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UNIVERSIDADE FEEVALE
CURSO DE GRADUAÇÃO EM DIREITO
Novo Hamburgo
2021/01
2
Novo Hamburgo
2021/1
3
__________________________________________
Prof. Me. Gabriel Joner
Orientador
__________________________________________
Prof.
Banca Examinadora
__________________________________________
Prof.
Banca Examinadora
AGRADECIMENTOS
Em primeiro lugar, agradeço aos meus pais Fabio Davi e Maria Liduina, que
foram e são à base de tudo aquilo que me tornei e que jamais pouparam esforços para
que pudesse seguir o caminho dos estudos. Especialmente, também, aos meus
queridos avós Flávio e Marli, por terem construído a minha visão de retidão e
honestidade.
De igual relevância, o meu especial agradecimento ao Professor Orientador
Gabriel Joner, que invariavelmente se fez presente durante essa jornada, me
ofertando total suporte acadêmico, técnico e didático, bem como me desenhou o
caminho a ser trilhado.
Mais do que necessário exalçar minha gratidão às minhas queridas amigas e
companheiras de curso, que se mantiveram ao meu lado ao longo dessa trajetória:
Greice Keli Corrêa, Diênifer Rudschinksi e Rebeca Jagger Cassanego – que por
inúmeras vezes foram meu esteio e maiores incentivadoras.
Ainda, gostaria de agradecer os meus colegas de estágio na Justiça Federal
na 3ª Vara Federal de Novo Hamburgo por todos os valiosos ensinamentos e por toda
atenção a mim franqueada.
A todos que, de alguma forma, direta ou indiretamente, contribuíram para a
conclusão desta etapa.
6
RESUMO
ABSTRACT
The principle of legal security is closely related to the rule of law, being one of the basic
principles of the Constitution of a country to ensure stability of relations between people
and the State. It is proposed that the constitutional guarantee of res judicata is essential
to the Rule of Law and that, when talking about its flexibilization regarding the
unconstitutional res judicata, it would have an impact on the entire Brazilian legal
system and could lead to a great unbalance in the application of the law, thus
generating legal insecurity. It aims to analyze the various impacts on the democratic
rule of law facing the phenomenon of unconstitutional res judicata, demonstrating how
the flexibility of this procedural institute affects the legal security of relations between
the public sphere and private capital. Furthermore, the aim is to analyze which
mechanisms can be used by the taxpayer to protect his rights, given the consequences
of the flexibilization of the res judicata, due to unconstitutionality. Therefore, we
conclude that the unconstitutional res judicata and the relativization of res judicata
permeate the public interest and legal security, having a profound impact on the tax
field.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
CONCLUSÃO .................................................................................................................................. 94
REFERÊNCIAS ............................................................................................................................... 97
10
INTRODUÇÃO
1
CAMPOS, Diogo Leite de; CAMPOS, Mônica Horta Neves Leite de. Direito Tributário. Belo
Horizonte: Del Rey, 2001, p.7.
2
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. As origens do estado de direito. Revista de Direito
Administrativo, Rio de Janeiro, v. 168, p. 11-17, fev. 1987. ISSN 2238-5177. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/45514>. Acesso em: 07 set. 2020.
3
BONAVIDES, Paulo. Do Estado Liberal ao Estado Social. 6ª ed., revista e ampliada. São Paulo:
Malheiros Editores, 1996, p. 112.
4
MARTINS, Ives Gandra da Silva. Visão Histórica da Segurança Jurídica. In: BOTTINO, Marco Túlio
(Org.). Segurança Jurídica no Brasil. São Paulo: Rg Editores, 2012, p. 99.
15
5
MACHIAVELLI, Nicollò Di Bernardo Dei. O Príncipe. Tradução de Marcelo Diogo. Barueri: Ciranda
Cultural, 2019. p. 07.
6
BEDIN, Gilmar Antonio. Estado de direito: tema complexo, dimensões essenciais e conceito. Revista
Direito em Debate, v. 22, n. 39, p. 144-152, 7 jun. 2013. Disponível em:
<https://www.revistas.unijui.edu.br/index.php/revistadireitoemdebate/article/view/1354>. Acesso em:
10 jun. 2020.
7
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. As origens do estado de direito. Revista de Direito
Administrativo, Rio de Janeiro, v. 168, p. 11-17, fev. 1987. ISSN 2238-5177. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/45514>. Acesso em: 11 jun. 2020.
16
Essa tese inicial que perpassou a Antiguidade, se mostra não obstante daquilo
que buscava-se afirmar: a legalidade. Juntamente da implementação da legalidade, a
liberdade dos cidadãos aliada ao direito de manifestar-se era um dos objetivos da
criação da figura do Estado e de um plano normativo que o moderasse. Nesta senda,
referiu-se Montesquieu nos seguintes termos: "Todos os cidadãos, nos diversos
distritos, devem ter o direito a dar seu voto para escolher seu representante; exceto
aqueles que estão em tal estado de baixeza, que se considera que não têm vontade
própria".8 Exatamente, como foi possível observar na Grécia antiga, onde as
instituições atenienses separavam o direito do poder, numa clara interpretação de que
a partir do direito surgiriam as leis e deles os atos normativos, bem como quando
verificada a sua ilegalidade, as respectivas sanções. Tamanha era a importância da
Constituição da pólis, a lei suprema, que para anular uma proposta de lei ou votação
contrária aos princípios fundamentais da democracia ateniense, havia a previsão de
um processo punitivo por meio de uma ação específica – a chamada graphê
paranomon.9
O Estado moderno surge a partir do final da idade média, com um formato
absolutista, vinculado estritamente à figura de um soberano o qual decidia sobre todos
os assuntos de ordem pública. Ou seja, tinha todo o poder centralizado em si para que
suas decisões, balizadas pelos seus próprios interesses, fossem impostas a todos
com exceção do próprio Estado que não se submeteria à ordem jurídica, uma vez que
o Estado era personificação do monarca. À luz dos estudos de Montesquieu, Nelson
Juliano Cardoso Matos descreve:
8
MONTESQUIEU, Charles Louis de Secondat, Baron de la. O espírito das leis. Tradução de Cristina
Murachco. São Paulo: Martins Fontes, 1996, p. 171.
9
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. As origens do estado de direito. Revista de Direito
Administrativo, Rio de Janeiro, v. 168, p. 11-17, fev. 1987. ISSN 2238-5177. Disponível em:
<http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/45514>. Acesso em: 11 jun. 2020.
10
MATOS, Nelson Juliano Cardoso. O dilema da liberdade: alternativas republicanas à crise
paradigmática no direito: o caso da judicialização da política no Brasil. Tese de Doutorado –
Centro de Ciências Jurídicas / Faculdade de Direito do Recife, Universidade Federal de Pernambuco.
Recife, 2008, p. 191. Disponível em: < https://repositorio.ufpe.br/handle/123456789/4146>. Acesso em
12 jun. 2020.
17
11
MORAIS JUNIOR, João Nunes. Estado Constitucional de Direito: breves considerações sobre o
Estado de Direito. In: Revista de Direito Público, Londrina, v. 2, n. 3, p.119-136, set/dez 2007.
Quadrimestral. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/download/11546/10249>. Acesso em: 13
jun. 2020.
12
BONAVIDES, Paulo. Do Estado liberal ao Estado social. 7. ed. São Paulo: Malheiros, 2004, p. 41.
13
“O common law ou “direito comum” muito se diferencia do sistema romano-germânico, pois é
originário de regras não escritas, que foram criadas inicialmente por juízes ingleses e lapidadas ao
longo do tempo. É um sistema baseado no direito costumeiro e na continuidade, razão pela qual é fruto
de uma grande evolução sem interrupções. Sua natureza está voltada à continuidade e à tradição, de
fato nem sempre foi igual, pois o contínuo não quer dizer imutável, entretanto, nunca houve razão para
desprezar os antigos costumes, nem há divisão histórica entre uma era pré ou pós-revolucionária.
Assim, o desenvolvimento deste sistema jurídico se deu de maneira ininterrupta, baseado no cotidiano
da sociedade inglesa”. In WAMBIER, Teresa Arruda Alvim. A uniformidade e a estabilidade da
jurisprudência e o estado de direito - Civil law e common law. Revista Jurídica, Porto Alegre, v. 57, n.
384, 2009, p. 53-62.
18
14
“A Petition of Rights foi iniciada por Edward Coke que tomou como base os estatutos e cartas
anteriores e afirmou três princípios: “Nenhum tributo pode ser imposto sem o consentimento do
Parlamento; Nenhum súdito pode ser encarcerado sem motivo demonstrado (a reafirmação do direito
de habeas corpus); Nenhum soldado pode ser aquartelado nas casas dos cidadãos, e a Lei Marcial
não pode ser usada em tempo de paz”. In: BEZERRA, Jeanne Almeida. Carta de Direitos Inglesa (Bill
of Rights, 1689): Um Importante documento na Constituição dos Direitos Humanos. Conteúdo
Jurídico, Brasília-DF: 22 nov. 2020. Disponível
em: <https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/52502/carta-de-direitos-inglesa-bill-of-rights-
1689-um-importante-documento-na-constituicao-dos-direitos-humanos>. Acesso em: 12 jun. 2020.
15
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7. ed.
Coimbra: Almedina, 2003, p. 93-94.
19
16
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7. ed.
Coimbra: Almedina, 2003, p. 94-95.
17
BEMVENUTI, Cássio Schneider. O estado liberal clássico e o surgimento do état legal na França: as
garantias individuais e a o papel do juiz no processo. Rev. Fac. Dir. Sul de Minas, Pouso Alegre, v.
31, n. 2: 223-236 jul./dez. 2015. Disponível em: <
https://www.fdsm.edu.br/adm/artigos/d8b626ca358b865d5d157af4b4e88dfe.pdf>. Acesso em 14 jun.
2020.
18
HAYEK, Friedrich von. Os fundamentos da liberdade. Tradução de Anna Maria Capovilla e José
Ítalo Stelle. São Paulo: Editora Visão, 1983. cap. 13, p. 236.
20
19
HAYEK, Friedrich von. Os fundamentos da liberdade. Tradução de Anna Maria Capovilla e José
Ítalo Stelle. São Paulo: Editora Visão, 1983. cap. 13, p. 240.
20
STRECK, Lenio Luiz; MORAIS, José Luis Bolsan. Ciência Política e Teoria Geral do Estado. 2. ed.
Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2001, p. 91.
21
CHAUI, Marilena de Souza. Convite à filosofia. 6. ed. São Paulo: Ática, 1997, p. 402.
22
MARINONI, Luiz Guilherme. Curso de Processo Civil. Teoria Geral do Processo. Volume I. 5. ed.
Curitiba: Revista dos Tribunais, 2012, p. 25-30.
23
“Esse modelo, como se conhece, funda-se no intervencionismo estatal, na regulação socioeconômica
do mercado privado, em uma determinada presença estatal no conjunto da economia, na
desmercantilização relativa de certos bens, valores e práticas. Tal modelo é que tem obtido sucesso
no continente europeu com respeito à construção e manutenção de uma sociedade que assegure a
dignidade da pessoa humana, os direitos individuais e sociais fundamentais, a valorização do trabalho
e especialmente do emprego; que seja, no possível, exemplo de sociedade livre, justa e solidária,
garantindo a erradicação da pobreza, da marginalização e a redução das desigualdades sociais e
21
efetivou-se após longos debates populares. Nesse ideário, João Nunes Morais Junior
sintetiza:
regionais; que realize, em síntese, a ideia matriz de justiça social”. In: DELGADO, Mauricio Godinho;
DELGADO, Gabriela Neves. Constituição da República e Direitos Fundamentais - dignidade da
pessoa humana, justiça social e Direito do Trabalho. 4. ed. São Paulo: LTr, 2017, p. 47-48.
24
MORAIS JUNIOR, João Nunes. Estado Constitucional de Direito: breves considerações sobre o
Estado de Direito. In: Revista de Direito Público, Londrina, v. 2, n. 3, p.119-136, set/dez 2007.
Quadrimestral. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/download/11546/10249>. Acesso em: 13
jun. 2020.
25
STRECK, Lenio Luiz. Verdade e consenso: constituição, hermenêutica e teorias discursivas. 4.
ed. São Paulo: Saraiva, 2011, p. 77.
