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GEOMETRIA PLANA

CAPÍTULO 3 - FIGURAS GEOMÉTRICAS E


SUAS PROPRIEDADES: COMO DIALOGAR
COM ESSES CONCEITOS GEOMÉTRICOS
Renato Tolentino de Sene

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Introdução
Neste capítulo, vamos tratar de algumas figuras geométricas e suas propriedades como o triângulo e os
quadriláteros. Para começar, vamos estudar os conceitos de altura, mediana, bissetriz e mediatriz em um
triângulo qualquer. Assim definidos, poderemos entender o que chamamos de pontos notáveis de um triângulo e
suas propriedades.
Você já estudou sobre congruência de triângulos e seus casos, certo? A semelhança de triângulos traz em si a
ideia de que as figuras são parecidas. Você entenderá no decorrer deste capítulo essa diferença de quando dois
triângulos são congruentes ou quando são semelhantes. Na congruência, usamos a relação de igualdade entre as
medidas dos ângulos e lados do triângulo, já na semelhança usamos a noção de proporcionalidade.
Ao estudar os triângulos, veremos que no caso dos triângulos retângulos, cujos lados são chamados catetos e
hipotenusa, há uma importante relação entre suas medidas muito útil em diversas situações da Matemática,
dada pelo milenar Teorema de Pitágoras. Por sua grande importância e utilidade, vamos exibir uma
demonstração matemática desse teorema.
Por fim, vamos concluir nosso estudo com os quadriláteros. Você imagina de que maneira poderíamos classificar
os quadriláteros? Pois bem, veremos que os quadriláteros podem ser paralelogramos, trapézios ou nenhum dos
dois. Em relação aos dois primeiros tipos, nosso interesse é em estudar algumas propriedades importantes e
casos mais específicos como retângulo, losango, quadrado, dentre outros.
Vamos começar? Acompanhe a leitura!

3.1 Pontos notáveis no triângulo


Nosso objetivo aqui é definir alguns pontos notáveis no triângulo: ortocentro, baricentro, incentro e
circuncentro. São pontos construídos pela intersecção de segmentos especiais no triângulo e que nos fornecem
importantes propriedades como veremos mais adiante.
Antes de iniciar o estudo dos pontos notáveis, precisamos definir cevianas em um triângulo.

VOCÊ SABIA?
O nome ceviana foi dado devido a Giovanni Benedetto Ceva, matemático, físico, geômetro e
engenheiro hidráulico. Ceva foi educado no colégio di Brera, de orientação jesuíta, na cidade de
Milão, onde desde cedo mostrou aptidão para a ciência em especial pela Matemática. Estudou
na Universidade de Pisa onde desenvolveu um trabalho que demonstrava o Teorema das
Cevianas, usando argumentos relativos a centros de gravidade.

Uma ceviana é um segmento que possui extremos em um vértice do triângulo e no seu lado oposto ou no
prolongamento do lado oposto. Ela pode ser interna, externa ou pertencer ao lado do triângulo. Veja as imagens
abaixo:

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Figura 1 - Tipos de ceviana em um triângulo qualquer.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

As principais cevianas no triângulo estudadas neste capítulo são: altura, mediana e bissetriz interna. Vamos
também apresentar a mediatriz que não é considerada ceviana por não satisfazer às condições acima.

3.1.1 Altura, mediana, bissetriz interna e mediatriz

A altura é a ceviana na qual os pontos extremos são um vértice do triângulo e um ponto no lado oposto,
formando com este ângulo de 90º.

Figura 2 - Traçando a altura de um triângulo.


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

A Figura nos mostra que a altura em cada triângulo é dada pelo segmento . Em um triângulo acutângulo, a
altura é uma ceviana interna ao triângulo, em um triângulo obtusângulo a altura é uma ceviana externa e no
triângulo retângulo a altura é a ceviana que coincide com o lado do triângulo. Considerando que o ponto em
cada triângulo é chamado de “pé” da altura relativa ao vértice , então podemos claramente afirmar que se não
coincide com nenhum dos vértices, a altura é interna ao triângulo ou ainda que o triângulo é acutângulo. Se caso
coincidir com algum vértice do triângulo, dizemos que o triângulo é retângulo e, por fim, se não está contido
no lado oposto, mas em seu prolongamento, então a altura é externa ao triângulo, como podemos ver na Figura
anterior, em que, nesta situação, o triângulo é obtusângulo.
A mediana é a ceviana que incide de um vértice do triângulo ao ponto médio do lado oposto.

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Figura 3 - Mediana de um triângulo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Na imagem acima, o ponto é o ponto médio do lado e o segmento é a mediana relativa ao vértice . A
mediana em qualquer triângulo é uma ceviana interna.
A bissetriz interna é uma ceviana com origem em um vértice do triângulo e extremidade no lado oposto e que
divide o ângulo correspondente ao vértice ao meio.

Figura 4 - Bissetriz interna relativa ao vértice B.


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Uma propriedade interessante da bissetriz interna de um triângulo é que se tomarmos um ponto na bissetriz
interna de um ângulo interno de um triângulo, então é equidistante dos lados que formam esse ângulo. Antes
de iniciar nossa demonstração do resultado acima, vamos construir alguns elementos necessários para seu
desenvolvimento.
Na Figura a seguir, o comprimento dos segmentos e correspondem à distância do ponto ao lado eà
distância de ao lado , respectivamente. Queremos mostrar que PE = PF. (OBS: dado um segmento qualquer
, vamos usar a notação AB, sem a barra para indicar o comprimento do segmento ).

