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LIBRARY
1
FORMULARIO
OU
GUIA MEDICA
QUE CONTÉM
POR
SEXTA EDIÇÃO
Augmentada pelo autor , e acompanhada
de 121 figuras intercaladas no texto ,
que representão as plantas medicinaes.
PARIZ
EM CASA DO AUTOR
RUA BASSE DE
PASSY BESTHER
4864
-.
PROLOGO . LTRBR
84076- •C42
MAK 6
A maneira favoravel com que o publico medico
tem acolhido este livro , me empenha em torna-lo
cada vez mais completo . A quinta edição , que publi-
quei em 1860, acha - se esgotada ; mas quando as-
sim não fosse, uma nova edição tornar - se - hia ne-
} cessaria, para lhe accrescentar medicamentos novos,
ou introduzir as modificações exigidas pelos progres-
sos modernos . Esta obra é do genero daquellas, que
depressa se fazem antigas : cumpre pois reforma-la
de annos a annos, para que os medicos e pharma-
ceuticos possuão uma guia que contenha resumida-
mente os conhecimentos actuaes.
ABREVIATURAS
Ach. Acharius.
ana ou aa. De cada substancia.
B. Areometro de Baumé.
B. M. Banho-maria.
Cart . Areometro de Cartier.
Cent. Thermometro centigrado .
Cod. fr. Codigo francez .
D. Dóse.
D. C. ou De C. De Candolle.
F. Faça.
F. S. A. Faça segundo a arte.
Fahr. Thermometro de Fahrenheit.
fr. Em francez .
gr. Grão.
Ľ. Linneo.
Lam . Lamarck.
Lib. comm. Libra commum , isto é, a libra de
46 onças.
M. Misture.
Mart. Martius.
N° Numero .
VIII ABREVIATURAS.
Pal. de Beauv. Palissot de Beauvois.
p. Parte ou pagina .
p. ig. Partes iguaes.
P. us. Partes usadas.
Ph. G. Pharmacopea geral .
pulv . Pulverisado .
q. b. Quanto baste.
q . q. Qualquer quantidade.
q. s. Quantidade sufficiente .
R. Thermometro de Réaumur.
Reaum . Thermometro de Réaumur.
Rich. Richard .
Spreng. Sprengel.
Subst . incomp. Substancias incompativeis, isto é as
que não podem entrar na com -
posição de um medicamento , sem
produzir a sua decomposição .
Sw. Swartz.
Thunb . Thunberg.
V. Veja-se.
v . g. Verbi gratia.
Vent. Ventenat.
Willd . Willdenow .
Igual a
* Este asterisco designa a planta in-
digena empregada só no Brasil.
Todas as vezes que neste livro se falla de libra
sem accrescentar c. ou commum , entende-se a libra
medicinal de 12 onças .
Todas as vezes que se falla de uma colhér , sem de-
signar se é de sopa ou de chá, entende-se uma co-
lher de sopa, que contém, pouco mais ou menos , "
meia onça d'agua .
Quanto aos signaes que os facultativos empregavão
outrora na redacção das formulas, achão-se elles in-
dicados na 4 pagina. Devo dizer aqui que o uso des-
tes signaes ficou prohibido no Brasil pelo regula-
mento da Junta de Hygiene, publicado em 29 de
Setembro de 1854. Desde então são obrigados os fa-
cultativos a escrever as receitas por extenso em por-
tuguez sem abreviaturas, signaès, nem algarismos .
"
ARTE DE FORMULAR
DOS MEDICAMENTOS
4.
AREOMETRO
A 0
1000 10 ச0
B 15
1100 20 50
2
1200 30 40
1300 40 30
1400 50 20
1500
1600 60 B 10
1700 70 A 0
1800
1900
2000
B
F. C. R. F. C. R.
012320
F. C. R. F. C. R.
5
O
74 THERMOMETR .
F. C. R. F. C. R.
F. C. R. F. C. Ꭱ.
t
FORMULARIO
Fig. 7. Açafrão.
Pilulas emmenagogas .
Carbonato de ferro 4 oitava
Açafrão aná 36 grãos
Canella
Castoreo
Extracto d'aloes
aná 18 grãos
Extracto de rhubarbo
Extracto d'arruda
Xarope de artemisia q. s.
F. 36 pilulas. Cada uma pesa 6 grãos e contém
ACETATO DE CHUMBO. 79
2 grãos de carbonato de ferro, 1 grão d'açafrão ,
4 grão de canella, meio grão de castoreo, d'aloes , de
rhuibarbo e d'arruda. D. 3 de manhã, e outras tan-
tas á noite .
Poção emmenagoga .
Agua distillada de hortelã pimenta 2 onças
Infusão de arruda 2 onças
Tintura de açafrão 30 gottas
Xarope d'artemisia 1 onça.
M. D. uma colher de sopa de hora em hora.
Emulsão emmenagoga.
Myrrha em pó 36 grãos
Gomma arabica 2 oitavas.
Faça uma emulsão com
Xarope simples 1 onça
Infusão de açafrão 6 onças.
D. Uma colher de sopa de tres em tres horas .
Cataplasma anti-ophthalmica.
Miolo de pão 2 onças
Gemma de ovo 4 onça
Açafrão em pó 18 grãos .
F. cataplasma s . a . para applicar entre dous pan-
nos sobre o olho affectado de ophthalmia aguda.
Açafrão de marte aperitivo. V. Subcarbonato de
ferro no artigo FERRO.
Acetato de alumina e potassa. V. Alumen .
Acetato de ammoniaco . V. Ammoniaco .
ACETATO DE CHUMBO NEUTRO . Sal ou
Assucar de Saturno ou Sal de chumbo . (Acetate de
plomb, fr.) Massas irregulares, brancas, assaz seme-
lhantes a pedaços de assucar, formadas pela aggre-
gação de pequenas agulhas , de sabor doce, depois
adstringente, soluveis na agua .
Este sal em alta dóse è um veneno irritante ; em
pequena, goza só de uma acção adstringente . Foi
aconselhado interiormente nos suores dos tysicos, nas
diarrhéas collíquativas, hemorrhagias dos pulmões
e do utero, e nas nevralgias ; mas hoje receita-se
raras vezes com este intuito e o seu uso mais fre-
quente é para o exterior. Aproveita sobretudo nas
ophthalmias purulentas, e para este fim reduzido a
80 ACETATO DE CHUMBO.
pó impalpavel applica-se por meio de um pincel
sobre o olho imflammado. ― A escola italiana attri-
bue ao acetato de chumbo e ás outras preparações
saturninas a virtude hyposthenisante cardiaco-vascu-
lar, e pretende que estes remedios obrão ao mesmo
tempo electivamente como contra-stimulantes sobre
a medulla espinhal, e como taes, combatem feliz-
mente a inflammação bronchica ou pulmonar, que é
a fonte da expectoração , da tosse e dos suores noc-
turnos.
Subst. incomp. Os alcalis, os carbonatos alcali-
nos, os acidos, os saes neutros, os hydrosulfatos, o
alumen, o borax , os sabões, as infusões vegetaes
adstringentes, a albumina, o leite, etc.
INTERIORMENTE . Meio grão até 2 grãos, e ainda
mais, progressivamente em pilulas ou dissolvido em
poção conveniente .
EXTERIORMENTE . Dissolução, 2 oitavas até 2 on-
ças para 12 onças de liquido, em injecções, colly-
rios, etc.
Pós saturninos (Hufeland) .
Acetato de chumbo 4 grão
Opio 1 grão
Assucar 4 escropulo.
M. e divida em 12 papeis . 1 de manhã e outro á
tarde . Suores e diarrhéas colliquativas dos tisicos .
Raramente empregados .
Pilulas de acetato de chumbo ( Fouquier) .
Acetato de chumbo
Pòs de althéa aná 100 grãos
Xarope simples q. b.
F. 50 pilulas. D. 4 a 5 por dia, para moderar os
suores dos tysicos . Pouco usadas hoje.
Mistura calmante e adstringente ( Monin ) .
Acetato de chumbo 4 grãos
Agua distillada 1 1/2 onça
Extracto de opio 2 grãos .
M. D. Uma colher de chá de duas em duas horas ,
na dysenteria.
Collyrio contra as ophthalmias chronicas .
Acetato de chumbo 16 grãos
Agua distillada 4 onças.
M.
ACETATO DE POTASSA. 84
Pós contra a ophthalmia purulenta (Buys).
Acetato de chumbo em pó impalpavel : 6 grãos .
Um pequeno pincel, do tamanho dos que servem
para a miniatura, molha-se em agua, e cobre-se com
1 a 2 grãos de pós de acetato de chumbo . Isto feito ,
applica-se o pincel sobre as faces internas da palbe-
bra superior e inferior. Este contacto produz um
sentimento de adstricção, ás vezes ardor, raras vezes
uma verdadeira dôr. Esta operação repete-se de dous
em dous dias, até à diminuição da inflammação . É
optimo o seu effeito .
Injecção adstringente (Bell).
Acetato de chumbo 24 grãos
Agua 8 onças .
Dissolva. Blennorrhagia chronica.
Injecção adstringente (Ricord) .
Agua 32 onças
Acetato de chumbo . 180 grãos .
M. Leucorrhéa .
Pomada saturnina (Foy) .
Acetato de chumbo 36 grãos
Agua 2 oitavas
Banha 1 1/2 onça.
F. S. A. Empregada nas ulcerações superficiaes da
pelle.
Pomadas contra as fendas ou rachas do anus (Foy) .
Acetato de chumbo
Extracto de belladona } aná 2 oitavas
Banha 1 1/2 onça .
F. S. A.
Pomada ophthalmica (Guthrie) .
Acetato de chumbo 5 grãos
Nitrato de prata fundido 6 grãos
Banha 4 onça.
F. S. A. Introduz-se de dous em dous dias no
olho uma pequena porção do tamanho da cabeça de
um alfinete, no tratamento das ophthalmias chro-
nicas.
Acetato de mercurio (Proto). V. Mercurio .
Acetato de morphina. V. o artigo Opio.
ACETATO DE POTASSA. Terra foliada de tar-
taro, ou sal diuretico, ou alcali vegetal com vinagre .
5.
82 ACIDO ACETICO.
(Acétate de potasse , ou terre foliée de tartre, fr. )
Apresenta-se debaixo da fórma de frócos brancos
brilhantes , leves, extremamente deliquescentes, e
reduzindo-se a um liquido de aspecto oleaginoso,
de sabor picante .
Este sal em pequena dóse é diuretico, antiphlo-
gistico, e empregado como tal nas ictericias , nas
hydropisias ; em alta dóse é um brando purgante.
Subst. incomp. A maior parte dos fructos acidos ,
os acidos mineraes e muitos saes.
INTERIORMENTE . Como dieuretico 18 grãos até
1 oitava , em dissolução ; como purgante meia a
1 onça e mais .
Poção diuretica ( Ratier ) .
Acetato de potassa 2 oitavas
Infusão de tilia 4 onças
Agua de canella 2 oitavas
Xarope de vinagre 1 onça .
M. Uma colher de sopa de hora em hora . Ictericia .
Cozimento diuretico ( Foy ) .
Cinco raizes aperientes 1 onça
Agua fervendo 32 onças
Acetato de potassa 24 grãos
Mel scillitico 4 onça.
Ponha as raizes de infusão em agua, côe; e ajunte o
mel e o acetato . D. Uma chicara de duas em duas ho-
ras, contra a hydropisia.
Cozimento diuretico ( Brera ) .
Infusão de casquinha de laranja 12 onças
Acetato de potassa 1 1/2 oitava
Assucar 6 oitavas.
M. Por chicaras, na ictericia, hydropisia.
ACETATO DE SODA. (Acétate de soude, fr . ) .
Este sal cristallisa em longos prismas brancos, inal-
teraveis ao ar ; seu sabor é picante e amargo.
Tem as mesmas propriedades que o precedente ,
mas é menos activo , e muito menos empregado .
INTERIORMENTE . 2 a 4 oitavas em vehiculo aquoso .
ACIDO ACETICO (Acide acétique, fr.) . Em-
prega-se debaixo de tres estados principaes : 4º puro ,
20 vinagre radical , 3° vinagre commum.
4° Acido acetico puro . Obtem-se distillando uma
ACIDO BENZOICO. 83
mistura de 3 partes de acetato de soda e de 9,7 par-
tes de acido sulfurico concentrado . É ordinariamente
debaixo da fórma de um liquido sem côr, de cheiro
particular e penetrante, de sabor picante e caustico .
Cristallisa pelo frio . O acido acético puro dá- se a
respirar como estimulante nas syncopes, asphyxias ,
enxaquecas, mas convem approxima-lo com cuidado
ao nariz, pois que sendo posto em contacto com a
membrana mucosa póde produzir a vesicação .
2° Vinagre radical. Obtem-se distillando o acetato
de cobre . É liquido , sem côr sendo puro, transpa-
rente, de um cheiro forte . Dá-se tambem respirar
na syncope . Deita-se ordinariamente em pequenas
garrafinhas de cristal com pedaços de sulfato de po-
tassa . Esta mistura chama-se sal de vinagre , e cos-
tuma ser aromatisada com algumas gottas de qualquer
oleo essencial agradavel .
3° Vinagre commum. Veja-e esta palavra na sua
ordem alphabetica.
Acido arsenioso . V. Arsenico.
Acido azotico. V. Acido nitrico , p. 87.
ACIDO BENZOICO ou flôres de benjoim (Acide
benzoïque ou fleurs de benjoin, fr . ) . Principio im-
mediato que existe em todos os balsamos, e princi-
palmente no benjoim . Este acido é solido , branco ,
cristallisado em agulhas opacas, lustrosas e um pouco
ducteis ; sabor picante e um pouco amargo . É ape-
nas soluvel em agua fria, soluvel em 12 partes d'agua
fervendo, soluvel no alcool e essencia de terebenthina .
Estimulante, empregado para favorecer a expecto-
ração. O Dr. Ure fez uma observação importante , que
as ourinas vertidas duas horas depois da ingestão de
acido benzoico ou de um benzoato soluvel, experi-
mentavão uma grande modificação . O acido urico de-
sapparecia é substituido pelo acido hippurico . O
ponto importante para a pratica medica que apre-
senta este resultado, é que o novo acido forma com
as bases ordinarias dos fluidos organicos, como a
soda, potassa e ammoniaco, saes extremamente solu-
veis . Â applicação deste facto teve bons resultados
nos doentes affectados de areias e de gota, pelo em-
prego de acido benzoico ou de um benzoato . É acon-
84 ACIDO BORICO.
selhada para este fim a mistura benzoica abaixo
mencionada.
INTERIORMENTE . 10 a 36 gr . e mais, em pó , pilu-
las ou em poção conveniente.
Pilulas de acido benzoico ( Fresse ) .
Acido benzoico 400 grãos
Conserva de rosas q . s .
F. 50 pilulas . D. 1 a 4 duas vezes por dia , na in-
continencia de ourina.
Marmelada expectorante.
Mel de abelha 6 onças
Xarope scillitico aná onça
Xarope de polygala de Virginia.
Acido benzoico
aná 4 escropulo
Flores de enxofre
Ippecacuanha 6 grãos .
F. S. A. D. Uma colher de chá, tres ou quatro
vezes por dia. Catarrhos chronicos dos velhos.
Mistura benzoica .
Acido benzoico 48 grãos
Phosphato de soda 2 1/2 oitavas
Agúa distillada 3 onças
Xarope simples 4 onça.
F. S. A.- Duas colheres de sopa de 2 em 2 horas . O
phosphato de soda tem por fim de facilitar a dissolu-
ção do acido urico .
Loock expectorante ( Radius ) .
Acido benzoico 1 oitava
Gomma arabica 2 oitavas
Xarope de orxata 4 onças .
F. S. A. Uma colher de sopa de hora em hora.
ACIDO BORICO, ou sal sedativo do Homberg
(Acide borique, fr . ) . Este acido é solido , debaixo da
fórma de escamas brancas , brandas ao tacto, inodo-
ras, de sabor um pouco acido.
Temperante , mas pouco empregado , senão em
gargarejos.
INTERIORMENTE . 10 a 36 grãos para 24 onças de
agua com assucar, como limonada.
EXTERIORMENTE . 36 grãos a 1 oitava para 24 onças
de agua como gargarejo .
Acido caincico. V. Cainca.
ACIDO CARBONICO. 85
ACIDO CARBONICO. ( Acide carbonique , fr. ) .
O acido carbonico é um gaz, mais pesado do que
o ar atmospherico, sem côr, de cheiro picante , de
sabor azedinho, soluvel em agua, e a elle é que as
aguas mineraes de Seltz , de Vichy, a cerveja e o
vinho de Champanha , devem a propriedade de espu-
mar. Desenvolve-se na mistura anti-emetica de Ri-
vière, e em geral pela acção dos acidos sobre os car-
bonatos alcalinos ; como acontece na dissolução dos
pós que no commercio correm com o nome de pós de
Seltz ou de Sedlitz .
O acido carbonico dissolvido em agua obra como
temperante e diuretico . Emprega-se contra os vomi-
tos , dòres de estomago e digestões difficeis . As pes-
soas expostas á atmosphera que contém acido carbo-
nico experimentão dôres de cabeça, vertigens, perda
de força muscular, zunidos nos ouvidos, tendencia
ao somno e syncopes. Depois o pulso torna-se pe-
queno, sobrevem convulsões e a morte. Segundo a
escola italiana, a acção do acido carbonico é eviden-
temente hyposthenisante, e a intoxicação que se se-
gue deve ser combatida pelos remedios excitantes.
Veja-se Asphyxia pelo vapor de carvão no Memo-
rial therapeutico .
INTERIORMENTE . Agua saturada de gaz acido car-
bonico, tem o nome de agua gazosa, e toma-se por
cópos .
Poção anti-emetica de Rivière.
Bicarbonato de potassa 1/2 oitava
Agua 3 onças
Xarope simples 4 onça .
M. - Toma-se uma colher de sopa desta poção , de
10 em 10 minutos, e logo depois uma colher de chá,
de sumo de limão azedo ; desta maneira o gaz acido
carbonico se desenvolve no estomago . Vomitos spas-
modicos.
Poção effervescente ( Chaussier) .
Assucar 1 onça
Bicarbonato de potassa 2 oitavas
Acido tartrico pulverisado 1 oitava .
Misture, e ajunte, no momento em que se deve
tomar :
86 ACIDO HYDROCHLORICO .
Agua 4 onças.
Nos mesmos casos que a precedente .
Pós de Seltz ou Soda Powders.
Acido tartrico 5 1/2 oitavas.
Divida em 42 papeis brancos ;
Bicarbonato de soda 6 oitavas.
Divida em 12 papeis azues.
Dissolve-se um papel do acido em meio cópo d'agua ,
dissolve-se um papel do bicarbonato de soda em outro
meio cópo, misturão-se os dous liquidos, e bebem-se
immediatamente . É bebida temperante e facilita as
digestões.
Pós de Sedlitz ou Sedlitz Powders.
Acido tartrico 1 onça
Divida em 12 papeis brancos ;
Bicarbonato de soda 4 onça
Tartrato de potasa e soda 3 onças.
M. e divida em 12 papeis azues .
Dissolva um papel branco em meio cópo d'agua,
dissolva um papel azul em outro meio cópo d'agua,
misture os dous liquidos, e beba . - Bebida gazosa ,
temperante e laxante.
Acido chlorhydrico. V. Acido hydrochlorico, na
mesma pagina, mais abaixo .
ACIDO CITRICO ( Acide citrique , fr . ) . Existe no
limão , laranja e muitas fructas azedas . É branco,
cristallisado em prismas rhomboidaes, inalteraveis ao
ar, inodoros, e de sabor mui acido.
Emprega-se em lugar do sumo de limão para a pre-
paração das limondas ; obra então como temperante .
Segundo Giacomini , é hyposthenisante vascular-ve-
noso . Em alta dóse e concentrado, poderia produzir
accidentes por causa de sua causticidade .
INTERIORMENTE . Limonada, escropulo para 42
onças d'agua adoçada.
Limonada secca ( Acido citrico, 2 oitavas ; assu-
car, 4 onças ; essencia de limão, 8 gott. ) . D. Uma
colher de sopa para um cópo d'agua .
ACIDO HYDROCHLORICO , ou chlorhydrico ,
ou muriatico, ou marinho, ou espirito de sal mari-
nho (Acide hydrochlorique , chlorhydrique , muria-
tique, marin ou esprit de sel marin, fr. ) . Este acido
ACIDO NITRICO. 87
puro é no estado de gaz sem côr, de sabor acido , de
cheiro suffocante e especial ; produz vapores bran-
cos na atmosphera. O acido hydrochlorico do com-
mercio é uma dissolução saturada deste gaz na agua.
É sem côr ou um pouco amarello ; seu cheiro e sa-
bor são os mesmos que os do acido gazoso ; produz,
como elle, vapores brancos na atmosphera.
O acido hydrochlorico , sendo concentrado, é um
caustico violento , e empregado como tal exterior-
mente na podridão do hospital, nas ulcerações da gar-
ganta, nas ulceras escorbuticas e outras ; diluido em
agua, é aconselhado internamente nas febres adyna-
micas, como antiseptico ou temperante. Segundo Gia-
comini , o acido hydrochlorico diluido é hypostheni-
sante vasculo-venoso .
Subst. incomp. Os saes de prata , os alcalis e car-
bonatos alcalinos .
INTERIORMENTE . Meia oitava até 4 oitavas para 24
onças d'agua.
EXTERIORMENTE . Em lavatorios, 2 a 3 oitavas para
12 onças d'agua.
Limonada muriatica.
Acido hydrochlorico concentrado 24 gottas
Xarope simples 2 onças
Agua commum 24 onças.
M. - D. Por chicaras nas febres adynamicas.
Linimento contra as frieiras (Cadet) .
Acido hydrochlorico 8 gottas.
Balsamo de Fioraventi 4 onça .
M.
Acido hydrocyanico . V. Acido prussico, p. 89.
Acido muriatico. V. Acido hydrochlorico, p. 86.
ACIDO NITRICO, ou acido azotico, ou espirito de
nitro (Acide nitrique, acide azotique ou esprit de
nitre, fr.) . Liquido sem côr, de cheiro desagradavel,
espalha vapores brancos , e adquire uma còr ama-
rellada pela luz quando é muito concentrado (35º e
mais) ; não derrama vapores, nem é alteravel pela
luz, quando é diluido em agua : neste caso chama-
se agua forte ( 26º) . Mancha a pelle em amarello e a
desorganisa completamente.
Concentrado é um caustico violento, e empregado
88 ACIDO OXALICO.
como tal só para uso externo contra as verrugas,
as feridas envenenadas, e as chagas complicadas de
podridão do hospital . Diluido em agua é aconselhado
interiormente como temperante contra as febres ty-
phoides, as affecções do figado, a asthma , o escor-
buto ; e exteriormente contra as ulceras atonicas , e
algumas molestias de pelle. Segundo Giacomini , a
acção do acido nitrico diluido é hyposthenisante vas-
culo-venosa .
Subst incomp. O acido nitrico nunca deve ser
associado ás bases salinaveis , aos carbonatos, aos
acetatos, etc. Nunca tambem deve ser guardado em
vasos metallicos.
INTERIORMENTE . 10 gottas para 24 onças d'agua,
convenientemente adoçada, ou até uma agradavel
acidez , o que constitue a limonada nitrica . Esta li-
monada quando é mui acida ataca os dentes ; para
evitar este inconveniente convem sorvê-la por meio
de um tubo de vidro.
Acido nitrico diluido (Acido nitrico 4 p . agua
distillada 9 p. ) . D. 20 a 30 got. e mais em 6 onças
de vehiculo.
Acido nitrico alcoolisado ou espirito de nitro
doce ( Acido nitrico 1 p . , alcool 3 p. ) . D. Meia a ↑
oitava em uma poção de 6 onças .
EXTERIORMENTE . 4 a 6 oitavas para 12 onças
d'agua em lavatorios , banhos e fomentações .
Poção diuretica.
Espirito de nitro doce 1/2 oitava
Agua de parietaria 4 onças
Agua de hortelãa-pimenta 1 onça
Oxymel scillitico 1/2 onça .
M. - Por colheres .
Pomada oxygenada.
Banha 4 onças
Acido nitrico (35 ° ) 1/2 onça .
F. S. A. - Empregada contra a tinha e dartros .
ACIDO OXALICO (Acide oxalique, fr. ) . Existe
no sumo de muitos vegetaes e principalmente nas
azedas. É debaixo da fórma de pequenos cristaes
compridos, transparentes , inodoros , e de sabor
mui acido. Dissolvendo - se em agua fria faz um
ACIDO PRUSSICO . 89
ruido, que pode servir para o fazer reconhecer .
Concentrado, e em alta dóse , é um veneno corro-
sivo. Diluido em agua , e administrado em alta dóse,
exerce tambem uma acção funesta. Com 6 oitavas de
acido oxalico a morte sobrevem em cinco minutos. O
envenenamento principia por dôres de estomago e vo-
mitos . Pouco a pouco a circulação do sangue torna-se
lenta e fraca, o pulso imperceptivel ; um frio glacial
e suores viscosos annuncião a morte. Entretanto é
aconselhado em pequenas dóses e muito diluiido ( 12
a 48 grãos para 24 onças d'agua adoçada), como tem-
perante ; mas é melhor empregar o acido tartarico ou
citrico . Segundo Giacomini , sua acção é hypostheni-
sante vascular. A dissolução de acido oxalico em agua
emprega-se para tirar as nodas de tinta de escrever.
ACIDO PRUSSICO, ou hydrocyanico ou cyanhy-
drico (Acide prussique, hydrocyanique ou cyanhy-
drique, fr.) . Liquido sem côr, cheiro semelhante ao
das amendoas amargosas, sabor acre. - Este acido
obtem-se do azul de Prussia, substancia que se pre-
para com sangue de vacca, carbonato de potassa e
sulfato de ferro.
Veneno dos mais violentos ; uma só gotta deitada
na lingua de um cão mata-o quasi instantaneamente;
derramado em certa quantidade sobre a pelle , póde
occasionar accidentes sérios e até a morte ; simples-
mente respirado produz symptomas mui graves . Se a
dóse deste veneno não é bastante elevada para occa-
sionar a morte, produz vertigens, entorpecimento e
fraqueza nos membros ; as pulsações do coração tor-
não-se fracas e lentas , os olhos immoveis, a pupilla
dilatada e insensivel á luz. Sendo diluido é aconse-
lhado interiormente como calmante nas tosses nervo-
sas, asthma, coqueluche, tisica , molestias do coração,
e dôres occasionadas pelo cancro ; e exteriormente
em lavatorios, nas affecções cutaneas para mitigar o
prurido ; mas este medicamento é frequentemente
perigoso, raras vezes curativo, e por estes motivos de-
veria ser banido do uso therapeutico . Prepara-se por
quatro ou cinco differentes processos, nos quaes o
gráo de sua concentração varía muito : é necessario,
por conseguinte, que o medico que o quizer empre-
90 ACIDO PRUSSICO.
gar, designe na receita o processo segundo o qual
deseja ter o acido preparado.
Giacomini considera o acido prussico como um dos
mais poderosos hyposthenisantes, e apezar de ser um
remedio muito perigoso, aconselha o seu uso nas in-
flammações das arterias, do coração , dos pulmões e
do cerebro, e de todas as molestias inflammatorias
que este acido cura, segundo este autor, até sem o
soccorro das sangrias O mesmo professor gaba o acido
prussico contra o tetano . Para evitar qualquer des-
graça, é melhor recorrer á agua de lourocerejo, que
deve sua virtude à presença do acido prussico, e que
não possue tanta energia.
Não se administra nunca puro, mas ordinariamente
debaixo da fórma de acido prussico medicinal, como
abaixo se indica. Conservado ao abrigo da luz póde
ficar muitos mezes sem alterar-se ; mas ás vezes de-
compõe-se muito mais cedo, e toma então a cor roxa.
Sendo misturado com poções adoçadas, cozimentos
ou xaropes é inteiramente decomposto ao cabo de
poucas horas.
INTERIORMENTE . Acido prussico medicinal (Acido
prussico de Gay-Lussac 4 parte em peso ; agua dis-
tillada 8 4/2 partes ; ou então 6 partes d'agua em
volume, para parte de acido . ) . D. 6 até 15 gottas
progressivamente, em 4 onças d'agua distillada, não
adoçada. Esta dóse administra-se em 24 horas, por
colheres de sopa, uma colher de hora em hora . Esta
mistura deve estar n'um frasco coberto de papel
preto , e o doente deve mexê-la sempre que quizer
tomar a dóse , para evitar a accumulação do acido,
que mais leve do que a agua, sobrenada na super-
ficie . Esta recommendação é applicavel á preparação
seguinte.
Acido prussico medicinal alcoolisado (Magen-
die) . Acido prussico de Gay-Lussac 1 p . em volume,
alcool 6 p. ) 6 a 15 gottas em 4 onças d'agua distillada ,
por 24 horas. Dá-se uma colher de hora em hora.
Esta preparação tem a vantagem de se decompôr
menos facilmente.
As outras preparações pharmaceuticas do acido
prussico, como pilulas, xaropes, misturas, nas quaes
ACIDO SULFURICO. 94
entrão outras substancias, devem ser abandonadas
por serem infieis .
EXTERIORMENTE . Solução 1 a 2 oitavas de acido
prussico medicinal para 32 onças d'agua distillada,
em injecções contra o cancro do utero ; em lavato-
rios nos dartros dolorosos, etc.
Acido sulfureo . V. Acido sulfuroso, p . 93.
ACIDO SULFURICO ou oleo de vitriolo (Acide
sulfurique, ou huile de vitriol , fr. ) . O acido sulfu-
rico ordinario é um liquido branco, inodoro, de con-
sistencia oleaginosa ; marca 66° no areometro ; toma
uma côr amarella, roxa e até preta pelo contacto das
menores parcellas organicas, que ataca e destroe
subitamente . Exposto ao ar attrahe a humidade e
perde por conseguinte sua força .
Puro é um dos mais violentos causticos, e empre-
gado só externamente para cauterisar as verrugas e
as feridas envenenadas. Diluido em agua é adstrin-
gente, temperante, e usado como tal nas febres ady-
namicas , escarlatina e sarampos malignos, nas he-
morrhagias, suores colliquativos, dysenterias antigas,
chlorose, cachexia mercurial, escorbuto, delirium
tremens, vomitos espasmodicos e colicas de chumbo.
Segundo Giacomini, sua acção é hyposthenisante vas-
cular . Uma mistura de uma onça de aguardente e
quatro gottas de acido sulfurico, administrada por
pequenas colheres, foi empregada com vantagem
para produzir a aversão contra as bebidas alcoolicas
a individuos acostumados a embriagar-se.
Subst. imcomp. Os alcalis, os carbonatos, os hy-
drochloratos , os nitratos , os sulfuretos , as emul-
sões, o leite.
INTERIORMENTE . 10 a 30 gottas em 24 onças d'agua
adoçada .
Limonada sulfurica. Agua 22 onças ; acido sul-
furico a 66° 30 grãos (25 gottas) ; xarope simples,
2 onças. - A dóse do acido é deixada ás vezes ao
arbitrio dos pharmaceuticos, quanto baste para aci-
dular agradavelmente o liquido.
Acido sulfurico diluido (Acido sulf. 4 p. , agua
distillada 5 p . ) . D. 10 , 15. 20 gottas até 4 oitava em
uma poção de 6 onças.
92 ACIDO SULFURICO.
Agua de Rabel ou Acido sulfurico alcoolisado
(Acido sulf. a 66º, 1 p .; alcool a 36º, 3 p . ) . D. 1 es-
cropulo até 1 oit . em 24 onças d'agua .
Elixir vitriolico de Mynsicht ou Tintura aroma-
tica sulfurica. ( Raiz de calamo aromatico 32 p. , ga-
langa 32 , flores de camomilla 16 , salva 16 , absinthio 16 ,
hortelãa 16 , cravo da India 12 , canella 12, cubebas 12,
noz moscada 42, gengibre 12, páu de aloes 4, cas-
quinha de limão 4, assucar 96, alcool a 30° Cart.
1000 , acido sulfurico a 66° 125. Reduzidas todas es-
tas substancias a pó grosso poem-se n'um matraz ,
deita-se por cima 250 p . de alcool . Depois de 48 ho-
ras de maceração , ajunta-se pouco a pouco o acido sul-
furico, deixa-se tudo em contacto por 24 horas; depois
ajunta-se o resto do alcool . Deixa-se ainda macerar
por quatro dias ; côa- se com espressão, e filtra-se) .
D. 15 a 30 gottas n'uma poção, como anti-septico ,
cordial e anti-scorbutico .
Poção adstringente (Cadet) .
Agua de Rabel 15 gottas
Agua de flor de laranja 3 onças
Xarope de violas 1/2 onça.
M. D. Uma colhér de hora em hora.
Poção tonica (Foy) .
Dococção de quina 6 onças
Tintura de quina 4 onça
Acido sulfurico diluido 4 oitava
Xarope de casca de laranja 1/2 onça .
M. D. Duas colheres de sopa, de hora em hora,
nas affecções typhoides.
EXTERIORMENTE. Puro, como caustico , para caute-
risar as feridas das cobras venenosas e dos cães dam-
nados ; diluido em agua, em proporção de 1 a 2 oi-
tavas de acido para 16 onças d'agua, é aconselhado
em lavatorios contra os dartros . Foi tambem indicado
para a composição dos gargarejos adstringentes ; mas
melhor é para este fim empregar outros acidos, pois
que o acido sulfurico póde atacar os dentes.
Caustico de acido sulfurico e de açafrão (Velpeau) .
Açafrão em pó 2 oitavas
Acido sulfurico concentrado 4 oitavas .
Empregado para cauterisar os tumores cancrosos ,
ACIDO TARTARICO. 93
as feridas de máu caracter, as feridas gangreno-
sas, etc. Eis aqui como se procede :
No momento de sua applicação mistura-se o acido
sulfurico com o açafrão n'um pires, e a massa que
resulta desta mistura estende - se com uma faca, em
camada de uma espessura de 2 a 4 linhas , sobre a
parte que se quer destruir, e deixa-se exposta ao ar
até que fique secca forma-se logo uma crosta mui
secca e dura , que convem cobrir com um panno e
uma atadura . Em alguns dias a porção queimada cahe
e deixa uma ferida limpa, que se cura com ceroto
simples.
ACIDO SULFUROSO ou sulfureo (Acide sulfu-
reux, fr. ) . Gaz que resulta da combustão do enxofre
no ar . É sem côr, de cheiro picante.
Respirado em grande quantidade produz á morte;
em menor quantidade irrita fortemente os orgãos da
respiração, occasiona a tosse e até escarros de san-
gue. Applicado na pelle , estimula fortemente esta
membrana, e emprega-se com vantagem para com-
bater os dartros, a sarna, as dores rheumaticas, cer-
tas paralysias e amenorrhéas.
EXTERIORMENTE . Fumigações sulfureas . O corpo
inteiro do doente, com excepção da cabeça , ou mem-
bro que se quer tratar, é fechado n'uma caixa, á qual
chega o acido sulfuroso que se desenvolve pela com-
bustão do enxofre no interior da caixa, ou n'uma
caixinha que communica por meio de um canudo
com o apparelho no qual se acha o doente . A duração
destas fumigações é de 20 a 30 minutos .
ACIDO TARTARICO ou tartrico (Acide tarta-
rique, fr. ) . É solido, cristallisado em laminas largas
ou prismas achatados, inalteraveis ao ar, sem côr,
nem cheiro ; sabor mui acido .
Em pequenas doses emprega-se como temperante
nas molestias febris : em alta dóse obra como irri-
tante e poderia produzir accidentes.
Subs. incomp. A agua de cal, os saes de baryta, o
acetato de chumbo.
INTERIORMENTE . 5 a 15 grãos com assucar. Disso-
lução. Meia oitava a 2 para 24 onças d'agua adoçada.
Xarope 1 a 2 onças para 24 onças de líquido .
94 ACIDO TARTARICO .
Limonada tartarica ou vegetal . Agua, 24 onças,
xarope tartarico 4 1/2 onça. Por chicaras .
Aconitina. V. p. 95.
ACONITO (Aconit, fr. ) . Aconitum napellus, L.
Planta que habita nas montanhas da Europa e é culti-
vada no Brasil. Fig. 8. A sua haste, de 3 a 4 pés de
altura, é direita ; as fo-
lhas são divididas em
5 ou 7 lobulos ; flores
azues ; dispostas em es-
piga ; a raiz como a de
um pequeno nabo, de-
negrida por fóra e bran-
ca por dentro ; o cheiro
de toda a planta éfraco,
mas nauseante, sabor
amargo e acre . P. us.
Folhas e raiz.
O aconito em alta
dóse ( 1 a 2 oitavas) é
um veneno narcotico
acre ; em pequena em-
prega- se na asthma ,
syphilis hydropisia ,
rheumatismo, sciatica,
gota, nevralgia facial ,
tysica , amaurose, pa-
ralysia, nas febres exan-
thematicas, taes como
sarampos , escarlatina ,
cataporas, bexigas, ery-
sipelas, etc. O aconito
possue a propriedade
Fig. 8. - Aconito . de supprimir à exhala-
ção sanguinea na dy-
senteria, e é aconselhado com proveito nesta ultima
molestia. Exerce sua acção sobre o systema nervoso,
e obra tambem como sudorifico e diuretico . A planta
fresca é muito mais activa do que a secca.
Eis aqui os phenomenos observados por Matthioli,
pela acção de 2 oitavas de aconito, em quatro con-
damnados á morte : entorpecimento da lingua, suores
ACONITO . 95
geraes, pallidez, dilatação da pupilia, peso de cabeça ,
vertigem, salivação, frio no espinhaço, escurecimento
da vista, ourinas copiosas, vomitos, evacuoções alvi-
nas involuntarias, nodoas vermelhas no corpo, fra-
queza, convulsões, paralysia, pulso fraco, e final-
mente a morte ao cabo de tres horas.
Segundo Giacomini o aconito é um remedio hy-
posthenisante vascular.
INTERIORMENTE . Pó (quasi inerte ) 2 a 24 grãos .
Infusão. Aconito 9 grãos, agua fervendo 3 onças ;
ponha de infusão e côe. Dá-se por colhéres ; uma
colher de hora em hora . Extracto preparado com
o succo não depurado (boa preparação ), 4 a 6 grãos .
Extracto alcoolico, 1/2 a 2 grãos . Tintura alcoolica
preparada com a planta secca (má preparação ),
10 a 30 gottas em poção. Tintura alcoolica pre-
parada com a planta fresca ( boa preparação) 5 a
45 gottas é mais progressivamente em poção. Tin-
turas ethereas . As mesmas dóses.
Pilulas de aconito (Biett) .
Extracto alcoolico de aconito 36 grãos
Pós de althéa q . s.
F. 48 pilulas. Cada uma contém 3/4 de grão de
extracto de aconito . D. 1 a 2 de manhãa e de tarde
nas dores esteocopas .
Pilulas anti-rheumaticas de Stoll.
Extracto alcoolico de aconito
Enxofre dourado de antimonio aná 36 grãos
Xarope de gomma q. s.
F. 36 pilulas. D. 2 a 6 por dia.
Poção de aconito contra a dysenteria ( Marbot ) .
Extracto alcoolico de aconito 2 grãos
Agua 3 onças .
D. Uma colher de sopa, de 2 em 2 horas.
ACONITINA (Aconitine, fr. ) . Principio activo de
aconito . Eis aqui como se extrahe este alcali vege-
tal, segundo a Pharmacopéa Londinense. Tome raiz
de aconito secca e contusa 24 onças, espirito de
vinho rectificado 384 onças, acido sulfurico diluido,
ammoniaco liquido e carvão animal purificado aná
q. s. Ferva por uma hora o aconito com 132 on-
ças de espirito n'uma retorta , á qual se adapta
96 ACONITO .
um recipiente. Decante o liquido , torne a ferver o
residuo com 132 onças de espirito e com o espi-
rito que acabou de ser distillado , para decantar
o liquido. Repita esta operação pela terceira vez com
120 onças restantes de espirito, e com o espirito
distillado ; esprema então o aconito, e depois de
misturados filtrados todos os licores, distille o
espirito ; evapore o residuo até à consistencia ex-
tractiva ; dissolva este extracto em agua e filtre. Eva-
pore o licor a um brando calor, até á consistencia
quasi de xarope, ajunte-lhe então uma mistura de
acido sulfurico diluido e de agua distillada em
quantidade sufficiente para dissolver a aconitina .
Então deite por
gottas o ammo-
niaco no licor, e
dissolva a aco-
nitina que se
precipita no aci-
do sulfurico di-
luido e mistu-
rado , como da
primeira vez ,
com agua . De-
pois ajunte o
carvão animal ,
mexendo de vez
em quando por
um quarto de
hora . Emfim ,
filtre , torne a
deitar no licor
ammoniaco por
gottas, para pre-
cipitar a aconi-
tina , que é preci-
Fig. 9. Açofeifeira . so lavareseccar.
Gottas de aconitina (Turnbull ) .
Aconitina 18 grãos
Alcool rectificado 2 oitavas.
Dissolva. Esta preparação emprega-se com pro-
veito na surdez e nas dores de ouvido . Exige
AGRIÃO DO PARÁ. 97
muita cautela. Com 40 a 15 gottas fazem-se fricções
detrás da orelha, duas vezes por dia, ou molha-se
algodão na quantidade de 10 a 15 gottas e intro-
duz-se no conducto auditivo .
AÇOFEIFA (Jujube, fr.) . Fructo da Açofeifeira ou
maceira de anafega, Rhamnus zizyphus, L., arbusto
de 15 a 20 pés, originario do Egypto, d'onde foi
transportado para a Europa meridional ; em Portugal
cultiva-se no Algarve. Fig. 9. Este fructo é ovoïde,
carnoso, do tamanho de uma azeitona ; polpa sacca-
rina, um tanto vinosa ; contém um caroço com dous
repartimentos.
As açofeifas são estimadas como emollientes ; en-
trão na composição dos fructos peitoraes . Fazem-se
com ellas cozimentos mucilaginosos ; a dóse é de
6 oitavas para ter 12 onças de decocto . Preparão - se
tambem com açofeifas pastas peitoraes , que servem
contra a tosse.
AGRIAO ORDINARIO (Cresson , fr. ) . Sisym-
brium nasturtium, L. Planta mui commum na Eu-
ropa acha-se nos prados, é cultivada no Brasil .
Caule reptante, de um pé de comprimento, folhas
quasi cordiformes ; flores brancas ; sabor picante,
sub-amargo ; cheiro quasi nullo . P. us. Folhas e
caules .
Estimulante . Come-se em salada, e é aconselhado
nas affecções anti-scorbuticas, e molestias de pelle .
INTERIORMENTE . Infusão, Agrião 1 1/2 oit . , agua
fervendo 16 onças . Sumo espresso, 2 a 4 onças .
Xarope, meia a 2 onças. Extracto, meia a 14 oitava.
AGRIAO DO PARÁ (Cresson de Pará, fr . ) . Spi-
lanthus oleracea , L. Esta planta, originaria do
Brasil, é cultivada em algumas hortas da Europa .
Fig. 10. O seu caule, de um pé de altura, é tenro,
succulento, guarnecido de folhas cordiformes, obtu-
sas, dentadas e oppostas ; flores amarellas ; sabor
acre . P. us. Toda a planta.
Excitante, antiscorbutico.
INTERIORMENTE . Infusão . Agrião 1 1/2 oit. , agua
fervendo 46 onças.
Tintura (Agrião do Pará, 4 p.; alcool a 35° 2 p.;
6
98 AGUA.
macere por quinze dias, esprema e côe) , D. 2 a
4 oitavas em 12 onças de infusão de almeirão .
Xarope (Béral) . Xarope simples, 16 p.; tintura
de agrião do Pará,
2p. Misture em uma
escudella de prata ;
evapore todo o al-
cool, retire do fogo,
e deixe esfriar) . D.
Meia a 4 onça em
vehiculoconvenien-
te , como tonico e
antiscorbutico .
EXTERIORMENTE .
Tintura , 4 colher
n'um copo d'agua,
para gargarejo.
Paraguay- Roux
(Folhas e flores de
inula bifrons, 4 p.;
flôres de agrião do
Pará , 4 p .; raiz de
pyrethro , 1 p.; al-
cool a 33°, 8 p. Ma-
cere por 45 dias ,
Fig. 10. Agrião do Pará .
esprema e côe) . Re-
medio proposto contra as dores de dentes. Para este
fim humedece-se um pouco de algodão com este liqui-
do, que se introduz na cavidade do dente cariado .
Mas as virtudes attribuidas ao Paraguay- Roux são
mui duvidosas .
AGRIMONIA (Aigremoine, fr. ) . Agrimonia eu-
patoria, L. Planta que habita nos prados e beiras
dos caminhos da Europa . Caule hirsuto, folhas denta-
das, flores amarellas ; sabor amargo, adstringente .
P. us. Toda a planta.
Adstringente, mas pouco energico ; sua infusão
emprega-se só em gargarejos nas esquinencias chro-
nicas ; e prepara-se com 2 oitavas de planta e 12 on-
ças d'agua fervendo .
AGUA. A agua é um medicamento frequente-
mente empregado no tratamento das molestias . A
AGUAS MINERAES . 99
agua fria estimula, fortifica ; a agua morna relaxa ;
a agua quente produz a rubefacção e a queima-
dura. As fomentações d'agua fria são mui uteis nas
contusões , torceduras , inflammações do cerebro,
ophthalmias, hemorrhagias, queimaduras, e em mui-
tos outros casos ; a agua morna é empregada como
emolliente ; a agua fervendo occasiona instantanea-
mente vesicação da pelle, e póde substituir as can-
tharidas, quando é necessario obrar com prompti-
dão, como por exemplo nas asphyxias .
Agua de Colonia. V. Receitas diversas.
Agua de Labarraque. V. Chlorureto de soda.
Agua de louro-cerejo . V. Lourocerejo, e para a
sua preparação veja-se p. 13.
AGUA DO MAR. Contém acido carbonico e mui-
tos saes, taes como o chlorureto de sodio , de potas-
sio, de magnesio ; os ioduretos e os bromuretos das
mesmas bases os sulfatos de soda e de magnesia.
Administrada interiormente é um purgante, mas
raramente empregada como tal . É pelo contrario
frequentemente usada como tonico nas flores bran-
cas, escrophulas , engurgitamento dos ganglios me-
sentericos, ulceras escorbuticas, dyspepsia, affecções
do figado, etc. Os banhos de mar podem ser appli-
cados no tratamento de diversas molestias, que são
caracterisadas pela fraqueza e inercia dos orgãos .
INTERIORMENTE. 4 a 12 onças por dia.
EXTERIORMENTE . Em banhos, por espaço de cinco
a quinze minutos (banhos frios) , ou de meia hora
(banhos quentes) . Os primeiros são tonicos , os se-
gundos excitantes.
Agua de mel . Cosmetico. V. Receitas diversas .
AGUAS MINERAES. Designão - se com este
nome todas as aguas que contém substancias estra-
nhas á sua natural composição , e em quantidade tal,
que podem exercer na economia uma acção especial,
e dependente da natureza destas substancias e de
suas proporções. Existem em grande numero na na-
tureza, e a arte imita algumas dellas com bom resul-
tado . As primeiras chamão- se naturaes , as segundas
artificiaes. Atemperatura destas aguas varía muito :
umas são frias, outras quentes ou thermaes . Cha-
100 AGUAS MINERAES.
mão-se frias , quando a sua temperatura é inferior á
do ar ambiente ; são quentes quando a sua tempe-
ratura excede 20º R.; algumas tem 40° e até 60º. As
substancias que se encontrão nas aguas mineraes
são gazes, acidos, oxydos, saes e materias organicas .
Todas as aguas forão divididas nas cinco classes
abaixo indicadas , conforme tal ou tal substancia pre-
domina nellas e lhes dá uma propriedade particular.
As aguas mineraes naturaes constituem uma classe
importante de medicamentos . Da difficuldade de ob-
tê- las, e da possibilidade de se corromperem nos
depositos, veio a idéa de reproduzi-las artificial-
mente. Mas o estado actual da sciencia não permitte
chegar a uma imitação fiel da agua da maior parte
das fontes naturaes não devem por conseguinte ser
consideradas as formulas como reproducção exacta
das aguas naturaes . Entretanto, sendo as aguas arti-
ficiaes do dominio da materia medica, e prestando
ellas bastante serviço á arte de curar, vão indicadas
aqui segundo o Codigo francez certas formulas nas
quaes se achão comprehendidas as principaes varie-
dades dos principios que entrão na composição das
aguas mineraes .
I. AGUAS ACIDULAS GAZOSAS . São as em que
prodomina o gaz acido carbonico . Conhecem-se pelo
sabor acidulo, picante e agradavel, desenvolvem
muitas bolhas pela agitação como vinho de Cham-
panha, mudão em vermelho as cores azues vegetaes ,
formão com agua de cal um precipitado branco .
Contém materias salinas de natureza variavel , mas
em proporções moderadas ; o ferro póde encontrar-se
nellas, mas pouco abundante. A sua temperatura é
fria ou quente ; as suas propriedades excitantes e
diureticas . Empregão -se nas gastralgias, debilidade
dos orgãos digestivos, amenorrhéa, chlorose, hy-
pochondria, vomitos espasmodicos , affecções ner-
vosas, etc.
INTERIORMENTE. As aguas frias 10 a 32 onças
por dia.
EXTERIORMENTE . As aguas quentes em banhos,
nas affecções cutaneas , rheumatismaes, gôta , tumores
brancos, etc.
AGUAS MINERAES. 404
A principal agua gazosa do Brasil é a agua Vir-
tuosa da Campanha, chamada tambem Agua Santa.
Acha-se na provincia de Minas Geraes, a sessenta
leguas da Corte do Rio de Janeiro , e tres da cidade
da Campanha . Quando se acha em garrafa bem ta-
pada, espuma e faz effervescencia ao destapar.
Existem tambem na provincia de Pernambuco al-
gumas fontes em Pajehú de Flores .
As aguas acidulas gazosas da Europa mais im-
portantes são, entre as aguas thermaes, as de Mont-
Dore em França , de Baden na Suissa, Bristol em
Inglaterra , Toeplitz na Bohemia , Lucca na Ita-
lia, etc .; e entre as frias : as de Seltz ou Selters no
ducado de Nassau em Allemanha .
Agua gazosa simples. Agua pura 4 volume ; gaz
acido carbonico , 5 volumes . Carrega-se a agua com
o acido carbonico por meio de um apparelho de
compressão, e divide-se a dissolução gazosa em gar-
rafas de uma capacidade de 20 onças, que se tapão
hermeticamente e se guardão em lugar fresco. Dei-
tando 3 onças de xarope de limão em cada garrafa
antes de enchê-la com agua saturada de gaz carbo-
nico, obtem-se uma bebida mui agradavel, que tem
o nome de limonada gazosa . Variando a natureza
dos xaropes, póde-se preparar á vontade um grande
numero de bebidas acidas e doces.
