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PEQUENO PRÍNCIPE

Personagens:

Aviador - Anderson Rodrigues

Pequeno Príncipe - Marlon Gabriel Siqueira

Rosa - Luiza Menezes

Rei - Lucas Vilaça

Vaidoso - Gabriel Pontes

Bêbado - Caio Guilherme Machado

Empresário - Marcus Vinicius Melo

Acendedor de Lampiões - Lucas Maia

Geógrafo - Miguel Coutinho

Serpente - Livia Pereira

Raposa - Julie Sales

Capítulos:

I Apresentação/Pouso de emergência no deserto do Saara XVI – sede

II Desenho do carneiro XVII- o poço

III História sobre o planeta de onde veio o Pequeno Príncipe XVIII- a partida do PP

IV Baobás

V A Rosa

VI Partida do Pequeno Príncipe

VII Planeta do Rei

VIII Planeta do Vaidoso

IX Planeta do Bêbado

X Planeta do Empresário

XI Planeta do Acendedor de Lampiões

XII Planeta do Geógrafo

XIII Encontro com a Serpente

XIV Jardim de rosas

XV Raposa
I Apresentação/Pouso de emergência no deserto do Saara

Cena: Aviador entra, com cara de “e agora?”

Narrador:Um dia, seis anos atrás, um aviador ficou perdido no deserto do Saara. Alguma

coisa quebrou no motor de seu avião, e como ele estava viajando sozinho, tinha que

consertar por conta própria. Mas ele só tinha água para sobreviver por oito dias! No primeiro

dia, ele adormeceu na areia, e foi acordado por uma pessoinha especial.

II Desenho do carneiro

Cena: Aviador dormindo, Pequeno Príncipe chega e o acorda

PP: Por favor, me desenha um carneiro?

Aviador: (acordando assustado) O quê?

PP: Um carneiro. Pode me desenhar um carneiro?

Aviador: Mas o que você está fazendo aqui, no meio do deserto?

PP: Por favor, me desenha um carneiro.

Aviador: Está bem.

(finge que desenha e mostra o primeiro carneiro)

PP: Não, esse está muito doente! Desenha outro!

Aviador: (finge que desenha e mostra o segundo carneiro)

PP: Mas isso não é um carneiro, é um bode! Olha os chifres!

Aviador: (finge que desenha e mostra o terceiro carneiro)

PP: Ah não, esse está muito velho. Quero um carneiro que viva muito tempo!

Aviador: (finge que desenha e mostra o desenho da caixa)

Esta é a caixa. O carneiro está dentro.

PP: (alegre) Ahh! Era assim mesmo que eu queria! Obrigado! Será que come muito capim

esse carneiro? É muito pequeno de onde eu venho...

(os dois adormecem)

III História sobre o planeta de onde veio o Pequeno Príncipe

Narrador: E foi assim que o aviador conheceu o Pequeno Príncipe! Ele estava ali no deserto,

mas na verdade veio de outro planeta, um planetinha muito pequeno, um pouco maior do que

uma casa!

O planetinha de onde o Pequeno Príncipe veio é o asteroide B612. Estou falando o número

pra vocês por causa das pessoas grandes. Elas adoram os números! Quando a gente fala de
um novo amigo, elas nunca querem saber do essencial. Não perguntam: "Qual é o som da

sua voz? Quais os brinquedos que prefere? Será que ele coleciona borboletas? "Mas

perguntam: "Qual é sua idade? Quantos irmãos tem ele? Quanto pesa? Quanto ganha seu

pai?", e então elas acham que o conhecem.

V Baobás

PP: É verdade que os carneiros comem arbustos?

Aviador: Sim.

PP: Ah, que bom! Então eles comem também os baobás, né?

Aviador:Mas os baobás não são arbustos, eles são árvores enormes!

PP:Mas antes de crescer, os baobás são pequenos.

Aviador:É verdade. Mas por que você quer que o carneirinho coma os baobás pequenos?