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Figura 5 - Propriedade da bissetriz interna.
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

De fato, ao observar a Figura acima é fácil ver que m( ) = m( ) = 90º + α. Assim, pelo caso ALA, afirmamos
que os triângulos BPE e BPF são congruentes, logo PE = PF.
Por fim, segundo Leite e Castanheira (2014, p. 73), “a mediatriz é uma reta perpendicular a cada lado de um
triângulo, em seu ponto médio”. De acordo com a imagem abaixo, sendo o ponto médio do lado , então a
reta m é a mediatriz do triângulo relativa ao lado .

Figura 6 - Mediatriz relativa ao lado .


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Uma propriedade interessante da mediatriz é expressa pelo seguinte resultado. Dado um ponto qualquer na
mediatriz m relativa ao lado , temos que é equidistante dos vértices e do triângulo ABC. Quer ver a
demonstração?
Seja um ponto qualquer contido na mediatriz de um segmento de reta , então PA = PB. Para isso, basta
analisar os triângulos ∆PAM e ∆PMB em que é o ponto médio do segmento de reta . Como AM = MB, A P
P C e MP é um lado comum aos dois triângulos, pelo caso LAL, concluímos que ∆PAM ∆PMB, o que prova que
PA = PB.

3.1.2 Ortocentro, baricentro, incentro e circuncentro

As alturas, bem como as mediatrizes, bissetrizes internas e medianas de um triângulo, se encontram em um


determinado ponto. Estes são os chamados pontos notáveis do triângulo e vamos estudar algumas propriedades

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que nos permitirão resolver uma série de problemas e aplicações em Matemática. Vamos começar com a
seguinte definição:
Definição 1: as retas suportes das três alturas de um triângulo encontram-se em um ponto chamado
ortocentro.
Podemos ver que o ortocentro se encontra em posições diferentes em um triângulo de acordo com o tipo de
triângulo (acutângulo, obtusângulo, retângulo). Veja as imagens abaixo:

Figura 7 - 1) ortocentro em um triângulo acutângulo; 2) ortocentro em um triângulo obtusângulo; e 3)


ortocentro em um triângulo retângulo.

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Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Temos que o ponto é o ortocentro do triângulo ABC, pois como podemos ver, é a interseção das retas suportes
das alturas , e .
Em geral, podemos concluir que:
• o ortocentro de um triângulo está em seu interior se, e somente se, este triângulo é acutângulo;
• o ortocentro está no exterior do triângulo se, e somente se, o triângulo é obtusângulo;
• o ortocentro coincide com o vértice do ângulo reto se, e somente se, é retângulo.
Assim, é possível dar uma classificação dos triângulos segundo o ângulo a partir da posição relativa do
ortocentro. Além disso, se conhecermos o triângulo é possível determinar previamente a posição do ortocentro.

VOCÊ SABIA?
Em um triângulo ABC acutângulo, ao traçar as alturas relativas a todos os vértices, obtemos os
pés de cada altura no lado oposto. Assim, podemos construir um triângulo que tem como
vértices os pés das alturas do triângulo ABC. Este triângulo é conhecido como triângulo
órtico. O mais interessante é que o incentro desse triângulo coincide com o ortocentro do
triângulo ABC.

Fonte: Elaborado pela autora, 2018.


Pela figura acima, podemos ver que o triângulo de vértices , e é chamado de triângulo
órtico do triângulo ABC, cujo ortocentro é o ponto .

Outro elemento importante é o baricentro, cuja definição é a seguinte:


Definição 2: as três medianas de um triângulo se interceptam em um mesmo ponto chamado de
baricentro.

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Figura 8 - Baricentro de um triângulo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

O baricentro tem a propriedade de dividir a mediana na proporção de 2 para 1 do vértice ao ponto médio, ou
seja: AG = 2G , BG = 2G e CG = 2G .
Uma observação importante é que o baricentro é sempre um ponto interior ao triângulo.
Definição 3: o ponto de encontro das bissetrizes internas de um triângulo é chamado de incentro.

Figura 9 - Incentro de um triângulo.


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Antes de apresentar algumas propriedades do encentro, vamos definir quando podemos dizer que uma
circunferência é inscrita a um triângulo.
Definição 4: uma circunferência está inscrita em um triângulo ABC se for tangente a cada um dos lados
do triângulo.

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Figura 10 - Circunferência inscrita em um triângulo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Vemos na Figura que a circunferência está interceptando os lados do nos pontos E, e . Sendo o ponto
o centro da circunferência inscrita no triângulo , então é o incentro do triângulo ABC.

Figura 11 - Propriedade do incentro de um triângulo.


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Veja que a circunferência tangencia os lados do triângulo nos pontos , E e , assim , onde é o
raio da circunferência. Cada um desses segmentos corresponde à distância do ponto a cada um dos lados do
triângulo. Assim, temos três observações a fazer:
• é equidistante dos lados e , o que nos garante que é um ponto da bissetriz relativa ao ângulo
interno de vértice , como vimos no subitem 3.1.1;
• é equidistante dos lados e , o que nos garante que é um ponto da bissetriz do ângulo interno de
vértice ;
• é equidistante dos lados e , o que nos garante que é um ponto da bissetriz do ângulo interno de
vértice .

