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Apostila Curso CRHONOS

ATENDENTE DE FARMÁCIA

PARA REFLETIR

SIGA EM FRENTE
Não percas a tua fé entre as sombras do mundo.
Ainda que os teus pés estejam sangrando, segue
para a frente, erguendo-a por luz celeste, acima
de ti mesmo. Crê e trabalha.
Esforça-te no bem e espera com paciência.
Tudo passa e tudo se renova na terra,
mas o que vem do céu permanecerá.
De todos os infelizes os mais desditosos
são os que perderam a confiança em Deus e
em si mesmo, porque o maior infortúnio é
sofrer a privação da fé e prosseguir vivendo.
Eleva, pois, o teu olhar e caminha.
Luta e serve. Aprende e adianta-te.
Brilha a alvorada além da noite.
Hoje, é possível que a tempestade te amarfanhe
o coração e te atormente o ideal, aguilhoando-te
com a aflição ou ameaçando-te com a morte...
Não te esqueças, porém, de que amanhã será outro dia.

O OTIMISMO

Deixe que seu dia fique mais belo.


Perceba que erros acontecem.
Procure vencer o medo.
Jamais desanime.
Comunique-se.
Não permita que o mau humor tome conta de você.
Não autorize que o rancor te envolva.
Alimente sempre sua paz interior com fé e esperança.
Tome sempre o melhor remédio para sua vida:
O OTIMISMO
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1 A HISTÓRIA DA FARMÁCIA

1.1.DA BOTICA A FARMÁCIA ATUAL

As primeiras boticas de que se tem notícia


surgiram no século X e foram as precursoras
das farmácias modernas; no entanto, desde os
primeiros tempos da humanidade, há milênios, a
atividade do Farmacêutico já era de grande
importância para a saúde.
Há mais de 2.600 anos os chineses já
desenvolviam seus remédios, extraindo de
milhares de plantas drogas para a cura das doenças. Os egípcios também já
preparavam remédios a partir de vegetais, sais de chumbo, cobre e ungüentos
de banha de leão, hipopótamo, crocodilo e cobra há mais de 1.500 anos. Na
índia, os brâmanes desenvolveram remédios a partir de 600 tipos diferentes de
plantas medicamentais e os assírios conheceram mais de 200 drogas diferentes.
Na Grécia, as ciências de curar aconteciam nos templos, onde eram
pendurados os ex-votos de doentes que tinham alcançado a cura. Eram
utilizadas para a cura as chamadas fórmulas mágicas, conjuros e procedimentos
que talvez hoje seriam vistos como metapsíquicos. As chamadas ciências de
curar foram levadas para fora dos templos.
Hipócrates marcou uma nova era para a cura, sistematizando os grupos de
medicamentos e dividindo-os em narcóticos, febrífugos e purgantes. Na Roma
primitiva, foram os escravos que exerceram a medicina. Alguns tinham relativa
cultura e o preparo dos medicamentos era confiado, exclusivamente, a eles.
1.2A EVOLUÇÃO DA FARMÁCIA

A evolução da farmácia, como atividade diferenciada, aconteceu em


Alexandria em conseqüência de um período marcado por guerras, doenças,
traições e envenenamentos.
Neste período, por causa das guerras e epidemias, a farmacologia teve um
grande impulso, principalmente para o tratamento de soldados que se
acidentavam nas guerras e o cuidado com pessoas que tentavam o
envenenamento.
Os farmacopistas, no início do século II, incrementaram as diversas
fórmulas existentes para melhor atender às necessidades da época. Em Bagdá,
os árabes fundaram a primeira escola de farmácia e a partir desta escola muitas
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outras foram surgindo. Para melhor eficiência no atendimento, foi criada neste
período uma legislação especial para o exercício da profissão.
Já nos fins do século X surgiu nos conventos da França e Espanha o
apotecário, que desempenhava o papel de médico e farmacêutico. Este
"profissional" tinha que conhecer os males e suas curas. Era exigido também que
pertencesse a uma família honrada, com boa situação econômica, conhecesse o
latim, tivesse boa redução e apresentasse certidão de cristianismo e moralidade.
Tinha ainda que cultivar as plantas que eram utilizadas na preparação dos
medicamentos e trabalhar à vista das pessoas.
Surgiram depois as apotecas ou boticas, estabelecimentos organizados
com uma série de exigências para o bom funcionamento. Elas possuíam porões,
celeiros, despensas, armários, prateleiras, aparadores, arcas, mesas e cadeiras.
No teto era comum pendurar animais empalhados, principalmente o crocodilo.
O material do apotecário era
conservado em caixas de madeira. Os
medicamentos destinados ao tratamento de
doenças do estômago eram guardados em
caixas de couro e os potes de estanho
conservavam gorduras e pomadas.
Recipientes de ferro e chumbo eram
utilizados para óleos medicinais. Os vinhos
e vinagres eram guardados em vasos de
cerâmica.
Tempos depois estes recipientes foram substituídos por potes de majólica
e mais tarde pela porcelana. Neste período começaram a surgir nas farmácias os
frascos, garrafas, alambiques, funis, frascos de medidas, serpentinas, retortas,
filtros, peneiras, prensas para extrair o sumo das plantas, tesouras, espátulas,
colheres e piluladores. Do material de trabalho faziam parte: seringas, garrafas
de couro e cânulas. Essas apotecas ou boticas foram às precursoras das
farmácias atuais.

2 ENTENDENDO A FARMÁCIA

2.1 ALGUNS CONCEITOS E TERMOS MAIS FREQUENTEMENTE


UTILIZADOS NA FARMÁCIA

 Ação auxiliar de diagnóstico - Auxilia a diagnosticar uma determinada


doença (ex.: uso de dimeticona antes de um ultra-som).
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 Ação local - O medicamento age no local onde foi colocado. Por exemplo,
um creme antialérgico, um enxugatório bucal ou um colírio.
 Ação profilática - Ação de prevenir doenças (vacinas).
 Ação sistêmica - O medicamento precisa chegar até a corrente sanguínea
e depois atingir o local de ação. Por exemplo, um comprimido antialérgico, uma
vez ingerido vai do sistema digestivo para a corrente sanguínea para depois ter a
sua ação realizada.
 Ação terapêutica - Ação de curar ou melhorar os sintomas de uma
determinada doença (medicamentos antialérgicos, analgésicos, antiinflamatórios,
etc.)
 Apotecário – terminologia utilizada para definir os primeiros Farmacêuticos.
 Chás medicinais - São feitos à base de plantas medicinais, de acordo com
a técnica correta (por exemplo, algumas plantas devem ser fervidas, outras não
devem ferver etc.). Se esses chás fazem algum efeito, então têm princípios
ativos, não podendo, portanto, serem usados em qualquer quantidade. Devemos
ter uma quantidade definida, por exemplo, três xícaras ao dia. A frase popular "se
é natural, não faz mal" não é verdadeira. Existem, inclusive, plantas tóxicas que
não devem ser utilizadas, podendo levar à morte.
 Droga - Produto de natureza animal, vegetal, mineral ou sintética,
empregada na preparação de um medicamento. É uma matéria prima para a
produção de um medicamento. Pode designar um determinado princípio ativo.
 Drogaria – Estabelecimento de dispensação e comércio de drogas,
medicamentos, insumos farmacêuticos e correlatos em suas embalagens
originais;
 Dose - Quantidade de medicamento que deve ser administrado. Pode ser:
 Dose máxima - máximo que um organismo pode suportar sem
apresentar grandes efeitos colaterais. Não deve ser ultrapassada, a não
ser com ordem expressa do médico.
 Dose mínima - quantidade mínima de um determinado medicamento,
para que este produza uma determinada ação farmacológica.
 Dose terapêutica - fica entre a dose mínima e máxima. É a ideal.
 Dose letal - dose que se administrada leva à morte.
 Excipiente - Substâncias que são acrescidas aos princípios ativos com a
finalidade de dar forma ao medicamento na forma sólida ou pastosa.
 Farmácia – Estabelecimento de manipulação de fórmulas magistrais e
oficinais, de comércio de drogas, medicamentos, insumos farmacêuticos e
correlatos, compreendendo o de dispensação e o de atendimento privativo de
unidade hospitalar ou de qualquer outra equivalente de assistência médica;
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 Fármaco - São todas as drogas utilizadas em farmácia e com ação


