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REVISÃO VESTIBULAR FAG

INFORMAÇÕES DO EDITAL/FAG

A prova apresentará três sugestões de produção textual. Caberá ao vestibulando, após analisar todos os
aspectos solicitados, definir uma proposta e desenvolver um tema, mobilizando todos os recursos linguísticos
que lhe permitam evidenciar sua competência comunicativa. Espera-se que o candidato demonstre
capacidade para utilizar os diferentes recursos gramaticais no texto (morfológicos, sintáticos, semânticos e
textual/discursivo).

CRITÉRIOS DE CORREÇÃO DA REDAÇÃO

A redação é corrigida por dois professores. Cada um atribui uma nota de 0 a 10, fazendo-se a média aritmética
para determinar a nota final. Caso a diferença entre as notas dos dois primeiros corretores seja maior que 5
pontos, é realizada uma terceira correção, atribuindo-se uma nova nota que será somada às notas anteriores
e realizada uma nova média aritmética. As correções seguem os seguintes critérios:
I - Estrutura / Estilo: Título; Letra legível; Coerência, coesão e clareza.
II – Tema e Desenvolvimento: Fidelidade ao tema; Dissertação (introdução – desenvolvimento – conclusão).
III Correção Gramatical: Ortografia; Acentuação; Pontuação; Concordância verbal e nominal/Vocabulário
elaborado.

PONTOS: 10

O candidato terá nota zero na redação e será desclassificado caso:


- fugir do tema;
- redigir menos de 20 linhas;
- redigir mais que 30 linhas;
- escrever ou assinar seu nome na redação.

DISSERTAÇÃO
- Título – conforme edital;
- Introdução (contexto/tema/tese);
- Desenvolvimento (vários argumentos);
- Usar sempre os conectivos;
- Conclusão (retomar tema/tese e apresentar breve proposta de intervenção).

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TEMAS PARA O VESTIBULAR DA FAG

1. Intolerância e discurso de ódio contra as minorias


2. “PL do Veneno”: ampliação do uso de agrotóxicos
3. Vazamento de imagens
4. Estigma relacionado ao HIV
5. Tragédias climáticas
6. Voto consciente
7. O uso do pronome neutro na língua portuguesa
8. Luta das pessoas com deficiência
9. O contexto dos jogos eletrônicos
10. Influencers mirins
11. Maternidade compulsória
12. Flexibilização das medidas protetivas contra a Covid
13. Violência contra os indígenas e às florestas
14. A supervalorização dos animais de estimação
15. Ansiedade coletiva: epidemia da mente
16. A problemática da falta de saneamento básico em algumas regiões
17. Indústria dos cosméticos e o meio ambiente
18. Aumento de casos de dengue
19. Falsificação de medicamentos
20. Consumo sustentável na contemporaneidade
21. O papel da mídia na formação da opinião pública
22. Preconceito linguístico: reflexos da xenofobia
23. A importância da leitura: por que o brasileiro lê pouco?
24. Fome e insegurança alimentar: reflexos da desigualdade social
25. Violência infantil: persistência e impunidade
26. A presença das mulheres no esporte: o futebol feminino no Brasil
27. Não foi acidente: violência no trânsito
28. Os reflexos do racismo estrutural
29. A importância da valorização da arte urbana
30. A valorização do trabalho voluntário
31. Novo Ensino Médio
32. A acessibilidade e o direito à cidade

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33. Benefícios e riscos da educação domiciliar


34. Incentivo à cultura – a importância da música
35. Abandono de incapaz: um crime contra a dignidade humana
36. Nomofobia: uso da internet e redes sociais
37. Violência contra os idosos
38. A importância da solidariedade em tempos de crise
39. Violência obstétrica: a escolha pelo parto humanizado
40. O alto índice de consumo de bebida alcoólica pelos jovens
41. Em defesa da educação: a saúde mental dos professores
42. Crise hídrica: gestão pública e sociedade
43. Aumento da expectativa de vida no Brasil
44. Precocidade no uso das redes sociais
45. Educação financeira como componente curricular
46. Obesidade: um desafio de saúde pública
47. Combate ao abuso sexual contra crianças e adolescentes no Brasil
48. O papel da ciência no mundo contemporâneo
49. Mobilidade urbana no século XXI
50. O perigo da permanência do desmatamento no Brasil
51. Comportamento de manada e manipulação da opinião pública
52. A importância da medicina humanizada para a saúde dos brasileiros
53. Produção e consumo de arte no contexto pós-pandemia
54. Isolamento social na era da comunicação virtual
55. Caminhos para combater o sedentarismo no Brasil
56. As implicações do descarte irregular de lixo eletrônico
57. O trabalho análogo à escravidão
58. As duas faces da indústria farmacêutica: necessidades e lucros
59. O contexto da inclusão de imigrantes na sociedade brasileira
60. Alternativas para combater os maus-tratos a animais
61. A democratização do acesso à internet
62. A importância da representatividade na publicidade
63. Consequências da erotização infantil na sociedade brasileira
64. Mobilidade urbana no século XXI
65. Educação socioemocional no ambiente escolar
66. Desafios para o tratamento de dependentes químicos
67. Exclusão social e pandemia: a situação dos moradores de rua
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EXEMPLOS DE DISSERTAÇÃO