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A partir das observações acima, podemos ver que é o ponto de interseção das bissetrizes internas do triângulo,
e pela definição 3, dizemos que é o incentro do triângulo ABC.
Mais ainda, é equidistante dos lados , e do triângulo. O incentro, assim como o baricentro, é um ponto
interior ao triângulo.
Definição 5: o ponto de encontro das mediatrizes de um triângulo é chamado circuncentro.

Figura 12 - Circuncentro em um triângulo acutângulo.


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Na imagem acima, o ponto é o ponto de interseção entre as mediatrizes , e e, portanto, é o


circuncentro do triângulo. O circuncentro tem uma propriedade semelhante à do incentro. Antes de tratar dessa
propriedade, vamos definir quando uma circunferência é circunscrita em um triângulo.
Definição 6: uma circunferência é circunscrita em um triângulo se ela contém todos os vértices do
triângulo.

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Figura 13 - Circunferência circunscrita em um triângulo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Veja que os vértices , e do triângulo estão contidos na circunferência de centro . A distância do centro a
qualquer vértice do triângulo é igual ao raio da circunferência, isto é, OA = OB = OC = r. Usando a propriedade
da mediatriz, provada no subitem 3.1.1, podemos fazer três observações importantes:
sendo OC = OA, concluímos que o ponto pertence à mediatriz relativa ao lado ;
sendo OA = OB, concluímos que o ponto pertence à mediatriz relativa ao lado ;
e, por fim, sendo OB = OC, concluímos que o ponto pertence à mediatriz relativa ao lado .
Das observações acima, temos que o ponto é o ponto interseção das três mediatrizes do triângulo, o que, pela
definição, dizemos que é o circuncentro do triângulo ABC. Vimos que sendo o centro de uma circunferência
circunscrita em um triângulo, então é o circuncentro do triângulo.
Por outro lado, segundo MACHADO (2012, p. 97), “por três pontos não colineares passa uma e somente uma
circunferência”. Assim, podemos dizer que existe uma circunferência que passa pelos vértices , e do
triângulo ABC. Sabemos que o circuncentro do triângulo ABC é equidistante dos vértices , e , logo ele
coincide com o centro da circunferência que passa por , e . Com isso, acabamos de mostrar o seguinte
resultado:
Teorema 1: um ponto é o circuncentro de um triângulo se, e somente se, é o centro da circunferência
circunscrita a esse triângulo.
A partir desse teorema, podemos pensar nos casos em que o circuncentro de um triângulo está no exterior do
triângulo e quando o circuncentro pertence a um lado do triângulo. Veja as imagens abaixo:

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Figura 14 - Posições relativas do circuncentro: 1) circuncentro no exterior de um triângulo e 2) circuncentro
contido no lado de triângulo.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Na imagem 1, o circuncentro é exterior ao triângulo e, em 2, o circuncentro está contido em um lado do triângulo.


Podemos classificar os triângulos de acordo com a posição relativa do circuncentro. O triângulo é acutângulo se,
e somente se, o circuncentro é interior ao triângulo. O triângulo é retângulo se, e somente se, o circuncentro
pertence a um lado do triângulo, e o triângulo é obtusângulo se, e somente se, o circuncentro estiver no exterior
do triângulo.

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VOCÊ QUER LER?
Para uma revisão dos conceitos e propriedades estudadas e ainda aperfeiçoar seus
conhecimentos, acesse e leia o conteúdo “Pontos Notáveis do triângulo” (CÁSSIO, 2018) em <
https://www.geogebra.org/m/yuXwzyNx>. Você irá rever tudo o que estudamos de forma
mais concreta, manipulando as construções feitas no GeoGebra.

Um caso particular e interessante seria analisar os pontos notáveis de um triângulo ABC equilátero. Se traçarmos
em cada vértice a mediana, a altura e a bissetriz, veremos que elas se coincidem. Também se coincidem o
baricentro, o ortocentro e o incentro em um mesmo ponto. Nos tempos atuais, podemos utilizar softwares de
Geometria dinâmica para representar esses pontos em um triângulo, o que nos permite aprender ainda mais
sobre suas propriedades.

3.2 Semelhança de triângulos


Vamos iniciar um assunto muito importante em Geometria e muito útil para diversas aplicações na Matemática.
A noção de semelhança pode ser vista intuitivamente como uma ampliação ou redução dos objetos de forma que
objetos semelhantes possam ser transformados um no outro por meio dessas ações abstratas. Para figuras
geométricas planas, essa ação deve ser realizada de maneira que todas as medidas lineares sejam ampliadas ou
reduzidas de forma constante. Assim, podemos ter uma ideia, grosso modo, de como entender figuras
semelhantes e, da mesma forma, entender triângulos semelhantes.
A semelhança de figuras geométricas deve manter a forma das figuras e obter uma constância da razão entre as
medidas lineares correspondentes. Neste tópico, estamos interessados em estudar a semelhança entre
triângulos e seus critérios.

3.2.1 Teorema fundamental da proporcionalidade

Vamos começar com uma definição que nos diz quando dois triângulos são semelhantes:
Definição 7: dois triângulos são semelhantes se, e somente se: possuem os mesmos ângulos e se lados
que são opostos a ângulos de mesma medida são proporcionais.