22
26
BOBBIO, Norberto. Liberalismo e democracia. Tradução Marco Aurélio Nogueira. 6. ed. São Paulo:
Brasiliense, 2000, p 19.
27
MORAES, Guilherme Peña de. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Rio de Janeiro:
Lumen Juris, 2003, p. 61.
28
MORAIS JUNIOR, João Nunes. Estado Constitucional de Direito: breves considerações sobre o
Estado de Direito. In: Revista de Direito Público, Londrina, v. 2, n. 3, p.119-136, set/dez 2007.
Quadrimestral. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/download/11546/10249>. Acesso em: 13
jun. 2020.
23
(d) princípio da justiça social, referido no art. 170, caput, e no art. 193,
como princípio da ordem econômica e da ordem social; [...] a
Constituição não prometeu a transição para o socialismo mediante a
realização da democracia econômica, social e cultural e o
aprofundamento da democracia participativa, como o faz a
Constituição portuguesa, mas com certeza ela se abre também,
timidamente, para a realização da democracia social e cultural, sem
avançar significativamente rumo à democracia econômica;
29
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 36. ed. São Paulo: Malheiros,
2013, p. 26.
30
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros, 2006, p.
133.
24
especial a tomada de decisão; (iii) as que fixam prazo para que sejam
revistos os atos administrativos; (iv) a que prevê a súmula vinculante,
cujo objetivo, expresso no § 1º do art. 103-A da CF, é o de afastar
controvérsias que gerem “grave insegurança jurídica e relevante
multiplicação de processos sobre questão idêntica”; (v) a que prevê o
incidente de resolução de demandas repetitivas, que também tem o
objetivo expresso no art. 976, inciso II, do Código de Processo Civil
(CPC) de proteger a isonomia e a segurança jurídica.31
31
DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. O STJ e o princípio da segurança jurídica. Revista do Advogado,
São Paulo, v. 39. n. 141. 2019, p. 160-166.
32
MORAIS JUNIOR, João Nunes. Estado Constitucional de Direito: breves considerações sobre o
Estado de Direito. In: Revista de Direito Público, Londrina, v. 2, n. 3, p.119-136, set/dez 2007.
Quadrimestral. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/download/11546/10249>. Acesso em: 23
set. 2020.
33
MORAIS JUNIOR, João Nunes. Estado Constitucional de Direito: breves considerações sobre o
Estado de Direito. In: Revista de Direito Público, Londrina, v. 2, n. 3, p.119-136, set/dez 2007.
Quadrimestral. Disponível em:
<http://www.uel.br/revistas/uel/index.php/direitopub/article/download/11546/10249>. Acesso em: 23
set. 2020.
25
Bem como veremos que a construção do Estado de Direito como se deu ao longo dos
séculos, ainda reflete nos posicionamentos na atuação do Estado frente a esfera
administrativa e jurídica.
34
ROCHA, Carmen Lúcia Antunes. Coordenadora. Constituição e Segurança Jurídica: Direito
Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa Julgada. Belo Horizonte: Fórum, 2004, p. 168.
35
CF: “Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos: I - a soberania; II - a cidadania; III - a dignidade da pessoa humana; IV - os valores sociais
do trabalho e da livre iniciativa; V - o pluralismo político”. In: Constituição da República Federativa
do Brasil: D.O. 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 05 out.
2020.
36
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 4. ed.
Coimbra: Almedina, 2000. p. 256.
26
A segurança jurídica, ainda em seu ideal primário, foi pautada durante o Alto
Império Romano, quando Ulpiano teria esboçado os primeiros traços dessa ideia que
viria a ser citada anos mais tarde no Digesto37 de Justiniano, sobre a história de um
escravo nomeado pretor em Roma, conforme denota Almiro do Couto e Silva:
37
“O Corpus Juris Civilis, fruto da convocação de diversos juristas por Justiniano, uma grande
compilação das fontes existentes do direito romano, se divide em quatro livros. O primeiro é o Código,
que consiste em uma compilação das ordens imperiais anteriores a Justiniano. O segundo, que constitui
a parte mais importante e que vai gerar toda a recepção na Idade Média, é o Digesto ou Pandectas
que, por sua vez, compreende uma compilação de 1500 livros escritos por jurisconsultos do período
romano, existindo uma hierarquia entre as opiniões dos jurisconsultos. O terceiro são as Institutas, que
são um manual básico do ensino jurídico. O quarto são as Novelas, que são as decisões, os decretos
e leis formuladas por Justiniano”. In: RODRIGUES, Marcele Marques. O Ressurgimento do Direito
Romano na Baixa Idade Média. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF. Disponível
em: https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/51510/o-ressurgimento-do-direito-romano-na-
baixa-idade-media. Acesso em: 08 out. 2020.
38
SILVA, Almiro do Couto e. O princípio da segurança jurídica (proteção à confiança) no direito público
brasileiro. Revista de Direito Administrativo, Rio de Janeiro, v. 237, p. 271-316, jul. 2004. ISSN 2238-
5177. Disponível em: <http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/view/44376>. Acesso em:
08 out. 2020.
39
CALMES, Sylvia. Du principe de protection de la confiance légitime en droits allemand,
communautaire et français. Paris: Dalloz, 2001, p. 89-92.
27
40
CARVALHO, Paulo de Barros. Tributo e Segurança Jurídica. In: LEITE, Salomão George (Org.). Dos
Direitos Constitucionais Considerações em torno das normas principiológicas da Constituição.
São Paulo: Malheiros, 2003, p. 360.
41
MACHADO, Hugo de Brito. Os Princípios Jurídicos da Tributação na Constituição de 1988. 5.
ed. São Paulo: Editora Dialética, 2004, p. 157.
42
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet. Curso de Direito Constitucional. 8.
ed. São Paulo: Saraiva, 2013, p. 382.
28
43
BRASIL. Supremo Tribunal Federal, RE 646.313 AgR, Relator Ministro Celso de Mello. Data do
Julgamento: 18 nov. 2014. Disponível em: <
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=7450363>. Acesso em 09 out.
2020.
44
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça, REsp nº 658.130/SP, Relator Ministro Luiz Fux. Data do
Julgamento: 05 set. 2006. Disponível em: <
https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=200400525951&dt_publicacao=
28/09/2006>. Acesso em 09 out. 2020.
45
COUTO E SILVA, Almiro. O Princípio da Segurança Jurídica (Proteção à Confiança) no Direito
Público Brasileiro e o direito da Administração Pública de anular seus próprios Atos Administrativos: o
Prazo Decadencial do art. 54 da Lei do Processo Administrativo da União (Lei 9.784/99). Revista
Eletrônica de Direito do Estado, n. 2, v. 1, abr-jun. 2005, p. 27-28.
46
SOUZA, Victor Roberto Corrêa de. O princípio da proteção da confiança e o novo código de processo
civil brasileiro. Revista de Processo, São Paulo, v. 40, n. 247, p. 197-226, set. 2015. Disponível em:
<http://www.mpsp.mp.br/portal/page/portal/documentacao_e_divulgacao/doc_biblioteca/bibli_servicos
_produtos/bibli_boletim/bibli_bol_2006/RPro_n.247.08.PD>. Acesso em 10 out. 2020.
29
Ainda, aduz José Joaquim Gomes Canotilho que o princípio geral da segurança
jurídica pode ser, em sentido amplo, compreendido:
O indivíduo tem como direito poder confiar em que aos seus atos ou às
decisões públicas incidentes sobre os seus direitos, posições ou
relações jurídicas alicerçados em normas jurídicas vigentes e válidas
por esses atos jurídicos deixados pelas autoridades com base nessas
normas se ligam os efeitos jurídicos previstos e prescritos no
ordenamento jurídico poderes.48
Por outra ótica, à luz dos ensinamentos de Humberto Ávila, a segurança jurídica
pode ser compreendida sobre três prismas: a segurança como fato – a capacidade de
previsibilidade e certeza dos possíveis imbróglios jurídicos; em segundo, a segurança
como valor – tipo de idealização do ordenamento jurídico balizado em uma aplicação
por um juízo valorativo anteriormente estabelecido; e terceiro, a segurança como uma
norma-princípio – pode ser vista como uma prescrição normativa dentro da norma
jurídica, de forma não explícita e sim reconhecível. 51
47
CANOTILHO, Joaquim José Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. Coimbra:
Almedina, 2002, p. 256.
48
Ibidem, p. 257.
49
MARINONI, Luiz Guilherme. Precedentes Obrigatórios. 2. ed. rev. atual. São Paulo: Editora Revista
dos Tribunais, 2011, p. 120.
50
SILVA, José Afonso da. Constituição e Segurança Jurídica. In: ROCHA, Cármen Lúcia Antunes
(coord.). Constituição e Segurança Jurídica: Direito Adquirido, Ato Jurídico Perfeito e Coisa
Julgada. Belo Horizonte: Fórum, 2004, p. 17.
51
ÁVILA, Humberto. Segurança jurídica: entre permanência, mudança e realização no direito
tributário. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 114-116 e 255.
30
52
CALMES, Sylvia. Du principe de protection de la confiance légitime en droits allemand,
communautaire et français. p. 169. In: MAFFINI, Rafael. Princípio da proteção da confiança legítima.
Enciclopédia jurídica da PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André
Luiz Freire (coords.). Tomo: Direito Administrativo e Constitucional. Vidal Serrano Nunes Jr., Maurício
Zockun, Carolina Zancaner Zockun, André Luiz Freire (coord. de tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível
em: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/120/edicao-1/principio-da-protecao-da-confianca-
legitima>. Acesso em 12 out. 2020.
53
PENARIOL, Eduardo Luiz. A importância da aplicação do instituto da segurança jurídica, no âmbito
do Direito Processual Civil brasileiro, frente as frequentes alterações legislativas. In: Âmbito Jurídico,
Rio Grande, XV, n. 104, set 2012. Disponível em: < https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-
processual-civil/a-importancia-da-aplicacao-do-instituto-da-seguranca-juridica-no-ambito-do-direito-
processual-civil-brasileiro-frente-as-frequente-alteracoes-legislativas/>. Acesso em 19 out. 2020.
31
penal condenatória, dentre outros. E, é com essa percepção que Humberto Ávila
reitera acerca do princípio da segurança jurídica:
54
ÁVILA, Humberto. Sistema Constitucional Tributário. São Paulo: Saraiva, 2004. p. 295.
55
“[...] venire contra factum proprium postula dois comportamentos da mesma pessoa, lícitos entre si e
diferidos no tempo. O primeiro — o factum proprium — é, porém, contrariado pelo segundo. Esta
fórmula provoca, à partida, reacções afectivas que devem ser evitadas”. In: CORDEIRO, António
Manuel da Rocha e Menezes. Da boa-fé no direito civil. Lisboa: Almedina, 2001, p. 745.
56
PENTEADO, Luciano de Camargo. Figuras parcelares da boa-fé objetiva e venire contra factum
proprium. Revista de Direito Privado, v. 27, 2006, p. 252-278.
57
CF: “Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;”
In: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: D.O. 5 de outubro de 1988. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 21 out.
2020.
58
CÔRTES, Osmar Mendes Paixão. Súmula Vinculante e Segurança Jurídica. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2008, p. 35.
32
59
PAULSEN, Leandro. Segurança Jurídica, Certeza do Direito e Tributação: A concretização da
certeza quanto à instituição de tributos através das garantias da legalidade, da irretroatividade e da
anterioridade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006, p. 40-43.
60
SANTI, Eurico Marcos Diniz. Decadência e prescrição no Direito Tributário. São Paulo: Max
Limonad, 2000, p. 77.
61
ÁVILA, Humberto. Segurança jurídica: entre permanência, mudança e realização no direito
tributário. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p.159-160.
33
62
FURTADO, Lucas Rocha. Curso de Direito Administrativo. Belo Horizonte: Ed. Fórum, 2007, p.
125.
63
ÁVILA, Humberto. Teoria da Segurança Jurídica. 4. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2016, p. 476.
64
COUTO E SILVA, Almiro. O Princípio da Segurança Jurídica (Proteção à Confiança) no Direito
Público Brasileiro e o direito da Administração Pública de anular seus próprios Atos Administrativos: o
Prazo Decadencial do art. 54 da Lei do Processo Administrativo da União (Lei 9.784/99). Revista
Eletrônica de Direito do Estado, n. 2, v. 1, abr-jun. 2005, p. 30.
