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Semeador Jr.

Silas Malafaia

A trajetória da
vida do cristão

Editora Central Gospel


Copyright 2008 por Editora Central Gospel

Dados Internacionais de Catalogação


na Publicação (C IP)

A trajetória da vida do cristão / Silas Malafaia


Rio de Janeiro: 2008

72 páginas
G ERÊN CIA EDITORIAL
E DE PRODUÇÃO ISBN: 9 7 8 .85.7689.068-3
Jofferson Magno Costa 1. Bíblia - Vida Cristã I. Titulo II.

ESTRUTURAÇÃO E REVISÃO
Patrícia Scott
Patrícia Nunan
As citações bíblicas utilizadas neste livro foram
R EVISÃ O FINAL extraídas da Versão Almeida Revista e Corrigida
Jofferson Magno Costa (AR C ), salvo indicação especifica, e visam incentivar
Patrícia Nunan a leitura das Sagradas Escrituras.

CAPA É proibida a reprodução total ou parcial do texto deste


Marcos Henrique Barboza livro por quaisquer meios (mecânicos, eletrônicos,
xerográficos, fotográficos etc), a não ser em citações
DIAGRAMAÇÃO breves, com indicação da fonte bibliográfica.
l.ulz Felipe Rolim

IM PRESSÃO E
ACABAMENTO
(idltora Gráfica Universal Ltda.

1a edição: m arço/2008

Editora Central Gospel Ltda


Rua Honório Bicalho, 102 - Penha
Cep: 21.020-002
Rio de Janeiro - RJ
TEL: (2 1 )2 1 8 7 -7 0 0 0
www.editoracentralgospel.com.br
Sumário
Apresentação.............................................. 5
Capítulo 1 - Prosseguindo para o alvo........... 9
A longa carreira cristã............................... 10
Prosseguindo no ritmo certo...................... 12
Capítulo 2 - Promessas e desafios
para os vencedores................................... 17
Desviar-se do mal .................................... 18
Arrepender-se dos pecados....................... 20
Evitar a queda..........................................22
Ajudar o próximo..................................... 25
Capítulo 3 - Por que o justo sofre?..............29
() justo não pertence a este mundo........... 29
O servo não é maior que seu Senhor............30
O justo sofre pela causa de Cristo............... 30
O justo está sujeito às leis naturais ...........31
O justo sofre para não se afastar de Deus .... 33
O justo sofre porque está sendo
feito à imagem de Cristo............................37
Capítulo 4 - Adversidades na vida cristã.....41
A tribulação produz paciência,
experiência e esperança............................43
A tribulação produz peso de glória.............46
Esteja firme na presença de Deus ..............48
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

Capítulo 5 - Bons frutos na adversidade......51


Lutas geram mudanças de atitude.................52
As lutas fortalecem o cristão........................ 55
Alegria no sofrimento................................. 57

Capítulo 6 - Na vida cristã, há bonança......59


Usufruindo das bênçãos de Deus.................60

Capítulo 7 - 0 final da corrida................... 63


O mover de Deus....................................... 64
Perseverando na fé até o fim........................ 66
Voltando para Cristo................................... 67
Apresentação

ara sermos bem-sucedidos na vida e atingir­


P mos os nossos objetivos e alvos propostos,
precisamos estabelecer metas, traçar uma trajetória e
planejar ações concretas rumo ao nosso alvo.
Na vida cristã, não é diferente. Podemos com­
pará-la, por exemplo, a uma longa maratona, onde
o atleta passa por um período de preparação e
treinamento para aumentar sua resistência, vencer
os adversários e obter o prêmio almejado.
O cristão, para obter o prêmio da soberana
vonlade de Deus em Cristo Jesus e ganhar a eter­
nidade, precisa percorrer no ritmo adequado toda
a trajetória que lhe é proposta pelo Senhor, com
motivação, fé, coragem e persistência, transpondo
os limites, ultrapassando obstáculos internos e ex­
ternos e obtendo a vitória final.
Como o maratonista, o cristão deve tomar
Iodos os cuidados para não se desviar, não cair
e não se machucar. Por quê? Porque atalhos e
certos tombos podem tirá-lo do caminho certo e
desclassificá-lo para o prêmio. Também é prudente
evitar desvios e quedas, que podem deixar graves