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Figura 15 - Definição de semelhança de triângulos.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Dados dois triângulos ABC e DEF, pela definição apresentada, são semelhantes, e denotamos por
, se, e somente se, possuem os mesmos ângulos e lados proporcionais, isto é, . Observe que os
lados e , e , e e e são opostos a ângulos de mesma medida e, por isso, são chamados de
lados homólogos.
A partir da definição, podemos mostrar alguns casos que nos permitirão de forma mais rápida ver se dois
triângulos são semelhantes.

VOCÊ O CONHECE?
A tradição atribui o teorema: se um feixe de retas paralelas é interceptado por duas retas
transversais, então os segmentos determinados pelas paralelas sobre as transversais são
proporcionais ao filósofo Tales de Mileto, por ele ter usado as propriedades dos segmentos
proporcionais para o cálculo de distâncias inatingíveis. Confira mais em <http://www.
diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014
/2014_ufpr_mat_pdp_almir_massuquetto.pdf>. (MASSUQUETTO, 2014).

Veja algumas equivalências da definição de semelhança de triângulos ou o que chamamos de critérios de


semelhança, isto é, condições mínimas para que dois triângulos sejam semelhantes.
Teorema 2 (1º critério de semelhança): dados os triângulos ABC e DEF, se = e = , então os
triângulos são semelhantes.
Vamos à demonstração. É imediato concluir que se = e = , então = , logo os triângulos possuem os
mesmos ângulos.
Agora considere os pontos D’ e E’ sobre os lados e , de forma que BD’ = ED e BE’ = EF. Como , segue
que os triângulos ∆D’BE’ e ∆DEF são congruentes pelo caso LAL. Veja nas imagens abaixo:

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Figura 16 - Critério de semelhança entre dois triângulos.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Assim, e são ângulos correspondentes, ou seja, as retas suportes dos segmentos e são
paralelas. Pelo Teorema de Tales, segue que , ou seja, .
Por outro lado, considere os pontos e sobre os lados e , tais que AP = DE e AQ = DF. De forma análoga
ao que foi feito acima, teremos que e são ângulos correspondentes, logo as retas suportes aos
segmentos e são paralelas. Pelo Teorema de Tales, segue que , ou seja, . Portanto,
. Isso mostra que e DEF são semelhantes.
O critério de semelhança acima é conhecido como caso AA (ângulo-ângulo) que, em geral, diz que se dois
triângulos possuem dois pares de ângulos congruentes então eles são semelhantes.
Teorema 3 (2º critério de semelhança): se em dois triângulos ABC e DEF tivermos e , onde
e são lados do ângulo no triângulo ABC e e são lados do ângulo no triângulo DEF ,
então eles são semelhantes.
Considere o triângulo , tal que GH = DE, e . Assim, pelo caso AA, como mostra
a Figura abaixo:

Figura 17 - Critério de semelhança LAL.


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Logo, , ou seja, . (1)


Da hipótese, sabemos que . (2)

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De (1) e (2), temos que: , ou seja, HI = EF. Portanto, pelo caso LAL, os triângulos DEF e GHI são
congruentes e concluímos que e são semelhantes.
O teorema acima é conhecido como caso LAL (lado-ângulo-lado) para semelhança de triângulos e, em geral, nos
diz que: “se dois triângulos tem um par de ângulos congruentes e os lados destes ângulos proporcionais entre si
então eles são semelhantes” (MACHADO, 2012, p. 136).
Teorema 4 (Teorema fundamental da proporcionalidade): se os lados de dois triângulos são
proporcionais entre si tomados dois a dois, então os triângulos são semelhantes.
Demonstração: considere e DEF, tais que . (1)
Tome um ponto em , tal que AG = DE e um ponto em , tal que // . Veja a Figura abaixo:

Figura 18 - Critério de semelhança LLL.


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Assim, construímos o triângulo AGH de forma que é um ângulo comum entre e e, por
paralelismo, podemos dizer que . Pelo caso AA, concluímos que e são semelhantes. Dessa
semelhança, temos , ou seja, . (2)
De (1) e (2), temos , ou seja, AH = DF. De forma análoga, podemos dizer que , logo GH =
EF. Por fim, podemos dizer que AGH e DEF são congruentes e isso prova que os triângulos ABC e DEF são
semelhantes.
Este critério de semelhança é chamado caso LLL (lado-lado-lado) também conhecido como Teorema
Fundamental da Proporcionalidade, em que a semelhança entre dois triângulos é justificada a partir da
proporcionalidade entre seus lados.

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CASO
Um artefato curioso para calcular alturas
Um jovem muito empenhado em seus estudos sobre semelhança de triângulos construiu um
triângulo de madeira com lados medindo 8 cm, 15 cm e 17 cm. Um dia esse jovem estava à
frente de um prédio e caminhava para frente e para trás com seu artefato curioso na altura dos
olhos mirando o topo do prédio com o artefato a partir da hipotenusa. Ao conseguir uma boa
visualização, ele marcou o ponto onde havia parado diante do prédio. Sabendo que o jovem
distava 120 m do prédio, você saberia responder como ele conseguiu obter a altura do prédio,
sabendo que sua altura é de 1,8 m?

