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Suzane: Assassina e manipuladora

Julia Gomes Barbosa

Leticia Rodrigues

Karina Kelly

Faculdade Galileu

Direito - 2° Termo

Teoria Geral do Direito Penal


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1.0 INTRODUÇÃO

A narrativa se inicia em 11 de agosto de 2016, mas vem de uma história escrita a anos

atrás. O autor, Ullisses Campbell, baseia sua narrativa em primeiro momento no

contato com aqueles que cercam Suzane, suas companheiras de cela, seguranças, e

todos aqueles que detinham informações úteis e necessárias, já que a autora do crime

não concedia entrevista a ninguém. Alicerça sua história nas vivências e

conhecimentos daqueles que vivem e convivem com a assassina.

Os irmãos Cravinhos também tiveram suas vidas destrinchadas a mercê da narrativa,

Cristian colaborou com reportagem, e foi necessário diversas idas à penitenciária para

que o autor conseguisse reconstituir o fatídico dia.

O ponto de partida dessa narrativa, além das rebuscadas entrevistas, vem do processo

penal, uma fonte excelente de informações e resposta para a história.


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2.0 DESENVOLVIMENTO

2.1 O CRIME

Na noite do crime, 30 de outubro de 2002, Suzane e os irmãos Daniel e Cristian se

dirigiam para o local do crime, Daniel ao volante tenso com a situação passou por um

triz de arruinar o plano diversas vezes devido ao seu nervosismo, o que irritava

Suzane. A tensão crescia nos irmãos ainda mais ao chegar na casa de Suzane às 23

horas, às vésperas do momento que iria arruinar a vida de todos para sempre, Suzane

adentrou sua casa e verificou para que tudo estivesse perfeito para o crime ser

executado. Após todos se equiparem com luvas, roupas e armas artesanais projetadas

para o crime, Cristian tentava de diversas maneiras parar o crime, não achava forças

para cometer tamanha monstruosidade, mas suas tentativas foram em vão.

Agora para eles não restava outra opção, tinham que executar o crime. Daniel se

postou ao lado do pai de Suzane, Manfred, enquanto Cristian estava ao lado da mãe

da mulher, Marísia, o ataque se iniciou por parte de Daniel que desferiu golpes a

cabeça Manfred, sendo seguido por seu irmão que acertava a cabeça de Marísia.

Manfred morreu em poucos minutos, porém Marísia sofreu bruscamente, agonizando e

se debatendo até morrer definitivamente. Suzane viu a cena dos pais deitados mortos

sem derramar uma lágrima, os irmãos estavam tomados pela culpa, mas o plano

deveria ser finalizado.

Após a morte do casal os assassinos continuaram com o plano, a casa foi revirada,

pertences e dinheiro foram levados, pegadas estratégicas foram deixadas, tudo


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pensado na tentativa de simular um latrocínio. Assim o crime perfeito para eles havia

sido concretizado, e deixaram a mansão com planos para o futuro.

2.2 RELAÇÃO FAMILIAR

A história entre os irmãos Cravinhos e a família Richthofen começa muito antes do

crime. Daniel Cravinhos era instrutor de aeromodelismo, esporte pelo qual Andreas

Richthofen ( irmão de Suzane) era muito interessado, o que acarretou a uma

aproximação de Daniel e Andreas, quando o mesmo decidiu fazer o curso de Daniel.

Tornaram-se muito amigos, e Andreas o descrevia como um irmão mais velho.

Andreas e seu pai foram quem apresentou Daniel a Suzane, relação que com tempo

tornou-se um relacionamento sério. Esta relação porém estava longe de ser saudável,

Suzane e Daniel sempre estavam juntos, não se era possível vê-los separados, e com

o tempo passaram a tomar atitudes que iam contra o senso de responsabilidade,

usavam diversas drogas e cometiam pequenos delitos, influenciando Andreas, que na

época tinha 14 anos.

Os pais de Suzane não gostavam nem um pouco da relação, ainda mais ao

descobrirem que Cristian Cravinhos, irmão de Daniel, era usuário frequente de drogas

pesadas. Com o tempo passaram a proibir o namoro da filha com o instrutor, o que não

a agradou nem um pouco, fazendo a menina se distanciar dos pais, e incitar

numerosas brigas entre os pais e o namorado, brigas nas quais tiveram de ser

apartadas por policiais.


