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Garcia de Orta nasceu em 1501 em Castelo de Vide e morreu em 1568, em Goa. Era filho de
Fernando Isaac de Orta e de Leonor
Gomes. Casou-se em 1541 com
Biranda de Solis. Foi um médico judeu
que viveu na Índia e um autor
pioneiro em botânica, farmacologia,
medicina tropical e antropologia.
Em 1549, a sua mãe e duas das suas irmãs, que haviam sido presas como judeus em Lisboa,
conseguiram juntar-se a ele em Goa. De acordo com uma confissão de seu cunhado após a sua
morte, Garcia de Orta continuou a afirmar que "a Lei de Moisés era a verdadeira lei"; noutras
palavras, ele, provavelmente em comum com outros da sua família, permaneceu um crente
judeu. Em 1565 uma corte inquisitorial foi aberta em Goa. A perseguição ativa contra judeus,
judeus secretos, hindus e novos cristãos começou. O próprio Garcia foi postumamente
condenado pelo judaísmo. Seus restos mortais foram exumados e queimados junto com uma
efígie num auto da fé em 4 de dezembro de 1580.
Obra
A obra que perpetuou o nome de
Garcia de Orta foi o livro Colóquio dos
simples e drogas e coisas medicinais da
Índia, editado em Goa em 1563. Este
trabalho está escrito em português na
forma de diálogo entre o próprio Orta
e Ruano, um colega recém-chegado a
Goa e ansioso por conhecer a matéria
médica da Índia. Os Colóquios incluem
58 capítulos onde se estuda um
número aproximadamente igual de
drogas orientais, principalmente de
origem vegetal, como o aloés, o
benjoim, a cânfora, a canafístula, o
ópio, o ruibarbo, os tamarindos e
muitas outras.
Contrariamente à atitude dominante entre os médicos portugueses dos séculos XVI a XVIII,
que consideraram o estudo da matéria médica como um tema menor, dirigindo os seus dotes
literários para as observações clínicas, Orta interessou-se prioritariamente pelo estudo das
propriedades das drogas e medicamentos. Para além do seu valor científico, a obra de Orta
inclui a primeira poesia impressa da autoria de Luís de Camões.
Hoje em dia, podemos observar várias homenagens a Garcia de Orta. Podemos observar no
Porto a Escola Secundária Garcia de Orta e em Almada o hospital Garcia de Orta. Quando foi
realizada a exposição mundial de 1998, foi construído o Jardim Garcia d' Orta em sua
homenagem, onde diferentes passagens dos portugueses pelo mundo são representadas com
plantas, sobretudo tropicais.