TEMA: MORADORES DE RUA

Laura Klein Paludo

Segundo uma pesquisa realizada em março de 2020, pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA), a
estimativa do total do número de indivíduos em situação de rua no Brasil é de aproximadamente 221.869 pessoas.
Nesse sentido, a pandemia do novo Coronavírus contribuiu demasiadamente para o aumento desse índice e
intensificou o processo de exclusão social decorrente do miserável cenário dessa parcela da população, que não se
enquadra no contexto econômico. Dessa forma, essa realidade é um desafio a ser enfrentado não somente pelo
Estado, mas também pela população em geral.
No contexto relativo à situação dos moradores de rua no Brasil, pode-se mencionar o poema “O Bicho”, escrito
por Manuel Bandeira no final da década de 40. O poeta pernambucano registra a miséria humana nos grandes
centros urbanos – movida pelo sistema capitalista e pelo abuso de poder da classe dominante – e denuncia o abismo
presente na sociedade brasileira. Atualmente, é possível traçar um paralelo a essa realidade, visto que a insuficiência
de vagas em abrigos e a falta de alimento e de higiene estão entre as principais causas da permanência das pessoas
nas ruas.
Ademais, é válido ressaltar que está previsto na Constituição Federal de 1988 o direito à moradia, sendo esse um
dos requisitos básicos à sobrevivência humana. Entretanto, a perda do emprego, a queda de renda e a consequente
perda da moradia durante a pandemia corroboraram para o aumento do número de pessoas sem teto no Brasil.
Posto isso, a exclusão social das pessoas em situação de rua é um sério problema a ser enfrentado, tendo em vista
a ausência de políticas públicas efetivas que garantam o previsto na Constituição.
Portanto, no que tange à situação das pessoas que estão nas ruas, cabe ao Governo Federal ampliar os serviços de
abrigamento, de alimentação e de higiene à população por meio da instalação de novos centros de serviços, com a
finalidade de aumentar a assistência à população de rua. Além disso, é de suma importância que ocorra uma
mudança cultural por parte da sociedade em relação às pessoas em situação de rua, mediante o amparo de
Organizações Não Governamentais e de Instituições Religiosas, com a finalidade de promover uma sociedade mais
igualitária e digna para todos os habitantes.

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APROPRIAÇÃO CULTURAL: IMPLICAÇÕES SOB DIFERENTES ÂNGULOS


Letícia Massarotto
O patrimônio cultural imaterial é caracterizado como o conjunto de costumes, práticas e saberes que formam a
identidade cultural de um grupo. Considerando-se a vasta diversidade cultural do Brasil, o Instituto do Patrimônio
Histórico e Artístico Nacional – IPHAN tem como uma de suas atribuições fundamentais a proteção desse patrimônio.
Nesse contexto, dada a importância da preservação das diferentes culturais, surgem, nas mídias sociais, fortes críticas à
apropriação cultural, definida como o ato de incorporar elementos de culturas diferentes, como música, arte e religião,
deixando, muitas vezes, de dar o devido valor a essas referências. Todavia, como caráter conceitual negativo, apropriar-
se de uma cultura pode ser interpretado como algo de valor genuíno quando praticado com respeito. Assim, cabe à
sociedade se manter informada sobre os elementos de diferentes culturas a fim de agir com tal zelo.
Primeiramente, as críticas dirigidas à apropriação cultural têm por base o descontentamento que a cultura dominante
experimenta ao ser a identidade de seu povo desfigurada. Exemplo é a indústria cultural, que copia e massifica a produção
artística, necessárias, muitas vezes, para a sobrevivência da comunidade. Ademais, costumes religiosos sagrados para os
povos de origem são plagiados em centros fundados por pessoas de fora, que realizam eventos pagos para a disseminação
desses costumes, atribuindo um significado diverso e destoante ao originalmente praticado.
Por outro lado, o contexto da apropriação cultural pode assumir interpretação diversa se as circunstâncias da adoção
dos elementos das diferentes culturas forem respeitosas e desprovidas de interesse financeiro. Dessa forma, pode-se
conceituar esse cenário como um intercâmbio cultural, capaz de difundir os elementos de uma cultura de modo a
fortalecer sua história, perpetuar seus ensinamentos e angariar adeptos que contribuem para a manutenção da cultura
dominante. Pode-se citar o caso do chá de Santo Daime – originalmente utilizado em rituais em tribos amazônicas – e
que após ser difundido em outras culturas, passou a ser estudado cientificamente pela Universidade Federal do Rio
Grande do Norte como medicamento psiquiátrico, e hoje é utilizado com eficiência na reabilitação de presidiários e em
tratamentos para a depressão, segundo dados do site de notícias G1.
Por fim, é necessário conhecer a história dos elementos da cultura dos povos, para que sua identidade seja
tratada com o valor merecido. Para isso, é fundamental que as escolas e universidades promovam, utilizando recursos
destinados pelo Ministério da Educação, conferências e palestras cujos palestrantes sejam representantes legítimos de
diferentes culturas, apresentando seus elementos característicos e a trajetória histórica de seus hábitos, a fim de garantir
à comunidade uma visão verdadeira desses costumes, e não deturpada pela indústria cultural. Também é mister que a
mídia – televisão, cinema e teatro – dê espaço para a apresentação de diferentes povos, permitindo assim que a
apreensão de hábitos diversos pela população seja feita a partir dos ensinamentos de quem tem propriedade para
ensinar, desse modo as populações originais sentem-se reconhecidas e valorizadas. Assim, com essas medidas concretas
de educação da população, a difusão da miscigenação cultural do Brasil pode agregar benefícios à coletividade ao mesmo
tempo que engrandece as pessoas de origem.