(os dois continuam fingindo que conversam, enquanto o aviador faz um desenho)

Narrador: No planeta do principezinho existiam ervas boas e ervas más, assim como em

todos os planetas. Ervas boas de sementes boas, e ervas más de sementes más. Só que as

sementes são invisíveis! Elas ficam dormindo escondidas na terra, até que uma resolva

despertar. Se é uma roseira ou um rabanete, podemos deixar que cresça à vontade, mas se

for uma planta ruim, temos que arrancála logo!

E o planeta do Pequeno Príncipe tinha uma semente terrível: a semente de baobá! Se a

gente não arranca o baobá quando é novinho, ele cresce demais e fica cada vez mais difícil!

E se o planeta for muito pequeno e tiver muitos baobás, ele acaba rachando!

No planetinha do príncipe, é preciso arrancar regularmente os baobás logo que se

diferenciem das roseiras, com as quais muito se parecem quando pequenos. É um trabalho

meio chato, mas fácil de fazer.

Aviador: (mostra o desenho do planeta com baobás)

PP: É isso que pode acontecer se eu não arrancar as ervas más!

Mas no meu planeta também tem flores! Tem uma que eu amo, e é única em todo o

universo! Espero que o carneiro não coma a flor...

V A Rosa

Narrador: Vamos conhecer melhor o planeta do Pequeno Príncipe e esta flor que ele ama?

Uma manhã, ele viu um broto que não conhecia, e ficou vigiando, porque poderia ser

uma nova espécie de baobá. Mas o arbusto logo parou de crescer, e dele saiu um enorme
botão! Depois de vários dias, a flor finalmente se abriu.

Rosa: Uaaah! Acabei de despertar! Desculpa… ainda estou toda descabelada!

PP: Como você é bonita!

Rosa: Não é? E nasci junto com o sol. Você poderia cuidar de mim?

(PP vai buscar um regador)

Rosa: Tenho horror às correntes de ar. Você não tem, por acaso, um paravento?

PP: Paravento?

Rosa: Sim. E à noite, me coloque sob uma redoma. Faz muito frio neste seu planeta

VI Partida do Pequeno Príncipe

Narrador: Um dia, o Pequeno Príncipe resolveu partir de seu planeta. Ele arrancou os

últimos brotos de baobá, e deu adeus à sua querida rosa. Não sabia se iria voltar. De lá, ele

foi visitar outros planetas.

VII Planeta do Rei

Narrador: Ele chegou num planetinha habitado por um Rei.

Rei: Ah! Um súdito! Chegue mais perto para que eu possa te ver melhor!

PP: (se aproxima e boceja)

Rei: É falta de educação bocejar na presença do rei! Eu te proíbo!

PP: Não consegui evitar. Fiz uma longa viagem e não dormi ainda...

Rei: Então, eu te ordeno que bocejes. Faz anos que não vejo ninguém bocejar! Os bocejos

são uma raridade para mim. Vamos, boceja! É uma ordem!

PP: Assim eu não consigo… fico com vergonha!

Rei: Hum! Então... então eu te ordeno ora bocejares e ora não...

PP: Posso me sentar?

Rei: Eu te ordeno que te sentes!

PP: Majestade... perdão por te interrogar, mas...

Rei: Eu te ordeno que me interrogues!

PP: Sobre quem vossa majestade reina?

Rei: Sobre tudo, claro!

PP: E as estrelas obedecem?

Rei: Sem dúvida, eu não tolero indisciplina.

PP: Eu queria ver um pordosol... pode me fazer esse favor? Ordena ao sol que se ponha…
Rei: Você terá seu pordosol, eu o exigirei. Mas vou esperar que as condições sejam

favoráveis. Isso será por volta de… por volta de seis horas, esta noite! E você verá como sou

bem obedecido.

PP: (aborrecido) Acho que não tenho mais o que fazer por aqui. Vou continuar minha viagem.

