Segundo o educador Paulo Freire, ao discutir o significado do ato de ler, “A leitura do
mundo precede a leitura da palavra”, com isso entendemos que a leitura do mundo deve vir antes da leitura das palavras escritas, e a escrita é uma forma de escrever ou reescrever o mundo. Segundo ele, a compreensão do texto ocorre durante a leitura crítica porque é por meio dela que são reconhecidas as conexões entre o texto e o contexto. Ao possibilitar que quem tem o hábito da leitura o faça por diversão ou como forma de aprender e adquirir conhecimento, a prática do incentivo à leitura contribui para a difusão da cultura e compreensão da vida. Pessoas que leem por prazer ou para adquirir conhecimento podem aprender sobre sua própria história e cultura. Este incentivo dá aos leitores a oportunidade de desenvolver um pensamento crítico e ponderado, almeijando atrair também leitores de primeira viagem. No entanto, esse incentivo não é predominante na sociedade brasileira. No entanto, o inegável advento da internet concedeu a muitos acesso a informações e conhceimentos antes elitizados pelo papel. Um vastos acervo de conhecimentos e livros caros ou de dificil acesso, agora podem ser acessados com algums cliques através do celular, computador, tablet etc. Assim, poe-se em questionamneto o papel do leitor, do autor e sua obra. Para entender do ponto de vista de Stanley Fish, é necessária a compreenção do termo comunindade interpretativa: “...diz respeito a um sistema ou contexto capaz de produzir o consenso em torno da escolha da interpretação a ser atribuída a um enunciado ou conjunto de enunciados”. A partir desse conceito pode-se entender que a comunidade interpretativa é, portanto, aquele ponto de interseção a partir do qual se estabelece um certo nível de significação, a partir do ponto em que os indivíduos que compõem a comunidade compartilham regras e estratégias de leitura que fomentam a aceitação interpretativa e possibilitam a comunicação, o cross-talk e a coincidência. interpretações. Em contra partida, Roland Barthes está preocupado com a literatura. Na obra "A Morte do Autor", quem fala é a linguagem, não o autor. Segundo ele, no momento em que o leitor lê a obra o autor morre. Segundo Barthes, o sentido do texto está no seu destido podendo ter “n” interpretações distintas, pois o texto não é criado como se tivesse apenas um sentido. Assim, a interpretação na visão barthesiana refere-se apenas a obra, o texto propriamente dito e a qualquer interpretação que o leitor possa extrair dele. A morte do autor, de Roland Barthes, traz uma visão significativa, pois estimula o pensamento crítico e a produção pública de conteúdo criativo autônomo.
Assim se desvenda o ser total da escritura: um texto é feito de escrituras múltiplas,
oriundas de várias culturas e que entram umas com as outras em diálogo, em paródia, em contestação; mas há um lugar onde essa multiplicidade se reúne, e esse lugar não é o autor, como se disse até o presente, é o leitor: o leitor o espaço mesmo onde se inscrevem, sem que nenhuma se perca, todas as citações de que feita uma escritura; a unidade do texto não está em sua origem, mas no seu destino, mas esse destino já não pode ser pessoal: o leitor um homem sem história, sem biografia, sem psicologia; ele apenas esse alguém que mantém reunidos em um mesmo campo todos os traços de que constituído o escrito. (BARTHES, 2004, p.64)
Finalmente, em um estudo do pensamento de Nietzsche, Jorge Larrosa expressa seu
ponto de vista sobre a noção de leitura. Em Larrosa, a interpretação de um texto vai muito além de uma ideia fixa ou inquestionável; em vez disso, a interpretação do mesmo texto pode assumir muitas formas diferentes, mudando dependendo do ponto de vista do leitor. Nessa situação, as experiências do leitor seriam o que impulsiona a leitura, porque entender um livro não é uma questão de intelecto, mas sim de cultura. Segundo ele, o sentido do texto não é seu, mas é apropriado por outra força, positiva ou negativa. Ele afirma que um livro é uma força que age sobre outras forças, produzindo efeitos variáveis como resultado. Em outras palavras, Larrosa deixa que a capacidade do leitor de compreender um texto depende não de sua preparação para fazê-lo, mas sim de suas próprias experiências de vida. Ele define o verdadeiro leitor como aquele que consegue ler com todos os seus sentidos acionados e que consegue “dançar” enquanto lê questionando a própria ideia do autor como fonte do sentido do texto, provocando multiplicidade e constante renovação de interpretações e guiando o leitor para si mesmo. Assim, conclui-se que que mesmo com o falho sistema de expansão de leituras realmente significativa na era digital, ainda podemos considerar o grande avanço cultural e ver até onde chegamos nessa área: ao contrário de tempos anteriores, quando a leitura era apenas um privilégio da elite, agora há uma variedade de visões de mundo que revelam a natureza social da leitura. É importante enfatizar a variedade de ideias e interpretações que podem envolver uma única obra, que, mesmo quando escrita com um objetivo original, tem o potencial de se ramificar e se expandir além do imaginável em um mundo de possibilidades. Dessa forma, é crucial enfatizar as contribuições do autor e do leitor para manter várias obras vivas pontuado os papeis de cada um neste ciclo. Bibliografia
BARTHES, R. O Rumor da Língua. 2o ed. São PAulo: Martins Fontes, 2004.
DE ALMEIDA, T. V. COMUNIDADE INTERPRETATIVA. Disponível em:
FIGUEIREDO, E. Em torno de roland barthes: da “morte do autor” ao nascimento do
leitor e à volta do autor. UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA MARIA PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM LETRAS Prédio 16, Sala 3222 – Bloco A2 Campus Universitário – Camobi 97105-900 – Santa Maria, RS – Brasil Fone: 55 3220 8359 http://www.ufsm.br/ppgletras e-mail: ppgletras@ufsm.br: PPGL EDITORES, 2015.
FREIRE, P. A importância do ato de ler: em três artigos que se completam. São Paulo: Autores Associados: Cortez, 1989.