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UNIVERSIDADE FEDERAL DE JUIZ

DE FORA TEORIA DA LITERATURA

Júlia Gonçalves Defáveri Bastos

Avaliação

Juiz de Fora
2022
Questão 1.

Segundo o educador Paulo Freire, ao discutir o significado do ato de ler, “A leitura do


mundo precede a leitura da palavra”, com isso entendemos que a leitura do mundo
deve vir antes da leitura das palavras escritas, e a escrita é uma forma de escrever ou
reescrever o mundo. Segundo ele, a compreensão do texto ocorre durante a leitura crítica
porque é por meio dela que são reconhecidas as conexões entre o texto e o contexto.
Ao possibilitar que quem tem o hábito da leitura o faça por diversão ou como forma de
aprender e adquirir conhecimento, a prática do incentivo à leitura contribui para a difusão da
cultura e compreensão da vida. Pessoas que leem por prazer ou para adquirir conhecimento
podem aprender sobre sua própria história e cultura. Este incentivo dá aos leitores a
oportunidade de desenvolver um pensamento crítico e ponderado, almeijando atrair também
leitores de primeira viagem. No entanto, esse incentivo não é predominante na sociedade
brasileira.
No entanto, o inegável advento da internet concedeu a muitos acesso a informações e
conhceimentos antes elitizados pelo papel. Um vastos acervo de conhecimentos e livros caros
ou de dificil acesso, agora podem ser acessados com algums cliques através do celular,
computador, tablet etc. Assim, poe-se em questionamneto o papel do leitor, do autor e sua
obra.
Para entender do ponto de vista de Stanley Fish, é necessária a compreenção do termo
comunindade interpretativa: “...diz respeito a um sistema ou contexto capaz de produzir o
consenso em torno da escolha da interpretação a ser atribuída a um enunciado ou conjunto de
enunciados”. A partir desse conceito pode-se entender que a comunidade interpretativa é,
portanto, aquele ponto de interseção a partir do qual se estabelece um certo nível de
significação, a partir do ponto em que os indivíduos que compõem a comunidade
compartilham regras e estratégias de leitura que fomentam a aceitação interpretativa e
possibilitam a comunicação, o cross-talk e a coincidência. interpretações.
Em contra partida, Roland Barthes está preocupado com a literatura. Na obra "A
Morte do Autor", quem fala é a linguagem, não o autor. Segundo ele, no momento em que o
leitor lê a obra o autor morre. Segundo Barthes, o sentido do texto está no seu destido
podendo ter “n” interpretações distintas, pois o texto não é criado como se tivesse apenas um
sentido.
Assim, a interpretação na visão barthesiana refere-se apenas a obra, o texto
propriamente dito e a qualquer interpretação que o leitor possa extrair dele.
A morte do autor, de Roland Barthes, traz uma visão significativa, pois estimula o
pensamento crítico e a produção pública de conteúdo criativo autônomo.

Assim se desvenda o ser total da escritura: um texto é feito de escrituras múltiplas,


oriundas de várias culturas e que entram umas com as outras em diálogo, em
paródia, em contestação; mas há um lugar onde essa multiplicidade se reúne, e esse
lugar não é o autor, como se disse até o presente, é o leitor: o leitor o espaço mesmo
onde se inscrevem, sem que nenhuma se perca, todas as citações de que feita uma
escritura; a unidade do texto não está em sua origem, mas no seu destino, mas esse
destino já não pode ser pessoal: o leitor um homem sem história, sem biografia, sem
psicologia; ele apenas esse alguém que mantém reunidos em um mesmo campo
todos os traços de que constituído o escrito. (BARTHES, 2004, p.64)

Finalmente, em um estudo do pensamento de Nietzsche, Jorge Larrosa expressa seu


ponto de vista sobre a noção de leitura. Em Larrosa, a interpretação de um texto vai muito
além de uma ideia fixa ou inquestionável; em vez disso, a interpretação do mesmo texto pode
assumir muitas formas diferentes, mudando dependendo do ponto de vista do leitor. Nessa
situação, as experiências do leitor seriam o que impulsiona a leitura, porque entender um livro
não é uma questão de intelecto, mas sim de cultura.
Segundo ele, o sentido do texto não é seu, mas é apropriado por outra força, positiva
ou negativa. Ele afirma que um livro é uma força que age sobre outras forças, produzindo
efeitos variáveis como resultado. Em outras palavras, Larrosa deixa que a capacidade do leitor
de compreender um texto depende não de sua preparação para fazê-lo, mas sim de suas
próprias experiências de vida. Ele define o verdadeiro leitor como aquele que consegue ler
com todos os seus sentidos acionados e que consegue “dançar” enquanto lê questionando a
própria ideia do autor como fonte do sentido do texto, provocando multiplicidade e constante
renovação de interpretações e guiando o leitor para si mesmo.
Assim, conclui-se que que mesmo com o falho sistema de expansão de leituras
realmente significativa na era digital, ainda podemos considerar o grande avanço cultural e
ver até onde chegamos nessa área: ao contrário de tempos anteriores, quando a leitura era
apenas um privilégio da elite, agora há uma variedade de visões de mundo que revelam a
natureza social da leitura.
É importante enfatizar a variedade de ideias e interpretações que podem envolver uma
única obra, que, mesmo quando escrita com um objetivo original, tem o potencial de se
ramificar e se expandir além do imaginável em um mundo de possibilidades. Dessa forma, é
crucial enfatizar as contribuições do autor e do leitor para manter várias obras vivas pontuado
os papeis de cada um neste ciclo.
Bibliografia

BARTHES, R. O Rumor da Língua. 2o ed. São PAulo: Martins Fontes, 2004.

DE ALMEIDA, T. V. COMUNIDADE INTERPRETATIVA. Disponível em:


<https://edtl.fcsh.unl.pt/encyclopedia/comunidade-interpretativa>. Acesso em: 20 dez. 2022.

FIGUEIREDO, E. Em torno de roland barthes: da “morte do autor” ao nascimento do


leitor e à volta do autor. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA PROGRAMA
DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS Prédio 16, Sala 3222 – Bloco A2 Campus
Universitário – Camobi 97105-900 – Santa Maria, RS – Brasil Fone: 55 3220 8359
http://www.ufsm.br/ppgletras e-mail: ppgletras@ufsm.br: PPGL EDITORES, 2015.

FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo:
Autores Associados: Cortez, 1989.

POR, A.; LUÍS, M. Disponível em:


<https://periodicos2.uesb.br/index.php/aprender/article/download/3218/2695/5387>. Acesso
em: 20 dez. 2022.

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