Rei: Não, não parta! Posso te fazer ministro! Ministro da Justiça, que tal?

PP: Não, obrigado. Adeus.

VIII Planeta do Vaidoso

Narrador: Seguindo viagem, o Pequeno Príncipe encontrou um planeta habitado por um

vaidoso.

Vaidoso: Ah! Um admirador vem me visitar!

PP: Bom dia. Você tem um chapéu engraçado.

Vaidoso: É para agradecer! Para agradecer quando me aclamam. Infelizmente não passa

muita gente por aqui…

PP: Como assim?

Vaidoso: Bate as mãos uma na outra.

(PP bate as mãos, e o vaidoso agradece erguendo o chapéu. Repete várias vezes)

PP: E para o chapéu cair, o que é preciso fazer?

Vaidoso: (ignorando a pergunta) Não é verdade que você me admira muito?

PP: Que quer dizer admirar?

Vaidoso: Admirar significa reconhecer que eu sou o homem mais belo, mais rico, mais

inteligente e mais bem vestido de todo o planeta.

PP:Mas só tem você no seu planeta!

Vaidoso: Não importa. Me admire mesmo assim!

PP:(dando de ombros e indo embora) Eu te admiro. Mas como isso pode te interessar?

IX Planeta do Bêbado

Narrador: O planeta seguinte era habitado por um bêbado.

PP:O que faz aí?

Bêbado: Eu bebo.

PP: Por que bebe?

Bêbado: Para esquecer.

PP: Esquecer o quê?


Bêbado: Esquecer que eu tenho vergonha.

PP: Vergonha de quê?

Bêbado: Vergonha de beber!

(PP vai embora, desconcertado)

X Planeta do Empresário

Narrador: Depois disso, o Pequeno Príncipe chegou no planeta do homem de negócios. Ele

estava tão ocupado que nem levantou a cabeça para ver quem tinha chegado.

PP: Bom dia.

Empresário: (fazendo contas em um caderno) Três e dois são cinco. Cinco e sete, doze.

Doze e três, quinze. Bom dia. Quinze e sete, vinte e dois. Vinte e dois e seis, vinte e oito.

Vinte e seis e cinco, trinta e um. Uf! São pois quinhentos e um milhões, seiscentos e vinte e

dois mil, setecentos e trinta e um.

PP: Quinhentos milhões de quê?

Empresário: Hem? Ainda está aqui? Quinhentos e um milhões de... eu não sei mais ...

Tenho tanto trabalho. Sou um sujeito sério, não me preocupo com ninharias! Dois e cinco,

sete...

PP: Quinhentos milhões de quê?

Empresário: Faz cinquenta e quatro anos que moro neste planeta e só fui incomodado três

vezes. A primeira vez foi há vinte e dois anos, por um besouro caído não sei de onde. Fazia

um barulho terrível, e cometi quatro erros na soma. A segunda foi há onze anos, por uma

crise de reumatismo. Falta de exercício. Não tenho tempo para passeio. Sou um sujeito sério.

A terceira... é esta! Eu dizia, portanto, quinhentos e um milhões...

PP:Milhões de quê?

Empresário: Milhões dessas coisinhas que se vêem às vezes no céu.

PP: Moscas?

Empresário: Não, não. Essas coisinhas que brilham.

PP: Abelhas?

Empresário: Também não. Essas coisinhas douradas. Mas eu sou um sujeito sério. Não

tenho tempo para divagações.

PP: Ah, estrelas?

Empresário: Isso mesmo. Estrelas.


PP: E o que você faz com quinhentos milhões de estrelas?

Empresário: Quinhentos e um milhões, seiscentos e vinte e duas mil, setecentos e trinta e

uma. Eu sou um sujeito sério. Gosto de exatidão.

PP:O que faz dessas estrelas?

Empresário: O que eu faço? Nada. Eu as possuo.

PP: E pra que serve possuir as estrelas?