5
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

seqüelas no crente, esfriar-lhe a fé, deixá-lo fora da


corrida e impedi-lo de receber o glorioso prêmio
que lhe está destinado.
Qual tem sido o ritmo da sua trajetória cristã?
fem havido persistência, consistência e crescimen­
to em todas as áreas da vida? Não adianta começar
cheio de ânimo e parar no meio do caminho. As­
sim, o cristão ficará de fora da corrida e colocará
em risco a sua salvação.
Se por algum motivo você se encontra desani­
mado, prostrado, fora da corrida, lembre-se de que o
Senhor o ama e tem poder para reerguê-lo e guiá-lo
triunfantemente pelas veredas que conduzem à vida.
Atente para as palavras do salmista sobre o
justo:

Os passos de um homem bom são


confirmados pelo SENHOR, e ele deleita-
se no seu caminho. Ainda que caia, não
ficará prostrado, pois o Senhor o sustém
com a sua mão.
Salmo 37.23,24

Você deseja alcançar a coroa da salvação?


Arrependa-se dos seus pecados, aceite a Jesus Cris-
lo como seu único Salvador, comece a nova rota
Silas Malafaia

sendo guiado pelo Espírito Santo, que o ajudará a


entender o plano de Deus, a ter fé, a ser obediente
ao Senhor e aos seus mandamentos, a desviar-se
do mal, a evitar a queda e as astutas ciladas do
inimigo e a chegar à terra da promessa.
No Salmo 25.10, é dito que todas as vere­
das do SENHOR são misericórdia e verdade
para aqueles que guardam o seu concerto e
os seus testemunhos. Há um caminho de amor,
de justiça e de salvação a ser percorrido por você
até chegar ao céu, onde poderá desfrutar da pre-
sença plena de Deus e de tudo aquilo que Ele tem
preparado para aqueles que o amam.
Sendo assim, a despeito das adversidades, das
calúnias, das investidas do inimigo contra você,
não pare nem desista no meio do caminho. Não
se deixe abater. Prossiga para o alvo, olhando
para Jesus, o Autor e Consumador da fé
(Hebreus 12.1,2). Deus vai fortalecê-lo e lhe dará
a vitória completa!
Que este livro o ajude a entender os propósitos
de Deus, a animá-lo e a fortalecer a sua fé, a fim
de que, ao final da sua carreira cristã, você possa
dizer como o apóstolo Paulo:

Combati o bom combate, completei a


carreira, guardei a fé. Desde agora, a co-
A FRAJETÔRIA DA VIDA DO CRISTÃO

roa da justiça me está guardada, a qual o


Senhor, justo juiz, me dará naquele Dia; e
não somente a mim, mas também a todos
os que amarem a sua vinda.
2 Timóteo 4.7,8

8
Capítulo I
Prosseguindo para o alvo

m Hebreus 12.1,2, somos exortados pelo


E Senhor:
Portanto, nós também, pois, que
estamos rodeados de uma tão grande
nuvem de testemunhas, debcemos todo
embaraço e o pecado que tão de perto
nos rodeia e corramos, com paciência, a
carreira que nos está proposta, olhando
para Jesus, autor e consumador da fé, o
qual, pelo gozo que lhe estava proposto,
suportou a cruz, desprezando a afronta, e
assentou-se à destra do trono de Deus.

E Paulo, falando acerca da salvação e de seu


ministério, comparou o cristão a um atleta disci­
plinado, perseverante e focado, que emprega toda
a sua energia, todo o seu tempo e todos os seus
(alentos para cumprir sua missão e alcançar o prê­
mio e a honra que lhe foram prometidos.
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

Vocês não sabem que de todos


os que correm no estádio, apenas um
ganha o prêmio? Corram de tal modo
que alcancem o prêmio. Todos os que
competem nos jogos se submetem a um
treinamento rigoroso, para obter uma
coroa que logo perece; mas nós o fazemos
para ganhar uma coroa que dura para
sempre. Sendo assim, não corro como
quem esmurra o ar. Mas esmurro o meu
corpo e faço dele o meu escravo, para
que, depois de ter pregado aos outros, eu
mesmo não venha a ser reprovado.
1 Coríntios 9.24-27 nvi

Por que esses autores bíblicos usaram a figura


de um atleta correndo em busca da vitória? Porque,
de um modo geral, quando pensamos em atletismo,
logo vem à mente a dedicação dos esportistas, que
abrem mão de uma vida comum, a fim de preparar-se
física e emocionalmente para superar limites e marcas
alcançadas, disputar com outros, vencer e receber o
que está destinado apenas aos campeões.