Agua de Seltz artificial. Cod . fr.: Chlorureto de
calcio 6 grãos, chlorureto de magnesio 5 grãos, chlo-
rureto de sodio 20 grãos , carbonato de soda 16 grãos ,
phosphato de soda 4 4/3 grão, sulfato de soda 1 grão ,
agua 20 onças, acido carbonico 5 volumes.
Faça dissolver na agua de uma parte os saes de
soda, e de outra os chloruretos ; misture os liquidos
e sature-os de acido carbonico ; deite a agua salina
gazosa que resultar desta operação em garrafas , que
devem ser tapadas immediamente.
Dóse. 20 a 40 onças por dia.
Nota. Quasi toda a agua de Seltz que se serve nas
mesas não é senão a agua gazosa simples .
Pós para agua de Seltz.
Bicarbonato de soda 2 oitavas
Acido citrico cristallisado 2 1/2 oitavas
6.
402 AGUAS MINERAES .
Introduza n'uma garrafa cheia d'agua, e tape logo .
II. AGUAS ALCĂLINAS . São ricas em bicarbo-
nato de soda tem um sabor amargo, ourinoso : es-
pumão levemente por conterem um pouco de acido
carbonico ; enverdecem a tintura de violas ; preci-
pitão em branco os saes de cal ; além disso, fazem
effervescencia quando se lhes ajunta um acido. As
aguas alcalinas modificão e economia de uma maneira
poderosa ; a saliva , a urina e outras secreções acidas
tornão-se alcalinas . São recommandadas para dissol-
ver as pedras da bexiga formadas pelo acido urico ;
são de uma incontestavel utilidade na gôta, areas ,
gastralgia, azias, etc.
INTERIORMENTE . 12 a 32 onças em jejum.
EXTERIORMENTE . Em banhos e emborcações .
As principaes aguas alcalinas são as de Vichy e de
Plombières em França , e as de Carlsbud na Bohemia.
Agua de Vichy artificial. Cod . fr.: Carbonato de
soda 126 grãos, chlorureto de sodio 1/3 de grão ,
chlorureto de calcio 11 grãos , sulfato de soda
6 grãos, sulfato de magnesia 3 grãos, sulfato de ferro
4/3 de grão , agua privada de ar 20 onças, gaz acido
carbonico 3 1/2 volumes.
Faça uma dissolução dos saes de soda , uma outra
de sulfato de magnesia ; uma terceira de chlorureto
de calcio ; misture todos estes liquidos e sature-os
com o acido carbonico ; deite a agua salina gazosa
que resultar destas operações em garrafas , nas quaes
se tenha introduzido previamente o sulfato de ferro
dissolvido n'uma pequena quantidade d'agua .
De 20 a 40 onças por dia.
Aqui devemos mencionar as aguas thermaes de
Caldas Novas (Brasil, comarca de Santa-Cruz, pro-
vincia de Goyaz) . Estas aguas forão examinadas em
4842 pelo Dr. Faivre, e chamadas por elle Aguas ther-
maes alcalinas azotadas . Contém gaz azoto, acidos
chlorico , carbonico e silicico ; e as bases potassa,
soda, cal, magnesia, alumina ; tudo em mui pequena
quantidade. Estas aguas sahem de doze lugares dif-
ferentes sua temperatura varía desde 34° cent. até H
40° cent. A agua destas fontes é limpida, sem côr ,
sem cheiro nem sabor apreciaveis . O resfriamento e
AGUAS MINERAES . 403
o repouso de muitos dias não produzem deposito
algum . Seu peso especifico é de 1,003 . Dous litros,
isto é, 64 onças desta agua evaporada até á seccura
tem dado um residuo de tres grãos de peso . Estas
aguas gozão de uma grande reputação no Brasil,
como mui efficazes contra a morphéa. Mas, segundo
o Dr. Faivre, não se póde citar nem um só facto de
cura, e a mortandade que se observa por anno nestas
Caldas é maior do que a quinta parte dos doentes
que se dirigem a este lugar de varias partes do Brasil.
III. AGUAS FERREAS . As aguas ferreas, mar-
ciaes ou chalybeadas , são as que contém sufficiente
quantidade de ferro , para que este metal seja sensi-
vel ao gosto e apreciavel á analyse . Ao sahir da
fonte, são, pela maior parte, limpidas, inodoras, de
sabor estyptico um pouco semelhante ao da tinta de
escrever, Expostas ao contacto do ar , apresentão na
superficie uma pellicula ferruginea avermelhada, ou
iriada, e depôem, debaixo da forma de frocos amarel-
lados, uma certa quantidade de protoxydo de ferro :
fazem-se negras com a addição de infusão de noz de
galha, até mesmo com o chá da India ; são minerali-
sadas pelo subcarbonato ou sulfato de ferro ; e con-
tém além deste metal , saes de soda, de cal, de ma-
gnesia, manganez, etc. São frias ou quentes ; gozão
de propriedades tonicas, e convêm em todas as mo-
lestias caracterisadas pela debilidade, como chlorose,
leucorrhéa, amenorrhea, tremor dos membros, escro-
phulas, convalescenças, etc.
INTERIORMENTE . Costumão tomar-se pela manhãa
em jejum, na dóse de 1 a 3 copos de seis onças
cada um.
EXTERIORMENTE . Administrão-se em banhos .
As aguas ferreas do Brasil mais conhecidas são :
Agua de Matacavallos (cidade do Rio de Janeiro) .
É limpida ao sahir da fonte, alguns minutos depois
turva-se adquirindo uma cor branca amarellada , e
depois amarella avermelhada ; sabor desagradavel,
ferruginoso e levemente adstringente ; temperatura
menor do que a do ar ambiente. Tendo observado
esta temperatura no dia 16 de dezembro de 1843,
achei 19 1/2 de R. , quando no ar o thermometro
404 AGUAS MINERAES .
marcava 23º. Segundo a analyse feita pela Sr. Dr. An-
tonio Maria de Miranda e Castro, quatro libras desta
agua contém :
Acido carbonico 0,8460 de grão .
Chlorureto de calcio >>
Chlorureto de sodio juntos 0,4580
Sulfato de cal >>
Sulfato de magnesia juntos 0,5440
Proto-carbonato de ferro 2,2305 grãos.
Silica quant. indeterm .
Agua do Andarahy ( municipio do Rio de Ja-
neiro) . Transparente ; sabor styptico e metallico ; sem
cheiro ; temperatura 19º 1/2 R. , sendo a temperatura
atmospherica na occasião da experiencia 20° 1/2 R.
Quatro libras d'agua contém, segundo a analyse do
Sr. Dr. A. M. de Miranda e Castro :
Acido carbonico 0,7022 de grão .
Chlorureto de calcio 0,0625 >>
Proto-carbonato de ferro 4,8543 >>
Silica quant. indeterm .
Agua das Larangeiras (municipio do Rio de Ja-
neiro) . Sem côr, transparente , sem cheiro, sabor
styptico, pouco sensivel, temperatura 18° 1/2 R. ,
quando a temperatura do ar atmospherico era 24º¸R.
Ó Sr. Dr. Miranda e Castro achou em 4 libras d'agua :
Acido carbonico 0,1057 de grão.
Chlorureto de calcio quant . indeterm .
Proto-carbonato de ferro 0,2787 de grão .
Silica quant. indeterm .
Agua da rua de Silva Manoel (cidade do Rio de
Janeiro ) . Tem os mesmos caracteres physicos que a
de Matacavallos, com a differença de ter um sabor
muito menos styptico . Sua composição chimica , em
4 libras d'agua, segundo o Sr. Dr. Miranda e Castro :
Acido carbonico 0,4945 de grão.
Chlorureto de calcio t . indeterm .
quan
Sulfato de cal
Proto-carbonato de ferro 0,5376 de grão .
Silica quant. indeterm ,
Agua da Lagoa de Rodrigo de Freitas (munici-
pio do Rio de Janeiro) . Eis-aqui a sua composição
AGUAS MINERAES . 405
chimica, determinada pelo Sr. Dr. Miranda e Castro
em 4 libras d'agua :
Acido carbonico 0,5626 de grão .
Chlorureto de calcio quant. indeterm .
Proto-carbonato de ferro 4,4833 de grão .
Silica quant. indeterm .
Na provincia do Rio de Janeiro onze fontes de
aguas ferreas, observadas em 1844 e sitas nos se-
guintes lugares : Nichteroy, morro de S. Lourenço .
Na mesma cidade, chacara do fallecido Exmo Sr.
José Caetano de Andrade Pinto . - Freguezia de
S. Gonçalo, situação do Sr. Justino de Vargas e Faria .
Freguezia do Sr. vigario Joaquim Pereira de Es-
cobar, nas circumvizinhanças da villa de Rezende.
- Villa de Iguassú, terras do fallecido Sr. Januario
Fernandes Alves . Fazenda do Exmo marechal Ge-
nelli , uma legua distante da precedente villa.
Fazenda do Sr. Antonio Avelino Damasceno , arredada
duas leguas da mesma villa . -— Serra de Santa Anna ,
fazenda denominada Piedade . - Freguezia do Paty
do Alferes, fazenda do Sr. José Maria Guadalupe .
Cume da Serra denominada Botaes, terras do
Emo marquez de S. João Marcos . Parahyba do Sul ,
fazenda intitulada Boa Vista .
Na provincia de Minas Geraes : Meio quarto
de legua da cidade de Ouro Preto , onde existe uma
fonte publica. Morro de Santa Anna, um quario
de legua da cidade de Marianna . - Pitangui, fazenda
de Sr. Joaquim Cordeiro Valladares. — Serra da Boa
Morte, tres leguas distante de Congonhas do Campo .
- Rio Verde junto à sua margem. - Serra do Ca-
raça, fazenda dos clerigos da Congregação da Mis-
são de S. Vicente de Paula. - Cidade Diamantina
do Serro. (Observações feitas em 1844.)
Na provincia de Pernambuco cinco fontes tres
nas circumvizinhanças da cidade de Olinda ; - uma
em Epipuncas ; - e uma em Morteiros, lugares
proximos á cidade do Recife .
No Maranhão : varias fontes nas circumvizinhan-
ças da cidade.
Na provincia do Piauhy : municipios Principe
Imperial e Paranaguá.
406 AGUAS MINERAES .
Na provincia do Espirito Santo , terras do
Sr. Francisco Pinto Homem de Azevedo.
Na provincia de S. Paulo, ao sul da cidade de
Santos, na base do monte denominado Monserrate.
Nos confins das provincias de Minas e de S. Paulo,
a dous dias de viagem de Mogymirim .
As principaes aguas ferreas da Europa são :
As que são mineralisadas pelo carbonato de ferro :
Bagnères de Bigorre ( França ) , Bussang (Fr. ) , Bus-
signargues (Fr.) , Bath ( Inglaterra) , Bourbon l'Ar-
chambault (Fr.) , Chateldon (Fr. ) , Chaudebourg
(Fr.) , Cheltenham ( Ing . ) , Contrexeville (Fr. ) , For-
ges (Fr. ), Godelheim (Westphalia) , Lichtenstein
(Saxonia), Luisenbad (Pomerania) , Mont-Dor (Fr. ) ,
Pyrmont (Westphalia), Rennes ( Fr. ) , Salerno (Na-
poles ) , Spa (Belgica ), Toeplitz (Bohemia) , etc.
As que são mineralisadas pelo sulfato de ferro :
as da Cabeça de Mont'achique , denominadas Mina-
Nova (Portugal) , Camara (Portugal) , Alais (Fr.) ,
Passy ( Fr. ) , Pisciarelli (Napoles ) , Bonneby (Sue-
cia ) , etc.
A Cabeça de Mont'achique é perto de Lisboa. A
vertente, chamada Mina-Nova, fornece uma agua
ligeiramente amarellada, transparente, com sabor
ferreo e levemente adstringente , cuja temperatura
media, no estio, achada em differentes horas do dia ,
é de 18,44 centigr. , estando a do ar ambiente
a + 20,67 centigr. Um litro desta agua, á tempera-
tura media de + 20° do thermometro centigrado , e
á pressão atmospherica de 76 centimetros do baro-
metro, contém, segundo a analyse feita e publicada
pela Sociedade Pharmaceutica Lusitana, no seu Jor-
nal (Tomo II, p. 674) :
Gaz oxygeneo 6 cent. cub.
Gaz azoto 14 cent. cub .
Chlorureto de calcio 0,048 gramma.
Sulfato de protoxydo de ferro 0,135 >>
Sulfato de protoxydo de calcio 0,330 >>
Sulfato de oxydo de aluminio 0,047 >>
A agua da Camara, distante duas leguas de Lis-
boa , é limpida, com sabor ferreo levemente acido .
A sua temperatura media , achada em as differentes
AGUAS MINERAES . 407
horas do dia, no estio , é de + 48°, 56 centigr., es-
tando a do ar ambiente a + 20°, 89 centigr . Um litro
desta agua, na temperatura media de + 20 do ther-
mometro centigrado , e pressão barometrica de
76 centimetros contém (veja-se Jornal da Sociedade
pharmaceutica Lusit., t. II , p . 675 ) :
Gaz oxygeneo 6 cent. cub.
Gaz acido carbonico livre 2 cent. cub.
Gaz azoto 46 cent. cub.
Chlorureto de calcio 0,030 gramma.
Sulfato de sesqui-oxydo de ferro 0,245 >>>>
Sulfato de protoxydo de calcio 0,710 >>
Sulfato de protoxydo de magnesio 0,015 >>
Pós para agua ferrea (Colombat) .
Sulfato de ferro 36 grãos .
Acido tartarico 1 1/2 oitava
Assucar 3 oitavas.
M. e divida em 12 papeis rotulados Nº 4. De outra
parte
Bicarbonato de soda 2 oitavas
Assucar 3 oitavas.
M. e divida em 12 papeis rotulados N° 2. Dissolva
um papel de cada numero em uma pouca d'agua ,
reuna os liquidos, e beba promptamente durante a
effervescencia. D. 4 a 2 papeis de cada numero por
dia. Chlorose.
IV. AGUAS SALINAS . Assim se chamão as aguas
mineraes que, não sendo nem sulfurosas, nem fer-
reas, nem acidulas, nem alcalinas, tem por principios
predominantes alguns saes. O seu sabor é fresco ,
amargo ou picante ; a sua temperatura fria ou quente.
Contém chloruretos de sodio , calcio e magnesio , sul-
fato de soda, carbonatos alcalinos, silica, vestigios
de ferro, sulfato de alumina, ioduretos, bromuretos,
acido carbonico, e ás vezes hydro-sulfurico . Muitas
são purgativas d'aquellas que contém saes em bas-
tante proporção ; as outras são diureticas . Em bebida
são uteis na ictericia, nos calculos biliares, catarrho
vesical, suppressão dos menstruos , molestias escro-
phulosas, leucorrhéas, affecções nervosas, gastrites
chronicas. Em banhos são recommandadas nas para-
lysias, mesmo naquellas que são a consequencia de
408 AGUAS MINERAES.
uma apoplexia, nos dartros, nas contracções muscu-
losas , nos rheumatismos chronicos, e em muitas mo-
lestias caracterisadas pela debilidade geral .
INTERIORMENTE. Como purgantes 4 a 48 onças
conforme a proporção dos saes que a agua contém.
Como alterantes 2 a 6 onças por dia.
EXTERIORMENTE , em banhos, emborcações , etc.
A agua mineral salina por excellencia é a agua do
mar ( veja-se pag. 99) .
As aguas mineraes salinas do Brasil que são mais
conhecidas são as da comarca de Itapicuru , distante
44 legoas da cidade da Bahia. As vertentes destas
aguas se achão collocadas irregularmente pela mar-
gem do rio Ita picurú , em uma extensão de quasi
14 legoas, e apresentão uma temperatura superior å
do ar ambiente . Os Srs. Dr. Eduardo Ferreira França,
Dr. Ignacio Moreira do Passo, e Manoel Rodrigues
da Sylva, analysárão tres principaes vertentes destas
aguas, e publicárão o resultado do seu trabalho no
Commercio, jornal da Bahia ( anno de 1843 , nºs 445
e 116 ) o que precede e o que segue é extrahido
desta publicação.
Vertente da mãi d'agua do Sipó, distante da
villa de Soure 3 a 4 legoas , 10 a 14 metros da mar-
gem direita da rio Itapicurú . Esta agua é sem còr
nem cheiro ; tem um sabor salino ; sua temperatura
é 34 ° R.; sahe della continuadamente uma multidão
de bolhas de gaz , que se reconheceu ser o ar atmo-
spherico. Cinco litros ( 160 onças ) d'agua mineral
contém em solução os corpos seguintes :
Grammas.
Chlorureto de sodio 4.237 ou 1 oit. e 5 grãos .
Chlorureto de calcio 0,450
Chlorureto de magnesio 0,217
Sulfato de soda 0,045
Bicarbonato de soda 0,348
Carbonato de cal 0,095
Carbonato de magnesia 0,120
Acido silicico 0,456
Peroxydo de ferro 0,085
Perda 0,508
5,964 ou 4 oit. e 37 grãos .
AGUAS MINERAES . 109
Vertente de Mosquete, 5 legoas distante da villa
da Missão da Saude, ao lado esquerdo do rio Itapi-
curú. A agua é limpida e transparente, sem cheiro;
nenhum sabor ; a sua temperatura é de 29 ° R.- Dez
litros ( 320 onças ) desta agua contém :
Grammas.
Chlorureto de sodio 0,584 ou 40 grãos .
Acido silicico 0,480
Sulfato de soda 0,045
Carbonato de cal 0,264
Carbonato de magnesia 0,260
Perda 0,237
4,540 ou 28 grãos .
Vertente da villa do Itapicurú , outr'ora Missão
da Saude, distante um quarto de legoa da villa do Ita-
picurú. A agua é limpida e transparente ; sem cheiro ;
com sabor ligeiramente salino ; a sua temperatura
de 25° R. Cinco litros (160 onças) desta agua contém :
Grammas.
Chlorureto de sodio 0,935 ou 17 grãos
Chlorureto de magnesio 0,152
Acido silicico 0,036
Sulfato de soda 0,024
Carbonato de cal 0,214
Carbonato de magnesia 0,450
Peroxydo de ferro 0,000 vestigios
Materia organica destruida
Perda 0,206
1,744 ou 34 grãos.
Além destas aguas ha na comarca do Itapicurú
outras, mas menos importantes , cujas vertentes são
denominadas Rio Quente , Ferventinho do Sabiá ,
Talhado, Olho d'agua, e Fonte da Lage, que todas
são mais ou menos quentes. Contém quasi os mesmos
corpos ; porém em mui pequena quantidade.
As aguas mineraes salinas de Portugal são :
Estoril ou Cascaes, distante 4 legoas de Lisboa ,
450 passos do mar . A agua é sem cheiro , transpa-
rente, de sabor salino , macia e unctuosa ao tacto,
não dissolve o sabão, não coze os legumes ; sua tem-
peratura é de 22º a 19º + O Réaumur. Eis aqui a sua
7
440 AGUAS MINERAES.
analyse feita pelos Srs . José Dionisio Corrêa, e Fran-
cisco Mendes Cardoso Leal Junior, publicada no Jor-
nal das Sciencias medicas de Lisboa , anno de 1835 ,
tomo II , pag. 217.
Cinco kilogrammas d'agua contém :
Gaz acido carbonico 12 centim. cub.
Ar atmospherico 408 >>>
(A temperatura 43 1/5º Réaumur e á pressão de
764, 53 millimetros. )
Chlorureto de sodio 14,429 grammas
Chlorureto de calcio 0,7 >>>
Chlorureto de magnesio 4,89 >>
Carbonato de cal 0,98 >>
Carbonato de magnesia 0,5 >>
Sulfato de cal 4,02 »
Sulfato de magnesia 1,39 »
Silica 0,2 >>
Oxydo de ferro 0,2 >>
Materia organica 0,1 >>
Substancia gorda 0,04 >>
As aguas mineraes salinas principaes nas outras
partes da Europa são : as d'Aix ( França ) , Bains (Fr. ) ,
Epsom ( Inglaterra ) , Lovesche ( Suissa ) , Balaruc
(Fr. ) , Lucca (Italia) , Marienbad ( Bohemia), Chelten-
ham ( Ingl . ) , Egra ( Bohemia ) , Pulna ( Suecia ),
Seidschutz ( Bohemia ) , Sedlitz ( Bohemia ) , etc.
Agua de Sedlitz artificial ( Cod . fr.) .
Sufato de magnesia 4 onça
Agua pura 20 onças
Gaz acido carbonico 3 volumes
Dissolva o sulfato de magnesia na agua, incorpore
o acido carbonico por meio de apparelho de com-
pressão e engarrafe . D. 20 onças como purgante.
V. AGUAS SULFUROSAS. As aguas sulfurosas,
chamadas tambem hepaticas, tem o cheiro de ovos
podres , são limpidas , macias e unctuosas ao tacto ,
de sabor salgado mui desagradavel ; a sua tempera-
tura é ora fria, ora quente de 17° a 60º + O Réaum . ) ,
porém o mais ordinariamente quente, e os seus prin-
cipios mineralisadores são o hydrogeneo sulfureo, os
sulfuretos, os hydrosulfatos, etc .; dão um precipitado
negro com as soluções de chumbo , de prata , e um
AGUAS MINERAES. 444
precipitado amarello com a solução do tartaro eme-
tico. As aguas sulfurosas exercem uma acção par-
ticular sobre o systema cutaneo e lymphatico ; são
empregadas, tanto interior como exteriormente, nas
molestias da pelle, nos catarrhos pulmonares e vesi-
caes , escrophulas, engorgitamentos das glandulas
lymphaticas, rheumatismos chronicos, gota , paralysia,
ankylose , etc.
INTERIORMENTE 12 a 24 onças por dia.
EXTERIORMENTE , em banhos , lavatorios , etc.
As aguas sulfurosas brasileiras mais conhecidas
são : Quentes na provincia de Minas Geraes quatro
fontes tres na fazenda do Sr. Joaquim Bernardes da
Costa Junqueira, a seis legoas da villa de Caldas,
com 35º R. de temperatura; e uma na margem direita
do Rio Verde . No Rio Grande do Norte, a fonte Ap-
pody. Frias : na provincia de Goyaz muitas fontes no
arrayal de S. Domingos do Araxá ; e em Minas Geraes
algumas fontes na margem do Rio Verde, uma legoa
distante da villa de Caldas. ( Observações feitas em
1844 ).
As aguas sulfureas de Portugal são :
Agua que borbulha junto ao Caes da Areia , na
Praça do Commercio de Lisboa. É transparente com
cheiro de ovos podres, sabor salino è levemente
amargo, temperatura na nascente +12 4/5° R. , sendo
a do ar ambiente + 131/5° R. Segundo a analyse pu-
blicada pela Sociedade Pharmaceutica de Lisboa, no
Jornal da mesma Sociedade ( T. I , pag . 24 ) , tres
kilogrammas e meio desta agua sulfurosa contém em
dissolução , á temp . de + 16º R. e á pressão de 780
millimetros.
Gaz acido hydrosulfurico 100 centimetros cubicos
Gaz acido carbonico 260 >>
Gaz azoto 43 >>
Chlorureto magnesico 14,51 grammas
Carbonato calcico 2,00 >>
Acido silicico 0,10 >>
Sulfato calcico 1,70
Sulfato magnesico 2,50 >>
Chlorureto sodico 54,00 >>
Vestigios de materia organica gorda.
142 AGUAS MINERAES .
Caldas da Rainha, distante 14 legoas e meia de
Lisboa. A agua tem sufficiente transparencia , cheiro
sulfureo, sabor um pouco nauseoso ; a temperatura
varía conforme as nascentes , de 26 1 /2º R. a 28 1 /2° R. *
Caldas de S. Pedro do Sul , conhecidas tambem
pelos nomes de Caldas de Lafões e Caldas doBanho,
situadas na villa do Banho , distante de S. Pedro do
Sul meia legoa, e de Vizeu tres legoas, na raiz do
monte Lafão. A temperatura da agua na bocca da
nascente é de 54 1 /5° R. , sendo a da atmosphera ga-
zosa na arêa da nascente 23 2/5º R.; é a agua mais
quente de todas as conhecidas em Portugal. O seu
cheiro é o de ovos podres , o sabor um tanto acidulo
e adstringente, e nauseoso para muitas pessoas ; a
agua é cristallina e transparente , e tem uma appa-
rencia unctuosa como sabão esfregado nas mãos.
As aguas sulfurosas principaes dos outros paizes
da Europa são : Bagnères de Luchon , Barèges ,
Bonnes , Cauterets , Enghien , Saint - Sauveur, em
França ; Caudier, no Piemonte ; Aix-la-Chapelle , na
Prussia; Alcamo, na Sicilia ; Cheltenham , na Ingla-
terra ; Gex , na Suissa ; Bade, na Suabia, etc.
Agua sulfurosa artificial para uso interno . Cod . fr.
Sulfureto de sodio cristallisado
Carbonato de soda cristallisado aná 3 grãos
Chlorureto de sodio
Agua privada de ar 24 onças .
Dissolva e conserve em garrafas bem tapadas. Esta
agua é destinada a substituir as aguas mineraes que
contém sulfureto de sodio , e ordinariamente as aguas
sulfurosas dos Pyreneos , das quaes entretanto ella não
é mais que uma imitação imperfeita . Receita-se in-
differentemente debaixo dos nomes d'agua artificial
de Barèges, de Cauterets , de Saint-Sauveur, etc.
INTERIORMENTE. 12 a 24 onças por dia em bebida.
Agua sulfurosa artificial para uso externo ou
Banho de Barèges artificial sem cheiro. Cod . fr .
Sulfureto de sodio cristallisado 2 onças
Carbonato de soda id . 2 onças
Chlorureto de sodio id.. 2 onças
Agua quente 10 onças
ALCACUS . 143
Dissolva. Este liquido deita-se na agua no momento
de entrar no banho.
Ás cinco classes d'aguas mineraes que acabamos
de enumerar poderião ser addicionadas as denomi-
nadas hydriodicas , e bromicas , mas ainda não estão
bem examinadas e confundem-se com as precedentes .
AIPO ( Céleri , Ache , fr . ) . Apium graveolens .
A raiz desta planta que habita nos lugares pantanosos
da Europa, e que é cultivada nas hortas do Brasil ,
é diuretica , e uma das cinco raizes chamadas ape-
rientes ; a semente do aipo é aromatica , e faz parte
das quatro sementes quentes.
Alambre. Veja Ambar amarello, p. 133 .
ALBUMINA ( Albumine, fr. ) . Principio imme-
diato dos animaes ; constitue quasi totalmente a clara
de ovo. A albumina liquida é viscosa , transparente ;
sem côr ; sendo aquecida, coalha-se . Emprega-se
com mui feliz exito na dysenteria, e para este fim se
administra em bebida e em clysteres. Possue ainda
a propriedade preciosa de decompôr as soluções
metallicas, principalmente as de cobre e de mercu-
rio, e de formar com estes saes novos corpos, que
não tem nenhuma acção nociva sobre a economia ; e
por isso as claras de ovos diluidas em agua são o
antidoto o mais efficaz destas substancias . O uso de
claras de ovos no estado de saude provoca os desejos
amorosos.
Bebida albuminosa (Mondière) .
Agua simples 22 onças
Claras de ovos 4 onças
Bata bem, côe e ajunte :
Xarope simples 2 onças
Agua de flor de laranja 2 oitavas.
D. Uma chicara de duas em duas horas, na dysen-
teria.
Clyster contra a dysenteria.
Decocção de sementes de linhaça 6 onças
Claras de ovo n° 3 .
M. Dão-se tres destes clysteres por dia.
ALCACUS ( Réglisse , fr.) . Glycyrrhiza glabra, L.
Arbusto da Europa . Em Portugal habita nos sitios
um tanto humidos nos arredores de Torres Vedras ,
414 ALCACUS.
nos marechões humidos entre Vallada e Castanheira
e outras partes na Extramadura e Alemtejo, e tam-
bem pelo norte da Beira. Fig. 11. P. us . Raiz. É
Fig. 11 . - Alcaçus.
comprida, da grossura do dedo, rôxa exteriormente ,
amarella no interior , sabor doce, um pouco acre .
Emolliente e diuretico , empregado nas molestias
inflammatorias. Os pós de alcaçus, d'aquelles que são
chamados inertes nas boticas , servem para cobrir as
pilulas. No commercio prepara-se desta raiz um ex-
tracto chamado sumo de alcaçus, que serve para a
composição das massas peitoraes.
INTERIORMENTE . Raiz . Infusão : Raiz de alcaçus
4 oit. , agua fervendo 12 onças. Ponha de infusão e
côe.
ALCATRÃO. 445
Nola. A decocção desenvolve no alcaçus um gosto
acre, e por isso esta raiz nunca deve ser fervida.
Extracto, meia a uma onça e mais dissolvido em
algum cozimento.
Alcali volatil. V. Ammoniaco liquido, p. 137.
Alcanfor . V. Camphora.
ALCARAVIA (Carvi , fr .) . Carum carvi, L. As
sementes desta planta, umas das quatro sementes
quentes maiores, são carminativas, e empregadas
nas flatuosidades e colicas ventosas.
INTERIORMENTE . Pó . 24 gr. até 1 oitava. Infusão :
Alcaravia 1 oit . , agua fervendo 12 onças. Oleo es-
sencial 2 a 6 gottas em poção .
EXTERIORMENTE. Oleo essencial em fricções no
ventre.
ALCATRAO (Goudron , fr .) . É uma mistura de
essencia de terebenthina, de resina, de oleo empy-
reumatico, de carvão e de acido acetico ; que se pre-
para fazendo queimar lentamente , n'uma fornalha
particular, os troncos dos pinheiros que já não dão
terebenthina. É da consistencia de um xarope mui
espesso, de uma côr rôxa preta , e de um cheiro par-
ticular.
Emprega-se interiormente contra as molestias cu-
tan as, os catarrhos vesicaes e pulmonares, escor-
buto, asthma, rheumatismo chronico, etc.; exterior-
mente contra a sarna e outras molestias da pelle .
INTERIORMENTE. 15 a 20 gr. por dia em pilulas.
Agua de alcatrão . ( Alcatrão , 1 onça ; agua ,
32 onças. Macere por 10 dias, mexendo de quando
em quando com uma espatula de páo, e côe. Uma
onça contém quasi 1 grão de alcatrão em solução .)
D. 4 a 5 copos por dia, pura ou misturada com leite,
ou cozimento de althéa, nos catarrhos chronicos .
Póde-se tambem preparar agua de alcatrão em me-
nos tempo , fazendo- se simplesmente ferver meia
onça de alcatrão em 32 onças d'agua e coando-se
liquido.
Xarope de alcatrão. (Alcatrão , 1 p .; agua, 1 p .
Ponha de digestão em banho-maria por 12 horas,
agitando por vezes ; deixe esfriar e côe ; ajunte ao
licòr o duplo do seu peso de assucar, e faça derreter
116 ALCOOL.
a um brando calor. ) D. 3 a 4 colheres de sopa por dia .
EXTERIORMENTE. Em fricções q. b.
Fumigações de alcatrão . Faz -se aquecer uma
onça de alcatrão n'uma libra d'agua, e faz-se entre-
ter tudo no calor da ebullição . O doente affectado do
catarrho pulmonar respira o vapor que sahe do vaso.
Pomada de alcatrão . (Alcatrão e banha aná p. ig .
Derreta e còe por panno de linho . )
Pilulas de alcatrão ( Palietti ) .
Alcatrão
aná 2 oitavas
Balsamo peruviano
Alcaçus pulverisado 1/2 onça .
F. 96 pilulas . Cada uma pesa 6 grãos e contém
4 1/2 gr . de alcatrão. D. 6 duas vezes por dia.
ALCOOL (Alcool, fr .) . Liquido que se obtem pela
fermentação de qualquer vegetal que contenha assu-
car. Chama-se arack, quando é produzido pelo arroz
fermentado ; rhum , aguardente de canna, ou sim-
plesmente caxaça, quando provem da canna de as-
sucar; aguardente de vinho ou espirito de vinho,
quando é extrahido do vinho, etc. O alcool empre-
gado nas boticas é o resultado da distillação do vinho ,
e marca 33 a 36 gráos no areometro de Baumé.
Pelas distillações successivas é privado da agua, e
fica alcool puro, alcool absoluto, marca antão 42º :
mas neste gráo quasi nunca é empregado . A caxaça
mais forte marca 20° a 23º.
Concentrado e administrado em alta dóse, o alcool
produz os mais graves accidentes, taes como a in-
sensibilidade, as convulsões, a difficuldade de respi-
rar, a coma, e ás vezes a morte ; diluido em agua, e
em pequena dóse, obra como excitante do apparelho
cerebral, ou hypersthenisante segundo a expressão
de Giacomini . É então um poderoso remedio sempre
que é preciso excitar as forças da vida, como no typho ,
na cholera-morbus , etc. Exteriormente serve como
rubefaciente quando é concentrado ; e como adstrin-
gente quando diluido em agua . Segundo o Dr Richard ,
uma injecção de uma oitava e meia de alcool a 36º
Baumé é efficaz para curar radicalmente o hydrocele .
INTERIORMENTE . I oitava a 2 onças diluido em
bebidas.
ALFACE BRAVA. 447
EXTERIORMENTE . Em fricções , lavatorios, como
excitante e resolvente.
Ponche.
Infusão de chá da India 8 onças
Aguardente de canna 4 onça
Sumo de limão 4 onça
Assucar 2 onças.
M. D. Por colheres, nas febres graves, convales-
cenças das molestias longas, etc.
ALECRIM ( Romarin , fr. ) . Rosmarinus offici-
nalis , L. Arbusto cultivado nos
jardins , commum no Brasil .e em
Portugal. Fig. 12. Tem dous pés
de altura ; folhas duras , estreitas ,
mui aromaticas ; flôres de côr rôxa
pallida. P. us . Folhas e summi-
dades floridas.
Excitante , empregado na ano-
rexia , digestões difficeis , tosses
humidas , chlorose , escrophulas ,
etc.
INTERIORMENTE . Infusão. Ale-
crim 4 oit ., agua fervendo 12 on-
ças. Alcoolato e vinagre , 1 oit .
até 4.
Essencia, 2 a 12 gottas .
EXTERIORMENTE. Infusão em la-
vatorios , fomentações e banhos ;
2 libras para um banho.
ALECRIM SELVAGEM. Bac-
charis. Arbusto do Brasil. O seu
caule se divide em ramos delgados ,
de côr cinzenta , guarnecidos dé
folhas numerosas, estreitas, lineares, Fig. 12. — Alecrim.
agudas, algumas destas folhas são
oppostas , outras irregularmente espalhadas ; flôres
brancas amarelladas, oppostas, verticilladas na extre-
midade dos ramos ; cheiro aromatico. P. us. Folhas
e flores.
Estimulante,, empregado nos mesmos casos e nas
mesmas doses que o precedente.
ALFACE BRAVA (Laitue sauvage, fr .) . Lactuca
7.
448 ALFAE CULTIVADA.
virosa, L. Esta planta habita nas margens dos ca-
minhos da Europa temperada. Tem 3 a 4 pés de
altura , folhas oblongas, denticuladas, flôres amarel-
las. P. us . Toda a planta.
Narcotico e diuretico ; empregado na hydropisia,
ictericia, angina do peito. Em dose alta produz vo-
mitos, vertigens e os mais accidentes do narcotismo .
INTERIORMENTE, Extracto 2 a 24 gr . e até 1 oitava
progressivamente, em pilulas .
ALFACE CULTIVADA ( Laitue cultivée , fr. ) .
Lactuca sativa capitata , L. Planta cultivada nás
hortas, do Brasil e de Portugal. Apresenta na sua
joven idade uma reunião de folhas arredondadas .
concavas , ondulosas, succulentas , apertadas umas
contra as outras e formando juntas uma cabeça arre-
dondada é nesse estado que é usada em salada nas
mesas. Deixando-se a crescer, produz uma haste de
dous pé de alto , guarnecida de folhas imbricadas , de
mais em mais pequenas, terminada por um corymbo
de flores de um amarello pallido . A haste possue, na
epoca de florescencia, um succo leitoso, branco, de
sabor amargo, cheiro viroso analogo ao opio, que foi
proposto como succedaneo do opio . Este succo, ob-
tido por incisões transversaes feitas na haste, recebeu
o nome de lactucario ; tal como foi preparado por
Aubergier, pharmaceutico em Clermont (em França) ,
para ser entregue ao commercio, apresenta-se de-
baixo da fórma de pães orbiculares achatados, do
peso de tres a oito oitavas, secco , cheiro viroso, sabor
excessivamente amargo , côr rouxa , cubertos ás vezes
de uma efflorescencia esbranquiçada que é a man-
nite. O S Aubergier cultiva para este fim uma es-
pecie de alface chamada gigantesca lactuca altis-
sima, de que obtem o seu lactucario .
O lactucario , goza de propriedades hypnoticas
incontestaveis . É sobretudo empregado com vanta-
jem para acalmar a tosse dos tisicos, nas bronchites ,
insomnias, dores rheumaticas, em todos os casos ,
emfim, nas quaes é necessario produzir um effeito cal-
mante, sem recorrer a um agente tão energico como
o opio . Os medicos , que o tem experimentado, attri-
buem-lhe uma propriedade sedativa pura, entretanto
ALFACE CULTIVADA. 449
que o opio, que será sempre o somnifero por ex-
cellencia, agila e não pode ser supportado por certas
organisações.
Independentemente do lactucario , emprega - se
como calmante um extracto de alface preparado com
o succo espremido do talo da alface, conhecido de-
baixo do nome de thridacio . Este extracto obtem-se
pisando os talos da alface, espremendo o sumo, e
fazendo-o evaporar em pratos na estufa. O lactuca-
rio, pelo contrario, é o succo condensado que corre
naturalmente das incisões feitas nos talos . O thridacio
é muito menos activo do que o lactucario .
A agua distillada da alface cultivada é usada como
vehiculo de muitas poções calmantes.
INTERIORMENTE . Agua distillada, 4, 6 onças e
mais.
Thridacio, 2, 4 , 15 grãos e mais progressiva-
mente, em pilulas . Xarope de thridacio, 1 a 2 on-
ças. O modo da sua preparação é indicado na p . 28 .
Lactucario. 2 a 10 grãos e mais progressivamente,
como calmante, em pilulas .
Extracto alcoolico de lactucario . Pulverise gros-
seiramente o lactucario, faça o macerar por alguns
dias em 4 vezes o seu peso de alcool a 56° centesi-
maes, côe com espressão e filtre. Deite sobre o residuo
a mesma quantidade de alcool , e depois de uma nova
maceração, torne a coar com espressão e filtre ; reúna
as tinturas, distille para tirar todo o alcool : evapore
o residuo a banho-maria até á consistencia de ex-
tracto , e acabe a deseccação na estufa.
Xarope de lactucario (Aubergier) . Extracto al-
coolico de lactucario 30 partes, assucar candi 10,000 ,
agua distillada 5,000 , acido cítrico 15 , agua de flor
de laranja 500. Faça um xarope com o assucar candi
e a agua de flor de laranja . Por outra parte, faça dis-
solver o extracto de lactucario em 500 d'agua distil-
lada fervendo e côe por panno de linho ; torne a dis-
solver o residuo em uma nova quantidade d'agua
ainda fervendo, lance os licores turvos no xarope
fervendo , e faça ferver com força ; de tempo em
tempo, lance no xarope agua albuminosa até que a
escuma se separe em uma massa coherente e que o
120 ALFAZEMA.
xarope seja limpido . Então tire a escuma, ajunte o
acido citrico dissolvido em uma pouca d'agua, e
deixe o xarope sobre o fogo até que tenha excedido
o gráu de cozedura afim de que a addição da agua de
flor de laranja o leve a este gráu ; ajunte esta agua
de flor de laranja, e passe por manga de baeta .
D. 1 a 4 colheres por dia, puro ou misturado com
agua . É um bom medicamento.
Pasta de lactucario (Aubergier) .
Pasta de açofeifas 400 partes.
Extracto alcoolico de lactucario 4 p.
Tintura de balsamo de Tolu 2 p.
F. S. A. 1 a 2 onças nas bronchites.
ALFAVACA ( Basilic, fr . ) . Ocimum basilicum, L.
Planta dos tropicos, cultivada nas hortas . Compõe-se
de talo ligeiramente velloso, folhas ovaes, dentadas,
flôres roseas, cheiro aromatico.
Excitante ; empregada para a preparação dos
banhos aromaticos, na dose de 1 onça para 32 onças
d'agua quente.
ALFAVACA DO CAMPO . Ocimum incanes-
cens, Mart . Planta
do Brasil . Ramos
quadrangulares , fo-
lhas oppostas , o-
vaes, agudas , den-
tadas , cheiro aro-
matico , flôr em
espiga . P. us . Toda
a planta.
Excitante , sudo
rifico.
INTERIORMENTE .
Infusão , 2 oitavas
para 42 onças d'agua
fervendo .
EXTERIORMENTE.
Infusão em banhos ,
2 libras para um
banho.
ALFAZEMA
Fig. 13. Alfazema. (Lavande , fr. ) . La-
ALHO. 121
vandula vera , De C. Planta cultivada nos jardins
do Brasil et de Portugal. Fig. 13. Tem talo esbran-
quiçado, folhas agudas, flores azuladas, dispostas em
espigas terminaes ; cheiro aromatico. P. us . Toda a
planta.
Excitante ; empregada principalmente nos banhos .
INTERIORMENTE. Pó (raramente) , 24 gr. até 1 oit.
Infusão, 1 oit. para 12 onças d'agua fervendo . Agua
distillada e alcoolato, 1 a 2 oitavas. Oleo essencial,
2 a 4 gottas em poção.
EXTERIORMENTE . Infusão , em lavatorios , ba-
nhos, etc. , 2 libras para um banho . Alcoolato em
fricções.
ALGODAO (Coton , fr . ) . Especie de felpa que
cobre as semen-
tes do algodeiro
(Gossypium
herbaceum,L.).
Fig. 14. O algo-
dão cardado em-
prega - se com
vantagem no cu-
rativo das quei-
maduras, das fe-
ridas e nas ery-
sipelas.
ALHO ( Ail ,
fr.) . Allium sa-
tivum, L. Planta
cultivada nas
hortas , cujos
bolbos , com-
postos de mui-
tos bolbinhos
chamados den-
tes, são empre-
gados contra os
vermes.
INTERIOR- Fig. 14. Algodão.
MENTE. Infusão , 2 oitavas de alho pisado para 8 on-
ças d'agua ou de leite quente. Sumo 5 a 10 gottas.
EXTERIORMENTE. Em fricções no ventre.
122 ALMISCAR .
Linimento anthelmintico ( Dubois)
Oleo commum 1 1/2 onça
Dentes de alho pisados nº 1 e meio
Alcool camphorado 1 onça
Balsamo de Fioraventi 4 oitavas
Ammoniaco liquido 1/2 oitava.
Faça a mistura n'um almofariz de marmore, e
ajunte no fim o ammoniaco . Para friccionar o ventre
das crianças.
Almecega . V. Mastiche .
Almeirão. V. Chicoria.
ALMISCAR ou moscho (Musc, fr. ) . Substancia
que se acha n'uma bolsa situada entre o embigo e as
Fig. 31 . - Belladona.
A escola franceza classifica a belladona como nar-
cotica, a escola italiana como hyposthenisante cepha-
lica da primeira ordem. Emprega-se esta substancia
nas colicas spasmodicas, tosses nervosas, asthma ,
coqueluche, tico doloroso da face, enxaqueca, tetano,
incontinencia de urina dos adultos e das crianças,
BELLADONA. 473
nevralgias que occupão os tegumentos do craneo,
dôres uterinas, ileo, convulsões, epilepsia , dores
nervosas de dentes e de ouvidos, amaurose, gota,
rheumatismo agudo , hydrophobia, nas inflammações
dos pulmões, e como preservativo da escarlatina.
Em dóse elevada, isto é, até que produza vertigens.
foi empregada com vantagem nas ophthalmias inten-
sas. Esta planta exerce sobre a iris uma acção parti-
cular, da qual resulta uma dilatação da menina dos
olhos . Servem -se desta acção antes da operação da
cataracta, e para isto instillão-se algumas gottas da
solução do seu extracto, entre as palpebras, uma hora
antes da operação . O extracto de belladona empre-
ga-se exteriormente com bom exito na rijeza spas-
modica do collo uterino, durante o parto, e para
vencer as contracções do anus e do canal da uretra .
Em alta dóse a belladona é um veneno narcotico
acre ; produz vertigens , seccura e constricção da gar-
ganta, perturbação da vista, dilatação enorme das
meninas dos olhos, delirio ; depois, se a substancia
foi dada na dóse toxica, segue-se agitação, fraqueza
extrema, resfriamento do corpo, e morte.
INTERIORMENTE . Pó 1 a 12 grãos . Infusão : 6 grãos
de folhas para 2 onças d'agua fervendo. Extracto
1/2 a 4 grãos . Tintura alcoolica ( a melhor prepa-
ração) 6 a 30 gottas em poção . Tintura etherea, as
mesmas dóses. Xarope 1/2 a 1 onça .
EXTERIORMENTE . Infusão : 2 oitavas para 12 on-
ças d'agua fervendo, em fomentações. Ésta infusão
com q. s. de farinha de linhaça constitue uma cata-
plasma calmante util em um grande numero de casos
nevralgicos.
Pós contra a coqueluche ( Sandras) .
Pós de raiz de belladona 1 grão
Assucar 5 grãos .
M. D. Uma semelhante dóse de manhãa e de noite
as crianças menores de 4 anno ; dóses de manhãa
e 2 de noite ás menores de 3 annos ; 4 ás crianças de
mais idade, e 8 aos adultos .
Pilulas de belladona.
Extracto de belladona 4 grãos
Arrobe de sabugueiro 12 grãos.
10.
174 BELLADONA.
Faça 16 pilulas . D. 2 a 3 pilulas por dia na coque-
luche dos adultos .
Pilulas odontalgicas .
Extracto de belladona
Extracto de meimendro aná 2 grãos
Opio }
Pos de pyrethro 4 grãos
Essencia de cravo da India 4 gottas.
F. 4 pilulas. Põe-se uma destas pilulas na cavidade
do dente cariado para acalmar as dôres.
Julepo calmante (Baron ) .
Gomma alcatira 8 grãos
Extracto de belladona 2 grãos
Extracto de opio 1/2 grão
Infusão de flôres peitoraes 3 onças
Agua de flôr de laranja 1/2 onça
Xarope de althéa 1 onça.
F. S. A. — D. Uma colher de chá, duas vezes por
dia, ás crianças de um anno ; duas colheres de chá,
duas vezes por dia, ás crianças de 2 annos ; tres
colheres de chá ás crianças de tres annos ; e assim
por diante tantas colheres de chá, duas vezes por dia,
quantos annos tem o doente. Coqueluche.
Poção preservativa da escarlatina.
Tintura de belladona 1 oitava
Agua commum 4 onças
Agua de hortelãa- pimenta 7 oitavas
Xarope de gomma 1 onça .
Misture. Esta poção administra-se de manhãa em
jejum, uma vez por dia , e por espaço de 12 dias, na
dose de uma colher de chá para as crianças de 4 a
4 annos ; duas colheres de chá para as de 4 a 10 an-
nos ; uma colher de sopa para as de 10 a 15 annos ;
duas colheres de sopa para as pessoas de 15 a 20 an-
nos ; e tres colheres de sopa para as de idade de
20 annos para cima.
Pomada de belladona.
Extracto de belladona 1 parte
Banha de porco 8 p.
M. Empregada nos estreitamentos espasmodicos
da uretra, no phimosis, paraphimosis , e para obter a
relaxação do collo uterino.
BELLADONA . 175
Clyster de belladona.
Folhas seccas de belladona 12 grãos
Agua fervendo 6 onças.
Ponha de infusão e côe. Para combater a contrac-
ção espasmodica que se oppõe ás vezes á introducção
da sonda na bexiga .
Collyrio narcotico (Foy) .
Extracto de belladona 4 grãos
Extracto de opio 2 grãos
Infusão de folhas de meimendro 4 onças .
M.
Collyrio de belladona.
Extracto de belladoua 4 oitava :
Agua q. s. para ter uma solução de consistencia
de xarope. Molha-se um pincel nesta mistura, e se
applica ao redor do olho sobre a palpebra inferior e
superior, uma vez por dia, nas ophthalmias agudas .
Emplasto de belladona (Planche) .
Extracto de belladona 9 oitavas
Resina elemi 2 oitavas
Cera 1 oitava .
Depois de dissolvida a cera e a resina, incorpore
o extracto. Tumores dolorosos .
Fumigação calmante (Furster) .
Infusão quente de salva 16 onças
Folhas de belladona 1 oitava.
Introduza n'um vaso , e faça inspirar o vapor aos
tisicos , mas principalmente ás crianças affectadas da
coqueluche.
Cataplasma narcotica.
Pòs de folhas de belladona
de cicuta
de meimendro aná 1/2 onça
- de herva moura
Farinha de linhaça
aná q. s.
Decocção de dormideiras
M. Colicas nervosas, tumores dolorosos , etc.
Unguento populeão (Cod. fr. )
Gomos seccos de choupo 12 onças, folhas frescas
de dormideira , de belladona , de meimendro , de
herva-moura aná 8 onças, banha 64 onças . Ferva as
folhas com a banha até à consumpção da humidade ,
176 BENJOIM.
ajunte o choupo , e deixe de infusão por 24 horas.
Empregado em uncções como calmante nas hemor-
rhoidas.
Linimento contra as hemorrhoidas (Buchan) .
Unguento populeão 1 onça
Laudano de Sydenham 2 oitavas
Gemma de ovo N° 1 .
F. S. A.
Balsamo tranquillo (Cod . fr.) .
Folhas frescas de belladona , de meimendro, de
herva moura, de tabaco, de figueira do inferno , de
dormideira aná 4 onças, azeite doce 96 onças. Ferva
até á consumpção da humidade, côe e deite o azeite
quente sobre summidades seccas de absinthio , de
hysopo, de alfazema, de manjerona, de costo, de
hypericão , de arruda, de salva , de thymo , flôres sec-
cas de sabugueiro, de alecrim, aná i onça . Còe de-
pois de um mez de maceração . Empregado em fric-
ções nas dores rheumaticas e outras .
Atropina. Alcali vegetal extrahido da belladona . É
em cristaes delgados , leves , lustrosos, brancos, sem
cheiro ; sabor amargo . Dissolve-se facilmente em
alcool ; é um pouco soluvel na agua . É uma substan-
cia extremamente activa . Na dose de 1/5 de grão póde
determinar no homem todos os graves accidentes das
plantas solaneas virosas , delirio , resfriamento da
pelle, syncope, perturbação da vista, aphonia.
INTERIORMENTE , a atropina é aconselhada nos mes-
mos casos em que se administra a belladona, na dóse
de 4/40 de grão.
EXTERIORMENTE . Pelo methodo endermico 1/10 de
grão por dia, sobre a pelle recentemente despida do
seu epiderme.