65
CF: “Art. 5º, XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada;”.
In: BRASIL, Constituição (1988). Constituição da República Federativa do Brasil. D.O 5 de outubro
de 1988. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso
em 21 out. 2020.
66
PAULSEN, Leandro. Segurança Jurídica, Certeza do Direito e Tributação: A concretização da
certeza quanto à instituição de tributos através das garantias da legalidade, da irretroatividade e da
anterioridade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006, p. 113.
34
67
SILVA, José Afonso da. Reforma Constitucional e Direito Adquirido. Revista de Direito
Administrativo, Rio de Janeiro, v. 213, jul. 1998, p. 121. Disponível em:<
http://bibliotecadigital.fgv.br/ojs/index.php/rda/article/viewFile/47202/45410>. Acesso em 22 out. 2020.
68
ÁVILA, Humberto. O postulado do legislador coerente e a não-cumulatividade das contribuições. In:
ROCHA, Valdir de Oliveira. Grandes questões atuais do Direito Tributário. 11º volume. São Paulo:
Dialética, 2007, p. 178.
69
COSTA, Regina Helena. Curso de direito tributário. São Paulo: Saraiva, 2009, p. 68.
70
ÁVILA, Humberto. Teoria da Segurança Jurídica. 4. ed. rev. Atual. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2016, p. 177.
35
terceiro por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo
pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem (§ 2º do artigo
6º da LICC; e, por fim, a coisa julgada como a decisão judicial da qual já não caiba
mais recurso (§ 3º do artigo 6º da LICC). 71 O Supremo Tribunal Federal no julgamento
da Ação Direta de Inconstitucionalidade nº 493-0/DF, sedimentou o seguinte
entendimento da proteção constitucional acerca da coisa julgada, do ato jurídico
perfeito e do direito adquirido:
71
CASALI, Guilherme Machado. Sobre o conceito de Segurança Jurídica. Disponível em:<
http://www.publicadireito.com.br/conpedi/manaus/arquivos/anais/bh/guilherme_machado_casali.pdf>.
Acesso em: 23 out. 2020.
72
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. ADI nº 493-0/DF. Relator: Ministro Moreira Alves. Disponível
em: < http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=266383>. Acesso em 25
out. 2020.
73
CANOTILHO, Joaquim José Gomes. Direito constitucional. 6. ed. Coimbra: Almeida, 1995, p. 373.
74
MORAES, Alexandre Rocha Almeida de. Lei penal no tempo. Enciclopédia jurídica da PUC-SP.
Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André Luiz Freire (coords.). Tomo: Direito
Penal. Christiano Jorge Santos (coord. de tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de
São Paulo, 2017. Disponível em: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/420/edicao-1/lei-penal-
no-tempo>. Acesso em 25 de out. de 2020.
36
75
O Supremo Tribunal Federal consagrou sobre esse princípio o entendimento de que é possível a
retroatividade da lei, desde que seja com o fim de beneficiar o agente como visto no julgamento do HC
113717/SP: “A lei nova é lex in melius e por isso deve retroagir, por força do disposto no art. 5º, inc.
XL, da Constituição: a lei penal não retroagirá, salvo para beneficiar”. In: BRASIL. Supremo Tribunal
Federal. HC 113.717/SP. Relator: Ministro Luiz Fux. Data do Julgamento: 26 fev. 2013. Disponível em:
< http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3512489>. Acesso em 25 out.
2020.
76
BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: Parte Geral. 11. ed. Vol. 1. São Paulo:
Saraiva, 2007, p. 162.
77
ÁVILA, Humberto. Segurança jurídica: entre permanência, mudança e realização no Direito
Tributário. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2011, p. 150.
37
78
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: D.O. 5 de outubro de 1988. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 25 out.
2020.
79
BARRETO, Simone Rodrigues Costa. Retroatividade. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. Celso
Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André Luiz Freire (coords.). Tomo: Direito
Tributário. Paulo de Barros Carvalho, Maria Leonor Leite Vieira, Robson Maia Lins (coord. de tomo). 1.
ed. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível
em: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/288/edicao-1/retroatividade>. Acesso em 27 out.
2020.
80
PAULSEN, Leandro. Segurança Jurídica, Certeza do Direito e Tributação: A concretização da
certeza quanto à instituição de tributos através das garantias da legalidade, da irretroatividade e da
anterioridade. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2006, p. 58.
81
GONÇALVES, Carlos Roberto. Curso de Direito Civil. 13. ed. São Paulo: Saraiva, 2015, v. 1, p.
516.
38
indene.82 Acerca dessa temática, Raphael Peixoto de Paula Marques ao citar a lição
de San Tiago Dantas, assevera:
82
MOURÃO, Licurgo. Prescrição e decadência: emanações do princípio da segurança jurídica nos
processos sob a jurisdição dos Tribunais de Contas. Fórum Administrativo - Direito Público - FA,
Belo Horizonte, ano 9, n. 102, ago. 2009. Disponível em:
<http://www.bidforum.com.br/bid/PDI0006.aspx?pdiCntd=61974>. Acesso em 12 nov. 2020.
83
MARQUES, Raphael Peixoto de Paula. O instituto da prescrição no Direito Administrativo.
Revista do Tribunal de Contas da União. jan./mar. 2003, p. 54-55.
84
MONTE, Júlio Cesar Araújo. Prescrição como instrumento legal de garantia de segurança jurídica e
a extinção do crédito tributário. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 16 nov. 2020. Disponível
em: <https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/47220/prescricao-como-instrumento-legal-de-
garantia-de-seguranca-juridica-e-a-extincao-do-credito-tributario>. Acesso em: 16 nov. 2020.
85
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado de direito privado: parte geral, Tomo VI. 4.
ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1974, p. 101.
39
86
“Art. 174. A ação para a cobrança do crédito tributário prescreve em cinco anos, contados da data
da sua constituição definitiva”. In: BRASIL. Código Tributário Nacional (CTN). Lei nº 5.172 de 25 de
outubro de 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm>.
Acesso em 17 nov. 2020.
87
NOVO, Benigno Nuñez. A prescrição intercorrente em matéria tributária. Âmbito Jurídico, São
Paulo-SP: 01 mar. 2018. Disponível em: <https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-tributario/a-
prescricao-intercorrente-em-materia-tributaria/>. Acesso em 17 nov. 2020.
88
BUENO, Cassio Scarpinella. Curso sistematizado de direito processual civil: Tutela Jurisdicional
Executiva, vol.3, 7. Ed., rev. E atual. São Paulo: Saraiva, 2014, p. 86.
89
ÁVILA, Humberto. Segurança jurídica: entre permanência, mudança e realização no Direito
Tributário. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2011, p. 246-247.
90
“Art. 146. Cabe à lei complementar: I - dispor sobre conflitos de competência, em matéria tributária,
entre a União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios; II - regular as limitações constitucionais
ao poder de tributar; III - estabelecer normas gerais em matéria de legislação tributária, especialmente
sobre: a) definição de tributos e de suas espécies, bem como, em relação aos impostos discriminados
nesta Constituição, a dos respectivos fatos geradores, bases de cálculo e contribuintes; b) obrigação,
lançamento, crédito, prescrição e decadência tributários”. In: BRASIL. Constituição da República
Federativa do Brasil: D.O. 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 18 nov.
2020.
40
esgotou sem que esse exercício se tivesse verificado”. 91 No que tange ao direito da
Fazenda Pública em constituir o crédito tributário, pelas modalidades de lançamento
de ofício e por declaração, estão disciplinadas no art. 173 do Código Tributário
Nacional. 92
Na seara tributária, a decadência refere-se à extinção de três direitos como bem
pontua Paulo de Barros Carvalho:
91
CÂMARA LEAL, Antônio Luiz da. Da prescrição e da decadência. 2. ed., Rio de Janeiro: Forense,
1959, p. 26.
92
"Art. 173 - O direito de a Fazenda Pública constituir o crédito tributário extingue-se após 5 (cinco)
anos, contados: I - do primeiro dia do exercício seguinte àquele em que o lançamento poderia ter sido
efetuado; II - da data em que se tornar definitiva a decisão que houver anulado, por vício formal, o
lançamento anteriormente efetuado. Parágrafo único - O direito a que se refere este artigo extingue-se
definitivamente com o decurso do prazo nele previsto, contado da data em que tenha sido iniciada a
constituição do crédito tributário pela notificação, ao sujeito passivo, de qualquer medida preparatória
indispensável ao lançamento." In: BRASIL. Código Tributário Nacional (CTN). Lei nº 5.172 de 25 de
outubro de 1966. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l5172compilado.htm>.
Acesso em 18 nov. 2020.
93
CARVALHO, Paulo de Barros. Curso de Direito Tributário. 10. ed. São Paulo: Saraiva, 1998, p.
313.
94
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. MS 28.953/DF. Relatora Ministra Cármen Lúcia, Data do
Julgamento: 28 fev. 2012. Disponível em: <
https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STF/IT/MS_28953_DF_1333232357230.pdf?AWSAccessK
eyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1623279335&Signature=9sZ98w8w%2BvqeoCJsXWeB
H%2FrmaTI%3D>. Acesso em 18 nov. 2020.
41
95
“Enquanto pela tutela a Administração exerce o controle sobre outra pessoa jurídica por ela mesma
instituída, pela autotutela o controlo se exerce sobre os próprios atos, com a possibilidade de anular os
ilegais e revogar os inconvenientes ou inoportunos, independentemente de recurso ao Poder Judiciário.
É uma decorrência do princípio da legalidade/ se a Administração Pública está sujeita à lei, cabe-lhe,
evidentemente, o controle da legalidade. Esse poder da Administração está consagrado em duas
súmulas do STF. Pela nº 346, “a administração pode declarar a nulidade dos seus próprios atos”; e
pela nº 473, “a administração pode anular os seus próprios atos, quando eivados de vícios que os
tornem ilegais, porque deles não se originam direitos; ou revogá-los, por motivos de conveniência ou
oportunidade, respeitados os direitos adquiridos, e ressalvada, em todos os casos, a apreciação
judicial”. In: DI PIETRO, Maria Sylvia Zanella. Direito Administrativo. 29. ed. rev., atual. e ampl. – Rio
de Janeiro: Forense, 2016, p. 101.
96
MOURÃO, Licurgo. Prescrição e decadência: emanações do princípio da segurança jurídica nos
processos sob a jurisdição dos Tribunais de Contas. Fórum Administrativo - Direito Público - FA, Belo
Horizonte, ano 9, n. 102, ago. 2009. Disponível em:
<http://www.bidforum.com.br/bid/PDI0006.aspx?pdiCntd=61974>. Acesso em 16 nov. 2020.
97
BRASIL. Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de setembro de 1942. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657.htm>. Acesso em 19 nov. 2020.
42
Por sua vez, Marcelo Henrique Giannini conceitua o ato jurídico perfeito como
“[...] à situação consumada, incorporada ao patrimônio jurídico ou à personalidade do
respectivo titular pelo fato de o direito ter sido efetivamente exercido (e ter produzido
seus efeitos) por atender aos requisitos exigidos pela legislação em vigor à época”.99
Não obstante, a coisa julgada qualifica a imutabilidade da norma jurídica
individualizada constante à parte dispositiva de uma sentença. Ou seja, a coisa
julgada é uma das formas de garantia processual, sendo também um preceito de
ordem fundamental, além de garantia individual alicerçada às cláusulas pétreas da
Carta Magna. 100 Conceituada nas palavras de Fabricio dos Reis Brandão da seguinte
forma:
A coisa julgada, como o próprio nome já diz, significa algo que já foi
julgado, é proveniente da expressão latina res judicata. A idéia (sic)
desse instituto é evitar que seja julgada uma mesma lide com o mesmo
objeto duas vezes ou mais, tornando o que foi decidido imutável e
indiscutível (princípio da segurança jurídica), e ainda evitando que
surjam decisões contraditórias, aumentando a confiabilidade do
sistema jurídico brasileiro. 101
98
SILVA, De Plácido. Vocabulário Jurídico. Rio de Janeiro: Forense, 1978, v. 2, p. 530.
99
GIANNINI, Marcelo Henrique. Aspectos do direito adquirido, ato jurídico perfeito e coisa
julgada. Conteúdo Jurídico, Brasília-DF: 20 nov. 2020. Disponível
em: <https://conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/41122/aspectos-do-direito-adquirido-ato-
juridico-perfeito-e-coisa-julgada>. Acesso em: 20 nov. 2020.