Empresário: Serve para ser rico.

PP:E pra que serve ser rico?

Empresário: Para comprar outras estrelas, se alguém achar


XI Planeta do Acendedor de Lampiões

Narrador: O quinto planeta que o príncipe visitou era muito curioso. Era o menor de todos.

Mal cabia um lampião e um acendedor de lampiões. O principezinho não conseguia entender

para que servia um lampião naquele planeta sem casas e sem gente, por isso foi conversar

com o acendedor de lampiões.

(acendedor apaga o lampião)

PP: Bom dia. Por que acaba de apagar seu lampião?

Acendedor: Eu executo uma tarefa terrível. É o regulamento. Bom dia.

PP: Que é o regulamento?

Acendedor: É apagar meu lampião. Boa noite. (acende)

PP: Mas por que acaba de acender de novo?

Acendedor: É o regulamento. Bom dia. (apaga). Eu executo uma tarefa terrível. Antigamente

era razoável. Apagava de manhã e acendia à noite. Tinha o resto do dia para descansar e o

resto da noite para dormir...

(acendedor continua acendendo e apagando o lampião)

PP:E depois disso, mudou o regulamento?

Acendedor: O regulamento não mudou. Aí é que está o problema! O planeta gira cada vez

mais depresa, e o regulamento não muda!

PP: E então?

Acendedor: Agora, que ele dá uma volta por minuto, não tenho mais um segundo de

repouso. Acendo e apago uma vez por minuto !

PP: Eu sei de um modo para que descanse quando quiser. Seu planeta é tão pequeno, que

pode dar a volta com três passos. Então basta andar bem devagar pra ficar sempre ao sol.

Acendedor: Isso não adianta muito, o que eu mais gosto na vida é de dormir.

PP: Então não há remédio

Acendedor: Não há remédio. Bom dia.

XII Planeta do Geógrafo

Narrador: O sexto planeta era dez vezes maior. Era habitado por um velho que escrevia

livros enormes.

Geógrafo: Bravo! Um explorador! De onde vem?

PP: Que livro é esse? O que o senhor faz aqui?


Geógrafo: Sou geógrafo.

PP: O que é um geógrafo?

Geógrafo:É um sábio que sabe onde se encontram os mares, os rios, as cidades, as

montanhas, os desertos.

PP: É bem interessante... O seu planeta é muito bonito. Tem oceanos nele?

Geógrafo: Como posso saber?

PP: (decepcionado) E montanhas?

Geógrafo:Como posso saber?

PP: E cidades, e rios, e desertos?

Geógrafo: Como posso saber?

PP: Mas o senhor é geógrafo!!

Geógrafo: É claro, mas não sou explorador. Estou com uma falta absurda de exploradores.

Não é o geógrafo que vai contar as cidades, os rios, as montanhas, os mares, os oceanos,

os desertos. O geógrafo é muito importante para ficar passeando. Não deixa a escrivaninha

por um instante. Mas recebe os exploradores, interrogaos, anota as suas lembranças. Se a

descoberta parece boa, faz uma investigação.

PP: Aí você vai ver?

Geógrafo:Não. Seria muito complicado. Mas se exige que explorador forneça provas.

Tratandose, por exemplo, de uma grande montanha, ele trará grandes pedras.

Mas você vem de longe. É um explorador! Vai me descrever o seu planeta!

PP: Ah! Onde eu moro não é muito interessante... é muito pequeno. Tenho uma flor.

Geógrafo: Mas nós não anotamos as flores.

PP: Por que não? É o mais bonito!

Geógrafo: Porque as flores são efêmeras. Elas podem desaparecer a qualquer momento.

Narrador: Neste momento, o Pequeno Príncipe se sentiu culpado por ter abandonado sua

amada flor, tão frágil. Ele resolveu então visitar o planeta Terra, sugerido pelo geógrafo.