BENJOIM ( Benjoin , fr.) . Balsamo extrahido da
Styrax benjoin, Dryander, arvore que habita na Su-
matra . Solido, fragil, de côr rôxa, cheiro agradavel .
Empregado como estimulante nos catarrhos pulmo .
nares, asthma, atonia dos orgãos digestivos. Lançado
sobre brasas, o benjoim produz um vapor espesso ,
que se tem mostrado mui util nas affecções pulmo-
nares, inflammações articulares chronicas, tumores
indolentes, etc.
BISTORTA. 177
INTERIORMENTE . 10 a 36 grãos em po ou pilulas.
Tintura 1 a 2 oitavas em poção . Xarope 2 oitavas a
4 onça.
EXTERIORMENTE. Em fricções. Deita-se uma certa
quantidade de benjoim sobre as brasas, e recolhe-se
o vapor em um pedaço de baeta, com a qual se pra-
ticão as fricções . Em fumigações . Este vapor faz-se
respirar ao doente , ou se dirige sobre a parte affec-
tada.
Leite virginal. (Tintura de benjoim , 1 p.; agua
de rosas 40 p. ) . Empregado como cosmetico , e em
lavatorios contra as nodoas da pelle .
Tintura balsamica ou Balsamo do commenda-
dor. (Raiz d'angelica, 16 partes ; hypericão, 32 ; al-
cool a 34 ° , 1125 ; myrrha, 16 ; olibano, 16 ; balsamo
de tolu, 96 ; benjoim, 96 ; aloes 16. F. S. A. Cod . fr. ) .
Emprega - se em applicações resolutivas , puro ou
misturado com agua.
Banha balsamica.
Banha 32 onças
Benjoim 5 oitavas
Balsamo de tolu 5 oitavas .
Aqueça no banho-maria por duas horas, mexendo
de vez em quando, côe sem espressão , e mexa du-
rante o resfriamento .
A banha simples que serve de excipiente ás poma-
das fica rançosa ás vezes, o medicamento então é
desagradavel. O Sr. Deschamps notou que o benjoim
preserva a banha de ficar rançosa : por conseguinte
à banha balsamica póde substituir com vantagem
nas pomadas a banha ordinaria .
Tintura de benjoim composta ou Balsamo catho-
lico, traumatico ou vulnerario . (Ph . geral . )
Benjoim 3 onças, balsamo peruviano 2 onças, aloes
1/2 onça, alcool 30 onças. Macere por oito dias e côe .
Applica-se nas cortaduras .
Para a flor de benjoim. V. Acido benzoico, pag. 83.
Bicarbonato de potassa . V. Carbonato de potassa.
Bicarbonato de soda. V. Carbonato de soda.
BISTORTA ( Bistorte, fr . ) . Polygonum bistorta,
L. Planta da Europa . P. us . Raiz. É da grossura do
dedo, duas ou tres vezes enrolada sobre si mesma ;
178 BORAX.
parda por fora, avermelhada por dentro ; sabor ad-
stringente .
Optimo adstringente , e como tal util nos fluxos
chronicos, hemorrhagias passivas dos pulmões, diar-
rhéas, leucorrhéas, etc.
Subst. incomp. Os saes de ferro , a gelatina.
Interiormente . Pó 36 grãos a 1 oit. Infusão :
3 oit. para 12 onças d'agua fervendo .
EXTERIORMENTE . Infusão em injecções , lavatorios ,
gargarejos.
BOLO ARMENIO ( Bol d'Arménie , fr . ) . Assim
se chama nas boticas um barro vermelho , com-
pacto, pesado ; sua côr resulta da presença do oxydo
de ferro . Depois de lavado , secco e pulverisado,
emprega-se para a preparação de alguns pós denti-
fricios .
BORAX, sub-borato de soda (Borax ou sous-bo-
rate de soude, fr. ) . Sal cristallisado em hexaedros
mais ou menos chatos, terminados por pyramides de
tres faces ; branco, experimenta no ar uma efflores-
cencia superficial ; de sabor estiptico ; soluvel em
8 p. d'agua fria , em 2 p . somente d'agua fervendo .
Empregado principalmente como adstringente em
gargarejos nas aphtas da bocca, salivações ; em col-
lyrios nas ophthalmias ; em injecções nas flôres bran-
cas. Interiormente pode ser dado como lithontriptico
para dissolver as arêas formadas pelo acido urico, e
para acalmar as dores que precedem a menstruação.
Subst. incomp. Os acidos, a potassa, os sulfatos,
os muriatos de cal e magnesia, etc.
INTERIORMENTE . 5 a 20 grãos , duas a quatro vezes
por dia, em pó, pilulas, ou dissolvido em algum li-
quido .
EXTERIORMENTE . Em gargarejos, 1 a 2 oitavas
para 12 onças de liquido. Em collyrios, 1 oit. para
2 onças de liquido . Em injecções ou lavatorios, 2
a 4 oit. para 12 onças de vehiculo .
Collutorio de borax.
Borax 2 oitavas
Mel de abelha 1 onça .
M. Molha-se um pincel neste liquido e tocão- se
BROMO. 179
com elle, tres a quatro vezes por dia, as aphtas da
bocca.
Gargarejo adstringente (Radius) .
Borax 6 oitavas
Infusão de salva 24 onças
Mel rosado 3 onças .
M. Salivação e anginas.
Collyrio adstringente (Fricke) .
Borax 4 oitava
Tintura de opio 1/2 oitava
Agua de rosas 4 onças.
M. Opthalmias chronicas.
Solução de borax (Hufeland) .
Borax 4 oitava
Agua de rosas 12 onças.
M. Em lavatorios contra as empigens e sardas. Hu-
medecem-se as nodoas tres ou quatro vezes por dia
com esta solução , tendo o cuidado de deixa-là seccar
sobre o lugar em que se applica.
Pomada contra as frieiras (Hufeland) .
Borax 2 oitavas
Unguento rosado 1 onça .
M. Em fricções todas as tardes.
Linimento contra as rachas do seio (Harless) .
Borax 1 oitava
Gemma de ovo 2 oitavas
Clara de ovo 2 oitavas
Oleo de amendoas doces 1 onça
Balsamo peruviano 1 1/2 oitava.
M. Tres ou quatro applicações por dia.
BORRAGEM ( Bourrache, fr.) . Borago officina-
lis, L. Planta que habita no Brasil e em Portugal ,
perto das habitações . Fig. 32. Caule coberto de pel--
Ïos ; folhas mui grandes, ovaes, hirsutas com pellos
rudes ; flores azues. P. us . Folhas e flores .
Emolliente, sudorifico e diuretico .
INTERIORMENTE . Infusão, 1 1/2 oitava para 16-on-
ças d'agua fervendo .
BROMO ( Brome, fr. ) . Corpo simples achado nas
aguas do mar e nas plantas marinhas . É liquido , de
cor vermelha escura, cheiro forte, sabor acre ; pouco
soluvel na agua ; derrama no ar vapores rutilantes .
480 BROMURETO DE MERCURIO.
O bromo e os seus compostos são mui venenosos.
Estes medicamentos forão indicados nas mesmas
condições que o iodo , como nas escrophulas, sup-
pressão dos menstruos , e na hypertrophia do coração ,
mas são mui pouco empregados .
INTERIORMENTE. 2 a 24 gottas por dia, em 3 onças
d'agua distillada .
BEL
LOT
hoy go fro
qub follow
LESESTRE
Fig. 52. - - Copahibeira.
tencia oleaginosa , transparente, branco-amarellado ,
de cheiro forte e desagradavel , sabor acre e amargo.
A copahiba dirige principalmente a sua acção sobre
o apparelho genito-urinario , e é considerada como
hyposthenisante pela escola italiana . Emprega-se
com grande vantagem nas gonorrhéas agudas e chro-
250 COPAHIBA.
nicas e na leucorrhéa : produz ás vezes erupção cuta-
nea , semelhante à dos sarampos , que desaparece
espontaneamente. Para evitar as nauseas que occa-
siona a copahiba, muitos medicos administrão esta
substancia em clysteres, e alguns pharmaceuticos
inventárão um novo methodo de tomar-se a copa-
hiba sem repugnancia ao paladar. que é incluindo -a
em capsulas gelatinosas, que são facilmente engulidas
como os bolos ou pilulas . A gelatina ou o gluten se
dissolvem , e a copahiba é posta a nú no estomago.
INTERIORMENTE. 2 a 4 oitavas por dia, pura, em
pilulas ou poção . Em clyster, 1/2 a 1 onça.
Capsulas de copahiba de Mothes . São preparadas
com a copahiba e uma capsula de gelatina . Cada uma
contém 18 grãos de copahiba. D. 3 a 6 e mais cap-
sulas, duas vezes por dia.
As capsulas de Raquin são preparadas com a
copahiba meio solidificada pela magnesia calcinada ,
envolvida em uma camada mui delgada de gluten .
Copahiba solidificada officinal ( Copahiba, 16 on-
ças ; magnesia calcinada , 1 onça . M. É preciso 8 a
12 dias para que a solidificação se opere) . D. 2 a 4 oi-
tavas em hostia ou em pilulas.
Copahiba solidificada magistral (Copahiba, 4 onça;
carbonato de magnesia , q . s. para fazer um electuario de
boa consistencia) . D. 2 à 9 oit. , em hostia ou pilulas.
Estas duas preparações são mui commodas, mas
fazem perder á a copahiba a sua actividade.
Gragéas balsamicas de Fortin. Copahiba, 1 onça;
magnesia calcinada, 27 grãos . Misture exactamente,
divida, ao cabo de 24 horas, em 72 partes que é ne-
cessario enrolar entre os dedos e converter depois
em gragéas. D. 5 a 20 por dia .
Pilulas de copahiba (Cadet).
Balsamo de copahiba 2 oitavas
Carbonato de magnesia q. S.
F. pilulas de 6 grãos . D. 6 a 8, tres vezes ao dia .
Pilulas contra o catarrho vesical (Gall) .
Copahiba
Terebenthina aná partes iguaes
Magnesia q . s.
F. pilulas de 4 grãos . D. 3 pilulas, tres vezes ao dia.
COPAHIBA. 251
Poção de Chopart.
Copahiba
Alcool
Xarope de tolu anȧ 2 onças
Agua de hortelãa
Agua de flor de laranja
Acido nitrico alcoolisado 2 oitavas.
M. D. Uma a duas colheres tres vezes por dia .
Mistura balsamica de Fuller.
Copahiba 2 onças
Gemmas de ovos duas
Triture e ajunte pouco a pouco
Xarope de tolu 2 onças
Vinho branco generoso 6 onças .
D. Uma a duas colheres tres vezes por dia . Con-
tra os catarrhos chronicos do pulmão, do utero, da
uretra e da bexiga.
Emulsão de copahiba ( Righini ) .
Balsamo de copahiba 1 onça
Extracto de ratanhia 1 oitava
Gemma de ovo uma
Acido nitrico alcoolisado 2 oitavas
Agua distillada 6 onças.
F. S. A. Toma-se em quatro ou tres dias .
Mistura brasileira.
Copahiba 3 onças
Gemma de ovo uma
Xarope de gomma 1 onça
Tintura de açafrão 2 oitavas
Agua 8 onças .
F.S. A.-D. Duas colheres tres a quatro vezes por dia .
Mistura balsamica ( Niemann) .
Copahiba
Terebenthina de Veneza aná partes iguaes .
Oleo de succino
M. D. 30 a 60 gottas tres vezes por dia, contra as
polluções nocturnas.
Mistura contra a gonorrhea ( Lisemann) .
Balsamo de copahiba 5 oitavas
Essencia de hortelãa-pimenta 4 gottas
Essencia de cravo da India 4 gotta
Tintura de opio 36 grãos.
252 CORALINA.
Misture e mexa cada vez. D. Uma colher de chá
n'uma chicara d'agua com assucar, tres vezes ao dia.
Xarope gommoso de copahiba ( Puche) .
Balsamo de copahiba 2 onças
Gomma em po 1/2 onça
Agua 1 1/2 onça
Essencia de hortelãa-pimenta 32 gottas
Xarope simples 12 onças.
F. S. A.-D. 2 oitavas a duas onças por dia. Se
este xarope produzir um effeito purgativo muito forte,
ajuntar-se-lhe-ha 2 grãos de hydrochlorato de mor-
phina para 16 onças de xarope.
Etectuario adstringente.
Copahiba 4 onça
Cubebas pulverisadas 4 onça
Extracto de ratanhia 1 oitava.
M. 1 a 4 oitavas por dia, na blennorrhagia .
Clyster de copahiba (Ricord).
Copahiba 6 oitavas
Gemma de ovo uma
Extracto de opio 1 grão
Agua 6 onças.
F. S. A.
Clyster anti-blennorrhagico.
Copahiba 1/2 onça
Gemma de ovo uma
Camphora 4 grãos
Extracto de opio 1 grão
Agua quente 4 onças.
F. S. A. O doente deve conservar no intestino estes
clysteres, e por isso convem primeiramente admi-
nistrar um ou dous clysteres d'agua morna simples .
CORALINA (Coraline blanche, fr.) . Coralina of-
ficinalis, L. Substancia considerada como perten-
cente ao genero dos polypos, por uns, e como planta
por outros ; acha-se nas beiras do Oceano e do Me-
diterraneo . E debaixo da fórma de ramos delgados ,
articulados, frageis, de côr vermelha ou rôxa-esver-
dinhada , ficando brancos com o tempo ; cheiro de
chloro, sabor salgado e nauseabundo.
Anthelmintico .
CRAVO DA INDIA. 253
INTERIORMENTE . Pó. 1 escrop. a 1 oitava . Infu-
são : 3 oitavas para 12 onças d'agua fervendo .
CORDAO DE FRADE. Phlomis nepetifolia ,
L. Planta que habita no Brasil. Caule de 3 a 4 pés de
altura , offerece no seu comprimento e na parte supe-
rior dous ou mais globulos espinhosos ( fructos ) , nos
quaes se acha a semente , flôr alaranjada, folhas for-
temente dentadas , ovaes e oblongas ; cheiro mui
aromatico. P. us . Toda a planta.
Estimulante.
EXTERIORMENTE . Infusão em banhos . 1 a 2 libras
para um banho, que é excitante ; convem ás crian-
ças debeis.
CRAVO DA INDIA (Clou de girofle, fr. ) . Flôr
da Caryophyllus aromaticus, L., arvore das Mollu-
depotis
4.
00
00
0
The
Ingonte omo
DOS
MEDICAMENTOS
MEDICAMENTOS
THERAPEUTICO
OU
37
650 MEMORIAL THERAPEUTICO .
Dôr de rosto. V. Nevralgia facial.
Dothinenterite. V. Febre typhoide .
DRACUNCULO ou Bicho da costa. Extrahir o
bicho exercendo sobre elle tracções lentas e modera-
das. Se o bicho resiste, enrolar tudo o que sahiu em
roda de uma penna, e fazer tracções no dia seguinte.
Dureza de ventre. V. Prisão do ventre .
Dysenteria. V. Diarrhea.
Dysmenorrhea. V. Amenorrhea.
DYSPEPSIA. Digestão difficil . - Se é o resultado
de uma alimentação mui copiosa, diminuir esta , sus-
pender mesmo toda a alimentação solida , e usar só
de alimentos liquidos , caldo , leite. É preciso attender
ás sympathias e antipathias do estomago ; vigiar a
quantidade e qualidade dos alimentos ; por ordem na
distribuição das comidas ; que antes sejão leves do
que copiosas. A vida sedentaria será modificada por
um exercicio moderado, agradavel . A respeito do exer-
cicio depois de jantar ha muitas differenças indivi-
duaes, que é necessario respeitar. Ha pessoas que se
dão bem com um passeio à pé depois da comida ; a
outras, a immobilidade é indispensavel para que a
digestão possa effeituar-se. Os medicamentos que
favorecem a acção do regimen contra a digestão dif-
ficil são Pilulas de aloes de Requin 125, uma a
duas por dia. Grãos de saúde 126. Rhuibarbo em pó ,
6 a 12 grãos. Pilulas estomachicas 389. Pós estoma-
chicos 188 , 307, 435. Pós digestivos 146, 209. Tin-
turas de canella, absinthio, camomilla, cardamomo ,
quina. Café depois de jantar. Banhos de rio ou do
mar. Agua de Seltz 104.
Dyspnea. V. Affrontação.
DYSURIA. Difficuldade de ourinar. Banhos mor-
nos. Cataplasmas de linhaça sobre o ventre . Fricções
com oleo camphorado 192. Cozimento de linhaça . V.
Retenção de ourina.
ECCHYMOSE . Applicar pannos molhados em
agua fria, ou em agua misturada com vinagre, ou em
agua vegeto-mineral 285. V. Contusão.
Eclampsia. V. Convulsões das parturientes .
ECTHYMA. Pustulas na pelle, de volume bastante
consideravel , com base vermelha, seguidas de uma
EDEMA. 654
crosta ròxa, e depois, de uma nodoa avermelhada.
Bebidas acidulas ou laxantes . Banhos mornos.
V. Dartros.
ECTROPION. Collyrios adstringentes 179 , 286 ,
393, 485. Cauterisação com pedra infernal . Excisar a
membrana mucosa se o ectropion depender do seu
engurgitamento. Se provier da cicatriz da pelle, em-
pregar a excisão da conjunctiva , ou a excisão da car-
tilagem tarso, ou a blepharoplastia.
ECZEMA. Dartro escamoso humido. - Banhos
mornos. Bebidas acidulas temperantes 542, e laxantes
540. Regimen composto principalmente de vegetaes.
Cataplasma com polpa de cenouras , com fecula de
batatas. Unturas com glycerina 340. Linimento contra
o eczema 344. Banhos com sulfureto de potassa 487.
Pomada antidartrosa de Gibert 132. Pomada de alca-
trão 116. Pomada de fuligem 303. Pomada de calo-
melanos 375. Aguas sulfurosas 110. Caldas da Rainha
e outras aguas da mesma especie 142. Banhos com
gelatina ( 4 libra para um banho ) . No eczema das
orelhas é ás vezes necessario introduzir um pedaço
de esponja preparada para prevenir a obliteração
do conducto auditivo . No eczema da cabeça é bom
cortaro cabello ou rapar a cabeça e entreter um grande
asseio n'esta parte . Se o eczema resistir a este trata-
mento, recorrer-se-ha á therapeutica complicada e
muitas vezes empirica dos dartros . V. Dartros.
EDEMA. Inchação geral ou parcial , devida á accu-
mulação de serosidade no tecido cellular. O edema
geral chama-se anasarca ( V. esta palavra ) ; o edema
parcial toma o nome da parte que occupa . Pheno-
meno frequente na convalescença e no ultimo periodo
das molestias chronicas , occupa ordinariamente os
membros inferiores , sobretudo em roda dos malleolos,
e está ligado com a fraqueza dos individuos . Convem
n'este caso os medicamentos tonicos 543 , e os ana-
lepticos 520. Manifesta-se ás vezes nos membros infe-
riores depois das marchas longas : o repouso é suffi-
ciente para cura-lo . Póde depender da presença das
varizes ; ou então ser o primeiro grau de uma hydro-
pisia geral , e annunciar uma molestia do coração . É
necessario dirigir o tratamento contra a molestia prin-
652 MEMORIAL THERAPEUTICO .
cipal. O edema de um dos braços ou da metade supe-
rior do tronco deve obrigar o medico a examinar se
não existe algum obstaculo á circulação no peito,
algum tumor no braço, aneurysma da aorta , etc. O
edema circumscripto pode ser o signal de um abcesso
mais ou menos profundo . O edema do rosto é ás vezes
o indicio de uma pequena postema que se forma na
gengiva . O edema das pernas, do escroto e de outras
partes é a consequencia commum dos ataques de
erysipela. (V. Elephantiase . ) A inchação parcial é
um symptoma que se observa nas contusões , torce-
duras, abcessos, erysipelas , em muitas inflamma-
ções, etc. Todas estas inchações desaparecem com
as causas que as tinhão produzido . Contra o edema
das pernas nas mulheres gravidas empregar as fric-
ções com balsamo nerval 383 , banhos com plantas
aromaticas , taes como a alfazema , alecriin , salva, etc.
Edema da glotte. Respiração difficil, tosse, suffo-
cação, ás vezes todos os phenomenos de asphyxia . -
Sanguesugas no pescoço . 1 a 2 grãos de emetico em
3 onças d'agua. Sinapismos nos pés, caustico na
nucca. Fricções com unguento mercurial no pescoço.
Assoprar ás fauces alumen em pó . Fazer a operação
da tracheotomia se a suffocação fòr imminente.
Edema das parturientes , edema doloroso ou
phlegmasia alba dolens. Inchação dolorosa das
coxas e pernas nas mulheres depois do parto. -Cata-
plasmas de linhaça simples ou feitas com cozimento
de dormideiras, meimendro ou estramonio . Fricções
com balsamo tranquillo 174 , com unguento populeão
175, com linimento opiaceo 409, com linimento ano-
dyno 409. Mistura nitrada 394. Purgantes 540. Banhos
d'agua morna .
Edema dos pulmões. Infiltração de serosidade no
tecido pulmonar levada a um tal grào , que o orgão
se torna notavelmente menos permeavel ao ar. - Ve-
sicatorios. Medicamentos diureticos 528. Scilla. Digi-
tal. Acetato de potassa . Fricções com tintura de scilla
e de digital. Emetico . Poções com kermes . Acetato
de ammoniaco, oxymel scillitico . Pilulas de aloes, de
escamonéa, de jalapa .
Edema dos recem-nascidos ou sclerema. Endure-
EMBRIAGUEZ . 653
cimento do tecido cellular nas crianças recem -nasci-
das. ― Banhos d'agua quente simples ou misturada
com aguardente, ou com agua de Colonia. Banhos
com plantas aromaticas, taes como a alfazema, alecrim ,
hortelã, etc. Fricções no corpo com balsamo nerval 383.
ELEPHANTIASE. Elephantiase dos Arabes, ery-
sipela branca . Tumefacção da pelle e dos tecidos
subjacentes, que produz uma deformação mais ou
menos consideravel das partes affectadas . - No seu
começo ; isto é , quando sobrevem o accesso, acom-
panhado de calafrios, dôr na parte affectada , seguida
de calor, suor, sêde , etc. , provocar a transpiração,
administrando chá de sabugueiro ou de borragem.
Purgantes 540. Cataplasmas de linhaça. Fricções com
oleo camphorado 192. Polvilhar a parte doente com
mistura de alcanfor e de polvilho 194, ou applicar al-
godão em rama . Dieta . Repouso.
Quando a inchação elephantiaca se declarar, em-
pregar bantios frios, banhos do mar, fricções com
gelo, compressão methodica. Applicações de pannos
molhados em dissolução de acetato de chumbo 80 ,
em infusões aromaticas , taes como as de alfazema,
alecrim, thymo, salva, etc. Fricções com pomada de
hydriodato de potassa 339. Banhos sulfureos . Caldas
da Rainha 442. Banhos de vapor d'agua quente. Me-
dicamentos diureticos 328. Iodureto de ferro 334. A
mudança de clima ao principio da molestia é um dos
meios mais certos da cura.
Elephanthiase dos Gregos . Affecção tuberculosa
da pelle. V. Morphea.
EMBARAÇO GASTRICO. Dieta. Agua de arroz
ou de cevada com sumo de limão . Limonada. Laran-
jada . Vomitorio de ipecacuanha 343. Chá de macella
gallega, herva doce ou herva cidreira.
EMBARAÇO INTESTINAL. Depois do trata-
mento indicado no embaraço gastrico , insistir nos
purgantes, como senne, rhuibarbo .
EMBOTAMENTO DOS DENTES. Mastigar a
raiz de althea . Esfregar as gengivas com magnesia
calcinada.
EMBRIAGUEZ . Se a embriaguez for fraca, bas-
tará beber um ou dous copos d'agua fria, e lavar a
634 MEMORIAL THERAPEUTICO .
cabeça com agua fria para dissipa-la . Se for mais
forte, administrar-se-ha uma infusão de chá , de café,
ou uma chicara d'agua fria com 45 a 25 gottas de ace-
tato de ammoniaco . ou de ether sulfurico, ou com
8 gottas de alcali volatil ; ou agua morna com 4 grão
de emetico para provocar vomitos . Poção contra a
embriaguez 440. Mas , se a embriaguez chegar ao es-
tado de insensibilidade, de somno lethargico, de coma ,
o doente será deitado de lado , com a cabeça elevada;
o tronco e os membros serão desembaraçados de toda
e qualquer compressão. Deve-se fazer fricções pelo
corpo com ammoniaco, vinagre, approximar o frasco
com ammoniaco ás ventas ; admiuistrar clysteres com
3 grãos de emetico, ou com 2 onças de sulfato de
soda ; applicar sinapismos nas differentes partes do
corpo, e praticar uma sangria se existir alguma con-
gestão sanguinea .
Emmagrecimento. V. Consumpção.
EMPHYSEMA. Infiltração de um gaz no tecido
cellular subcutaneo . - O emphysema passageiro não
exige tratamento algum ; mas, se fôr consideravel a
ponto de produzir a suffocação, é preciso dar sahida
ao ar pelas escarificações, e applicar ventosas sobre
estas aberturas artificiaes .
EMPHYSEMA PULMONAR. Molestia caracteri-
sada anatomicamente pela dilatação de um numero
mais ou menos consideravel de vesiculas pulmonares,
e symptomaticamente pela dyspnea habitual que aug-
menta por accessos, tosse, deformação de peito que
adquire uma forma globosa, e pela diminuição ou
ausencia completa do ruido respiratorio . Eme-
tico 152, ou ipecacuanha 343. Xarope de balsamo de
tolu 169. Xarope de lactucario 119. Gelea de musgo
islandico 387. Opio 405. Purgantes 540 .
Empigem. V. Impigem.
EMPYEMA. Praticar a abertura.
Encalhe do baço . V. Splenite chronica .
Encalhe do figado. V. Hepatite chronica.
ENCEPHALITE AGUDA. Sangrias. Sanguesu-
gas atrás das orelhas . Applicações frias, gêlo na ca-
beça . Sinapismos nos pés. Vesicatorios nas pernas.
Bebidas e clysteres purgantes 540. Calomelanos 373 .
ENJOO. 655
Agua de Sedlitz 140. Oleo de ricino 403. Emetico em
lavagem 154. Catheterismo frequentemente repetido .
Encephalite chronica. Sanguesugas . Vesicatorios .
Fontes, sedenhos na nuca. Purgantes salinos 540 .
ENCEPHALOCELE . Compressão igual e suave.
Preservar o tumor dos corpos externos.
Endocardite. Inflammação da membrana interna
do coração. O tratamento é o mesmo que o da pe-
ricardite.
Endurecimento do baço . V. Splenite chronica.
Endurecimento do figado. V. Hepatite chronica .
Endurecimento do tecido cellular das crianças .
V. Edema.
Enfarte do baço . V. Splenite chronica.
Enfarte do figado . V. Hepatite ohronica.
ENFARTES GLANDULARES. Fricções com po-
mada de hydriodato de potassa 339, com linimento
volatil camphorado . Preparações de iodo . Medica-
mentos tonicos 542. Regimen analeptico. V. Escro-
phulas.
Enfartes dos seios. V. Tumores dos seios.
Enfartes dos testiculos. V. Orchite chronica.
Enforcado. V. Asphyxia por estrangulação .
Engasgamento.V. Corpos estranhos na garganta.
ENGURGITAMENTO LACTEO DOS PEITOS.
Purgantes 540. Limonadas de limão , laranja . Appli-
car algodão sobre os peitos.
Engurgitamentos. V. Enfartes .
ENJOO . Compressão do ventre com uma cinta .
Sumo de limão . Agua de flor de laranja. Beber um
calix de vinho do Porto ou da Madeira, ou um pouco
de rhum. Distracção . Exercicios. O Dr Semanas pro-
põe o tratamento seguinte : Duas horas antes de em-
barcar ingerir 8 pilulas de sulfato de quinina tartari-
sado pag. 482. Depois de entrar no navio, ficar deitado
durante as duas primeiras horas, não comer nada e
occupar, tanto quanto for possivel, a parte media do
navio. - Ao cabo das duas primeiras horas, se a pessoa
não soffre o menor enjôo , deve tomar uma pilula do
mesmo sulfato, de duas em duas horas, só durante o
dia, passeiar sobre o convéz do navio e usar de uma
656 MEMORIAL THERAPEUTICO .
alimentação confortavel . Se o enjoo apparece, tomar
uma, duas e até tres pilulas de hora em hora, conforme
o enjoo for fraco , forte ou intenso ; e é necessario em
todos estes casos, conservar a posição deitada e tomar •
só caldos durante o primeiro dia. Se, apezar disto , o
enjôo continuar no dia seguinte , convém tomar uma
pilula de duas em duas horas, conservar-se deitado
e usar de uma alimentação pouco copiosa . Logo que
o enjoo cessar, a pessoa deve passeiar sobre o navio ,
usar de uma alimentação confortavel e cessar o em-
prego de sulfato . Nas crianças ou nas pessoas que
não podem engulir as pilulas, póde-se recorrer ás
fricções com pomada de sulfato de quinina tartari-
sado , pag. 482 , usando para cada fricção o tamanho
de uma ervilha desta pomada. O adulto que se quer
preservar do enjôo deve fazer ao menos seis fricções
debaixo de cada braço , com meia hora de intervallo ,
e a ultima uma hora antes de embarcar. Isto feito ,
deve-se portar no navio como fica dito acima , substi-
tuindo só as pilulas pelo numero igual das duplas
fricções. Na criança de pequena idade, que se de-
seja preservar do enjoo, são sufficientes duas ou tres
duplas fricções, com meia hora de intervallo, sendo
a ultima praticada meia hora antes de embarcar. No
navio é preciso tratar conforme o estado do mar e o
enjòo da criança . A experiencia não confirmou ainda a
efficacia d'este methodo, e duas pessoas do meu co-
nhecimento que se submettêrão ao uso do sulfato de
quinina, não fôrão preservadas do enjôo .
Enteralgia. V. Colica nervosa.
ENTERITE. Aguda. Bebidas gommosas. Cata-
plasmas emollientes . Clysteres de linhaça . Banhos
mornos. Diéta. Sanguesugas . Opio 405.
Chronica. Vesicatorios nos membros . Fricções no
ventre com pomada stibiada 152. Banhos sulfureos .
Bebidas tonicas 542. Aguas ferreas . Alimentos de facil
digestão . Exercicio ao ar livre e habitação no campo .
ENTRADA DO AR NAS VEIAS, durante as
operações cirurgicas . Comprimir com o dedo o lu-
gar pelo qual o ar entrou na veia . Dar a respirar ao
doente cheiros fortes, taes como o vinagre, ether, al-
cali volatil, deitar-lhe agua fria sobre o rosto, friccio-
ENVENENAMENTOS. 657
nar-lhe o corpo com baeta, dar sacudidelas no thorax,
empregar finalmente os meios indicados na Syncope.
Entrevado . V. Paralysia.
ENTROPION. Excisão da pelle da palpebra. Ex-
cisão da cartilagem tarso. Destruição dos bolbos ci-
liares pela cauterisação ou bisturi . Excisão da mar-
gem palpebral .
ENVENENAMENTOS . Tratamento geral . Quando
se chega perto de uma pessoa que acaba de ser en-
venenada e se tem decorrido pouco tempo desde
que o veneno foi engulido, a primeira cousa que se
deve fazer é provocar ou favorecer os vomitos . Para
isto administrão-se dous ou tres grãos de tartaro eme-
tico dissolvidos n'uma chicara d'agua fria ou morna,
e favorece-se a acção do medicamento por meio
d'agua morna, introduzindo os dedos na garganta,
ou titillando a uvula com a rama de uma penna . Se
já tem decorrido muitas horas depois do enve-
nenamento , e se o veneno tem já passado para os
intestinos, administra-se uma chicara de cinco em
cinco minutos da bebida emeto-purgativa ( agua uma
libra, emetico 1 grão, sal d'Epsom 2 onças) , ou na
falta desta, 3 onças de oleo de ricino . Quando o ve-
neno foi tomado debaixo da fórma de clysteres, é
preciso administrar o oleo de ricino em clyster. De-
pois, tratar-se-ha de neutralisar as propriedades da
porção do veneno que podia ficar, administrando um
antidoto . Póde-se introduzir este com a agua destinada
a evacuar a substancia deleteria , e mesmo é preciso
proceder desta maneira, sempre que as duas indi-
cações poderem ser executadas. Devem-se prescrever
bebidas diureticas, como as infusões de chá, grama
ou parietaria, para expulsar uma porção do veneno
que tenha já penetrado nos orgãos . Ao depois com-
batão-se os accidentes que occasionar este veneno .
Se elle tiver produzido uma inflammação intestinal,
applicar-se-hão sobre o abdomen cataplasmas emol-
lientes, ou tomará o doente um banho morno. Bebi-
das emollientes devem ser administradas . ou agua
com assuear. O caldo será o unico alimento do doente
ao principio , e mais tarde sopas de arroz , de pão ,
etc. Os alimentos mais sólidos não serão permitti-
37.
658 MEMORIAL THERAPEUTICO.
dos senão na convalescença . Combater-se-hão as
caimbras, as convulsões e outros phenomenos nervo-
sos pelos antispasmodicos , taes como o ether, va-
leriana, chá de folhas de laranjeira, as dôres pelo
opio , a asphyxia pela insufflação do ar nos pulmões ;
o narcotismo pelo café, ammoniaco e agua com vi-
nagre. Os sinapismos, causticos , fricções excitantes
e medicamentos estimulantes taes como o acetato
de ammoniaco, infusão de canella, vinho, aguar-
dente, etc. , serão empregados se a vida parecer ex-
tinguir-se ; mas se a reacção fòr exagerada, é neces-
sario modera-la pelos meios oppostos ; isto é, pelos
antiphlogisticos . Se o doente não puder engulir o
vomitorio, nem outros medicamentos, introduzir- se-
ha o remedio no estomago por meio de uma sonda
de gomma elastica . Sendo impossivel achar-se á
mão os antidotos , ou não existindo estes , o tra-
tamento será o que acabamos de indicar; isto é, será
preciso combater os symptomas. Se a substancia
deleteria tiver sido engulida já ha algum tempo ,
ou introduzida na economia pela pelle , é évidente
que não se deve contar com os emeticos, nem com
os antidotos, mas deve-se examinar a natureza dos
symptomas e combatê-los pelos meios apropriados.
ENVENENAMENTO PELA ABOBORA DO MATO . V. Env .
pelos Venenos irritantes vegetaes .
ENV.PELO ACETATO DE MORPHINA. V. Env.pelo Opio.
ENVENENAMENTO PELOS ACIDOS CONCENTRADOS
(acido sulfurico, ou oleo de vitriolo, acido nitrico
ou agua forte, acido acetico ou vinagre radical,
acido hydrochlorico ou muriatico, acido oxalico,
azul de Saxonia ou dissolução de anil no acido
sulfurico, pela agua regia, pelos acidos citrico,
phosphorico e iodico) . Administra-se uma grande
quantidade de agua morna, misturada com magne-
sia calcinada ( 1 onça de magnesia para 32 onças d'a-
gua) . Dê-se um copo desta mistura de cinco em
cinco minutos, com o duplicado fim de provocar os
vomitos e neutralisar o acido . Favoreção - se os vomi-
tos introduzindo dous dedos na garganta. Na falta
da magnesia administre-se uma onça de sabão dis-
solvido em 32 onças d'agua . O giz diluido em agua
ENVENENAMENTOS. 659
póde tambem ser util, a não se achar magnesia , nem
sabão . Os accidentes inflammatorios serão combati-
dos pelos meios descriptos no tratamento geral ,
pag. 657.
ENVENENAMENTO PELO ACIDO PRUSSICO , e pelas
substancias que o contém taes como a agua de louro-
cerejo, amendoas amargas, etc. Administre -se 4 ou
2 grãos de emetico em 3 onças d'agua . Faça-se res-
pirar o chloro. Para isto molha - se um panno ou
uma esponja n'uma mistura de 1 parte de chloro li-
quido e de 4 partes d'agua , e approxima-se este panno
ao nariz e á bocca do doente . Se não se achar chloro
liquido , pode-se empregar a agua de Labarraque ou
a dissolução em agua de chlorureto de cal. Na falta
do chloro faça-se respirar o alcali volatil . Depois
disto administrem-se 10 a 20 gottas de alcali volatil
n'um cópo d'agua fria . Fação-se applicações de pan-
nos molhados em agua muito fria sobre a cabeça e
a columna vertebral. Em seguida fação - se fricções
sobre as fontes com alcali volatil e tintura de ale-
crim, e ponhão-se sinapismos nas pernas. A infusão
de café e o oleo de terebenthina , aconselhados neste
envenenamento, tem menor effeito do que os meios
precedentes. Depois de combatidos os primeiros ac-
cidentes, será preciso tratar o estado de prostração ,
que durará mais ou menos tempo, e que irá ce-
dendo pouco a pouco para este fim administre-se
vinho generoso e chá de canella.
ENVENENAMENTO PELO ACONITO. Se o envenena-
mento foi produzido ha pouco tempo , administrar
4 grão de emetico . Se já tem decorrido algum tempo ,
dar 2 onças de oleo de ricino ou de sal d'Epsom. De-
pois disso applicar sinapismos nas pernas, còxas e
braços ; dar uma chicara de chá de canella quente
ou chá da India, e de cinco em cinco minutos uma
colher da poção seguinte : infusão de herva cidreira
6 onças, ether sulfurico 1/2 oitava , assucar 1/2 onça .
Se esta poção não conseguir provocar o calor da pelle,
administrar um calix de vinho quente . Depois dar li
monada de vinagre.
ENVENENAMENTO PELA AGUA DE JAVELLE . Provo-
car os vomitos dando a beber agua morna, e agua
660 MEMORIAL THERAPEUTICO .
com claras de ovos . Combater a inflammação gastrica
com cataplasmas e cozimento de linhaça.
ENVENENAMENTO PELA AGUA DE LOUROCEREJO . V.
Env. pelo Acido prussico.
ENVENENAMENTO pela agua regiA. V. Env. pelos
Acidos concentrados.
ENVENENAMENTO PELOS ALCALIS E SEUS COMPOSTOS
(polassa, soda, ammoniaco , cal) . Administre - se a
agua acidulada preparada com uma colher de vinagre
ou de sumo de limão e uma chicara d'agua . Depois re-
corra-se ás bebidas, clysteres, cataplasmas de linhaça .
ENVENENAMENTO PELO ALCOOL E PELOS LIQUIDOS
ESPIRITUOSOS . Se as bebidas alcooolicas produzirem
em alguma pessoa um somno profundo, acompanhado
de insensibilidade, respiração estertorosa, bocca cheia
de escuma , é preciso recorrer á sangria do braço ,
ás applicações sobre a testa, rosto e peito , de pan-
nos inolhados em agua e vinagre ; dar a beber agua
com vinagre, applicar sinapismos nos pés e causticos
nas pernas , e dar clysteres com agua morna que
tenha em dissolução duas ou tres colheres de sopa
de sal de cozinha.
ENV. PELA ALFACE BRAVA . V. Env. pela Belladona .
ENVENENAMENTO PELO ALVAIADE . V. Env. pelas
Preparações de chumbo.
ENVENENAMENTO PELAS AMENDOAS AMARGAS . V.
Env. pelo Acido prussico.
ENVEN. PELO AMMONIACO. V. Env. pelos Alcalis .
ENVENENAMENTO PELO ANDA-AÇU. V. Env . pelos
Venenos irritantes vegetaes.
ENVENENAMENTO PELO ANGELIM. V. Env. pelos
Venenos irritantes vegetaes .
ENVENENAMENTO PELA ANGUSTURA FALSA. V. Env .
pela Noz vomica.
ENVENENAMENTO PELOS ANIMAES DAMNADOS , VE-
NENOSOS. V. Mordeduras de animaes venenosos .
ENVENENAMENTO PELA ARRUDA. V. Env. pelos Ve-
nenos irritantes vegetaes .
ENVENENAMENTO PELO ARSENICO E SEUS COMPOS-
TOS, taes como o acido arsenioso, arseniato de am-
moniaco, arseniato de ferro, arseniato de potassa ,
arseniato de soda, cal de arsenico , ouro pimento ,
ENVENENAMENTOS. 664
rosalgar, pós contra as moscas, massa de Rousselot,
massa do Frei Cosme, e a massa de que se servem
os empalhadores de passaros . A expulsão do arse-
nico é o meio mais efficaz para prevenir os accidentes :
é pois mister favorecer os vomitos , dando tres ou
quatro chicaras d'agua fria que tenha em dissolução
um ou dous grãos de tartaro emetico . Para neutralisar
uma parte do veneno que possa ficar nos intestinos ,
prescrever-se-ha o peroxydo de ferro hydratado (12
a 15 vezes o peso presumido do arsenico) diluido em
agua adoçada, V. pag. 290, ou na falta deste o sub-
carbonato de ferro das boticas (V. poção de Guibourt
contra o envenenamento pelo arsenico, pag 296 ) ; ou
então a magnesia hydratada. Ao depois, para com-
bater a prostração , administre-se vinho do Porto, chá
de canella , chá da India com rhum ; appliquem -se
sinapismos nas pernas ; fação -se fricções no corpo com
baêta quente. Bebidas diureticas, taes como as infu-
sões de grama , parietaria, para expulsar a porção do
veneno que tem penetrado nos orgãos. Se o enve-
nenamento foi produzido pela applicação externa das
massas arsenicaes, da massa de Rousselot por exem-
plo, os alcoolicos, o chá de canella , o opio, combi-
nados e administrados em altas dóses, podem produzir
a reacção salutar.
ENVEN. PELO AZINHAVRE. V. Env . pelo Cobre.
ENVENENAMENTO PELA BARYTA. Provocar os vomi-
tos com agua morna. Administrar a solução de sulfato
de soda ou de sulfato de magnesia (2 oitavas de sal
para 16 onças d'agua ) . Combater a inflammação con-
secutiva com cataplasmas e cozimento de linhaça.
ENVENENAMENTO PELA BELLADONA e pelas substan-
cias seguintes : tabaco ou fumo, figueira do inferuo
ou estramonio, meimendro, digital , trombeteira,
mancenilleiro, colchico, cicuta e espirradeira . Dê-
se o emetico ou o purgante segundo os principios
estabelecidos no tratamento geral (pag. 657 ) . Depois
de provocados os vomitos, administrem-se as bebidas
acidulas preparadas com agua e vinagre ou sumo de
limão . Combater o narcotismo pelo cafe , bebidas esti-
mulantes, como o chá de canella, ether, vinho, aguar-
dente, chá da India . Friccionar todo o corpo com
662 MEMORIAL THERAPEUTICO .
baeta quente ou embebida em ammoniaco ou aguar-
dente. Se o veneno foi introduzido pela pelle, é preciso
tratar o doente da mesma maneira , á excepção do
vomitorio.
ENVENENAMENTO PELO BISMUTHO . V. Env . pelas
Preparações de bismutho.
ENVEN. PELO BROMO . V. Env. pelo Phosphoro.
ENV. PELA BRUCINA . V. Env. pela Noz vomica.
ENVENENAMENTO PELA BRYONIA. V. Env . pelos Ve-
nenos irritantes vegetaes .
ENVENENAMENTO PELA CAL . V. Env . pelos Alcalis .
ENV. PELOS CALOMELANOS . V. Env pelo Sublimado.
ENVENENAMENTO PELA CAMPHORA. Administrar
vinho, aguardente, chá de canella, e outros estimu-
lantes, depois de preenchida a primeira indicação,
que consiste em administrar 4 grão de emetico, para
expulsar a camphora que ainda não foi absorvida.
ENVENENAMENTO PELAS CANTHARIDAS . Adminis-
trar 4 grão de emetico e depois agua morna, ou de-
coctos de sementes de linhaça, ou de raiz de althéa.
Friccionar levemente a região inferior do abdomen,
assim como a parte interna das côxas, com oleo cam-
phorado. Banhos de assento mornos . Interiormente
administrar vinho generoso, aguardente de canna,
chá de canella, opio 405.
ENVENENAMENTO PELO CENTEIO ESPIGADO. Dar
algumas colheres de uma poção calmante e antispa-
smodica 283 , e agua acidulada com vinagre ou sumo
de limão . Nos intervallos dar a beber vinho generoso.
Chá de canella . Administrar o opio na dóse de 3 a 4
grãos por dia. Poção com tintura de quina 435. Infu-
são de serpentaria de Virginia . Banhar as pernas com
uma infusão de plantas aromaticas , como a de alfa-
zema, alecrim, salva , misturadas com vinagre. Esfre-
gar as pernas com ammoniaco e cobrir depois esta parte
com baêta quente. Applicar garrafas d'agua quente
aos pés. Se o torpor e a frieza continuarem , applicar
vesicatorios nos lugares proximos do mal, e fomentar
os membros affectados com o soluto seguinte agua
32 onças, alumen calcinado 4 onças, sulfato de cobre
3 onças, sal de cozinha 4 onça . Se a gangrena se mani-
festar, veja Gangrena.
ENVENENAMENTOS. 663
ENVENENAMENTO PELO CHLOROFORMIO, V. pag. 228 .
ENVENENAMENTO PELO CHUMBO . V. Env. pelas Pre-
parações de chumbo.
ENVENENAMENTO PELO CHLORURETO DE OURO E
SODIO. V. Env. pelas Preparações de ouro.
ENVEN. PELA CICUTA. V. Env . pela Belladona.
ENVEN. PELO CINABRIO. V. Env. pela Sublimado.
ENVENENAMENTO PELO COBRE e suas preparações,
taes como o azinhavre ou zinabre, verdete, cal de
cobre, agua celeste, sulfato de cobre (conhecido
pelo nome de pedra lipes, caparroza azul, azul de
Chypre, vitriolo azul , azul de Venus , azul de
cobre) . Favorecer os vomitos pela agua albuminosa
com assucar (4 a 6 claras de ovos para cópo d'agua) .
Se ha phenomenos de asthenia , administrar poções
com agua de canella, e vinho ou aguardente, e clyste-
res da mesma natureza . Se apparecer inflammação
gastrica, empregar banhos mornos e cataplasmas de
linhaça.
ENVENENAMENTO PELA COCA DO LEVANTE . V. Env .
pela '
Noz vomica .
ENVENENAMENTO PELOS COGUMELOS. Administrar
2 grãos de emetico ou 24 grãos de ipecacuanha . Ao
depois 2 a 3 onças de oleo de ricino, ou uma chicara
d'agua com 2 onças de sulfato de magnesia. Ao mes-
mo tempo, um clyster preparado com 6 onças de in-
fusão de senne e 2 onças de sulfato de magnesia . De-
pois destas evacuações, dêm-se ao doente de cinco em
cinco minutos duas colheres da seguinte poção anti-
spasmodica ether sulfurico 2 oitavas , agua de flòr
de laranja 4 onças, assucar meia onça . Depois desta
poção , algumas colheres d'agua com vinagre . Se
sobrevierem phenomenos de fraqueza, o rhum , a
caxaça, o vinho, o opio, a infusão de canella, ou de
cravos da India , chá da India com aguardente, taes
são os meios a que se deve recorrer. Se apparecer
inflammação do ventre, as cataplasmas de linhaça e
os banhos mornos são necessarios.
ENV. PELO COLCHICO. V. Env. pela Belladona .
ENVENENAMENTO PELAS COLOQUINTIDAS. V. Env.
pelos Venenos irritantes vegetaes .
ENVENENAMENTO PELO CROTON TIGLIUM. Dar a
664 MEMORIAL THERAPEUTICO .
beber um calix de vinho generoso, e de cinco em
cinco minutos, uma colher da poção seguinte : infu-
são de canella 5 onças, laudano de Sydenham 30 gottas ,
assucar meia onça .
ENVENENAMENTO PELO CYANURETO DE MERCURIO .
Administrar 4 grão de emetico em 3 onças d'agua, e
depois seguir o tratamento indicado para o Acido
prussico.
ENVENENAMENTO PELO CYANURETO DE OURO . V.
Env. pelo Acido prussico.
ENVENENAMENTO PELO CYANURETO DE POTASSIO.
V. Env. pelo Acido prussico.
ENVEN. PELA DATURA . V. Env. pela Belladona.
ENVEN. PELA DIGITAL . V. Env. pela Belladona.
ENVENENAMENTO PELO ELATERIO . V. Env. pelos
Venenos irritantes vegetaes.
ENV. PELAS EMANAÇÕES DAS FLORES . V. Asphyxia.
ENVENENAMENTO PELO EMETICO e outros compostos
de antimonio. Favoreção-se os vomitos com agua
morna. Administre-se uma decocção de noz de galha ,
de casca de romãa ou de quina ou chá da India bem
carregado. Se os vomitos continuarem por muito
tempo, prescreva-se o opio. Combatão-se as phleg-
masias consecutivas com banhos mornos , cataplas-
mas e cozimento de linhaça.
ENVENENAMENTO PELA ESCAMONÉA. V. Env. pelos
Venenos irritantes vegetaes.
ENV. PELA ESPIRRADEIRA. V. Env . pela Belladona.
ENVENENAMENTO PELA ESTAPHYSAGRIA. V. Env .
pelas Coloquintidas.
ENV. PELO ESTRAMONIO . V. Env . pela Belladona.
ENVENENAMENTO PELA EUPHORBIA. V. Env. pelos
Venenos irritantes vegetaes .
ENVENENAMENTO PELA FAVA DE SANTO IGNACIO.
V. Env. pela Noz vomica.
ENVENENAMENTO PELO FIGADO DE ENXOFRE ( sul-
fureto de potassa) . Favorecer os vomitos com grande
quantidade d'agua morna ; administrar o chloro li-
quido ( uma colher de chloro liquido para um copo
d'agua) ; applicar cataplasmas de linhaça no ventre.
ENVENENAMENTO PELA FIGUEIRA DO INFERNO. V.
Env. pela Belladona.
ENVENENAMENTOS . 665
ENVEN. PELO FUMO . V. Env. pela Belladona .
ENVENENAMENTO PELOS GAZES . V. Asphyxia.
ENVENENAMEMTO PELA GOMMA GUTTA . V. Env . ›
pelos Venenos irritantes vegetaes .
ENVENENAMENto pelo hellebORO . V. Env. pelos
Venenos irritantes vegetaes .
ENV. PELA HERVA MOIRA. V. Env. pela Belladona.
ENVENENAMENTO PELO HYDRIODATO DE POTASSA.
V. Env. pelo Iodo.
ENVENENAMENTO PELO HYDROCHLORATO DE MOR-
PHINA. V. Env. pelo Opio.
ENVENENAMENTO PELO IODO . Administrar a disso-
lução de povilho em agua. Cozimento de linhaça .
ENVENENAMENTO PELO IODURETO DE MERCURIO.
V. Env . pelo Sublimado .
ENVENENAMENTO pelo iodureto de potassIO . V.
Env. pelo lodo.
ENVENENAMENTO PELA JALAPA . V. Env . pelos Ve-
nenos irritantes vegetaes.
ENV. PELO KERMES MINERAL . V. Env . pelo Emetico .
ENVENENAMENTO PELO LITHARGYRIO . V. Env. pelas
Preparações de chumbo.
