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Modelo Recurso Administrativo
Modelo Recurso Administrativo
ESTADO DE XXXXX
DA TEMPESTIVIDADE
Preliminarmente, salienta –se que nos termos do inciso XVII do art. 4º da Lei 10.520/2002,
cabe recurso administrativo no prazo de 03 (três) dias da decisã o que declare o vencedor
em pregã o.
Outrossim, o Decreto nº 10.024/2019, que regulamenta a licitaçã o, na modalidade pregã o,
na forma eletrô nica, dispõ e no art. 44 que:
“Declarado o vencedor, qualquer licitante poderá , durante o prazo concedido na sessã o
pú blica, de forma imediata, em campo pró prio do sistema, manifestar sua intençã o de
recorrer.
§ 1º As razõ es do recurso de que trata o caput deverã o ser apresentadas no prazo de três
dias.”
No caso em tela, a decisã o ocorreu em xx.xx.2021 em sessã o de licitaçã o. De modo que, o
prazo para interpor recurso decorre em xx.xx.2021.
Demonstrada, portanto, a tempestividade do presente Recurso.
1. DA SÍNTESE DOS FATOS
Alega a recorrente, em apertada síntese, que ofertou a proposta mais vantajosa à
Administração Pública referente ao Pregão Eletrônico SRP Nº xxx/2021, cujo objeto
diz respeito “xxxxxx.”
Conforme consignado na Ata da Sessã o da Licitaçã o, a Recorrente foi indevidamente
inabilitada. Na argumentaçã o apresentada pela pregoeira, RECORRENTE supostamente
teria descumprido as exigências editalícias. Vejamos:
“xxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxxx”
Dessa forma, de maneira equivocada, a pregoeira declarou a Recorrente como inabilitada.
Ademais salientamos que a empresa, XXXXX, declarada vencedora possui erros
insanáveis em sua documentação, especialmente, na proposta apresentada, no
Balanço Patrimonial e no detalhamento do BDI, bem como não configurou como a
proposta mais vantajosa o ente público. Assim, como veremos adiante, as razõ es deste
Razõ es do recurso devem prosperar.
2. DAS RAZÕES DO RECURSO
Assim, podemos afirmar com propriedade que empresa declarada vencedora não
possui documentação válida e autêntica para fins de habilitação econômico-
financeira.
C) DO DETALHAMENTO DO BDI
Na contratação de uma obra ou serviço de engenharia, o BDI compreende o valor a
ser pago à empresa contratada para executar a obra, viabilizando que ela se remunere
para fazer frente aos benefícios e despesas indiretas, por meio de percentual que incide
sobre o custo global de referência para realização da obra ou do serviço de
engenharia.
No â mbito da Administraçã o Pú blica federal, o Decreto nº 7.983/2013 estabelece que o
custo direto de obras e serviços de engenharia, exceto serviços e obras de infraestrutura de
transporte, será obtido a partir das composiçõ es dos custos unitá rios previstas no projeto
que integra o edital de licitaçã o, menores ou iguais à mediana de seus correspondentes nos
custos unitá rios de referência do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da
Construçã o Civil (Sinapi), excetuados os itens caracterizados como montagem industrial ou
que nã o possam ser considerados como de construçã o civil (art. 3º).
O mesmo decreto também estabelece que o “preço global de referência” é o “valor do custo
global de referência acrescido do percentual correspondente ao BDI” (art. 2º, inc. VI).
No que se refere à composição do BDI, o decreto traz a seguinte previsão em seu art.
9º:
“Art. 9º O preço global de referência será o resultante do custo global de referência
acrescido do valor correspondente ao BDI, que deverá evidenciar em sua composiçã o, no
mínimo:
I – taxa de rateio da administraçã o central;
II – percentuais de tributos incidentes sobre o preço do serviço, excluídos aqueles de
natureza direta e personalística que oneram o contratado;
III – taxa de risco, seguro e garantia do empreendimento; e
IV – taxa de lucro.”
