Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
1
Professor Assistente do Departamento de Contabilidade da Universidade Estadual de Maringá-UEM / Mestre em Contabilidade pela FGV / E-mail: ammoribe@uem.br
2
Professor Auxiliar do Departamento de Contabilidade da Universidade Estadual de Maringá-UEM / Mestre em Engenharia de Produção pela UFSC / E-mail:
apanosso@uem.br
3
Professor Assistente do Departamento de Contabilidade da Universidade Estadual de Maringá-UEM / Especialista pela UEM / E-mail: chmarroni@wnet.com.br
capital integralizado pelos acionistas, moeda constante para fins gerenciais, já que para
podem estar representados por valores fins societários não há previsão de que possa ocorrer
formados em diversos exercícios por alteração na legislação, tornando a correção
moedas com vários níveis de poder monetária novamente obrigatória. Sendo assim, o
aquisitivo.
quadro 2 evidencia a evolução da inflação de 1995
a 2006, bem como a taxa de juros praticada e a taxa
Para gerenciar os itens monetários em cambial corroborando a necessidade da prática da
termos de manutenção do poder de compra, basta técnica de conversão das demonstrações contábeis
que a empresa tenha uma diretriz de em moedas mais estáveis, ou seja, a substituição
acompanhamento da projeção da inflação para que da moeda funcional.
seus contratos sejam formalizados dentro dessa
perspectiva. Assim, quando a empresa efetuar
vendas a prazo, contratar compras a prazo e obtiver Quadro 2 – Evolução da Inflação Pós Plano
empréstimos ou financiamentos, deverá seguir uma Real - 1995
Ano IGPm IPC Taxa de Juros Dólar Comercial
política de juros de acordo com o nível de inflação (FGV) (FIPE) ANBID (PTAX) R$/US$
esperado. Sendo assim, não é recomendável possuir 1995 15,24 23,17 34,54 0,638
montantes elevados em caixa e em conta corrente 1996 9,20 10,03 22,73 0,917
bancária, mas buscar sempre mecanismos de 1997 7,74 4,82 37,19 1,005
proteção para que não sejam corroídos pela inflação. 1998 1,78 -1,79 27,72 1,078
Para acompanhamento das perdas e ganhos com a 1999 20,10 8,64 18,93 1,161
inflação, a técnica mais indicada é a correção 2000 9,95 4,38 16,51 1,815
monetária integral.
2001 10,38 7,13 19,07 1,830
Mesmo com a extinção da correção
2002 25,31 9,92 24,09 2,350
monetária, excelentes legados ficaram como
2003 8,71 8,17 16,34 2,921
referências, especialmente as normas estabelecidas
2004 12,41 6,57 16,76 3,078
à época pela Comissão de Valores Mobiliários
(CVM), como a Instrução CVM – 64 de 1987, 138 2005 1,22 4,53 18,39 3,075
de 1991, 146 de 1991, 191 de 1992 e 248 de 1996. 2006 3,83 2,55 13,08 2,285
Através do quadro 1, elaborado com dados Acumulado 223,70 130,21
extraídos do site do FMI-Fundo Monetário
Internacional, pode-se perceber a disparidade
inflacionária que ainda depara-se ao fazer a A perda do poder aquisitivo da moeda
comparação entre o Brasil e outros países tais como: nacional afeta diretamente a contabilidade, face aos
Estados Unidos, Japão e Alemanha. reflexos nos valores das contas e no lucro (ou
prejuízo). As demonstrações elaboradas a valores
Quadro 1 - Inflação IPC históricos (sem nenhum ajuste) apresentam um
Ano EUA Japão Alemanha Brasil somatório de valores em real (R$) de diferentes
1996 3.3 0.1 1.2 9.2 poderes aquisitivos com pouca representatividade
1997 1.7 1.8 1.1 5.1 informacional para tomada de decisão. Por ocasião
das (des)valorizações do real frente ao dólar,
1998 1.6 0.6 0.5 1.7
salientando o fato de que entre 1995 a 1997 a
1999 2.7 - 0.3 0.1 8.6
desvalorização foi de, aproximadamente, 40% e, de
2000 3.4 - 0.7 0.9 5.8 1997 a 2005, de 205%, foram grandes as perdas
2001 1.6 - 0.7 1.9 7.4 financeiras nas empresas, sem que o governo se
2002 2.4 - 0.9 1.8 11.9 preocupasse em atenuar os prejuízos, tendo em vista
2003 1.9 - 0.2 1.6 9.0
a intensa necessidade de arrecadação tributária.
Sendo assim, pode-se perceber que a variação do
Soma 18.6 - 0.3 9.1 58.6
IGPM(FGV) acompanha a variação cambial frente
Acumulado 20.2 - 0.3 9.5 75.5 ao dólar. No entanto, o IPC (FIPE) não reflete essa
variação.