ENVENENAMENTO pelo lourocerEJO . V. Env . pelo
Acido prussico .
ENV. PELO MANCENILLEIRO. V. Env . pela Belladona.
ENVENENAMENTO PELOS MARISCOS . Administrar o
emetico, ou um purgante, se o veneno foi engulido ha
algum tempo . 20 a 40 gottas de ether em meia chicara
d'agua fria com assucar. Vinho do Porto, ou aguar-
dente. Agua acidulada com vinagre ou sumo de limão .
ENV. PELO MEIMENDRO. V. Env. pela Belladona.
ENVENENAMENTO PELO MINIO . V. Env. pelas Pre-
parações de chumbo .
ENVENENAMENTO PELA MORPHINA e seus saes . V.
Env. pelo Opio.
ENVEN. PELOS NARCOTICOS . V. Env. pelo Opio.
ENVENENAMENTO PELO NITRATO DE PRATA. Admi-
nistrar muitos copos d'agua salgada, preparada com
uma colher de sopa de sal de cozinha e 32 onças
d'agua fria. Combater a inflammação consecutiva com
banhos mornos, cataplasmas e cozimento de linhaça .
ENVENENAMENTO PELO NITRO. Combater a pros-
666 MEMORIAL THERAPEUTICO.
tração com fricções de ammoniaco no corpo , com sina-
pismos e bebidas estimulantes , taes como o vinho
quente, aguardente, infusão de canella ; ether . Admi-
nistrar o opio contra os symptomas nervosos.
ENVENENAMENTO PELA NOZ VOMICA, STRYCHNINA,
e pelas substancias seguintes : coco do levante, upas
tieute (succo de uma planta de Java ) , upas antiar
(succo de uma arvore de que os Indios se servem
para envenenar as frechas ), ticunas (veneno ameri-
cano preparado com o succo de certas plantas) . Ad-
ministre - se o tartaro emetico e favoreça - se a sua
acção titillando a garganta. Insuffle-se o ar nos pul-
mões para obviar á asphyxia que é a principal causa
da morte. (V. Asphyxia. ) Administre-se um clyster
d'agua morna com 30 gottas de ether. De dez em dez
minutos , dê-se uma colher da poção seguinte : agua
4 onças, laudano de Sydenham 1 oitava e meia, assu-
car 2 oitavas. De meia em meia hora , fação - se fric-
ções na columma vertebral com essencia de tere-
benthina. Se o veneno foi introduzido pela superficie
do corpo, administrem- se os mesmos meios , menos
o vomitorio.
ENVENENAMENTO PELO OLEO DE CROTON tiglium.
V. Env. pelo Croton tiglium.
ENVENENAMENTO PELO OLEO DE VITRIOLO. V. Env.
pelos Acidos concentrados .
ENVENENAMENTO PELO OPIO e saes de morphina.
Quando o opio tiver sido introduzido no estomago ,
dêm-se dous grãos de emetico dissolvidos n'uma
chicara d'agua. Favoreção-se os vomitos introduzindo
os dedos na garganta , ou titillando a uvula com a
rama de uma penna. Se se suspeitar que o narcotico
tem penetrado nos intestinos, ou se foi introduzido
na economia pelo recto, prescreva-se um purgante
pela bocca ou em clyster. Dê- se uma dissolução de
6 grãos de tannino n'uma colhér d'agua 493. Quando
o opio estiver inteiramente , ou quasi todo, evacuado,
administre- se de cinco em cinco minutos uma colhér
d'agua com algumas gottas de vinagre ou sumo de
limão , e immediatamente depois de cada dose d'agua
acidulada , dêm-se algumas colheres de café forte.
Applique-se tambem um clyster de infusão de café .
ENVENENAMENTOS . 667
Os acidulos antes da evacuação do veneno serião
nocivos. Deve-se procurar dissipar o torpor dos mem-
bros esfregando-os com uma escova ou panno de lãa .
Prescrevão-se poções com acetato de ammoniaco 140.
De doze em doze horas administre-se um clyster com
camphora 194. Se a modorra for profunda e o indi-
viduo parecer estar apoplectico, recorra-se á sangria.
Se o envenenamento tiver sido produzido pela
applicação dos saes de morphina pelo methodo ender-
mico, é inutil administrar os evacuantes e o tannino,
mas é preciso recorrer immediatamente aos acidulos,
ao café, etc.
ENVENENAMENTO PELO OURO. V. Env. pelas Pre-
parações de ouro.
ENV. PELO OUROPIMENTO . V. Env . pelo Arsenico .
ENVENENAMENTO PELO OXYDO BRANCO DE ANTI-
MONIO. V. Env. pelo Emetico.
ENVENENAMENTO PELA PEDRAHUME . Favorecer os
vomitos com tartaro emetico e agua morna . Banhos
mornos e cataplasmas de linhaça .
ENVENENAMENTO PELA PEDRA INFERNAL. V. Env.
pelo Nitrato de prata.
ENVEN. PELA PEDRA LIPES . Env . pelo Cobre .
ENVENENAMENTO POR ALGUNS PEIXES E PELOS
CARANGUEJOS DO MANGUE . V. Env. pelos Mariscos
ENVENENAMENTO PELO PHOSPHORO , e pela massa
phosphorea com que se cobrem os páozinhos para
accender fogo . Administrar 4 grão de emetico em
3 onças d'agua ; depois dar a beber a dissolução de
magnesia calcinada em agua ( 1 onça de magnesia
para 16 onças d'agua ) ; e applicar no ventre uma
cataplasma de linhaça."
ENVENENAMENTO PELOS PINHÕES DE PURGA. V.
Env . pelos Venenos irritantes vegetaes .
ENVENENAMENTO PELOS PÓS DE JOANNES. V. Env.
pelo Sublimado ,
ENVEN. PELA POTASSA. V. Env . pelos Alcalis.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE ARSE-
NICO . V Env. pelo Arsenico.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE BARYTA.
V. Env. pela Baryta.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE BISMU-
668 MEMORIAL THERAPEUTICO .
THO , e outras substancias metallicas irritantes.
Provocar os vomitos com agua morna , administrar o
leite com agua, agua com claras de ovos, com assucar.
Combater os accidentes consecutivos pelos meios indi-
cados no Tratamento geral, pag. 657 .
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE CERIO.
V. Env. pelas Preparações de bismutho.
ENVENENAMENTO PELAS PREparações de cHROMO.
V. Env . pelas Preparações de bismutho .
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE CHUMBO,
que são acetato de chumbo vulgarmente assucar
de Saturno ou sal de chumbo, sub-acetato de chumbo
ou extracto de Saturno, agua branca de Goulard
ou agua vegeto-mineral, carbonato de chumbo ou
alvaiade, ou lithargyrio, zarcão ou minio . Se o en-
venenamento é produzido por grande quantidade de
alguma preparação de chumbo , engulida de uma vez,
o tratamento é o seguinte : ― Provocar os vomitos ;
dar como antidoto a dissolução de sulfato de magnesia
ou de sulfato de soda ( 4 oitavas de sal para 16 ouças
d'agua) . - Se o envenenamento foi lento ; isto é, se
foi produzido por pequenas e repetidas dóses de algum
sal de chumbo, ou se depende da absorpção deste
metal, como acontece, por exemplo , aos fabricantes
de alvaiade , o tratamento é o que se acha indicado
para a Colica de chumbo, pag. 635 .
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE COBALTO .
V. Env. pelas Preparações de bismutho.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE COBRE .
V. Env. pelo Cobre.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE ESTANHO .
V. Env . pelas Preparações de bismutho .
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE IRIDIO.
V. Env. pelas Preparações de bismutho.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE MANGA-
NEZ. V. Env. pelas Preparações de bismutho.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE MERCU
RIO. V. Env. pelo Sublimado.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE NIKEL .
V. Env. pelas Preparações de bismutho .
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE OURO.
Provocar os vomitos com agua morna e a introducção
ENVENENAMENTOS . 669
dos dedos na garganta. Administrar a dissolução de
sulfato de ferro (8 a 12 grãos para 8 onças d'agua) .
Combater os accidentes consecutivos pelos meios in-
dicados no Tratamento geral.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE PALLA-
DIUM. V. Env . pelas Preparações de bismutho .
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE PLATINA.
V. Env. pelas Preparações de bismutho.
ENVENENAMENTO PELAS PREPARAÇÕES DE ZINCO .
V. Env. pelas Preparações de bismutho.
ENV. PELO ROSALGAR . V. Env. pelo Arsenico.
ENVENENAMENTO PELA SABINA. V. Env. pelos Ve-
nenos irritantes vegetaes.
ENV. PELO SAL AMMONIACO . V. Env. pelos Alcalis.
ENV. PELA SCILLA. V. Env. pela Belladona.
ENVEN. PELA soda. V. Env. pelos Alcalis.
ENV. PELA STRYCHNINA. V. Env . pela Noz vomica .
ENVENENAMENTO PELO SUBLIMADO, e pelas outras
preparações de mercurio, laes como o bromureto,
iodureto, protoxydo de mercurio , etc. Dê-se de dous
em dous minutos uma chicara d'agua que tenha em
dissolução 3 ou 4 claras de ovos . Leite com agua.
Combater a inflammação intestinal com banhos mor-
nos e cataplasmas de linhaça.
ENV. PELO SULFATO DE MORPHINA.V. Env. peloOpio.
ENVENENAMENTO PELO SULFATO DE QUININA. Pro-
vocar os vomitos com 1 grão de emetico ; depois ad-
ministrar vinho, chá de canella , e fazer no corpo fric-
ções com baêta embebida em aguardente.
ENVENENAMENTO PELO SULFURETO DE CARBONEO
(liquido empregado nas fabricas de objectos de
borracha , para dissolver esta substancia e soldar
suas chapas ou pedaços isolados) . Este liquido se
volatiliza e produz vapores maleficos , que occasio-
não dores de cabeça, insomnia, vista turva, enfra-
quecimento geral, impotencia viril , surdez , etc. De-
vem estas fabricas ser ventiladas , se não podem ser
estabelecidas em pleno ar ; os vasos que contém o
sulfureto devem estar hermeticamente fechados ; os
obreiros mudarão alternativamente de officina , afim
de evitarem periodicamente os quartos em que se
desenvolvem os vapores toxicos ; usarão de banhos
670 MEMORIAL THERAPEUTICO.
frequentes; sua alimentação será reparadora. Vinho
de quina 435. Ferro reduzido 287.
ENV. PELO TABACO . V. Env. pela Belladona .
ENVENENAMENTO PELA TAJUJA. V. Env . pelos Ve-
nenos irritantes vegetaes .
ENV. PELO TARTARO EMETICO . V. Env . pelo Emetico .
ENV. PELO TICUNAS . V. Env. pela Noz vomica.
ENV. PELA TROMBETEIRA. V. Env . pela Belladona.
ENVENENAMENTO PELO TROVISCO . V. Env. pelos
Venenos irritantes vegetaes.
ENV. PELO UPAS ANTIAR . V. Env . pela Noz vomica.
ENV. PELO UPAS TIEUTE.V. Env. pela Noz vomica.
ENVEN. PELOS VENENOS CORROSIVOS , CAUSTICOS.
V. Env. pelos Alcalis, acidos concentrados.
ENVENENAMENTO PELOS VENENOS IRRITANTES VEGE-
TAES, como a coloquintida, gomma-gutta , elleboro,
sabina, escamonéa, pinhão de purga, abobora do
mato ou tajuja, andaaçú ou fructa de arará, ange-
lim, arruda, trovisco , anemona, etc. Administrem-
se muitos copos d'agua com assucar ou d'agua simples
morna ou fria, afim de diluir o veneno e favorecer os
vomitos. Depois combata-se a inflammação intestinal
e os accidentes nervosos com banhos d'agua morna,
cataplasmas de linhaça no ventre, e com a poção se-
guinte infusão de folhas de laranjeira 5 onças, lau-
dano de Sydenham 24 gottas , assucar meia onça.
ENV. PELOS VENENOS NARCOTICOS . V. Env. pelo Opio.
ENVENENAMENTO PELOS VENENOS NARCOTICO-ACRES.
V. Env. pela Noz vomica, Belladona .
ENVENENAMENTO PELOS VENENOS SEPTICOS , Como
carnes e peixes putrefactos. Administrar o eme-
tico e purgantes. Bebidas aciduladas com vinagre.
Opio. Estimulantes como o ether, infusão de canella ,
de moscada, vinho , alcool.
ENV. PELA VERATRINA. V. Env. pela Belladona.
ENVEN. PELO VERDETE . V. Env. pelo Cobre.
ENVENENAMENTO PELO VIDRO MOIDO. Ovidro moido ,
verdadeirameute fallando não é veneno : esta sub-
stancia não produz accidentes senão mecanicamente .
-- Encher o estomago de feijões, batatas, couve, miôlo
de pão, e depois administrar um emetico. Depois de
evacuadas estas substancias, administrar leite, cozi-
EPILEPSIA. 671
mento de linhaça , e applicar no ventre uma cata-
plasma de linhaça .
ENY. PELO VINHO FALSIFICADO COM AS PREPARAÇÕES
DE CHUMBO . V. Env . pelas Preparações de chumbo .
ENVENENAMENTO PELO VITRIOLO AZUL. V. Enven.
pelas Preparações de chumbo .
ENVENENAMENTO PELO ZARCÃO . V. Enven . pelas
Preparações de cobre .
ENVENENAMENTO PELO ZINABRE. V. Enven . pelas
Preparações de chumbo .
ENV. PELO WOORARA . V. Env. pela Noz vomica.
ENXAQUECA. O melhor remedio é o repouso ,
longe de todo o ruido e da luz . Os doentes devem
deitar-se e fazer por dormir : póde-se mesmo pro-
vocar o somno com 1/2 a 1 grão de opio, ou de co-
deina . Alguns ficão alliviados com uma chicara de
café , chá da India ou herva cidreira . Os outros
meios são : Escaldapés com farinha de mostarda.
Applicações frias na cabeça . O ether derramado pela
testa produz, evaporando-se , uma frialdade , que ás
vezes acalma as dores de cabeça . Emeticos 452. Pur-
gantes 540. Pós de camphora para cheirar 195. Ap-
plicar sobre a testa pannos molhados em agua seda-
tiva 196. Pilulas anti-cephalalgicas 406. Banhos do
mar. Sa houver prisão do ventre, combate - se com
clysteres d'agua morna .
Ephelides. V. Sardas.
Epididymite. V. Orchite .
EPILEPSIA ou Gota coral . Durante o ataque.
Vigiar o doente ; desembaraça-lo dos vestidos que
possão exercer alguma compressão ; introduzir entre
os dentes um panno dobrado para impedir que estes
se quebrem ou possão ferir a lingua ; applicar na
testa pannos molhados em agua fria e vinagre ; dar
a respirar alcali volatil ; estender os membros e de-
dos do doente. Se o ataque for violento e de duração
tão longa que a vida esteja em perigo, e se houver
symptomas de congestão cerebral , praticar uma san-
gria, e applicar sinapismos nas pernas.
No intervallo dos ataques. Evitar as emoções for-
tes, os excessos venereos, os trabalhos de espirito, as
contrariedades . Exercicio moderado. Banhos frios.
672 MEMORIAL THERAPEUTICO .
Entreter o ventre livre com clysteres ou pilulas de
aloes 125 ou outros purgantes 540. Anthelminticos se
se suspeitar a presença de vermes. Valeriana . Oxydo
de zinco . Valerianato de zinco . Belladona. Almiscar.
Castoreo . Camphora . Agua de flor de laranja . Opio .
Oleo de terebenthina. Oleo essencial de terebenthina.
Digital . Agua de lourocerejo . Estramonio. Meimen-
dro . Sulfato de quinina . Assafetida . Artemisia . Pilu-
las de Leuret 280. Pilulas de Vallerand 477. Pilulas
de Meglin 366. Pilulas antinevralgicas 280 , 406. Pi-
lulas contra a epilepsia 280 , 446 , 477. Pilulas anti-
spasmodicas 123 , 163 , 506. Poção de Lemoine con-
tra a epilepsia 138. Pós anti-spasmodicos 423, 242 ,
263, 477, 506. Causticos. Electricidade . Hydrothe-
rapia 326.
EPIPHORA. Derramamento de lagrimas sobre as
faces, em vez de passarem pelos pontos lagrimaes,
por se acharem estes tapados . Reclama o tratamento
da fistula lagrimal.
EPISTAXIS ou hemorrhagia nasal . Apertar o na-
riz com os dedos . Fazer levantar os braços do doente
perpendicularmente e comprimir as ventas. Se a he-
morrhagia não é, como acontece ordinariamente, se-
não de um lado, basta fazer levantar o braço corres-
pondente. Applicar na região frontal, temporal, e na
nuca, pannos molhados em agua fria e vinagre. In-
troduzir na venta fios ou pedra hume em pó. Fazer
injecções nas ventas com agua fria , ou introduzir
fios ou pannos molhados na mistura d'agua fria com
vinagre . Pediluvios e manuluvios d'agua quente sim-
ples ou sinapisada . Ventosas seccas na nuca . Se es-
tes meios não fòrem sufficientes, tapar com fios as
aberturas anteriores e posteriores das fossas nasaes ,
por meio da sonda de Belloc .
EPULIDA. Tumor ou excrescencia nas gengivas.
Ligadura . Excisão . Cauterisação .
ERECÇÕES DOLOROSAS . Emulsão camphorada
193. Clyster com camphora 194. Pilulas com cam-
phora e opio. V. Blennorrhagia.
ERYSIPELA . Provocar a transpiração com chá de
sabugueiro, borragem , casquinha de limão, etc. De-
pois dar bebidas diluentes e acidulas como a decoc-
ESCARLATINA. 673
ção de arroz , de cevada com sumo de limão, a infu-
são de tamarindos, etc. No maior numero dos casos ,
e sendo a molestia pouco grave, este simples trata-
mento é sufficiente. Se a molestia é mais grave,
póde-se administrar um purgante 540, ou 1 grão de
emetico 152. Em geral não ha necessidade de recor-
rer ás applicações locaes, entretanto quando ha muita
tensão e dor é util applicar sobre o lugar cataplas-
mas de linhaça ou de fecula de batatas ; fricções com
banha fresca ; polvilho ou camphora em pó 194. Con-
tra a inchação que fica depois do ataque de erysi-
pela são recommendadas as fricções com pomada
marcial 298 ; applicações de pannos molhados na
dissolução de sulfato de ferro 298 ; de camphora mo-
Jhada e contida entre dous pannos ; algodão cardado;
compressão methodica . Se a erysipela fòr acompa-
nhada de symptomas adynamicos, empregar as pre-
parações de quina e outros medicamentos tonicos 543,
e antispasmodicos 523. Dar sahida ao pus se a ery-
sipela acabar pela suppuração, fazer uma abertura
larga se esta suppuração for na cabeça , e applicar
depois cataplasmas de farinha de linhaça . Sustentar
então as forças do doente com bebidas tonicas e re-
gimen conveniente. Se a erysipela acabar pela incha-
ção estacionaria da parte, proceder como fica dito
na Elephantiase.
ERYTHEMA. Applicações de polvilho. Banhos
d'agua morna . Cataplasma de linhaça.
Escaldadura. V. Queimadura.
ESCARLATINA. Na escarlatina simples deve - se
abandonar o doente á natureza ; conserva-lo em uma
temperatura moderada ; preserva - lo do frio, sem que
sejá necessario abafa-lo com cobertores. Administrar
ao principio bebidas emollientes e sudorificas , taes
como as infusões mornas de sabugueiro , borragem ,
flor de malvas ; ao depois bebidas temperantes e re-
frigerantes taes como a limonada de laranja , limão ou
mesmo agua fria . Gargarejos com decocção de raiz de
althéa e mel rosado 129. Clysteres com decocção de
linhaça . Cozimento antiphlogistico de Stoll 394. Pas-
sados tres ou quatro dias os gargarejos podem ser
adstringentes 131 , 179 , 305 , 441 , 448 , 493. A angina
38
674 MEMORIAL THERAPEUTICO .
diphtherica será combatida pelos meios indicados no
artigo Pharyngite membranosa. No fim do periodo
de escamação da escarlatina convem tomar um pur-
gante de manná, e um banho geral d'agua morna .
Na escarlatina maligna, recorrer ás poções com
acetato de ammoniaco 140, camphora 193, almiscar
122, decocções de quina e contraherva, sinapismos
e causticos . Tintura de aconito 95. Poção de Stahl
444. Contra o delirio, applicar na testa pannos mo-
lhados em agua fria e vinagre. Se a erupção cutanea
desapparecer subitamente, será preciso provoca-la
por meio de banhos quentes e de bebidas diaphore-
ticas, chá de borragem ou sabugueiro .
Como meio preservativo , durante uma epidemia
de escarlatina, empregar a belladona . Poção preser-
vativa da escarlatina 174.
Escarros de sangue. V. Hemoptyse.
ESCORBUTO . Afastar as causas . Ar puro , secco
e quente. Habitação em lugares elevados . Insolação.
Regimen composto principalmente de vegetaes, carnes
frescas de boa qualidade , não salgadas, de caldos de
gallinha, leite, peixe fresco, saladas de todas as es-
pecies ; azedas , agriões, chicoria, e sobretudo bata-
tas chamadas inglezas ; vinho , cerveja , fructos . Be-
bidas acidulas com sumo de limão , de laranja . O
escorbuto do mar cura-se com rapidez logo que os
doentes desembarquem em um lugar cujo ar seja puro
e quente, e fiquem no uso de carnes e vegetaes fres-
cos . Os medicamentos que favorecem a cura são :
preparações de ferro, cochlearia, genciana, myrrha.
Poção anti-scorbutica 239. Tisana anti-scorbutica239.
Xarope de Portal 307. Xarope de agriões do Pará 98 .
Elixir vitriolico de Mynsicht 92. Julepo do Dr Frank
436. Cozimentos de quina, casca de romãa , calumba ,
ratanhia , bistorta , tormentilla. As ulcerações das
gengivas serão tocadas com a mistura de mel e so-
lução de chlorureto de cal. Gargarejos adstringentes
131 , 179 , 305 , 441 , 448 , 493. Gargarejo antiscor-
butico . 134. Gargarejo camphorado 494. Gargarejo
com a mistura de partes iguaes de aguardente cam-
phorada e de tintura de cochlearia . Fricções sobre o
corpo com alcoolato de alfazema , de alecrim , com
ESPINHA CARNAL. 675
tintura de quina. As ulcerações escorbuticas serão .
curadas com fios embebidos na mistura d'agua fria
com sumo de limão`ou vinagre, ou na agua de La-
barraque, ou com polpa de batatas, unguento diges-
tivo 496, unguento de Arceus 496 , unguento de es-
toraque 278, unguento de Genoveva 496 , basilicão
245, etc.
ESCROPHULAS . Uma boa hygiene é a base do
tratamento . Ar puro, habitação arejada , exposta ao
sol. Regimen analeptico, composto sobretudo de car-
nes assadas, ovos, vinho , cerveja ; pouco leite, arroz,
feijões . Fricções no corpo com tinturas de alfazema,
alecrim, benjoim. Banhos frios de rio ou do mar.
Banhos quentes aromaticos 274. O doente ha de dor-
mir em colchões feitos com plantas aromaticas, como
alecrim, salva, thymo , alfazema, etc. Medicamentos
tonicos 542. Luparo. Genciana. Quina . Preparações
de ferro 287 até 299. Iodureto de ferro 334. Oleo de
figado de bacalháo 404. Vinho de absinthio 77. Vinho
amargo 431 , 437. Vinho toni-nutritivo 437. Vinho
chalybeado 288, 299. Fricções nas glandulas enfartadas
com pomada de hydriodato de potassa 339. Injecções
nos trajectos fistulosos com tintura de myrrha 389.
As ulceras serão curadas com vinho aromatico 275,
unguento de estoraque 278, digestivo 496 .
Esfoladura. Applicar encerado inglez . Ceroto .
ESPASMO DA GLOTTE. Suffocação subita, sem
causa apreciavel, que sobrevem nas crianças durante
o dia ou a noite. —- Esfregar o peito com panno em-
bebido em vinagre ; dar a respirar ether ou vinagre ;
applicar sinapismos nos pés ; administrar um clyster
com agua e sal de cozinha ; dar a beber agua com
assucar e agua de flôr de laranja ou chá de folhas de
laranjeira.
ESPINHA. Applicar emplasto diachylão ou ence-
rado inglez . Cataplasmas de linhaça . Bebidas refri-
gerantes 542.
ESPINHA CARNAL ou Acne . Pustulas verme-
lhas que apparecem na testa, rosto, tronco. - Banhos
mornos geraes. Lavatorios com cozimentos de linhaça
ou sementes de marmelo . Regimen brando, composto
principalmente de vegetaes . Limonadas de limão, la-
676 MEMORIAL THERAPEUTICO .
ranja , tamarindos . Fructos acidos . Purgantes 539 .
Pomada de pepino 420. Cataplasmas de linhaça . Ap-
plicação de pannos molhados em agua vegeto - mine-
ral 285. Pomada de calomelanos 375. Pomada de
calomelanos composta 375. Ceroto sulfuréo 270. Po-
mada sulfuro-saponacea 271. Pomada de Rodet 494 .
Aguas mineraes sulfureas. Caldas da Rainha . Po-
mada de iodureto de enxofre 334. Pomada antidar-
trosa com alumen 132 .
Esquinencia. V. Angina.
ESTOMATITE. Inflammação da membrana mu-
cosa boccal. - Aguda. Gargarejos emollientes 129.
Gargarejos com decocção de figos feita em agua ou
em leite. Pediluvios em agua quente com mostarda .
Purgantes brandos 540. No fim gargarejos com mel
rosado 447 , com infusão de rosas vermelhas, com dis-
solução de alumen 134 , ou acidulados com vinagre 513 .
Abrir com a lanceta os abcessos que se formarem
nas gengivas.
Chronica. Gargarejos adstringentes 131 , 179 , 305,
441 , 448 , 493, 424. Gargarejo com partes iguaes de
tintura de cochlearia e aguardente alcanforada . Pós
dentifricios 526. Habitação no campo . Regimen com-
posto pela maior parte de vegetaes . Abstinencia de
carnes salgadas . Extrahir os dentes cariados . Lim-
par os dentes ; tirar com instrumentos as concreções
que se formão em roda delles . Purgantes 540. Tocar
as feridas da bocca com pedra infernal .
Estomatite mercurial. V. Salivação mercurial.
Estomatite ulcerosa. Chlorato de potassa inte-
riormente e em applicação local 224 .
ESTRABISMO. Fazer uso de hemispherios fura-
dos no centro . Se o estrabismo depender da desigual-
dade da força visual de ambos os olhos , cobrir o olho
mais forte com uma faxa, afim de que o mais fraco
adquira pelo exercicio maior força . Collocar-se diante
de um espelho e fixar cada olho sobre a imagem da
pupilla, o que não se pode fazer sem que o olho des-
viado mude sua direcção viciosa . Este exercicio deve
ser repetido tres a quatro vezes por dia. A secção
dos musculos motores do olho foi tentada , nestes
EXOSTOSE. 677
ultimos annos , contra o estrabismo . Alguns dos ope-
rados obtiverão bom resultado .
Estrangulamento da hernia. V. Hernia.
ESTRANGULAMENTO do membro viril , dos
dedos, etc., pelos corpos circulares. Untar com azeite
doce a parte entumecida e fazer tracções methodi-
cas. Cortar estes corpos com uma pinça . Se o corpo
circular é um annel de ouro , é facil destrui-lo es-
fregando-o com unguento mercurial.
ESTREITAMENTO DO ANUS . Dilatação . Ex-
cisão das producções accidentaes . Picada dos tumores
hemorrhoidaes . Incisão das cicatrizes .
ESTREITAMENTO DA URETHRA . A dilata-
ção , cauterisação . escarificação e incisão, forão pro-
postas contra os estreitamentos organicos . A dilatação
praticada pelas bugias deve ser adoptada como methodo
geral ; as outras são para os casos excepcionaes. A
cauterisaçao nunca deve ser empregada para destruir
os tecidos, mas sim para modifica-los . Ella só convém
quando o calibre do canal está diminuido pelas fun-
gosidades, pela inchação da membrana mucosa, e deve
ser sempre mui branda . A cauterisação considerada
como meio de destruição está hoje abandonada pelos
mesmos professores que mais a defendião . Quando o
estreitamento recusar a passagem das mais pequenas
sondas, um meio precioso para favorecer a dilatação
consiste nas injeccões forçadas repetidas por alguns
dias . Os estreitamentos espasmodicos cedem aos
banhos geraes mornos e prolongados , ou á intro-
ducção no canal da urethra de uma bugia coberta de
pomada de belladona 174.
Estupor. V. Apoplexia.
EXCORIAÇÕES . Ceroto simples 224. Ceroto de
espermacete 277. Encerado inglez.
´EXCRESCENCIAS SYPHILITICAS. Excisão .
Ligadura . Cauterisação com pedra infernal , asso-
ciada ao tratamento interno da syphilis. V. Syphilis.
EXOSTOSE. Causticos . Fricções mercuriaes . Tra-
tamento interno da Syphilis.
Extincção da voz. V. Aphonia.
Falta de leite nas amas. V. Agalactia .
Falta da menstruação . V. Amenorrhea.
38 .
678 MEMORIAL THERAPEUTICO .
FASTIO . Combater as molestias de que o fastio
é symptoma . Exercicio . Banhos frios . Elixir de longa
vida 127. Elixir santo 127. Pós digestivos 146 , 209 .
Pós estomachicos 488 , 307, 435 , Pós estimulantes 309.
Favus ou Tinha. V. Tinha.
Febre adynamica. V. Febre typhoide.
FEBRE AMARELLA. Primeiro periodo ( dòr
de cabeça, calafrios , dor nos membros, sêde, fastio ,
nauseas ou vomitos biliosos, pulso forte e frequente) .
Provocar a transpiração . Escaldapés com mostarda.
Chá de sabugueiro, borragem , casquinha de limão .
Oleo de ricino 401. Tartaro emetico 154. Magnesia
calcinada 355. Limonada ou laranjada . Cozimento
antiphlogistico de Stoll 394. Nas pessoas em que a
molestia principia pelos vomitos , um purgante é mais
conveniente do que o vomitorio. - Segundo periodo
(principia no terceiro ou quarto dia, e é caracterizado
pela cor amarellada da pelle , vomitos de materias
escuras, depois pretas ; evacuações alvinas tambem
pretas ; ourinas poucas e depois nenhumas ; anxie-
dade , prostração, pulso fraco ; hemorrhagias pelas
gengivas, lingua, nariz e anus ) . Sulfato de quinina
479. Limonada sulfurica 94. Cato 213. Nitro 389 .
Camphora 190. Agua de Labarraque interiormente
232. Quina 432. Cozimento de Levis 437. Valeriana
504. Cozimento de valeriana e quina 506. Calome-
lanos 372. Almiscar 122. Ether sulfurico 282. Causti-
cos no peito . Espalhar no quarto do doente a agua de
Labarraque ou a dissolução de chlorureto de cal . Vi-
nho do Porto , da Madeira.
Febre ataxica. V. Meningite, Febre typhoide.
FEBRE BILIOSA. Ipecacuanha 344. Emetico 454 .
Sulfato do magnesia 358. Oleo de ricino 404. Agua
de Sedlitz 440. Limonadas de limão ou laranja .
FEBRE CATARRHAL. Dieta. Infusão de flores
de malvas. Tartaro emetico 154 .
Febre cerebral , V, Encephalite, Meningite.
FEBRE CONTINUA. Dirigir o tratamento contra
a lesão organica de que esta febre é symptoma .
FEBRE EPHEMERA. Repouso . Abstinencia de
alimentos. Cozimento de cevada, limonadas de limão ,
laranja, tamarindos .
FEBRE INTERMITTENTE SIMPLES . 679
Febres exanthematicas. V. Bexigas, Escarlatina,
Sarampos.
FEBRE GASTRICA , Dieta. Cataplasmas e clyste-
res emollientes. Bebidas gommosas e acidulas frias .
Purgantes 540.
FEBRE HECTICA. Combater a tisica ou outra
molestia de que esta febre é symptoma . Os suores
serão combatidos pelo tannino 493 , casca de quina
435 ; a diarrhea pelos clysteres com polvilho 425 ; a
insomnia pelo opio 405.
FEBRE INFLAMMATORIA. Dieta. Bebidas aci-
dulas frias. Limonadas . Laranjada . Decocção de tama-
rindos . Bebida com cremor de tartaro 255. Cozimento
antiphlogistico de Stoll 394. Mistura salina simples
205. Applicar na testa pannos molhados em agua fria
e vinagre. Laxantes 540.
FEBRE INTERMITTENTE SIMPLES. Durante
o periodo do frio . Agazalhar o dente, dar-lhe alguma
infusão aromatica e quente, por exemplo , uma chi-
cara de chá da India , de infusão de folhas de laran-
jeira , de herva cidreira , etc. Para acalmar a sêde ,
póde-se dar agua fria.
Durante o periodo do calor ou da reacção . Di-
minuir pouco a pouco o peso dos cobertores . Substi-
tuir as bebidas quentes pelas bebidas temperantes
acidulas e frias ( laranjada, agua de arroz, de ce-
vada, etc. ) . Se houver dòr de cabeça, applicar á testa
pannos molhados em agua fria simples ou com vinagre .
Durante operiodo do suor. Voltar ás bebidas quen-
tes, cobrir o doente como no primeiro periodo, mu-
dar-lhe a roupa, enxugar o corpo, e preserva-lo de
qualquer esfriamento. Findo o accesso, podem-se
permittir ao doente alguns alimentos .
Durante a apyrexia . Medicamentos anti- periodi-
cos. Sulfato de quinina em pó , pilulas, poções, xa-
rope, fricções ou clysteres 480. Casca de páu pereira
446. Quina 434. Quassia 430. Café não torrado com
succo de limão azedo 185. Poção febrifuga 186. Gen-
ciana 306. Casca de Winter 214. Centaurea menor
216. Pimenta da India 423. Electuario de Fuller 436 .
Poção de Peysson 153. Santonina no dóse de 6 grãos por
dia 465. Mudança de clima em alguns casos rebeldes.
680 MEMORIAL THERAPEUTICO .
Febre intermittente perniciosa. Sulfato de quinina
em altas doses durante a apyrexia e ao principio (20
a 30 grãos ) , as quaes depois serão diminuidas. Si-
napismos, causticos, opio, camphora . Combater os
outros symptomas pelo tratamento conveniente . V.
Encephalite, Meningite, Gastro-enterite, Febre ty-
phoide.
FEBRE DE LEITE. Se a febre fôr leve, natural,
administrar a infusão morna de herva cidreira, tilia ,
sabugueiro . Se a febre fòr forte, bebidas diluentes,
como a decocção de arroz, cevada. Clyster com azeite
doce . Cataplasmas de linhaça quentes nas côxas. Um
brando purgante depois da febre 540. Se a febre con-
tinuar e apresentar alguma intensidade, será preciso
vêr se ella depende da peritonite ou metrite, para
trata-la então convenientemente .
FEBRE MALIGNA. V. Meningite .
FEBRE MUCOSA. V. Gastro - enterite , Febre ty-
phoide.
FEBRE NERVOSA . V. Febre typhoide.
FEBRE PERNICIOSA . V. Meningite, Febre typhoide .
FEBRE PESTILENCIAL. V. Peste.
FEBRE PETECHIAL. V. Febre typhoide.
FEBRE PUERPERAL . V. Peritonite .
FEBRE PUTRIDA. V. Febre typhoide .
FEBRE TRAUMATICA. Dieta . Antiphlogisticos .
Bebidas temperantes, acidulas frias .
FEBRE TYPHOIDE . ( Febres graves, putridas,
adynamicas, biliosas ; gastro-enterite, dothinente-
rite, etc. ) . Bebidas temperantes acidulas, taes como
a limonada de limão, de laranja . 2 onças de oleo de
ricino se houver prisão do ventre ; 15 a 30 grãos de
ipecacuanha se existir diarrhea . Sinapismos nas per-
nas e pannos molhados em agua fria e vinagre na
cabeça contra a cephalalgia . Cataplasmas de linhaça
no ventre. Agua de Seltz contra os vomitos . Se hou-
ver diarrhea abundante e persistente , clyster com
polvilho 425 , clyster emolliente e calmante 408, clys-
ter com claras de ovos 113. Contra a prostração : po-
ção tonica de Ratier 140 , mistura tonica 436 , decocto
de quina composto 436, cozimento antifebril de Le-
wis 437, vinho de quina e cacáo 437 , vinho do Porto
FEBRE TYPHOIDE . 681
ou da Madeira , clysteres com infusão de camomilla
489 , fricções no ventre com linimento camphorado
192, poção gommosa com 15 a 36 gottas d'agua de
Labarraque 233 ; por no quarto do doente pratos com
dissolução de chlorureto de cal , para entreter em
roda delle uma atmosphera de chloro ; clyster chlo-
ruretado 233 , cataplasmas de linhaça no ventre bor-
rifadas com agua de Labarraque, poção tonica de Foy
92, ether sulfurico 282 , xarope de ether 283 , poção
antispasmodica 283, camphora 190, pilulas antisepti-
cas de Kapeler 193 , bolos camphorados e nitrosos
493, almiscar, julepo almiscarado 123, clyster com
almiscar 423. Contra os symptomas ataxicos : sulfato
de quinina 479, valeriana 504, infusão de valeriana
composta 506, cozimento de valeriana e quina 506 .
Se o calor cutaneo é vivo , secco, administrar banhos
geraes d'agua morna simples , nos quaes o doente
ficará o mais tempo possivel. Se as paredes bocaes
estão cobertas de fuliginosidades, metter na bocca
uma talhada de laranja ou limão . Contra a hemor-
rhagia nasal applicar na testa pannos molhados em
agua fria e vinagre , ou tapar as ventas com fios.
Contra a hemorrhagia intestinal preparações de ra-
tanhia 440, poção adstringente 440, clyster com ex-
tracto de ratanhia 442 , limonada sulfurica 94. Contra
o delirio gelo na cabeça, causticos nas pernas . Con-
tra a insomnia e os phenomenos nervosos xarope
diacodio 266 , opio 404 , acetato de morphina 440 ,
codeina 442 , xarope de lactucario 149. Se houver
tosse, difficuldade de respiração , xarope de balsamo
de tolu 469, poção com emetico 152, poção stibio-
opiacea de Peysson 153 , caustico no peito . Apalpar
frequentemente a região hypogastrica, para ver se a
bexiga não se acha estendida pela accumulação da
ourina se for assim, empregar o catheterismo para
evacuar a ourina. Mudar frequentemente a posição do
doente, curar as excoriações , as feridas, que podem
apparecer no sacro, com ceroto simples, com pós de
quina, com agua de Labarraque, e usar de almofadas
elasticas. ― O methodo evacuante ( oleo de ricino ,
sulfato de magnesia, sulfato de soda, agua de Sedlitz ,
limonada com citrato de magnesia , emetico , ipeca-
682 MEMORIAL THERAPEUTICO .
cuanha) é empregado no principio da febre typhoide ,
na generalidade dos casos ; quanto ás sangrias geraes
ou locaes, devem ser empregadas com muita reserva,
e só excepcionalmente nos individuos plethoricos, e
atormentados por uma dôr de cabeça forte e perma-
nente, com pulso energico e frequente, e quando uma
congestão ou inflammação , de algum orgão as recla-
marem imperiosamente . É necessario que o ar no
quarto do doente seja renovado muitas vezes por
dia, e que haja sempre o maior asseio .
Fedor do halito . V. Máo halito .
Fedor do nariz. V. Ozena.
Fendas do anus, dos beiços, do peito. V. Rachas.
FERIDAS EM GERAL. Limpar a ferida. Ligar
os vasos abertos. Extrahir os corpos estranhos, e
reunir immediatamente as margens da ferida com
tiras agglutinativas, ou com alguns pontos de sutura.
As feridas contusas com desorganisação das partes
não devem ser reunidas immediatamente. Curar com
fios cobertos de ceroto 221 , com glycerina 209 , mas
não com unguentos ou pomadas irritantes , de que
algumas pessoas fazem um tão frequente e intempes-
tivo uso . Bebidas emollientes, poucos alimentos ou
dieta se a ferida fôr grande. Entreter a inflammação
em justos limites . A agua fria com que se molha
frequentemente o apparelho é o melhor remedio para
prevenir a inflammação . Combater as inflammações
dos orgãos interiores pelos meios antiphlogisticos
apropriados. Reprimir as carnosidades com pós de
alumen calcinado ou com pedra infernal . Quando a
ferida for pallida, empregar-se-hão unguentos esti-
mulantes, taes como o unguento digestivo 496 , o da
mãi 354 , basilicão 245 , de estoraque 278, de Geno-
veva 496 , etc. Dividir as aponevroses, se se temer
estrangulamento . Se a inflammação se declarar, ap-
plicar cataplasmas de linhaça , em lugar de agua fria
ou de outros resolventes. Purificar com uma solução
de chlorureto de cal o quarto do doente, o apparelho ,
a cama, e até a ferida .
Feridas por armas de fogo. Fazer as divisões
necessarias. Cortar as partes pendentes e contusas.
Extrahir os corpos estranhos. Quando o projectil se-
FERIDAS EM GERAL. 683
para completamente o membro , é raro ser inteira a
amputação é preciso então pratica-la logo depois do
accidente, nas partes sãas vizinhas da ferida . A am-
putação é ainda indicada quando os musculos estão
pisados e os ossos quebrados em grande extensão .
FERIDAS DAS ARTERIAS. Impedir as hemorrhagias
pelos topicos refrigerantes, adstringentes, absorven-
tes, escaroticos, fogo, compressão ou ligadura, con-
forme o calibre do vaso ferido .
FERIDAS DAS ARTICULAÇÕES . Reunir immediata-
mente as margens da ferida por meio de emplasto
adhesivo ou de encerado inglez. Applicar pannos
molhados em agua fria ou vegeto-mineral . Repouso.
Bichas . Cataplasmas de linhaça .
FERIDAS DA BEXIGA . Introduzir na urethra uma
sonda de gomma elastica para prevenir a infiltração
da ourina. Antiphlogisticos.
FERIDAS DO CEREBRO . Combater a inflammação
pelas sangrias geraes e locaes continuadas por alguns
dias, pelas fomentações frias, medicamentos laxantes,
e dieta.
FERIDAS DO CORAÇÃO . Tapar a ferida exterior do
peito. Sangrar. Aconselhar silencio, repouso e dieta
absoluta.
FERIDAS ENVENENADAS . Cauterisação . V. Morde-
duras de animaes venenosos.
FERIDAS DO ESTOMAGO . Abstinencia completa de
alimentos e bebidas. Antiphlogisticos. Se o esto-
mago ferido apparece na abertura exterior, é pre-
ciso , antes de reduzi-lo, reunir a ferida por meio de
sutura.
FERIDAS DO FIGADO . Bichas. Sangria . Cataplasma
resolvente 286 .
FERIDAS DOS INTESTINOS . Evacuar o estomago titil-
lando a campainha da garganta , mas não pelo emetico
nem por bebidas abundantes . Se o intestino ferido
apparecer pela parte exterior, é necessario retê-lo e
reunir a ferida por meio de uma sutura. Acalmar os
accidentes inflammatorios com antiphlogisticos .
FERIDAS DA LINGUA . Lavatorios com agua fria . Para
impedir a hemorrhagia , deve-se comprimir a ferida.
com os dedos por algum tempo ; se este meio não
684 MEMORIAL THERAPEUTICO.
é sufficiente , é preciso cauterisar com ferro em
brasa.
FERIDAS DO LARYNGE . Ligar os vasos que vertem
sangue. Quando o sangue que tem penetrado nas vias
aereas for expulsado pelos esforços da tosse, proceder
á reunião da ferida pelas tiras agglutinativas, posi-
ção, ataduras ou sutura. Combater a inflammação pe-
los antiphlogisticos .
FERIDAS DE MÁO CARACTER. Cauterisação com caus-
stico de Velpeau 92, ou massa caustica de Vienna 428 .
FERIDAS DO MEMBRO VIRIL . Applicar pannos mo-
lhados em agua fria. Compressão .
FERIDAS DO NARIZ . Reunir a ferida com emplasto
adhesivo ou com sutura.
FERIDAS DO OLно. Applicação de pannos molhados
em agua fria , bichas .
FERIDAS DAS ORELHAS . Reunir as margens da ferida
com pontos falsos ou com sutura .
FERIDAS DAS PAREDES DO PEITO . Reunir a ferida
pela posição e tiras agglutinativas . Sangrias . Repouso .
Silencio absoluto . Se algum vaso tiver sido aberto ,
praticar incisões sufficientes para descobri -lo e liga-
lo. Se o pulmão tiver sahido pela ferida , fazer a sua
reducção. Se a arteria intercostal estiver aberta, im-
pedir a hemorrhagia pela compressão ou ligadura .
Dar sahida á collecção que se tiver formado no inte-
rior da cavidade pulmonar pela operação do em-
pyema . Mas esta operação não deve ser praticada
senão quando o calor do corpo se tiver restabelecido ,
e quando se tiver esperado tempo sufficienie, para se
julgar que se acha solidamente cicatrizado o vaso que
fornecia esta hemmorrhagia.
FERIDAS DO PESCOÇO . V. Feridas do larynge.
FERIDAS DO PHARYNGE . Aos antiphlogisticos indi-
cados em todas as feridas graves, é preciso associar o
emprego de uma sonda de gomma elastica , que pe-
netre até ao estomago, e por meio da qual se intro-
duzão as bebidas e os alimentos.
FERIDAS DOS PULMÕES . V. Feridas das paredes
do peito .
FERIDAS DOS RINS . Bichas. Applicação continua
de pannos molhados em agua fria.
FISTULAS. 685
FERIDAS DO ROSTO. Reunir as margens da ferida
com pontos falsos ou com sutura.
FERIDAS DOS TEGUMENTOS DO CRANEO . Rapar a
cabeça na vizinhança da ferida . Applicar pannos mo-
lhados em agua fria. Emplasto adhesivo . Mais tarde
cataplasma de linhaça , ceroto simples. Antiphlogis-
ticos.
FERIDAS DO TESTICULO . Applicar pannos molhados
em agua fria . Cataplasma resolvente 286 .
FERIDAS DA URETHRA. Quando a ferida não é com-
plicada de perda de substancia, sara por si mesma e
só exige asseio. Quando a urethra tem experimentado
alguma perda de substancia, é preciso introduzir neste
canal uma sonda de gomma elastica, afim de prevenir
o estreitamento, e curar a ferida com ceroto simples .
FERIDAS DO VENTRE . Favorecer a reunião da ferida
pela posição, tiras de emplasto adhesivo, apparelhos
compressivos e sutura. Reduzir as visceras se estas
tiverem sahido . Combater os accidentes inflammato-
rios pelos antiphlogisticos .
Fissura no anus. V. Racha.
FISTULAS. Destruir as causas. Praticar injecções
emollientes ou detergentes , taes como a agua de La-
barraque, tintura de myrrha, etc.
Fistula do anus. Fazer a operação pela incisão.
Fistula dentaria. Extrabir o dente cariado.
Fistula lagrimal. Injecções , por meio da seringa
de Anel, com cozimento de linhaça e depois com so-
Jução de nitrato de prata 394. Cauterisação com ni-
trato de prata . Introducção , no canal nasal , de mechas
untadas com unguentos emollientes e detergentes . In-
troducção da canula de Dupuytren ou do prego de
chumbo ou de ouro.
Fistula do larynge. Bronchoplastia.
Fistula do seio. Tocar a fistula com pedra infernal.
Fazer seringatorios com dissolução de nitrato de prata
394 , ou com vinho tinto, ou com dissolução de pe-
drahume.
Fistulas ourinarias. Introduzir e deixar por algum
tempo uma sonda na bexiga. Tentar a sutura, a ure-
throplastia. Destruir as causas.
Fistulas salivares. - - 1 ° Fistulas do conducto de
39
686 MEMORIAL THERAPEUTICO .
Stenon. Fechar a abertura fistulosa pela sutura, cau-
terisação ou compressão. Dilatar o conducto natural.
Estabelecer um novo orificio boccal.
2º Fistula da glande parotida . Cauterisação . Com-
pressão. Injecções com solução de nitrato de prata
394. Excisar a ulcera praticando duas incisões semi-
ellipticas, e reunir a ferida pela sutura.
Fistula urethro-rectal . Prescrever o regimen ana-
leptico para augmentar a gordura e para favorecer a
formação do tecido cellular que poderia tapar a fis-
tula. Introduzir no anus o speculum ani, e cauterisar
a fistula com pedra infernal ou com ferro quente.
Fistula vesico-vaginal. Cauterisação. Sutura. Ure-
. throplastia.
Flato hysterico. V. Hysterismo.
FLATUOSIDADES, Flatulencia ou Ventosidades .
Collecção de gazes no interior do estomago ou dos in-
testinos em consequencia de má digestão , ou de uma
disposição particular. - Exercicio depois de jantar.
Café. Cha de macella , herva doce ou hortelã . Comidas
temperadas com pimenta , gengibre. Pós digestivos
146 , 209. Pós estomachicos 188 , 307, 435. Pós anti-
acidos 356. Pastilhas de Vichy 208. Magnesia calci-
nada 356.
Flores brancas. V. Leucorrhea.
FLUXÃO ou Inchação do rosto , ou Carregação
dos dentes . Preservar o rosto do frio. Cataplasma de
linhaça. Gargarejo emolliente 129.
FLUXO DE OURINA , polyuria , diabetes insi-
pido ou falso. Emissão abundante de ourinas aquo-
sas, não doces , acompanhada de sêde excessiva.
Perchlorureto de ferro 294. Tannino 493. Cato 244.
Alumen 130. Purgantes 540. Opio 405. Hydrothe-
rapia 326 .
Fluxo de sangue. V. Hemorrhagia.
FOME CANINA. Fome quasi insaciavel , acom-
panhada de afflicção tão grande, que determina des-
maios , quando não satisfeita . - Escolher os alimentos
que occupem o estomago por muito tempo ; taes são :
carne de vacca, carneiro, porco . Entre os medica-
mentos são aconselhados sub-nitrato de bismutho
476, opio 405, e gelo.
FRIERAS . 687
Formigueiro. V. Ulceras.
FRACTURAS EM GERAL. Reduzir a fractura ,
applicar apparelhos para mantê-la . Prevenir e com-
bater os accidentes . Se existir uma contusão forte,
fazer applicações frias e resolventes, apertar modera-
damente o apparelho, renova-lo no fim de 24 horas ,
e visita-lo todos os dias até à cessação da inchação,
para vêr se está convenientemente apertado. Evitar
a compressão forte de mais, que poderia produzir a
gangrena . Se houver alguma ferida , reuni-la com
tiras agglutinativas. Recorrer á amputação se os
musculos estiverem dilacerados, contusos, destruidos
em grande extensão , e os ossos quebrados em es-
quirolas longas e multiplicadas, ou se algumas grandes
articulações forem fracturadas. Mas se a desordem
não fôr tão grande que torne necessaria a amputação,
é preciso, depois de feita a reducção, cobrir a ferida
com um panno fino, furado e coberto de ceroto ; de-
pois applicar o apparelho de Scultet , se a fractura
for nos membros . Repetir os curativos segundo
a abundancia da suppuração . Combater os acci-
dentes.