farmacológica definida.
 Farmacologia – É a ciência que estuda os fármacos.
 Farmacopistas – Farmacêuticos com função já reconhecida.
 Forma Farmacêutica – É a apresentação física que o medicamento tem,
por exemplo, comprimidos, cápsulas, xarope etc.
 Majólica – peça de cerâmica.
 Medicamento - Substância ou conjunto de substâncias com ação
terapêutica, profilática, paliativa ou auxiliar de diagnóstico.
 Medicamento alopático - Medicamento feito de acordo com as
técnicas alopatas. Pode-se resumir a alopatia como a "cura pelo contrário", ou
seja, o medicamento causa um efeito contrário à doença, melhorando-a ou
curando-a. É um medicamento de ação contrária à homeopatia, portanto, a
não ser que o médico prescreva, não devemos misturar tratamentos
homeopáticos com alopáticos, mesmo quando se referirem a doenças
diferentes. O paciente deve sempre informar ao médico todos os tipos de
tratamento que está fazendo.
 Medicamento fitoterápico - Medicamento feito à base de plantas
medicinais.
 Medicamento homeopático - Medicamento feito de acordo com as
técnicas homeopáticas. Pode-se resumir a homeopatia como a "cura pelo
semelhante", ou seja, o medicamento homeopático causa no organismo uma
reação semelhante à doença, fazendo com que o próprio organismo reaja
contra a patologia.
 Medicamento Composto – Vários princípios ativos.
 Medicamento Magistral – Não estão nas farmacopéias, são feitos
mediante receita médica, especificamente para uso de um paciente.
 Medicamento Oficinal – Medicamento cuja fórmula é encontrada na
farmacopéia, e guardada por certo tempo.
 Medicamento Simples - somente um princípio ativo.
 Medicamento Similar: São aqueles que utilizam o mesmo princípio
ativo dos de referência, apresentam a mesma concentração sem, no entanto,
garantirem igual comportamento no organismo humano, por não terem
passado por testes de laboratório. Atualmente, não podem ser mais
comercializados com o nome do princípio ativo, devendo apresentar um nome
fantasia. Somente o médico pode autorizar a troca do medicamento de
referência pelo similar.
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 Medicamento de Referência ou Comercial - Nome dado pelo


fabricante de acordo com critérios próprios. Também chamado de nome
patenteado ou nome registrado; refere-se ao nome dado pelo fabricante. Se
for fabricado por várias indústrias, terá vários nomes. Deve ser escrito com o
nome próprio, ou seja, com a primeira letra maiúscula e as seguintes
minúsculas. É o produto inovador, cuja eficácia, segurança e qualidade foram
comprovadas cientificamente por ocasião do registro. É geralmente o primeiro
medicamento que surgiu para curar determinada doença e sua marca é bem
conhecida. O laboratório que detém a patente do produto tem exclusividade
para produzi-lo durante cinco anos. Depois deste prazo, os laboratórios que
estiverem interessados poderão produzir medicamentos genéricos destas
marcas. São exemplos de medicamentos de marca novos no mercado o
Viagra e o Xenical, entre outros.
 Medicamento Genérico – De acordo com a Fundação PROCON/SP
são medicamentos que contêm o mesmo princípio ativo, a mesma dosagem e
forma farmacêutica, concentração e comportamento no organismo humano
que seus respectivos medicamentos de referência, ou seja, é idêntico ao
produto de marca. Isto é, pode ser trocado por este, pois tem rigorosamente
as mesmas características e efeitos sobre o organismo do paciente. A
garantia é dada pelo Ministério da Saúde que exige testes de bioequivalência
farmacêutica para aprovar os genéricos.
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 Testes de bioequivalência – Servem para comprovar se dois produtos de


idêntica forma farmacêutica, contendo idêntica composição, qualitativa e
quantitativa, de princípio ativo, são absorvidos em igual quantidade e na mesma
velocidade pelo organismo de quem os toma. Os genéricos podem substituir
remédios de marca a critério médico.
 Nome Químico – É o nome que descreve a estrutura química do
medicamento. É dado de acordo com regras de nomenclatura do medicamento.
Deve ser escrito em letras minúsculas.
 Princípio Ativo – Parte do medicamento que responde pela ação
farmacológica deste, ou seja, substância que causa a ação esperada.
 Produto Farmacêutico – Produto que contém um ou mais medicamentos,
convenientemente manufaturados, em processo industrial.
 Remédio – É uma palavra aplicada no sentido geral, sendo utilizada a todos
os meios usados para prevenir, melhorar ou curar as doenças. Deste modo
pode-se chamar de remédio aquelas preparações que possuem ação
terapêutica, paliativa ou até mesmo curativa, mas que, porém não passam por
processo industrial. Também podem ser considerados remédios algumas ações
físicas (radioterapia, massagem etc.) e os meios psíquicos (psicanálise,
tratamento psicológico etc.)
 Uso externo - Indica que o medicamento deve ser usado na superfície do
organismo, apresentando normalmente ação local. Podemos exemplificar como
cremes, pomadas, colutórios e colírios. Não devem ser ingeridos, nem injetados.
 Uso interno - Indica que o medicamento deve ser usado no interior do
organismo, podendo apresentar ação sistêmica ou específica. Podemos
exemplificar como comprimidos e injeções endovenosas.
 Veículo - Substâncias que são acrescidas aos princípios ativos com a
finalidade de dar forma o medicamento na forma líquida
 Veneno - Todo medicamento ou toda substância química pode levar a uma
perda de estabilidade corporal, dependendo da pessoa e da quantidade ingerida.
Porém, pode-se dizer que um veneno é uma substância que mesmo em
pequenas quantidades pode levar à morte.
 Via de administração – São os diversos meios por onde se é possível
realizar a introdução de medicamentos. As principais vias são:
 Via oral – Através da boca.
 Via parenteral – Através do uso de medicamento injetáveis, como
intramuscular, intravenoso, subcutâneo etc.
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 Via mucosa – Através da mucosa do corpo, como mucosa nasal,


retal, vaginal, bucal etc.
 Via tópica – Através do pêlo, como cremes, pomadas, adesivos
transdérmicos, etc.

ORGANIZANDO A FARMÁCIA
a) Critérios básicos de organização
Para organizar uma farmácia ou drogaria existem alguns critérios que
tornam mais eficientes e práticos o trabalho do atendente de farmácia assim
como o dos demais funcionários da farmácia. Toda farmácia trabalha com muitos
seguimentos de medicamentos, remédios e atualmente com vários produtos não
relacionados à saúde e que envolvem diferentes fabricantes e diversas
apresentações, o que torna fundamental uma coerente organização de
prateleiras e gavetas para facilitar a procura de cada um.
Para isto, existem formas padronizadas para melhor organizar uma
farmácia. Ela começa pela separação dos medicamentos de outros produtos, e
entre si. Dependendo dos procedimentos internos de cada empresa esses
medicamentos podem ser organizados de acordo com o laboratório, com a
ordem alfabética do medicamento ou ainda o grupo ou seção em que ele se
enquadra, obedecendo à forma de apresentação e o uso do medicamento. A
farmácia, portanto, possui vários grupos e seções.
Existem farmácias ainda que separam os produtos de alta rotatividade, tais
como vitaminas, analgésicos e antigripais, que são mais conhecidos pela
população e geralmente não necessitam de prescrição para serem vendidos.
Os produtos de perfumaria, higiene e limpeza, acessórios médicos e
odontológicos também possuem prateleiras próprias.
Outra forma de organização da prateleira é manter por ordem alfabética e
por seções, porém agrupando os medicamentos de acordo com os laboratórios
fabricantes, que normalmente têm uma padronização na embalagem e cor. Neste
caso, se o balconista conhece o laboratório que produz o medicamento é mais
fácil identificar o remédio na prateleira. Há farmácias que agrupam os
medicamentos somente em ordem alfabética.
Existem ainda outros aspectos que são importantes para a correria do dia
a dia, e que podem ser levados em consideração no momento da organização da
farmácia.
É interessante se atentar para o fato que de acordo com a legislação
vigente nas drogarias os medicamentos comercializados deveriam estar sempre
nas suas embalagens originais, ao contrário das farmácias, que possuem
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fórmulas que podem ser manipuladas em seus próprios laboratórios e assim


seriam organizadas de acordo com o tipo de fórmula e encomenda dos clientes.
Porém, nos dias atuais não é bem assim que acontece.
As farmácias de hospitais adotam critério diferenciado na sua forma de
organização. Os medicamentos são agrupados segundo a sua apresentação e
especialidade. No caso dos analgésicos, por exemplo, os comprimidos ficam de
um lado e os analgésicos em gotas de outro.