Considerando que o Brasil ainda possui Tomando-se por base a necessidade de
desajustes econômicos capazes de interferir na apresentar ao usuário da informação contábil um
inflação, fica evidente a necessidade de patrimônio próximo da realidade, faz-se necessário
apresentação das demonstrações contábeis em observar alguns aspectos que são fundamentais na
Recebimento R$ UMC
Clientes R$ UMC
Duplicatas a Receber 9.180,00 90,00 Saldo Inicial 2.000,00 20,00
Vendas em janeiro 32.463,54 318,27
No Quadro 8 são demonstrados os valores Recebimento de duplicata em janeiro (9.180,00) (90,00)
Vendas em fevereiro 40.208,11 390,37
da movimentação de fevereiro de 2007, com a
Recebimento de duplicata em fevereiro (12.051,00) (117,00)
apresentação dos fatos a valor presente e Saldo em 28-02-2007 53.440,65 521,64
transformação para moeda constante. O valor em Perda com clientes (521,64 x 103) - 53.440,65 = 288,27
moeda constante foi encontrado através da divisão
do valor em moeda corrente (R$) pelo índice de Fornecedores R$ UMC
inflação do mês da movimentação, exceto o saldo Saldo Inicial 20.000,00 200,00
anterior, que foi dividido pelo índice de inflação de Compra em janeiro 10.821,18 106,09
dezembro de 2006, e o CMV, que foi mantido a UMC Pagamento em fevereiro (10.094,00) (98,00)
da entrada da mercadoria no Estoque. Saldo em 28-02-2007 20.727,18 208,09
Ganho com fornecedores (208,09 x 103) - 20.727,18 = 706,09
Quadro 8 – Movimentação em fevereiro de 2007
Empréstimos R$ UMC
Venda R$ UMC
Saldo Inicial 55.000,00 550,00
Duplicatas a Receber 40.208,11 390,37
Saldo em 28-02-2007 55.000,00 550,00
Vendas 39.037,00 379,00
Ganho com empréstimos (550,00 x 103) - 55.000,00 = 1.650,00
Receita Financeira a apropriar em março 1.171,11 11,37
Custo das mercadorias vendidas 26.500,00 265,00
O quadro 11 demonstra como foi calculada
Pagamento R$ UMC a correção monetária dos itens não monetários,
Fornecedores 10.094,00 98,00 sendo efetuada a movimentação das contas em
moeda corrente e em moeda constante,
Recebimento R$ UMC multiplicando o saldo em moeda constante pelo
Duplicatas a Receber 12.051,00 117,00 índice de inflação de fevereiro e deduzindo o saldo
em moeda corrente, encontrando, assim, o valor da
O quadro 9 apresenta o reconhecimento das correção. Como a correção monetária pode ser
receitas e despesas financeiras que deverão compor efetuada somente para fins de análise e não para
o resultado do mês de fevereiro de 2007: fins societários e fiscais, o valor da correção do
capital social foi incorporado diretamente ao capital.
Quadro 9 – Apropriação de despesas e receitas
Cabe salientar que, somente será corrigido o lucro
financeiras
contabilizado até o final do período anterior, visto
Despesas e Receitas Financeiras R$ UMC que o lucro do período é encontrado após a
Despesa Financeira 306,00 3,00 atualização de todas as contas de resultado.
Receita Financeira 918,00 9,00
Quadro 11 – Cálculo da correção monetária No quadro 13, a perda com clientes foi
dos itens não monetários confrontada com a receita financeira, permanecendo
Estoques R$ UMC com saldo a conta de maior valor. E a despesa
Saldo Inicial 80.000,00 800,00
Vendas em janeiro (20.000,00) (200,00)
financeira foi confrontada com ganhos com itens
Compras em janeiro 10.200,00 100,00 monetários, permanecendo com saldo a conta de
Vendas em fevereiro (26.500,00) (265,00) maior valor. Assim, quando os saldos forem
Saldo em 28-02-2007 43.700,00 435,00
Correção monetária (435,00 x 103) - 43.700,00 = 1.105,00
apresentados na demonstração de resultado do
exercício é possível conhecer se a empresa teve
Despesas financeiras a apropriar R$ UMC um ganho ou uma perda em decorrência do
Despesas financeiras a apropriar em março 315,18 3,09
Saldo em 28-02-2007 315,18 3,09 processo inflacionário.
Correção monetária (3,09 x 103) - 315,18 = 3,09
REFERÊNCIAS
h t t p : / / w w w. i m f . o r g / e x t e r n a l / p u b s / c a t /
wp1_sp.cfm?s_year=2003&e_year=2003&brtype=default