Fonte: Elaborado pelo autor, 2018


Observando a Figura, podemos ver dois triângulos retângulos semelhantes. Sabemos que os
triângulos são semelhantes porque possuem um ângulo comum e os dois triângulos possuem
um ângulo reto, então podemos justificar a semelhança pelo caso AA. Sendo x a medida do
cateto do triângulo maior que está paralelo à altura do prédio, podemos estabelecer a seguinte
proporção:
Assim, temos que . Dessa forma, a altura do prédio é a soma .
Veja que a partir do artefato construído pelo jovem foi possível obter a altura do prédio. Tal
ação poderia ser muito mais trabalhosa se fossemos fazer isso usando aparelhos de medições
convencionais. Atualmente, a Engenharia utiliza também de outros meios para realizar o
mesmo tipo de ação, seria interessante procurar conhecê-los.

Podemos associar a proporcionalidade entre os lados homólogos de dois triângulos semelhantes com seu
perímetro e sua área.
Considere os triângulos semelhantes ABC e DEF. Sejam a, b e c as medidas dos lados do triângulo ABC e a’, b’ e c’,
as medidas dos lados do triângulo DEF, de forma que a e a’, b e b’, c e c’ sejam lados homólogos.

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Figura 19 - Relação entre perímetros de triângulos semelhantes.
Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

A proporção entre os lados homólogos é expressa da seguinte forma: . (1)


De (1), podemos escrever e . Somando as três equações membro a membro obtemos
e concluímos que , ou seja, a razão entre os perímetros dos
triângulos ABC e DEF estão na mesma proporção de seus lados homólogos.
Para analisar o que ocorre com as áreas de dois triângulos semelhantes, precisamos antes que as alturas de dois
triângulos semelhantes estejam na mesma proporção dos seus lados homólogos, isto é, que a razão entre elas
seja k. De fato, considerando a Figura acima apresentada, traçemos as alturas relativas aos vértices e E dos
triângulos ABC e DEF de maneira que os pés de cada altura sejam os pontos . Considere os triângulos B
C e E F, de modo que as respectivas alturas tenham comprimento h e h’. Assim, , pois são retos e da
semelhança entre os triângulos ABC e DEF, temos que . Pelo casso AA, concluimos que os triângulos B C e
E F são semelhantes, e fazendo a proporção entre os lados homólogos obtemos:
(2)
Como queríamos demonstrar.
De (1) e (2), podemos mostrar que razão entre as áreas dos triângulos ABC e DEF é:

Concluímos, então, que os perímetros de dois triângulos semelhantes estão na mesma proporção dos lados
homólogos. Enquanto que a razão entre áreas de triângulos semelhantes é expressa pelo quadrado da razão
entre qualquer um dos lados homólogos.

3.3 Teorema de Pitágoras


Vamos voltar nossa atenção para os triângulos retângulos. Em um triângulo retângulo, sabemos que seus lados
são chamados de catetos e hipotenusa, em que a hipotenusa é o maior deles. O teorema que vamos estudar a
seguir estabelece uma relação entre os catetos e a hipotenusa.

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VOCÊ O CONHECE?
Pitágoras foi um matemático grego que nasceu em Samos, por volta de 580 a.C., e fundou a
Sociedade de Estudiosos, conhecida em todo mundo como centro da erudição europeia. Com
18 anos de idade, Pitágoras já conhecia e dominava muitos conhecimentos matemáticos e
filosóficos da época. Enquanto visitava o Egito, ficou impressionado com as pirâmides, fato que
o inspirou a descobrir um importante e conhecido teorema que recebeu seu nome em sua
homenagem. Morreu 497 a.C ou 496 a.C, em Metaponto, região sul da Itália (LEITE;
CASTANHEIRA, 2014).

O famoso Teorema de Pitágoras não é um fato evidente e por isso, neste tópico, veremos duas maneiras de
demonstrá-lo. Vamos começar com a primeira e mais frequente demonstração, em que utilizamos a noção de
semelhança de triângulos.
Teorema 5 (Pitágoras): em qualquer triângulo retângulo, o quadrado da medida da hipotenusa é igual à
soma dos quadrados das medidas dos catetos.
Demonstração 1: dado um triângulo ABC, retângulo em . Traçando a altura , vamos verificar que os
triângulos retângulos AHB e AHC são semelhantes ao triângulo ABC.

Figura 20 - Teorema de Pitágoras.


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

Considerando a imagem acima, podemos obter:

Assim, é fácil ver que e . Analisando os triângulos ABC e AHB, temos:

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Figura 21 - Semelhança entre os triângulos ABC e AHB.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

{ pelo caso AA. Da proporcionalidade dos lados homólogos, obtemos:


(1)

Figura 22 - Semelhança entre os triângulos ABC e AHC.


Fonte: Elaborado pela autora, 2018.

De forma análoga:

{ , pelo caso AA. Fazendo a proporção entre os lados homólogos, obtemos as


igualdades:
(2)
Na Figura anteriormente apresentada, vimos que a = m + n, assim de (1) e (2), temos que:
c² + b² = am + an c² + b² = a(m + n) c² + b² = a², onde c e b são medidas dos catetos e a é a medida da
hipotenusa do triângulo retângulo ABC.