Fracturas do craneo. Se o doente estiver em syn-
cope, reanimar os movimentos do coração pelos si-
napismos , vesicatorios , fricções e cheiros fortes ,
anles de praticar a sangria. Se existirem symptomas
de contusão do cerebro, é indicado o tratamento an-
tiphlogistico energico. V. Encephalite. Trepanar se
houver compressão do cerebro pelo sangue, pus ou
esquirolas.
FREIO DA LINGUA. Fazer a sua secção com
tesoura. Attender á hemorrhagia. Se esta se declarar ,
cauterisar as aberturas dos vasos com um estilete
aquecido até á incandescencia .
FRIEIRAS . Frieiras não ulceradas . Fricções com
limão . Lavatorios com aguardente alcanforada. Appli-
cações de balsamo de Fioraventi 496. Linimento con-
tra frieiras 87. Lavatorios com agua salgada natural
ou artificial, com solução de alumen, com agua de
Colonia.
Frieiras ulceradas . Ceroto de Saturno 286. Cau-
terisação com pedra infernal. Agua de Labarraque .
688 MEMORIAL THERAPEUTICO .
Froxo de sangue. V. Hemorrhagia.
FRUNCHO ou Furunculo. Cataplasma de linhaça.
Laxantes 540.
FUNGUS HEMATODE. Extirpação . Ligadura.
Introducção no interior do tumor de agulhas ou de
fios até produzir a suppuração .
GAGUEIRA . Antes de pronunciar uma phrase,
fazer uma profunda inspiração ; recolher a lingua
para trás e approximando a sua ponta ao céo da bocca ,
estender ao mesmo tempo os beiços no sentido trans-
versal , de maneira que se afastem as commissuras ;
fallar rhythmicamente e sempre sem precipitação
(Dr Colombat) . Collocar debaixo da lingua um pe-
queno instrumento de prata em forma de forquilha
(Dr Itard) , e quando se fallar afastar o menos possivel
a lingua do céo da bocca. O methodo do Dr Serre é
baseado nos principios seguintes : uma firme von-
tade, intervallos iguaes entre as syllabas , e movi-
mento dos braços que o gago deve levar para diante a
cada emissão de som. Todas as syllabas devem ter a
mesma duração, ser bem articuladas e perfeitamente
ligadas entre si .
GALACTIRRHÉA DAS AMAS. Secreção de-
masiada de leite. - Dar menos vezes de mamar ou
cessar a amamentação . Alimentos vegetaes . Fructos
acidos. Bebidas diureticas , diaphoreticas e tempe-
rantes. Sòro de leite de Weiss 471. Purgantes 540.
Pediluvios quentes . Repouso dos braços . Levantar e
comprimir levemente os peitos com ataduras .
Gallico. V. Syphilis .
GALLO. Applicar um panno molhado em agua
fria simples ou misturada com vinagre.
GANGLIO . Puncção do tumor, tendo o cuidado
de impedir o parallelismo entre a ferida da pelle e o
ganglio. Esmagar o tumor pela compressão forte e
rapida.
GANGRENA. Mortificação de alguma parte do
corpo que apparece sob diversos aspectos. Se se de-
clara numa ferida, esta torna-se menos vermelha, de-
pois azulada , roxa e emfim negra , com um cheiro
fetido e particular. Na gangrena produzida pela com-
pressão, como acontece verbi gratia, quando os ap-
GASTRALGIA. 689
parelhos das fracturas estão demasiadamente aperta-
dos, os symptomas são : esfriamento, perda de sen-
sibilidade, formação de bolhas e escaras negras. A
gangrena interna se conhece só pela prostração das
forças, e outros phenomenos adynamicos . A gangrena
póde ser produzida pela inflammação, compressão,
contusão, queimadura, pelas causas geraes das febres
graves , etc. - Na gangrena externa favorecer a
queda das escaras com cataplasmas de linhaça simples
ou polvilhadas com pó de quina e carvão . Lavatorios
com agua de Labarraque. Depois de cahida a escara
curar a ferida com ceroto simples 221 , unguento
estoraque 278. Interiormente administrar o xarope ou
vinho de quina 435. Na gangrena interna empregar
tambem as preparações de quina, camphora 194 , va-
leriana 505. Pilulas antisepticas 193. Serpentaria de
Virginia 472.
Gangrena da bocca das crianças e da vulva das
meninas. Lavatorios com solução de chlorureto de
cal , misturada com decocção de quina . Tocar as partes
affectadas com um pincel embebido em acido hydro-
chlorico, ou applicar a massa caustica de Vienna 428 .
Gangrena secca ou senil. Quina interior e exte-
riormente. Vinho e xarope de quina 435. Cataplasma
antiseptica 439. Fricções com aguardente camphorada.
Opio para acalmar as dôres 405.
Garrotilho. V. Croup.
GASTRALGIA, Gastrodynia ou Cardialgia. Dòr
nevralgica do estomago . -Applicar um panno quente
no ventre. Chá de herva cidreira , de folhas de laran-
jeira, de flor de tilia . Clyster com 20 gottas de lau-
dano . Inhalação de ether , de chloroformio . Sina-
pismos nas pernas. Banho morno geral . Cataplasma
calmante 409. Poção antispasmodica 283. Poção cal-
mante e antispasmodica 283. 1 a 2 grãos de opio em
pilulas. Caustico no epigastrio. Magnesia calcinada
355. Infusão de camomilla , fumaria, centaurea. Agua
de Seltz 101. Pós de Seltz 104. Carvão vegetal 240 .
Valeriana 505. Pós antispasmodicos 506. Sub-nitrato
de bismutho 476. Rhuibarbo 443. Pepsina 420. Vale-
rianato de zinco 508. Bebidas nevadas. Para a ali-
mentação é preciso tomar em consideração os gostos
690 MEMORIAL THERAPEUTICO .
e até os caprichos dos doentes. Ha alguns que não
podem comer senão alimentos mui quentes , outros
dão-se bem com os frios ; deve-se fazer a mesma
observação a respeito da natureza dos alimentos . Chá .
Café. Banhos frios de rio ou do mar. Combater a
prisão do ventre com clysteres d'agua morna sim-
ples, ou com purgantes 540. Exercicio. Aguas mine-
raes e sobretudo as aguasferreas 103, tomadas á fonte.
GASTRITE . Aguda . Se for passageira , basta a
dieta , bebidas emollientes frias 530, limonadas de
laranja, limão e clysteres de linhaça 350. Se for mais
forte, appliquem-se bichas no epigastrio e cataplas-
mas de linhaça . Bebidas frias em pequenas dóses e
frequentemente repetidas . Agua de Seltz. Laxantes
540. Opio 405. Clysteres com azeite doce . Observar
a dieta na convalescença .
Chronica. Bebidas emollientes, gommosas ou aci-
dulas . Exercicio. Banhos frios. Fricções seccas sobre a
pelle . Causticos , fricções com pomada stibiada na re-
gião epigastrica 152. Habitação no campo . Vestidos
de flanella . Agua de Vichy, de Seltz . Tonicos amar-
gos 542, e no fim estimulantes 532. Opio 405 .
Gastrodynia V. Gastralgia.
GASTRO-ENTERITE . Aguda. Dieta. Bebidas
gommosas e acidulas frias, como as decocções de ar-
roz, cevada, malvas, com xaropes de gomma, de vi-
nagre ; limonada, laranjada ; agua com claras de ovos,
ou agua fria simples em pequenas dóses e frequente-
temente repetidas. Sanguesugas no epigastrio. Cata-
plasmas e clysteres de linhaça . Se a gastro-enterite
se desenvolver debaixo da influencia de circumstan-
cias debilitantes, de tempos chuvosos, humidos, nos
individuos fracos , se existirem symptomas biliosos
ou saburrentos, o emetico com algum sal purgante ou
a ipecacuanha podem suspender os progressos da
molestia. No oitavo ou decimo dia de sua duração,
se existir prostração e lingua fuliginosa, administrar-
se-hão bebidas tonicas 543, ajuntando aos cozimen-
tos algumas colheres de vinho, ou 2 a 3 grãos de
sulfato de quinina . Extracto de quina, sulfato de
quinina. Ether. Camphora. Almiscar. Vesicatorios nos
membros . Fricções no abdomen e pelo corpo com
GOTA. 694
alcool camphorado, com tinturas aromaticas. Appli-
cações na cabeça de pannos molhados em agua fria e
vinagre . Evacuar a ourina da bexiga por meio da
sonda duas a tres vezes por dia . Clysteres com pol-
vilho e laudano. Impedir a formação de feridas no
sacro por meio de rodilhas elasticas.
Gastro-enterite chronica. V. Gastrite chronica.
GASTRORRHEA . Vomitos , pela manhã , de mu-
cosidades pegajosas (gosma, pituita) . Alimentação
sobria e apropriada á natureza da pessoa , mais animal
do que vegetal ; uso moderado de um vinho generoso ,
como o do Porto, da Madeira ; de café, chá da India.
Infusão de macella , herva cidreira. Pastilhas de Vichy
208. Agua de Seltz 101. Pós de rhuibarbo e opio 444.
Gengivas molles . V. Amollecimento das gengivas.
Gengivite . V. Estomatite.
Gibosidade. V. Rachitismo , Mal de Pott.
Glandula enfartada. V. Enfartes glandulares .
GLOSSITE ou Inflammação da lingua. Dieta.
Bebidas com nitro . Laxantes 540. Pediluvios sina-
pisados. Bichas. Sangria. Emetico 151. Drasticos 540.
V. tambem Salivação mercurial.
Glycosuria. V. Diabetes .
Golpe. V. Feridas.
Gonorrhea. V. Blennorrhagia.
Gosma V. Gastrorrhea.
GOTA. Dôr, inchação e vermelhidão das peque-
nas juntas, occupando quasi sempre ao principio, a
junta do dedo grande do pé. - Durante o accesso .
Repouso, dieta ou alimentaçao branda . Opio 405. Hy-
drochlorato de morphina 440. Meimendro. Cicuta.
Aconito. Pilulas de aconito de Biett 95. Colchico 241 .
Agua medicinal de Husson 242. Pilulas antigotosas
242. Poção de colchico 242. Mistura diuretica de Hil-
debrand 243. Xarope antigotoso 347. Infusão de sa-
bugueiro, de borragem, de tilia , para provocar a
transpiração. Guaiaco. Preparações de quina. Bicar-
bonato de soda. Cataplasma de linhaça . Sinapismo
fraco 385. Cataplasmas de linhaça feitas em cozi-
mento de cicuta, de meimendro . Cataplasma de li-
nhaça borrifada com laudano . Cataplasma de Pradier
439. Banhos de vapor camphorados 192. Fricções com
692 MEMORIAL THERAPEUTICO.
linimento camphorado 192 , com linimento anti-arthri-
tico 139, com linimento terebenthinado 499 , com
linimento terebenthinado e alcanforado 499, com li-
nimento ammoniacal 138 , com linimento ammonia-
cal camphorado 139 , com linimento contra a gota
353, com a solução de sabão em aguardente 448, com
linimento opiaceo 409. Fumigações com benjoim 177 .
Envolver a junta em algodão.
Nos intervallos. Bicarbonato de soda 208. Agua
de Vichy 102. Purgantes 540. Acido benzoico 83.
Mistura benzoica 83. Fricções seccas . Vestidos de fla-
nella. Exercicio. Regimen composto principalmente
de vegetaes. Uso moderado de bebidas alcoolicas e
abstinencia de alimentação mui substancial .
Gota-coral. V. Epilepsia.
Gota rosada . V. Caparrosa.
Gota sciatica. V. Sciatica.
Gota serena. V. Amaurose.
Gretas. V. Rachas .
GRIPPE. Febre, dôr e peso de cabeça, injecção
de face e olhos , seccura, inappetencia , prostração,
tosse, dòr de garganta. Tomar um suadouro . Chá
de flôr de malvas , de raiz de althea adoçado com mel
de abelha ou xarope de gomma. Gargarejos emollien-
tes 129. Emetico 152. Xarope diacodio 266 .
HEMALOPIA. Derramamento de sangue no inte-
rior do olho. Esta hemorrhagia, que provém ásvezes
da divisão das arterias do interior do olho na opera-
ção da cataracta, deve ser abandonada a si. O sangue
com o tempo fica absorvido , e por isso basta com-
bater os accidentes inflammatorios e nervosos , pelos
antiphlogisticos e narcoticos .
HEMATEMESE ou Vomitos de sangue. Applicar
sinapismos nos pés e nas coxas, ventosas seccas nas
costas; ligaduras nos membros. Administrar bebidas
acidulas frias, e só por colheres : agua com vinagre,
com sumo de limão , limonada de tamarindos 492. Se
a hemorrhagia continuar, applicar na bocca do esto-
mago gelo contido numa bexiga. Ao depois recorra-
se aos medicamentos adstringentes extracto de ra-
tanhia 440, poção adstringente 440, perchlorureto de
HEMOPTYSE . 693
ferro 292 , poção de ergotina de Bonjean 220. Clyster
com infusão de ratanhia 441.
HEMATOCELE. O mesmo tratamento cirurgico
que o do hydrocele .
HEMATURIA ou Ourinas sanguinolentas. He-
morrhagia que existe nos rins e que tem por principal
symptoma o fluxo de sangue com ourina . -Repouso .
Applicações no hypogastrio e nas cadeiras de pannos
molhados em agua fria misturada com vinagre . Clys-
teres do mesmo liquido . Cozimento de linhaça . Cre-
mor de tartaro na dóse de 2 oit. por dia . Ratanhia
-440. Alumen 130. Tannino 493. Cato 214. Limona-
das de limão, laranja , tamarindos. Copahiba 230 .
睡 Perchlorureto de ferro 292. Aguas ferreas naturaes
e artificiaes 103, 107. Banhos do mar. Mudança de
clima em casos rebeldes . Se a hematuria for acom-
panhada de areias, admistrar o bicarbonato de soda
208. Se for acompanhada de dôres mui fortes nas ca-
deiras, applicar bixas n'essa região . ― O sangue póde-
se coalhar na bexiga , e impedir a excreção da ourina :
para fazer sahir a ourina retida pelo sangue coalhado,
introduz-se na bexiga uma sonda elastica contendo
uma outra sonda no seu interior ; estando a sonda
introduzida na bexiga , o cirurgião tira a sonda inte-
rior e a ourina logo sahe. Se os grumos obstruissem
as aberturas da sonda, seria preciso recorrer a uma
haste fina e flexivel, terminada por uma grossura es-
pherica, que introduzida no interior da sonda afas-
taria os grumos de sangue.
HEMERALOPIA. Tratamento da amaurose.
Hemicrania. V. Enxaqueca .
Hemiplegia. V. Paralysia.
HEMOPTYSE, Hemorrhagia pulmonar ou Escar-
ros de sangue. Muitos medicos empregavão a sangria
em todas as hemoptyses, mas demonstrou a experien-
cia que não se deve recorrer a este meio senão com
muita reserva e só nos individuos fortes e sangui-
neos. O tratamento que convem na generalidade dos
casos é o seguinte : o doente deve sentar-se com a
cabeça e o tronco elevado ; tirem-se-lhe os vestidos
que comprimem o peito ; deve ficar immovel, e guar-
dar o mais absoluto silencio ; cumpre tambem re-
39.
694 MEMORIAL THERAPEUTICO.
commendar-lhe que resista á necessidade de tossir
pois que taes esforços são proprios para favorecerem
à sahida do sangue. Appliquem-se-lhe sinapismos
nos pés e ventosas seccas no peito. Administrem-se
bebidas gommosas e acidulas frias , taes como as de-
cocções de cevada , de arroz, limonada de laranja ou
limão. Nitro em alta dóse (1/2 onça a 4 onça por dia
em 24 onças de cozimento emolliente) . Emulsão ni-
trada 394. Cozimento antiphlogistico de Stoll 394 .
Digital 263. Extracto de ratanhia 440. Poção adstrin-
gente 440. Tannino 493. Pilulas anti-hemoptoicas 493 .
Alumen 130. Pós adstringentes opiaceos 130. Poção
aluminosa 434. Cato 244. Poção adstringente 245 .
Conserva de rosas 447. Electuario balsamico de
Barthez 169. Cozimento de consolda maior 247. Per-
chlorureto de ferro 292. Sinapismo ou vesicatorio
entre as duas espaduas . Vomitorio de ipecacuanha
343. Um vomitorio, é um meio perturbador poderoso
contra as hemoptyses rebeldes a outros tratamentos.
Tartaro stibiado em alta dóse (4 a 8 grãos) 152. Po-
ção contra-stimulante de Laennec 452. Laxantes 540.
HEMORRHAGIA ou Perda de sangue. O trata-
mento das hemorrhagias varía conforme a sua natu-
reza, o lugar em que se declarão e as causas que
a provocárão.
HEMORRHAGIA ARTERIAL. Compressão . Refrigeran-
tes. Laqueação da arteria.
HEMORRHAGIA CAPILLAR . Applicação de pannos
molhados em agua fria. Compressão . Applicação de
fios molhados em agua fria e vinagre. Alumen cal-
cinado. Cauterisação com pedra infernal.
HEMORRHAGIA CEREBRAL. V. Apoplexia.
HEMORRHAGIA DEPOIS DA EXTRACÇÃO DE UM DENTE.
Gargarejo com agua fria e vinagre . Introduzir na ca-
vidade que era occupada pelo dente uma bola de fios
ou de cera, e exercer por cima uma compressão ener-
gica e prolongada. Cauterisação com pedra infernal .
HEMORRHAGIA GASTRICA . V. Hematemese.
HEMORRHAGIA INTESTINAL , OU Fluxo de sangue
pelo anus. Este fluxo , que é necessario distinguir
do fluxo hemorrhoidal, depende da hemorrhagia dos
intestinos, entretanto que o fluxo hemorrhoidal pro-
HEMORRHAGIA. 695
vem dos tumores sanguineos que se desenvolvem
em roda do anus. O tratamento da hemorrhagia in-
testinal é o mesmo que o da hemorrhagia gastrica ou
hematemese.
HEMORRHAGIA NASAL. V. Epistaxis.
HEMORRHAGIA PULMONAR. V. Hemoptyse.
HEMORRHAGIA que resulta das picadas de sangue-
sugas. Pós hemostaticos 132. Applicação da pedra
infernal. Compressão .
HEMORRHAGIA UTERINA . O tratamento varía segundo
que a hemorrhagia tem lugar no estado de vacuidade
do utero, durante a gravidez , e durante ou pouco
tempo depois do parto.
1° Hemorrhagia uterina no estado de vacuidade
do utero. Collocar a doente em um lugar fresco e
na posição horizontal . Administrar bebidas frias e
aciduladas taes como a limonada de limão , laranja ou
agua fria com assucar e vinagre. Applicar ao hypo-
gastrio e ás côxas pannos molhados em agua fria e
vinagre , mergulhar as mãos em agua quente, pôr
aos pés garrafas cheias d'agua quente, para entreter o
calor nesta parte do corpo ; applicar sinapismos nas
pernas, ventosas seccas no peito. Administrar cly-
steres d'agua fria ou d'agua com vinagre. Nitro em
alta dóse (1/2 a 1 onça para 24 onças de cozimento de
cevada) 390. Centeio espigado 219. Ergotina. Poção de
ergotina 220. Poção com perchlorureto de ferro 292.
Injecção na vagina com solução de perchlorureto de
ferro 293. Nos casos extremos, é preciso encher a va-
gina com fios, ou comprimir com a mão a aorta abdo-
minal abaixo do embigo . Para praticar esta compres-
são , estando a mulher deitada, faz-se-lhe levantar as
coxas ; depois, comprime-se o ventre com os quatro
ultimos dedos de uma mão abaixo do embigo, e logo
que se sentir bater a arteria, comprime-se-a forte-
mente contra o rachis. Esta compressão póde ser
continuada por muitas horas, se a posição da mụ-
lher o exige.
Na metrorrhagia chronica, prescreva-se o cozi-
mento de arroz com xarope de consolda maior, be-
bidas aciduladas com sumo de limão azedo; extracto
de ratanhia 440 , tannino 493, perchlorureto de ferro
696 MEMORIAL THERAPEUTICO .
interiormente e em injecções 292, pedra hume 130,
centeio espigado , ergotina 249 , cato 214, ipecacuanha
em pequenas dóses 343, canella em pó 199 , vesicato-
rio nas coxas, e injecções com infusão de ratanhia
440, ou com tannino 494. Banhos frios. Abstinencia
do coito, da dansa, da equitação . Se a hemorrhagia
fôr entretida pelo cancro do utero , ou pelo polypo ,
dirigir-se-hão os esforços da arte contra a affecção
principal .
2° Hemorrhagia uterina durante a gravidez.
Esta hemorrhagia provem do despego prematuro da
placenta, e o despego depende ordinariamente da in-
serção da placenta sobre o orificio uterino . N'este caso
é preciso romper com o dedo as membranas e espe-
rar o parto . Nos casos graves encher a vagina com
fios este tampão pode provocar o parto e cortar o
mal pela raiz. Nos casos mais graves ainda proceder
ao parto forçado : para este fim fazer a versão do feto
se a sua cabeça está em cima do orificio do utero ; ou
applicar o forceps se ella está na excavação da bacia .
3° Hemorrhagia uterina depois do parto . Appli-
cações ao ventre de pannos molhados em agua fria e
vinagre . Bebidas frias e acidulas . Extrahir o sangue
coalhado, os pedaços de placenta, etc. , que disten-
dem o utero. Introduzir a mão no interior deste orgão
para excita-lo e provocar suas contracções . O centeio
espigado, a ergotina, o alumen , o nitro, a ratanhia,
e as injecções adstringentes, forão tambem aconse-
lhados. Poção de ergotina de Bonjean 220. Perchlo-
rureto de ferro 292.
A hemorrhagia que sobrevem cinco a seis dias de-
pois do parto deve ser tratada pelo tampão .
HEMORRHOIDAS . Tumores sanguineos do recto
com ou sem fluxo de sangue. - Entreter o ventre
livre com clysteres d'agua fria ou morna, ou com
brandos purgantes , taes como o oleo de ricino, manná,
limonada de citrato de magnesia, ou agua de Sedlitz .
Se a congestão sanguinea nos tumores for intensa
recorrer aos semicupios d'agua fria, e ás applica-
ções sobre o anus de pannos molhados em agua fria .
Se os tumores fòrem dolorosos, e inchados empregar
as applicações emollientes e calmantes taes como, semi-
HEPATITE. 697
cupios d'agua morna, clysteres de linhaça, unguento
populeão 175 , linimento de Buchan 176, pomada de
belladona 174, pomada anti-hemmorrhoidal 306 , bal-
samo tranquillo 176. Introduzir os tumores para o
interior do recto, afim de evitar a estrangulação que
póde ser occasionada pelo sphincter do anus. Ás ve-
zes é necessario applicar bichas no anus. Regimen
composto pela maior parte de vegetaes . Se as dòres
fossem occasionadas por pequenas feridas que exis-
tissem sobre os tumores hemorrhoidaes, tocar estas
feridas com pedra infernal . Se os tumores fòrem ir-
reductiveis , se embaraçarem o andar , e o estar as-
sentado, se fòrem dolorosos, se fornecerem hemorrha-
gias abundantes e repetidas deve-se praticar a sua
excisão. Se houver alguns accidentes da suppressão
repentina do fluxo hemorrhoidal , será este provocado
por meio de sanguesugas , de semicupios quentes, de
pilulas purgativas de aloes 125, e de suppositorios
com aloes 154.
HEPATITE. Aguda. Bichas no hypochondrio di-
reito ou no anus . Limonada, laranjada, bebidas com
xarope de vinagre , xarope de tamarindos. Sôro de
leite. Tartaro emetico 152. Nitro 390. Clysteres emol-
lientes 398, 408. Cataplasmas de linhaça no hypo-
chondrio direito. Dieta. Banhos geraes prolongados .
Oleo de ricino 403. Sulfato de soda 483. Calomelanos .
Fricções com unguento mercurial 369. Se se formar
um abcesso, e se este fôr evidente no exterior, abri-lo
com a potassa caustica ou com o bisturi.
Chronica. Sanguesugas no hypochondrio direito .
Caustico. Sedenho . Fricções com pomada de hydrio-
dato de potassa 339 , com pomada d'Autenrieth 152 .
Agua de Vichy 102. Aguas mineraes sulfureas 110 .
Caldas da Rainha 112. Agua de Sedlitz 110. Gomma
gutta . Rhuibarbo . Jalapa . Bicarbonato de potassa . Bi-
carbonato de soda . Cicuta. Pilulas anti-ictericas de
Mac-Gregor 237. Pilulas antibiliosas de Barclay 246 .
Nitro . Sabão medicinal . Pilulas anti-ictericas 126 ,
237, 374. Pilulas de Plumer 374. Cozimento de
herva tostão, de parietaria . Regimen vegetal . Em-
plasto de Vigo 369. Mudança de clima em alguns
casos rebeldes. Hydrotherapia 326 .
698 MEMORIAL THERAPEUTICO.
HERNIAS ABDOMINAES. Reduzir o tumor pela
taxis , applicar a funda. Para praticar a taxis , o doente
ficará deitado com a barriga para cima, as espadoas
e cabeça serão sustentadas por travesseiros, a bacia
elevada e as pernas encolhidas. A applicação de gelo
ou de pannos molhados em agua fria foi ás vezes suf-
ficiente para reduzir o tumor. Com igual intento ,
póde-se derramar sobre as partes ether sulfurico , o
qual evaporando-se produz o frio artificial . Se a que-
bradura não puder ser reduzida, sustenta-la por meio
de suspensorio . Se estiver obstruida pelas materias
fecaes, para facilitar a reducção empregnem-se clys-
teres com oleo de ricino , com sal de Glauber, com
sabão, agua salgada ou agua fria. Na estrangulação
os mesmos meios convém ainda , assim como as fric-
ções com pomada de belladona 174 ; mas então não
se deve perder tempo, e sim praticar a operação logo
que as tentativas da reducção fôrem mallogradas.
Herpes. V. Dartros .
Hordeolo. V. Tercol.
HYDARTHROSE . Fricções com linimento vola-
til camphorado 139. Fricções mercuriaes 369. Caus-
ticos. Purgantes 540. Puncção .
HYDATIDES , Acephalocystos. Se o kysto se
acha ao alcance de nossos instrumentos, é preciso
abri-lo com o bisturi ou massa caustica de Vienna
428, evacuar o kysto, e injectar alcool ou tintura de
iodo, para produzir a inflammação e adhesão de suas
paredes.
HYDROCELE . Puncção sub-cutanea se o tumor
for pouco volumoso . Operação pela injecção com
vinho, com tintura de iodo, com solução de pedra lipes
ou com alcool . Operação pela incisão, excisão , se-
denho , introducção da sonda de gomma elastica.
HYDROCEPHALO. Hydropisia da cabeça . Mo-
lestia que se desenvolve antes ou depois do nasci-
mento . - Sendo volumoso não ha outra cousa que fazer
senão preservar a cabeça dos choques exteriores . Se
fôr pouco consideravel, póde-se tentar a cura pelas
fricções com unguento mercurial , pomada de hydrio-
dato de potassa ; vesicatorios na nuca ; calomelanos,
laxantes, infusão de bagas de zimbro ; emfim pelos
HYPERTROPHIA DO CORAÇÃO . 699
medicamentos tonicos, como o xarope de quina 435 .
Mas todos estes meios são quasi sempre infructiferos.
HYDROCEPHALO AGUDO DAS CRIANÇAS. V. Meningite.
Hydropericardio. Empregar o tratamento da ana-
sarca e da ascite.
HYDROPHOBIA. - Hydrophobia communi-
cada. Cauterisar as mordeduras com acido sulfurico
concentrado, com pedra infernal , com massa caustica
de Vienna 428, ou com ferro em brasa . V. Mordedu-
ras de animaes damnados. Muitas substancias fo-
rão propostas contra esta horrivel molestia, mas suas
virtudes não tem uma efficacia incontestavel . Citarei
o chloro liquido 225 , alcali volatil interiormente 138,
vinagre, almiscar, castoreo , assafetida, opio, acetato
de morphina pelo methodo endermico, calomelanos,
fricções mercuriaes em alta dóse para produzir a sa-
livação, choques de banhos frios, sangria, sulfato de
quinina combinado com extracto de opio.
Hydrophobiaespontanea. Sangria. Banhos mornos,
medicamentos calmantes e antispasmodicos como a
valeriana, opio, castoreo , assafetida, ether, etc.; mas
sobretudo meios moraes proprios para tranquillisar o
doente.
Hydropisia. V. Anasarca, p . 609, Ascite, p . 644.
HYDROPISIA DA CABEÇA. V. Hydrocephalo.
HYDROPISIA DO CORAÇÃO . Empregar o tratamento
da anasarca e da ascite.
HYDROPISIA DAS JUNTAS. V. Hydarthrose .
HYDROPISIA DO OVARIO. Suster o ventre
com uma cinta, e se o tumor adquirir um desenvol-
vimento mui consideravel, evacuar o liquido pela
puncção do kysto .
HYDROPISIA DO PEITO . V. Hydrothorax.
HYDROPISIA DO VENTRE. V. Ascite .
Hydrothorax, Hydropisia das pleuras ou Hydro-
pisia do peito. O tratamento é o mesmo que o da
anasarca e ascite . É preciso insistir sobre os medi-
camentos diureticos 528, e applicar repetidos caus-
ticos sobre o peito.
Hypertrophia do baço. V. Splenite_chronica.
HYPERTROPHIA DO CORAÇÃO. Sangrias.
Digital 261. Pilulas de Withering 263. Xarope de
700 MEMORIAL THERAPEUTICO .
pontas de espargos 274. Purgantes 540. Causticos no
peito. Regimen vegetal . Bebidas acidulas . Fructos
acidos. Abstinencia de estimulantes . Repouso do
corpo e do espirito .
Hypertrophia do figado. V. Hepatite chronica.
HYPOCHONDRIA . Habitação no campo . Distrac-
ções . Exercicios segundo o gosto de cadaum : equi-
tação, caça, cultura de jardim ; ou certos jogos como
o bilhar, cartas, etc. Combater a prisão do ventre.
Banhos de rio e do mar. Bebidas amargas e aroma-
ticas 543. Rhuibarbo. Anti-spasmodicos 523. Cessa-
são dos costumes viciosos.
Hypoemia intertropical. V. Oppilação.
HYPOPION. Antiphlogisticos. Collyrios emol-
lientes. Tartaro emetico em alta dóse.
HYPOSPADIAS. Este vicio. de conformação é
quasi sempre incuravel.
HYSTERALGIA. Dôr viva no utero ou vagina
que augmenta durante o andar, coito, defecação , etc.
- Banhos mornos prolongados . Injecções com de-
cocção de dormideiras, estramonio , meimendro ,
clysteres com 10 gottas de laudano . Empregar toda
a serie dos medicamentos indicados contra as outras
nevralgias.
HYSTERISMO. Nevrose propria ás mulheres ,
que comprehende os ataques de nervos, e que se
manifesta, na sua maior intensidade, por gritos , con-
vulsões, oppressão , com ou sem a sensação de uma
bola que sobe ao pescoço. - Tratamento preserva-
tivo . Exercicio muscular. Occupações serias . Prohi-
bir a leitura de romances, a frequentação dos bailes,
dos theatros, os alimentos estimulantes. Aconselhar o
casamento quando pareça ser este o desejo ou a ne-
cessidade da doente.
Durante os accessos . Pôr a doente na cama com a
cabeça elevada ; contê-la para que não se magoe ; tirar
collete, as ligas e todos os obstaculos que possão im-
pedir a circulação ; deixar entrar ar puro no quarto ;
fazer aspersões d'agua fria sobre o rosto , applicar si-
napismos nas extremidades ; fazer respirar ether ou
vinagre ; dar a beber chá de folhas de laranjeira .
Tratamento da molestia. Banhos mornos prolon-
IMPOTENCIA VIRIL. 701
gados. Banhos frios. Semicupios com folhas de fi-
gueira do inferno ou dormideiras . Exercicios . Medi-
camentos narcoticos 538, antispasmodicos 523 , e
tonicos 542. Pilulas de Meglin 366. Pilulas antihys-
tericas de Selle 213. Preparações de açafrão 77. Opio.
Valeriana . Oxydo de zinco . Valerianato de zinco .
Pilulas antispasmodicas 123 , 163 , 506. Almiscar.
Castoreo. Ambar gris. Clyster de assafetida 164. Pur-
gantes 540.
ICHTYOSE . Escamas duras e seccas na pelle.
Banhos mornos . Banhos sulfurosos 487 , Fricções com
pomada de alcatrão 116. V. Dartros.
ICTERICIA . Bebidas acidulas, laxantes, como as li-
monadas de limão , laranja , tamarindos . Sôro de leite.
Cremor de tartaro. Acetato de potassa . Sulfato de
magnesia. Nitro. Aloes . Emetico . Pilulas anti-icteri-
cas de Buchan 126. Pilulas anti -biliosas de Barclay
246. Vestidos de flanella. Regimen vegetal . Exerci-
cios moderados.
Ictericia dos recem-nascidos . Não se confunda esta
molestia com a côr amarellada que provém da mu-
dança de hematosis nos recem-nascidos . Xarope de
chicoria composto 223. Oleo de amendoas doces 397.
Clysteres de decocção de linhaça 350. Banhos mornos.
Cataplasmas de linhaça no hypochondrio direito .
IDIOTISMO. Não ha tratamento que o cure.
ILEO e Volvulo. Dieta. Fricções no ventre com
laudano 405 ou tintura de assafetida 163. Banhos
mornos prolongados. Purgantes 540. Clysteres pur-
gantes 359,472, 484. Bebidas nevadas. Applicar no
ventre uma bexiga contendo fragmentos de gelo.Clyster
com agua nevada , com belladona 175.
IMPERFORAÇÃO DO ANUS . Perforar com o
bisturi ou trocate a membrana que tapa a abertura
do anus, e introduzir na abertura uma mecha de fios.
IMPERFORAÇÃO DO PREPUCIO. Fazer uma
abertura com uma lanceta.
Impetigo. V. Ozagre e Dartros.
IMPIGEM. Lavatorios com solução de borax 179.
Pomada antipsorica 271. Leve cauterisação com pe-
dra infernal. V. Dartros.
IMPOTENCIA VIRIL. Banhos e semicupios frios.
702 MEMORIAL THERAPEUTICO .
Regimen tonico e analeptico. Tintura de cantharidas
201. Fumigações nas partes genitaes com bagas de
zibro 515. Fricções no perineo com tinturas ou li-
nimentos preparados com ambar gris, almiscar, es-
sencia de terebenthina, tintura de cantharidas 133,
122 , 497, 204. Immersão repetida do penis em de-
cocção de sementes de mostarda . V. Anaphrodisia.
Inappetencia. V. Fastio.
Inchação. V. Edema, Anasarca.
Inchação dos peitos. V. Engurgitamento.
Inchação do rosto . V. Fluxão.
INCONTINENCIA DE OURINA. Escorrimento
involuntario de ourina pelo canal da urethra . — Se
a incontinencia depende da inflammação ou da pa-
ralysia da bexiga é preciso empregar o tratamento
indicado contra estas molestias . Aquella que depende
da presença de um calculo, reclama a extracção d'este
corpo estranho. - - Contra a incontinencia nocturna
das crianças empregar os banhos quentes com alfa-
zema, salva , alecrim e outras plantas aromaticas ,
banhos frios de rio ou do mar, regimen analeptico ,
vinho, abstinencia de bebidas aquosas de noite ,
belladona interiormente na dóse de 1 a 3 grãos 173,
ferro reduzido 287. --- Quanto ás incontinencias de
ourina que dependem da fistula vesico-vaginal, fis-
tula vesico-rectal, estreitamentos da urethra, é pre-
ciso dirigir o tratamento contra a molestia principal.
Incordio, V. Bubão.
INDIGESTÃO . Se a indigestão principia, se existe
só incommodo no epigastro, tome-se uma chicara de
chá da India ou de folhas de laranjeira . Se a indi-
gestão é completa, favorecer os vomitos com agua
morna. Se as ancias são grandes, e os vomitos não se
declarão , administrar 1 grão de emetico 152. Dieta.
INERCIA DO UTERO durante o parto. A mu-
lher deve dar alguns passeios pelo quarto e tomar al-
guma bebida fortificante, por exemplo, uma chicara
de caldo, um pouco de vinho , etc. Clysteres d'agua
morna. Fazer algumas fricções no ventre com a mão.
Romper as membranas , quando se suppuzer que a
inercia depende da dilatação do utero. Centeio espi-
INGUA. 703
gado 219. Ergolina. Poção de egortina 220. Applicar
o forceps ou fazer a versão do feto .
Infiltração. V. Anasarca.
INFLAMMAÇÃO EM GERAL, Repouso . Posi-
ção tal que o sangue não se dirija á parte doente. San-
grias locaes ou geraes. Applicações emollientes 530,
narcoticas 538. Diéta mais ou menos rigorosa . Bebi-
das emollientes , frias ou acidulas . Banhos mornos,
clysteres emollientes. Tartaro emetico em alta dóse .
Laxantes . Revulsivos ( vesicatorios, fontes, ventosas ,
sedenhos).
Inflammação das amygdalas. V. Pharyngite.
Inflam . das articulações ou juntas. V. Arthrite.
Inflammação do baço . V. Splenite .
Inflammação da bexiga. V. Cystile.
Inflammação da bocca. V. Estomatite.
Inflammação do cerebro. V. Encephalite .
Inflammação da conjunctiva . V. Ophthalmia .
Inflammação do estomago. V. Gastrite.
Inflammação do figado. V. Hepatite .
Inflammação da garganta . V. Pharyngite.
Inflammação das gengivas. V. Estomatite .
Inflammação dos intestinos . V. Enterite.
Inflammação da lingua. V. Glossite.
Inflammação da medulla espinhal . V. Myelite.
Inflammação do olho . V. Ophthalmia.
Inflammação do ouvido. V. Otite.
Inflammação da palpebra . V. Blepharite.
Inflammação dos peitos ou seios. Cataplasmas de
linhaça . Purgantes 540. Se se formar um abcesso , é
preciso abri-lo com uma lanceta.
Inflammação dos pulmões. V. Pneumonia.
Inflammação dos rins. V. Nephrite.
Inflammação dos testiculos . V. Orchite.
Inflammação da urethra. Bichas. Cataplasmas de
linhaça . Semicupios mornos . Cozimento de linhaça.
Inflammação do utero. V. Metrite .
Inflammaɔão das veias . V. Phlebite.
INGUA. Se depende do virus syphilitico, é pre-
ciso empregar o tratamento indicado no Bubão ; se
provém de erysipela, de ferida no pé, etc., desappa-
rece com a molestia principal ; se constitue um tumor
704 MEMORIAL THERAPEUTICO .
inflammatorio simples , applicar cataplasmas de li-
nhaça.
INSOMNIA. Opio e suas preparações 494. Co-
deina 442. Thridacio 149. Acetato de morphina 440 .
Hydrochlorato de morphina 440. Sulfato de mor-
phina 441. Passeios moderados antes da hora de dei-
tar-se. Banho morno . Sobriedade na comida . Bebi-
das pouco excitantes. Abster-se de café, e não cear.
Iridites, Iritis. V. Ophthalmia.
Ischuria. V. Retenção de ourina.
Keratite. V. Ophthalmia.
KYSTOS. Injecções com alcool, vinho quente ou
tintura de iodo . Sedenho . Cauterisação com massa de
Vienna 428. Incisão. Extirpação . Excisão .
Labio leporino. V. Beico rachado.
LARYNGITE AGUDA ou Angina laryngea. Se
fôr ligeira, infusão de flôres peitoraes, de malvas, de
raiz de althea edulcorada com assucar, xarope de
gomma ou mel de abelha . Xarope diacodio 266. Es-
caldapés com mostarda. Se for intensa. Bichas e ca-
taplasmas emollientes no pescoço. Fumigações aquo-
sas e emollientes . Bebidas gommosas, emollientes 530.
Clysteres purgantes 359, 472, 484. Sinapismos aos
pés. Silencio absoluto . Tartaro emetico 151. Ipeca-
cuanha 344. Purgantes 539.
Laryngite chronica. Bebidas aromaticas quentes,
taes como as infusões de hera terrestre, hysopo, fuma-
ria. Fontes na nuca . Fricções com pomada stibiada
no pescoço 452, ou com oleo de croton tiglium 398 .
Banhos sulfureos 110. Vestidos de flanella. Regimen
brando . Contra a aphonia , poção aluminosa 131. Xa-
rope de lactucario 119. Fumigações com infusão de
sabugueiro ou de folhas d'estramonio . Emplasto de
belladona no pescoço 175. Insufflação do alumen em
pó nas fauces. Preparações mercuriaes se a molestia
depender de causa syphilitica .
Laryngite diphterica ou membranosa. V. Croup.
Laryngite edematosa. V. Edema da glotte.
Laryngite estridula . V. Croup falso.
Leicenço. V. Fruncho .
Lepra tuberculosa. V. Morphea.
LEPRA VULGAR. Affecção escamosa da pelle .
LEUCORRHEA . 705
Alimentos brandos. Abstinencia de especiarias. Ba-
nhos d'agua quente . Banhos sulfureos 487. Hydrothe-
rapia 326. Cozimento de dulcamara 267. Tintura de
cantharidas interiormente 201. Preparações arseni-
caes 157 a 160. Alcatrão interiormente e em fricções
145. Cauterisação com pedra infernal, ou causticos
applicados sobre o lugar affectado . Preparações de
iodo 331 até 341 , e outros medicamentos indicados
contra os Dartros.
LETHARGIA. Fazer aspersões d'agua fria sobre
rosto. Approximar ás ventas substancias de cheiro
activo, como o vinagre , ammoniaco, ether. Friccionar
todo o corpo, e principalmente a columna vertebral ,
com baeta ou com escova. Irritar as fossas nasaes e a
garganta com a rama de uma penna . Os sinapismos,
os vesicatorios nas pernas, a musica , as sacudidelas,
as commoções electricas, e a maior parte dos exci-
tantes, podem produzir bons effeitos ; mas é preciso
que estes meios sejão continuados por longo tempo .
Leucophlegmasia. V. Anasarca.
LEUCORRHEA ou Flores brancas. Se fôr recente,
banhos d'agua morna, injecções com decocção de
linhaça, repouso . Se for antiga, regimen tonico e ana-
leptico, composto principalmente de caldos substan-
ciaes, carnes assadas, vinho. Abstinencia de leite e
de substancias farinaceas. Habitação em lugares sec-
cos e elevados . Exercicio . Passeios ao sol . Fricções
seccas. Banhos frios de rio ou do mar. Banhos quen-
tes com plantas aromaticas (alecrim, alfazema , salva,
hortelã ). Perchlorureto de ferro 292. Iodureto de
ferro 336. Ferro reduzido 287. Copahiba . Capsulas
gelatinosas de copahiba e outras preparações desta
resina 250. Cubebas 256. Terebenthina 496. Centeio
espigado 249. Tannino 493. Cato 214. Cozimentos
amargos, de genciana, centaurea, quassia , simaruba ,
quiǹa, inula campana. Infusões de zimbro , d'artemi-
sia, de salva . Extracto de ratanhia 440. Estoraque
278. Electuario contra a leucorrhéa 448. Injecções
adstringentes com decocção de noz de galha, de casca
de romãa, de tannino , com dissolução de alumen , de
sulfato de zinco , de nitrato de prata cristallisado , de
iodo. Injecção contra a leucorrhéa 394. Cauterisação
706 MEMORIAL THERAPEUTICO.
da vagina e do collo uterino, com pedra infernal.
Fumigações com succino 133. Aguas mineraes fer-
ruginosas.
LICHEN. Erupção na pelle de pequenas papulas,
― Banhos mornos . Limo-
com prurido e exfoliação .
nadas de limão , laranja, tamarindos . Purgantes 539.
Pomada de alcatrão 116 , e outras fricções indicadas
no artigo Dartros .
LIENTERIA. Alimentos de facil digestão e inge-
ridos em pequena quantidade . Medicamentos toni-
cos 542.
LIPOMO. Extirpação .
Lipothymia. V. Syncope .
Lobinho. V. Kystos .
Lombrigas . V. Vermes.
Loucura. V. Alienação mental.
LUMBAGO . Dòr rheumatica nos musculos da re-
gião lombar. Sinapismo. Fricções com aguardente
alcanforada, com essencia de terebenthina 497, com
linimento terebenthinado e alcanforado 499. Banho
quente. Caustico .
LUPUS. Dartro roedor que apparece sobretudo no
rosto e nariz. Pomada de iodureto de enxofre 334 .
Curativos com estoraque liquido 278. Banhos quentes
aromaticos 274. Cauterisação com pedra infernal,
com massa caustica de Vienna 428 , com massa caus-
tica de Canquoin 234. Depois da queda da escara cu-
rar a ferida com ceroto simples , com fios embebidos
em agua de Labarraque 232, em agua de creosota 255 .
Interiormente os tonicos 542 , oleo de figado de ba-
calháo 400 .
LUXAÇÕES . Reduzir os ossos deslocados, mantê-
los por algum tempo, afim de que não se tornem a
deslocar ; combater os accidentes pelas applicações
de pannos molhados em agua fria misturada com vi-
nagre ; repouso e dieta . A reducção deve ser feita
com a possivel brevidade.
Luxação espontanea do femur. V. Coxalgia.
LYMPHATITE ou Angioleucite. Banhos mornos.
Cataplasmas de linhaça . Sanguesugas . Fricções com
unguento mercurial 369. Nitro 390. Purgantes 540 .
MÁU HALITO . 707
Se sobrevierem symptomas adynamicos empregar os
medicamentos tonicos 543 .
Machucadura. V. Contusão,
MACULO. Lavatorios com agua morna misturada
com agua de Labarraque. Applicar no anus pós de
calomelanos ou de rapé. Um meio vulgar, empre-
gado com vantagem para matar os bichos, mas que
é mui violento, consiste em introduzir no anus um
limão azedo descascado e polvilhado com polvora e
pimenta. Semicupios mornos. Clysteres com poaya e
outros medicamentos que se applicão contra a Dy-
senteria.
Mal gallico ou venereo. V. Syphilis .
Mal de gota. V. Epilepsia.
Mal de S. Lazaro . V. Morphea.
MAL DE POTT. Fontes. Regimen tonico . Banhos
quentes aromaticos 274. Oleo de figado de bacalháo
interiormente e em fricções 400 .
Malacia. V. Pica.
Maleitas. V. Febres intermittentes .
Malina ou Febre maligna . V. Meningite .
Manchas da cornea . V. Belidas.
MANCHAS DA PELLE. Diversas molestias cu-
taneas principião por manchas ; taes são a morphea ,
dartros, syphilides, lepra, mentagra, sardas, etc.
Recorra-se n'este caso ao tratamento indicado contra
estas molestas. Existem ás vezes descoramentos , ou
alterações da cor da pelle ; dependem da modifica-
ção do pigmento da pelle ; não ha medicamentos in-
ternos nem externos que as curem. Contra as man-
chas hepaticas, lavatorios com agua misturada com
tintura de benjoim , fricções com pomada sulfurea
270, com sabão .
Máu cheiro do nariz. V. Ozena .
Máu geito. V. Torcedura .
MAU HALITO . Combater as causas. Extrahir os
dentes cariados . Tirar a pedra dos dentes . Entreter
o asseio da bocca . Carvão interiormente e em garga-
rejos. Pastilhas de carvão 240. Pós dentifricios com
carvão 526. Chlorureto de cal em collutorios . Solu-
ção desinfectante de Chevalier 232. Fós dentifricios
708 MEMORIAL THERAPEUTICO.
de Magendie 527. Chá de macella . Rhuibarbo. Ipe-
cacuanha. Purgantes 540.
Máu successo. V. Aborto.
MARASMO . Medicamentos tonicos 542. Estimu-
lantes 534. Banhos aromaticos 274. Regimen ana-
leptico. Vinho generoso . Fricções com linimento de
Rosen 384.
MASTURBAÇÃO . Combater este pernicioso vicio
pelos meios moraes, hygienicos e mecanicos.
Melancolia. V. Hypochondria.
Melena. V. Hematemese.
MENINGITE . Dieta. Sangrias . Sanguesugas atrás
das orelhas. Applicações sobre a cabeça de pannos mo-
lhados em agua fria ou nevada . Sinapismos nos pés e
nas mãos . Causticos nas pernas. Compressão das ar-
terias carotidas de tempos a tempos. Assentar o
doente em um banho morno , e ao mesmo tempo fa-
zer-lhe applicações frias sobre cabeça. Calomelanos
373. Laxantes 540. Agua de Sedlitz 140, oleo de ricino
403 , emetico em lavagem 154. Bebidas frias e laxan-
tes, taes como a decocção de tamarindos , de canafis-
tula. Preservar o doente da luz, do barulho e do calor.
Se o coma augmentar, póde ser mui util um largo ve-
sicatorio na nuca , estabelecido com emplasto de can-
tharidas, ou por meio da pomada ammoniacal de
Gondret 138, administrando ao mesmo tempo as prepa-
rações de camphora , almiscar, castoreo, ether, quina ,
acetato de ammoniaco. Clysteres com decocção de
quina e camphora 438. Fricções com tintura de alfa-
zema, com linimento volatil . Se a meningite passar ao
estado chronico , applicar sedenho na nuca , pres-
crever laxantes, clysteres purgantes e regimen brando.
Menorrhagia. V. Hemorrhagia uterina.
Menstruação difficil ou nulla. V. Amenorrhea.
MENTAGRA ou Sycose. Tuberculos ou pustulas
sobre a barba ou partes lateraes do rosto . - Regimen
mais vegetal do que animal. Leite . Abstinencia de
alcoolicos . Banhos mornos . Purgantes 539. Escalda-
pés com farinha de mostarda . Lavatorios com cozi-
mento de linhaça . Supprimir o uso da navalha , cor-
tando só a barba com tesoura. Cauterisação com pedra
infernal , com agua de creosota 255. Applicação de
MILIARIA. 709
fios molhados na dissolução de sublimado ( 1 grão de
sublimado para 4 onça d'agua distillada ) . Pomada
de calomelanos 375. Pomada de tannino 494. Pomada
de iodureto de enxofre 334. Pomada com alumen 132 .
Finalmente praticar a epilação, arrancando com uma
pinça o cabello da barba, e applicar depois a solução
de sublimado . V. tambem Dartros.
METEORISMO. Combater as causas . Infusão de
herva doce , hortelã , canella . Magnesia calcinada .
Rhuibarbo. Medicamentos tonicos . 543. Regimen
composto principalmente de carne.
METRITE. Aguda. Sanguesugas no hypogastrio .
Cataplasmas emollientes e narcoticas 350 , 367, 409 ,
475. Clysteres de linhaça . Semicupios d'agua morna .
Purgante de oleo de ricino 403. Opio se as dores fò-
rem fortes 405. Dieta severa, repouso posição hori-
zontal . Na metrite puerperal recorre -se ás vezes ás
fricções mercuriaes 369 , e interiormente aos calo-
melanos 373.
