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CÓPIA NÃO CONTROLADA

PE-2E&P-00277 Versão 0
Padrão ATIVO
INSPEÇÃO DE DUTOS TERRESTRES NÃO PIGÁVEIS
Aprovado por Rodrigo Pommerehn Vitiello/BRA/Petrobras (GIA-E&P/EAEP/CAEP) em 6 de jan de 2022  |  Gerido
por GIA-E&P/EAEP/CAEP

1. OBJETIVO
Estabelecer critérios para a inspeção de dutos terrestres não pigáveis, construídos em aço-
carbono.

2. ABRANGÊNCIA
Instalações próprias do E&P que dispõem de dutos terrestres, construídos em aço-carbono, nos
quais aspectos construtivos, restrições internas e ou condições operacionais inviabilizam
tecnicamente a inspeção com pig instrumentado.

3. DESCRIÇÃO
Dutos considerados não pigáveis devem ser inspecionados através de métodos alternativos que
permitam a avaliação de sua integridade estrutural. Neste padrão são apresentadas duas
alternativas para a inspeção de dutos não pigáveis: inspeção por ondas guiadas e mapeamento
de espessura por ultrassom.

A inspeção com pig instrumentado deve ser sempre prioritária em relação aos métodos
alternativos apresentados neste padrão, pois abrange 100% da extensão do duto.

3.1 Definição da técnica de inspeção a ser aplicada

Recomenda-se aplicar o ensaio por ondas guiadas nos casos onde o objetivo principal da
inspeção é a identificação e localização de possíveis defeitos. Entre as características do ensaio
por ondas guiadas na inspeção de dutos terrestres não pigáveis destacam-se a alta
produtividade e grande área de cobertura.

Recomenda-se aplicar o mapeamento de espessura por ultrassom nos casos onde o objetivo
principal da inspeção é identificar e dimensionar possíveis defeitos ou dimensionar defeitos
conhecidos. Quando comparado ao ensaio por ondas guiadas o mapeamento por ultrassom
apresenta capacidade superior de dimensionamento de defeitos.

3.1.1 Ensaio por ondas guiadas

A inspeção por ondas guiadas tem como objetivo identificar danos por perda de espessura de
parede, através da introdução de um sinal ultrassônico que percorre distâncias estabelecidas e é
refletido na presença destas descontinuidades.

O ensaio normalmente é aplicado usando-se um anel de transdutores acústicos que é fixado ao


redor da circunferência externa do tubo. Distâncias de até 50 m do transdutor podem ser
inspecionadas em ambos os sentidos a partir de um único ponto de fixação do anel. Alguns tipos
de revestimentos e características geométricas do duto podem reduzir a extensão de aplicação
do método.

O Anexo A é um procedimento para verificação da adequação do uso da técnica de ondas


guiadas.

O Anexo B apresenta orientações para aplicação do ensaio por ondas guiadas em dutos
terrestres.

3.1.2. Mapeamento da corrosão por ultrassom

O mapeamento de espessura por ultrassom é realizado através de sistemas automatizados


compostos por um ou mais transdutores conectados a um computador, de forma que o valor de
espessura para cada ponto de medição seja registrado. Depois de realizada a varredura, os
dados são plotados na forma de gráfico contendo as espessuras de parede ao longo do duto.
Cada valor de espessura pode ser relacionado a um código de cores e as reduções de espessura
por corrosão ou erosão são facilmente identificadas. Reprodutibilidades altas (tipicamente na
faixa de 0,3 mm de redução de espessura) permitem a monitoração precisa e o cálculo das taxas
de corrosão.

O Anexo C apresenta orientações e critérios para a aplicação do mapeamento de espessura por


ultrassom em dutos terrestres não pigáveis.

3.2. Periodicidade de inspeção

Recomenda-se que a periodicidade de inspeção de seja definida através do critério de risco


apresentado no Anexo D, que utiliza como base parâmetros da N-2785 e da N-2298.

A partir do cálculo do risco e em função das características do duto, define-se o intervalo


recomendado de inspeção do duto não pigável.