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Suzane desgostosa com a situação passou a envenenar a relação dos pais, inventando

diversas mentiras para separar os dois, o que tornou sua casa uma verdadeira guerra,

com brigas frequentes.

Com as diversas desavenças entre os pais de Suzane e a menina, ela e seu namorado

acreditavam que a única maneira de serem felizes seria se seus pais não existissem.

2.3 INVESTIGAÇÃO

Com os pais de Suzane fora de casa, a menina e o namorado elaboraram as melhores

maneiras de realizar o crime perfeito, mas Suzane ainda estava com um pé atrás sobre

matar seus pais por empatia com a sua mãe. Para Daniel essa era realmente a unica

opção, o que motivou Suzane e a fez criar histórias horrendas sobre seu pai para

motivar Daniel a matá-lo. Daniel não tinha chances sozinho, e por opção de Zuane a

mesma não o ajudaria no ataque físico aos pais, Cristian foi o convocado para esta

missão, e aceitou unicamente por amar seu irmão.

Daniel aprimorou as barras de ferro que havia escolhido para realizar o crime, estava

com todos os equipamentos prontos, só lhe restava concretizar o plano de sua

namorada.

O plano estava concretizado, Andreas estava fora de casa sem saber o que ocorreria

naquela noite, o menino estava apenas vivendo mais uma noite de jogos na Lan

House, enquanto sua irmã e melhor amigo haviam matado seus pais. De volta a casa,

Suzane continuou seu plano, com ela e Andreas presenciando o suposto latrocínio, a

polícia foi acionada.


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A polícia não conseguia enxergar Suzane como vítima, algo nela os estranhava, a falta

de choro, de dor, e o excesso de amor ao namorado.

Nada naquele latrocínio fazia sentido a polícia, os quartos dos filhos não haviam sido

revirados, o conhecimento dos ladrões sobre os segredos da casa, os carros e itens de

valor deixados para trás, tudo apontava para uma única explicação, alguém conhecido

havia matado o casal.

Cristian, após ver o noticiário sobre o crime que havia feito, tratou de se livrar do

dinheiro que havia pego na casa e comprou uma moto novinha, o que alertou seus

amigos e conhecidos.

2.4 O FIM DO CRIME

O cemitério estava pequeno para a quantidade de pessoas que estavam ali presentes

para o funeral dos Richthofen, Suzane chamava atenção com sua blusa curta

mostrando a barriga enquanto se debulhava em supostas lágrimas.

De volta à mansão, Suzane agora era dona de todo aquele espaço, mandava e

desmandava na empregada agora que era a patroa. Responsabilizou a empregada a

limpar todos os vestígios de sangue do quarto de seus falecidos pais e se livrou da

cama do casal.

A polícia continuava suspeitando dos filhos do casal, voltaram a casa em meio a festa

de aniversário de Suzane, 48h após a morte dos pais, e vasculharam a limpeza

achando um rolo de saco de lixo, o mesmo que havia sido posto na cabeça da vítima

Marísia.
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As suspeitas sobre Suzane só iam crescendo, seu tio em especial achava muito

estranho a falta de dor em meio à perda dos pais.

Mais uma vez intimada pela polícia, Suzane retornava a delegacia, estava tensa, havia

acabado de ver sua amiga Amanda, e sabia que a garota sabia que a havia sido ela a

matar seus pais, mas seguiu firme a polícia com o namorado, num pacto de que não

iriam denunciar um ao outro.

Ao encontrar o namorado após longas horas de depoimento na delegacia, Suzane

sabia que aquele era o fim, e assim tentava de todas as maneiras manipular o

namorado para que ele a deixasse fora do crime e apenas ele fosse preso.

Cristian sabia que era o fim, tomado por culpa e peso na consciência, a fim de livrar-se

de seus monstros internos, confessou o crime, confessou matar Marísia por amor ao

seu irmão Daniel. Cristian contou a história toda, com todos os mínimos detalhes, o que

resultou na prisão dos 3 assassinos.

Os três foram levados à cadeia, os irmãos estavam tomados pela culpa e seguiam de

cabeça baixa, enquanto Suzane permanecia fria e inabalada. Aquele era o fim, o caso

estava solucionado, e o que restava de tudo isso era um menino de 16 anos sem pais,

irmã e melhor amigo, Andreas.


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