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TEMA: INSEGURANÇA ALIMENTAR

Luíza Muller Mizzuta

A letra da música “Pobreza por Pobreza”, do cantor e compositor Luiz Gonzaga, retrata a fome e a pobreza no
sertão brasileiro. Fora das canções, a insegurança alimentar afeta mais da metade da população brasileira, ou seja,
aproximadamente 116 milhões de indivíduos sofrem diariamente com a problemática. Certamente, mesmo com a criação
de programas sociais, o problema da fome não é solucionado e faz-se presente independente da região ou Estado,
afetando milhões de famílias pela incerteza de uma alimentação digna e de boa qualidade.
De fato, a insegurança alimentar é um problema de saúde pública, de tal forma que a má alimentação aumenta
o risco de desenvolvimento de doenças crônicas e mentais, o que sobrecarrega o Sistema Único de Saúde (SUS), que já
possui alta ocupação. E ainda, as crianças são a faixa etária mais atingida pela epidemia da fome, tendo seu
desenvolvimento físico comprometido pela escassez de alimentos. Além do mais, segundo o artigo 6º da Constituição
Federal de 1988, todo cidadão tem direito à alimentação, elemento básico e essencial para a sobrevivência humana.
Logo, é inaceitável que vários indivíduos adoeçam ou, até mesmo, cheguem a óbito pela desnutrição.
Desse modo, pode-se culpar a desigualdade social e a alta inflação como principais fatores para o agravamento
da insegurança alimentar. É evidente que o Brasil apresente alto potencial agrícola, entretanto, existe uma alta
concentração fundiária e de renda, ou seja, grande parte do dinheiro do país está nas mãos de apenas 10% da população.
Como também, o território brasileiro possui quinze milhões de desempregados, e esses, muitas vezes, não usufruem de
capital para a compra de alimentos, o que afeta diretamente o quadro de fome e de pobreza nacional.
Logo, a solução da questão parece distante, e envolve uma série de fatores estruturais que estão impregnados
na sociedade brasileira, fornecer cestas básicas não resolve o problema, apenas o adia, é preciso oferecer condições para
que o cidadão tenha possibilidade de se autossustentar por meio de um trabalho e remuneração digna. Do mesmo modo
que, o Governo Federal deve criar políticas públicas específicas no meio social e melhorar a qualidade da educação
brasileira, com objetivo de proporcionar uma boa qualificação profissional o que, reduz a má distribuição de renda e a
insegurança alimentar. Somente com essas mudanças, a fome não será um problema social, o qual Luiz Gonzaga relata
na música “Pobreza por Pobreza”.

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TEMA: CONSCIENTIZAÇÃO DOS MOTORISTAS PARA A SEGURANÇA NO TRÂNSITO

Laura Machado

Em “Campo Geral“, Guimarães Rosa narra a história do amadurecimento de Mignilim, um menino que teve uma
infância difícil no sertão mineiro. Ao fim da história, o personagem coloca os óculos pela primeira vez e descobre que
diversas dificuldades da sua vida foram causadas pela sua miopia e pela falta de “visão própria“ sobre o mundo. Assim,
traça-se um paralelo com os motoristas brasileiros, que muitas vezes só adquirem consciência sobre o trânsito após
causarem ou sofrerem algum acidente. Dessa forma, a consciência no trânsito, tanto em um âmbito individual como
coletivo, é a solução para a maioria dos problemas que nele acontece.
De acordo com Kant, o homem somente se torna emancipado quando tem condições de pensar e entender por si
mesmo. Ademais, os motoristas emancipados teriam conhecimento sobre os acidentes de trânsito cotidianos do Brasil,
isso somente não bastaria, a emancipação precisa aliar-se com uma preocupação genuína com as outras pessoas no
trânsito, que podem sofrer as consequências de seus “descuidos”. Afinal, de acordo com o filósofo Roman Krznaric, “a
empatia é o antídoto“, e se fosse posta em prática por um público suficientemente grande, certamente causaria
mudanças importantes.
Sobre outro prisma, o homem prático e emancipado teria de se atentar também ao fato de o Brasil ser um país
rodoviarista, e perceberia que parte dos acidentes no trânsito acontecem também por trabalhadores caminhoneiros
exauridos, que trabalham uma quantidade imensa de horas em condições extremamente desfavoráveis à saúde e ao bom
desempenho do seu trabalho. Nesse ínterim, o descontentamento dessa classe foi expresso em uma grande greve em
2018, que teve notável repercussão - o bastante para concretizar alguns de seus pleitos. Logo, se uma parcela maior da
sociedade tomasse consciência desses problemas, uma solução estaria no horizonte.
À luz do exposto, a insegurança no trânsito é um problema por si só. Entretanto, em um país que usa o meio
rodoviário como seu principal modo de transporte, a inversão desta é urgente. Portanto, as autoridades rodoviárias,
aliadas às autoescolas, deve utilizar meios como imagens chocantes e multas para criar uma consciência maior no
trânsito, para que, assim, as estradas se tornem mais seguras e o motorista coloque os seus “óculos” antes dos desafios
e tragédias.