100
DIDIER JR. Fredie; BRAGA, Paula Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de Processo Civil. Bahia:
JusPodivm, 2008, v. 2, p. 552.
101
BRANDÃO, Fabricio dos Reis. Coisa Julgada. São Paulo: Editora MP, 2005, p. 24.
102
LASCALA, Maria Carolina Florentino; FREITAS, Riva Sobrado de. A coisa julgada inconstitucional:
om breve estudo sobre a relativização do princípio da segurança jurídica em prol do ideal de justiça.
Revista da Faculdade de Direito de Uberlândia. v. 39: 169-186, 2011. Disponível em: <
http://www.seer.ufu.br/index.php/revistafadir/article/view/18492>. Acesso em 20 nov. 2020.
43
103
ALVES, André. Coisa Julgada: Alguns Aspectos Relevantes no NCPC. Estudos no novo CPC.
Disponível em: <https://estudosnovocpc.com.br/2017/04/18/coisa-julgada-alguns-aspectosrelevantes-
no-ncpc/>. Acesso em: 21 nov. 2020.
104
SANTOS, Ernani Fidélis. Processo de Conhecimento. São Paulo: Saraiva, 2011, p.723.
105
MARINONI; Luiz Guilherme. ARENHART; Sérgio Cruz. Processo de Conhecimento. Ed. Revista
dos Tribunais, 2012, p. 630.
106
COÊLHO, Marcus Vinicius Furtado. Garantias Constitucionais e Segurança Jurídica. Ed. Fórum.
2015, p.108.
44
107
PIRES GAVIÃO FILHO, Anizio; STRINGARI PASQUAL, Cristina. Coisa julgada, segurança jurídica
e ponderação. Revista Direito e Justiça: Reflexões Sociojurídicas, [S.l.], v. 15, n. 25, p. 47-67, out.
2015. ISSN 21782466. Disponível em:
<http://srvapp2s.urisan.tche.br/seer/index.php/direito_e_justica/article/view/1721>. Acesso em: 21 nov.
de 2020.
108
ÁVILA, Humberto. Segurança jurídica: entre permanência, mudança e realização no direito
tributário. 2. ed. São Paulo: Malheiros, 2012, p. 229.
109
BRITO, Mirella Barros Conceição. Segurança jurídico-tributária e proteção da confiança do
contribuinte no Estado de Direito. Revista Direito UNIFACS, ISSN 1808-4435, Salvador, ano 16, n.
131, mai. 2011. Disponível em: https://revistas.unifacs.br/index.php/redu/article/view/1483/1164.
Acesso em: 21 nov. 2020.
110
BORGES, Souto Maior. O princípio da segurança jurídica na criação e aplicação do tributo. Revista
Diálogo Jurídico, Salvador, CAJ – Centro de Atualização Jurídica, n. 11, fev. 2002, p.1-2. Disponível
em: <http://www.direitopublico.com.br>. Acesso em: 22 nov. 2020.
45
111
BOBBIO, Norberto. Liberalismo e Democracia. Trad. brasileira de Marco Aurélio Nogueira. São
Paulo, Brasiliense, 1998, p. 19.
112
SUNDFELD, Carlos Ari. Fundamentos de direito público. São Paulo: Malheiros Editores, 2002, p.
38-39.
46
113
NOVAIS, 2006, apud SCALABRIN, F.; RAATZ, I. O processo civil no Estado Democrático de Direito
na superação do modelo de processo do Estado Liberal. Revista Brasileira de Direitos
Fundamentais & Justiça, v. 5, n. 14, p. 269-296, 30 mar. 2021.
114
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito Constitucional e Teoria da Constituição. 7. ed.
Coimbra: Edições Almedina, 2002, p. 257.
115
BOBBIO, Noberto. Liberalismo e Democracia. Trad. brasileira de Marco Aurélio Nogueira. São
Paulo, Brasiliense, 1998, p. 20.
116
SILVA, José Afonso da. O Estado Democrático de Direito. Revista dos Tribunais, São Paulo, v.
635, p. 7-13, set/1988. Disponível em:
https://www.revistadostribunais.com.br/maf/app/trail/document?docguid=Id266b2408e6d11e092d3000
0853f87ee#>. Acesso em 22 fev. 2021.
47
117
Nesse diapasão, a lição de Pablo Ángel Gutiérrez Colantuono, ao tratar da segurança jurídica no
constitucionalismo moderno sintetiza: “Frecuentemente se le outorga a la seguridade jurídica el caráter
de principio general del derecho constitucional. Em este sentido, la regra general de que nadie puede
ser juzgado (penado, sancionado, sometido a processo u obligado a hacer o aceptar las consecuencias
de sua obrar) sin norma previa y certa – previsibilidade, em otros términos – abona la ideia de principio
general que se le assigna a la seguridade jurídica”. (COLANTUONO, Pablo Ángel Gutiérrez. Derechos
y Seguridad Jurídica. In: VALIM, Rafael; OLIVEIRA, José Roberto Pimenta; POZZO, Augusto Neves
dal (Org.). Tratado sobre o princípio da segurança jurídica no direito administrativo. Belo
Horizonte: Fórum, 2013, p. 157-167.
118
ÁVILA, Humberto. Teoria da Segurança Jurídica. 4. ed. rev. atual. e ampl. São Paulo: Malheiros,
2016, p. 127.
119
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e teoria da constituição. 6. ed.
Coimbra: Almedina, 1993, p. 47.
120
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Estado de Direito e Constituição. 4. Ed. São Paulo:
Saraiva, 2007, p. 23.
121
“A isonomia como regra é alçada a categoria de princípio que tem como força impositiva afastar a
possibilidade de se criar leis instituindo privilégios em favor de alguns em detrimento de outros. É
48
condição essencial numa República a igualdade de tratamento. Aplicada essa diretriz em matéria
tributária significa dizer que a tributação deve recair sobre todos de maneira uniforme”. In: CHIESA,
Clélio. Isonomia. Enciclopédia jurídica da PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo
Gonzaga e André Luiz Freire (coords.). Tomo: Direito Tributário. Paulo de Barros Carvalho, Maria
Leonor Leite Vieira, Robson Maia Lins (coord. de tomo). 1. ed. São Paulo: Pontifícia Universidade
Católica de São Paulo, 2017. Disponível em: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/310/edicao-
1/isonomia>. Acesso em 20 mar. 2021.
122
HAYEK, Friedrich. Os fundamentos da liberdade. Tradução: Anna Maria Capovilla e José Ítalo
Stelle. Brasília: UNB/Visão, 1983, p. 185-186.
123
FERREIRA FILHO, Manoel Gonçalves. Estado de Direito e Constituição. 4. ed. São Paulo:
Saraiva, 2007, p. 28.
124
SILVA, Fernanda Duarte Lopes Lucas da. Princípio constitucional da igualdade. 2. ed. Rio de
Janeiro: Lumen Juris, 2003, p. 42.
125
PORTO, Éderson Garin. Estado de Direito e Direito Tributário. Norma limitadora ao poder de
tributar. Porto Alegre: Livraria do Advogado, 2009, p. 71.
49
126
PIRES GAVIÃO FILHO, Anizio; STRINGARI PASQUAL, Cristina. Coisa julgada, segurança jurídica
e ponderação. Revista Direito e Justiça: Reflexões Sociojurídicas, [S.l.], v. 15, n. 25, p. 47-67, out.
2015. ISSN 21782466. Disponível em:
<http://srvapp2s.urisan.tche.br/seer/index.php/direito_e_justica/article/view/1721>. Acesso em: 21 mar.
de 2021.
127
RODRIGUES, Marcelo Abelha; SIQUEIRA, Thiago Ferreira. O conceito de sentença no processo
civil brasileiro: passado, presente e futuro. Revista eletrônica (do) Tribunal Regional do Trabalho da 9ª
Região, Curitiba, PR, v. 4, n. 39, p. 57-75, abr. 2015. Edição especial. Disponível em: <
https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/91494/2015_rodrigues_marcelo_conceito_s
entenca.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 24 mar. 2021.
128
FARINHA, Ana Patrícia Lopes. Coisa Julgada em Matéria Tributária. Revista Jurídica da Seção
Judiciária de Pernambuco, n. 1, p. 15, 2008. Recife, Brasil. Disponível em:
<https://revista.jfpe.jus.br/index.php/RJSJPE/article/view/64>. Acesso em 22 mar. 2021.
129
BRASIL. Código de Processo Civil (2015). Código de Processo Civil Brasileiro. Brasília, DF:
Senado, 2015. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-
2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em 25 mar. 2021.
50
130
CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de Direito Processual Civil. 3. ed. Tradução: Paolo
Capitanio. Campinas: Bookseller, 2002, p. 198.
131
RODRIGUES, Marcelo Abelha; SIQUEIRA, Thiago Ferreira. O conceito de sentença no processo
civil brasileiro: passado, presente e futuro. Revista eletrônica (do) Tribunal Regional do Trabalho
da 9ª Região, Curitiba, PR, v. 4, n. 39, p. 57-75, abr. 2015. Edição especial. Disponível em: <
https://juslaboris.tst.jus.br/bitstream/handle/20.500.12178/91494/2015_rodrigues_marcelo_conceito_s
entenca.pdf?sequence=1&isAllowed=y>. Acesso em 01 abr. 2021.
132
ALVIM, Thereza, ALVIM NETTO, José Manoel de Arruda. Coisa julgada. Enciclopédia jurídica da
PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André Luiz Freire (coords.).
Tomo: Processo Civil. Cassio Scarpinella Bueno, Olavo de Oliveira Neto (coord. de tomo). 1. ed. São
Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível
em: <https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/177/edicao-1/coisa-julgada>. Acesso em 02 abr.
2021.
133
BARBOSA MOREIRA, 1971, apud MOURÃO, Luiz Eduardo Ribeiro. Coisa Julgada e segurança
jurídica. In: AURELLI, Arlete Inês et al. (Coord.). O direito de estar em juízo e a coisa julgada -
Estudos em homenagem a Thereza Alvin. São Paulo: RT, 2014, p. 904.
51
A coisa julgada, contudo, não tem apenas essa função negativa, mas
também uma função positiva. A função negativa consiste em impedir
que a mesma lide seja novamente examinada em processo futuro – no
sentido de impedir outro julgamento a respeito de algo já
definitivamente decidido em processo anterior. Essa função está
assentada no princípio do bis in idem, caracterizando a consumação
da ação. O juiz resulta impedido de julgar novamente a mesma lide,
independentemente do resultado a que essa nova demanda possa
conduzir. A função positiva da coisa julgada significa que o juiz está
obrigado a reconhecer o julgado em todas as decisões sobre
demandas que o pressuponham. A coisa julgada impõe o conteúdo
imutável da sentença, impedindo que outro julgamento dele divirja. 135
134
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Eficácia da sentença e autoridade da coisa julgada. In:
BARBOSA MOREIRA, José Carlos. Temas de direito processual. São Paulo: Saraiva, 1984, p. 112.
135
PIRES GAVIÃO FILHO, Anizio; STRINGARI PASQUAL, Cristina. Coisa julgada, segurança jurídica
e ponderação. Revista Direito e Justiça: Reflexões Sociojurídicas, [S.l.], v. 15, n. 25, p. 47-67, out.
2015. ISSN 21782466. Disponível em:
<http://srvapp2s.urisan.tche.br/seer/index.php/direito_e_justica/article/view/1721>. Acesso em: 01 abr.
de 2021.
52
[...]
136
LIEBMAN, Enrico Tullio. Eficácia e Autoridade da Sentença e outros Escritos sobre a Coisa
Julgada. 4. ed., Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 50.
137
“A LINDB foi editada em 1942, pelo Decreto-Lei n. 4.657, de 04/09/1942, e, com alterações
posteriores, está em vigor até hoje. Com ela, se encerrou a vigência das antigas
Ordenações Portuguesas. Contém um conjunto de preceitos que regulam a vigência, a validade,
a eficácia, a aplicação, a interpretação e a revogação de normas no Direito Brasileiro, bem como,
delimita alguns conceitos como o ato jurídico perfeito, a coisa julgada e o direito adquirido. Consagra
a irretroatividade como regra no ordenamento jurídico, ao mesmo tempo que, define as condições para
a ocorrência de ultratividade e efeito de repristinação (fenômeno legislativo no qual há a entrada
novamente em vigor de uma norma efetivamente revogada, pela revogação da norma que a revogou)”.
