duplica, como paródia e ‘inversão’, tudo o que está na ordem do sério
(ritos, culto, instituições, hierarquias, correção linguística e outros...). Verdadeira
‘visão de mundo’, não poupando nada, nem mesmo o galhofeiro, esse riso é
fundamentalmente dialógico e está no coração da significação ideológica da obra de
Rabelais. O que separa Rabelais que, ‘na luta em que se enfrentavam as forças de seu
tempo’, ocupava, ‘séria e sinceramente’, ‘as posições mais avançadas e progressistas’,
de qualquer outro grande humanista de vanguarda é precisamente a força dialógica do
riso, tomada da cultura popular.

p. 65 – “O sujeito é essencialmente representação [...] dependendo das formas de


linguagem que ele enuncia e que na verdade o enuncia; [...] o sujeito não é nada senão
a ordem da linguagem na qual ele foi aculturado. ‘Rede do significante em que é preciso
que o sujeito esteja já preso, para que ele possa ali se constituir: como si mesmo, como
em seu lugar em um parentesco, como existente, como representante de um sexo’ [...]”.

p. 69 – “Todo discurso se mostra constitutivamente atravessado pelos ‘outros


discursos’ e pelo ‘discurso do Outro’. O outro não é um objeto (exterior, do qual se
fala), mas uma condição (constitutiva, para que se fale) do discurso de um sujeito
falante que não é fonte-primeira desse discurso.

Debater mais:
Ainda não ficou claro para mim a diferença entre heterogeneidade mostrada e
heterogeneidade constitutiva. Gostaria de saber mais sobre isso. O texto também cita
Rabelais, gostaria de saber mais acerca desse autor, quem foi e de que maneira ele
aborda o riso nas pesquisas que faz.
Crítica:
Achei o texto bastante difícil. Ele não parece muito linear, os tópicos parecem soltos
no texto, é difícil relacionar um com o outro. Mas o problema provavelmente tenha
sido na minha interpretação malsucedida.

Você também pode gostar