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TEMA: DESAFIOS PARA TRATAMENTO DE DEPENDENTES QUÍMICOS

Gabriella Daghetti

No século XVIII, durante a Revolução Francesa, o mundo teve conhecimento dos ideais de liberdade, igualdade e
fraternidade. No entanto, no que diz respeito aos desafios enfrentados pelos dependentes químicos, esses princípios
perpetuam- se nos livros e não desejavelmente na prática. Isso se evidencia pela negligência do poder público perante o
dilema, sendo necessárias medidas eficazes para combater os entraves do tratamento de dependentes químicos no
Brasil.
A princípio, convém ressaltar que o uso de drogas teve um crescimento exponencial, assim como, o número de
dependentes químicos no país. Nesse sentido, a cantora norte-americana Amy Winehouse, em sua canção "Rehab"
exprime seu desinteresse em se reabilitar de seu vício em drogas, que a levou à morte meses depois. Sob essa lógica, é
evidente que grande parcela dos viciados não aceita buscar ajuda de tratamentos, resistindo à dependência química.
Nesse contexto, segundo a alegoria da Caverna de Platão, indivíduos que não possuem esclarecimento crítico perante
alguma adversidade encontram-se presos, em que apenas sombras da realidade são visíveis. Ademais, outro problema
ao tratamento de viciados químicos é a facilidade com que esses conseguem as substâncias, como é o caso da
dependência alcoólica, que basta o dependente comprar em lojas e mercados comuns. Essa facilidade também abrange
as drogas ilícitas, pelo fato das punições serem ineficientes no caso do forte poder do tráfico de drogas, dificultando a
possibilidade de um tratamento eficaz, devido à lotação das poucas unidades existentes de centros de reabilitação.
Em consequência disso, é evidente a negligência estatal com o tratamento desses cidadãos brasileiros. De tal maneira,
é imprescindível pontuar que o governo federal disponibilizou cerca de R$90 milhões de reais em 2018 para o tratamento
de cerca de 20 mil dependentes químicos. Contudo, tendo-se em vista um país com aproximadamente 1,2 milhão de
jovens e adultos viciados apenas em cocaína, tal montante torna-se irrisório. Sob esse viés, é notório o sucateamento do
Sistema Único de Saúde (SUS), já que esse oferece apenas 0,34% dos leitos que seriam necessários para o tratamento de
dependentes químicos. Além disso, é importante destacar que, no país, o tratamento do dependente químico é centrado
apenas na desintoxicação, não enfatizando a necessidade de reintegrá-lo à sociedade civil. Outro obstáculo para o
tratamento de dependentes químicos é a alta quantidade de dinheiro necessária para executar o procedimento, que
mesmo não tendo um valor fixo, varia de R$600 à R$12.000, de acordo com as características do tratamento, como,
tempo de internação, tipo e duração.
À luz do exposto, como afirma Célio Luis Barbosa: "Tratar a dependência química não é apenas curar os efeitos que as
drogas causam no indivíduo, é reorganizar o indivíduo por completo". Portanto, faz-se necessário que o Poder Legislativo
- Câmara dos Deputados e Senado Federal - proponha e aprove leis federais, por meio de votações, que garantam
punições mais severas ao tráfico de drogas. Além disso, é imprescindível que o Ministério da Saúde envie verbas para a
construção de clínicas humanizadas para os indivíduos viciados voltadas à desintoxicação e à promoção da saúde,
mediante a contratação de profissionais especializados nesse público. Associados a isso, nessas clínicas poderão ser
ofertados cursos profissionalizantes para a reintegração social e econômica desses indivíduos na sociedade. Sendo assim,
atenuar-se-ão os desafios do tratamento de dependentes químicos da sociedade brasileira.