In: DELLAGNEZZE, René. A Hermenêutica Jurídica. Parte 2. Breve Análise da Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro – LINDB. São Paulo: Âmbito Jurídico, 22 jul. 2019. Disponível em: <
https://ambitojuridico.com.br/cadernos/direito-civil/a-hermeneutica-juridica-parte-2-breve-analise-da-
lei-de-introducao-as-normas-do-direito-brasileir-lindb/>. Acesso em 02 abr. 2021.
138
BRASIL. Decreto-Lei nº 4.657, de 4 de Setembro de 1942. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del4657compilado.htm>. Acesso em 02 abr. 2021.
139
GRINOVER, Ada Pellegrini; DINAMARCO, Cândido Rangel. CINTRA, Antônio Carlos de Araújo.
Teoria geral do processo. 17. ed. rev. e atual. São Paulo: Malheiros, 2001, p. 306-307.
53
Constituição da República Federativa do Brasil em seu artigo 5º, inciso XXXVI 140, e do
Código de Processo Civil nos artigos 485, inciso V e 486 141.142
Nesse seguimento, oportuno citar José Miguel Garcia Medina e Tereza Arruda
Alvim Wambier que sobre a função social da coisa julgada sintetizam:
[...]
140
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...]
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”; In: BRASIL.
Constituição da República Federativa do Brasil: D.O. 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 03 abr.
2021.
141
“Art. 485. O juiz não resolverá o mérito quando: [...] V - reconhecer a existência de perempção, de
litispendência ou de coisa julgada;
Art. 486. O pronunciamento judicial que não resolve o mérito não obsta a que a parte proponha de novo
a ação”. In: BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em 03 abr.
2021.
142
MARINONI, Luiz Guilherme. Sobre a chamada “relativização” da coisa julgada material, p. 9-
11. Disponível em: <http://www.mundojuridico.adv.br/sis_artigos/artigos.asp?codigo=85>. Acesso em
03 abr. 2021.
143
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; MEDINA, José Miguel Garcia. O dogma da coisa julgada:
hipóteses de relativização. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2003, p. 21.
54
[...]
Despiciendo diferir a coisa julgada formal da coisa julgada material, uma vez
que ambas detêm aplicações e significados diferentes. Por coisa julgada formal,
entende-se não haver mais a possibilidade de rediscussão da questão-objeto no
mesmo processo, em virtude do exaurimento das vias recursais – ou seja, a
perfectibilização da intitulada “preclusão máxima” – mesmo que esse instituto não
embargue a possibilidade da propositura de uma nova demanda sobre a questão. 145
Quanto a preclusão, Luiz Guilherme Marinoni compara-a com os institutos da
prescrição e a decadência – abordados no subcapítulo anterior – ao teorizar que:
Não obstante, Enrico Tullio Liebman é catedrático sobre a coisa julgada formal:
144
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em 04 abr. 2021.
145
DIDIER JR., Fredie. Curso de Direito Processual Civil. 7. ed. Bahia: JusPodivm, 2007, v. 1 e 2, p
478-480.
146
MARINONI, Luiz Guilherme Marinoni e ARENHART, Sérgio Cruz. Manual do Processo de
Conhecimento. 3. ed. São Paulo: Revistas dos Tribunais, 2004, p. 665.
147
LIEBMAN, Enrico Túlio. Eficácia e autoridade da sentença e outros escritos sobre a coisa
julgada. Rio de Janeiro: Forense, 2006, p. 37.
55
Além disso, insta ressaltar a conceituação sintetizada por Luiz Eduardo Ribeiro
Mourão sobre a intitulada res iudicata151 – ou seja, a coisa julgada –, que por ele é
definida como uma situação jurídica característica da proibição de refazer a mesma
atividade jurisdicional e que para “[...] alcançar esse desiderato, vale-se o legislador
de duas técnicas processuais: (a) veda a repetição da demanda; (b) imutabiliza as
148
“Causa de pedir é termo que denota aquilo que dá ensejo ao pedido. Em rigor, é causa do (ato
de) pedir. Portanto, ela se dá em virtude do pedido, mais especificamente, sua razão de existir é
justificar a formulação dele. Embora logicamente a pós-ceda; gnosiologicamente, antecede-a: somente
é possível conhecer a causa a partir do pedido. Desse modo, é definindo pedido que se possibilita
definir causa de pedir. [...] Ora, se pedido é ato comunicativo contido num escrito (como a petição), seu
fundamento, a causa de pedir, também deve sê-lo. E isto exatamente pelo fato de ela não ser causa
eficiente (motora) do direito subjetivo (e seus consectários, como a pretensão e a ação) invocado pela
parte. Sua existência é devida ao pedido. Observe-se: devida. A causa de pedir é uma
necessidade normativa (deontológica), e não uma necessidade fática (ontológica). Enfim, porque há
um pedido, faz-se necessária uma causa que o justifique, tal como já se antecipou acima”. In: GOUVEIA
FILHO, Roberto P. Campos. Da ação e das ações – 6ª Parte, Causa de Pedir: um difícil conceito – 1ª
Parte. Revista Eletrônica Empório do Direito. Disponível em: <
https://emporiododireito.com.br/leitura/da-acao-e-das-acoes-6-parte-causa-de-pedir-um-dificil-
conceito-1-parte>. Acesso em 04 abr. 2021.
149
LIEBMAN, Enrico Tullio. Eficácia e autoridade da sentença e outros escritos sobre a coisa
julgada. Rio de Janeiro: Forense, 2007, p. 51-54.
150
DINAMARCO. Cândido Rangel. Relativizar a coisa julgada material. Revista da Procuradoria-
Geral do Estado de São Paulo, n. 55/56, 2001, p. 29.
151
“Res iudicata é, na realidade, o litígio julgado, ou seja, o litígio depois da decisão; ou mais
precisamente, levando em conta a estrutura diversa entre o latim e o italiano, o juízo dado sobre o
litígio, ou sejam, sua decisão. Em outras palavras: o ato e, por sua vez, o efeito de decidir, que realiza
o Juiz em torno do litígio”. In: CARNELUTTI, Francesco. Sistema de direito processual civil. São
Paulo: Classic Book, 2000, p. 406.
56
152
BARBOSA MOREIRA, 1971, apud MOURÃO, Luiz Eduardo Ribeiro. Coisa Julgada e segurança
jurídica. In: AURELLI, Arlete Inês et al. (Coord.). O direito de estar em juízo e a coisa julgada -
Estudos em homenagem a Thereza Alvin. São Paulo: RT, 2014, p. 904.
153
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de direito processual civil – teoria geral do processo civil
e processo de conhecimento. 44. ed. Rio de Janeiro: Forense, 2006. v. 1, p. 574.
154
VITAGLIANO, José Arnaldo. Coisa Julgada e Ação Anulatória. 2. ed. Curitiba: Juruá, 2008, p. 64-
65.
155
MARQUES, José Frederico. Instituições de direito processual civil. Campinas: Milenium,
1999, p. 343.
57
156
FARINHA, Ana Patrícia Lopes. Coisa Julgada em Matéria Tributária. Revista Jurídica da Seção
Judiciária de Pernambuco, n. 1, p. 15, 2008. Recife, Brasil. Disponível em:
<https://revista.jfpe.jus.br/index.php/RJSJPE/article/view/64>. Acesso em 13 abr. 2021.
157
ALVIM, Thereza, ALVIM NETTO, José Manoel de Arruda. Coisa julgada. Enciclopédia jurídica da
PUC-SP. Celso Fernandes Campilongo, Alvaro de Azevedo Gonzaga e André Luiz Freire (coords.).
Tomo: Processo Civil. Cassio Scarpinella Bueno, Olavo de Oliveira Neto (coord. de tomo). 1. ed. São
Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, 2017. Disponível em:
<https://enciclopediajuridica.pucsp.br/verbete/177/edicao-1/coisa-julgada>. Acesso em 13 abr. 2021.
158
ARAÚJO, Rossana Roberta de Sousa. Relativização da coisa julgada inconstitucional. Âmbito
Jurídico, Rio Grande, XVI, n. 117, out/2013. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=13772>. Acesso em: 13 abr. 2021.
159
MATHEUS, Ana Carolina Couto. Aspectos da coisa julgada inconstitucional. Rev. Ciên. Jur. e
Soc. da Unipar. Umuarama. v. 10, n. 1, p. 219-240, 2007. Disponível em: <
https://revistas.unipar.br/index.php/juridica/article/view/649>. Acesso em 13 abr. 2021.
59
160
WAMBIER, Luiz Rodrigues; TALAMINI, Eduardo. Curso Avançado de Processo Civil: Teoria Geral
do Processo e Processo de Conhecimento. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2011, p. 625.
161
Chiovenda assinala que para os romanos “a coisa julgada mais não é que a res in iudicium deducta,
a dizer, o bem da vida disputado por litigantes, depois que a res foi iudicata, isto é, reconhecida ou
negada ao autor: res iudicata dicitur quae finem controversiarum pronunciatione iudicis accipit, quod
vel condenatione vel absolutione contingit”. In: CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito
processual civil. Tradução de Paolo Capitanio. Campinas: Bookseller, 1998, v. 1 e v. 2, p. 154.
162
CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de direito processual civil. Tradução de Paolo Capitanio.
Campinas: Bookseller, 1998, v. 1 e v. 2, p. 447.
163
DINAMARCO, Cândido Rangel. Fundamentos do Processo Civil Moderno, Tomo I, 4. ed.
Malheiros Editores, 2001, p. 293-294.
60
e não sobre seu caráter imperativo, tanto que o autor Celso Neves comenta que, para
Carnelutti, a coisa julgada detém mais de um significado: “[...] é a lide, depois de
julgada, ou, mais precisamente, o juízo expedido sobre a lide, isto é, sua decisão. Em
outras palavras, é o ato e o efeito de decidir sobre a lide”.164165 Quanto ao debate,
Cândido Rangel Dinamarco comenta:
164
NEVES, Celso. Coisa Julgada Civil. São Paulo: Revista dos Tribunais, 1971, p. 370-374.
165
RAMOS, Luiz Gustavo de Oliveira. A coisa julgada e sua dimensão objetiva. 2010. 211 f.
Dissertação (Mestrado em Direito) - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo, São Paulo, 2010.
Disponível em: < https://sapientia.pucsp.br/handle/handle/8982>. Acesso em 14 abr. 2021.
166
DINAMARCO, Cândido Rangel de. Relativizar a coisa julgada. ln: Meio Jurídico, ano IV, n. 43,
mar. 2001, p. 291.
167
TALAMINI, Eduardo. Coisa julgada e sua revisão. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2005, p. 33-34.
168
BRANDÃO, Fabricio dos Reis. Coisa Julgada. São Paulo: Editora MP, 2005, p. 24-25.
61
169
DINAMARCO, Cândido Rangel. Instituições de Direito Processual Civil. 6. ed. rev. e atual. São
Paulo: Malheiros, 2009, v. III, p. 300-301.
170
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: D.O. 5 de outubro de 1988. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 16 abr.
2021.
171
WAMBIER, Tereza Arruda Alvim e MEDINA, José Miguel Garcia. O Dogma da Coisa Julgada:
Hipóteses de Relativização. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003, p. 25.
172
“Sob o ponto de vista objetivo, a preclusão é um fato impeditivo, destinado a garantir o avanço
progressivo da relação processual e a obstar o seu recuo para fases anteriores do procedimento. Do
ponto de vista subjetivo, é a perda de uma faculdade ou direito processual que, por se haver esgotado
ou por não ter sido exercido em tempo e momento oportuno, fica praticamente extinto”. In: MARQUES,
José Frederico. Instituições de direito processual civil. Campinas: Millennium, 1999, v. II, p. 347.