2.5BALCONISTAS x ATENDENTES DE FARMÁCIA

Um fator importante a se considerar é a diferença conceitual entre os


termos balconista e atendente de farmácia. Uma vez que o primeiro significa em
tese a pessoa que somente lê receitas e entrega os medicamentos,
diferentemente dos atendentes de farmácia que além de realizarem suas
atividades comercias (vendas) a realizam embasados em conhecimentos
técnicos repassados pelos Responsáveis Técnicos das Farmácias (os
Farmacêuticos).

3 BULA: COMO ENTENDÊ-LA

Todos já devem ter visto uma bula de um


medicamento, porém o questionamento que se
deve fazer é “as pessoas sabem como usar e/ou
interpretar as informações que nela existem?”
A palavra bula vem do latim e quer dizer selo,
oval ou circular, com o nome ou imagem de seu
dono, usado em documentos oficiais. Com o tempo
a bula passou a significar o próprio documento em
que era posto o selo. A bula de um medicamento é um documento com
informações diversas sobre este medicamento. É composta de vários tópicos,
como por exemplo: Nome comercial; Nome químico; Formula e Formas
farmacêuticas; Indicação Terapêutica; Contra-Indicação; Interações
Medicamentosas; Reações Adversas; Posologia entre outros.

4 CÁLCULOS NA FARMÁCIA: QUAIS, QUANDO E COMO USÁ-LOS?

Ao balcão da farmácia freqüentemente chegam receitas médicas para as


quais devem necessariamente ser realizados cálculos matemáticos, a fim de se
chegar à quantidade posológica real prescrita pelo médico, odontólogo ou
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médico veterinário. Pois, nem sempre a apresentação prescrita é a quantidade


real de princípio ativo que o paciente deve ingerir ou utilizar topicamente.
Contudo, a grande maioria dos atendentes de farmácia não recebe o
treinamento adequado a fim de realizar este procedimento e acaba por apenas
“supor” quanto deveria ser necessário de medicamento para que o tratamento
seja realizado. Quando se trata de comprimido é até relativamente fácil, porém
quando o assunto é apresentação líquida, ou tópica a situação complica.
Assim, vejamos algumas formas de cálculo para as diversas formas de
apresentação de medicamentos comumente comercializados:
a) Comprimidos

Prescrição: Antibiótico “X” de 500mg de 6/6hs por 4 dias.


Quantas caixas vender? Existem apresentações com 8 e com 10
cpr
Assim: se for com 8 cpr:
4 x 4 = 16 => logo: 2 caixas com 8 cpr

b) Líquido
- Prescrição: Antibiótico “Y”, 100mg de 8/8hs por 7 dias. O frasco que
dispomos na prateleira é de 500mg/5ml com 100 ml quantos ml o paciente
deverá tomar?
A primeira atitude é entender o que significa 500mg/5ml. Esta
expressão quer dizer que, a cada 5ml, encontra-se 500mg do antibiótico.
A segunda atitude é fazer um cálculo simples, que se chama regra de
3. Com esse cálculo, procura-se achar a proporção entre os 3 valores
conhecidos e qual se pretende encontrar. No caso sabe-se que a prescrição é de
100mg e o frasco tem 500mg em 5ml, então;
500 mg---------------------5 ml logo: a cada 1 ml
existirá 100 ml de princípio ativo
100 mg---------------------Z ml assim: o paciente
deverá ingerir 1ml a cada 8 hs por 7 dias.
Z = 100 x 5 / 500 => Z = 1 ml então: apenas 1 frasco
dará para o tratamento.
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b) Medicamentos em Porcentagem
Prescrição: Quantos ml de soro de glicose serão necessários para administrar
30 g de glicose em um paciente, sendo que o soro possui concentração de 10%?
10 g-------------------100 ml
30 g-------------------X ml
X = 30 x 100 / 10 = 300 ml

4.1 CÁLCULO DE DOSAGEM A SER ADMINISTRADA, PARTINDO DA


RELAÇÃO DOSE/PESO DO PACIENTE

Muitas das vezes ocorre do paciente chegar a Farmácia sem saber


exatamente a quantidade que deve ingerir de um determinado medicamento,
assim, na medida do possível o Farmacêutico deve fazer esse esclarecimento.
Contudo, quando o Atendente está bem treinado pelo seu Farmacêutico pode
também tentar orientar o paciente na ausência do Titular, porém nunca tentando
mudar ou achar alguma coisa sobre a prescrição. No caso de dúvida jamais
dizer algo que possa confundir ainda mais o paciente.

Exemplo: A dose prescrita pelo médico é de 50 mg / kg / dia e o


paciente pesa 10 kg, qual a dose diária do medicamento?
Dose diária = dose x peso = 50 x 10 = 500 mg por dia
Portanto o paciente deverá tomar 500mg por dia.
Considerando os dados anteriores, quanto se administraria ao paciente por
horário, sabendo que o paciente iria tomar o medicamento de 6/6 horas?
Dose por horário = dose diária = 125 mg por horário
Ainda com os mesmos dados, acrescentando que o frasco do medicamento que
dispomos contém 500mg/5ml, quantos ml seriam dados por horário?
O cálculo a ser usado agora é igual ao visto acima, ou seja:
500 mg ----------------- 5 ml
125 mg------------------ X ml
X = 125 x 5 / 500 = 1,25 ml
O paciente deverá tomar 1,25ml por horário.
Se, no caso anterior o paciente perguntasse quantos vidros seriam necessários
para o tratamento todo?
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Suponha-se que o paciente iria tomar o medicamento por 10 dias e o frasco


continnha 100 ml.
O cálculo seria: sabe-se que o paciente irá tomar 500 mg por dia, então, quantos
mg tomará em 10 dias?
500 mg------------------ 1 dia
X mg---------------------10 dias
X = 500 x 10 / 1= 5000 mg para o tratamento todo
Sabemos que o frasco tem 500mg/5ml então:
500 mg-------------- 5 ml
5000 mg------------- X ml
X = 5000 x 5 / 500 = 50 ml
Se o frasco tem 100 ml e o paciente tomará 50ml para o tratamento todo, então
um frasco é o suficiente.