3.3. Critérios para definição dos locais de inspeção

A definição dos locais de inspeção deve ser realizada mediante a análise do histórico do duto,
documentação de projeto e condições operacionais, a partir dos seguintes critérios:

Relatórios de inspeção anteriores:

— trechos onde já existiu falha por corrosão interna;

— regiões de maior perda de espessura por corrosão interna;

Resultados da monitoração da corrosão, considerando:

— trechos onde foram identificadas as maiores taxas de corrosão;

— a jusante de pontos de injeção de inibidores de corrosão;

— a jusante da entrada de produtos;

Perfil altimétrico do duto:

— regiões sujeitas à separação ou estagnação de água, tipicamente locais mais baixos e


ascendentes;

— após travessia de rios e lagos (principalmente gasodutos).

4. REGISTROS
As inspeções devem ser registradas no sistema de gerenciamento de integridade de dutos
utilizado pela unidade e devem seguir a rotina do plano de inspeção com emissão de relatórios,
orientações e recomendações, quando aplicável.

5. DEFINIÇÕES
Avaliação de integridade - Processo sistemático baseado na avaliação dos resultados de
inspeções, exames e análise estrutural.

Avaliação de risco - Processo analítico e sistemático no qual são identificados os perigos


potenciais da operação do duto e determinadas a probabilidade de ocorrência e a consequência
de eventos potencialmente adversos. Dependendo dos objetivos do Transportador, as
Avaliações de Risco podem ter diferentes escopos e serem executadas em níveis de detalhe
variáveis.

Duto - Designação genérica de instalação constituída por tubos ligados entre si, incluindo seus
componentes e complementos, destinada ao transporte ou transferência de fluidos, entre as
fronteiras de Unidades Operacionais geograficamente distintas.

Duto terrestre - Duto aéreo ou enterrado, cuja faixa encontra-se fora da influência da maré alta.

Duto não pigável - Duto cuja inspeção com pig instrumentado não é tecnicamente viável por
razões tais como: inexistência de lançador e recebedor de pig, configurações inadequadas de
lançador e recebedor de pig, restrições ao longo do duto (curvaturas acentuadas, válvulas de
bloqueio com restrições de passagem, amassamentos) e condições operacionais desfavoráveis
(baixa vazão, baixa pressão, escoamento multifásico, etc).

Duto misto - Duto que possui trecho submarino e trecho terrestre.

Gerenciamento da integridade - Processo contínuo e sistemático de administração da


integridade estrutural do duto baseado em atividades de inspeção e de mitigação dos defeitos.

Inspeção periódica - Inspeção programada realizada em atendimento a legislação,


normalizações, procedimentos e plano de inspeção.

Ondas guiadas - Ondas ultrassônicas que se propagam ao longo da tubulação sendo guiadas
pelas suas superfícies ou pela sua forma e que o comprimento de onda é da ordem de grandeza
da espessura.

Tubulação - Conduto fechado que se diferencia de duto pelo fato de movimentar ou transferir
fluido sob pressão dentro dos limites de uma planta industrial ou instalação de produção ou de
armazenamento de petróleo e seus derivados.

6. REFERÊNCIAS
     

PE-2E&P- INSPEÇÃO EM DUTOS, FAIXAS E SISTEMA DE PROTEÇÃO CATÓDICA DE OLEODUTOS E
00253 - GASODUTOS TERRESTRES DO E&P

PE-2E&P- PADRÃO DE PLANEJAMENTO DA INSPEÇÃO DE EQUIPAMENTOS NO E&P
00921 -

PE-2E&P- DIRETRIZES CORPORATIVAS DO E&P PARA A GESTÃO DE RECOMENDAÇÕES TÉCNICAS
00935 - DE INSPEÇÃO

PE-2E&P- DIRETRIZES PARA O GERENCIAMENTO DA INTEGRIDADE DE DUTOS TERRESTRES NO
00953 - E&P

PP-2E&P- PROCESSO DE MANUTENÇÃO E INSPEÇÃO NO E&P
00181 -
     

N-2726 Terminologia de dutos

N-2298 Proteção catódica de dutos terrestres

N-2098 Inspeção de dutos terrestres em operação

N-2785 Monitoração interpretação e controle da corrosão interna em dutos

ABNT NBR 16381 Dutos terrestres e submarinos – Câmara de pig

7. ANEXOS

Anexo A - Verificação ondas guiadas.docAnexo B - Execução ondas guiadas.doc

Anexo C - Mapeamento ultrassom.docAnexo D - Intervalo de inspeção.xlsm

***ÚLTIMA FOLHA DO PADRÃO***

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