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Investigações
A polícia começou as investigações e já no dia 17 de agosto acreditava que o crime
pudesse estar ligado a uma desavença familiar. Nos dias que se seguiram, com o
depoimento de um dos filhos (cujo nome não foi revelado), a polícia desvendou uma
"trama familiar" que envolvia a possibilidade de outras tentativas de assassinato desde
2018, e o oferecimento de dinheiro para a prática do crime. Segundo o G1, a testemunha
teria dito que a Flordelis e três filhas do casal colocavam arsênico na comida do pai, e que
uma das irmãs teria oferecido R$ 10 mil ao irmão Lucas dos Santos para matar o pastor,
que antes de falecer havia dado entrada no hospital por mais de oito vezes, com dores
estomacais, mas o veneno não era encontrado.
No dia 20 de junho, o filho biológico de Flordelis, Flávio dos Santos, admitiu ter dado seis
tiros em Anderson (a perícia constatou mais de trinta perfurações). Ele também disse que
Lucas havia comprado a arma. Ambos foram presos preventivamente por homicídio
qualificado e porque já tinham as prisões pendentes por outros crimes.
A motivação do crime foi financeira, pois Flordelis estava insatisfeita que seu marido
tivesse o controle financeiro e patrimonial de toda a família. Segundo as investigações da
polícia, a pastora não queria desmoralizar-se perante os fiéis de sua igreja com
um divórcio, sendo mais aceitável ficar viúva. Segundo as próprias palavras de Flordelis,
encontrada em troca de mensagens de seu celular: Fazer mais o quê? Se separar eu não
posso, porque não posso escandalizar o nome de Deus. Isso não!
Ao final do inquérito, em agosto de 2020, a polícia havia confirmado que:
Além de Flordelis, sete filhos do casal e uma neta estavam envolvidos no crime;
O grupo familiar tentava assassinar Anderson desde meados de 2018, com o uso de
veneno. A filha biológica de Flordelis, Simone, teria chegado a fazer pesquisas
sobre cianeto na Internet. Segundo as investigações, teria havido ao menos seis
tentativas de assassinato por envenenamento e uma outra por emboscada, quando
Anderson deveria ser morto a tiros por um assassino de aluguel. O crime só não
aconteceu porque a vítima, na ocasião, havia trocado de carro, o que teria confundido
o atirador;
Que Flordelis havia oferecido dinheiro em troca do silêncio de alguns dos filhos e para
que Lucas, o adotivo preso por ter comprado a arma, assumisse o assassinato;
O motivo do assassinato seria o descontentamento de Flordelis e alguns dos filhos
com o poder exercido por Anderson dentro do núcleo familiar, incluindo o controle
econômico de tudo.
O delegado Allan Duarte, responsável pelo caso, chegou a afirmar que "não se tratava de
uma família, mas de uma organização criminosa".
Nota: o filho que foi testemunha chave chama-se Alexander Felipe, conhecido como Luan. A operação
ganhou o nome Lucas 12, numa referência ao capítulo bíblico Lucas 12, que trata de mentira e hipocrisia.
No dia 24 de agosto de 2020, após o fim do inquérito feito pela polícia, o Ministério Público
aceitou a denúncia contra Flordelis e outras dez pessoas. Dos onze indiciados, nove são
da família. Eles responderão por crimes diversos: homicídio triplamente qualificado,
tentativa de homicídio, falsidade ideológica, uso de documento falso e organização
criminosa majorada.
Três deles já estavam na cadeia desde 2019: os filhos Flávio e Lucas e o ex-PM Marcos
Siqueira da Costa; outros cinco filhos, uma neta e a esposa do PM foram presos no dia 24
de agosto, enquanto Flordelis não foi presa por ter imunidade parlamentar.
O também político e pastor Magno Malta usou o Twitter para escrever:
Flordelis tentou 6 vezes matar o marido, tramou a morte do marido Anderson do Carmo de
forma covarde! protegida pela famigerado imunidade parlamentar enquanto os filhos estão
pesos [sic]! A câmara não pode contemporiza [sic] com isso, deve casar [sic]
imediatamente! Covarde!
— Magno Malta no Twitter em 25 de agosto de 2020.