62
destacar que a coisa julgada formal acaba por produzir efeitos similares ao da
preclusão haja vista que limita “as questões incidentalmente discutidas e apreciadas
ao longo do curso processual” tornem a serem rediscutidas judicialmente. 173 Por outro
lado, a coisa julgada material apresentar-se-á sob o jaez da imutabilidade dos efeitos
da sentença para fora do processo, impedindo de que se rediscuta a mesma causa. 174
Nessa mesma temática, José Afonso da Silva acerca da garantia fundamental
encartada no artigo 5°, inciso XXXVI, da Constituição Federal, ressalta o caráter da
coisa julgada material:
Mister salientar que a coisa julgada sempre foi objeto relevante da história do
direito brasileiro – sendo visualizada como instrumento promotor da segurança jurídica
e da estabilidade das relações intersubjetivas -, se fazendo presente desde a
promulgação da Constituição de 1934, quando fora citada literalmente pela primeira
vez em um códex pátrio. Não obstante, a sua “raiz epistêmica” pôde ser encontrada
cominada na Carta Magna Imperial de 1824 que fazia em seu art. 179, inciso III,
expressa vedação a retroatividade legal. Entretanto, houve um período em que o
instituto fora suprimido pela Constituição de 1937, essa outorgada pelo Estado Novo,
a qual deixou de prever expressamente a irretroatividade legal e de proteger a coisa
julgada, sendo apenas mencionado pelo artigo 6º da até então denominada Lei de
Introdução do Código Civil, atualmente denominado como a Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro - LINDB. Os autores Fabio Resende Leal e Aline Mayara
Sapeli, acerca do tema ressaltam que com “[...] a Constituição de 1946, se
restabeleceu a proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico perfeito e à coisa julgada,
173
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: Teoria Geral do Direito
Processual Civil e Processo de conhecimento. Rio de Janeiro: Forense, 2005, v. 1, p. 552.
174
GONÇALVES, Marcus Vinicius Rios. Novo curso de direito processual civil. 6. ed. São Paulo:
Saraiva, 2010, v. 2, p. 21.
175
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 17. ed. São Paulo: Malheiros,
2000, p. 437.
63
176
LEAL, Fabio Resende; SAPELI, Aline Mayara. A história da coisa julgada e de sua desconsideração.
Revista Científica Eletrônica do Curso de Direito, ano II, n. 3 – janeiro de 2013. Disponível em:
<http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/5EzTMf6BQCZlw6g_2019-3-9-16-38-
52.pdf>. Acesso em 20 abr. 2021.
177
SILVA, José Afonso da. Comentário Contextual à Constituição. São Paulo: Malheiros, 2006, p.
133.
178
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Direito e processo: direito processual civil: aprimoramento e
modernização do Direito Processual. Rio de Janeiro: Aide, 1997, v. 5, p. 23.
179
ALMEIDA, João Alberto de. Aspectos constitucionais da coisa julgada. Tese (Doutorado em
Direito), Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte, 2006, p. 81.
180
NASCIMENTO, Carlos Valder do Nascimento (coord.). Coisa julgada inconstitucional. 3. ed. Rio
de Janeiro: América Jurídica, 2003, p. 13.
64
181
THEODORO JUNIOR, Humberto; FARIA, Juliana Cordeiro. A coisa julgada inconstitucional e os
instrumentos processuais para seu controle. In: NASCIMENTO, Carlos Valder do (coord.). Coisa
julgada inconstitucional. 2003, p. 142.
182
MAGALHÃES, Carolina da Cunha Pereira França. Da relativização da coisa julgada nas ações de
investigação de paternidade. Revista Jus Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 21, n.
4598, 2 fev. 2016. Disponível em: https://jus.com.br/artigos/46204. Acesso em: 11 jun. 2021. Acesso
em 26 abr. 2021.
65
183
GONÇALVES, M.V. R. Curso De Direito Processual Civil - Processo De Conhecimento E
Procedimentos Especiais. São Paulo: Editora Saraiva, 2021, v. 2. 9786555593563. Disponível em:
<https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9786555593563/>. Acesso em 28 abr. 2021.
184
CHIOVENDA, Giuseppe. Instituições de Direito Processual Civil. 3. ed. Tradução: Paolo
Capitanio. Campinas: Bookseller, 2002, p. 449.
66
uma vez que para essa corrente doutrinária a coisa julgada tem status de cláusula
pétrea. No diapasão dessa discussão, arrebata Luis Marcello Bessa:
185
MARETTI, Luis Marcello Bessa. A intangibilidade da coisa julgada como princípio
constitucional – Divergências. Disponível em: <https://www.direitonet.com.br/artigos/exibir/2577/A-
intangibilidade-da-coisa-julgadacomo-principio-constitucional-Divergencias>. Acesso em 30 abr. 2021.
186
MARINONI, Luiz Guilherme. Relativizar a coisa julgada material? Academia Brasileiro de Direito
Processual Civil – ABDPC. Disponível em: <
http://www.abdpc.org.br/abdpc/artigos/Luiz%20G.%20Marinoni(4)%20-formatado.pdf>. Acesso em 30
abr. 2021.
187
A possibilidade de relativização da coisa julgada material independentemente do uso da ação
rescisória faz parte do cenário jurídico nacional, nos excepcionais casos de sua admissão, uma vez
que “intimamente ligado ao princípio da segurança dos atos jurisdicionais, obviamente atinge a filosofia
do direito, configurando uma das principais questões jurídicas ainda sem solução ideal. Trata-se
precisamente da tensão existente entre a facticidade (Faktizität) e a validade (Geltung) do direito; a
tensão entre a justiça e a segurança”. In: MARINONI, Luiz Guilherme. Relativizar a coisa julgada
material? Doutrinas Essenciais de Processo Civil. São Paulo: RT, v. 6, out. 2011, p. 829.
67
sua predileção e defesa da relativização no sentido de “[...] que entende ser impossível
a coisa julgada, só pelo fundamento de impor segurança jurídica, sobrepor-se aos
princípios da moralidade pública e da razoabilidade nas obrigações assumidas pelo
Estado”. 188
Nessa baila, o ex-ministro do Supremo Tribunal Federal Teori Albino Zavascki,
alicerça compreensão acerca do significado de uma sentença inconstitucional:
188
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 240.712/SP (1999/0109732-0). Relator
Ministro José Delgado. Data do Julgamento: 15 fev. 2000. Disponível em
<https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=199901097320&dt_publicacao
=24/04/2000>. Acesso em 30 abr. 2021.
189
ZAVASCKI, Teori Albino. Eficácia das sentenças na jurisdição constitucional. São Paulo: Editora
Revista dos Tribunais, 2001, p. 332.
190
GÓES, Gisele Santos Fernandes. A “Relativização da Coisa Julgada: Exame Crítico (Exposição
de um Ponto de Vista Contrário). In: Relativização da Coisa Julgada, Enfoque Crítico, 2. ed. Salvador:
JusPodivm, 2008, p. 187.
191
ARMELIN, Donaldo; Flexibilização da Coisa Julgada. In: DIDIER JR. Fredie (Coord.). Relativização
da Coisa Julgada. Salvador: JusPodivm, 2008, p. 83.
68
192
DIDIER JR, Fredie. Curso de direito processual civil: introdução ao direito processual civil e
processo de conhecimento. 13. ed. Salvador: JusPodivm, 2011, v. 1, p. 41.
193
GRECO, Leonardo. Eficácia da declaração erga omnes de constitucionalidade ou
inconstitucionalidade em relação à coisa julgada anterior. Revista Jurídica da Procuradoria-Geral do
Distrito Federal. V. 37. 2003. p. 99-114. Disponível em:
<http://revista.pg.df.gov.br/index.php/RJPGDF/article/view/12>. Acesso em 26 abr. 2021.
194
Não obstante, o art. 966 disciplinará o rito da ação rescisória nos seguintes termos:
“Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I - se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II - for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III - resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de
simulação ou colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV - ofender a coisa julgada;
V - violar manifestamente norma jurídica;
VI - for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser
demonstrada na própria ação rescisória;
VII - obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de
que não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII - for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos. [...]”. In: BRASIL. Lei nº 13.105, de 16
de Março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em 29 abr. 2021.
69
195
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Recurso Extraordinário nº 730.462/SP. Relator Ministro Teori
Zavascki. Data do Julgamento: 29 mai. 2014. Disponível em: <
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=9343495>. Acesso em 28 abr.
2021.
196
PONTES DE MIRANDA, Francisco Cavalcanti. Tratado da ação rescisória das sentenças e de
outras decisões. 5. ed. Rio de Janeiro: Forense, 1976, p. 194.
197
MARINONI, Luiz Guilherme. Relativizar a coisa julgada material? Academia Brasileiro de Direito
Processual Civil – ABDPC. Disponível em: <
http://www.abdpc.org.br/abdpc/artigos/Luiz%20G.%20Marinoni(4)%20-formatado.pdf>. Acesso em 01
mai. 2021.
198
LENT, Friedrich. Diritto processuale civile tedesco. Trad. ital. de Edoardo F. Ricci. Nápoles:
Morano, 1962, p. 239.
70
199
GARDINAL, Ângela. A relativização da coisa julgada no processo civil brasileiro. Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 25, n. 6373, 12 dez. 2020. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/87367. Acesso em: 4 maio 2021.
200
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Recurso Especial nº 240.712/SP (1999/0109732-0). Relator
Ministro José Delgado. Data do Julgamento: 15 fev. 2000. Disponível em
<https://scon.stj.jus.br/SCON/GetInteiroTeorDoAcordao?num_registro=199901097320&dt_publicacao
=24/04/2000>. Acesso em 04 mai. 2021.
201
WAMBIER, Teresa Arruda Alvim; MEDINA, José Miguel Garcia. O dogma da coisa julgada:
Hipóteses de Relativização. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2003, p. 212-213.
71
202
CÂMARA, Alexandre Freitas. Relativização da Coisa Julgada Material. In: DIDIER JR, Fredie
(Coord.). Relativização da coisa julgada, JusPodivm, 2008, p. 17.
203
SANTOS, Moacyr Amaral. Primeiras linhas de direito processual civil. 6. ed. São Paulo: Saraiva,
1983, v. 3, p. 43.
204
COUTURE, Eduardo Juan. Fundamentos do direito processual civil. Trad. bras. de Rubens
Gomes de Souza. São Paulo: Saraiva, 1946, p. 329-330.
72
Pois bem, para que a Constituição cumpra o seu papel principal de guarnecer
a tutela jurisdicional – ou seja, de garantir a segurança em todos os aspectos -, utiliza-
se de outros ditames legais como a proteção ao direito adquirido, ao ato jurídico
perfeito e à coisa julgada que, combinados, dão contornos jurídicos ao direito
fundamental à segurança, como se depreende da leitura do fixado pelo art. 5º, XXXVI
da Constituição da República Federativa do Brasil de 1988 206.207
Haja vista já amplamente conceituados os institutos do princípio da segurança
jurídica, da coisa julgada e por último a possiblidade de sua flexibilização, bem como
anteriormente caracterizado o itinerário histórico que culminou ao modelo
contemporâneo de Estado Democrático de Direito, temos agora em questão da coisa
205
CANOTILHO, José Joaquim Gomes. Direito constitucional e Teoria da Constituição. 3. ed.
Coimbra: Almedina, 1999, p. 1336.
206
“Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos
brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à
igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes: (...)
XXXVI - a lei não prejudicará o direito adquirido, o ato jurídico perfeito e a coisa julgada”; In: BRASIL.
Constituição da República Federativa do Brasil: D.O. 5 de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 07 mai.
2021.
207
LEAL, David Abdalla Pires; BONATO, Giovanni. Coisa julgada inconstitucional: os efeitos do controle
difuso de constitucionalidade no novo CPC e a segurança jurídica. Revista de Processo, Jurisdição
e Efetividade da Justiça. e-ISSN: 2525-9814, Curitiba, v. 2, n. 2, p. 106-125. Jul/Dez. 2016. Disponível
em: <https://indexlaw.org/index.php/revistaprocessojurisdicao/article/view/1600/2069>. Acesso em 07
mai. 2021.
73
julgada inconstitucional perante a seara tributária. E uma vez visto que para maioria
da classe doutrinária teria a coisa julgada status de cláusula pétrea, Adriana Zawada
Melo pontua:
208
MELO, Adriana Zawada. A Limitação Material do Poder Constituinte Derivado. Revista Mestrado
em Direito, Osasco, n. 1, junho 2008, p. 37.
209
ELALI, André; PEIXOTO, Marcelo Magalhães. Coisa Julgada em matéria tributária e sua possível
relativização na ordem jurídica: colisão de princípio? In: MARTINS, Ives Gandra; PEIXOTO, Marcelo
Magalhães; ELALI, André. (Coords.). Coisa Julgada Tributária. São Paulo: MP Editora, 2005, p. 25.