5 DEONTOLOGIA FARMACÊUTICA

Conhecer a legislação não deve ser para o profissional de farmácia,


uma atividade cansativa e desinteressante. Ao contrário, estar por dentro da
legislação específica da atividade desenvolvida trará, no dia-a-dia, confiança e
certeza de estar realizando um trabalho de qualidade.
Aspectos importantes, a saber, trata da regulamentação dos genéricos,
regulamentação técnica para assistência farmacêutica na farmácia e drogaria,
aquisição, armazenamento, conservação e dispensação (fornecimento) de
produtos industrializados, entre outros.
A lei trata também das condições gerais e específicas para a estrutura
física (instalações) e equipamento determina que a admissão dos funcionários
deva ser precedida de exames médicos, citando também a questão da higiene
pessoal, uniformes para o trabalho etc.
Quando discorre sobre a aplicação de injetáveis, serviço que o
estabelecimento poderá (ou não) manter é dito que a drogaria deve dispor de
profissional legalmente habilitado para a realização dos procedimentos; daí a
importância da formação profissional por meio de cursos e treinamentos.
A legislação também trata do tema documentos, fixa responsabilidades
(de empregados e empregador) e trata das questões de fiscalização.
A lei estabelece as boas práticas de atendimento em farmácias e
drogarias, além de proteger o trabalhador.
Toda ação profissional está sempre resguardada pela lei. A legislação
tem a finalidade de criar normas para que o trabalho seja feito de forma uniforme
por todos, visando sempre o bem da coletividade. A farmácia também possui
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uma vasta legislação, chamada de legislação farmacêutica, que regulamenta a


profissão.
Uma das leis que regem as ações nas farmácias e drogarias é a
Resolução Nº 328/99 da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, que
regulamenta e implementa as Boas Práticas de Dispensação em Farmácias e
Drogarias. Esta resolução tem a finalidade de garantir que a aquisição,
armazenamento, conservação e dispensação de produtos industrializados em
drogarias sejam executadas dentro das normas sanitárias. Assim, considera os
seguintes aspectos: condições gerais, pessoal, aplicação de injeção e
documentação.

RDC Nº 328 / 99: Boas Práticas de Dispensação

 Condições Gerais: Neste tópico, a Resolução nos mostra quais são as


condições para que as farmácias e drogarias possam funcionar, com relação ao
estoque de produtos farmacêuticos e às condições das instalações físicas.
 Com relação ao estoque e dispensação, o primeiro item a ser
considerado é: o estabelecimento é responsável por somente dispensar produtos
registrados ou declarados isentos de registros pelo órgão competente do
Ministério da Saúde e adquirí-los de fornecedores legalmente licenciados no
país. Ele quer dizer que só é permitida a venda de produtos (medicamentos ou
não) que tenham licença obtida pelo Ministério da Saúde. Produtos caseiros
(como xampus, perfumes etc) ou fabricados em laboratórios ainda não
totalmente legalizados, não podem ser vendidos na farmácia.
 Os produtos farmacêuticos devem ficar estocados em um local que
permita uma estocagem de forma organizada, observando a necessidade ou não
de estocagem em geladeira, a necessidade de espaço especial para produtos
inflamáveis, entre outros.
 Os produtos sujeitos a regime especial de controle devem ser
armazenados em espaço próprio ou em um armário com chave ou sala própria
para este fim e o sistema de escrituração fiscal destes produtos deve ser
autorizado pela Vigilância Sanitária local e Nacional (SNGPC).
 A farmácia ou drogaria deve ainda ter um espaço próprio, bem
identificado, separado do restante da área de estoque, para que sejam colocados
produtos sem condições de serem utilizados ou vencidos.
 Por fim, a dispensação de medicamentos sujeitos a controle especial
deverá seguir a legislação vigente (Portaria 344 /98), sendo conferida e
escriturada pelo profissional farmacêutico.
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 Com relação à estrutura física, para que as farmácias e drogarias


estejam de acordo com as normas (Lei nº 5991 / 73), ela deve ter infra-estrutura
adequada, ou seja, ter um espaço físico adaptado para a instalação da farmácia,
com paredes, teto e pisos lisos, que possam ser lavados e sanitizados, conter
ventilação apropriada, além de instalações elétricas em boas condições,
equipamentos específicos de combate a incêndio adequados e condições tais
que não permitam a entrada de insetos e roedores.
 Deve ainda ter acesso independente dos demais estabelecimentos e
residências, possuir sanitário sempre limpo e de fácil acesso e dispor de um local
para que os funcionários possam guardar seus objetos pessoais.
 Com relação aos funcionários das farmácias e drogarias, a Resolução
determina que devam fazer exame médico admissional e que, caso no dia-a-dia
apresente doenças, ou mesmo suspeita das mesmas, o funcionário deverá ser
afastado das suas atividades, de acordo com a legislação específica.
 Os funcionários devem apresentar os uniformes limpos e em bom estado
e receber informações quanto à higiene pessoal.
 Para a aplicação de injetáveis, a drogaria precisa ter um local próprio
para este procedimento, separado dos demais ambientes do estabelecimento,
com situação higiênico-sanitária satisfatória e bem conservada, inclusive com
formas específicas de descarte de material perfuro-cortantes e demais resíduos
da aplicação de injetáveis, porque não podem, de forma nenhuma, ser
descartados em lixo comum sem o devido cuidado para assim evitar acidentes;
além de também obrigatoriamente possuir um profissional legalmente habilitado
para realização desta atividade.
 Documentação: As farmácias e drogarias devem (ao contrário do que
normalmente acontece) ter todos os seus procedimentos descritos com relação
a:
 Aquisição, armazenamento, conservação e dispensação de produtos;
 Aplicação de injetáveis, inclusive com relação à utilização de material
descartável;
 Descarte de produtos vencidos ou sem condições de uso.

LEI nº 5991 / 73: Regulamentação e Controle Sanitário de Farmácias e


Drogarias
 Inicialmente, ele traz várias definições importantes, que facilitam o
entendimento da Lei, como o que significa drogaria, farmácia, dispensação,
especialidade farmacêutica etc.
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 Posteriormente, esta Lei determina as condições gerais de


funcionamento das farmácias e drogarias, responsabilidades e atribuições.
 Condições Gerais de Funcionamento das Farmácias e Drogarias. Para
que os estabelecimentos farmacêuticos possam funcionar é necessário que:
 Tenham licença de funcionamento, atualizada, expedida pela autoridade
sanitária local;
 Atendam às boas práticas de dispensação em drogarias;
 Mantenham placa de identificação do estabelecimento conforme legislação
vigente;
 Possuam licença de funcionamento devidamente afixada em local visível ao
público.
 É proibido em farmácias e drogarias: Oferecer para venda produtos que
não sejam medicamentos, cosméticos, produtos para saúde e acessórios,
alimento para fins especiais, alimentos com alegação de propriedade funcional e
alimento com alegação de propriedades de saúde (desde que apresentem
Padrão de Identidade e Qualidade-PIQ estabelecidos em legislação específica);
 Oferecer serviços de coleta de material biológico e outros alheios À
atividade de dispensação de medicamentos e produtos;
 No caso de drogarias ainda é proibido: O recebimento de receitas com
fórmulas magistrais.
 O fracionamento de medicamentos pode ser realizado, desde que com a
devida autorização da Anvisa (RDC nº 135 / 05).
 A Lei deixa bem claro que o Farmacêutico é o Responsável pela
dispensação de produtos farmacêuticos, com as seguintes funções:
 Conhecer, interpretar e estabelecer condições para o cumprimento da
legislação pertinente;
 Estabelecer critérios e supervisionar o processo de aquisição de
medicamentos e demais produtos;
 Avaliar a prescrição médica;
 Assegurar condições adequadas de conservação e dispensação dos
produtos;
 Manter arquivos, que podem ser informatizados, com a documentação
correspondente aos produtos sujeitos a controle especial;
 Participar de estudos de farmaco-vigilância com base em análise de reações
adversas e interações medicamentosas, informando a autoridade sanitária local;
 Organizar e operacionalizar as áreas e atividades da drogaria;
 Manter atualizada a escrituração;
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 Manter a guarda dos produtos sujeitos a controle especial de acordo com a


legislação específica;
 Prestar assistência farmacêutica necessária ao consumidor;
 Promover treinamento inicial e contínuo dos funcionários para a adequação
da execução de suas atividades.
 Este regulamento também estabelece as atribuições do proprietário do
estabelecimento:
 Prever e prover os recursos financeiros, humanos e materiais necessários
ao funcionamento do estabelecimento;
 Estar comprometido com as Boas Práticas de Dispensação em Farmácias e
Drogarias;
 Favorecer e incentivar programas de educação continuada para todos os
profissionais envolvidos nas atividades do estabelecimento.