Chronica. Sanguesugas no hypogastrio . Semicu-
pios e injecções emollientes e narcoticas, feitas com
decocções de trombeteira, dormideiras, herva moura ,
figueira do inferno, meimendro, belladona, e ao de-
pois injecções adstringentes 519. Causticos nas ca-
deiras. Aguas sulfureas 110. Banhos frios de rio ou
do mar. Banhos quentes aromaticos 274. Exercicio
moderado. V. Leucorrhea.
Metrorrhagia. V. Hemorrhagia uterina.
MIASMAS. Fumigações chloricas 225. Aspersões
no quarto com solução de chlorureto de cal , com
agua de Labarraque. Estabelecer correntezas de ar.
Abrir de vez em quando as portas e janellas para
renovar o ar.
MILIARIA ou Febre miliar. Se a febre fôr ligeira,
bastará so usar de bebidas emollientes, na tempera-
tura do quarto , nem quentes nem mui frias : chá de
malvas , cozimento de cevada , etc. , não sobrecarre-
gar o doente de cobertores, para não excitar os suo-
res ; mudar frequentemente de roupa ; renovar o ar
do quarto . Se a erupção fòr acompanhada de muita
febre, administrar a bebida emeto-cathartica 453 , ou
um vomitorio de ipecacuanha 343. Sinapismos nas
40
740 MEMORIAL THERAPEUTICO.
pernas contra a dor de cabeça. Contra a fórma per-
niciosa da molestia , sulfato de quinina 480 , quina
432 , valeriana 505.
Molestia de Bright. V. Ourinas albuminosas.
Molestias nervosas. V. Nevralgias , Hysteris-
mo, etc.
Molestias de pelle. V. Dartros , eczema , pem-
phigo, rupia, impigem, ozagre, ecthyma , tinha,
espinha carnal ou acne, mentagra ou sycose, pru-
rido, sarna, lichen , psoriase , lepra , pityriase,
ichthyose, morphea, lupus, boubas, pellagra.
Molestias verminosas . V. Vermes intestinaes.
MORDEDURAS DE ANIMAES VENENOSOS .
4° Mordeduras de animaes damnados. Compri-
mir immediatamente a ferida em todos os sentidos,
afim de fazer sahir o sangue e a baba. Lavar depois
a ferida com muita agua ou alcali volatil diluido em
agua, com agua e sabão, ou com agua salgada. De-
pois cauterisar profundamente a ferida com massa
de Vienna 428, com acido sulfurico concentrado, pedra
infernal ou ferro incandescente . Se a mordedura é
sinuosa, profunda , deve-se escarificar com o bisturi,
e espremer o sangue antes da cauterisação . Seis ou
sete horas depois da cauterisação, applique-se sobre
a escara um largo vesicatorio. Quando a escara se
despegar, o que tem lugar do quinto ao oitavo dia,
trate-se de cicatrizar a ferida , se se conhecer que a
cauterisação penetrou além da ferida feita pelo dente
do animal damnado ; no caso contrario , não se hesite
em tornar a cauterisar, e quando cahir a segunda es-
cara, entretenha-se a suppuração durante 10 a 20
dias . Se a mordedura existe perto de uma arteria,
limite-se o operador a tocar levemente a superficie
da ferida com um pincel embebido em acido sulfu-
rico, e evite queimar a arteria ; sem esta precaução,
poderia, no despegamento da escara, apparecer uma
hemorrhagia perigosa . Se a mordedura é antiga , se
a ferida está já cicatrizada, é de absoluta necessidade
abrir a cicatriz, sem perda de tempo , com um bis-
turi , queima-la e fazê-la suppurar. Quanto ao trata-
mento dos symptomas consecutivos , veja-se Hydro-
phobia.
MORMO. 744
2° Mordeduras de cobras. Esprema-se o sangue,
e lave-se a ferida com agua ; cauterise-se a ferida, e
proceda-se como fica dito no tratamento das morde-
duras de animaes damnados . Emquanto se faz isto,
dê-se ao doente uma chicara de infusão de flores de
sabugueiro , de folhas de larangeira, ou outra bebida
excitante , com seis ou oito gottas de alcali volatil
repita-se esta bebida de duas em duas horas. Póde-se
tambem dar um copo de vinho da Madeira ou de
qualquer outro vinho generoso . Administre-se uma
poção, com acetato de ammoniaco : poção sudorifica
140. O vulgo e até alguns medicos attribuem pro-
priedades especificas , nas mordeduras de cobras ,
ao guaco e outras plantas , administradas interna e
externamente ; mas parece que os factos apresentados
para apoiar esta opinão não tem sido bem examina-
dos. O ponto importante é que a cauterisação seja
bem feita.
3º Mordeduras oupicadas de zangão, abelha, be-
souro, vespa, borraxudo, tarantula, aranha, mos-
quito, maribondo, formiga ruiva, lacraia, escor-
pião e outros insectos . Tire-se o ferrão , lave-se
a ferida com agua e appliquem-se no lugar ferido
algumas gottas de alcali volatil puro ou diluido em
agua. Se o individuo fòr mordido por grande quan-
tidade de abelhas , e se a febre se manifestar, é mister
fazê-lo deitar, administrar-lhe limonada de limão, e
uma poção com 10 gottas de alcali volatil 438. O
ardor que determinão as mordeduras de mosquitos,
se acalma com lavatorios d'agua fria misturada com
vinagre.
MORMO . Molestia nova, transmissivel do cavallo
ao homem e deste á sua especie , por contagio ou
infecção, e que é caracterisada por um defluxo par-
ticular, com secreção nasal purulenta ou sanguinea
abundante, erupção pustulosa na pelle, e ás vezes por
tumores purulentos na superficie do corpo . - Todas
as pessoas obrigadas a approximarem-se dos cavallos
mormosos devem tomar as maiores precauções para
evitar o contagio : não dormir nas estrebarias onde
estiverem cavallos mormosos ; evitar o contacto da
materia purulenta, e se por acaso esta materia cahir
712 MEMORIAL THERAPEUTICO.
n'uma ferida, n'uma arranhadura ou n'uma membrana
mucosa , instantaneamente lavar a parte com muita
agua e cauterisar com acido sulfurico concentrado,
com pedra infernal , ou , melhor ainda , com massa
caustica de Vienna 428. Eis as precauções. Logo que
se declarar a molestia , será necessario recorrer ás in-
injecções nas fossas nasaes com solução de creosota ,
com tintura de iodo , com agua de Labarraque , e in-
teriormente , ao ether , ammoniaco , alcool , quina ,
serpentaria de Virginia , opio , cicuta e meimendro .
Para evitar que os arreios das bestas mortas de
mormo não communiquem a molestia a outros ani-
maes , é necessario lavar estes arreios em agua de
Labarraque ou na dissolução de chlorureto de cal,
na proporção de 1 onça de chlorureto de cal para
40 libras d'agua.
MORPHEA. Mudança de clima. Habitação nos
climas temperados da Europa, como a França , Alle-
manha , onde a morphea quasi nunca se observa . Du-
rante os tres primeiros mezes do tratamento, o doente
deve abster-se de toda a especie de carne e peixe :
sua alimentação deve ser composta exclusivamente
de pão, leite, legumes, fructas, hortaliça e caldos de
carne de vacca. Uns dias por outros, é necessario
administrar-lhe um purgante. Depois , póde se-lhe
permittir carne de gallinha, carne de vacca fresca,
mas deve sempre abster- se de carne de porco , de
carnes defumadas e salgadas e de temperos . Banhos
d'agua morna. Banhos sulfureos 487. Cozimentos de
salsaparrilha , de sassafras , de zimbro . Tintura de
cantharidas interiormente 204. Hydrochlorato de ouro
443. Iodo 334. Iodureto de potassio 329. Iodureto de
ferro 334. Iodureto de mercurio 337. Preparações
arsenicaes 157 a 160. Sabão medicinal 449. Decoctos
de quina, de genciana, de centaurea menor . Assacú
161. Pilulas de sabão medicinal e rhuibarbo . Todos
estes medicamentos devem ser por longo tempo con-
tinuados, e alternativamente mudados . Exteriormente
lavatorios com dissolução de chiorureto de cal 232 ,
com agua de creosota 255 , com pomada iodurada 333,
com pomada de iodureto de ferro 337, com pomada
de iodureto de enxofre 334. Hydrotherapia 326 .
MORTE. 713
MORTE. Signaes da morte. Ausencia da respi-
ração e da circulação, frio glacial , insensibilidade ás
incisões , cauterisações , etc. , rijeza cadaverica, e mais
tarde putrefacção . - A morte é ordinariamente pre-
cedida de alguns symptomas graves que dependem
da perturbação da respiração, da circulação ou das
funcções cerebraes e que constituem a agonia.
Aquella que sobrevem de repente e sem phenomenos
precursores chama-se morte subita é determinada
ordinariamente por uma apoplexia fulminante ou
ruptura de uma aneurysma . A morte é natural se
sobrevem em consequencia de uma molestia espon-
tanea ; violenta quando é effeito de uma violencia
qualquer. As vezes póde existir a suspensão da res-
piração e circulação , e a vida não estar extincta o
que se chama morte apparente . A rijeza dos mem-
bros, e a putrefacção são os dous signaes mais certos
da morte real . A rijeza principia poucos instantes de-
pois da morte , e dura 24 a 36 horas. Em quanto os
membros estão flexiveis , se a sua flexibilidade não
tem succedido á rijeza , póde- se presumir um resto
de vida. Quando as pancadas do coração não se per-
cebem durante algum tempo, muitos minutos por
exemplo, póde se assegurar que a morte é real. Mas
isto deve ser verificado pela auscultação precordial ;
por que na syncope e outras molestias o pulso ás
vezes não se sente, entretanto a orelha applicada sobre
a região do coração póde perceber fracas pancadas
d'este orgão .
Morte apparente. A morte póde não ser real nos
casos de apoplexia, asphyxia, feridas graves, ca-
talepsia, chorea, contusões , convulsões , extasis,
hysterismo, hypochondria, lethargia, perdas san-
guineas, syncope, tetano, quedas, nas pessoas jul-
gadas mortas por molestias agudas, durante alguma
epidemia , e nas mortes chamadas subitas . Então a
obrigação rigorosa do medico é téntar todos os meios
para reanimar o morto apparente. Estes meios con-
sistem em descobrir a face, deixar a bocca aberta,
para permittir a introducção do ar nas vias respira-
torias , tirar tudo quanto comprimindo o peito e o
baixo-ventre possa impedir o resto dos movimentos
40.
714 MEMORIAL THERAPEUTICO.
que ainda existão, posto que imperceptiveis aos nos-
sos sentidos , no diaphragma , coração e intestinos.
Os outros meios são aspersões d'agua fria , bebidas
excitantes como o vinho quente, infusão de canella .
poção com ether, etc.; banhos quentes, commoções
electricas, galvanicas, cobertores quentes , fricções
com baeta ou escova , insufflação do ar nos pulmões ,
moxas , queimaduras, escarificações, esternutatorios,
chapas de ferro quente, flagellação, sinapismos , vesi-
catorios , ventosas , sangria ; approximar ás ventas
frascos com vinagre, ether, ammoniaco, etc. V. As-
phyxia, Syncope, etc.
Movito. V. Aborto.
MUDEZ . Electricidade . Galvanismo . Moxas. Se-
denho . Emetico. A mudez que depende de idiotismo ,
de vicio da organisação da língua , é incuravel ; quanto
áquella que tem por causa a surdez , veja-se Surdez.
MYELITE. Aguda . Sangrias geraes e locaes. Ba-
nhos mornos. Dieta. Bebidas emollientes 531. Agua
de Sedlitz 440. Emetico em lavagem 154. Se houver
retenção de ourina ou de materias fecaes recorrer ao
catheterismo ou aos clysteres d'agua morna .
Chronica. Vesicatorios , moxas, sedenhos , fontes
ao longo da columna vertebral . Fricções com tintu-
ras aromaticas , com linimento volatil 138 , com lini-
mento terebenthinado 499 , com tintura de alfazema
424 , com balsamo nerval 383 , com linimento de Ro-
sen 384. Emborcações d'agua salgada e quente diri-
gidas sobre a columna vertebral . Aguas sulfureas 440.
Caldas da Rainha. Banhos do mar.
MYOPIA. Usar de oculos com vidros concavos .
Narcotismo. V. Envenenamento pelo opio.
NECROSE . Combater as causas ( V. Syphilis, Es-
crophulas, Escorbuto) . Facilitar por meio de inci-
sões, de trepanação do osso, e de outros processos
sirurgicos adequados, a sahida das partes mortas e
ceparadas. A amputação é reservada para os casos em
que o foco da necrose se communica com a articula-
ção vizinha, e para aquelles em que a situação pro-
funda do sequestro torna applicação dos meios
ordinarios mui perigosa .
NEPHRITE. Aguda . Sangria , sanguesugas ou
NEVRALGIAS. 715
ventosas sarjadas nas cadeiras. Cataplasmas de linhaça
350. Banhos mornos prolongados. Clysteres emol-
lientes 350, 398 , camphorados 194, com dormideiras
267 , emollientes e calmantes 408. Cozimento de
linhaça 350 e outras bebidas mucilaginosas 531 .
Fricções nas cadeiras com oleo camphorado 492, com
balsamo tranquillo 176. Poções com xarope diacodio
266, hydrochlorato de morphina 444 , xarope de lac-
tucario 449. Laxantes brandos 540.
Chronica . Fontes ou sedenhos na região lombar.
Banhos mornos . Assafetida 163. Poção com ether e
laudano 283. Exercicio . Bebidas diureticas 528. Aguas
de Vichy 102 , de Seltz 101. Bicarbonato de soda 208.
Magnesia 355. Decoctos de grama , de parietaria, de
abutua, de uva ursina . Soro de leite. Nitro 390. Cer-
veja. Regimen mais vegetal do que animal . Habitação
em lugares elevados e seccos .
NEVRALGIAS. Cataplasmas emollientes 350 ,
narcoticas 175, calmantes 367, 409. Sinapismos no
lugar doloroso. Fricções com laudano de Sydenham
405 , linimento opiaceo camphorado 409 , balsamo
tranquillo 176 , essencia de terebenthina 497, lini-
mento volatil 138 , tintura de cantharidas 204 , bal-
samo opodeldoch 192. Causticos. Acupunctura . Fon-
tes . Moxas. Banhos de vapor d'agua quente e de
alguma infusão aromaticá . Emborcações. Fricções
com pomada de belladona 174 , com unguento branco
de Rhazes 205. Fomentações com dissolução de cya-
nureto de potassio 259. Hydrochlorato de morphina
pelo methodo endermico 411. Banhos mornos. Inha-
lação de chloroformio 226, ou de ether 284. Appli-
cação sobre o lugar doloroso de algodão embebido
em chloroformio . Caldas. Hydrotherapia 326 .
O tratamento interno compõe se de antispasmo-
dicos, taes como sejão as preparações de valeriana,
oxydo de zinco, valerianato de zinco, ether, castoreo ,
almiscar, assafetida , estromonio , aconito, belladona ,
meimendro, etc. Essencia de terebenthina 497. Sub-
carbonato de ferro 295. Opio. Hydrochlorato de mor-
phina. Sulfato de morphina. Acetato de morphina .
Cicuta. Agua de lourocerejo 351. Tartaro stibiado.
Sulfato de quinina . Cyanureto de potassio. Pilulas
716 MEMORIAL THERAPEUTICO .
de Meglin 366. Pilulas de aconito de Biett 95. Elec-
tuario antinevralgico de Jolly 296. Opiato tereben-
thinado de Martinet 499. Pilulas antinevralgicas 280,
406. Pilulas antispasmodicas 123 , 163 , 506. Poção
antispasmodica 213 , 283. Pós antispasmodicos 123,
212, 263, 477, 506. Este tratamento é applicavel
a todas as nevralgias, taes como : a nevralgia fa-
cial , cervico-occipital, dos seios, da bexiga, in-
tercostal, do testiculo, etc. Nevralgia da vagina
e do utero. V. Hysteralgia.
NEVRITE. Sanguesugas. Cataplasmas emollientes
e narcoticas. Opio. Purgantes . Emetico.
NEVROSES. Banhos mornos prolongados . Banhos
frios de rio ou do mar . Exercicio . Equitação . Regi-
men regular. Habitação no campo . Distracções . Me-
dicamentos antispasmodicos 523, narcoticos 538. As-
safetida 462. V. Nevralgia.
NOSTALGIA. Medicina moral. Aconselhar ao
doente que volte para a sua patria.
NYCTALOPIA. Emetico . Purgantes e outros meios
indicados na Amaurose.
NYMPHOMANIA. Camphora. Limonada e outras
bebidas refrigerantes .
OBESIDADE. Diminuir a quantidade dos alimen-
tos ; regimen mais animal do que vegetal ; comer
muita carne mas abster-se de corpos gordos ; poucos
alcoolicos , e beber pouco ; levar vida activa, fazer
muito exercicio , e não se demorar na cama, senão
o tempo strictamente necessario para restaurar as
forças ; tomar um purgante de tempos a tempos 540 ;
usar de bicarbonato de soda 208 ; emfim , recorrer a
hydrotherapia e aos meios sudorificos 326.
Obliteração do anus. V. Imperforação.
Obliteração do orificio da urethra. V. Imperfora-
ção do prepucio.
Obliteração da vagina. Incisão .
Obstrucção do baço. V. Splenite chronica .
Obstrucção do figado. V. Hepatite chronica.
Odontalgia. V. Dôr de dentes.
ONYXIS. Inflammação da raiz da unha . Banhos
morncs, cataplasmas de linhaça. Lavatorios com de-
cocção de rosas rubras, com decocto de quina mistu-
OPHTHALMIA. 717
rado com alcool camphorado, com dissolução de
chlorureto de cal . Polvilhar a ferida com pedrahume
calcinada . Extirpação da unha com a raiz .
OPHTHALMIA. Ophthalmia ordinaria ,
aguda. Quando é leve, cede promptamente á dieta .
e aos purgantes brandos, como verbi gratia 4 grão
de tartaro stibiado dissolvido em 24 onças d'agua, e
aos collyrios com decocção morna de malvas, de lin-
haça, e á subtracção dos olhos á influencia da luz. An-
tes de recorrer a qualquer medicação , é preciso exa-
minar se não se tem introduzido entre as palpebras
algum corpo estranho . As ophthalmias que são con-
sequencia de contusões devem ser combatidas com fo-
mentações d'agua fria . Pediluvios com cinza . - Se
depois da primeira inflammação sobrevem atonia dos
vasos oculares , substituir os collyrios emollientes
pelos adstringentes, taes como a mistura de laudano
com agua em partes iguaes ou a dissolução de sul-
fato de zinco ou de acetato de chumbo , misturada
com algumas gottas de alcool camphorado 485 , 80 ,
ou tocar levemente a conjunctiva com pedra in-
fernal.
Se a inflammação é intensa , recorre-se ás sangue-
sugas atrás dos ouvidos, as sangrias, aos purgantes
540, ao tartaro stibiado em atta dóse 152. Ter a ca-
beça elevada e apertada. Lavatorios com decocção
de raiz de althéa, de sementes de linhaça , de cabeças
de dormideiras , ou com leite morno . Cataplasmas
de linhaça sobre a palpebra. Fricções na testa com
unguento mercurial 360 , com pomada ophthalmica
de Sichel 374 , com pomada mercurial anodyna de
Weller 367. A' proporção que os symptomas inflam-
matorios diminuirem, será preciso ajuntar aos colly-
rios emollientes alguma substancia resolvente, como
alguns grãos de sulfato de zinco , de acetato de
chumbo, de laudano, etc., ou cauterisar levemente a
conjunctiva com pedra infernal . Caustico na nuca .
Instillação entre as palpebras de algumas gotas de
collyrio preparado com dissolução de sublimado cor-
rosivo em agua distillada (4 grãos de sublimado para
4 onças d'agua) . Durante a convalescença não cansar
os olhos com a leitura e outros trabalhos. Se existe
718 MEMORIAL THERAPEUTICO .
tumefacção da conjunctiva, vasos varicosos, ás vezes
é preciso praticar a sua excisão .
Ophthalmia blennorrhagica . Molestia mui rapida
na sua marcha , pelo que é mister oppôr-lhe um tra-
tamento energico , senão o doente perde a vista. Co-
mo meio preservativo cumpre advertir ás pessoas que
padecem blenorrhagia , que não toquem os olhos com
os dedos cobertos de materia , e que tenhão muito
cuidado com o asseio das mãos . Sanguesugas nas
fontes. Sangrias. Cauterisar levemente a conjunctiva
com pedra infernal , ou applicar o collyrio composto
d'agua distillada e de nitrato de prata cristallisado,
na proporção de uma onça d'agua para um grão de
nitrato e até mais 393, tres ou quatro vezes ao dia.
E é preciso que o nitrato, quer solido quer dissol-
vido, toque toda a área inflammada , mas que, por
nenhum modo, passe por cima da cornea transparente,
porque poderia produzir nella alterações graves.
Causticos na nuca . Fricções na testa com pomada
mercurial pura 369 , ou misturada com extracto de
belladona. Purgantes 540. Copahiba . Cubebas .
Ophthalmia purulenta. As sangrias e bichas não
produzem aqui bom effeito. Tartaro stibiado em alta
dóse 152. Lavar frequentemente os olhos com uma
esponja embebida na decocção morna de sementesde
linhaça , para quo não se conserve o pus entre as
palpebras. Tocar a conjunctiva palpebral e ocular
com pedra infernal . Pingar entre as palpebras o col-
lyrio de nitrato de prata 393 , ou a mistura de duas.
partes d'agua com uma parte de aguardente alcanfo-
rada. Applicar sobre as faces internas da palpebra
superior e inferior pós de acetato de chumbo . - Fric-
ções com unguento napolitano por cima das sobran-
celhas 369. Outros tem empregado com bom exito o
collyrio preparado com dissolução de sublimado
( 4 grão de sublimado para 4 onça d'agua distillada).
Segundo o Dr Clot-Bey, o unico remedio que tem
produzido resultados satisfactorios no Egypto é um
collyrio composto de partes iguaes de sulfato de zinco
e de sulfato de alumina dissolvidos em agua distil-
lada, até á saturação . Deita-se este collyrio entre as
palpebras por meio de uma pequena garrafinha ou da
ORCHITE. 719
rama de uma penna duas ou tres vezes por dia 485 .
Ophthalmia purulenta dos recem-nascidos. Cau-
terisar levemente a conjunctiva palpebral com pedra
infernal, ou introduzir entre as palpebras algumas got-
tas de collyrio de nitrato de prata 393. Lavar os olhos
com agua misturada com algumas gotas de aguar-
dente camphorada, ou com agua acidulada com sumo
de limão. Lavatorios com decocção de linhaça, com
leite de ama.
Ophthalmias chronicas. Mudar de profissão, cu-
rar o trichiasis, etc. , se a ophthalmia provém destas
causas . Collyrios adstringentes 179 , 286 , 393 , 485 .
Collyrio aluminoso 134. Collyrio de Brun 127. Col-
lyrio de Conradi 378. Collyrio de Janin 485. de ni-
trato de prata 393 , contra as ophthalmias chronicas
80, 478, com pedra divina 478, secco de Beer 132.
Pomada ophthalmica 81 , 290, 371. 372, 394. Pomada
ophthalmica de Desault 372, de Dupuytren 372, de
Guthrie 84 , de Regent 374 , de Janin 446. Collyrio
com laudano de Sydenham. Cauterisação da conjunc-
tiva palpebral com pedra infernal. Purgantes 540 .
Causticos, fontes, sedenhos na nuca.
As ophthalmias syphiliticas, escrophulosas, dartro-
sas, exigem o tratamento interno destas molestias .
Collyrio anti -scrophuloso de Baudelocque 303. Oleo
de figado de bacalhão interiormente 400 .
OPPILAÇÃO . Subtrahir o doente á humidade.
Procurar um ar secco e puro . Medicamentos tonicos,
amargos 542, e principalmente as preparações de
ferro 287 até 299. Vinho, regimen analeptico, ba-
nhos aromaticos 274.
Oppressão. V. Affrontação.
ORCHITE , Aguda. Bichas. Cataplasmas de li-
nhaça . Banhos e semicupios mornos. Repouso. Bebi-
das emollientes, laxantes 540. Clysteres de linhaça.
Dieta. Depois da cessação dos primeiros symptomas,
comprimir o tumor com tiras de emplasto de Vigo 369.
Chronica . Combater as causas pelo tratamento in-
terno (V. Syphilis , Escrophulas ) . Preparações de
mercurio 369. Preparações de iodo 332. Chlorureto
de ouro 413. Chlorureto de ouro e sodio 414. Fric-
ções mercuriaes 369. Fricções com pomada de hy-
720 MEMORIAL THERAPEUTICO .
driodato de potassa 339. Emplasto de Vigo 369. Sus-
pender o tumor com suspensorio . Applicações de
pannos molhados em agua vegeto -mineral 285 , na
dissolução de sal ammoniaco 141. Fricções com li-
nimento camphorado 192. Emplasto de cicuta 237.
Purgantes 540. Pilulas de Plumer 374. Pilulas de
Gama 374. Pilulas de calomelanos de Ricord 374.
Banhos frios de rio ou do mar.
OSTEITE. Combater as causas ( V. Syphilis, Es-
corbuto, Escrophulas, Dartros) . Banhos, Cataplas-
mas emollientes e narcoticas 330 , 367 , 409, 175. Pi-
lulas de aconito de Biett 95. Sanguesugas. Fricções
mercuriaes 369. Vesicatorios .
OSTEOMALACIA. Amollecimento dos ossos na
idade adulta. - Alimentação succulenta, caldos sub-
stanciaes, carnes assadas , ovos , vinho . Habitação
n'um lugar secco , elevado , exposto ao sol . Ferro re-
duzido 287, e outros medicamentos tonicos 543.
Opio para acalmar as dôres 405 .
OSTEOSARCOMA . O mesmo tratamento que con-
vém ao cancro das partes molles ; ou tratamento das
causas que podem ser syphiliticas, escrophulosas, etc.
Otalgia. V. Dór de ouvido.
OTITE. Aguda . Se for leve, recorrer ás injecções
com decocção morna de linhaça, raiz de althéa , dor-
mideiras, meimendro, cicuta, com leite morno, com
dissolução de cinco grãos de opio em 5 onças d'agua
morna, com oleo de amendoas doces 397. Fumigações
com vapores de infusão de flôres de sabugueiro , de
flôres de malvas, de meimendro. Applicar sobre a
orelha cataplasma de farinha de linhaça . Introduzir no
conducto auditivo 3 grãos de camphora envolvidos
n'uma bolinha de algodão . Purgantes 540. Pediluvios
sinapisados 385. Bebidas emollientes 530. Diéta . Se for
intensa, applicar oito a dez bichas atraz da orelha,
e mesmo fazer uma sangria no braço, e continuar as
injecções e cataplasmas emollientes. Extrahir com es-
garavatador as concreções que se formão ás vezes no
conducto auditivo . Se se formar uma suppuração den-
tro da orelha interna, dar-lhe sahida perforando a
membrana do tympano, e favoreeer o escorrimento
do pus pela posição e injecções d'agua morna.
OZENA. 724
Chronica. Combater as causas ( V. Syphilis, Es-
crophulas, Dartros) . Applicar de vez em quando
sanguesugas atrás da orelha. Causticos, fontes ou se-
denhos na nuca . Injecções emollientes 534 , narcoti-
cas 538 , e depois adstringentes e detergentes, taes
como as de dissolução de alumen 130, de solução de
creosota 255 , de agua de cal 187 , de dissolução de
potassa (1 onça de potassa, 16 onças d'agua) . Drasti-
cos 540. Tonicos amargos, taes como o cozimento de
luparo, decocto de quina , infusão de chicoria , etc. 543 .
Banhos do mar. Banhos quentes aromaticos 274.
Otorrhea. V. Otite chronica.
OURINAS ALBUMINOSAS , albuminuria , ne-
phrite albuminosa ou molestia de Bright. Ourinas
menos abundantes, avermelhadas ; depoem pelo re-
. pouso filamentos avermelhados ; ao cabo de alguns
dias, deixão de ser sanguinolentas, tomão côr citrina
pallida , semelhante ao vinho branco, e tornão-se
transparentes ; ao mesmo tempo o rosto e as outras
partes do corpo ficão inchadas, etc. - Purgantes 540 .
Oleo de euphorbia latyris 400. Poção contra as ouri-
nas albuminosas 400. Pilulas de Martin- Solon con-
tra as ourinas albuminosas 370. Ratanhia. Coloquin-
tida . Tintura de cantharidas 204. Ferro reduzido
287. Scilla. Digital. Sabão medicinal . Cremor de
tartaro. Calomelanos . Cicuta . Banhos mornos . Applica-
ção de fontes na região lombar . Regimen analeptico.
Ourinas doces. V. Diabetes .
Ourinas leitosas. Ourinas amarelladas , espessas ,
opacas, turvas e com apparencia de leite : esta altera-
ração é devida á presença de gordura nas ourinas.
Molestia que se observa no Rio de Janeiro, mas é pouco
grave. Extracto de ratanhia 440. Banhos mornos .
Ourinas sanguinolentas. V. Hematuria.
OVARITE . Sanguesugas. Cataplasmas de linhaça .
Semicupios d'agua morna. Clysteres de linhaça . Pur-
gante de oleo de ricino.
OZAGRE . Entreter o asseio. Lavar a parte com
agua morna ou cozimento de linhaça e depois polvi-
lhar com polvilho . Cataplasma de linhaça . Curativos
com ceroto simples 224 , ou com azeite doce .
OZENA. Injecções emollientes como as de decoc-
41
722 MEMORIAL THERAPEUTICO .
ção de linhaça, de raiz de althéa. Injecções com dis-
solução de chlorureto de cal 232 , com agua de Labar-
raque, com tintura de iodo 332, com dissolução de
creosota 255 , com dissolução de sublimado 377. Cau-
terisação com nitrato de prata . Pós de carvão, quina e
myrrha, aná p. ig.: o doente usará destes pós emforma
de rapé. Fontes . Purgantes 540. Se a ozena depende
do virus syphilitico , administrar os antisyphiliticos.
V.Syphilis . A constituição escrophulosa reclama os to-
nicos 543 , os banhos do mar, os banhos aromaticos 274.
PALPITAÇÕES . O tratamento differe conforme
as palpitações fòrem nervosas, provenientes de lesão
organica do coração ou de plethora de sangue. Neste
ultimo caso, a sangria geral ou local é util . Nos ou-
tros recorrer-se-ha aos medicamentos antispasmodi-
cos e calmantes , taes, como a valeriana, camphora,
digital, assafetida , opio, etc. Poção atrophica de Ma-
gendie 340. Poção atrophica com tintura de digital
340. Digital 264. Pós anti-spasmodicos de Double 263 .
Pilulas de Dupuy 263. Pilulas de Andral contra as pal-
pitações 263. Fricções com linimento sedativo de Cot-
tereau 264. Applicar emplasto de belladona sobre a re-
gião do coração 175. Abster-se dos excessos venereos,
dos alimentos excitantes, das bebidas alcoolicas .
PANARICIO. No principio da molestia, fazer uma
larga e profunda incisão , afim de tirar sangue dos te-
cidos inflammados, impedir a estrangulação e preve-
nir a destruição dos tendões ou do osso ; depois re-
correr aos banhos mornos e cataplasmas de linhaça.
Gom doentes medrosos é preciso limitar-se ás appli-
cações de linhaça.
Pannos. V. Impigem, Dartros.
PAPEIRA ou bocio. Iodo e suas preparações in-
terior e exteriormente 332. Iodureto de ferro 334.
Iodureto de potassio 339. Pomada de iodureto de
potassio em fricções . Chlorureto de ouro e sodio 444.
O doente pode prevenir o augmento da papeira e sarar
mesmocompletamente, mudando de paiz e deixando de
habitar o lugar onde a molestia é endemica. Alimentos
de boa qualidade e habitação sadia . Bebidas tonicas,
amargas 543. Sabão amygdalino 449. Aguas sulfureas
444. Agua do mar em banhos e em bebida . Se o tumor
PARALYSIA. 723
for pouco volumoso , não adherente ou pedunculado,
póde-se fazer a sua extirpação . Nos casos contrarios ,
todas as tentativas de extirpação serião temerarias.
PARALYSIA. Perda absoluta ou diminução nota-
vel do sentimento e movimento. Póde ser geral ou
parcial. Chama-se hemiplegia, se occupa um lado do
corpo ; paraplegia quando affecta sua parte inferior .
Umas vezes depende de uma lesão physica e appa-
rente do apparelho nervoso tal é a paralysia que
sobrevem em consequencia de congestões cerebraes
ou violencias exteriores ; outras vezes depende de
uma affecção geral , que não deixa vestigios nem no
cerebro nem nos cordões nervosos . - Se a paraly-
sia é subita, depende ordinariamente da apoplexia,
e reclama o tratamento indicado n'este caso V. p . 612 .
Póde depender da myelite. V. pag. 744. Quando a
paralysia existe só, sem outros phenomenos, os meios
que convem empregar são : sinapismos , causticos .
Banhos sulfureos quentes 488. Caldas sulfureas . Cal-
das da Rainha 142. Banhos quentes aromaticos 274.
Fricções com linimento ammoniacal 438 , linimento
ammoniacal camphorado 139, com linimento ammo-
niacal cantharidado 139 , linimento de cantharidas
camphorado 204 , linimento phosphoreo 422 , lini-
mento terebenthinado 499. Strychnina pelo methodo
endermico 475. Galvanismo . Electricidade. Drasti-
cos 540 . - Ha paralysias lentas, progressivas ; não se
devem empregar contra ellas sangrias, como na he-
morrhagia cerebral, ou apoplexia propriamente dita,
mas sim os banhos aromaticos, fricções estimulantes
acima indicadas, electricidade, etc.
Paralysia da bexiga. Falta de contracção da bexiga
para expulsar a ourina . Quando a bexiga é só en-
fraquecida basta, para excitar a sua acção , applicar
um corpo frio sobre o hypogastro ou coxas, como
verbi gratia, approximar o ourinol ao escroto. Es-
tas pessoas não devem ourinar estando deitadas, de-
vem-se levantar de noite de 3 em 3 horas para ouri-
nar, e ourinar logo que a necessidade se manifestar .
Se a paralysia é completa introduzir uma sonda
de borracha , e deixa-la na bexiga destapando-a de
2 em 2 ou de 3 em 3 horas para dar sahida á ou-
724 MEMORIAL THERAPEUTICO.
rina . Se ha dôr na bexiga, empreguem-se semicupios
mornos, e appliquem-se cataplasmas de linhaça not
ventre e clysteres de linhaça. Se não ha dôr nem
outros symptomas de inflammação , empreguem-se
fricções no ventre com linimento ammoniacal 138,
linimento de cantharidas camphorado 204, tintura de
quina 435 , agua de Colonia , essencia de terebenthina
497, causticos nas coxas que se curão polvilhando a
ferida todos os dias com meio grão de strychnina 475,
banhos quentes aromaticos 274, banhos frios de rio
ou do mar, banhos sulfurosos 488 , caldas da Rainha
142, electricidade . Interiormente centeio espigado
249, tintura cantharidea 202.- Se todos estes meios
não tiverem bom exito , recorra-se ao uso perma-
nente de um ourinol de borracha.
Paralysia da palpebra . Causticos na testa ou fonte.
Gurativo d'estes causticos com 4/8 a 1 grão de stry-
chnina. Fricções com linimentos indicados contra a
paralysia em geral. Electricidade .
Paralysia do rosto . Caustico diante do conducto
auditivo. Curativo d'este caustico com strychnina 475 .
Electrisação . Linimentos indicados contra a paralysia
em geral.
PARAPHIMOSIS. Fazer a reducção do prepu-
cio. Para fazer esta reducção, o doente se põe em pé,
encostado a uma parede ; e em quanto uma pessoa
The deita agua fria por cima da glande , o cirur-
gião faz a reducção do prepucio. Para facilitar a
reducção , é ás vezes necessario praticar incisões
sobre a membrana mucosa inchada. Se, apezar disso ,
a reducção fôr impossivel , dividir com lanceta o an-
nel circular formado pela abertura do prepucio, o
qual aperta a glande.
PARAPLEGIA. Paralysia das extremidades infe-
riores , da bexiga e do recto. Se sobrevem depois
da queda de um lugar elevado, empregar bixas nas
cadeiras, cataplasmas de linhaça, banhos mornos ;
praticar o catheterismo para esvasiar a bexiga . De-
pois recorrer ás caldas sulfurosas 110 , e ás fricções
com linimentos indicados contra a paralysia em ge-
ral . Se é o resultado da myelite, V. pag. 714.
PAROTIDA ou Parotite. Cataplasmas de linhaça .
PERICARDITE . 725
Bebidas laxantes 540. Se a inflammação é forte, ap-
plicar sanguesugas, emplasto de cicuta 237.
PARTO LABORIOSO. O obstaculo póde de-
pender :
1° Da inercia do utero . V. Inercia do utero.
2º Da estreiteza do orificio do collo uterino .
Neste caso são uteis os banhos mornos , as injecções
de decocção de linhaça, a applicação de pomada de
belladona. As vezes é necessario recorrer á dilatação
forçada ou á incisão do collo.
3° Da estreiteza da bacia . Recorrer á symphyseo-
tomia, á craniotomia, á operação cesarea .
4º Da má posição do feto . Fazer a versão .
5° Da má conformação do feto . Perforar o cra-
neo , praticar divisões , applicar os ganchos.
6º Da presença de gemeos unidos . Tentar a ex-
tracção pelos pés , e reservar as divisões para os
casos extremos.
PELLAGRA. Molestia de pelle, observada na Ita-
lia e Hespanha, caracterisada por uma erupção ery-
thematosa ao principio, e depois vesiculosa, que se
complica logo com perturbação de todas as funcções ,
magreza e marasmo. Banhos mornos geraes . Ba-
nhos sulfurosos 488. Caldas sulfurosas. Alimentação
substancial. Banhos do mar. Pomada alcalina opia-
cea 206, e outras pomadas indicadas contra os dar-
tros . Medicamentos tonicos 543 .
PEMPHIGO . Bebidas acidulas temperantes 542 ,
e laxantes 540. Banhos mornos . Abrir as bolhas com
agulha e ajudar a sua cicatrisação com topicos pul-
verulentos, como o polvilho , pós de lirio, de lycopodio.
Se as feridas se inflammarem será preciso cura-las
com ceroto simples, com cataplasmas de linhaça . Se
a sua superficie fòr violacea e sanguinolenta , appli-
car pós de quina , de carvão, lavar com cozimento de
quina ou vinho aromatico 275.
Perda da falla. V. Aphonia .
Perda de sangue . V. Hemorrhagia .
PERICARDITE . Inflammação da membrana que
cobre exteriormente o coração . -Sangria . Bichas, si-
napismos, vesicatorios na região precordial . Bebidas
emollientes 534 , diureticas 528. Digital 263. Nitro 390 .
726 MEMORIAL THERAPEUTICO .
Scilla 462. Regimen brando, abstinencia de todos os
estimulantes . Emetico em alta dóse 152. Calomela-
nos com opio ou meimendro 373. Laxantes 540 .
Repouso.
PERITONITE. Sanguesugas . Banhos mornos pro-
longados (1 , 2 e 3 horas) . Cataplasmas de linhaça.
Bebidas emollientes taes como a infusão de flores de
malvas, de sementes de linhaça , etc. 531. Dieta se-
vera. Clysteres de linhaça 350. Purgante de oleo de
ricino 404. Na peritonite puerperal recorre-se ás vezes
ás fricções no ventre com unguento mercurial 369, e
interiormente aos calomelanos 373. Opio 405. Cam-
phora 194. Almiscar 423 , se a molestia tomar a fórma
adynamica . Sinapismos e causticos nas pernas.
PESADELO . Para prevenir o pesadelo basta ás vezes
deitar-se sobre um lado com preferencia a outro, e
com a cabeça elevada ; cear pouco ; usar de banhos
mornos , entreter o ventre livre com clysteres. Deve-
se sempre despertar um individuo que está soffrendo
a anxiedade do pesadelo .
Pescoço (Dôr no) . V. Torcicollo .
PESTE. Tartaro emetico 152. Bebidas acidulas .
Ether sulfurico . Almiscar. Camphora. Tonicos 542.
Vinhos generosos . Os bubões serão abertos logo que
a fluctuação estiver sensivel. Os carbunculos serão
curados com vinho aromatico e pós de quina .
PHARYNGITE, Esquinencia , Angina , Angina
guttural, Amygdalite, Dôr de garganta. Se for leve.
Gargarejos com decocção de althea, de cevada , com
mel de abelha , com mel rosado, Gargarejo emol-
liente 129. Gargarejo calmante 267. Um vomitorio
de tartaro emetico 152. Cataplasmas de linhaça no
pescoço . Pediluvios sinapisados .
Se for aguda, intensa . 1 a 2 grãos de tartaro eme-
tico em 6 onças d'agua . Cataplasmas de linhaça e
bixas no pescoço . Gargarejos emolientes 429 , e mais
tarde adstringentes 431 , 179, 305 , 441 , 448 , 493 .
Gargarejo adstringente de Bennati 434. Gargarejo
estimulante 438 , Gargarejo com pimenta comary 424.
Pós de alumen assoprados para as fauces por meio
de uma penna . Cauterisação com pedra infernal . Pur-
gantes 540. Dieta . Bebidas emollientes ( infusão de
PHLEBITE. 727
flor de malvas, de violas, de linhaça) . Evitar a humi-
dade. Se se formar um abcesso, e existir no fundo da
garganta um ponto amarellado e saliente, comprimir
o tumor com o dedo, afim de produzir a sua ruptura.
Se este meio não for sufficiente , abrir o tumor com
o bisturi para dar sahida ao pus . Incisão prompta do
tumor, sem esperar a fluctuação evidente, quando o
abcesso ameaçar de estender-se ao longe.
Se for chronica . Gargarejos adstringentes 1431 ,
179, 305, 441 , 448 , 493. Pos de alumen assoprados
para as fauces. Cauterisação com pedra infernal . Se
a inchação das amygdalas persistir a ponto de estor-
var a deglutição e a respiração , praticar a sua exci-
são . Se a causa da esquinencia for syphilitica, pres-
crever interiormente os anti-syphiliticos.
Pharyngite membranosa, pelliculosa, diphtherica,
pultacea, caseiforme ; Diphtherite ; Angina ou esqui-
nencia maligna. Tartaro stibiado. Vesicatorio na
nuca. Assoprar pós de alumen para as fauces. Caute-
risação da garganta com lapis de pedra infernal, com
dissolução de nitrato de prata, com acido hydrochlorico
puro ou misturado com mel de abellia em partes
iguaes. A maneira como se procede está indicada no
artigo Croup, pag. 643. A cauterisação com pedra
infernal requer grande attenção . Assim , ter-se- ha o
cuidado de deixar sobresair o lapis de pedra infer-
nal só de uma pequena quantidade , e deve-se fixa-lo
solidamente . Não se tendo esta precaução , a pedra in-
fernal poderia quebrar-se, e cahir no esophago o que
poderia produzir um accidente mortal. Para a caute-
risação com a dissolução de nitrato de prata em-
prega-se agua distillada 3 oit . , nitrato de prata
4 oit. Gargarejos com agua de Labarraque. Interior-
mente : vinho de quina 435 , poção aluminosa 131 .
PHIMOSIS . Repouso. Injecções e cataplasmas de
linhaça 350. Banhos mornos . Bebidas emollientes,
laxantes . Fricções com pomada mercurial 369. Se
estes meios não fòrem sufficientes, será preciso fazer
uma destas tres operações : incisão , excisão, ou cir-
cumcisão.
PHLEBITE. Sanguesugas na vizinhança da veia
inflammada . Banhos mornos. Cataplasmas emollientes
728 MEMORIAL THERAPEUTICO.
e narcoticas 350 , 367, 409. Fricções mercuriaes 369.
Tartaro stibiado em alta dóse 152. Purgantes 540 .
Vesicatorios. Medicamentos tonicos , se a molestia
tomar um caracter adynamico 543 .
PHLEGMÃO. Cataplasmas de linhaça , banhos
emollientes , dieta e bebidas diluentes 530. Abrir de
prompto com a lanceta ou bisturi os abcessos, e
principalmente os que estão profundamente situados,
ou vizinhos de alguma articulação ou cavidade splan-
chnica. Introduzir na abertura uma mecha de fios
untada com ceroto, que impeça a reunião das mar-
gens da abertura , antes da evacuação completa do
pus. Esta precaução não é necessaria nos abcessos
superficiaes. Exercer uma compressão methodica
para facilitar a sahida do pus.
Phlegmasia alba dolens. V. Edema.
Phrenesi. V. Meningite.
Phthiriasé . V. Piolhos.
Phthisica. V. Tisica .
PICA e Málacia. Appetite depravado que faz de-
sejar e comer substancias não alimentares , e que
causão mais ou menos asco no estado de saúde , taes
como barro, carvão e outras até immundas . Vigiar
a pessoa, e nas crianças empregar, se for preciso , as
correcções corporaes. Administrar o rhuibarbo 443 ,
e o ferro reduzido 287.
PICADAS nas dissecções anatomicas. Lavar imme-
diatamente a pequena ferida com muita agua pura ou
com dissolução de pedrahume, e espreme-la com
força ; cauterisa-la com pedra infernal, e applicar so-
bre ella um pedaço de encerado inglez . Se sobrevier
inflammação local ou symptomas geraes , empregar
cataplasmas de linhaça, abrir cedo todos os abcessos
que se formarem, e interiormente administrar os to-
nicos vinho de quina 435 , pilulas antisepticas 193 ,
poção com acetato de ammoniaco 140.
Picadas de insectos. V. Mordeduras .
Pintas. V. Sarampos, Escarlatina, Roseola , Bexi-
gas, Cataporas. Dartros, etc.
PIOLHOS. Contra os piolhos da cabeça empregar
lavatorios com agua e sabão, com decocção de cen-
taurea menor, fricções com oleo de alfazema , ou
PLEURIZ. 729
polvilhar a cabeça com sementes pulverisadas de
salsa hortense, pentear frequentemente o cabello, e
ter muito asseic . Contra os piolhos do corpo (phthi-
riase) , banhos mornos com sabão, banhos sulfurosos
488, pomada sulfuro-saponacea 274 , pomada antipso-
rica 274 , pomada d'Helmerick 206, fricções com es-
sencia de terebenthina ; regimen tonico . Contra os
piolhos do pubis ( vulgo piolhos ladros), untura com
unguento mercurial cinzeto 369 , e um banho geral.
Pituita. V. Gastrorrhea.
PITYRIASE. Exfoliação furfuracea permanente da
epiderme. Banhos mornos. Lavatorios com agua e
sabão . Fricções com pomada antidartrosa de Gibert
432. Pomada com borax 179. Banhos sulfurosos 487
e outros medicamentos indicados no artigo Dartros.
PLETHORA , Sangria. Diéta. Regimen composto
principalmente de vegetaes. Fructos acidos. Limo-
nadas vegetaes. Purgantes 540 .
PLEURIZ. Agudo . Sangria . Sanguesugas. Vento-
sas sarjadas . Causticos depois das emissões sangui-
neas. Bebidas emollientes, gommosas , taes como a
decocção de raiz de althéa, infusão de flores de mal-
vas, de violas, adoçada com assucar ou com xarope
de gomma. Bebidas nitradas 390. Loock branco sim-
ples 136, ou com laudano 407. Kermes mineral 150 .
Oxydo branco de antimonio 448. Tartaro stibiado 154 .
Poção de Richter 454. Loock oleoso 397. Loock pei-
toral 397. Loock scillitico 463. Julepo gommoso 344.
Se o pleuriz coexistir com affecção biliosa do esto-
mago, a ipecacuanha 343 , o emetico em lavagem 154 ,
os purgantes 540 , são então mui efficazes . Antispas-
modicos e tonicos ( camphora, valeriana , almiscar ,
quina . etc. ) se fôr complicado com estado nervoso ou
typhoide .
Chronico . Vesicatorios . Sedenhos . Fontes . Banhos
mornos . Vestidos de flanella . Bebidas sudorificas 544 ,
diureticas 528. Scilla 462. Digital 263. Fricções com
pomada stibiada 452. Ipecacuanha 343. Emetico 152 .
Nitrato de potassa em alta dóse ( 2 oitavas a 4 onça
por dia) 390. Purgantes 540. Emfim , quando todos
estes meios não tiverem determinado a absorpção do
liquido derramado na cavidade da pleura, a operação
41 .
730 MEMORIAL THERAPEUTICO.
do empyema póde ser o unico meio de salvação .
Pleuriz falso ou bastardo. V. Pleurodynia .
PLEURODYNIA . Dòr rheumatica dos musculos
das paredes thoracicas . - Sinapismo no lugar dolo-
roso . Fricções com essencia de terebenthina 497, com
oleo camphorado 192 , com linimento terebenthinado
499 , com linimento terebenthinado e alcanforado 499,
com linimento volatil 438. Vesicatorios . Banho morno .
Pleuro-pneumonia . V. Pneumonia.
PLICA POLONICA. Bebidas sudorificas 544 .
Banhos quentes. Cataplasmas e lavatorios emollien-
tes. Vesicatorios. Extracto de aconito . Preparações
antimoniaes, sulfureas . Medicamentos tonicos , amar-
gos 542. A secção dos cabellos não deve ser feita
senão depois de cessada a secreção oleosa, e deve
ser precedida da applicação de algum exutorio . En-
treter o asseio . Purgantes 540.
PNEUMONIA. Aguda. Diéta. Repouso . Calor
brando. Sangria se o pulso é forte e frequente, san-
guesugas ou ventosas sarjadas se existe só pontada
sem grande febre , ou nos individuos fracos e nas
pessoas idosas. Tartaro stibiado em alta dóse (6 , até
12 grãos em 24 horas) , continuando emquanto se
puder tolerar, e emquanto os escarros se mostrarem
avermelhados. Para favorecer a tolerancia , ajunte-se
opio ao tartaro emetico . V. Poção contra-stimulante
de Laennec 452. Poção stibiada de Louis 153. Poção
emetisada e nitrada 454. Bebidas emollientes e gom-
mosas 534. Quando a febre tiver diminuido , appli-
quem-se vesicatorios, administrem-se loocks simples
136 , ou com opio 407. Poção gommosa 344. Loock
de kermes 150. Poção de kermes contra-stimulante
454. Oxydo branco de antimonio 448. Preparações
de scilla. Loock scillitico 463. Xarope de lactucario
449. Digital 261. Balsamo de tolu . Emulsão balsamica
469. Tonicos , estimulantes , antispasmodicos , se ha
phenomenos nervosos ou de adynamia ( camphora,
almiscar, castoreo , etc.) .