210
PORTO, Sérgio. Coisa Julgada Civil. 3. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2006, p. 80-
81.
211
MACHADO, Hugo de Brito. Mandado de Segurança em Matéria Tributária: De acordo com a Lei
12.016/09. 8. ed. São Paulo: Dialética, 2009, p. 209.
74
modificação fática em nada influi na sentença já proferida. Por sua vez, a relação
jurídica continuada – ou seja, de trato sucessivo – é aplicada aos impostos conhecidos
como Imposto sobre Circulação de Mercadorias (ICMS) e o Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI), cujos o doutrinador Helenilson Cunha Pontes destaca:
Se ela afirmou que uma relação jurídica existe ou que tem certo
conteúdo, é porque supôs a existência de determinado comando
212
PONTES, Helenilson Cunha. Coisa julgada tributária e inconstitucionalidade. São Paulo:
Dialética, 2005, p. 125.
213
CRUZ E TUCCI, José Rogério. Tempo e Processo. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 1997,
p. 170.
214
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Coisa Julgada. Mandado de Segurança. Relação Jurídica
Continuativa. Contribuição Social. Súmula nº 239 do STF. In: MARTINS, Ives Gandra; PEIXOTO,
Marcelo Magalhães; ELALI, André. (Coords.). Coisa Julgada Tributária. São Paulo: MP Editora, 2005,
p. 175.
215
OLIVEIRA, Guilherme Botelho de. Coisa Julgada (sentença) Inconstitucional em Matéria Tributária.
Juris Plenum. Ano VI, n. 31. p. 39/67, jan. 2010, p. 45.
75
216
ZAVASCKI, Teori Albino. Eficácia das Sentenças na Jurisdição Constitucional. São Paulo:
Editora Revista dos Tribunais, 2014, p. 106.
217
SOUSA, Rubens Gomes de. Coisa julgada (direito fiscal). In: SANTOS, J. M. de Carvalho.
Repertório enciclopédico do direito brasileiro. v. 9. Rio de Janeiro: Borsoi, 1947, p. 298.
218
THEODORO JÚNIOR, Humberto; FARIA, Juliana Cordeiro de. O tormentoso problema da
inconstitucionalidade da sentença passada em julgado. In: DIDIER JR, Fredie (Coord.). Relativização
da coisa julgada, JusPodivm, 2008, p. 216.
76
Por assim dizer, o que mais causa espanto em parte da doutrina radicalmente
contrária a flexibilização da coisa julgada é a falta de parâmetros, ou seja, de limites
para essa pretensa flexibilização o que acabou desencadeando grandes debates
acerca do tema. O doutrinador Eduardo Talamini individualizou e classificou as
hipóteses de sentença (e coisa julgada) inconstitucional em cinco modalidades: a)
sentença calcada na aplicação de norma inconstitucional; b) sentença amparada em
interpretação não compatível com a Constituição; c) sentença baseada na indevida
afirmação de inconstitucionalidade de uma norma; d) sentença amparada na violação
direta de normas constitucionais ou cujo dispositivo viola diretamente normas
constitucionais e; e) sentença que, embora sem incidir em qualquer das hipóteses
anteriores, estabelece ou declara uma situação diretamente incompatível com os
valores fundamentais da ordem constitucional. 222 Em outra modulação acerca do
tema, Teori Albino Zavascki pontua:
219
DINAMARCO, Cândido Rangel. Relativizar a coisa julgada material. Revista Forense. Rio de
Janeiro, v. 97, nº 358, 2001, p. 25.
220
NOJIRI, Sérgio. Crítica à teoria da relativização da coisa julgada. In: DIDIER JR, Fredie (Coord.).
Relativização da coisa julgada, JusPodivm, 2008, p. 362.
221
Ibidem, p. 320-321.
222
TALAMINI, Eduardo. Coisa e julgada e sua revisão. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais,
2005, p. 406-414.
223
ZAVASCKI, Teori Albino. Inexigibilidade de sentenças inconstitucionais. In: DIDIER JR, Fredie
(Coord.). Relativização da coisa julgada, JusPodivm, 2008, p. 374.
77
224
MARINONI, Luiz Guilherme; ARENHART, Sérgio Cruz. Curso de Processo Civil – Processo de
Conhecimento. 7ª ed. São Paulo: Revista dos Tribunais, 2021, v. 2, p. 658.
225
LEAL, Fabio Resende; SAPELI, Aline Mayara. A história da coisa e de sua desconsideração. Revista
Científica Eletrônica do Curso de Direito - FAEF, Ano II, Número 3/Jan. 2013. Disponível em:
<http://faef.revista.inf.br/imagens_arquivos/arquivos_destaque/oXXWLVIVn5r2h8o_2013-12-4-17-29-
35.pdf>. Acesso em 14 mai. 2021.
226
GIROTTO, Luiz Eduardo Castilho. Coisa julgada inconstitucional em matéria tributária. Curitiba:
Juruá, 2009, p. 69.
227
MARINONI, Luiz Guilherme. Coisa julgada inconstitucional. São Paulo: Revista dos Tribunais,
2008, p. 184.
78
228
ASSIS, Araken de. Eficácia da coisa julgada inconstitucional. In: Relativização da coisa julgada –
Enfoque crítico. Salvador: JusPodivm, 2006, p. 36.
229
PAULSEN, Leandro. Curso de Direito Tributário. 4. ed. Porto Alegre: Livraria do Advogado Editora.
2012, p.11.
230
PONTES, Helenilson Cunha. O direito ao silêncio no Direito Tributário. In: FISCHER, Octávio
Campos (Coord.). Tributos e direitos fundamentais. São Paulo: Dialética, 2004, p. 82.
231
BARBOZA, Estefânia Maria de Queiroz. Relativização da coisa julgada tributária inconstitucional x
princípio da segurança jurídica. Revista Dialética de Direito Tributário. São Paulo, n. 129, p. 35-49.
jun. 2006.
79
232
GOMES, Maria do Socorro Costa. Os limites da coisa julgada ante o princípio da igualdade
tributária. Dissertação (Mestrado em Direito Público e Econômico) – Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo, 2015. Disponível em:
<http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/1168/1/Maria%20do%20Socorro%20Costa%20Gomes.
pdf>. Acesso em 19 mai. 2021.
233
MACHADO, Hugo de Brito. Os direitos fundamentais do contribuinte e a efetividade da
jurisdição. 266 f. Tese (Doutorado em Direito). Programa de Pós-Graduação em Direito, Centro de
Ciências Jurídicas / FDR, Universidade Federal de Pernambuco, Recife, 2009. Disponível em: <
https://repositorio.ufpe.br/bitstream/123456789/4003/1/arquivo5668_1.pdf>. Acesso em 20 mai. 2021.
234
GRECO, Leonardo. Eficácia da Declaração Erga Omnes de Constitucionalidade ou
Inconstitucionalidade. In: DIDIER JR, Fredie (Coord.). Relativização da coisa julgada, JusPodivm,
2008, p. 259-260.
80
aplicação dos direitos fundamentais e seus princípios corolários. Por assim dizer, o
embate acaba se originando do mesmo ponto controverso: teria um direito
fundamental maior importância do que outro? Manter a coisa julgada inconstitucional
sob o jaez da perpetração do princípio da coisa jurídica e ferir o princípio da isonomia
– ou até mesmo da legalidade ou igualdade – seria algo razoável? Como bem exposto
no presente subcapítulo, o embate continua e muito se estende sobre a intangibilidade
da coisa julgada, entretanto é preciso compreender e conhecer – enquanto não se
tem um posicionamento concreto – dos mecanismos presentes em nossa legislação
para a defesa do contribuinte ante essas situações.
235
BASTOS, Fabrício Rocha. Embargos à Execução. Revista do Ministério Público do Rio de
Janeiro nº 61, jul./set. 2016. Disponível em:
http://www.mprj.mp.br/documents/20184/1271410/Fabricio_Rocha_Bastos.pdf>. Acesso em 24 mai.
2021.
236
“Art. 966. A decisão de mérito, transitada em julgado, pode ser rescindida quando:
I — se verificar que foi proferida por força de prevaricação, concussão ou corrupção do juiz;
II — for proferida por juiz impedido ou por juízo absolutamente incompetente;
III — resultar de dolo ou coação da parte vencedora em detrimento da parte vencida ou, ainda, de
simulação ou
colusão entre as partes, a fim de fraudar a lei;
IV — ofender a coisa julgada;
V — violar manifestamente norma jurídica;
VI — for fundada em prova cuja falsidade tenha sido apurada em processo criminal ou venha a ser
demonstrada
na própria ação rescisória;
VII — obtiver o autor, posteriormente ao trânsito em julgado, prova nova cuja existência ignorava ou de
que
não pôde fazer uso, capaz, por si só, de lhe assegurar pronunciamento favorável;
VIII — for fundada em erro de fato verificável do exame dos autos.
[…]”. In: BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>. Acesso em 22 mai. 2021.
237
CÂMARA, Alexandre Freitas. Relativização da Coisa Julgada Material. In: JÚNIOR, Fredie Didier
(Coord.). Relativização da coisa julgada, JusPodivm, 2008, p. 35
238
KELSEN, Hans. Teoria Pura do Direito. Tradução de João Baptista Machado. 6. ed. Coimbra:
Armenio Amado, 1984, p. 367.
82
É a partir dessa visão de que uma lei inválida sequer seria uma lei em si, que
emerge a imprescindibilidade de um mecanismo que vise efetivar a supremacia da
Constituição frente a eventuais leis ou atos administrativos que rompam com a
supremacia da Carta Magna. Nesse sentido, Gilmar Mendes aduz que “a Constituição
que não possuir uma garantia para anulação de atos inconstitucionais deixaria mesmo
de ser obrigatória”.239
Quanto à importância dessa previsão normativa que permite a efetivação do
texto constitucional e até de seu impacto no meio social, Luis Roberto Barroso
disserta:
239
MENDES, Gilmar Ferreira; BRANCO, Paulo Gustavo Gonet; COELHO, Inocência Mártires. Curso
de Direito Constitucional. São Paulo, 5ª edição, Saraiva, 2010, p. 1057.
240
BARROSO, Luís Roberto. O Controle de Constitucionalidade no Direito Brasileiro: exposição
sistemática da doutrina e análise crítica da jurisprudência. São Paulo: Editora Saraiva, 2012, p. 27.
241
MORAES, Alexandre de. Direito Constitucional. 27. ed. São Paulo: Atlas, 2011, p. 731-733.
83
constitucionalidade operam inter partes e tem eficácia ex tunc. 242 Nessa linha Luiz
Guilherme Marinoni assenta:
242
GOMES, Maria do Socorro Costa. Os limites da coisa julgada ante o princípio da igualdade
tributária. Dissertação (Mestrado em Direito Público e Econômico) – Universidade Presbiteriana
Mackenzie, São Paulo, 2015. Disponível em:
<http://tede.mackenzie.br/jspui/bitstream/tede/1168/1/Maria%20do%20Socorro%20Costa%20Gomes.
pdf>. Acesso em 20 mai. 2021.
243
MARINONI, Luiz Guilherme. Coisa Julgada Inconstitucional. São Paulo: Editora Revista dos
Tribunais, 2010, p. 19.
244
AZEVEDO, Cláudia Regina de. Controle de constitucionalidade no direito brasileiro. Revista Jus
Navigandi, ISSN 1518-4862, Teresina, ano 26, n. 6509, 27 abr. 2021. Disponível em:
https://jus.com.br/artigos/79357. Acesso em 27 mai. 2021.
84
245
Ibidem.
246
MENDES, Gilmar Ferreira. Jurisdição Constitucional - O Controle Abstrato de Normas no Brasil e
na Alemanha. 3. ed. São Paulo: Saraiva, 1999, p. 78.
85
247
SILVA, José Afonso da. Curso de Direito Constitucional Positivo. 33. ed. São Paulo: Malheiros,
2011, p. 55.
248
“Art. 52. Compete privativamente ao Senado Federal:
I - processar e julgar o Presidente e o Vice-Presidente da República nos crimes de responsabilidade,
bem como os Ministros de Estado e os Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica nos
crimes da mesma natureza conexos com aqueles;
II - processar e julgar os Ministros do Supremo Tribunal Federal, os membros do Conselho Nacional de
Justiça e do Conselho Nacional do Ministério Público, o Procurador-Geral da República e o Advogado-
Geral da União nos crimes de responsabilidade;
[...]
