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ATUAÇÃO DO MÉDICO VETERINÁRIO NO SERVIÇO OFICIAL 

Palavras-chave: Saúde pública. Sanidade. Extensão.

1 CONSIDERAÇÕES INICIAIS
Este trabalho é resultado de uma pesquisa realizada na disciplina de Extensão
Veterinária, no Curso de Medicina Veterinária na Universidade de Cruz Alta. Embora
vivêssemos numa pandemia em decorrência do Coronavirus – COVID-19, no primeiro
semestre letivo de 2020 as experimentações dialógicas com profissionais que atuam no
mercado de trabalho foram fundamentais para dirimir curiosidades e motivar o
aprofundamento teórico-prático na área escolhida para o estudo.
A pesquisa objetivou conhecer as atribuições do Serviço Veterinário Oficial
Estadual (SVO), bem como identificar as determinações da organização internacional de
saúde animal. Este órgão é uma instituição pública de defesa sanitária animal, que tem
compromisso de promover medidas de prevenção, de controle e de erradicação de doenças
responsáveis por danos à produtividade animal, à economia e à saúde animal. O SVO ainda
atua na fiscalização e na inspeção de produtos de origem animal e promovendo a saúde
pública (DECRETO Nº 52.434 de 26 de junho de 2015). 
Segundo Kohek (2010), a função desse profissional também é fazer monitoramento de
doenças de notificação obrigatória para controle e/ou erradicação. Somente o Médico
Veterinário do Serviço Oficial, tem todos os atributos e qualificação para exercer tanto as
ações de Defesa Sanitária Animal, assim como aquelas relativas à Inspeção de Produtos de
Origem Animal.  

2 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
A pesquisa tem como base teórica artigos científicos, websites de medicina
veterinária, selecionados de acordo com o tema. Seguiram-se os critérios de inclusão e
exclusão estabelecidos, com fichamento de leitura. No segundo momento optou-se pela
pesquisa exploratória de cunho qualitativo. Realizou-se entrevista com profissional médica
veterinária no serviço oficial no município de Cruz Alta.

3 RESULTADOS E DISCUSSÕES

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PRÓ-REITORIA DE PÓS- GRADUAÇÃO, PESQUISA E EXTENSÃO
FONE: (55) 3321.1606 I 3321.1545 | EMAIL: pesquisa@unicruz.edu.br ; extensao@unicruz.edu.br
Campus Universitário Dr. Ulysses Guimarães - Rodovia Municipal Jacob Della Méa, km 5.6 –
Parada Benito. CRUZ ALTA/RS - CEP- 98005-972 I UNICRUZ.EDU.BR
A disciplina de Extensão Veterinária requer que os discentes compreendam, a partir da
perspectiva histórica, as transformações ocorridas na agropecuária e os desafios atuais do
mercado de trabalho, preparando-o para interagir em contextos urbano ou rural, respeitando
os diferentes atores e seus saberes. Com esse intuito possibilitou a interação com
profissionais com significativa experiência, conforme resultados descritos neste trabalho.
Os resultados evidenciaram que os profissionais que atuam no serviço oficial têm
como atribuições: aplicar e fiscalizar a execução dos programas de defesa sanitária animal
exigidos pelo Ministério da Agricultura e/ou pela Secretaria da Agricultura do Estado, com
base nas orientações da OIE. Abrange o controle de trânsito animal, investigação de doenças
e/ou mortalidade animal, determinação de vacinação estratégica (...). Tais atribuições estão
descritas no Manual de Legislação do MAPA no CAPÍTULO III, Seção I da Erradicação e
dos Controles de Pragas e Doenças (2009). 
Conforme o MAPA (2018), a OIE é que estabelece as normas, guias e recomendações
sanitárias para saúde, zoonoses e bem estar animal. Estas normas são respeitadas e cumpridas
por instituições como a Organização Mundial do Comercio (OMC). Ainda, o Comitê
Internacional é órgão supremo da OIE, e adota as normas internacionais de saúde animal, em
especial para o comércio internacional.
Segundo a entrevistada o método de ingresso no serviço oficial é por meio de concurso
público e não há exigências de especializações ou pós-graduação para concorrer, mas logo
após o ingresso no cargo é realizado treinamento de inspeção e de defesa agropecuária. Os
treinamentos e capacitações ocorrem constantemente para equalização das ações quando há
alterações em programas da defesa ou da inspeção. O exposto é corroborado pelo Manual de
Legislação do MAPA (2009). 
Questionou-se a profissional sobre como se pronunciar e quais as medidas tomadas em
caso de aparecimento de surtos, e segundo a mesma, existem doenças que devido ao seu alto
poder disseminante, como a febre aftosa e peste suína clássica ou zoonóticas, devem ser
comunicadas à OIE e demais autoridades internas, pois isso acarreta ao fechamento/embargo
de mercados consumidores externos. Além disso, a população é informada através dos meios
de comunicação. Cada doença exige um protocolo de enfrentamento preconizado pela OIE
(...). De acordo com Souza, et al (2018), são frequentes as ações como, o isolamento e
interdição de propriedades, o sacrifício sanitário, abate sanitário imediato, despovoamento
progressivo, abate diferido, além de desinfecção e vazio sanitário.  