PORTARIA nº 344 / 98

 A regulação sanitária dos medicamentos de controle sanitário é realizada


pela Vigilância Sanitária, através da Portaria 344 de 12 de maio de 1998, da
ANVISA, que estabelece as exigências quanto ao seu comércio, dispensação,
registro e controle, cujos dispositivos devem ser cumpridos pelos
estabelecimentos farmacêuticos que exerçam estas atividades. Esta Portaria é
atualizada pela ANVISA, através de Regulamentos Técnicos que estabelecem as
Listas atualizadas dos medicamentos e substâncias sujeitos ao controle especial.
Desta forma é de suma importância o conhecimento destas informações.
 Portaria nº 6 de 29 de janeiro de 1999 - apresenta os procedimentos
para a aplicação da Portaria nº 344/98/SVS, com o objetivo de estabelecer,
aprimorar e atualizar as ações de vigilância sanitária com vistas ao
aperfeiçoamento do controle e fiscalização das substâncias constantes das listas
do Regulamento Técnico aprovado pela Portaria SVS/MS nº 344/98 e suas
atualizações, bem como os medicamentos que as contenham.
 CUIDADOS A SEREM OBSERVADOS NO
PREENCHIMENTO DAS NOTIFICAÇÕES DE RECEITA DA LISTA A, B, B2,
E RCE: NA DISPENSAÇÃO DOS MEDICAMENTOS SUJEITOS A CONTROLE
ESPECIAL, OBRIGATORIAMENTE DEVERÃO SER OBSERVADOS OS
SEGUINTES DADOS QUANTO AO PREENCHIMENTO:
 A NOTIFICAÇÃO DEVERÁ CONTER A SIGLA DA UNIDADE FEDERATIVA
(ESTADO).
 DEVERÁ CONTER A IDENTIFICAÇÃO NUMÉRICA.
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 IDENTIFICAÇÃO DO EMITENTE (NOME DO PROFISSIONAL COM SUA


INSCRIÇÃO NO CONSELHO REGIONAL OU O NOME DA INSTITUIÇÃO,
ENDEREÇO COMPLETO E TELEFONE) DEVIDAMENTE IMPRESSOS.
 IDENTIFICAÇÃO DO USUÁRIO (NOME COMPLETO DO PACIENTE)
LEGIVEL.
 ENDEREÇO COMPLETO DO PACIENTE
 NOME DO MEDICAMENTO OU DA SUBSTANCIA: PRESCRITOS SOB A
FORMA DA DENOMINAÇÃO COMUM BRASILEIRA (DCB), DOSAGEM OU
CONCENTRAÇÃO
 QUANTIDADE (EM ALGARISMOS ARÁBICOS E POR EXTENSO) E
FORMA FARMACÊUTICA
 DOSE POR UNIDADE POSOLOGICA
 POSOLOGIA (DOSE DE ADMINISTRAÇÃO).
 DATA DA EMISSÃO DA NOTIFICAÇÃO DE RECEITA
 ASSINATURA DO PRESCRITOR, CASO OS DADOS DO PROFISSIONAL
ESTIVEREM DEVIDAMENTE IMPRESSOS NO CAMPO EMITENTE; NO CASO
DE O PROFISSIONAL PERTENCER A UMA INSTITUIÇÃO OU
ESTABELECIMENTO HOSPITALAR, DEVERÁ IDENTIFICAR A ASSINATURA
COM CARIMBO, CONSTANDO A INSCRIÇÃO NO CONSELHO REGIONAL,
OU MANUALMENTE, DE FORMA LEGÍVEL.
 OS DADOS CONSTANTES DOS ITENS ACIMA SÃO PREENCHIDOS
PELO PROFISSIONAL PRESCRITOR.
 É OBRIGAÇÃO DO FARMACÊUTICO PREENCHER OS DADOS
REFERENTES AOS CAMPOS ABAIXO
 IDENTIFICAÇÃO DO COMPRADOR ( A NOTIFICAÇÃO DEVERÁ SER
PREENCHIDA COM O NOME DO COMPRADOR, ENDEREÇO, TELEFONE,
NÚMERO DA IDENTIDADE E O ÓRGÃO EMISSOR) NO ATO DA
DISPENSAÇÃO DO MEDICAMENTO NO ESTABELECIMENTO
FARMACÊUTICO
 IDENTIFICAÇÃO/CARIMBO FORNECEDOR – ESTE CAMPO DEVE SER
PREENCHIDO NO ATO DA DISPENSAÇÃO COMO O NOME DO VENDEDOR
E A DATA DE SUA DISPENSAÇÃO
 NO ATO DA DISPENSAÇÃO OU AVIAMENTO DA NOTIFICAÇÃO
DE RECEITA CABE AO FARMACÊUTICO OBSERVAR SE A NOTIFICAÇÃO
APRESENTADA NÃO É FALSA OU IRREGULAR, E O TODA NOTIFICAÇÃO
AUTORIZADA PELO ÓRGÃO SANITÁRIO COMPETENTE (ESTADUAL OU
LOCAL) DEVE CONTEMPLAR NO SEU RODAPÉ OS SEGUINTES DADOS:
Identificação da gráfica: nome, endereço, CNPJ, impressos no rodapé de cada
Apostila Curso CRHONOS
18

folha do talonário, como também a numeração inicial e final, concedidas ao


profissional ou instituição e o nº da Autorização para confecção de talonários
emitidos pela Vigilância Sanitária local.
 Os medicamentos das Listas B, somente poderão ser dispensados
na unidade federativa que concedeu a numeração. E a Notificação de Receita B
só é valida na unidade federativa que concedeu sua numeração.
 OBS: A DISPENSAÇÃO DE MEDICAMENTOS E OU
SUBSTÂNCIAS SUJEITAS A CONTROLE SEM OBSERVÂNCIA DO DISPOSTO
NA LEGISLAÇÃO CONSTITUI INFRAÇÃO SANITÁRIA
 MEDICAMENTOS ANOREXIGENOS - OS
MEDICAMENTOS SUJEITOS A CONTROLE ESPECIAL DA LISTA B2 - FICAM
SUJEITAS AO CONTROLE DA - Resolução da Diretoria Colegiada – RDC nº
58, de 5 setembro de 2007 - que Dispõe sobre o aperfeiçoamento do controle e
fiscalização de substâncias psicotrópicas anorexígenas e dá outras
providências. Conforme dispõe o Art.1º A prescrição, o aviamento ou a
dispensação de medicamentos ou fórmulas medicamentosas que contenham
substâncias psicotrópicas anorexígenas ficam sujeitas à Notificação de Receita
“B2”, conforme modelo de talonário instituído nos termos do Anexo I desta
Resolução.
5.6 PRESCRIÇÕES E SUAS DÚVIDAS

O receituário médico sempre foi umas das grandes preocupações no


balcão, e motivos para isso não faltam. Da preocupação com a saúde do cliente,
aos problemas que uma venda errada pode ocasionar.
A legislação ampara a Farmácia em alguns aspectos e exige da mesma
uma postura na hora da venda de verdadeiros fiscais. Analisemos a seguir então
as dúvidas mais freqüentes as quais os atendentes de farmácia estão mais
sujeitos a se deparar.