- 20 -
Outra maneira de provar o famoso Teorema de Pitágoras é usando o cálculo de áreas. É uma demonstração
clássica, interessante e puramente geométrica. Alguns matemáticos suspeitam que essa demonstração pode ter
sido feita pelos pitagóricos.
Demonstração 2: considere um triângulo com hipotenusa a e catetos b e c. Considere também um quadrado de
lados b + c, assim como na imagem à esquerda.

Figura 23 - Demonstração do Teorema de Pitágoras a partir do cálculo de áreas.


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Retirando do quadrado de lado b+c os quatro triângulos congruentes, nos resta um quadrado de área a². Na
Figura, à direita, reorganizamos os quatro triângulos de lados a, b e c formando ainda um quadrado de lado b + c,
de forma que se retirarmos os quatro triângulos, teremos uma área de b² + c². Logo, concluimos que a² = b² + c².
Dados três números reais positivos a, b e c, tais que a² = b² + c², dizemos que a, b e c são números pitagóricos.
Será que números pitagóricos sempre são lados de um triângulo retângulo? É um fato que não é evidente e,
portanto, passível de demonstração. Para isso, vamos usar a contrapositiva desse resultado, ou seja, se um
triângulo não é retângulo, então a² b² + c².

Figura 24 - Recíproca do Teorema de Pitágoras.


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

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Caso 1: seja ABC um triângulo acutângulo em que AB = c, BC = a, BD = h, AD = x e DC = b – x e o ponto é o pé da
altura relativa ao vértice . Como o triângulo ADB é retângulo, temos: c² = h² + x². Como o triângulo BDC é
retângulo, temos:
a² = h² + (b-x)²
a² = c² - x² + b² -2bx + x²
a² = b² + c² - 2bx < b² + c²
Caso 2: seja ABC um triângulo obtusângulo em que AB = c, BC = a, AC = b, AD = x e BD = h e o ponto o pé da
altura relativa ao vértice . Como o triângulo BDA é retângulo: c² = x² + h². Como o triângulo BDC é retângulo,
temos:
a² = (b + x)² + h²
a² = b² + 2bx + x² + c² - x²
a² = b² + c² + 2bx > b² + c²
Assim, concluímos que se um triângulo não é retângulo, então teremos a² b² + c², que é equivalente dizer que
se a² = b² + c² , logo o triângulo de lados a, b e c é retângulo. Agora que finalizamos nosso estudo sobre triângulos
e vamos prosseguir para os quadriláteros.

3.4 Quadriláteros
Vamos dedicar este último tópico a estudar os quadriláteros que, em geral, são figuras geométricas planas de
quatro lados e quatro ângulos internos.
As figuras planas não existem na realidade, pois são objetos com duas dimensões, mas podemos ter uma ideia de
cada uma fazendo representação geométrica ou uma associação com algum objeto da nossa realidade. Assim
também ocorre com os quadriláteros.

VOCÊ QUER VER?


O Triângulo e o Quadrilátero (PARTE 2) (MARTINS, 2016) apresenta a importância de
construirmos determinados objetos na forma de quadriláteros. Você verá vários exemplos
práticos da importância dos quadriláteros e sua geometria. Assista em: <https://www.youtube.
com/watch?v=OM3SIVHYo2U>. Aproveite e veja os demais vídeos do canal sobre aplicações,
curiosidades e outros assuntos da Matemática.

Antes de definir o que seria um quadrilátero, observe a Figura abaixo:

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Figura 25 - Elementos de uma figura plana.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

A partir da imagem, temos os seguintes os elementos de uma figura plana qualquer:


• os pontos , , , , E e são chamados de vértice;
• os segmentos , , , , e são os lados da figura plana ABCDEF;
• os segmentos que une os vértices e que não são lados da figura plana são chamados de diagonais;
• a soma da medida de todos os seus lados de uma figura plana é chamada de perímetro;
• os ângulos de medidas , , , , e são chamados de ângulos internos da figura plana;
• os ângulos de medidas , , , , e são chamados de ângulos externos da figura plana um dos lados
de cada um desses ângulos coincide com um lado da figura plana e o outro lado é formado a partir de uma
reta suporte que contém um lado da figura plana;
• em uma figura plana qualquer, a soma de um ângulo interno com um ângulo externo com mesmo vértice
é sempre igual a 180°.
A partir desses pontos, podemos apresentar a definição de quadrilátero:
Definição 8: um quadrilátero é uma figura plana com quatro vértices não alinhados três a três e quatro
lados formados por esses vértices. Se , , e formam um quadrilátero, denotaremos por quadrilátero
ABCD.
Em um quadrilátero qualquer, a soma dos ângulos internos é igual a 360°. A demonstração desse resultado é
puramente geométrica e você pode encontrá-la Leite e Castanheira (2014, p. 131). Estamos interessados em
estudar os principais quadriláteros e suas propriedades, os quais chamamos de quadriláteros notáveis que
podem ser de dois tipos distintos: paralelogramos e trapézios.

3.4.1 Paralelogramos

Os paralelogramos são quadriláteros que possuem dois pares de lados paralelos.

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Figura 26 - Quadriláteros notáveis.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Veja algumas propriedades dos paralelogramos:


Propriedade 1: em um paralelogramo, os lados opostos são iguais e os ângulos opostos são congruentes.
De fato, considere o paralelogramo ABCD. Traçando a diagonal , tomemos os triângulos ABC e ADC. Observe a
imagem abaixo:

Figura 27 - Propriedade dos paralelogramos.


Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Como // , por paralelismo, temos que pois são alternos internos. Como // , por paralelismo,
temos que pois são alternos internos.
Observando os triângulos ADC e ABC, eles têm dois ângulos iguais e o lado entre eles comum aos dois
triângulos, logo, pelo caso ALA, os triângulos são congruentes. Isso conclui que AB = DC e AD = BC, ou seja, os
lados opostos são iguais. Concluímos também que , portanto, .
Considerando a diagonal , e prosseguindo de forma análoga ao que foi feito acima, é fácil ver que ,
concluindo que os ângulos opostos em um paralelogramo são iguais.
Propriedade 2: em um paralelogramo os ângulos que estão do mesmo lado são suplementares.
Dado um paralelogramo ABCD, temos que os pares de ângulos e e e , nesta ordem, são colaterais
internos e, portanto, são suplementares.
Propriedade 3: em um paralelogramo, as diagonais se encontram no ponto médio.

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Dado um paralelogramo ABCD e consideremos os triângulos AMD e BMC. Como , AD = BC e , pelo
caso ALA, os triângulos AMD e BMC são congruentes. Isso mostra que o ponto é o ponto médio das diagonais
e
Os paralelogramos podem ser: retângulo, losango ou quadrado.
Definição 9: um retângulo é um paralelogramo onde todos os ângulos internos são retos.
Na definição acima, temos que o retângulo é um tipo de paralelogramo, assim todas as propriedades de
paralelogramos vistas anteriormente em nosso capítulo também são propriedades dos retângulos.
O retângulo é um paralelogramo que tem todos os ângulos retos, mas não seria necessário dizer que tem todos
os ângulos internos retos. Bastava definir retângulo como um paralelogramo que possui um ângulo reto, pois
tendo um reto, das propriedades de paralelogramo, o seu oposto e seu adjacente também são ângulos retos e,
portanto, todos os ângulos são retos. Seguimos agora para outras duas definições.
Definição 10: um losango é um paralelogramo em que todos os lados são iguais.
Definição 11: os quadrados podem ser definidos como retângulos que possuem todos os lados iguais, ou
como losangos que possuem ângulos retos.

VOCÊ SABIA?
Os primeiros aviões comerciais, dos anos 1950, utilizavam janelas quadradas. O modelo de
Havilland Commet, por exemplo, desenvolvido nos finais dos anos 1940, foi o primeiro avião a
jato a prestar serviço comercial e tinha janelas quadradas (CHAÍÇA, 2017). Saiba mais em: <
https://www.publico.pt/2017/01/03/tecnologia/noticia/porque-e-que-as-janelas-dos-avioes-
sao-redondas-1756912>.

Os losangos possuem uma propriedade específica que diz:


Propriedade 4: em um losango as diagonais são perpendiculares.

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Figura 28 - Propriedade do losango.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Demonstração: dado o losango ABCD acima, considere o triângulo AMB. É fácil ver que os triângulos AMB, BMC,
DMA e DMC são congruentes dois a dois pelo caso LLL. Assim, o ângulo é comum a todos os triângulos. Veja
que é um ângulo reto.
Os triângulos BAD e ABC são isósceles, logo os ângulos e medem 2a e 2b, respectivamente. Sendo o losango
um paralelogramo, temos que e medem 2a e 2b, respectivamente, e temos a seguinte relação 4a + 4b = 360°,
ou seja, a + b = 90°. Se a medida de é x, então x = 90°, e, portanto, os triângulos AMB, BMC, DMA e DMC são
retângulos. Isso prova que as diagonais e são perpendiculares.

3.4.2 Trapézios

Os trapézios são quadriláteros que possuem um par de lados paralelos.

Figura 29 - Trapézios.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.

Na imagem acima, // e // são os pares de lados paralelos em cada quadrilátero e são chamados de
bases do trapézio.
Temos três tipos de trapézios: trapézio isósceles, trapézio retângulo e trapézio escaleno. Vamos conhecê-los? O
trapézio isósceles é aquele cujos lados não paralelos tem mesma medida.
Propriedade 5: em um trapézio isósceles os ângulos que estão do mesmo lado são suplementares.
O trapézio retângulo é o que tem um ângulo reto.
Propriedade 6: em um trapézio isósceles os ângulos adjacentes à mesma base têm medidas iguais.
E o trapézio escaleno é o trapézio que não é isósceles nem retângulo.
Propriedade 7: em um trapézio isósceles as diagonais são iguais.
Essas propriedades não são complicadas de serem provadas, para isso basta saber o que se deve considerar e
utilizar congruência de triângulos.

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VOCÊ QUER LER?
O livro mais antigo sobre geometria conhecido atualmente é “Os Elementos de Euclides” (séc.
II a.C.) que, na verdade, é uma coleção com objetivo de tratar dos problemas de geometria mais
conhecidos do mundo grego naquele tempo. Euclides apresenta no livro I uma série de
conceitos e definições, dentre elas encontramos a mais antiga classificação dos quadriláteros
(EUCLIDES, 2007). Leia em: <https://www.mat.uc.pt/~jaimecs/euclid/1parte.html>.