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TEMA: OS RISCOS DO TRABALHO NOTURNO PARA A SAÚDE DO TRABALHADOR

Mariana Luiza Matumoto

A partir do século XVIII, com a Revolução Industrial, a produção em carga escala, a maior demanda e as mais
diversas características do trabalho atual obrigaram o trabalhador a aumentar sua carga-horária de labor e
encaixar-se nos novos padrões. Assim, as indústrias e os serviços passaram a funcionar 24 horas por dia, sem parar,
a fim de conseguir maximizar a eficiência, mesmo que isso coloque em risco a saúde dos funcionários. Nesse
contexto, é inegável que o grupo social que trabalha à noite pode ser prejudicado mental e fisicamente por essa
modalidade laboral.
Conforme o ilustre filósofo Arthur Schopenhauer, “O maior erro que um homem pode cometer é sacrificar a
sua saúde a qualquer outra vantagem“. No entanto, a realidade dos mais de 14 milhões de brasileiros
desempregados não permite que a situação seja praticada, forçando-os a aceitar tarefas — como o trabalho
noturno — que poderão prejudicá-los, para conseguir sustentar as suas famílias. Dessa forma, trocando o dia pela
noite, a desregulação do sono resulta no aumento do cansaço e da indisposição do funcionário, dando abertura a
possíveis problemas psicológicos, inclusive, a depressão. Não somente, o desencontro entre as rotinas dos
familiares, os quais, geralmente, possuem a vida diurna ativa, contribui com a sensação de solidão do sujeito, que
passa o dia descansando e a noite trabalhando.
Sob outra perspectiva, a saúde física do trabalhador noturno também é colocada em risco, interno ou
externamente ao serviço. Associando-se diretamente ao trabalho, o silêncio nas ruas, a falta de movimentação e o
cansaço contribuem com o aumento de acidentes leves ou graves — a depender da tarefa executada —, mas que
podem até mesmo causar a morte. Ademais, o perigo nas cidades durante a noite é maior, devido à ausência de
pessoas nas ruas, agravando a possibilidade de crimes e assaltos contra esses trabalhadores, inocente seres
humanos que necessitam desses empregos para sobreviverem. Com isso, o desespero por um lugar no mercado de
trabalho se sobrepõe à saúde e à vida desses indivíduos.
Diante do exposto, ações devem ser tomadas para que, no trabalho noturno, haja a diminuição dos riscos à
saúde. Portanto, cabe ao Ministério do Trabalho assegurar uma assistência especializada para esses indivíduos, por
meio da criação de planos de saúde direcionados aos principais problemas — físicos e mentais — enfrentados por
eles. Com isso, eventuais transtornos decorrentes do serviço no período da noite poderão ser rapidamente
diagnosticados e tratados. Paralelamente, as empresas devem garantir a segurança dos trabalhadores mediante a
contratação de equipes de vigilância e a instalação de câmeras, de forma que o operário possa executar suas tarefas
sem temer pela sua vida, e o pensamento de Schopenhauer possa se concretizar.

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TEMA: DESTRUIÇÃO DE MONUMENTO COMO FORMA DE PROTESTO

Rafaela Sedrez Rover

No contexto da Revolução Industrial, na Inglaterra, a estátua de Edward Colton - traficante de escravos -, foi
derrubada, ação impulsionada pelo movimento Black Lives Matter. Nesse sentido, o questionamento das pessoas
perante a destruição do monumento como forma de protesto se intensificou, dado que figuras que cometeram
atrocidades e os antiéticos são vistos como heróis. Logo, medidas urgentes para retirada dessas estátuas de locais
públicos, assim como seu não enaltecimento, devem ser colocados em prática, criando uma reparação histórica.
Convém ressaltar, a princípio, que os movimentos iconoclastas têm como principal motivador a correção
histórica, uma vez que a homenagem a monumentos que ferem os direitos humanos e a igualdade de gênero e de
cor contribui para a desvalorização da luta de movimentos sociais. Considerando-se o contexto, em São Paulo, a
estátua do Bandeirante escravista Borba Gato foi destruída como forma de protesto — tornando evidente, então,
que os ícones que contrariam a ética devem ser retirados do espaço público, visto que não são algo de que os
indivíduos deveriam se orgulhar.
Ainda sob essa ótica, a alocação desses monumentos em museus, somada às explicações do que ocorreu de
fato nos acontecimentos marcantes da história é imprescindível, pois, de acordo com o filósofo George Santana,
“aqueles que não podem lembrar o passado estão condenados a repeti-lo“. Ademais, os campos de concentração
de Alemanha, que estão abertos para visitação, retratam que não há necessidade de cultuar líderes genocidas ou
autoritários para se conhecer a história.
À luz do exposto, providências devem ser tomadas com o fito de assegurar uma reparação histórica. Portanto,
cabe ao governo realocar monumentos, por via da colocação desses em museus — com placas de identificação que
expliquem o seu contexto, expondo outras visões da história —, para que eles não incentivem a repetição de
comportamentos imorais. Igualmente, é papel da escola — instituição social de Durkhein —, por meio da disciplina
de humanas, formar cidadãos que têm um conhecimento acerca da existência de figuras que fizeram parte da
história, porém, repudiando as atitudes que se opuseram aos preceitos éticos, para que, assim, seja possível
garantir o bem-estar de todos os indivíduos — conforme previsto no art. terceiro da Constituição Federal de 1988.