Em consulta Manual obras públicas do TCU encontramos a definiçã o de que o BDI deve
contemplar o lucro da empresa construtora e seus custos indiretos, isto é, “garantia,
risco e seguros, despesas financeiras, administração central e tributos. Ela é um
percentual que, aplicado sobre o custo da obra, eleva-o ao preço final dos serviços. Seu
valor deve ser avaliado para cada caso específico, dado que seus componentes variam
em função do local, tipo de obra e sua própria composição. (TCU, 2014, p. 21.).”[4]
Ao tratar da temá tica, o Acó rdã o nº 3.034/2014 do Plená rio, do TCU tratou definiu que:
“Na composiçã o do BDI de obras pú blicas devem ser considerados somente os custos
alocados com base em critérios de rateio ou em estimativas ou aproximaçõ es, tais como:
administraçã o central, riscos, seguros, garantias e despesas financeiras, além da
remuneraçã o da empresa contratada e tributos incidentes sobre o faturamento”. (TCU,
Acó rdã o nº 3.034/2014, Plená rio.)
Essa mesma orientaçã o já havia sido adotada pela Corte de Contas quando do julgamento
do Acó rdã o nº 2.622/2013 do Plená rio:
“A taxa de BDI deve ser formada pelos componentes: administraçã o central, riscos, seguros,
garantias, despesas financeiras, remuneraçã o do particular e tributos incidentes sobre a
receita auferida pela execuçã o da obra. Custos diretamente relacionados com o objeto da
obra, passíveis de identificaçã o, quantificaçã o e mensuraçã o na planilha de custos diretos
(administraçã o local, canteiro de obras, mobilizaçã o e desmobilizaçã o, dentre outros), nã o
devem integrar a taxa de BDI”. (TCU, Acórdão nº 2.622/2013, Plenário.).
Nesse mesmo sentido, destacamos trecho do Acó rdã o nº 2622/2013.
Nestes termos, percebe -se de forma incontestável que a empresa XXXXXX XXXX, foi
EQUIVOCADAMENTE consagrada vencedora, pelas razões fáticas e legais acima
narradas. O que configura uma ilegalidade e impede o seguimento do certame, visto
que viola afrontosamente as normas legais e editalícias.
Além disso, importante ressaltar, ainda, que para buscar a contrataçã o mais vantajosa ao
interesse pú blico, toma-se necessária à segurança atribuída aos habilitantes,
vinculando-os ao edital e este ao processo que o antecedeu, conforme o princípio da
vinculaçã o ao instrumento convocató rio.
Isto posto, percebe-se que o presente recurso merece prosperar, e, por conta disso, a
Douta Pregoeira deve inabilitar e desclassificar a XXXXXX.
DOS PEDIDOS
Conforme os fatos e argumentos apresentados neste RECURSO, solicitamos como lídima
justiça que:
A – A peça recursal da recorrente seja conhecida para, no mérito, ser DEFERIDA
INTEGRALMENTE, pelas razõ es e fundamentos expostos;
B – Seja reformada a decisã o da Douta Pregoeira, que declarou como vencedora a empresa
XXXXXXX, conforme motivos consignados neste Recurso, tendo em vista o
descumprimento das normas do edital, em especial, a não apresentação da proposta
mais vantajosa, a apresentação do Balanço Patrimonial não autêntico e ilegal, bem
como errôneo detalhamento do IDB;
C – Caso a Douta Pregoeira opte por nã o manter sua decisã o, REQUEREMOS que, com fulcro
no Art. 9º da Lei 10.520/2002 C/C Art. 109, III, § 4º, da Lei 8666/93, e no Princípio do
Duplo Grau de Jurisdiçã o, seja remetido o processo para apreciaçã o por autoridade
superior competente.
P. Deferimento.
Cidade/Estado, xx de mês de 2021.
RECORRENTE
Representante legal
[1] Gasparini, Dió genes. Direito Administrativo, 16ª ed. Sã o Paulo: Saraiva, 2011.
[2] MEIRELLES, Hely Lopes. Licitação e Contrato Administrativo. Sã o Paulo: RT, 1990, p.
23.
[3] PIETRO, Maria Sylvia Zanella Di. Direito Administrativo. 13. Ed. Sã o Paulo: Atlas,
2001, p. 299.
[4] https://www.zenite.blog.br/qualea-composicao-de-bdi-nas-contratacoes-de-obras-de-
acordo-comotcu/