XIII Encontro com a Serpente

Narrador: Quando chegou na Terra, o principezinho ficou muito surpreso de não ver

ninguém. Já estava achando que tinha se enganado de planeta, quando viu uma serpente se

remexendo na areia.

PP: Boa noite. Em que planeta estou?


Narrador: Quando chegou na Terra, o principezinho ficou muito surpreso de ver tantas
pessoas, Já estava achando que estava em um pesadelo, quando viu uma serpente com bolsas
e duas amigas que aparentavam ter grande poder pela forma que andavam, como se
desprezando as demais pessoas.

PP: Boa noite. Em que planeta estou?

S e r p e n t e : esse deve estar muito louco, estamos na terra, especificamente no Rio de


Janeiro meu bem. Terra do funk.

PP: então essa é a famosa Terra, repleta de variedade?

Serpente: Aqui tem de tudo, inclusive maluco. Porém, tem muito mais coisa mana, A Terra é
grande.

PP:As estrelas são todas iluminadas... Não será para que cada um possa um dia encontrar a
sua? Olha o meu planeta: está bem em cima de nós... Mas como está longe!

Serpente: não sei o que você usou mas deve ser bom, queria visitar seu planeta um dia.

PP:não achei que teria tantos homens. Não estou acostumado com isso.

Serpente: os homens também não se acostumaram, por isso temos tantas guerras e brigas
desnecessárias.

PP:Você é um bichinho engraçado, fino como um dedo...

Serpente: garoto se manca, eu tenho dinheiro e sou poderosa como o dedo de uma
kardashian.

PP:Nãoétãopoderosaassim,nãotemnempatas,nãopodeviajar...

Serpente: Eu posso te levar mais longe que um uma vã de Bangú, ou um avião.

Aquele que eu toco, eu o devolvo à terra de onde veio. Mas você aqui é considerado frágil e
imaturo, vem de uma estrela... Tenho pena de você, tão fraco, nessa Terra de valorização do
errado, de práticas maldosas e guerra constante. Posso te ajudar um dia, se tiver muita
saudade do seu planeta, só fazer um pix.

PP: Oh! Eu compreendi muito bem. Mas por que sempre fala por enigmas?

Serpente: quer tradutor ? E olha que eu sou poliglota tá vida.

XIV Jardim de rosas

Narrador: Um dia, depois de andar por muito tempo , o

pequeno príncipe descobriu uma estrada. E as estradas vão todas na direção dos homens.

Então ele chegou em um jardim de rosas, e ficou surpreso! Eram todas iguais à sua flor. O

principezinho se sentiu extremamente infeliz. Ele achava que sua flor era única, e então viu

que havia cinco mil, iguaizinhas, num só jardim!

XV Raposa

Narrador: Foi então que apareceu a raposa.


Raposa: Bom dia

PP: Bom dia. Vem brincar comigo, estou tão triste.

Raposa: Eu não posso brincar com você. Não me cativaram ainda.

PP: Ah! Desculpa! ... O que quer dizer "cativar"?

Raposa: É uma coisa muito esquecida. Significa "criar laços. Para mim, você ainda é um

garoto qualquer , E eu não preciso de você ,assim como você não precisa de mim ,mas caso
você me cative ,precisaremos um do outro ,como se fossemos únicos um para o outro

PP: Começo a compreender. Conheço uma flor... eu acho que ela me cativou...

Raposa: É possível.

Minha vida é chata. Eu caço as galinhas e os homens me caçam. Todas as galinhas se

parecem e todos os homens se parecem também. E por isso eu me aborreço um pouco. Mas

se você me cativa, minha vida será como que cheia de sol. Conhecerei um barulho de

passos que será diferente dos outros. Os outros passos me fazem entrar debaixo da terra. O

seu me chamará para fora da toca, como se fosse música. Por favor... me cative.

PP: Eu bem que gostaria, mas não tenho muito tempo. Tenho amigos a descobrir e muitas

coisas para conhecer.