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TEMA: MOBILIDADE URBANA DO BRASIL

João Pedro Sambatti

Um negócio que apenas produz dinheiro é um negócio pobre, disse Henry Ford, um dos grandes
difusores do automóvel, e mais do que isso, da cultura do carro, que transformou veículo individual em
uma “necessidade“ em vez de uma comodidade. Porém, esse individualismo gera uma enorme
ineficiência no transporte urbano, colocando o ir e vir em cheque.
Primeiramente, é preciso apresentar as causas de tamanha ineficiência, sendo a mais proeminente
delas o enorme aumento na quantidade de veículos automotores — cerca de 77% nos últimos 10 anos —
o que gera grande pressão no sistema rodoviário. Além disso, existem graves problemas com o sistema
público de transporte, originados principalmente por falta de verba, materializando-se como frotas
insuficientes, altos preços e qualidade duvidosa. Vale ressaltar, também, que ações do sistema também
geram um estigma contra ele, caracterizando o transporte público como “coisas de pobre“.
Consequentemente, esse aumento da quantidade de carros e os problemas da mobilidade coletiva
geram contexto preocupante ao fluxo urbano. Um exemplo gritante é a cidade de São Paulo, onde se
gasta, em média, 77 horas em trânsito por ano, sendo a sexta cidade mais congestionada do mundo.
Adicionalmente, os problemas de mobilidade como engarrafamentos também acarretam males
ambientais, como a poluição do ar, sonora e visual.
Conclusivamente, devido à enorme quantidade de carros e de um sistema público atrasado, a
mobilidade urbana se apresenta com grave ineficiência. A fim de remediar esses fatores, primeiro é
necessária uma mudança cultural em relação ao transporte, com o intuito de encorajar o uso de meios
alternativos — desde a bicicleta até o patinete elétrico — que ocupam menos espaço e geram menos
problemas. Também é preciso o investimento no sistema público, das frotas de veículos e na
infraestrutura, para enfatizar e desistigmatizar o transporte coletivo. Assim, será possível melhorar o fluxo
urbano e assegurar o direito de ir e vir.

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TEMA: OS RISCOS DO POSITIVISMO TÓXICO


Débora Rubinato Rosolém
O célebre livro “Olhai os lírios do campo“, do escritor brasileiro Érico Veríssimo, narra a história do protagonista
Eugênio, pessoa de raízes humildes, que busca, incansavelmente, sucesso em sua carreira como médico. Também,
o protagonista é avesso à tristeza e a evita, de todo modo, situação essa que muda com o decorrer do livro, pois o
personagem reconhece suas angústias e, com isso, aprende a viver pacificamente com elas. Fora do universo
ficcional, nota-se, na sociedade contemporânea, reflexos de um positivismo tóxico, responsável por trazer
inúmeros riscos àqueles que o praticam e, também, ao corpo social como um todo.
Em um primeiro plano, é imperioso destacar que o positivismo exacerbado gera, nos indivíduos, uma crescente
dependência emocional de felicidade — cenário muito criticado pelo filósofo alemão Friedrich Nietzsche em sua
definição do conceito de “moral de rebanho”. É preciso lembrar, nesse sentido, que é irracional esperar ser feliz o
tempo todo e que a tristeza, em curta medida, é um sentimento normal esperado perante a própria natureza
humana, assim como disse a protagonista da série canadense “Anne with E“. Somando a isso, tem-se que o
positivismo segue o seu praticante — assim como aconteceu com os personagens em “Ensaio sobre a cegueira“, de
José Saramago — ele possibilita a percepção dos fenômenos sociais como verdadeiramente são, barrando uma
evolução social.
Destarte, percebe-se que o excesso de alegria e a negação da verdade escancaram uma tendência
comportamental humana de escrita há mais de 2000 anos, na sociedade egípcia: o individualismo. A preocupação
e o zelo dessas medidas que alguém possa ter com si mesmo já foram estudadas pelo sociólogo polonês Zigmunt
Bauman e, nesse sentido, a ideia de positivismo incessante, muitas vezes, é usada como meio para alcançar a
superioridade emocional de um perante os demais, sinônimo absolutamente proscrito para o ideal da revolução
francesa — liberdade, igualdade e fraternidade. Assim, depreende-se que os sentimentos integralmente alegres,
muito vistos em perfis no Instagram, contribuem para comparação nas relações humanas e devem, por isso, ser
combatidos.
Portanto, conclui-se que o positivismo tóxico reverbera problemáticas sociais e, desse modo, deve ser alvo de
investidas populacionais e governamentais. Para isso, os influenciadores digitais, em parceria com psicólogos,
devem promover, ambientes virtuais, diálogos abertos acerca da necessidade de aceitação dos sentimentos
negativos, trazendo à tona questões relativas ao autocuidado emocional e à solidariedade coletiva, a exemplo de
hashtags como #TudoBemNãoEstarBem, a fim de pacificar os conflitos sociais e normalizar uma rotina imperfeita.
Somando a isso, o Ministério da Cidadania deve realizar, em praças públicas ou centros de apoio à comunidade,
encontros e feiras que levam a toda a população os conhecimentos sobre aceitação, sentir sentimento,
promovendo palestras com profissionais da saúde e, se necessário, atendimentos individuais, para que os saberes
acerca dos riscos do positivismo tóxico popularizem-se e tais práticas sejam erradicadas, assim como fez o
protagonista Eugênio.