Chronica. Causticos . Sedenhos . Fontes . Evitar as
fadigas excessivas do corpo e conversações longas . Ves-
tidos de flanella. Caldas sulfureas 440. Ipecacuanha
343. Purgantes 540. Diureticos 528. Tartaro stibiado
POLLUÇÕES NOCTURNAS. 734
em alta dóse. Regimen brando . Abstinencia de ali-
mentos excitantes. Fricções com pomada stibiada 152,
ou com oleo de croton tiglium no peito 399 .
Podagra. V. Gota.
PODRIDÃO DOS HOSPITAES . - Tratamento
preservativo. Destruir os miasmas pelas fumigações
com chlorureto de cal, com agua de Labarraque, fu-
migações guytonianas ; separar os doentes, recom-
mendar todo o asseio ; preservar as feridas do con-
tacto do ar.
Tratamento curativo . Cauterisar as feridas com
acido sulfurico concentrado, nitrato acido de mercu-
rio , ferro incandescente. Curar as feridas com cata-
plasma de linhaça , pannos molhados em agua e vi-
nagre, essencia de terebenthina, com mistura de pós
de camphora , carvão e quina, com acidos mineraes
diluidos em agua, com solução de chlorureto de cal,
com agua de creosota 255 .
POLLUÇÕES NOCTURNAS . Evitar os excessos
venereos ou a masturbação, se as polluções provém
destes costumes . Se tem por causa a continencia ou
um temperamento ardente , aconselhar o regimen
vegetal e lacteo, e impedir a excitação moral ou phy-
sica ; dormir deitado de um dos lados e não de costas.
Se as polluções dependem da fraqueza dos orgãos
genitaes , é indicado o regimen analeptico, vinho ge-
neroso, gengibre, canella, comidas temperadas, exer-
cicio. Pareceria que os banhos frios , os banhos do
mar, deverião ter uma acção favoravel sobre esta
fraqueza local , mas mostra a experiencia que não
impedem as perdas seminaes , e debilitão , pelo con-
trario , uma economia já fraca de mais por conse-
guinte não se podém aconselhar em todos os casos.
Convem só limitar-se aos lavatorios das partes geni-
taes com agua fria, aos clysteres d'agua fria e ao gelo
interiormente . Ha entretanto individuos aos quaes os
banhos frios são uteis. Regularisar a acção genital e
dar-lhe pelo casamento uma direcção normal. Copa-
hiba 250. Terebenthina 496. Oleo essencial de tere-
benthina 498. Cubebas 256. Mistura balsamica de
Nieman 251. Tannino 493. Alumen. Pós adstringentes
130. Vinho de quina 435. Quina em pó misturada
732 MEMORIAL THERAPEUTICO .
com limalha de ferro 288. Tintura de Marte tartarisada
299. Sulfato de magnesia na dóse de 2 oitavas antes de
se deitar. Fazer ao hypogastrio e perinêo , ao deitar-se,
applicações de pannos molhados em agua fria e vinagre.
As mesmas fomentações na região occipital . Vesicato-
rios com cantharidas na região lombar. Cauterisar com
pedra infernal a porção prostatica do canal da urethra .
POLYPOS. Causticos. Ligadura . Excisão . Arran-
camento . Torsão .
Polyuria. V. Fluxo de ourina. 1
Pontada. V. Pleuriz .
Porrigo ou Tinha. V. Tinha.
Postema. V. Abcesso.
PRESBYOPIA. Usar de oculos com vidros con-
vexos.
PRIAPISMO. Regimen lacteo e vegetal . Bebidas
acidulas e frias . Sôro de leite . Amendoada. Banhos
mornos e prolongados. Sangrias . Camphora. Clysteres
emollientes. Afastar todos os objectos que possão exci-
tar os sentidos.
PRISÃO DO VENTRE. Clysteres comagua morna
simples ou misturada com azeite doce. Purgantes 540 .
Clysteres purgantes 359 , 472, 484. Regimen composto
principalmente de vegetaes . Regrar as horas das eva-
cuações . Banhos mornos geraes. Tomar de vez em
quando uma a tres pilulas de aloes 125.
PROEMINENCIA DO IRIS. Excisão ou cauteri-
sação com pedra infernal.
PROLAPSO DO RECTO. Reduzir o tumor e op-
pôr-se à sua sahida pela introducção do tampão no
recto . Semicupios frios ou com decocção de ratanhia ,
com solução de alumen , ou com outros liquidos ad-
stringentes. Pomada de tannino 494. Injecção adstrin-
gente 131. Se estes meios não fòrem sufficientes, será
preciso recorrer á excisão de uma porção do tumor,
ou á cauterisação do anus.
PROLAPSO DO UTERO . Reducção . Injecções e
semicupios d'agua fria . Injecção adstringente 131 .
Applicação do pessario.
Prolapso da uvula. V. Relaxação da uvula.
PROLAPSO DA VAGINA. Injecções adstrin-
gentes. Excisão das rugas do orificio vaginal .
PYROSE . 733
PRURIDO ou Prurigo . Pequenos botões na pelle,
acompanhados de comichão insuportavel. - Banhos
mornos. Lavatorios com agua fria e vinagre. Limo-
nadas de limão, laranja, tamarindos . Regimen vege-
tal. Lavatorios com agua e sabão . Pomada antidar-
trosa de Biett 208. Pomada d'Helmerick 206. Banhos
do mar.
PSOITE . Cataplasmas de linhaça. Banhos mornos .
Examinar com attenção a região lombar, porque ás
vezes sente-se fluctuação n'esse lugar. Se for assim ,
praticar uma incisão n'esse ponto, para dar sahida
ao pus .
PSORIASIS . Molestia de pelle caracterisada por
chapas salientes, cobertas de escamas, côr de madre-
perola. Pomada de alcatrão 116. Pomada de iodu-
reto de enxofre 334. V. Dartros .
PTERYGIO ou Unha do olho . Carnosidade do
olho . — Cauterisação com nitrato de prata. Excisão .
Ptyalismo mercurial . V. Salivação mercurial.
Purgação. V. Blennorrhagia e Flores brancas.
PURPURA. Erupção espontanea na superficie do
corpo de pequenas manchas vermelhas ou roxas. -
Limonadas de limão ou laranja . Perchlorureto de ferro
292. Medicamentos tonicos 542. Banhos frios .
PUSTULA MALIGNA. Cauterisação com massa
caustica de Vienna 428 , ferro incandescente ou com
causticos liquidos, como o acido sulfurico, hydro-
chlorico, nitrico, concentrados . Antes da cauterisação ,
é bom fazer uma incisão crucial , afim de tornar a
applicação do caustico mais immediata . Applicar de-
pois sobre o lugar affectado cataplasmas de linhaça
e fazer lavatorios com solução de chlorureto de cal
232. Se se manifestarem symptomas adynamicos, o
que acontece mui frequentemente, recorrer-se-ha in-
teriormente á camphora, á quina, ao acetato de am-
moniaco e aos outros tonicos 543, e estimulantes 532 .
Puxos. V. Diarrhea.
Pyelite. Inflammação dos calices e dos bassinetes
dos rins. O tratamento é o mesmo que o da nephrite .
PYROSE. Combater as causas. Regimen lacteo e
vegetal . Purgantes salinos . Magnesia calcinada . Rhui-
734 MEMORIAL THERAPEUTICO .
barbo. Preparações de ferro . Medicamentos antispas-
modicos 523.
Quebradura. V. Hernia.
QUEDAS. Fazer respirar vinagre ou agua de Co-
lonia ; dar a beber um pouco de vinho , agua com
assucar, ou chá da India . Se o pulso está fraco, a
pelle fria e se existe perda completa dos sentidos,
fazer fricções sobre o corpo com baeta, cobrir o
doente com cobertores de lã , applicar sinapismos nas
pernas, dar-lhe a beber um pouco de vinho quente
com assucar ou chá de folhas de laranjeira . Logo que
o pulso adquirir força , praticar-se-ha uma sangria do
braço, no caso de queda grave. Entretanto, em in-
dividuos fracos , bastará a applicação de algumas bi-
chas atraz das orelhas . Nas quedas simples, o repouso
e chumaços embebidos em agua fria e renovados fre-
quentemente sobre o lugar contuso , são os unicos
meios que se devem empregar quando não existe
complicação alguma .
Quéda do cabello. V. Alopecia.
Quéda do recto, utero, vagina . V. Prolapso.
Quéda da uvula. V. Relaxação da uvula.
QUEIMADURA. - Tratamento geral. Fomen-
tações frias , nevadas sobre a cabeça . Opio, se existirem
dôres e spasmos . Tonicos e excitantes, como o vinho ,
ether , chá de canella , chá da India bem quente , se
existir pulso fraco, prostração , ou extremidades frias.
4° gráo ( Rubefacção ) . Immersão prolongada na
agua fria ; applicação de polpa de batatas , e sobre-
tudo applicação de algodão .
2° grão ( Vesicação) . As empolas devem ser aber-
tas com alfinete où agulha, mas não se deve tirar a
epiderme. Applicar algodão cardado ou pannos unta-
dos com ceroto simples 221 , ceroto de Saturno 286 ,
azeite doce, oleo de amendoas doces, ceroto opiaceo
409, balsamo tranquillo 476 .
30 gráo (Desorganisação de uma parte do corpo
papillar da pelle ) . Algodão cardado. Applicação de
um chumaço furado, untado com ceroto, e por cima
delle fios seccos ou embebidos em agua de Labar-
raque. Quando as escaras cahirem, cure-se a chaga
como fica dito no 2º gráo.
RACHA. 735
4º gráo ( Combustão completa do derma ) . Os
meios precedentes convém ainda neste gráo . Pôr a
parte queimada em tal situação que as margens da
ulceração fiquem afastadas umas das outras . Impedir
pelos meios mecanicos que as cicatrizes produzão a
occlusão das aberturas naturaes do corpo, ou que
tornem difficeis os movimentos das partes . Cauterisar
as carnosidades com pedra infernal .
5º gráo (Combustão dos tecidos até aos ossos) . O
mesmo tratamento.
6º gráo (Carbonisação de todo o membro). Am-
putação.
QUEIMADURA PELO SOL. Se for pouco in-
tensa lavatorios com agua fria , bebidas acidulas
frias. Se for violenta e provocar uma congestão ce-
rebral sangria, purgantes, sinapismos, vesicatorios
nos membros, diéta , repouso .
RACHA ou Fissura do anus . Ulceração alongada
e superficial da margem do anus , entre as rugas ra-
diadas da membrana mucosa d'esta parte , com dòr
viva e contracção spasmodica do musculo sphincter.
Combater a prisão do ventre com clysteres d'agua
morna . Cauterisação com pedra infernal . Introduzir
no anus mechas untadas com ceroto de Saturno 286,
com pomada de belladona 174 , com pomada de Foy
contra as rachas do anus 81. Clyster contra as rachas
do anus 442. Suppositorios com manteiga de cacáo.
Se estes meios não forem sufficientes para curar a
molestia, recorra- se á incisão do sphincter do anus ,
ou á dilatação forçada. Esta ultima operação costuma
ser precedida da chloroformisação do doente o ci-
rurgião introduz os dous dedos pollegares no recto,
e puxando com força em duas direcções oppostas
rasga o sphincter. Feito isto , a pequena rasgadura
sara em pouco tempo ; então a dôr , a contracção
spasmodica do anus e a prisão do ventre cessão como
por encanto.
Rachas dos beiços , mãos, pés, etc. Unturas com
oleo de amendoas doces , com glycerina 340. Ceroto
simples 224. Pomada para os beiços 398. Polvilho .
Leve applicação de pedra infernal.
Rachas do peito. Tocar as rachas com pedra infer-
736 MEMORIAL THERAPEUTICO .
nal. Linimento contra as rachas do seio 469, 179,
488 Bico artificial.
RACHITISMO. Molestia propria á infancia , ca-
racterisada pela alteração na direcção, comprimento ,
volume e estructura dos ossos , com enfraquecimento
da constituição. - Regimen exclusivamente lacteo
para as crianças de peito , aleitamento preferivel a
qualquer outra alimentação, nada de carnes, de sopas
gordas. Habitação n'um lugar elevado e exposto ao
sol . Mais tarde, depois de desmamada , a criança
usará de caldos substanciaes, carnes assadas , ovos,
vinho . Oleo de figado de bacalháo interiormente e em
fricções 404. Medicamentos tonicos 543. Ferro . Lu-
paro . Agua de cal. Centaurea menor. Vestidos de
flanella . Banhos frios de rio e do mar. Banhos aro-
maticos quentes 274. Aconselhar aos doentes que
durmão em colchões feitos com plantas aromaticas
como sejão : alfazema, alecrim, salva , etc. Habitação
no campo . Meios gymnasticos e orthopedicos.
RAIO. O tratamento das pessoas assombradas de
raio consiste em esfregar o espinhaço com vinagre
ou agua de Colonia ; applicar sinapismos nas pernas
e braços ; dar a cheirar alcali volatil ou vinagre ; pôr
sal na bocca, e, se o rosto estiver vermelho, praticar
uma sangria do braço.
Raiva. V. Hydrophobia .
RANULA. Excisão ou extirpação do tumor .
RASGADURA DO PERINÊO. Póde-se prevenir
este accidente, durante o parto, sustentando com uma
mão o perineo durante a passagem da cabeça e das
espaduas da criança. Se apezar disto o perinêo se
rasga , se a ferida é pequena , sara por si pelo em-
prego de banhos d'agua morna . Mas, quando a ras-
gadura se estende até ao anus, é preciso recorrer a
sutura.
RELAXAÇÃO DA UVULA. Gargarejos com infu-
são de pimenta . Gargarejos adstringentes 131 , 179,
305 , 441 , 448 , 493. Excisão .
Rendido das virilhas . V. Hernia.
Resfriado. V. Constipação .
Resicação de ventre . V. Prisão do ventre.
RHEUMATISMO ARTICULAR. 737
RETENÇÃO DE OURINA. Combater as causas .
Se a retenção de ourina provém da inflammação da
bexiga, empreguem-se cataplasmas de linhaça, ba-
nhos mornos, clysteres de linhaça e sanguesugas. Se
a causa da retenção é um estreitamento ou occlusão
do canal da urethra, faça- se uso dos meios indicados
contra esta ultima molestia . Nas febres graves, nas
inflammações do cerebro , da medulla espinhal , a
ourina é retida na bexiga : é preciso evacua-la por
meio de uma sonda. A retenção espasmodica cede aos
banhos mornos prolongados . Se ella depender da
paralysia da bexiga , recorrer-se-ha á medicação
aconselhada contra esta molestia. Mas , em todas as
retenções de ourina, a primeira indicação a preencher
consiste em evacuar a bexiga pelo catheterismo ; e
se isto fôr impossivel , praticar uma puncção no hy-
pogastrio ou no perineo .
RHAGADIAS. O tratamento externo das rhaga-
dias é o mesmo que o dos Cancros venereos, e o
interno o mesmo que o da Syphilis.
RHEUMATISMO ARTICULAR. Agudo . Dôr e
inchação de uma ou muitas juntas, com febre in-
tensa. - As emissões sanguineas quer geraes , quer
locaes são raramente uteis contra esta molestia. Ha
tres medicamentos que podem ser empregados no
estado agudo 1º Tartaro emetico na dose de 6 grãos
numa poção de 6 onças . 152. 2° Sulfato de quinina
na dóse de 18 36 , e ao mais 54 grãos por dia 480 .
3º Nitrato de potassa na dóse de meia onça até onça
e meia por dia, em 24 onças de cozimento de linhaça
que se administra por chicaras de 2 em 2 horas 390 .
Póde-se escolher um d'estes tres medicamentos , mas
as dóses aqui indicadas são bastante elevadas, e deve-
se suspender o medicamento se sobrevier algum ac-
cidente. Com effeito n'estas dóses, o emetico poderia
produzir evacuações abundantes de mais , o sulfato
de quinina, vertigens, surdez , enfraquecimento da
vista ; e o nitrato de potassa , abaixamento do pulso ,
fraqueza extrema , e mesmo a morte se o medicamento
fosse continuado . Se ha insomnia administre- se opio
na dóse de 1 a 3 grãos 405. Applicar sobre as juntas
cataplasmas de linhaça simples ou regadas com lau-
738 MEMORIAL THERAPEUTICO.
dano 409 ; ou simplesmente envolver a junta em al-
godão . Para bebida : infusão de folhas de laranjeira,
cozimento de cevada ou linhaça. - Os outros me-
dicamentos que forão aconselhadas contra o rheuma-
tismo articular agudo são colchico 242, aconito 95 ,
digital 261. Xarope de lactucario 149 .
Chronico . Succede ás vezes ao rheumatismo agudo ;
em alguns casos, entretanto, o rheumatismo é pri-
mitivamente chronico . - Dôr nas juntas , sem in-
chação nem febre. - Flanella sobre o corpo. Pre-
cauções contra as variações atmosphericas. Banhos de
vapores aquosos . Banhos de vapores camphorados
192. Banhos aromaticos 274. Fricções com balsamo
opodeldoch 492 , com essencia de terebenthina 497,
com linimento terebenthinado 499 , com linimento
terebenthinado e alcanforado 499, com linimento vo-
latil camphorado 139, com linimento anti-arthritico
139, com aguardente camphorada 192 , com oleo cam-
phorado 192 , com balsamo de Fioraventi 496 , com
balsamo tranquillo 176 , com agua de Colonia , com
balsamo nerval 383. Fumigações com vapores de ba-
gas de zimbro, benjoim, succino . Sinapismos . Caus-
ticos. Curativo dos causticos applicados nas partes
affectadas com ceroto opiaceo 409. Interiormente :
Oleo essencial de terebenthina . Tartaro emetico . Col-
chico. Opio . Meimendro. Cicuta . Belladona. Aconito.
Doce-amarga. Kermes mineral. Veratrina . Nitro .
Guaiaco. Salsaparrilha. Camphora . Ether. Ammo-
niaco . Espirito de Minderer. Quina. Purgantes 540 .
Aguas mineraes quentes.
RHEUMATISMO MUSCULAR . Dôr mais ou
menos viva, fixa ou movel, num ou em muitos mus-
culos, que augmenta pela contracção dos orgãos affec-
tados. - Sinapismo no lugar doloroso . Fricções com
essencia de terebenthina 497, balsamo tranquillo 176 ,
laudano 405. Banho d'agua morna. Banhos de vapor.
Caustico . Banhos sulfurosos. Caldas da Rainha 112.
ROSEOLA. Cozimento de cevada ou infusão de
flores de malvas .
Rouquidão. V. Defluxo e Catarrho pulmonar.
RUPIA. Bolhas cheias de um liquido seroso , de-
pois purulento e sanguineo, que se transforma em
SARAMPO. 739
crostas denegridas, ás quaes succedem ulcerações.
- Tonicos 542. Alimentação substancial, vinho, ar
puro, e grande asseio . Se as crostas cahirem, curar as
feridas com fios molhados no vinho aromatico 275 ,
ou polvilha-los com cremor de tartaro 254. Se as
ulceras forem rebeldes, cauterisa-las com pedra in-
fernal , e curar com ceroto simples.
RUPTURA DA BEXIGA. Póde ser occasionada
pela acumulação excessiva de ourina na bexiga, por
uma pancada , passagem da roda de uma sege sobre
o ventre, ou pela compressão que a cabeça do feto
exerce durante o parto. Introduzir uma sonda e
deixa-la na bexiga, para dar sahida á ourina e impe-
dir a infiltração ourinaria.
Sahida do anus. V. Prolapso do anus .
Sahida do utero. V. Prolapso do utero .
SALIVAÇÃO MERCURIAL . Suspender o trata-
mento mercurial . Purgantes 540. Dieta. Gargarejos
adstringentes com alumen, borax, noz de galha 134 ,
179, 305 , 444 , 448, 493. Gargarejo adstringente de
Bennati 131. Gargarejo de Geddings 499. Gargarejo
acidulo 543. Solução desinfectante de Chevalier 232 .
Tocar as gengivas com pedra infernal. Chlorato de
potassa interior e exteriormente 224.
Sangue pelo nariz. V. Epistaxis.
SAPINHOS. Exsudação sobre a membrana mucosa
da bocca de pequenas concreções esbranquiçadas .
Tocar com mel rosado, com collutorio de borax 478,
com pedrahume. Clysteres de linhaça . Xarope de
quina interiormente 434. Chá de salva 457. Banhos
goraes d'agua morna simples ou com plantas aroma-
ticas 274. Ar puro, habitação no campo .
SARAMPO. Infusões mornas de sabugueiro, bor-
ragem, flôres de malva, etc. , com xarope de gomma.
Gargarejos emollientes 129. Loock branco 436. Dieta.
Temperatura branda. Quando a descamação estiver
para terminar, administrar um laxante, para preser-
var a pelle das infiltrações consecutivas 540. Preser-
var o doente do esfriamento . Se a erupção apparecer
lentamente, é preciso administrar as infusões sudori-
ficas, poções estimulantes. Poção sudorifica de Foy
140, poção excitante de Harless 440. Poção com car-
740 MEMORIAL THERAPEUTICO.
bonato de ammoniaco 141. Poção com tintura de
aconito 95. Contra a bronchite , que acompanha ás
vezes o sarampo, administrar 10 a 15 grãos de poaya,
e xarope diacodio 266. Se os sarampos forem acom-
panhados dos symptomas de meningite, recorrer- se-
ha á sangria, ás sanguesugas , e aos outros meios in-
dicados nesta ultima molestia ; prescrevão-se, pelo
contrario, os estimulantes interiormente , e os sina-
pismos, se existir prostração e estado adynamico. Se
a erupção cutanea 'desapparecer subitamente, será
preciso provaca-la por banhos quentes, ou banhos de
vapor, e bebidas sudorificas taes como o chá de bor-
ragem, ou de sabugueiro .
SARCOCELE . Praticar a castração .
SARDAS. Lavatorios com solução de borax 178,
com leite virginal 177, com agua simples misturada
com agua de Colonia, alcoolato de alfazema ou alcoo-
lato de alecrim . Lavatorios com agua e sabão , com
pomadas alcalinas sulfureas .
SARNA. Tomar um banho d'agua morna, e esfre-
gar no banho o corpo todo com sabão ordinario e
melhor ainda com sabão preto . Depois de sahir do
banho esfregar o corpo todo por meia hora com po-
mada d'Helmerick 206. Repete-se a fricção no dia
seguinte, immediatamente depois o doente toma um
banho morno d'agua simples , muda de roupa e póde-
se julgar curado. Este remedio é o mais simples e o
mais expeditivo . Convem só não esquecer que os insec-
tos, que occasionão a sarna e os ovos d'elles , se achão
ordinariamente nos vestidos das pessoas sarnentas,
e podem -se tornar uma nova causa do contagio ; será
necessario por conseguinte, desinfectar esses vesti-
dos, quer lavando-os em agua quente, quer deixando-
os tres ou quatro dias expostos ao ar, quer, em-
fim , submettendo-os por meia hora á temperatura de
80° cent. , que mata necessariamente os ouções e os
seus ovos. - Os outros medicamentos contra a sarna
são : Pomada contra a sarna 232 , 271. Pomada sul-
furo-saponacea 274. Pomadas antipsoricas 206, 274 .
Pomada de Emery 232. Lavatorio antipsorico 488.
Unguento sulfureo 271. Lavatorio de Cazenave 325 .
Pomada antidartrosa 232. Lavatorio de Barlow 488 .
SPLENITE. 741
Pós de Pyhorel 486. Banhos antipsoricos 487. Banhos
sulfureos 488. Fricções com oleo camphorado 192 .
Satyriasis. V. Priapismo.
SCIATICA. Fricções com oleo essencial de tere-
benthina. Oleo essencial de terebenthina interior-
mente 498. Opiato terebenthinado 499. Loock tere-
benthinado 498. Fricções com linimento terebenthi-
nado e alcanforado 499. Pilulas de aconito de Biett
95. Sinapismos . Causticos no lugar doloroso . Curati-
vos destes causticos com hydrochlorato ou acetato de
morphina. Acupunctura . Sanguesugas . Tartaro eme-
tico 154. Purgantes 540. V. Nevralgias.
Scirrho. V. Cancro.
Sclerema. V. Edema dos recem - nascidos .
Scorbuto. V. Escorbuto.
Scrophulas. V. Escrophulas .
Sezões . V. Febre intermittente.
SIGNAL DE NASCENÇA. Quando estes signaes
ficão estacionarios , quando não augmentão de vo-
lume, não ha nada que fazer . Se augmentão rapida-
mente, é preciso recorrer a uma destas operações :
compressão, cauterisção , ligadura ou excisão .
Solitaria. V. Tenia .
Soltura de ventre . V. Diarrhea.
Soltura de ourina. V. Incontinencia de ourina.
SOLUÇO. Suspender a respiração pelo maior es-
paço de tempo possivel . Beber agua lentamente por
algum tempo . Engulir um pedaço de gelo ou um
pouco de vinagre. Provocar espirros . Banhos mornos
prolongados. Ether e outros antispasmodicos 523 .
Vomitorios 529. Vesicatorio no epigastrio . Nos solu-
ços prolongados e tenazes , e que voltão em certos
periodos, empregar a quina, o sulfato de quinina e a
electricidade.
SOMNAMBULISMO. Alimentos de facil digestão
e pouco excitantes. Banhos mornos . Exercicio mo-
derado. Viagens . Cozimentos levemente laxativos .
SPLENITE. Aguda . Bichas , cataplasmas de li-
nhaça. Nitrato de potassa 390. Pós contra-stimulantes
390. Calomelanos 372. Purgantes 539. Cozimento anti-
phlogistico de Stoll 394 .
Chronica. Sabão medicinal 449. Pilulas de sabão
742 MEMORIAL THERAPEUTICO.
compostas 449. Nitrato de potassa 390. Sulfato de
quinina interior e exteriormente 484. Fricções com
pomada de hydriodato de potassa 339. Purgantes
539. Bicarbonato de soda 208. Agua de Vichy 102 .
Sternalgia. V. Angina do peito .
Strabismo. V. Estrabismo .
Stranguria. V. Retenção de ourina.
Suffocação. V. Asthma , Dyspnea , Nevroses ,
Croup.
SUOR DOS PES . Não supprimi - lo , principal-
mente quando for antigo. Limitar- se aos cuidados
de asseio . Revulsivos cutaneos e intestinaes para
modera-lo . Para chamar o suor dos pés , quando o
seu desapparecimento tiver produzido accidentes.
cobrem-se os pés com sinapismos ou com pedaços de
laa polvilhados com mistura de cal viva e de sal am-
moniaco 142, ou com farelo quente .
SURDEZ . Combater as causas . Drasticos 540. Es-
ternutatorios. Causticos , sedenhos , fontes na nuca.
Sangria. Vapores de enxofre queimado , dirigidos ao
conducto auditivo . Instillação de ether sulfurico no
conducto auditivo externo . Fumigações com vapores
de infusões de valeriana, de alfazema, alecrim, e ou-
tras plantas aromaticas . Insufflação do ar . Injecções
com agua de creosota 255. Uso interno da infusão de
arnica , valeriana , quina , das preparações ferreas.
Galvanismo . Electricidade . Perforação da membrana
tympanica. Cauterisação da trompa d'Eustachio com
pedra infernal, por meio de uma sonda . Gargarejos
com alumen 131. Insufflação ás fauces de alumen
pulverisado. A surdez provem ás vezes da accumu-
lação da cera no conducto auditivo , é preciso ex-
trahi-la com um esgaravatador.
Sycose. V. Mentagra .
SYNCOPE . Deitar horizontalmente a pessoa sem
travesseiro de cabeça . Fazer-lhe asperções d'agua
fria sobre o rosto. Fazer-lhe inspirar algum cheiro ,
approximando-lhe ás ventas um lenço molhado em
vinagre, agua de Colonia, um frasco com ether, am-
moniaco, ou introduzindo-lhe rapé no nariz. Metter
na bocca um pouco de sal de cozinha. Se a syncope
se prolonga, é preciso tirar todos os vestidos , tudo
SYPHILIS . 743
o que possa impedir a circulação , expôr o rosto do
doente ao ar livre, aquentar as partes que esfriarem ,
friccionando -as com baeta quente, cercando-as com
garrafas cheias d'agua quente , e applicando sina-
pismos nos braços, pés e pernas . Logo que o doente
recobrar o uso dos sentidos, dê-se-lhe algumas co-
lhéres de vinho generoso ou uma chicara de caldo .
Syphilides. V. Syphilis.
SYPHILIS , Mal venereo ou gallico. Molestia
produzida por um virus particular, que sendo appli-
cado sobre uma parte do corpo , pòde-se reproduzir,
multiplicar-se, e exercer sua acção localmente , é
mais tarde sobre toda a economia . Chamão-se symp-
tomas primitivos todos os accidentes que sobrevem
sobre o ponto mesmo em que o virus foi depositado ;
e consecutivos ou constitucionaes, todos os que se
declarão em uma epoca mais ou menos afastada, sobre
differentes lugares do corpo, quando o virus tem
infectado toda a massa do sangue. Os symptomas
consecutivos se dividem ainda em duas series : uns,
mais precoces, chamão-se segundarios; outros, mais
tardios, terciarios .
Os symptomas primitivos consistem só em can-
cro simples, vulgo cavallo . Os segundarios são : bu-
bão ou mula , cancro endurecido, cancro plagede-
nico , diversas fórmas de molestias de pelle conheci-
das pelo nome de syphilides, taes como as pustulas,
impigens, crostas, tuberculos syphiliticos, rhagadias,
vegetações ; diversas ulcerações da bocca, pharynge,
larynge ; alopecia . Os terciarios são : engurgita-
mento syphilitico do testiculo, tumores gommosos ,
exostoses , necroses, caries , dôres musculares e os-
teocopas, amaurose, emmagrecimento syphilitico, etc.
A blennorrhagia ou o esquentamento , bem que
adquirida por um contacto impuro, não é considerada
como molestia syphilitica : é de natureza especial
diversa da do cancro , e exige um tratamento diffe-
rente daquelle que se applica aos symptomas syphi-
liticos propriamente ditos, e aqui mencionados.
O tratamento dos symptomas primitivos da syphilis
deve durar, termo medio, um mez e meio a dous me-
zes ; o dos symptomas segundarios tres, e dos tercia-
744 MEMORIAL THERAPEUTICO .
rios seis mezes . O tratamento do cancro está indicado
na pag. 628 ; aqui menciono o tratamento geral para
os outros symptomas da syphilis .
INTERIORMENTE . Mercurio metallico . Pilulas azues
370. Pilulas de Sedillot 369. Pilulas mercuriaes de
Biett 370. Pilulas mercuriaes calmantes 370. Pilulas
mercuriaes de Plenck 370. Pilulas de Belloste 374 .
Sublimado. Pilulas de Cullerier 377. Pilulas antisy-
philiticas de Dupuytren 377. Licôr de Van Swieten
377. Calomelanos . Pilulas de calomelanos de Ricord
374. Pilulas alterantes de Plumer 374. Proto-iodureto
de mercurio . Pilulas de proto-iodureto de mercurio
de Velpeau 338 , de Ricord 338, de Biett 338. Pilulas
de proto-iodureto de mercurio e de guaiaco de Biett
338. Deuto-iodureto de mercurio . Pilulas de deuto-
iodureto de mercurio de Magendie 339. Iodureto de
potassio 339. Chlorureto de ouro . Pilulas de chloru-
reto de ouro 414. Chlorureto de ouro e sodio 444.
Oxydo de ouro 413. Cyanureto de ouro 444. Salsa-
parrilha. Salsaparrilha iodurada de Magendie 340.
Tisana iodurada de Ricord 340. Xarope iodurado
340. Cozimento sudorifico 454. Cozimento de Feltz
455. Cozimento anti-syphilitico de Dupuytren 455.
Xarope de Cuisinier 456. Xarope sudorifico de Ri-
cord 456. Xarope depurante de Larrey 455. Guaiaco.
Cozimento de guaiaco composto 319. Raiz da China
224. Sassafrás 459 .
EXTERIORMENTE. Fricções com unguento mercu-
rial napolitano 369. Emplasto de Vigo 369. Curativo
das ulceras com ceroto simples 221 , agua de Labar-
raque, unguento mercurial napolitano 369, unguento
cinzento 369, ceroto mercurial 369, pomada mercu-
rial opiacea 369, unguento digestivo mercurial 369 ,
com pós de Joannes 371 , com mel mercurial de Swe-
diaur 372, com pomada de calomelanos 375 , com
vinho aromatico 275 .
Qualquer que seja o tratamento preferido, é pre-
ciso que o regimen seja brando , que o doente se pre-
serve do frio e humidade. Prescrever-se-ha de vez em
quando um purgante para impedir a salivação , e
suspender-se-ha o tratamento mercurial por algum
tempo, se esta se declarar. Veja-se Salivação.
TENIA. 745
De todos os remedios propostos para combater a
syphilis, o mercurio e seus compostos são os mais
efficazes. Sem duvida , alguns medicos tem abusado
do mercurio, administrando-o em dóse exagerada ;
mas quando é dado em dose necessaria constitue o
melhor meio para curar a syphilis. Depois do mer-
curio vem o iodureto de potassio . O mercurio e suas
diversas preparações convem sobretudo nos sympto-
mas primitivos e segundarios ( cancros, bubões, ve-
getações, affecções syphiliticas cutaneas) , entretanto
que o iodureto de potassio é efficaz nas exostoses ,
anginas syphiliticas, e symptomas terciarios . É preciso
modificar, alternar todas essas diversas composições,
acima indicadas , conforme os casos , idade, sexo e
força dos doentes . O cozimento de salsaparrilha só
não é sufficiente para curar a syphilis ; mas é um
bom adjuvante do mercurio.
Para o que se deve fazer em alguns casos especiaes,
v. Cancro venereo, Bubão, Blennorrhagia.
Alguns cancros venereos , syphilides , e outros
symptomas da syphilis , que tem sido rebeldes ao
mercurio, iodureto de potassio e a outros medica-
mentos, ficárão curados pela applicação de 4 a 6 pe-
quenos causticos sobre o peito . Os casos refractarios
a todos esses tratamentos se curão pelas caldas sul-
furosas tomadas á fonte em banhos e bebida , taes
como as caldas da Rainha em Portugal.
Preservativo da syphilis . Depois de um coito
suspeito lavar immediatamente a parte com agua e
sabão. Desenvolver todas as rugas do prepucio, re-
petir os lavatorios de maneira que nenhum ponto,
onde se possa esconder o pus contagioso , seja delles
isento. Quando as circumstancias não permittem o
emprego immediato deste meio, nem por isso se deve
deixar de reccorrer a elle algumas horas mais tarde,
pois se ignora o momento exacto em que principia
a germinação do mal.
TENIA ou Solitaria. Decoção de casca de raiz de
romeira 445. Cusso em pó 259. Oleo essencial de
terebenthina 497. Ether sulfurico 282. Feto macho
299. Oleo ethereo de feto macho 300. Remedio de
Nouffer contra a solitaria 301. Estanho pulverisado .
42
746 MEMORIAL THERAPEUTICO.
Electuario de estanho 278. Coco da Bahia 239 .
TERCOL. Cataplasma de miôlo de pão, de farinha
de linhaça . Facilitar a sahida do carnegão pela com-
pressão . Purgantes 540.
Tericia. V. Ictericia .
TETANO . Ether sulfurico . Poção contra o tétano
283. A chloroformisação 225 , foi empregada n'estes
ultimos annos com grande vantagem sobre 38 doen-
tes, tratados pelas inhalações do chloroformio, 22 fica-
rão bons . Os outros meios aconselhados contra o te-
tano são Banhos quentes prolongados por 40 , 45 e
20 horas. Banhos com decocção de folhas de trombe-
teira ( 2 onças para um banho ) , com decocção de
folhas de fumo ( a mesma quantidade ) . Opio (6 a
42 grãos em 24 horas) . Ammoniaco. Belladona 172 .
Clyster de belladona 175. Bicarbonato de potassa .
Poção de Stutz 207. Fricções na columna vertebral
com essencia de terebenthina 497. Fricções com
unguento mercurial até produzir a salivação 369 .
Almiscar ( 45 grãos até 2 oitavas por dia) . Tartaro
stibiado em alta dóse. Poção de Laennec 452. Assa-
fetida 163. Clyster d'assafetida 164. Castoreo 242 .
Valeriana 505. Fazer fricções sobre a columna vertebral
com linimento composto d'agua de lourocerejo, ether
sulfurico, extracto de belladona , e extracto de mei-
mendro ( este linimento acha-se indicado na pag. 353),
ou simplesmente com tintura de belladona na dóse
de 1 onça por dia . Poção calmante e antispasmodica
353. Preparações de camphora 193 , de aconito 95 ,
d'estramonio 280. Acetato de morphina pelo methodo
endermico 440. Sangrias, sanguesugas ou ventosas
sarjadas ao comprimento da columna vertebral . Ex-
trahir as esquirolas ou os corpos estranhos das feri-
das, terminar a secção do nervò , se o tétano depender
destas causas .
TICO DOLOROSO DA FACE. Preparações de
belladona, estramonio, opio. Pilulas de Meglin 366 .
Sulfato de quinina 480. Subcarbonato de ferro 295 .
Electuario anti-nevralgico de Jolly 296. Valerianato
de zinco . Electricidade . Applicar sobre o lugar dolo-
roso algodão molhado em chloroformio . V. Nevralgias.
TINHA. A tinha verdadeira , porrigo ou favus
TINHA. 747
é uma affecção dos cabellos produzida pela presença
de um vegetal parasito ou cogumelo , e caracterisada
por pequenos botões cheios de materia purulenta ,
que se desecca e forma crostas de còr amarella, mui
adherentes, circulares deprimidas no centro , levan-
tadas nas margens, e que produzem a queda do ca-
bello . Esta molestia é contagiosa, deve ser distin-
guida das tinhas falsas , que consistem em erupções
de outra fórma e que não são contagiosas. Existem
muitas especies de tinhas falsas consistem em
crostas de còr parda ou roxa , sem excavação no cen-
tro, ou em escamas furfuraceas ( eczema ) , ou em
vesiculas cheias de um liquido transparente, segui-
das, após sua ruptura, de escamas amarellas ( impe-
tigo, ozagre).
Para curar a tinha verdadeira é preciso 1º destruir
o vegetal parasito ; 2° modificar o estado da pelle
para que este vegetal não ache mais suas condições
de existencia ; 3° combater as erupções determinadas
pelo parasito ; 4º modificar, por um tratamento hy-
gienico e pharmaceutico apropriado, a constituição
dos doentes. Os parasitos das tinhas podem existir,
sobre o cabello, na superficie da pelle, entre as duas
camadas epidermicas e nos folliculos pilosos . Para
fazer desapparecer o cogumelo situado, quer na espes-
sura da epiderme, quer no exterior, bastão as pomadas
que matão o vegetal ; mas para o poder attingir na
raiz do cabello a epilação associada ás pomadas é
indispensavel . - O tratamento, pois , da tinha ver-
dadeira consiste em rapar o cabello, lavar a cabeça
com agua e sabão, applicar por um ou dous dias
cataplasmas de linhaça para despegar as crostas ;
depois untar, uma vez por dia , a cabeça com pomada
de Mahon 288 , e polvilha-la depois com pós de Mahon
288. Se este tratamento , continuado por dous mezes ,
não curar a molestia , será preciso arrancar os cabel-
los , um por um, com uma pinça , e lavar a cabeça
com o seguinte lavatorio parasiticido : sublimado
18 grãos, agua distillada 8 onças. As outras applica-
ções aconselhadas contra a tinha verdadeira são : Po-
mada sulfuro-saponacea 274. Pomadas anti-psoricas
206, 274. Pomada de fuligem 303. Lavatorios com
748 MEMORIAL THERAPEUTICO.
decocção de fuligem 303. Pomada anti-dartrosa 132,
208 , 232 , 379. Pomada contra a tinha 244 , 486 , 488 .
Lavatorio de Barlow 488. Lavatorios com agua de
Labarraque 232. Regimen tonico . Cozimentos de
bardana, labaça , dulcamara, fumaria . Purgantes 539 .
O tratamento das tinhas falsas consiste nos mesmos
meios salvo o arrancamento do cabello .
TISICA LARYNGEA. Silencio absoluto . Sangue-
sugas, cataplasmas emollientes. Fumigações emollien-
tes, balsamicas , fumigações de chloro 224. Fricções
sobre o pescoço com pomada stibiada 152. Causticos.
V. Tisica pulmonar.
Tisica mesenterica. V. Tuberculos mesentericos .
TISICA PULMONAR. Imminente. Habitação
em paizes seccos e quentes. Meias de lã. Regimen
composto principalmente de carnes assadas. Vinho .
Insolação . Exercicios de equitação , e outros exerci-
cios gymnasticos appropriados ás forças do doente .
Prohibir o canto, os instrumentos de sopro. Aconse-
lhar as viagens de mar. Causticos . Fontes .
Tisica confirmada. Banhos de pés com mostarda
ou com cinza. Bebidas gommosas e nitradas . Cozi-
mentos de flores peitoraes, de malvas e outros cozi-
mentos emollientes 530. Loocks , julepos mucilagino-
sos 136, 137, 84, 397, 407, 174, 344. Oleo de figado
de bacalháo 401. Laxantes de vez em quando 540 .
Calmantes, como o opio 405 , codeina 442, acetato de
morphina 440. hydrochlorato de morphina 444 , bel-
ladona 172, meimendro 366 , estramonio 280 , agua
de louro-cerejo 352 , thridacio 119 , xarope de lactu-
cario 119. Afim de suspender os escarros sangui-
neos, póde-se administrar o nitrato de potassa em
alta dose (4 cit . a 1 onça por dia ) com conserva de
rosas ou em algum cozimento . Extracto de ratanhia
440. Tannino 493. Sal marinho 233. Tartaro eme-
tico 152. Ipecacuanha 343. Scilla 462. Digital 261 .
Poção do Dr Bayle 264. Cozimento mucilaginoso de
musgo islandico 387. Geléa de musgo islandico 387.
Infusão de polygala senega 426. Infusão de inula
campana 330. Agua de alcatrão 445. Preparações
de balsamo peruviano 168 , de balsamo de tolu 169 .
Electuario balsamico de Barthez 169. Emulsão bal-
TREMOR. 749
samica 169. Preparações de cicuta 237. Tereben-
thina interior e exteriormente 496. Myrrha 389 .
Quina 434. Sulfato de quinina 480. Aconito 95. Pi-
lulas de aconito de Biett 95. Iodureto de ferro 334.
Aguas sulfureas 140. Inspirações de chloro 224 .
Cataplasmas de linhaça feitas em decocção de ci-
cuta , de dormideiras , de meimendro , applicadas
ao peito. Emplasto de pêz de Borgonha 424. Fricções
com toucinho no peito. Para moderar os suores é
aconselhado o tannino 493. Contra a diarrhéa :
clysteres de deccocção de linhaça , com laudano ,
diascordio , theriaga . Causticos. Fricções com po-
mada stibiada 152. Regimen analeptico. Leite de
jumenta, de vacca. Ostras. Racahout dos Arabes 185 .
Tombo. V. Quéda.
TORCEDURAS ou Torsões. Immersão immediata
em agua fria, por uma, duas e mais horas. Applica-
ções de pannos molhados em agua fria , continuadas
por um , dous ou mais dias. Applicações de pannos
molhados em agua vegeto-mineral 285. Se a inflamma-
ção se declarar , suspender estas applicações resol-
ventes e applicar cataplasmas de linhaça . No fim
fricções com aguardente alcanforada 192 .
TORCICOLLO. Fricções com aguardente alcan-
forada 192, com balsamo tranquillo 176, essencia de
terebenthina 497. Sinapismos sobre o lugar doloroso .
Tosse. V. Bronchite, Defluxo.
Tosse convulsiva, nervosa. V. Coqueluche.
TREMOR. Banhos mornos prolongados. Banhos
do mar. Opio 406. Valeriana 505. Electricidade .
Tremor mercurial. Tremor que se declara nos fa-
bricantes de espelhos, douradores e outras profis-
sões que estão submettidas á acção do mercurio mui
dividido. Nunca sobrevem depois da administração
do mercurio no interior como medicamento. - - Ba-
nhos quentes . Banhos sulfureos 488. Banhos de vapor.
Bebidas sudorificas e laxantes . Leite . Sub-carbonato
de ferro 295. Vesicatorios . Electricidade .
Tremor symptomatico da meningite, myelite ,
choréa. V. estas molestias.
Trichiasis. V. Entropion.
42.
750 MEMORIAL THERAPEUTICO .
Trismo. V. Tétano.
TUBERCULOS MESENTERICOS ou Tisica me-
senterica. Antes de tudo collocar o doente em bom
ar, numa habitação exposta ao sol . Alimentação apro-
priada á idade do doente. Leite de boa ama se se
trata de criança de peito ; carnes assadas , ovos ,
tapioca , vinho se o doente é mais idoso. Banhos
quentes aromaticos 274. Banhos do mar. Oleo de
figado de bacalháo interiormente e em fricções no
ventre 401 .
Tuberculos pulmonares . V. Tisica.
TUMOR BRANCO ARTICULAR. Vesicatorios .
Compressão . Repouso . Fricções com pomada de hy-
driodato de potassa 339, com linimento ammonia-
cal 138 , com tintura de quina . Interiormente medi-
camentos tonicos 542. Iodureto de ferro 334. Banhos
aromaticos 274. Banhos do mar. Habitação sadia.
Regimen fortificante. Amputação .
TUMOR INDOLENTE ou frio . Fricções com
pomada de hydriodato de potassa 339 , com lini-
mento volatil 138. Medicamentos tonicos interior-
mente 542.
TUMORES DO SEIO. — 1º Engurgitamento lei-
toso. Purgantes 540. Fricções com oleo campho-
rado 192.
2° Hypertrophia glandular . Fricções com po-
mada de hydriodato de potassa 339. Compressão me-
thodica do tumor.
3º Kystos do seio . Puncção, seguida da injecção
de tintura de iodo, de tintura de myrrha , de agua
de Labarraque ou de outro licôr irritante. Sedenho .
Extirpação .
40 Tumores fibrosos . Extirpação .
5º Tumores scirrhosos, cancrosos . Extirpação .
6° Inflammação do seio. Cataplasmas de linhaça .
Bebidas purgativas 540 .
70 Abcessos do seio . Cataplasmas delinhaça . Punc-
ção.
80 Engurgitamentos chronicos do seio . Fricções
com pomada de hydriodato de potassa 539. Iodu-
reto de ferro 334.
UNHA ENCRAVADA. 751
TYPHO. No principio da molestia recorrer aos
evacuantes , que serão conforme as indicações : eme-
tico , ipecacuanha , agua de Sedlitz , sulfato de ma-
gnesia , sulfato de soda , oleo de ricino , citrato de
magnesia. Raras vezes sangria ou bixas . Causticos
nas pernas . Preparações de camphora 490 , arnica 154 ,
almiscar 122, e outros meios indicados contra a pros-
tração na febre typhoide, pag. 680 .
ULCERA ou Chaga. Solução de continuidade das
partes molles, mais ou menos antiga, acompanhada
de um escorrimento de pus, e entretida por um vi-
cio local ou por uma causa interna . A differença que
ha entre a ferida e a ulcera é que a primeira, produ-
zida sempre por uma causa externa , tende a sa-
rar ; a ulcera é, pelo contrario, uma affecção chro-
nica, produzida por uma causa interna que impede a
sua cicatrisação. — Combater as causas pelo tratamento
interno , conforme as ulceras dependerem da syphi-
lis, escrophulas, escorbuto, cancro, dartros, sarna,
varices (vejão-se estas palavras ) . Conservar muito
asseio . Preservar as ulceras do contacto de ar. Exci-
sar as margens despegadas . Comprimir circularmente
com tiras agglutinativas. Curativos com cataplasma
de linhaça, com dissolução de chlorureto de cal , com
agua de Labarraque. Applicação de chapas de chumbo .
Ceroto simples 221 , ceroto de espermacete 276. Ce-
roto de Saturno 286. Unguento de Arceus 496 , basi-
licão 245 , unguento branco de Rhazes 205 , unguento
digestivo 496 , unguento digestivo animado 496 , un-
guento de estoraque 278, unguento de Genoveva 496,
unguento da mãi 351 , unguento de tuthia 416. Gly-
cerina 309. Pós antisepticos 194, 438. Lavatorios com
decocção de rosas em vinho tinto . Alumen calcinado
132. Solução de nitrato de prata 394. Cauterisação com
pedra infernal . Curativos com agua de creosota 255 .
Pomada de iodureto de chumbo 334. Cauterisação
com acido sulfurico e açafrão 92 , com massa caustica
de Canquoin 234.
Ulcera do utero . Cauterisação com lapis caustico
de Sommet 235 .
UNHA ENCRAVADA. Repouso . Entre a unha e
as carnes, introduzir uma lamina metallica, os fios , a
752 MEMORIAL THERAPEUTICO .
esponja preparada . Cauterisar as carnosidades com
alumen calcinado , com pedra infernal . Destruir as
carnes situadas em cima da margem encravada , com
o bisturi ou pós causticos de Vienna. Raspar a parte
mediana da unha com um pedaço de vidro quebrado,
para torna-la bem fina ; com o andar racha- se a
unha pelo meio e imbricão-se as duas partes , o que
permitte á margem encravada de sahir das carnes.
Finalmente , se estes meios não forem sufficientes,
extirpar a unha com a raiz.
Unha do olho. V. Pterygio.
Unheiro . V. Panaricio.
URETHRITE. Sanguesugas . Banhos mornos. Ca-
taplasmas e cozimento de linhaça . V. Blennorrhagia.
URTICARIA. Bebidas temperantes 542 , applica-
ções de pannos molhados em agua e vinagre, banhos
mornos. Regimen vegetal. Purgantes 539.
Vagado. V. Syncope .
VAGINITE . Sanguesugas. Banhos e injecções emol-
lientes. Regimen brando . Abstinencia de especiarias
e de bebidas alcoolicas . Cozimento de linhaça . V. Leu-
corrhea.
Varicella. V. Cataporas.
VARICES . Varias operações são propostas para cu-
rar esta molestia ; taes são as secções transversaes, a
resecção, a ligadura das veias, e a excisão dos tu-
mores varicosos . Mas todos estes meios expoem a uma
inflammação das veias , e por isso é melhor limitar-se
aos meios palliativos, que são compressão com ata-
dura ou com meias elasticas e banhos frios .
VARICOCELE . O tratamento palliativo consiste em
banhos d'agua fria, lavatorios com liquidos adstrin-
gentes, taes como à solução de alumen , a decocção de
rosas vermelhas, de casca de romãa, etc .; no uso de
um suspensorio ; na abstinencia dos banhos quentes ,
da equitação, de exercicios forçados . O tratamento
curativo tem por fim a obliteração das veias do cordão
espermatico por meio da compressão ou da ligadura
dellas.
Variola . V. Bexigas.
VEGETAÇÕES . V. Excrescencias.
Ventosidades . V. Flatuosidades.
ZUNIDO DO OUVIDO. 753
Ventre preso. V. Prisão do ventre.
VERMES INTESTINAES . Musgo de Corsega 385 .