Neste tópico, tivemos a oportunidade de estudar sobre os quadriláteros notáveis: paralelogramos e trapézios. É
claro que nem todo quadrilátero está inserido nesses dois grupos. Existem aqueles que não são nem
paralelogramos nem trapézios. Voltamos nossa atenção para esses pelo fato de podermos perceber propriedades
importantes existentes em cada tipo. Os quadriláteros fazem parte do nosso cotidiano, como, por exemplo, no
formato de janelas, portas, móveis, nas construções em geral, no formato de eletrodomésticos, objetos entre
outros.

Síntese
Chegamos ao final de mais um capítulo e tivemos a oportunidade de aprender assuntos interessantes e
importantes para o avanço no estudo de Geometria, além de serem temas muito aplicados em outras áreas da
Matemática e em situações problemas em geral, como a semelhança de triângulo, o Teorema de Pitágoras e as
propriedades dos quadriláteros.
Neste capítulo, você teve a oportunidade de:
• conhecer os pontos notáveis em um triângulo, como construí-los e suas propriedades mais relevantes;
• classificar os triângulos quanto aos ângulos conhecendo a posição relativa do ortocentro e do
circuncentro;
• identificar triângulos semelhantes a partir de casos de semelhança e como aplicá-los;
• conhecer o Teorema de Pitágoras e sua relação com a geometria do triângulo retângulo;
• demonstrar de mais de uma maneira o Teorema de Pitágoras, como a forma clássica;
• classificar os quadriláteros;
• conhecer algumas propriedades importantes dos quadriláteros.

Bibliografia
CÁSSIO, J. Pontos Notáveis do triângulo. GeoGebra, 2018. Disponível em: <https://www.geogebra.org/m
/yuXwzyNx>. Acesso em: 21/09/2018.
CHAÍÇA, I. Porque é que as janelas os aviões são redondas? Público. Lisboa, 3 janeiro 2017, Segurança.
Disponível em: <https://www.publico.pt/2017/01/03/tecnologia/noticia/porque-e-que-as-janelas-dos-avioes-
sao-redondas-1756912>. Acesso em: 21/09/2018.

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COUCEIRO, K. C. U. S. Geometria Euclidiana. Curitiba: InterSaberes, 2016. Disponível na Biblioteca Virtual
Laureate:<https://laureatebrasil.blackboard.com/webapps/blackboard/content/listContent.jsp?
course_id=_198689_1&content_id=_4122211_1&mode=reset>. Acesso em: 8/09/2018.
EUCLIDES. Livro I dos Elementos de Euclides: Definições. In: NONIUS – Arquivo Eletrônico de Matemática.
Departamento de Matemática, Universidade de Coimbra, 2007. Disponível em: <https://www.mat.uc.pt
/~jaimecs/euclid/1parte.html>. Acesso em: 21/09/2018.
FARIA, M. C. Resolução de Problemas Geométricos. Belo Horizonte: Editora UFMG, 2009. Disponível em: <
http://www.mat.ufmg.br/ead/acervo/livros/Resolucao%20de%20Problemas%20Geometricos.pdf>. Acesso
em: 21/09/2018.
FELÍCIO, A. C. A determinação dos pontos notáveis de um triângulo utilizando o software GeoGebra. 2013,
95f. Dissertação (Mestrado), Universidade Federal de São Carlos, Centro de Ciências Exatas e Tecnologia. São
Carlos2013. Disponível em: <https://repositorio.ufscar.br/bitstream/handle/ufscar/5938/5363.pdf?
sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em: 21/09/2018.
GEOGEBRA. GeoGebra – Aplicativos Matemáticos. 2018. Disponível em: <https://www.geogebra.org/?lang=pt
>. Acesso em: 21/09/2018.
LEITE, Á. E.; CASTANHEIRA, N. P. Geometria plana e trigonometria. Curitiba: InterSaberes, 2014. Disponível
na Biblioteca Virtual Laureate: <https://laureatebrasil.blackboard.com/webapps/blackboard/content
/listContent.jsp?course_id=_198689_1&content_id=_4122211_1&mode=reset>. Acesso em: 8/09/2018.
MACHADO, P. F. Fundamentos de Geometria plana. Belo Horizonte: CAED-UFMG, 2012. Disponível em: <
http://www.mat.ufmg.br/ead/acervo/livros/Fundamentos_de_geometria_plana.pdf>. Acesso em: 21/09/2018.
MARTINS, R. Isto é Matemática – T01E09 – O Triângulo e o Quadrilátero (PARTE 2). Direção: Pedro Miguel
Paiva. Produção: Marco Oliveira, Nelson Patriarca. Brasil, 2016. Disponível em: <https://www.youtube.com
/watch?v=OM3SIVHYo2U>. Acesso em: 21/09/2018.
MASSUQUETO, A. Apresentando em sala de aula o Teorema de Tales, através da História da Matemática. In: Os
desafios da escola pública paranaense na perspectiva do professor PDE. Vol. II. Secretaria de Estado de
Educação, Superintendência da Educação, Diretoria de Políticas e Programas Educacionais, Curitiba, 2014.
Disponível em: <http://www.diaadiaeducacao.pr.gov.br/portals/cadernospde/pdebusca/producoes_pde/2014
/2014_ufpr_mat_pdp_almir_massuquetto.pdf>. Acesso em: 21/09/2018.

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