 Quem prescreve? O médico, o médico veterinário e o dentista. A


profissão Farmacêutica, de acordo com o código de ética pode realizar
prescrições básicas de medicamentos sem tarja (Código de Ética
Farmacêutica: Art. 15 – VIII – ao aconselhar e prescrever medicamentos de livre
dispensação, nos limites da atenção primaria à saúde), ou seja, os chamados
medicamentos OTC (over-the-counter);
 O que é receita? Ela na prática é um bilhete que o médico utiliza para
informar o que aquele paciente necessita. Este "bilhete" é um documento e
precisa de algumas normas de acordo com o grau de periculosidade do
Apostila Curso CRHONOS
19

medicamento, do tipo de paciente, dentre outros. De acordo com a Portaria nº


344/98 receita é definida como: "Receita - Prescrição escrita de medicamento,
contendo orientação de uso para o paciente, efetuado por profissional legalmente
habilitado, quer seja de formulação magistral ou de produto industrializado."
 Quais os tipos de receitas? Os tipos de receitas variam de acordo com
o tipo do medicamento (ou substância), ou seja, de acordo com a restrição ao
uso e o grau de periculosidade do medicamento. Temos os seguintes tipos:
 Receita simples (que na verdade pode ser branca ou não): é utilizada para a
prescrição de medicamentos anódinos e medicamentos de tarja vermelham com
os dizeres "venda sob prescrição médica", e segue as regras descritas na lei
5991 / 73.
 Receita de Controle Especial (conhecida com Receita branca carbonada): é
utilizada para a prescrição de medicamentos de tarja vermelha com os dizeres
"venda sob prescrição médica - só pode ser vendido com retenção da receita",
como substâncias sujeitas a controle especial, substâncias retinóicas de uso
tópico, substâncias imunossupressoras, substâncias anti-retrovirais, substâncias
anabolizantes, antidepressivos etc. Este tipo de receituário segue além da Lei nº
5991 / 73, a Portaria nº 344 / 98 e têm na sua maioria os medicamentos da lista
C1.
 Receita azul ou Receita B: É um impresso especial, padronizado, na cor
azul, contendo a sigla do estado e a letra "B" em destaque. Seu formato é
retangular e de tamanho reduzido, diferente de todas as demais receitas citadas,
e são para dispensação de medicamentos de tarja preta.
 Receita azul ou Receita B2: É para a mesma finalidade da anterior, porém
apenas são dispensados medicamentos contendo princípios anorexígenos,
definidos na RDC nº 58 / 08.
 Receita amarela ou Receita A: É geralmente do mesmo tamanho da azul e
foi criada para dispensação de medicamentos classificados como entorpecentes.

6 ELO ENTRE FARMÁCIA E CLIENTE / PACIENTE = “ATENDENTE DE
FARMÁCIA”

Todo trabalho por mais difícil que seja deve ser encarado com muito
profissionalismo e seriedade. No caso do atendente de farmácia este aspecto é
muito importante, já que este profissional tem que atuar como "relações públicas"
da farmácia onde trabalha representar a própria empresa e ser o elo entre a
farmácia e o consumidor. Toda empresa comercial tem como objetivo o bom
Apostila Curso CRHONOS
20

atendimento ao cliente. Na farmácia isso não é diferente, a gentileza no


atendimento com certeza trará bons retornos para a farmácia e para o Atendente.
O atendente é a primeira pessoa que o cliente vê e ouve e, às vezes, é a
única pessoa com quem ele entra em contato dentro de uma drogaria ou
Farmácia. Por isso é fundamental o bom aspecto do balconista, que deve usar
sempre um avental ou jaleco limpo, de preferência de cor clara.
Outro aspecto importante, e que deve observado é a limpeza das mãos e
unhas, não só pela questão estética, mas principalmente pela higiene que se
deve ter ao manusear os medicamentos. Note ainda que as mãos do atendente
estejam permanentemente no foco de atenção dos clientes. Existe um antigo
ditado popular que diz que "o cliente sempre tem razão" e mesmo que isso não
seja totalmente verdade é importante que o atendente não esqueça que este
ditado resume uma regra básica na relação de compra e venda.
Existem clientes que ficam nervosos ou irritados pela demora no
atendimento ou mesmo por qualquer outro motivo. Neste caso o atendente deve
utilizar de bom senso e atendê-lo o mais prontamente possível, evitando até
mesmo comentar o contratempo ocorrido. Desta forma o cliente ficará
desarmado e até mesmo sem ação. Manter a calma e ser gentil nesta ou em
qualquer outra situação deve ser um dos lemas do atendente até mesmo para se
desvencilhar de um cliente que gosta de "esticar a conversa" no balcão. Como
ele pode estar atrapalhando o andamento do trabalho, peça amavelmente para
ele esperar um pouco até que outros clientes sejam atendidos.
É fundamental nunca perder a pa¬ciência e sempre colocar o cliente em
primeiro lugar, afinal todo o trabalho gira em torno dele e para ele.
É sabido de todos que é uma arte atender um cliente, por isso o atendente
deve ser amável no contato com o consumidor para que ele se sinta bem
recebido e volte outras vezes.
Para que isso ocorra é importante conquistar a simpatia do cliente e não
só atender a sua necessidade imediata, mas estar sempre disponível quando
solicitado para informá-lo e orientá-lo no que for possível.
O atendente de farmácia exerce uma função de dupla responsabilidade, já
que os produtos à disposição para venda são na verdade fórmulas complexas, e
se não forem comercializados corretamente podem causar sérios danos à saúde
do consumidor.
Além da habilidade do atendente no atendimento ao consumidor, as
farmácias ou drogarias se utilizam muito de recursos promocionais par a chamar
a atenção do cliente.
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As vitrines do balcão, as prateleiras externas e as gôndolas, normalmente,


são usadas para colocar produtos da linha de perfumaria e cosméticos, os
produtos naturais (chás e outras ervas) e os produtos de higiene pessoal para
destacar e promover as vendas. Em displays, muitas das vezes sobre os
balcões, ficam os produtos homeopáticos.
Além destes recursos, as drogarias se utilizam também da promoção no
preço de algumas mercadorias, perfumes e produtos de higiene pessoal para
atrair os clientes e aumentar a comercialização de produtos em geral. Existem
ainda drogarias que dão desconto promocional nos medicamentos.

6.1 FUNÇÕES DO ATENDENTE

O atendente de uma farmácia ou drogaria é sempre a pessoa que mais


contato tem com o consumidor, por isso pode e deve sugerir mudanças sobre a
quantidade de produtos ex¬postos nas prateleiras e estoque de produtos que são
mais vendidos. Além de informar a falta de produtos que têm procura, mas não
são comercializados.
A colocação de preço nos produtos também é responsabilidade do
balconista. É importante observar se os preços etiquetados estão cor¬reios e
legíveis e se não estão sendo colocados sobre o número de lote do pro¬duto, e
principalmente sobre o prazo de validade da mercadoria. O balconista deve ainda
observar sempre as necessidades do consumidor e verificar se elas estão sendo
atendidas prontamente.
Controlar a entrada e saída de produtos, conferir, repor, arrumar
mercadorias, ter conhecimento dos medicamentos que estão sendo vendidos e
os laboratórios que produzem estes remédios, saber ler uma receita e atualizar-
se sobre novos lançamentos, são princípios básicos que fazem parte do dia-a-dia
do balconista e ajudam, em muito, a organização de uma farmácia.