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REVISÃO VESTIBULAR FAG

TEMA: MOBILIDADE URBANA

Isadora Sofia Klaime Risso


A partir das primeiras obras de expansão rodoviária realizadas no Brasil, como as de Washington Luís e
Juscelino Kubitschek, na época em que eram presidentes, a população passou a valorizar, cada vez mais, veículos
particulares, causando, assim, uma lotação das ruas. Dessa maneira, percebe-se que tal crescimento pode acarretar
uma desorganização no ir e vir dos brasileiros e, logo, uma maior chance de acidentes. Por tal razão, é fundamental
que haja a devida conscientização dos motoristas para a segurança no trânsito, mas que infelizmente nem sempre
acontece por conta da falta de preocupação e a priorização de outras atividades, aumentando os perigos.
Sob esse viés, é preciso entender a necessidade da boa politização durante a locomoção dos automóveis.
Segundo a cientista Mary Curie, "cada pessoa deve trabalhar para seu aperfeiçoamento e participar de
responsabilidade coletiva por toda humanidade". Nesse sentido, nota-se que a proteção das ruas não é apenas uma
precaução pessoal, mas também de conjunto, uma vez que os descuidos podem colocar vidas alheias em risco e
causar, em casos mais graves, a morte, por isso, deve existir uma maior empatia perante o outro. Ademais, de
acordo com o site Portal do Trânsito, o número de mortes registradas no ano de 2020 foi de 80 por dia, contexto
preocupante. Diante disso, enfatiza-se a verdadeira gravidade das distrações no volante e a necessidade de haver
uma preocupação referente ao assunto.
Contudo, tais medidas nem sempre são cumpridas, visto que cidadãos não compreendem a verdadeira
seriedade das consequências. Com a chegada das tecnologias no século XX, a criação de aparelhos como celulares
e, mais tarde, a internet, uma facilidade na realização de atividades diárias foi possibilitada. No entanto, essa
revolução proporcionou, também, um grande vício por parte dos indivíduos em relação a tais dispositivos, o que é
diretamente refletido no trânsito - pessoas não conseguem ficar longe desses mecanismos digitais- , e dessa forma,
aumentam os riscos de acidentes por não estarem focados na direção veicular. Além disso, observa-se que, apesar
da existência de autoescolas, que tendem a educar sobre os comportamentos que devem ser cumpridos, esse
ensino na maioria das vezes não é devidamente eficaz, não sendo levado a sério por grande parte da população,
ocasionando, assim, uma falta de alerta gerada entre os cidadãos que contam com a sorte no dia a dia.
Torna-se evidente, portanto, que é necessário um aumento na politização atrás do volante, para que haja uma
verdadeira proteção nas rodovias. Logo, é preciso que as escolas colaborem com a educação sobre tal problemática,
por meio de programas implantados nas instituições de aprendizagem, que visem alertar sobre os perigos e sobre
a gravidade das consequências que podem ser acarretados no trânsito, incentivando ainda, desde pequenos, os
motoristas a possuírem uma maior empatia em relação ao outro e se preocuparem com esse cenário, para que
futuros indivíduos sejam formados com um real entretenimento sobre a conjuntura. Ademais, além disso, cabe à
mídia do país espalhar esse ensino para parte da população que já dirige, por meio de propagandas de compreensão
que cheguem a todos os cidadãos, passadas na TV aberta e nos telejornais, assim esses alcançam várias parcelas da
sociedade, a fim de diminuir o número de acidentes rodoviários na atualidade e alertar sobre os riscos da falta de
cuidado em relação a esse contexto. Dessa maneira, um corpo social no qual os efeitos negativos do trânsito sejam
amenizados, com sujeitos mais em práticos e sábios, existirá.