X - suspender a execução, no todo ou em parte, de lei declarada inconstitucional por decisão definitiva
do Supremo Tribunal Federal”. In: BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: D.O. 5
de outubro de 1988. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 01 jun.
2021.
249
CHIMENTI, Ricardo Cunha [et al.]. Curso de Direito Constitucional. 7. ed. rev. e atual. até a EC
64/2010. São Paulo: Saraiva, 2010, p. 434.
86
250
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil: D.O. 5 de outubro de 1988. Disponível
em: <http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicaocompilado.htm>. Acesso em 01 jun.
2021.
251
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. Reclamação Constitucional nº 4.335/AC. Relator Ministro
Gilmar Mendes. Data do Julgamento: 20 mar. 2014. Disponível em: <
http://www.stf.jus.br/imprensa/pdf/rcl4335eg.pdf>. Acesso em 01 jun. 2021.
252
DIDIER JR, Fredie; BRAGA, Paulo Sarno; OLIVEIRA, Rafael. Curso de direito processual civil.
Teoria da prova, direito probatório, teoria do precedente, decisão judicial, coisa julgada e antecipação
dos efeitos da tutela. 7. ed. Salvador, JusPodivm, 2012, v. 2., p. 584.
87
O CPC 2015 se inspirou nos arts. 475-L, § 1º, e art. 741, parágrafo
único, do CPC de 1973 reformado, mas previu técnica um pouco
menos abrangente, tanto no art. 525, §§ 12 ao 15 – aplicável à
impugnação em geral; quanto no art. 535, §§ 5º a 8º – aplicável à
impugnação manejada pela Fazenda Pública – ambos com a mesma
redação. O primeiro dado relevante é o de que a defesa do executado,
a exemplo do que previa o CPC reformado examinado no item anterior,
continuou a ter nítida função rescindente parcial do título judicial,
por error in judicando, excluindo a sua exigibilidade, mas não afetando
os seus demais elementos eficaciais, em especial o comando
declaratório nele contido. Ademais, resta claro que triunfou a tese de
“objetivação” do controle difuso (isto é, a possibilidade de um simples
julgamento de processo subjetivo pelo STF, especialmente recursos
extraordinários, gerar eficácia ultra partes) […].253
253
SICA, Heitor Vitor Mendonça. Comentários ao novo Código de Processo Civil. Antonio do Passo
Cabral e Ronaldo Cramer (Coords.). Rio de Janeiro: Forense, 2015, p. 833-834.
254
THEODORO JÚNIOR, Humberto. Curso de Direito Processual Civil: Teoria Geral do Direito
Processual Civil e Processo de Conhecimento. 52. ed. v. 1. Rio de Janeiro: Forense, 2011, p. 723.
255
RÊGO, Bruno Noura de Moraes. Ação rescisória e a retroatividade das decisões de controle de
constitucionalidade das leis no Brasil. Porto Alegre: Sergio Antonio Fabris Editor, 2001, p. 72.
88
No que tange ao rito da ação rescisória, Paulo Roberto Lyrio Pimenta pontua
que o julgamento do meio de impugnação à sentença – ou seja, da ação rescisória –
se dará por três fases:
Em suma, portanto, será admissível a ação rescisória desde que “tenha havido
infração da regra jurídica, ofensa ao direito em tese”.258 Todavia, mister se faz que
seja verificada violação da norma jurídica – e não interpretação diversa da letra da lei,
como bem preceitua a Súmula nº 343 do STF 259 - a ponto de ter a causa significante
impacto no resultado da demanda e, que a sua correta aplicação, seja bastante para
modificar o julgamento. 260
Dando sequência, importante ressaltar a possibilidade da desconstituição de
efeitos futuros de coisa julgada em relações de trato continuado que exige
procedimento legal típico, nomeado de revisão da sentença, ex vi lege do artigo 505,
inciso I, do CPC:
256
NERY JÚNIOR, Nelson; DIDIER JR., Fredie (Org). [et al.]. Relativização da Coisa Julgada.
Salvador: JusPodivm, 2008, p. 300.
257
PIMENTA, Paulo Roberto Lyrio. Ação Rescisória e Modulação da Eficácia Temporal da Decisão
de Inconstitucionalidade. In: WAMBIER, Teresa Arruda Alvim (Coord.). Revista de Processo, vol. 153.
São Paulo: RT, 2007, p. 146.
258
MIRANDA, Pontes de. Tratado da Ação Rescisória. 2. ed. Campinas, SP: Bookseller, 2003, p. 302.
259
“Súmula nº 343 - Não cabe ação rescisória por ofensa a literal disposição de lei, quando a decisão
rescindenda se tiver baseado em texto legal de interpretação controvertida nos tribunais”. In: BRASIL.
Supremo Tribunal Federal. Súmula nº 343 do STF. Disponível em: <
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumarioSumulas.asp?sumula=1472>. Acesso em 01
jun. 2021.
260
GRECO, Vicente Filho. Direito Processual Civil Brasileiro. 21. ed. São Paulo: Saraiva, 2012, v. 2
p. 479.
89
261
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. Mandado de Segurança nº 11.045/DF, Relator Ministro Teori
Zavascki, Data do Julgamento: 03 fev. 2010. Disponível em: <
https://processo.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ATC&sequencial=6269
263&num_registro=200501646190&data=20100225&tipo=91&formato=PDF>. Acesso em 01 jun.
2021.
262
ZAVASCKI, Teori Albino. Eficácia das sentenças na jurisdição constitucional. 2. ed. rev. atual.
e ampl. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2012, p. 139-140.
263
TORRES, Heleno Taveira. Limites à revisão de coisa julgada após decisão do Supremo Tribunal
Federal. In: Revista Consultor Jurídico, 03 de abril de 2019. Disponível em: <
https://www.conjur.com.br/2019-abr-03/consultor-tributario-limites-revisao-coisa-julgada-decisao-
supremo#sdfootnote3sym>. Acesso em 03 jun. 2021.
264
Idem.
90
relegando a coisa julgada por via de ato administrativo, o Poder Judiciário acaba por
não comungar desse modus operandi.265 Acerca do conteúdo amplamente discutido
no parecer feito pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional que objetivamente
visou defender que a desconstituição da relação jurídica e as consequentes alterações
fáticas ou jurídicas supervenientes ensejariam um “direito novo” – nesse sentido a
favor do Fisco -, Antônio Frota Neves conclui:
265
BRASIL. Tribunal Regional Federal da 4ª Região - TRF4 – Apelação/Reexame Necessário nº
5006618-44.2012.4.04.7100/RS. Relator Desembargador Otávio Roberto Pamplona. Data do
Julgamento: 16 jul. 2013. Disponível em: <
http://www2.trf4.jus.br/trf4/controlador.php?acao=consulta_processual_resultado_pesquisa&txtValor=
5006618-
44.2012.4.04.7100&selOrigem=RS&chkMostrarBaixados=1&selForma=NU&hdnRefId=ec2fe1ad63ee
12ce99ff7cb2298c7e30&txtPalavraGerada=btxK >. Acesso em 03 jun. 2021.
266
NEVES, Antônio Frota. Tributário - O parecer PGFN/CRJ 492/2011 e os efeitos da coisa julgada
inconstitucional em face da segurança jurídica no Estado Democrático de Direito. Revista Brasileira
de Políticas Públicas, Brasília, v. 10, n. 1, 2013 p. 173-193. Disponível em:
<https://www.publicacoesacademicas.uniceub.br/RBPP/article/viewFile/2323/pdf>. Acesso em 03 jun.
2021.
91
[...] 2. O art. 16, § 2º, da LEF deve ser lido com tempero. O que não é
permitido é, em defesa na execução fiscal, o executado apresentar
créditos que possui (indébitos tributários, créditos presumidos ou
premiais ou outros créditos contra o ente público exequente tais como:
precatórios a receber e ações diversas ajuizadas) a fim de abater os
créditos tributários em execução. No entanto, nada impede que alegue
a existência de compensações efetivamente já realizadas, efetivadas
e reconhecidas, em processo administrativo ou judicial, com os créditos
que são objeto da CDA, e que, por esse motivo, não poderiam ali estar
(compensações tributárias pretéritas). Hipótese em que o crédito
tributário veiculado na CDA foi incorretamente inscrito. [...]271
267
BRASIL. Supremo Tribunal Federal. RE nº 592.912 AgR. Relator Ministro Celso de Mello. Data do
Julgamento: 03 abr. 2012. Disponível em: <
https://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=TP&docID=3115776>. Acesso em 03 jun.
2021.
268
MIRANDA, Pontes de. Tratado das Ações, atualizado por Vilson Rodrigues Alves, Campinas:
Bookseller, 1998, t. I, p. 132.
269
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em:
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2015-2018/2015/lei/l13105.htm>.Acesso em 04 jun. 2021.
270
BRASIL. Lei nº 6.830, de 22 de setembro de 1980. Dispõe sobre a cobrança judicial da Dívida
Ativa da Fazenda Pública, e dá outras providências. Disponível em: <
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6830.htm>. Acesso em 04 de jun. de 2021.
271
BRASIL. Superior Tribunal de Justiça. REsp 1.252.333/PE, Relator Ministro Mauro Campbell
Marques. Data do Julgamento: 28 jun. 2011. Disponível em: <
https://jurisprudencia.s3.amazonaws.com/STJ/IT/RESP_1252333_PE_1327360069375.pdf?AWSAcc
92
Na sequência disso, é possível fazer menção ao art. 917, incisos II e VI, que
preconizam: “Art. 917. Nos embargos à execução, o executado poderá alegar: I -
inexequibilidade do título ou inexigibilidade da obrigação; II - penhora incorreta ou
avaliação errônea; [...] VI - qualquer matéria que lhe seria lícito deduzir como defesa
em processo de conhecimento”.273
Analogicamente, é possível visualizar que uma vez sendo a decisão do STF
proferida antes do trânsito em julgado da decisão exequenda nos termos do § 14 “[...]
não há qualquer distinção acerca do modelo do controle de constitucionalidade,
podendo ser tanto concentrado como o difuso, bem como a alegação de
inconstitucionalidade será aduzida por meio da impugnação à execução [...]”. 274
Ademais, sendo a decisão referida no § 12 do art. 525 proferida pelo Supremo Tribunal
Federal após o trânsito em julgado da decisão exequenda aplicar-se-á o disposto no
§ 15: “Se a decisão referida no § 12 for proferida após o trânsito em julgado da decisão
exequenda, caberá ação rescisória, cujo prazo será contado do trânsito em julgado
da decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal”.275 Não obstante,
invariavelmente traz o CPC o seguinte:
essKeyId=AKIARMMD5JEAO67SMCVA&Expires=1623270100&Signature=qzcl8AKH%2BAuMoAjgq8
rauDMALxc%3D>. Acesso em 04 jun. 2021.
272
BASTOS, Fabrício Rocha. Embargos à Execução. Revista do Ministério Público do Rio de
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93
[...]
[...]
Como bem exposto, o art. 525, §14, e o art. 535, §7º, dispõem que a
impugnação terá cabimento apenas quando a decisão de inconstitucionalidade for
anterior à formação do título executivo, pois se ocorrer posteriormente ao trânsito em
julgado da sentença incorrerá na necessidade de ajuizamento de ação rescisória.
Portanto, isto é, a declaração de inconstitucionalidade pelo STF depois da formação
do título executivo (ou seja, após o trânsito em julgado da decisão exequenda), terá o
prazo da ação rescisória iniciado, e aqui está a novidade, do trânsito em julgado da
decisão proferida pelo Supremo Tribunal Federal. 277
Assim, diante do amplamente exposto, é possível verificar como as nuances
acerca do debate sobre a relativização da coisa julgada impactam tanto na esfera
principiológica – de princípios constitucionais basilares, a exemplo da segurança
jurídica, da irretroatividade, da legalidade, da razoabilidade -, acabam também
adentrando de maneira relevante na seara tributária, vez que impõe ao contribuinte
possíveis dificuldades de ter o seu direito preservado e garantido dentro dos liames
fundamentais do Estado Democrático de Direito.
276
BRASIL. Lei nº 13.105, de 16 de Março de 2015. Código de Processo Civil. Disponível em:
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