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Cena – Manobrador ferroviário e comerciante

O príncipe chegou a uma grande estação de trem. Lá encontrou o manobrador ferroviário.

Príncipe – Olá

Manobrador – Olá

P – O que você faz aqui?

M – Faço a triagem dos viajantes.

P – Os viajantes parecem bem apressados . O que estão procurando?

M – Nem o maquinista da locomotiva sabe.

P - Eles já estão voltando?

M – Não são os mesmos. É uma troca de passageiros.

P – Eles não estavam contentes lá onde estavam?

M – Neste mundo moderno que vivemos as pessoas não andam tão contentes.

P – Mas porquê?

M – O progresso, a tecnologia permite pessoas de longe ficarem perto e pessoas de perto


ficarem longe,

P – As coisas do seu planeta é muito complicado.

M – É a consequência do progresso.

Depois de ouvir isso o pequeno príncipe avistou um comerciante.

P- Olá!

C – Olá

P – O que você vende?

C- Pílulas desenvolvidas para saciar a sede.

P – Quer dizer que, se eu beber essa pílula, não sentirei sede.

C – Um tempo, rapaz.

P – Por que você vende isso?

C – É uma baita economia de tempo.

P – Como assim?
C – Os especialistas fizeram as contas. São poupados cinquenta e três minutos por semana.

P – E o que as pessoas fazem com esses cinquenta e três minutos?

C- As pessoas fazem o que quiserem.

O pequeno príncipe se despediu daquele comerciante pensando que se dispusesse de


cinquenta e três minutos para gastar, caminharia lentamente rumo a uma fonte.
CENA 1 – Aviador

Certa vez , quando tinha seis anos, vi num livro sobre animais uma imponente figura.
Representava uma jibolia que engolia uma era. Eis o desenho (mostrar o desenho)

Diazia o livro: “ As jiboias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem
mover-se e dormem os seis meses da digestão. “

Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz , com lápis de cor, o meu primeiro
desenho. Meu desenho número 1 era assim: ( mostrar o desenho)

Mostrei minha obra prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo.

Responderam-me: Por que é que um chapéu faria medo?

Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante,

Desenhei então o interior da jibóia a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender.
Meu desenho número 2 era assim: (mostrar o desenho)

As pessoas grandes aconselharam-me deixar de lado os desenhos e dedicar-me à Geografia, à


História, a Gramática ou aos cálculos. Foi assim que abandonei, aos seis anos uma esplendida
carreira de desenhista.

Tive então de escolher outra profissão e aprendi a pilotar aviões.

Voei por todo o mundo.

Certa dia, voando pelo deserto do Saara, o motor do avião quebrou e saiu sobre a areia.

Na primeira noite adormeci , pois sobre a areia, a milhas e milhas de qualquer terra habitada.
Imaginem então a minha surpresa, quando, ao despertar do dia, uma vozinha estranha me
acordou dizendo:

Príncipe: Por favor, desenhe –me um carneiro!

Aviador – Heim?

P – Desenhe–me um carneiro!

A – Mas o que fazes aqui?

P – Por favor, Desenhe-me um carneiro!!!

Como jamais houvesse desenhado um carneir, refiz para ele um dos dois únicos desenhos que
sabia. O da jiboia fechada. E fiquei estupefado de ouvir o garoto replicar.

P – Não! Eu não quero um jiboia que engoliu um elefante. A jibóia é perigosa e o elefante toma
muito espaço. Tudo é muito pequeno onde moro. Preciso de um carneiro. Desenha-me um
carneiro.

Então desenhei
P – Não! Esse já está muito doente. Desenha outro.

Desenhei de novo.

P – Bem vês que isto não é um carneiro. É um bode. .. Olha os chifres...

Fiz mais uma vez o desenho.

P – Este ai é muito velho. Quero um carneiro que viva muito.

Então perdendo a paciência, como tinha pressa de desmontar o motor, rabisquei o desenho.

Esta é uma caixa e o carneiro está dentro dela.

P – Era assim mesmo que eu queria! Será preciso muito capim para esse carneiro?

Aviador – Por quê?

P – Porque é muito pequeno onde eu moro...

Aviador – Tenho certeza que será o suficiente. Dei a você um carneiro bem pequenininho.

P – Não é tão pequeno assim... Olha! Ele adormeceu...

Levei muito tempo para compreender de onde viera. O principezinho, que me fazia milhares
de perguntas, não parecia sequer escutar as minhas. Assim quando viu pela primeira vez meu
avião, perguntou-me:

P – Que coisa é aquela?

Aviador – Não é uma coisa. Aquilo voa. É um avião. O meu avião.

P – Como? Tu caiste do céu?

Aviador – Sim

P – Ah! Como é engraçado!

Aviador – De onde você vem rapazinho? Onde vive? Para onde você quer levar o carneiro?

A partir dai, o pequeno principe começou a me contar como era sua vida em seu planeta.
Cena – O bêbado

O próximo planeta era habitado por um bêbado. Essa visita foi muito curta, mas ela fez o
pequeno príncipe afundar numa grande melancolia.

P – O que o senhor faz aqui?

B – Eu bebo.

P – Por que você bebê?

B – Para esquecer!

P – Esquecer o que?

B – (Choran do e Bebendo) Para esquecer que sinto vergonha!

P – Vergonha de que?

B – Vergonha que bebo.( chorando, bebendo e gritando expulsando e príncipe)

E o pequeno principe se foi, estupefado. “ As pessoas grandes são muito, mas muito bizarras,
pensou ele consigo mesmo durante a sua viagem.

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