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REVISÃO VESTIBULAR FAG

TEMA: COMPORTAMENTO DE MANADA E A MANIPULAÇÃO DA OPINIÃO PÚBLICA

Eduarda Matos
De acordo com o filósofo Jean-Jacques Rousseau, "o homem nasce livre e por toda parte encontra--se
acorrentado". Nesse sentido, os indivíduos vêm sendo, de alguma maneira, acorrentados pelos múltiplos e
errôneos padrões impostos pela sociedade. Em analogia a isso, é indubitável que o comportamento de manada,
isto é, a tendência dos cidadãos de seguir um influenciador ou um grupo — sem reflexão pessoal — e a manipulação
da opinião pública são, infelizmente, recorrentes hodiernamente— conjuntura que exige esforços a fim de reverter
esse cenário e efetivar maior senso crítico, autenticidade e singularidade na comunidade brasileira.
Convém ressaltar, a princípio, que com advento da Segunda Revolução Industrial, o homem alcançou um nível
imensurável de desenvolvimento, o que possibilitou avanços em inúmeros setores — destacando-se o meio digital.
No entanto, percebe-se que apesar das vantagens desse desenvolvimento, houve a polarização máxima das mídias
sociais — Instagram, Twitter e Facebook — e, consequentemente, a efetivação de padrões de comportamento, de
beleza e de identidade. Ademais, cabe mencionar, que a manipulação da opinião pública é efetiva ao longo da
história. Um exemplo evidente disso foi a criação do Departamento de Imprensa e Propaganda (DIP), durante a Era
Vargas, que era responsável por controlar, influenciar e persuadir a população a respeito da imagem do presidente
— o que caracteriza um equívoco.
Importa salientar, ainda, a obra de José Saramago, "Ensaio sobre a cegueira", que retrata uma sociedade que,
paulatinamente, torna-se cega. Nessa perspectiva, sem dúvidas, a cegueira atual é causada pela reprodução
desmedida de estereótipos pelos cidadãos, uma vez que tendem a homogeneizar os comportamentos, os ideais e
os anseios sociais. Outrossim, vale enfatizar que essas formas de padronizar a sociedade não são responsáveis por,
muitas vezes, gerar problemas psicológicos - como ansiedade, depressão e fobias sociais — uma população
relacionada à frustração de não conseguir alcançar os moldes impostos.
À luz do exposto, são necessárias medidas eficazes no intuito de mitigar os comportamentos de manada e a
manipulação da opinião pública. Portanto, em primeiro lugar, a comunidade precisa verificar a veracidade das
informações recebidas, por meio de senso crítico, de modo a evitar a manipulação. Por último, as primeiras
instituições sociais elencadas por Durkheim — escola e família — devem incentivar as crianças a evitar o
comportamento de manada, por intermédio de autocontrole para que elas sejam autênticas, únicas e originais, ao
invés de padronizadas e facilmente controladas. Somente assim, será possível soltar as correntes propostas pelo
filósofo e vislumbrar a atenuação das condutas de manada e da manipulação da opinião pública no Brasil.

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TEMA: CONSUMO E PRODUÇÃO DE ARTE NO CONTEXTO DE PÓS-PANDEMIA

César Augusto Takahashi Diniz


A arte é uma essência de qualquer indivíduo. Aristóteles já ensinava que devido ao seu poder catártico, essas
expressões humanas seriam para expressar sentimentos e compreender a realidade. Na contemporaneidade, a
pandemia relativa ao coronavírus provou alterações tanto na produção quanto no consumo dessa arte, que,
paradoxalmente, assegura maior acessibilidade — com a virtualização dos recursos — e maior disparidade nas
oportunidades dentro da indústria artística — a crise econômica e social não colabora para garantir a equidade.
Dessa forma, fica claro que a arte, em um contexto pós-pandemia, será remanejada e diferenciada, podendo, caso
a negligência estatal e social perdure, estar fadada ao futuro fracasso.
Primeiramente, compreende-se que a arte, na pandemia, foi — e ainda é — imprescindível para a manutenção
da saúde mental dos cidadãos. No século XVIII, o movimento árcade encarava funcionalidade do caos urbano —
“fugere urbem “ — como um lema para criação literária. Nas produções artísticas atuais, essa capacidade de se
transpor para fora do cenário caótico relativo à crise sanitária foi muito importante para aliviar a pressão e a
coisificação social exacerbada. Ademais, outra função da arte é de compreender e de criticar a situação social vivida,
por meio de poemas, de músicas, de vídeos e de pinturas, por exemplo, evidenciando as incoerências sociais —
romper com o isolamento social ou regrar a ciência — e a abstenção do governo diante das necessidades de
incentivar a cultura.
Em segundo lugar, percebe-se que a produção e o consumo de arte sofreram modificações durante a pandemia,
diante da necessidade de evitar aglomerações para combater a disseminação do vírus, a arte se reinventou. A
principal solução para esse empecilho foi o uso da internet para divulgação dos trabalhos, como apresentações
transmitidas ao vivo pelas redes sociais, pinturas vendidas por sites e visitas virtuais a museus. Isso evidencia que
essa multi-habilidade artística democratizou o acesso à cultura em muitos aspectos. Contudo, observa-se que a
indústria cultural hodierna, por exemplo, valoriza de forma exacerbada os grandes artistas, marginalizando os
pequenos produtores, o que promove uma monopolização do mercado sob o controle de imagens sociais já
consolidadas.
Fica claro, portanto, que a arte, no contexto pós-pandemia, será influenciada pelos prós e pelos contras
estabelecidos durante a crise sanitária. Nesse sentido, é papel do estado criar políticas de incentivo à produção
artística e ao movimento cultural, alavancando, por meio da disponibilização de financiamentos monetários
periódicos — para aquisição de equipamentos, funcionários e de marketing, por exemplo — a produção cultural.
Além disso, é imprescindível que os veículos de comunicação — principalmente os de cada município — divulguem
o trabalho e apoiem os artistas locais, utilizando as redes sociais para estender o alcance de produtores iniciantes
a outros, de filmes e de músicas, a fim de garantir maior equidade nas condições de um período social instável
como o atual. Sendo assim, será possível assegurar o maior consumo de arte tanto durante a pandemia quanto
após essa crise social.

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