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Príncipe – Olá
Manobrador – Olá
M – Neste mundo moderno que vivemos as pessoas não andam tão contentes.
P – Mas porquê?
M – É a consequência do progresso.
P- Olá!
C – Olá
C – Um tempo, rapaz.
P – Como assim?
C – Os especialistas fizeram as contas. São poupados cinquenta e três minutos por semana.
Certa vez , quando tinha seis anos, vi num livro sobre animais uma imponente figura.
Representava uma jibolia que engolia uma era. Eis o desenho (mostrar o desenho)
Diazia o livro: “ As jiboias engolem, sem mastigar, a presa inteira. Em seguida, não podem
mover-se e dormem os seis meses da digestão. “
Refleti muito então sobre as aventuras da selva, e fiz , com lápis de cor, o meu primeiro
desenho. Meu desenho número 1 era assim: ( mostrar o desenho)
Mostrei minha obra prima às pessoas grandes e perguntei se o meu desenho lhes fazia medo.
Meu desenho não representava um chapéu. Representava uma jibóia digerindo um elefante,
Desenhei então o interior da jibóia a fim de que as pessoas grandes pudessem compreender.
Meu desenho número 2 era assim: (mostrar o desenho)
Certa dia, voando pelo deserto do Saara, o motor do avião quebrou e saiu sobre a areia.
Na primeira noite adormeci , pois sobre a areia, a milhas e milhas de qualquer terra habitada.
Imaginem então a minha surpresa, quando, ao despertar do dia, uma vozinha estranha me
acordou dizendo:
Aviador – Heim?
P – Desenhe–me um carneiro!
Como jamais houvesse desenhado um carneir, refiz para ele um dos dois únicos desenhos que
sabia. O da jiboia fechada. E fiquei estupefado de ouvir o garoto replicar.
P – Não! Eu não quero um jiboia que engoliu um elefante. A jibóia é perigosa e o elefante toma
muito espaço. Tudo é muito pequeno onde moro. Preciso de um carneiro. Desenha-me um
carneiro.
Então desenhei
P – Não! Esse já está muito doente. Desenha outro.
Desenhei de novo.
Então perdendo a paciência, como tinha pressa de desmontar o motor, rabisquei o desenho.
P – Era assim mesmo que eu queria! Será preciso muito capim para esse carneiro?
Aviador – Tenho certeza que será o suficiente. Dei a você um carneiro bem pequenininho.
Levei muito tempo para compreender de onde viera. O principezinho, que me fazia milhares
de perguntas, não parecia sequer escutar as minhas. Assim quando viu pela primeira vez meu
avião, perguntou-me:
Aviador – Sim
Aviador – De onde você vem rapazinho? Onde vive? Para onde você quer levar o carneiro?
A partir dai, o pequeno principe começou a me contar como era sua vida em seu planeta.
Cena – O bêbado
O próximo planeta era habitado por um bêbado. Essa visita foi muito curta, mas ela fez o
pequeno príncipe afundar numa grande melancolia.
B – Eu bebo.
B – Para esquecer!
P – Esquecer o que?
P – Vergonha de que?
E o pequeno principe se foi, estupefado. “ As pessoas grandes são muito, mas muito bizarras,
pensou ele consigo mesmo durante a sua viagem.