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Conforme o MAPA, cabe ao cidadão fazer a notificação de uma doença de forma
presencial ou por telefone em qualquer instância local, regional, estadual ou federal do
Serviço Veterinário Oficial, representado pelos Órgãos Estaduais de Sanidade Agropecuária e
pelas Superintendências Federais de Agricultura do Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento. Além disso, a notificação poderá ser realizada no site do e-SISBRAVET.
Outra questão levantada na entrevista foi sobre quais estabelecimentos o veterinário
oficial deve inspecionar. Em relação a isso a entrevistada respondeu que o profissional em
questão faz a fiscalização de estabelecimentos cadastrados no Departamento de Inspeção de
Produtos de Origem Animal, (...). Além, da fiscalização de abatedouros clandestinos e
estabelecimentos comerciais por solicitação do Ministério Público ou Polícia Civil, em apoio
às Vigilâncias Sanitárias municipais ou quando essas inexistem. De acordo com o DECRETO
Nº 52.434 da Lei nº 13.467, de 15 de junho de 2010, Art. 9º mediante apresentação de
documento de identificação funcional, os(as) servidores(as) do Serviço Veterinário Oficial do
Estado, poderão inspecionar propriedades, públicas ou privadas, estabelecimentos rurais ou
urbanos, empresas de produtos e de subprodutos de origem animal e insumos veterinários,
meios de transporte ou locais de concentração de animais para os fins de fiscalização
sanitária. 
Quanto às áreas da medicina veterinária que se relacionam ao SVO, destacou
significativa abrangência pois envolve desde a medicina de ruminantes, suínos, equinos e
aves; bovinocultura de leite e de corte, suinocultura, ovinocultura, caprinocultura, avicultura,
apicultura, semiologia, patologia animal, ornitopatologia, microbiologia, doenças parasitárias,
doenças micóticas, doenças infectocontagiosas, epidemiologia, bem-estar animal, toxicologia
e plantas tóxicas, como a higiene e inspeção de produtos de origem animal, controle de
qualidade de alimentos, saúde pública, legislação e ética. Isso é corroborado
pela RESOLUÇÃO nº 3, de 15 de agosto de 2019, Art. 7º. 
Questionou-se sobre importância das medidas preventivas como a vacinação e testes
diagnósticos dos animais, a mesma afere que as vacinas são utilizadas para prevenir a entrada
e/ou a disseminação de doenças, enquanto os testes diagnósticos são utilizados para
comprovar a ausência ou controlar doenças existentes. Em geral, tanto as vacinações quanto
os testes auxiliam o Estado/País para abertura de mercados, (...). De acordo com o DECRETO
Nº 52.434 de 26 de junho de 2015, Lei nº 13.467, de 15 de junho de 2010, Art. 11º O Serviço
Veterinário Oficial do Estado, impõe a vacinação obrigatória ou compulsória com a finalidade

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de imunizar animal e assim prevenir, controlar ou erradicar as doenças. O exposto acima é
corroborado pelo Manual de Legislação do MAPA (2009). 

4 CONSIDERAÇÕES FINAIS
A partir da pesquisa realizada os dados evidenciam que o veterinário do serviço oficial
tem como objetivo aplicar e fiscalizar a execução dos programas de defesa sanitária animal
baseados nas determinações da OIE. A atuação deste profissional na saúde pública é muito
ampla, pois age em escala de saúde e proteção animal e ambiental, consequentemente cuida
da saúde humana através do combate a doenças zoonóticas e a segurança sanitária dos
produtos de origem animal o que requer aprofundamento teórico constante, assim como a
realização de estágios extra-curriculares, também e de fundamental importância no processo
de formação envolver-se em pesquisa e extensão, conhecendo os saberes e fazeres
profissionais para atuar ética e profissionalmente com responsabilidade com a vida humana e
animal.

REFERÊNCIAS

DECRETO Nº 52.434 de 26 de junho de 2015. Disponível em:


<https://www.agricultura.rs.gov.br/upload/arquivos/201708/21160316-novo-decreto-52-
434.pdf>. Acesso em set, 2020. 

DIÁRIO OFICIAL DA UNIÃO. Resolução nº 3, de 15 de agosto de 2019. Disponível em: 


<https://www.in.gov.br/en/web/dou/-/resolucao-n-3-de-15-de-agosto-de-2019-210946881>.
Acesso em: set, 2020. 

MAPA. Manual de Legislação: programas nacionais de saúde animal do Brasil.


Brasília: MAPA/SDA/DSA, 2009. Disponível em:
<https://www.gov.br/agricultura/pt-br/assuntos/sanidade-animal-e-vegetal/saude-animal/
arquivos-das-publicacoes-de-saude-animal/manual-de-legislacao-saude-animal-low.pdf>.
Acesso em: set, 2020. 

MAPA. Defesa agropecuária: histórico, ações e perspectivas.  Brasília : MAPA, 2018. 298 p.

KOHEK, I. J. Médico Veterinário do Serviço Oficial do Rio Grande do Sul. Informativo


Técnico N° 09/Ano 01 – novembro de 2010. Disponível em:
<https://seapi.rs.gov.br/upload/arquivos/201612/02101321-inftec-9-o-med-vet-do-servico-
oficial-do-rs-n09.pdf>. Acesso em: set, 2020.   

 SOUZA. G. N. et al. Epidemiologia veterinária aplicada ao desenvolvimento de


programas sanitários e controle de focos. Embrapa, Juiz de Fora, MG Dezembro 2018.
Disponível em: <https://ainfo.cnptia.embrapa.br/digital/bitstream/item/190413/1/CT-119-
Epdemiologia-veterinaria.pdf>. Acesso em: set, 2020. 

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