Raposa: A gente só conhece bem as coisas que cativou. Os homens não têm mais tempo de

conhecer nada. Compram tudo prontinho nas lojas. Mas como não existem lojas de amigos,

os homens não têm mais amigos. Se você quer um amigo, me cative!

PP: O que eu preciso fazer?

Raposa: É preciso ser paciente. Primeiro você vai se sentar um pouco longe de mim, assim,

na grama , Eu te olharei com o canto do olho e você não dirá nada. E, cada dia, se sentará

mais perto...

Narrador:Assim o principezinho cativou a raposa. Mas, então, chegou a hora da partida, e

os dois tiveram que se despedir.

Raposa:Vai rever as rosas. Você vai compreender que a sua é a única no mundo.

PP: Sim, ela é única, porque me cativou!

Raposa: Adeus, amigo. Tenho um segredo para você. É muito simples: só se vê bem com o

coração. O essencial é invisível para os olhos.

PP: O essencial é invisível para os olhos…


Raposa: Foi o tempo que perdeu com a sua rosa que fez sua rosa tão importante. Os

homens esqueceram essa verdade, mas você não deve esquecer. Você se torna

eternamente responsável por aquilo que cativa. Você é responsável pela rosa.

PP:Eu sou responsável pela minha rosa...

XVI Sede/Busca pela fonte

Narrador: Agora vamos voltar para o aviador. O avião ainda estava quebrado, e a água

estava quase no fim. Os dois estavam com sede, então resolveram buscar um poço. O

aviador estava desanimado, pois não acreditava que iriam encontrar um poço no meio do

deserto, mas ele não tinha outra opção senão procurar.

Aviador: Você tem sede também?

PP: A água pode ser boa para o coração.

(pausa)

As estrelas são belas por causa de uma flor que não se vê... O deserto é belo, também. O

que torna o deserto belo é que ele esconde um poço em algum lugar.

Aviador: Tanto as estrelas quanto o deserto, o que faz a sua beleza é invisível!

PP: Fico feliz que concorde com a raposa!

XVII O poço

Narrador: No raiar do dia, o Aviador e o Pequeno Príncipe finalmente encontraram o poço!

Já estava tudo preparado: a roldana, o balde e a corda.

PP: Tenho sede dessa água. Me dê um pouco para beber.

Narrador: O aviador então entendeu o que ele havia buscado! Essa água era muito mais que

um alimento. Tinha nascido da caminhada sob as estrelas, do canto da roldana, do esforço

do seu braço. Era boa para o coração, como um presente.

PP: Os homens do seu planeta cultivam cinco mil rosas num mesmo jardim e não encontram

o que procuram.

Aviador: Não encontram.

PP: E no entanto o que eles buscam poderia ser achado numa só rosa, ou num pouquinho

de água.

Aviador: É verdade.

PP: Mas os olhos são cegos. É preciso buscar com o coração.

XVIII Partida do Pequeno Príncipe


Narrador: Já fazia um ano que o Pequeno Príncipe estava na Terra, e estava se preparando

para voltar para seu planeta. O aviador conseguiu consertar seu avião e também ia poder

voltar para casa.

PP: Está noite eu voltarei para minha casa. Mas por favor, não venha me ver. Eu parecerei

sofrer, eu parecerei morrer. É assim. Não venha ver. Não vale a pena.

Aviador: Eu não te deixarei.

PP: Não vai ser bom pra você, você vai sofrer. Eu parecerei morto e não será verdade. Você

entende, é longe demais. Eu não posso carregar esse corpo. É muito pesado. Mas será

como uma velha casca abandonada. Uma casca de árvore não é triste. Será bonito, sabe?

(sentamse)

Você sabe... minha flor ... eu sou responsável por ela!

Narrador: O principezinho então partiu. O aviador ficou na Terra, mas sempre que olha para

as estrelas se lembra do seu amigo. Para ele, é como se todas as estrelas estivessem

floridas.

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