Feto macho 300. Semente contra vermes 464. Santo-
nina 465. Atanasia 164. Angelim 144. Herva de Santa
Maria 323. Alho fervido em leite . Cebola. Valeriana
505. Absinthio 76. Casca de raiz de romeira 445. Oleo
essencial de terebenthina 497. Ether sulfurico 282 .
Assafetida 162. Agua salgada . Oleo de ricino 403. Ja-
lapa 346. Carvão em pó 240. Côco da Bahia. Pasti-
lhas vegetaes contra as lombrigas 468. Xarope vermi-
fugo de Boulay 386. Pós vermifugos 301 , 373, 465 .
Biscoutos vermifugos 465. Linimento anthelmintico
de Dubois 122. Contra as ascaridas vermiculares, que
occupão ordinariamente o recto, empregão-se com
vantajem clysteres d'agua fria simples , com sal ou
com vinagre.
VERRUGAS . Excisão . Cauterisação com pedra
infernal, acido nitrico ou sulfurico concentrados . Li-
gadura.
VERTIGEM . Quando a vertigem provém de des-
maio, é preciso deitar o doente, applicar-lhe sinapis-
mos nas pernas, dar a cheirar vinagre, e dar a beber
uma chicara de chá de folhas de laranjeira. Quando
as vertigens reconhecem por causa uma abundancia
de sangue, são indicadas as bichas no anus, ou a san-
gria, as bebidas refrigerantes, como a limonada de
limão, tamarindos, etc., o regimen composto prin-
cipalmente de vegetaes , e um purgante de vez em
quando 540.
Vesgo. V. Estrabismo .
Via de fóra. V. Prolapso do anus.
Volvulo . V. Ileo .
VOMITOS NERVOSOS. Opio 405. Belladona 173 .
Calumba em pó, 15 grãos , duas horas antes do jan-
tar. Agua da Seltz 101. Extracto de valeriana em
pilulas 505. Gêlo interiormente. Sóda Powder 86. Po-
ção effervescente de Chaussier 85. Poção anti-emetica
de Rivière 85. Banhos mornos .
Vomito preto. V. Febre amarella.
Vomitos de sangue. V. Hematemese .
Zona. V. Cobreiro.
ZUNIDO DO OUVIDO. Se fôr effeito de conges-
754 MEMORIAL THERAPEUTICO .
tão sanguinea na cabeça , empregar-se-hão banhos de
pés sinapisados, sanguesugas atrás das orelhas, e pur-
gantes 340. Se depender da accumulação de materia
ceruminosa , ou da presença de qualquer corpo no
conducto auditivo, será preciso destruir estas causas.
Contra os zunidos cuja causa se ignora , os meios que
se podem empregar são : caustico na nuca, a fumaça
do tabaco dirigida ao ouvido, um pedaço de alcanfor
envolvido em algodão introduzido no conducto audi-
tivo, e a instillação de ether sulfurico no mesmo con-
ducto.
INDICE
FRANCEZ E PORTUGUEZ
NO FORMULARIO.
A
ALIBERT. Ceroto anti-herpetico 379.
ANCELOT . Elixir odontalgico 430 .
ANDERSON. Pilulas 126.
ANDRAL. Pilulas contra as palpitações 263 .
- Pilulas ferruginosas 289.
ANDRY. Poção purgante 273 .
ARCEUS . Balsamo ou unguento 496 .
ARNAL . Pilulas de ergotina 220 .
AUBERGIER . Pasta de lactucario 120 .
Xarope de lactucario 449.
AUTENRIETH . Pomada 152.
B
BAILLY. Pastilhas ferruginosas 289.
BALARDINI. Vinho 220 .
BARCLAY. Pilulas antibiliosas 246 .
BARLOW. Lavatorio 488 .
BARON. Julepo calmante 174.
BARTHEZ . Electuario balsamico 169.
BAUDELOQUE . Collyrio antiscrophuloso 303 .
BAYLE. Poção 264.
BEAUME. Unguento mercurial 369 .
BECKER. Fomentação resolvente 464.
BEER. Collyrio secco 132.
BELL. Injecção adstringente 131 .
BELLENTANI. Poção contra a febre typhoide 224 .
RELLOSTE . Pilulas mercuriaes 374 .
BENNATI . Gargarejo adstringente 434 .
BERAL. Xarope de agrião do Pará 98 .
- Xarope de citrato de ferro 294 .
BESTUCHEFF . Tintura 292 .
BIETT. Cozimento alcalino 207.
--- Lavatorio antipsorico 488 .
- Licor arsenical 159.
INDICE DOS AUTORES . 774
BIETT . Mistura para lavatorios 486 .
Pilulas de aconito 95 .
Ide arseniato de ferro 159.
- de arseniato de soda 160.
mercuriaes 370.
de proto-iodureto de mercurio 338.
- de proto-iodureto de mercurio e guaiaco 338.
Pomada alcalina 208 .
antidartrosa 208.
de iodureto de enxofre 334.
de deuto-iodureto de mercurio 339.
de proto-iodureto de mercurio 338.
de proto-nitrato de mercurio 380.
de sulfureto de mercurio 379.
contra a tinha 241 .
Pós antidartrosos 270.
Solução de nitrato de prata 394 .
BLAUD . Decocção de fuligem 303.
Pilulas 297.
BLANCARD. Pilulas de iodureto de ferro 334.
BOERHAVE. Espirito odontalgico 408 .
BOMTEMPO . Tisana purgativa 484.
BONJEAN. Ergotina 248.
Poção de ergotina 220.
- Xarope de ergotina 220 .
BONTIUS . Pilulas 126 .
BORIES . Pomada contra a tinha 486 .
BOTOT. Agua 446.
BOUCHARDAT. Bebida alcalina 206 .
Pastilhas de iodureto de ferro 337.
--- Pilulas diureticas 272.
Pilulas de iodureto de ferro 336 .
Pós adstringentes opiaceos 130 .
Tisana diuretica 391 .
--- Xarope de iodureto de ferro 334 .
BOUDIN. Pilulas antidysentericas 374 .
- Pós arsenicaes febrifugos 458 .
Pomada febrifuga 483.
Solução arsenical 158.
BOULAY. Xarope vermifugo 386 .
BOYER. Linimento anodyno 409 .
BRANDRETH . Pilulas 127.
772 INDICE DOS AUTORES .
BRERA. Bolos antispasmodicos 163.
Cozimento diuretico 82.
Julepo moschado ou almiscarado 123 .
BROUSSAIS . Pilulas anticephalalgicas 406 .
BRUN. Collvrio 127.
BUCHAN. Pilulas anti-ictericas 126 .
― Linimento contra as hemorrhoidas 177.
BUGEAUD . Vinho toni-nutritivo 437.
BUYS. Pós contra a ophthalmia purulenta 84 .
c
CADET. Linimento contra as frieiras 87.
Pilulas anti-ictericas 374.
- de copahiba 250 .
- Poção adstringente 92.
CALLOUD. Pastilhas de santonina 468.
CAMPANA. Pilulas antispasmodicas 463 .
CANQUOIN. Massa caustica 234.
CAP. Pilulas de lactato de ferro 294.
Xarope de lactato de ferro 294.
CAPURON. Pilulas adstringentes 134 .
CAZENAVE . Lavatorio contra a sarna 325.
Pomada de calomelanos composta 375.
Pomada epilatoria 208 .
CHAUSSIER . Cozimento de guaiaco composto 349 .
Poção effervescente 85 .
CHABRELY. Pilulas balsamicas 169.
CHEVALIER. Poção anti-acida 138 .
Solução desinfectante 232.
CHOMEL. Cozimento chloruretado 233 .
Pilulas antichloroticas 288 .
CHOPART. Poção 254 .
CHRESTIEN . Pós de chlorureto de ouro e sodio 414.
Pomada purgante 247.
CIRILLO . Pomada 377.
CLERTAN . Perolas de ether 283 .
CLOT-BEY. Collyrio contra as ophthalmias 485 .
COLLIN. Poção stibio-opiacea 453 .
COLOMBAT. Pós para a agua ferrea 107 .
Pós ferruginosos 297.
CONRADI . Collvrio 378.
CORVISART. Vinho diuretico 214 .
INDICE DOS AUTORES. 773
COSME . Pós 158 .
COTTEREAU. Linimento sedativo 264 .
Pilulas antihemoptoicas 493.
de iodureto de chumbo 333 .
Pomada de iodureto de chumbo 334.
CRUVEILHIER. Pomada phosphorica alcanforada 422 .
CUISINIER . Xarope 456 .
CULLEN. Pomada antihemorrhoidal 305 .
CULLERIER. Pilulas mercuriaes 377.
-Pomada antiherpetica 381 .
D
DARCET. Pastilhas 208 .
DELEAU. Solução de perchlorureto de ferro 293.
- Xarope de perchlorureto de ferro 292.
DESAULT. Pomada ophthalmica 371 .
DESCHAMPS . Pós dentifricios alcalinos 528.
DESFORGES. Opiato dentifricio 528.
DESLANDES. Poção anthelmintica 446 .
DESMARRES. Collyrio de tannino 494 .
DEVAY. Clyster de valerianato de quinina 508 .
Linimento de valerianato de quinina 508 .
Pilulas de valerianato de quinina 507.
de valerianato de zinco 509.
Poção de valerianato de quinina 508 .
de valerianato de zinco 510 .
Pós de valerianato de zinco 540.
DEVERGIE senior. Robe depurativo 472 .
DEWEES . Poção obstetrica 220 .
DIDAY. Topico sedante 230 .
DOUBLE. Pilulas antiherpeticas 377.
Pós antispasmodicos 263 .
DOWER. Pós 406 .
DUBOIS . Linimento anthelmintico 122 .
-Mistura antispasmodica 436.
tonica 436.
- Poção emmenagoga 451 .
Vinho amargo 437.
DUCLOU. Xarope de oleo de figado de bacalháo 401 .
DUPASQUIER. Solução de proto -iodureto de ferro 336.
Xarope de iodureto de ferro 337.
DUPUY. Pilulas 263.
774 INDICE DOS AUTORES.
DUPUYTREN . Collyrio secco 416 .
Cozimento antisyphilitico 455 .
Pilulas adstringentes e calmantes 485 .
antisepticas 193 .
antisyphiliticas 377.
contra a epilepsia 416.
Pomada ophthalmica 372.
-- contra a quéda do cabello 203 .
DURANDE . Remedio 493.
E
ELLIS . Pós antidysentericos 373.
EMERY. Pomada contra a sarna 232.
EZEQUIEL CORRÊA DOS SANTOS . Xarope 388 .
F
FAURE . Pilulas de terebenthina 496 .
FAYARD . Papel 499 .
FELTZ. Cozimento 454.
FERNEL . Poção laxativa 362 .
FILHOS . Caustico 429.
FIORAVENTI . Balsamo ou alcoolato 496 .
FORDYCE . Pós 443 .
FORGET. Poção de colchico 242 .
FORTIN. Grageas balsamicas 250 .
FOUQUIER. Pilulas de acetato de chumbo 80.
d'extracto de noz vomica 396 .
--- Pós contra a amenorrhéa 295.
FOWLER. Infusão de tabaco 490.
Licôr arsenical 160 .
For. Bolos vermifugos 446 .
Collyrio narcotico 175 .
Cozimento diuretico 82.
- Poção sudorifica 140 .
tonica 92.
Pomada contra as fendas ou rachas do anus 81 .
saturnina 81 .
FRANK. Grãos de saúde 126 .
--- Julepo 436 .
Pilulas purgativas e diureticas 246 .
Pós de carbonato de magnesia 356 .
FREI COSME . Pós 158.
INDICE DOS AUTORES . 775
FRESSE. Pilulas de acido benzoico 84.
FRICKE . Collyrio adstringente 179.
FULLER. Electuario 436 .
Mistura balsamica 254 .
Pilulas benedictas 125.
FURNARI. Collyrio calmante 411 .
- Linimento de strychnina 476 .
FURSTER. Fumigação calmante 175 .
G
GALENO. Ceroto 20.
GALL. Pilulas contra o catarrho vesical 250.
GAMA. Pilulas de cicuta e calomelanos 374.
GANNAL. Methodo d'embalsamento 570.
GARNIER. Confeitos de santonina 468 .
GAROT.Limonada gazosa com citrato de magnesia 358 .
GAUBIUS . Pilulas balsamicas 497 .
GEDDINGS . Gargarejo 499 ,
GERDEN. Linimento phosphorico 422.
GIBERT. Pomada alcalina opiacea 206 .
antidartrosa 132.
antisyphilitica 372.
GLASER. Sal polychresto 479.
GLAUBER . Sal 483 .
GONDRET. Pomada 438.
GOULARD . Agua branca 285 .
Ceroto 286 .
GOUPIL. Mistura obstetrica 249.
GRAEFE . Emulsão antigonorrheica 232 .
Guibourt. Poção contra o enven , pelo arsenico 296 .
GUTHRIE. Pomada ophthalmica 81 .
H
HAMILTON. Gottas alcalinas 205 .
HARLESS . Linimento contra as rachas do seio 479.
Poção excitante 140.
HARTMANN . Pós febrifugos 435.
HARVEY. Pilulas antibiliosas 347.
HELMERICK . Pomada antipsorica 206 .
HENDERSON. Collyrio 476.
HENRI . Solução contra a ozena 224.
HESSER . Pilulas 486 .
776 INDICE DOS AUTORES .
HIFF. Pomada de creosota 256.
HILDEBRAND . Mistura diuretica 243 .
HOFFMANN . Licôr anodyno 282.
HOLLOWAY. Pilulas 425.
HUFELAND . Ceroto 446 .
- Pilulas contra a tenia 497.
- Pomada contra as frieiras 179.
Pós saturninos 80.
Solução de borax 179 .
HUSSON. Agua medicinal 242 .
HUXHAM . Essencia antiseptica 435.
J
JADELOT. Banho antipsorico 487.
JADIOUX . Pilulas antigastralgicas 477.
JAMES . PÓS 149.
JANIN. Collyrio 485 .
Pomada 446.
JANNART. Gargarejo adstringente 493 .
JASER. Pós depurantes 149 .
JOÃO ALVES CARNEIRO . Massa anti-boubatica 209 .
JOANNES . Pós 374 .
JOBARD . Pastilhas peitoraes 150.
JOLLY. Electuario anti-nevralgico 296 .
JUSTAMOND. Fomentação resolvente 142 .
K
KAPELER . Pilulas antisepticas 493.
KEYSER. Confeitos antisyphiliticos 380.
KNOD . Poção contra a salivação mercurial 333 .
KUNKEL . Pilulas antiherperticas 149 .
Tabellas antimoniaes 149 .
L
LABARRAQUE . Agua 232 .
LABELONYE . Xarope de digital 263 .
LAENNEC. Poção contra- stimulante 452 .
LAFFECTEUR . Robe anti-syphilitico 456 .
LAGARAYE . Sal essencial 434.
LANTHOIS. Emplasto 388.
- Fomentação 388.
Pilulas 388 .
INDICE DOS AUTORES. 777
LANTHOIS. Xarope 388.
LARREY. Xarope depurante 455.
LECOQ . Linimento de glycerina com alcatrão 311 .
LEFOULON. Elixir aromatico 430.
Pós dentifricios 527.
LEMARCHAND . Poção de simaruba opiacea 474.
LEMAZURIER . Mistura odontalgica 410.
LEMOINE . Poção contra a epilepsia 138 .
Leperdriel . Caustico 202.
LEROY. Purgante 273 .
- Vomitorio-purgante 470.
LEURET . Pilulas contra a epilepsia 280.
LEVACHER . Bolos antipsoricos 319.
Poção febrifuga 482 .
Remedio contra a solitaria 499 .
LEWIS . Cozimento antitebril 437.
LHERITIER . Pilulas de estoraque 279 .
Xarope de estoraque 278 .
LISEMANN . Mistura contra a gonorrhéa 254 .
LOMBARD . Solução de cyanureto de potassio 259 .
LOUIS . Poção stibiada 153.
LUGOL. Agua iodurada para bebida 340 .
Banho iodurado 344 .
Iodo caustico 344 .
- Pomada sulfuro- saponacea 271 .
- Soluto iodurado rubefaciente 344 .
para uso externo 344 .
M
MAC-GREGOR. Pilulas anti-ictericas 237.
MAGENDIE . Acido prussico medicinal alcoolisado 90 .
Linimento de noz vomica 396 .
- Pilulas de brucina 184 .
- ― de deuto-iodureto de mercurio 339 .
de strychnina 475 .
Poção atrophica 340.
atrophica com tintura de digital 340 .
estimulante 181 .
Pós dentifricios 527.
Salsaparrilha iodurada 340.
-- Solução atrophica 340 .
de deuto-iodureto de mercurio 339.
778 INDICE DOS AUTORES.
MAHON. Pomada 188.
Pós 188 .
MAIGRON . Poção febrifuga 465 .
MANFREDI . Pastilhas de manná 362 .
MARBOT . Poção de aconito contra a dysenteria 95 .
MARC. Pós narcotico -tonicos 406 .
MARINAS . Pomada de fuligem 303.
MARTIN-SOLON. Pilulas contra as ourinas album . 370.
MARTINET. Loock terebenthinado 498 .
Opiato terebenthinado 499 .
MASCAGNI . Tisana 207.
MAUNOURY. Caustico 235.
MAURY. Pós dentifricios 527 .
MEGLIN. Pilulas 366 .
MERAT. Pilulas 393.
MEYER. Pós desinfectantes 438 .
MIALHE. Pós hemostaticos 132 .
MONDIÈRE. Bebida albuminosa 143.
MONIN. Mistura calmante e adstringente 80.
MOST. Electuario adstringente 317.
- Pós fundentes 374.
MOTHES . Capsulas de copahiba 250 .
MYNSICHT . Elixir vitriolico 92 .
N
NIEMANN . Mistura balsamica 251 .
NOUFFER. Remedio contra a solitaria 301 .
Р
PALIETI. Pilulas de alcatrão 116 .
PARACELSO . Elixir de propriedade 389 .
PARENT . Pilulas de cyanureto de mercurio 378 .
- Pomada de cyanureto de mercurio 379.
Solução cyanurada 379 .
PARIS . Pilulas de sulfureto de potassa 487.
PARISET. Pilulas 152 .
PARMENTIER. Pilulas scilliticas 462.
- Vinho chalybeado 299.
PEARSON. Licôr ou Soluto 160.
PEIRILHE . Elixir anti-scrophuloso 307 .
PELLETIER. Odontina 528.
PESCHIER . Oleo ethereo de feto macho 300.
INDICE DOS AUTORES . 779
PESCHIER. Pilulas vermifugas 304 .
Tintura de feto macho 300.
PETIT. Pilulas anti -catarrhaes calmantes 407.
PEYRILHE . Elixir anti-scrophuloso 307 .
PEYSSON. Poção stibio-opiacea 453 .
PHOEBUS . Poção emmenagoga 140 .
Pós digestivos 209 .
PIEDAGNEL. Pilulas de iodureto de ferro 336 .
PIERQUIN. Pomada de iodureto de ferro 337.
Pós aphrodisiacos 123 .
Vinho de iodureto de ferro 337.
PLANCHE . Emplasto de belladona 175 .
PLENCK. Mercurio gommoso 369.
Pilulas mercuriaes 370.
PLUMER . Pilulas alterantes 374.
POLLAU. Caustico 429.
PORTA. Pilulas contra a incontinencia de ourina 202.
PORTAL . Xarope 307.
POUQUEVILLE. Poção febrifuga 486 .
POURCHE. Pomada de bromureto de potassio 184 .
PRADIER. Cataplasma contra a gota 439.
PRINGLE . Decocto de quina composto 436 .
PUCHE . Xarope gommoso de copahiba 252 .
PYHOREL . Pós 486.
Q
QUEVENNE . Chocolate com ferro 289 .
Gragéas de ferro 289.
R
RABEL . Agua 92.
RACIBORSKI . Poção contra a dysmenorrhéa 140 .
RADIUS . Gargarejo adstringente 179.
- Loock expectorante 84.
RAQUIN. Capsulas 250.
RASPAIL. Agua sedativa 196.
Cigarrilhas de camphora 195 .
- Pomada alcanforada 196.
Pós de camphora para cheirar 195 .
RATIER. Pilulas antispasmodicas 123.
Poção diuretica 82 .
tonica 440.
780 INDICE DOS AUTORES .
RAYER. Mistura cantharidea 202.
Mistura de oleo de figado de bacalháo 404 .
terebenthinada opiacea 498 .
Pilulas drasticas 273.
RECAMIER. Clyster anti-septico 438. *
Loock terebenthinado 498.
Opiato terebenthinado 499.
Pilulas anti-nevralgicas 406 .
Pós antispasmodicos 477 .
RECHOUX. Ceroto ammoniacal 444 .
REGENT. Pomada ophthalmica 371 .
REGNAULD . Pasta peitoral balsamica 275 .
REQUIN. Pilulas de aloes 125 .
Poção contra a dysenteria 407.
RÉVEILLE-PARISE . Collyrio de nitrato de prata 393.
RHAZES . Unguento branco 205 .
RICHTER. Mistura de valeriana 506 .
― Poção emetisada e nitrada 154.
Pós sedantes 366 .
RICORD. Clyster de copahiba 252 .
Clyster opiaceo alcanforado 408.
Emplasto contra as dôres osteocopas 371 .
Gargarejo iodurado 341 .
com sublimado 378.
Injecção adstringente 81 .
aluminosa 432.
de nitrato de prata contra a balanitis 394 .
contra a blennorrhagia 394.
contra a leucorrhéa 394.
com tannino 494.
Pilulas de calomelanos 374.
opiaceas alcanforadas 407.
de proto-iodureto de mercurio 338 .
Pomada fundente 371 .
Tisana iodurada 340 .
Xarope iodurado 340.
ferruginoso 296.
sudorifico 456 .
RIGHINI. Emulsão de copahiba 251 .
― Mistura de sulfato de quinina tartarisado
482 .
Oleo calmante 281 .
RIVIÈRE . Poção anti-emetica 85.
INDICE DOS AUTORES. 781
ROBIQUET. Massa caustica 235 .
RODET . Linimento contra o eczema 311 .
Pomada contra a espinha carnal 494.
ROGE . Pós purgativos com citrato de magnesia 358 .
ROGNETTA. Mistura tonica 544.
ROSEN. Linimento . 384 .
ROSENSTEIN. Solução de carbonato de potassa 205.
ROUSSEAU. Laudano ou Gottas 404.
ROUSSELOT. Massa caustica 458.
Roux. Ceroto calmante 353.
RUFUS . Pilulas 125.
RUSSEL . Cozimento contra as escrophulas 437.
RUST. Collyrio adstringente 286 .
S
SANDRAS . Poção contra a gastralgia 441 .
Pomada de hydrochlorato de morphina 411 .
Pós contra a coqueluche 173 .
SANSON. Solução de nitrato de prata 394.
SCARPA. Collyrio adstringente 286.
SCHNEIDER . Pomada contra a quéda do cabello 203 .
SEDILLOT . Pilulas 369 .
SEGOND. Pilulas 375.
SEGUIN. Vinho febrifugo 437 .
SEIGNETTE . Sal 495 .
SELLE . Linimento antispasmodico 194.
- Pilulas antihystericas 243 .
SEMANAS . Pilulas de sulfato de quinina tartarisado 482 .
SERRE . Injecção de nitrato de prata 394.
SICHEL . Collyrio contra as ophthalmias chronicas 478 .
Embrocação ophthalmica 439.
-- Pomada ophthalmica 374 .
SNELL. Medicina popular 427.
SOMMET. Caustico 235 .
SOUBEIRAN. Poção phosphorica etherea 422.
- Poção phosphorica oleosa 422.
Pastilhas ou Tabellas de ethiope marcial 290 .
STAHL. Poção 444 .
STEARNS . Poção 220 .
STOLL. Cozimento antiphlogistico 394 .
Pilulas antirheumaticas 95 .
tonicas 288.
44
782 INDICE DOS AUTORES .
STORCK. Pilulas de cicuta 237.
STRATIN. Gelea de glycerina 310 .
STUTZ . Poção 207 .
SUCQUET. Methodo d'embalsamento 568 .
SWEDIAUR. Electuario antispasmodico 507.
Emulsão diuretica 343 .
Mel de calomelanos 375 .
- mercurial 372.
Poção absorvente 207.
Pós de nitro camphorados 390 .
-- Vinagre de café 186 .
SYDENHAM . Decocção branca 427 .
Laudano 404.
-- Pilulas marciaes 288 .
T
TEMPLE . Pós contra o rachitismo 289 .
THIRY. Linimento calmante 230.
TOIRAC . Pós dentifricios 527 .
TREVEZ. Agua 359 .
TRONCHIN . Creme peitoral 183 .
Marmelada 498.
Pilulas estomachicas 389 .
TROUSSEAU. Chocolate marcial 296 .
Clyster contra as rachas do anus 442 .
- Loock contra-stimulante 448 .
Pilulas anti-nevralgicas 280.
Poção de chloroformio 230.
TURNBULL. Gottas de aconitina 96 .
V
VALLERAND . Pilulas contra a epilepsia 477 .
VALCH. Pilulas adstringentes 298 .
VALLET. Pilulas ferruginosas 297.
VAN MONS . Ceroto 183 .
VAN SWIETEN. Licòr 377.
--- Mistura anti-asthmatica 444 .
VELPEAU. Caustico de acido sulfurico e de açafrão 92 .
Clyster anti-gonorrheico 257.
Collyrio de nitrato de prata 393 .
ww Injecção para o hydrocele 333.
- Pilulas de proto - iodureto de mercurio 338 .
INDICE DOS AUTORES. 783
VELPEAU. Poção obstetrica 219.
Pomada marcial 298.
ophthalmica 394 .
Solução ferruginosa contra a erysipela 298 .
VIGO . Emplasto 369 .
VOGLER. Electuario anthelmintico 465 .
W
WARE . Pomada anti -hemorrhoidal 306 .
WEISS. Sôro de leite 471.
WELLER. Pomada mercurial anodyna 367 .
Pomada mercurial opiacea 372.
WERNECK . Soluto anti -dysenterico 184 .
WILLIS . Pilulas anti- dysentericas 215 .
- Xarope chalybeado 297.
WITHERING. Pilulas 263 .
Z
ZANETTI . Marmelada 198 .
INDICE GERAL ALPHABETICO .
389
Acido prussico 89
A medicinal 90
* Abobora do mato 76 sulfureo 93
Abreviaturas nas for- sulfurico 94
mulas 4 alcoolisado 92
Absinthio 76 sulfuroso 93
* Abutua 77 tartarico 93
* Acataya 320 ― - valerianico 508
Açafrão 77 Acidulos 542
Açafrão de mart aper. 295 Aconitina 95
Acetato de ammoniaco 139 Aconito 94
de chumbo neutro 79 Açofeifa 97
de mercurio 380 Adstringentes 548
de morphina 440 Agrião ordinario 97
de potassa 84 - do Pará 97
- de soda 82 Agrimonia 98
Acido acetico 82 Agua ou Aguas 98
impuro 542 acidulas gazosas 400
arsenioso 457 do Brasil 401
azotico 87 - de Acqui 549
benzoico 83 d'Aix 549
borico 84 d'Aix-la-Chapelle 549
caincico 486 - d'Alais 406
- carbonico 85 - alcalina gazosa 209
chlorhydrico 86 alcalinas 402
citrico 86 de Alcamo 442
cyanhydrico 89 ---- de alcatrão 145
hydrochlorico 86 - - de alface 43
hydrocyanico 89 de alfazema 14
marinho 86 de Amelie 549
muriatico 86 de amendoas amar-
nitrico 87 gas 43
alcoolisado 88 - do Andarahy 404
oxalico 88 - d'angelica 15
INDICE GERAL ALPHABETICO. 785
Agua d'aniz 15 Agua de Caudier 142
d'aniz estrellado 15 de Cauterets 550
----- d'artemija 14 de Challes 550
- d'Ax 549 de Chateldon 106
- de Baden 549 de Chaudebourg 406
de Bagnère de Bi- de Cheltenham 440
gorre 549 -- de Colonia 546
de Bagnères de Lu- - de Contrexeville 550
chon 549 -- de côr 548
de Bains 440 de Gransac 550
de Balaruc 549 ---- de cravo da India 45
de Banho 412 de creosota 255
de Barèges 549 - distillada 43
artificial 442 de Eaux-Bonnes 550
de Bath 406 de Eaux-Chaudes 550
benta 636 de Egra 440
de bola 299 -- do Egypto 394
-de Bonneby 406 de Ems 550
de Bonnes 442 de Enghien 550
de borragem 43 de Epsom 440
de Botot 146 -- de Estoril 109
Ide Bourbon l'Ar- etherea camphor. 192
chambault. 406 --- de Evian 550
de Bourbonne 550 ferreas 403
branca de Goulard 285 do Brasil 403
― de Bristol 404 296
ferruginosa
- de Bussang 550 de flor de laranja 14
- de folhas de amen-
de Bussignargnes 106
― de Cabeça de Mon- doeira 43
t'achique 406 -- de folhas de pece-
de Caes de areia 444 gueiro 13
de cal 487 de Forges 550
de Caldas da Rai- de Friedrichshall 550
nha 442, 550 de funcho 14
de Caldas Novas 402 de Gastein 530
- de Camara 406 - gazosa simples 404
- de Campanha 401 de genebra 45
de canella 45 de Gex 412
de canafistula 498 de Godelheim 406
de Carlsbad 350 de gomma 343
-- de cascarilha 15 - de Goulard 285
- de Cascaes 109 de Greoulx 551
44.
786 INDICE GERAL
Agua d'hera terrestre 14 Agua de parietaria 43
-and-comm d'herva cidreira 14 ― de Passy 554
- d'herva doce 14 de Pfeffers 552
- de Hombourg 554 de Pierrefonds 552
- - de hortelãa pi- phagedenica 378
menta 14 negra 375
de hysopo 14 ― de Pisciarelli 406
iodurada para be- de Plombières 552
bida 340 de poços 548
de Ischia 554 - de Pougues 552
de Ischl 554 - de Pulna 552
- de Itapicurú 408 de Pyrmont 552
· de Java 564 - de Rabel 92
- de Kissingen 551 - da Rainha 442
de Kreutznach 551 Agua-raz 497
de Labarraque 232 de Rennes 406
de Labassère 551 de rhubarbo 443
de Lafões 142 de rosas 14
das Laranjeiras 104 de sabugueiro 14
de Lichtenstein 406 - de Rodrigo de Frei-
- de losna 14 tas 404
- de lourocerejo 13 - de Saint-Amand 552
- de Loesche 551 - de Saint-Galmier 552
de Lucca 140 de Saint-Gervais 552
- de Luisenbad 406 de Saint-Honoré 552
- do mar 99 Saint-Sauveur 552
de Marienbad 554 de Salerno 406
de Matacavallos 403 Salinas 407
― medicinal de Hus- - salinas do Bra-
son 242 sil 408
de mel 547 de Salins 552
— de Mina nova 406 de salsa 14
- mineraes 99.549 de salva 14
--- de Monte Catini 554 santa 401
de Mont Dore 554 - de São Pedro do
de Nauheim 551 Sul 412
de Neris 554 de sassafraz 15
- de Niederbron 554 de Schinznach 552
de Orezza 554 de Schlangenbad 552
de ouregão 44 de Schwalbach 552
de Pajehû de Flò- edativa 496
res 104 de Sedlitz 440,552
ALPHABETICO. 787
Agua de Seidchutz 140 Alabastro (Modo de
de Selters 104 limpar o) 555
- de Seltz Aipo 413
404 , 552
artificial 101 Alambre 433
de serpão 14 Albumina 443
- de Silva Manoel 404 Alcaçus 443
- de Spa 552 Alcali vegetal 205
- de Soultzbach 552 vegetal com vina-
- de Soultzmatt 552 gre 84
-- sulfurosas 110 volatil 437
artiffcial para Alcanfor 190
uso externo 112 Alcaravia 445
- para uso in- Alcatrão 145
terno 112 Alcool 146
- brasileiras 444 camphorado 192
de tanaceto 14 de veratrina 540
de tanchagem 43 Alcoolato de alecrim 46
terebenthinada 497 de alfazema 46
de thymo 14 --- de bergamota 15
- de tilia 14 - de calamo aromat . 16
-― para tirar as nódoas ― de canella 46
de tinta de escrever 582 - de casca de laranja 15
de Toeplitz 552 de cidra 15
de Trevéz 359 - de cochlearia 14
- de Uriage 553 de cravo da India 16
de Ussat 553 ― de Fioraventi 496
de Vals 553 d'herva cidreira 46
de valeriana 15 - de hortelãa 16
vegeto-mineral 285 · de limão 15
- camphorada 286 de melissa composto 322
de Vernet 553 moscada 16
de Vichy 102 , 553 de sassafraz 46
- artificial 402 vulnerario 274
viennense laxante 470 Alcoolatos 15
vulneraria spirit. 274 Alecrim 117
de Wiesbaden 553 * selvagem 17
de Wildbad 553 Alface brava 117
Aguardente camphor. 492 cultivada 148
de canna 446 Alfavaca 420
de vinho 116 * do campo 120
(Modo de the dar Alfazema 120
côr) 555 Algodão 121
788 INDICE GERAL
Algodão (Modo de des- Anti-psoricos 524
cobrir os fios de ) 555 Antiscorbuticos 522
Alho 124 Antispasmodicos 523
Almecega , V. Masti- Antisyphiliticos 523
che 364 Aperientes 523
Almeirão 222 Aphrodisiacos 524
Almiscar 422 Apiol 154
Aloes 423 Apozemas 46
Alterantes 520 Apozema adstringente 215
Althéa 428 amargo 308
Alumen 429 - purgante 462
-calcinado 132 Ar ( Modo de purifl-
Alvaiade 204 car o) 593
Ambar amarello 433 Areometro 66
gris 43 Arilho de noz moscada 382
* Ambauba 433 Arnica 454
* Ambayba 433 Aroeira 455
Ameixas seccas 434 Arrebique 556
Amendoada 136 Arroz 456
Amendoas amargas 434 Arrobes 46
doces 435 Arruda 456
Amido 425 Arseniato de ammon. 459
Ammoniaco liquido 437 de ferro 459
Amoras 442 - de soda 460
Analepticos 520 Arsenico 157
Ananaz (Conservação ) 555 | Arsenito de potassa 159
* Anda--açu 443 Arte de formular 4
Angelica 443 Artemisia 460
* Angelim 444 Arvore da preguiça 133
Aniz 445 Assacù 464
estrellado 446 Assafetida 462
Anodynos 538 Assucar aromatisado 556
Anthelminticos 524 Assucar de Saturno 79
Anthrakokali 447 Atanasia 464
Anti-dartrosos 524 Atropina 476
Anti-herpeticos 524 Aveia 464
Antifebris 534 Avenca do Canada 464
Antimonio crú 148 * Ayapana 166
-diaphoretico lavado 448 Azebre 423
metallico 147 Azeda 466
Antiperiodicos 534 Azeite doce 476
Antiphlogisticos 322 Azotato de prata 391
ALPHABETICO . 789
Azougue 368 |Belladona 472
* Bellas noites 362
B
Benjoim 476
Baêta 557 Benzina 557
Balsamo de Arceus 496 Betumes 557
anodyno 449 Bi-antim . de potassa 148
catholico 477 Bicarbon . de potassa 206
do commendador 177 de soda 208
de copahiba 249 Bichos dos livros 560
d'enxofre anisado 270 Biscoutos purgantes 347
de Fioraventi 496 vermifugos 465
de Genoveva 496 Bistorta 177
da Meca 467 Black-drops 406
nerval 383 Bolas de Nancy 299
opodeldoch 192 Bolo armenio 478
peruviano 468 Bolos 49
saponaceo 448 Bolos antipsoricos 319
de tolu 469 - antispasmodicos 463
tranquillo 476 - calmante 636
traumatico 177 -camphor . enitrosos 493
vulnerario 177 contra a cystite 270
Balsamos 46 contra a diarrhéa 500
Banha balsamica 477 febrifugos 436
de urso 592 de quina alcanfor. 436
Banho antipsorico 487 vermifugos 446
aromatico 274 * Bonina 362
de Barèges artific . 442 Borax 478
- de vapor camphor. 192 Borragem 479
- iodurado 344 Bromo 479
sulfuroso 488 Bromureto de ferro 480
Banhos 47 de mercurio 180
Bardana 470 - de potassio 484
* Baririçó ou Maririçó 363 Brucina 484
Basilieão 245 Bronze ( Modo de lim-
Barro vidrado 557 par o) 560
Baunilha 174 Bucha dos caçado-
Bebida albuminosa 443 res 182
alcalina 206 Bugias 49
emeto-cathart. 153 , 484 * Buranhem 384
purgativa 472
255 C
temperante
Bechicos 524 * Caapeba 420
790 INDICE GERAL
* Caapia 248 Caracoes ( Destruição
* Cabacinho 182 dos) 562
Cabeças de dormi- * Carapia 248
deiras 265 Carbonato de ammon-
Cabello ( Mucilagem niaco 144
para lustrar o) 562 de chumbo 204
(Pomada para tin- - de ferro 293, 295
gir o) 560 de magnesia 356
(Pós -) 564 - de potassa 205
(Solução 564 de soda 207
Cacao 483 Cardamomo menor 209
Cadmio das fornalhas 415 * Caroba 209
Café 485 * Carqueja amargosa 240
purgante 474 Carvão vegetal 210
Café (Conservação de Casca de laranja 349
562 - de limão 349
aroma do)
Cainca 186 * de pão pereira 416
Cal 187 --- > de raiz de romeira 444
Caldas V. Aguas min . 99- ― de roma 446
Caldas da Rainha 112, 550 - de Winter 214
Caldo de hervas 466 Cascarilha 214
Caldos medicinaes 19 Castoreo 212
Calmantes 538 Cataplasma americana 514
Calomelanos 372 anti-arthritica 496
Calumba 188 anti-ophthalmica 79
* Camara de bilro 446 - anti-septica 439
do mato 446 antispasmodica 409
Camomilla romana 489 calmante 367, 409
Camphora 190 de cicuta- 237
Candelinhas 49 contra a gota 439
Canafistula 196 contra a ischuria 419
Canella 198 de linhaça 350
* Canema 240 maturativa 350
* Canudo amargoso 446 narcotica 175
Cantharida 200 resolvente 286
Caparroza azul 478 Cataplasmas 19
branca 484 Catharticos 540
verde 296 Cathereticos 524
Capillaria 464 Cato 243
Capillé 166 Caustico 202
Capsulas 19 de acido sulfurico
-de copahiba 250 e açafrão 92
ALPHABETICO. 791
Caustico de Filhos 429 |Chlorohydratos. V.
de Pollau 429 Hydrochloratos
Caustico ammoniacal 138 Chlorureto de anti-
Caustico com gutta monio 148
percha 235 Chlorureto de bario 234
Causticos ou vesica- de cal 234
torios (emplastos) 19 - de ouro 443
Causticos ( medica- -- de ouro e sodio 414
mentos ) 525 -- de soda 232
Caxaça 446 de sodio 233
Centaurea menor 246 - de zinco 234
Centeio espigado 216 Chocolate com ferro 289
Cera 224 marcial 296
Ceraverde (emplasto) 23 -- com musgo island . 388
Ceroto 224 de salepo 453
ammoniacal 144 Choupo 235
Ceroto anti-herpetico 379 Cicuta 236
de cacáo 483 Cigarrilhas 20
calmante 353 Cigarrilhas de cam-
- de spermacete 277 phora 195
de Galeno 20 Cimentos 557
de Goulard 286 Cinabrio 379
de Hufeland 446 Cinco raizes aperient. 237
mercurial 369 * Cipo de chumbo 238
opiaceo 409 Citrato de ferro 293
de quina 435 -- e ammoniaco 293
de sabina 454 de magnesia 356
de Saturno 286 Classificação dos me
simples 20, 224 dicamentos 547
sulfureo 270 Clyster acetoso 543
Cerotos 49 adstringente 494
Cervejas medicinaes 20 de almiscar 423
Cevada 224 anodyno dos pin-
Cha 222 tores 636
Cheiros para as po- anthelmintico 386
madas de cabello 592 -anti-blennorrhagico 252
Chicoria 222 - anti-gonorrheico 257
China 224 - antiseptico 438
Chlorato de potassa 224 ----- de artemisia 464
Chloro 224 - de assafetida 164
liquido 225 - de belladona 175
Chloroformio 225 - de camphora 194
792 INDICE GERAL
Clyster chloruretado 233
Colla de peixe 564
de copahiba 252
diuretico para preservar os
463 livros da traça
- de dormideiras 565
267 --- forte liquida 564
contra a dysen-
Collodio 243
teria
emolliente 443 Collutorio antiscor-
398 butico
e calmante 408 239
- laxante 403 antiseptico 233
de bor ax 178
de glycerina
mwand.com
340 --- calmante
de linhaça 350 Collutorios 408
de macella 354 20
oleoso 467 Collyrio adstringente
opiaceo alcanfo- 179, 286 , 393 , 485
rado 408 aluminoso 132
de polvilho 425 anodyno 408
--- antiscrophuloso
purgante 359 , 472, 484 303
dos pintores 636 - de belladona 475
de quina 438 Ide Bru n 427
contra as rachas calmante
444
do anus 442 de Conra di 378 *
-de sulfato de qui- de Furnari 444
nina 483 de Henderson 476
de tabaco 490 de Janin 485
composto 491 narcotico 175, 280
de terebenthina 499 de nitr ato de prat a 393
de valerianato de contra as ophthal-
quinina 508 mias chronicas 80, 478
Clysteres 20 contra as ophthal-
Cobre ( Modo de lim- mias purulentas 485
par o) 572 opiaceo 408
Cochlearia 238 ---- com pedra divina 478
* Coco da Bahia 239 secco de Beer 132
de purga 443 -de Dupuytren 446
Codeina 442 sedat ivo 408
Coentro com sulfato de
Co er 240
* ana zinco
240 485
Colchico de tannino
Colcothar 240 494
Cold-cream 290 Collyrios 31
Colla 277 Colofana ou colopho-
563 nia 244
Colla de bocca
565 Coloquintida 245
ALPHABETICO. 793
Composição para lim- Cozimento de Feltz 454
par o cobre 563 de guaiaco com-
a prata 593 posto 319
Confeição de jacintho 200 de musgo islandico 387
- japonical 215 - peitoral 449
Confeições ou elec- de pontas de veado 428
tuarios 21 ·real 484
Confeitos antisyphi- de salepo 452
ticos 380 sudorifico 454
Confeitos de santo- - dos pintores 636
nina 468 laxante 637
Conserva de canafis- tonico 432
tula 198 ―- de valeriana e quina 506
de rosas 447 -V. tambem Decocção
Conservas 24 Cozimentos 24
Conservação dos pas- Cravagem de centeio 216
saros 566 Cravo da India
das substancias 253
animaes Creme peitoral 183
566 Crem
Consolda maior or de tartaro 254
247
Contraherva soluvel 254
248 Creosota
Contra- stimulantes 535 255
Copahiba 249 Cristeis V. Clysteres 20
solidificada ma- Cubebas 256
gistral 250 Cuminho 257
officinal 250 Cusso 257
Coralina 252 Cyanureto de mercur. 378
* Cordão de frade 253 ----- de ouro 414
Cordiaes 525 - de potassio 259
Cozimento alcalino 207 - de zinco 259
antifebril 437
209 D
antinephritico
antiphlogistico de Decocção branca de
Stoll 394 Sydenham 427
- antisyphilitico 455 - de casca de raiz
- branco gommado 428 de romeira 445
- - de Sydenham 427 -- de coloquintidas 246
chloruretado 233 de fuligem 303
diuretico 82, 264 - de guaiaco com-
emulsionado 137 posta 319
contra as escro- - de musgo islandico 387
phulas 437 - de pontas de veado 428
45
794 INDICE GERAL
Decocção de quina Drasticos 540
composta 436 Dulcamara 267
de scilla comp . 463
E
Decocções ou Decoctos
V. Cozimentos 21 Electricidade 268
Dedaleira 261 Electuario adstrin-
Dente de leão 494 gente 252, 347, 493
Dentes ( Massa para anthelmintico 465
tapar as covas dos) 566 antiblennorrhagico 257
Dentifricios 525 antiboubatico 209
Depilatorios 567 -antinevralgico 296
Derivativos 541 -antispasmodico 507
Desinfecção das ma- -balsamico 469
terias fecaes 567 de cato 215
- dos quartos dos de cubebas 257
doentes 568 - de cubebas e co-
Desobstruentes 523 pahiba 257
Detergentes 549 - diaphoenix - 503
Deuto-bromureto de de enxofre 271
mercurio 480 de estanho 278
-chlorureto de mer- - de Fuller 436
curio 375 gengival 216
- iodureto de mer- · lenitivo 470
curio 338 - contra a leucor-
Deutoxydo de ferro 289 rhéa 448
Dextrina 260 de senne 470
Diachylão 24 Electuarios 24
Diaphoreticos 544 Elemi 268
Diascordio 260 Elixir anti-scrophu-
Digestivo animado 496 loso 307
-- opiaceo 496 - aromatico 430
simples 496 - de longa vida 127
Digital 261 wi de Garus 568
Digitalina 264 odontalgico 430
Diluentes 530 de Paracelso 380
Diureticos 528 paregorico 405
Doce-amarga 267 santo 127
Dormideira 265 vitriolico de Myn-
Doses dos medica- sicht 92
mentos conforme Elixires 22
as idades e sexos 40 Embalsamento 568
Douradura da escripta 568 | Emborcações 22
ALPHABETICO. 795
Embrocação ophthal- Emulsão antigonorrh . 232
mica 139 --- arabica 345
Embrocações 22 balsamica 169
Emetico 454 · calmante 412
em lavagem 154 camphorada 193
Emeticos (medica- - de camphora e
mentos ) 529 nitro 194
Emmenagogos 529 de cêra 221
Emollientes 530 commum 436
Emplasto d'acetato de de copahiba 251
cobre 23 diuretica 343
adhesivo 24 ---- emmenagoga 79
-agglutinativo 23 - · de manná 362
- d'André La Croix 23 - nitrada 394
de belladona 475 purgante 347, 403
de Canet 24 - simples 136
de cantharidas 202 - terebenthinada 497
contra o catarrho Emulsões 25
pulmonar 154 Encerado commum 25
caustico 202 Encerado inglez 26
de cera 23 Encerados 25
· de cicuta 24, 237 Endro 269
commum 23 Euxofre 269
confortativo 25 - dourado de antim . 449
diachylão gom- Epispasticos 543
mado 24 Ergotina 220
contra as dôres Escamonéa 272
osteocopas 374 Escaroticos 531
de Lanthois 388 Escola franceza 547
de mercurio com- - italiana 548
posto 369 Escripta velha ( Modo
- de pêz 23 de fazer reviver a) 576
-de Borgonha 424 Espargo 273
roxo 354 Especies 26
de sabão 24. adstringentes 274
simples 23, 354 amargas 274
vesicatorio 202 --- anthelminticas 276
de Vigo 369 - aperientes 275
Emplastos 22 aromaticas 274
Emulsão deamendoas - bechicas 275
amargas 435 -- carminativas 275
- de amendoas doces 436 -- diureticas 275
796 INDICE GERAL
Especies emollientes 275 | Excitantes 534
peitoraes 276 Expectorantes 534
sudorificas 276 Extracto d'absinthio 29
vermifugas 276 d'açafrão 32
vulnerarias 274 d'aconito 29
Espelhos (Modo de alcoolico 32
limpar os) 575 d'alcaçuz 28
Espermacete 276 d'alface 28
Espinha cervina 277 d'arnica 32
Espirito de alecrim 46 ―- d'arruda 32
de canella 46 d'artemija 29
de cochlearia 45 de bardana 29
- de Minderer 439 - de belladona 29
de nitro 87 - alcoolico 32
doce 88 de bistorta 29
odontalgico 408 de borragem 29
de sal ammoniaco 437 - de cainca 32
- marinho 86 de calumba 32
de vinho 446 de camomilla 29
Essencia antiseptica 435 de canafistula 30
de terebenthina 497 de cantharidas 32
Essencias 35 de cardo santo 29
Estanho 278 cathartico 246
Estimulantes geraes 534 de cato 34
- do apparelho ge- de centaurea 29
nito-ourinario 533 de cicuta 29
- do systema nervoso 533 alcoolico 34
Estipticos 548 de colchico 32
Estomachicos 534 de coloquintida 29
Estoraque liquido 278 composto 246
Estramonio 278 alcoolico 32
Ether acetico 281 - de digital 29
- hydrochlorico 284 alcoolico 32
alcoolisado 281 de doce-amarga 29
22222
2010
laranja amarga 55 de groselhas 54
de cascas de limões 55 ---- de hera terestre 54
de cato 54 de hortelã 54
200
de cerefolio 55 --- de hydrochlorato
de cerejas 54 de morphina 411
-chalybeado deWil- de hysopo 54
lis 297 iodurado 340
- de chicoria com- de iodureto deferro
posto 223 334, 337
de chloroformio 230 - de ipecacuanha 343
· das cinco raizes 237 de karabé 53
de citrato de ferro 294 - de Labelonye 263
- de cochlearia 55 - de lactato de ferro 294
de codeina 412 - lactucario 449
commum 52 de Lanthois 388
de consolda 56 de laranja 54
de copahiba 252 - de limão 34
· contra a coqueluche 407 de losna 55
de couve rubra 55 de maçãa 54
de cravos 55 de madresilva 55
de Cuisinier 456 marcial 299
de cynoglossa 56 de marmelo 54
depurante 455 de marroio 54
diacodio 53 --- I de meconio ou
de digital 262 diacodio 53
de dormideiras 53 de meimendro 53
-- de dulcamara 57 de monesia 382
de ergotina 220 -de musgo de Corsega 57
de espargos 54 · de narciso 55
de espinheiro camb . 56 - de nymphea 55
de estoraque 278 de oleo de figado
de estramonio 53 de bacalháo 401
de ether 52 de opio 53, 405
ferruginoso 296 de orxata 57
-de figado de enxofre 487 - de papoulas 55
de flor de laranja 54 de peonia 55
de flores de pece- peitoral 266
gueiro 55 de perchlorureto
de framboezas 54 de ferro 292
de fumaria 56 - de pevides de me-
de genciana 56 lancia 58
ALPHABETICO. 819
Xarope de poaya 343 Xarope de sulfato
de pontas de es- de quinina 53
pargos 54 --de sulfureto de po-
-- de Portal 307 tassa
-- de quina 487
434 de thridacio 53
Vinoso 435 de tolu 56
de ratanhia 53 de trevo aquatico 56
de rhubarbo 56 - de tussilagem 55
composto 223 - de valeriana 57
de romaa 54 vermifugo 386
de rosas 54 vinagre com fram-
de rosaspallidas 56,446 boezas 54
- de salsaparrilha 454 de violetas 55
simples 52 Xaropes 54
simples branco 54 Z
sudorifico 456 Zimbro 545
de sulfato de mor- Zinco ( Modo de lim-
phina 52 par o) 603
INDICE METHODICO
DAS MATERIAS .
FIM.
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89097444384
B89097444384A