6.2 ÉTICA NO ATENDIMENTO AO PACIENTE

O atendente dentro de seu local de trabalho deve ter consciência do tipo


de produto que está vendendo. É importante, na hora do atendimento, vender ao
cliente medicamentos, remédios ou qualquer outro produto que têm credibilidade
no mercado. Medicamentos que estão à venda depois de incansável trabalho de
pesquisa realizado por laboratórios que comprovam a eficácia do produto. Não é
honesto para com o consumidor vender medicamentos que não estão dentro do
controle de qualidade exigido, por isso a responsabilidade do atendente em
Apostila Curso CRHONOS
22

demonstrar conhecimento sobre os produtos que está comercializando são muito


importantes paras efetivar uma venda.
O sigilo profissional também deve ser encarado com muita seriedade.
Através de uma receita médica apresentada pelo consumidor pode-se saber o
diagnóstico a doença. Por outro lado, o consumidor pode estar intimidado e até
mesmo constrangido com a situação, já que muitas doenças ainda são vistas
com discriminação pela sociedade. Nesses casos é importante ser discreto e agir
com naturalidade para que a pessoa que está sendo atendida não fique ainda
mais chateada. Doenças Sexualmente Transmissíveis e Impotência Sexual, são
exemplos típicos de constrangimento.
Além desses exemplos existem inúmeras situações onde deve existir
sigilo, que vão desde a venda de absorventes e preservativos até remédios que
implicam na vida pessoal e moral do consumidor. Respeitar situações deste
gênero é respeitar antes de tudo a profissão.
O cliente é a base do ramo farmacêutico dentro e fora da farmácia. Um
cliente bem atendido voltará para fazer novas compras e contará aos seus
amigos e parentes. Um cliente mal atendido não voltará e também contará para
amigos e parentes.
A conscientização do grupo de trabalho em uma farmácia para o tipo de
cliente que se utiliza dela é fundamental. Um funcionário que não sabe trabalhar
bem destrói a farmácia em pouco tempo.
Os principais conhecimentos que são necessários o atendente dispor são:
 Fornecer informações corretas e, em caso de dúvidas, não inventar;
 Ter consciência de que o cliente da farmácia é diferente dos clientes de
outros ramos do comércio, que provavelmente está debilitado, sem paciência,
sem condições físicas para esperar etc;
 Conhecer os clientes costumeiros, se possível pelo nome, seus problemas
básicos;
 Conhecer o Código de Defesa do Consumidor;
 Deverá, sempre, ter educação e respeito para com todos que se dirigem à
farmácia.
 Para que este atendimento esteja de acordo, existem alguns itens que
devem ser observados, como:
 Cumprimente o cliente com respeito e segurança. Seja firme e decidido.
 Cumprimente rapidamente o cliente. Não é necessário saber de toda a
família, time de futebol, etc.
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23

 Se não for possível usar palavras, ou seja, se você estiver atendendo outro
cliente, use gestos ou um olhar, reduza a possibilidade do cliente se sentir
ignorado e sair.
 Se possível, dê-lhe um aperto de mão. Não é necessário mais que isto.
 Diga sempre que necessário, “por favor”, e "obrigado".
 Conheça seus clientes e sua personalidade. Os clientes que são constantes
esperam ser reconhecidos quando entram na farmácia. Faça com que ele se
sinta especial, um cliente "da casa".
 Prometa menos e faça mais. Não adianta prometer coisas que você já sabe
que não conseguirá cumprir. Só garanta aquilo que você tem certeza que é
possível fazer; promessas não cumpridas diminuem a credibilidade.
 Não se torne íntimo demais. "Amigos, amigos, negócios à parte". É
fundamental o bom relacionamento, porém o excesso de amizade pode
inviabilizar um negócio.
 Ouça mais e fale menos.
 O cliente não tem culpa de seus problemas. Guarde os seus problemas para
si, não deixando transparecer ao cliente.
 O cliente tem seus próprios problemas, não precisamos aumentá-los.
 Cuide de sua aparência pessoal. Devemos estar com o avental sempre
limpo, cabelos penteados e mãos e unhas limpas.
 Verifique a aparência do seu local de trabalho, ele também deverá estar
limpo, arrumado, fazendo com que o cliente tenha a sensação de higiene e
segurança.
 Ganhe seus clientes pelo telefone. Um atendimento telefônico mal feito faz
com que o cliente não venha pessoalmente e a venda não se realizará.
 Deve-se antecipar às necessidades do cliente. Na medida do possível,
devemos prever o que o cliente precisa.
 Deve-se, em resumo, satisfazer as suas necessidades, garantindo assim a
fidelidade do cliente, ou seja, que o cliente retorne para novas compras e conte a
todos como foi bem atendido.

A) Orientações no balcão da farmácia:


 Conferir com o paciente todo medicamento solicitado, com a respectiva
receita;
 Orientar o paciente quanto à utilização do medicamento, informando qual a
dose a ser administrada, em que horário etc;
 Orientar quanto à guarda dos medicamentos em casa.
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B) Orientações quanto à guarda e utilização de medicamentos em casa:


 Ao chegar a casa, guarde os medicamentos em local apropriado. Na maioria
das vezes deve ser guardado em local fresco e arejado. Isso quer dizer: local
com temperaturas amenas, sem umidade e com circulação de ar, sem
abafamento. Sendo assim, não devemos guardar medicamento no banheiro, que
é um local que recebe umidade do banho e, muitas vezes, abafado. Também não
devemos guardar medicamentos em cima da geladeira, pois, esta recebe o calor
do motor (tem gente que até seca tênis atrás da geladeira). E na janela da
cozinha? Nem pensar! O sol também altera os medicamentos, sem falar no calor.
Alguns medicamentos devem ser guardados em geladeira. Isso significa que os
medicamentos devem ser guardados dentro da geladeira, nas prateleiras
superiores (não guardá-los na porta da geladeira, nem no congelador).
 Se existem crianças em casa ou se o paciente recebe visitas de crianças,
eles devem guardar dos medicamentos em local trancado ou, pelo menos,
inacessível a elas. As crianças são curiosas e não têm sendo de período para
medicamentos. O maior número de intoxicação ocorre em crianças. Devemos
estar atentos.
 Se o paciente comprar vários frascos do mesmo medicamento, deverá abrir
uma embalagem de cada vez, não retirando o medicamento da embalagem
original, assim preservando o número do lote e validade do medicamento.
 No caso do medicamento líquido, tomar cuidado para que a boca do frasco
não fique suja. Se por acaso o líquido escorrer, deve-se limpar o frasco,
impedindo que o rótulo se estrague, ficando ilegível.
 No caso de pomadas e cremes, deve-se limpar o bico da bisnaga, antes de
fechá-lo.
 Ter sempre atenção ao prazo de validade do medicamento, nunca tomando
medicamento vencido, mesmo que tenha vencido há pouco tempo. O
medicamento vencido pode não ter ação e se já estiver alterado irá fazer mal à
saúde.
 Não ingerir medicamentos com bebidas alcoólicas.
 Não misturar medicamentos, por exemplo, dois xaropes no mesmo
recipiente ou colher, ou dois medicamentos na mesma seringa, a não ser que
tenha sido solicitado pelo médico.
 Respeitar o horário de administração do medicamento. Se for para ser dado
de 6/6 horas, não se deve pular o horário da noite ou readaptá-lo à conveniência
do paciente. Essa atitude atrapalha o tratamento. Se o medicamento é para ser
dado após as refeições, não tomá-lo em jejum.
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 Se o paciente perceber alguma alteração de cor, sabor ou precipitação no


medicamento procure orientação e não administre o medicamento.
 Se o medicamento for uma suspensão, agitar durante, pelo menos, um
minuto e administrar ao paciente em seguida.
 Não recolocar o medicamento no frasco. Se o paciente retirar uma
quantidade de medicamento maior que a quantidade a ser utilizado (no caso de
líquidos e pomadas), o restante deverá ser descartada.
 Usar sempre medidas-padrão, ou seja, as colheres e copos-medida que
acompanham os frascos. As colheres o copos caseiros não apresentam exatidão
na medida.
 Não quebre drágeas nem abra as cápsulas.
 Não encostar o frasco de colírio no olho, nem bisnaga de pomada oftálmica.
Contamina o medicamento.
 Não encostar a bisnaga de pomada ou creme em lesões. Retirar parte do
medicamento e, então, aplicar no local indicado.
 Nunca alterar a dose prescrita. Por exemplo, se a prescrição é de quatro
vezes ao dia, não administrar duas ou seis vezes. Se a prescrição é de dois
comprimidos, não tomar somente um.
 Em caso de dúvida, não administrar o medicamento. Procure o farmacêutico
ou médico.
 O paciente bem orientado é um paciente satisfeito. Assim, estaremos
cumprindo a nossa função, que não é somente de vender medicamentos e com
certeza esse paciente voltará outras vezes para novas compras.

6.4 A IMPORTÂNCIA DA INFORMAÇÃO

O atendente de farmácia nesse momento, após todos os pontos já


abordados já deve ter percebido a importância da ética profissional nesta
profissão. Para seguir a ética profissional e comercial e vender corretamente os
produtos, o atendente precisa se informar constantemente sobre fórmulas, bulas,
indicações e contra-indicações dos medicamentos. Ler as bulas dos
medicamentos presta atenção nos tipos de medicamentos e nos nomes dos
laboratórios fabricantes destes produtos irá facilitar e valorizar ainda mais o seu
trabalho junto ao cliente. Quanto mais ele conhecer sobre os produtos que está
vendendo, mais consciência terá da importância do seu trabalho.
Logo o atendente de farmácia é um profissional que tem a competência,
sob a supervisão de um Farmacêutico, executar as tarefas de organização do
ambiente de trabalho e atendimento dos clientes / pacientes. Em casos
Apostila Curso CRHONOS
26

especiais, este profissional pode se encarregar da mistura e preparo dos


produtos não medicinais com a supervisão do farmacêutico.
A agilidade do atendente de farmácia é a grande aliada para o
atendimento mais eficiente. Se o cliente quer um medicamento e a farmácia não
o tem no momento, o procedimento mais coerente e correto a seguir é anotar o
nome do medicamento comprometendo-se a logo que possível atender ao
pedido.
Existem outras situações em que o atendente precisará de muita
habilidade para vender. Independentemente do tamanho da loja, da publicidade
que foi feita e de outros investimentos, com certeza as vendas só irão crescer
com o desempenho do atendente de farmácia nas suas funções.

7 TIPOS DE MEDICAMENTOS
O mercado farmacêutico do país conta com três categorias de
medicamentos: os medicamentos de marca (referência), os genéricos e os
similares. Para que o consumidor diferencie entre os três tipos de produto, o
Ministério da Saúde, por ocasião da regulamentação da Lei dos Genéricos,
instituiu um diferencial gráfico que pode ser facilmente identificado nas
embalagens dos medicamentos genéricos. Esses medicamentos trazem na
embalagem, logo abaixo do nome do princípio ativo que identifica o produto, a
frase "medicamento genérico – Lei 9.787/99".
Os medicamentos similares, que até o surgimento da Lei do Genérico
eram comercializados somente pelo nome do princípio ativo. Contudo, agora
estão obrigados a adotar uma marca comercial. As embalagens dos similares
não têm nem terão a frase "medicamento genérico – Lei 9.787/99". Portanto,
para diferenciar um genérico de um similar basta conferir na embalagem a
presença da frase. Se não tiver, não é genérico, e sim similar.
A terceira categoria é a dos medicamentos de marca, medicamentos já
estabelecidos e há bastante tempo no mercado, como a Aspirina, a Novalgina, o
Binotal, etc. Esses produtos também estão mudando de embalagem. O nome do
princípio ativo, que até o surgimento da Lei do Genérico tinha um tamanho
correspondente a 20% do nome de marca, agora terá que ser aumentado para
50%. A modificação busca dar maior visibilidade ao nome do princípio ativo
também nos medicamentos de marca. Assim como os similares, os
medicamentos de marca não terão a frase "medicamento genérico – Lei
9.787/99", que identifica só os genéricos.
Apostila Curso CRHONOS
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8 TIPOS DE APRESENTAÇÃO DE MEDICAMENTOS

 Seção ou grupo de comprimidos, drágeas, cápsulas, pastilhas e


pílulas.
 Seção ou grupo de ampolas injetáveis e orais.
 Seção ou grupo de medicamentos líquidos, em suspensão, as
geléias, os elixires, sprays, gotas, xaropes.
 Seção de cremes, pomadas, ungüentos, supositórios, óvulos,
bastões, inaladores, pós, granulados e calicidas.
 Seção ou grupo de envelopes de comprimi¬dos ou pós que vêm em
embalagens múltiplas e que podem ser comer¬cializados de forma avulsa. Estes
produtos são usualmente guarda¬dos em gavetas e na parte externa de¬las
coloca-se uma etiqueta que identifica o produto.
 Seção ou grupo de medicamentos que têm venda controlada, como
psicotrópica e entorpecente. Estes remédios normalmente estão agrupados no
fundo da farmácia, próximo à gerência, para maior controle de suas vendas.

9 CLASSES TERAPÊUTICAS: MAIS COMENTADOS NA FARMÁCIA

9.1 ANTIBIOTICOS: Antibióticos são substâncias, desenvolvidas a


partir de fungos, bactérias ou elementos sintéticos (produzidos em
laboratórios farmacêuticos). A finalidade do antibiótico é combater
microorganismos (monocelulares ou pluricelulares), causadores de infecções
no organismo. Segundo WAKSMAN (1942), os antibióticos podem ser
classificados como substâncias muito dessemelhantes entre si
quimicamente, produzidos originalmente pelo metabolismo de certas
espécies de fungos (griseofulvina, penicilina), bactérias (polimixina B,
bacitracina), microspora (gentamicina) e streptomices (estreptomicina), tendo
como propriedade comum a atividade bactericida (inativação de todos os
microorganismos) ou bacteriostática (controle do crescimento bacteriano) em
condições propícias, em germes sensíveis. São drogas utilizadas no
tratamento de doenças infecciosas, assim como os quimioterápicos que, de
acordo com EHRLICH (1913), são drogas que apresentam toxidade apenas
para o microorganismo invasor, resguardando a integridade do paciente.
Assim se pode definir três tipos básicos de ações dos antibióticos:
 AGENTES ANTIMICROBIANOS são substâncias que inibem o
crescimento de microorganismos ou os destroem. Quando estes
agentes são originalmente produzidos por espécies de
Apostila Curso CRHONOS
28

microorganismos, portanto de origem natural, são denominados


antibióticos. Quando são produzidos de forma sintética, denominam-
se quimioterápicos.
 BACTERIOSTÁTICOS são agentes que inibem o crescimento
bacteriano.
 BACTERICIDAS são agentes que destroem as bactérias.
9.2 ANTINFLAMÁTORIOS: Os antiinflamatórios são medicações
extremamente utilizadas, pela sua eficácia em tratar dor e inflamação. Entre
os antiinflamatórios mais conhecidos estão o diclofenaco, o ibuprofeno, a
indometacina, a nimesulida, o cetoprofeno e o etodolaco.
9.3 CORTICÓIDES: é o nome dado a um grupo de hormonas
esteróides produzidas pelas glândulas supra-renais, ou a derivados sintéticos
destas. Os corticosteróides possuem diversas acções importantes no corpo
humano, possuindo um papel de relevo no balanço electrolítico (equilíbrio de
íons e água), e na regulação do metabolismo. Situações em que a sua
produção está alterada levam a patologias como a doença de Addison
quando há diminuição de produção, ou o síndrome de Cushing quando esta
está aumentada.
 Glicocorticóides como o cortisol controlam o metabolismo dos
carboidratos, gordura e proteínas e são anti-inflamatórios por
prevenirem a liberação de fosfolipídio, diminuindo a ação dos
eosinófilos e diversos outros mecanismos.
 Mineralocorticóides como a aldosterona controlam os níveis de
eletrólitos e água, principalmente por promoverem a retenção de
sódio no rim.
9.4 ANTITÉRMICOS / ANTIPIRÉTICOS: Os medicamentos
antitérmicos agem para inibir a produção da enzima chamada prostaglandina
endoperóxido sintase, que, em excesso, causa o aumento da temperatura do
corpo.
9.5 ANTIÁCIDOS: Os antiácidos são compostos básicos que tem a
finalidade de neutralizar o ácido produzido pelo estômago. Geralmente, os
portadores de desequilíbrio entre os mecanismos de secreção gástrica e os
de proteção da mucosa são muitas vezes influenciável, ocasionando uma
ocorrência de efeito placebo considerável. As propriedades antiácidas e a
adequação terapêutica de um produto são também muito influenciadas pelo
cátion metálico. Os Hidróxidos de Alumínio e magnésio são os mais
comumente usados.

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