A longa carreira cristã

E por que os autores sagrados evocaram a


idéia de uma maratona, em vez de uma corrida
to
Silas Malafaia

mais curta? Porque sendo a maratona a mais lon­


ga, desgastante e difícil corrida, aquela que testa
a perseverança e a resistência dos participantes, é
a que melhor ilustra a trajetória do cristão, a qual
tem início aqui na terra, assim que ele aceita a Jesus
como seu Salvador e Senhor, e termina quando o
crente cruza a linha de chegada no céu.
Além disso, diferente dos outros tipos de cor­
rida, não é a alta velocidade dos competidores que
lhes garante a vitória numa maratona, e sim o fato
de conseguirem manter um ritmo bom e crescente
até o final do longo percurso.
Sabemos que, para cada tipo de corrida, o
atleta deve empregar uma técnica e uma velocidade
adequadas a fim de conquistar a vitória. Rara cada
modalidade de corrida há um ritmo. Por exemplo, nas
corridas de 100 e de 200 metros rasos, a velocidade
inicial dos corredores determina a vitória. Por isto, ao
soar a largada, os corredores saem em disparada. Por
quê? Porque o percurso é pequeno. Eles usam toda a
sua energia para atingir a velocidade máxima logo no
início da prova e determinar a primeira posição. Já em
corridas de 800 e de 1.500 metros, os atletas não saem
desesperados como os corredores das modalidades
anteriores. Eles só aumentam a velocidade à medida
que a distância até a linha de chegada vai diminuindo;
fazem isso para manter o fôlego.

11
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

Mas você já assistiu a uma maratona? Normal­


mente, o trecho percorrido é de 32 km a 42 km, e
muitos maratonistas (atletas profissionais e amado­
res) desistem da prova por falta de condições físicas,
ou ficam para trás, sem obter uma boa colocação.
Isso acontece porque alguns, logo na largada, saem
em disparada e não conseguem sustentar o ritmo.
Estes, após o primeiro quilômetro percorrido, ficam
exauridos, e abandonam a corrida. Não conseguem
sequer completar o percurso.
Na vida cristã pode acontecer o mesmo, pois
a nossa trajetória nesta terra também requer de
nós um ritmo crescente; é de fé em fé, de glória
em glória (Romanos 1.1 7; 2 Coríntios 3.18) que o
crente tem de caminhar rumo ao céu e à soberana
vontade de Deus em Cristo Jesus.

Prosseguindo no ritmo certo

Você poderia perguntar: "Pastor, que ritmo


devo adotar enquanto eu estiver neste mundo?
Como cristão, qual deve ser o ritmo da minha traje­
tória?" Paulo dá uma dica em 1 Coríntios 15.58:

Portanto, meus amados irmãos, sede


firmes e constantes, sempre abundantes
na obra do Senhor, sabendo que o uosso
trabalho não é vão no Senhor.
Silas Malafaia

Nesta passagem bíblica, o apóstolo incentiva a


Igreja a ser firme e constante. Paulo a anima, lem­
brando-lhe que Cristo, o amado Noivo, venceu o
mundo, o inferno e a morte, logo podemos seguir-
lhe os passos, sabendo que há galardão para nós
(ver Isaías 62.11; Mateus 10.42; Lucas 6.35; João
4.36; 1 Coríntios 3.8,14; Apocalipse 22.12).
Qual tem sido o ritmo da sua trajetória cris­
tã? Você tem sido firme e constante em seguir ao
Senhor e em fazer a obra que Ele lhe confiou? Em
sua vida há consistência, persistência e cresci­
mento? Esses três elementos são a tríade da vida
cristã. Mas não adianta aceitar a Cristo e, com um
mês de Evangelho, querer realizar tudo ao mesmo
tempo. Não dará certo! Assim, você ficará de fora
da corrida rumo à eternidade. É preciso crescer na
graça e no conhecimento de Jesus, antes de assu­
mir novas funções e responsabilidades no Corpo
de Cristo, a fim de que não haja falhas, tombos e
retrocessos.
Realizar vários trabalhos ao mesmo tempo
na obra de Deus não é a atitude correta, sensa­
ta. A pessoa não agüenta. Não adianta entrar na
corrida a mil por hora e, depois, parar. O impor­
tante é manter-se firme com o passar do tempo. É
estar na presença do Senhor, inclusive durante as
adversidades, as lutas. E poder dizer: "Eu sei em

13
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

quem tenho crido. Continuarei a minha marcha


até chegar àquele grande dia".
Há pessoas que se mostram cheias de poder e
autoridade espiritual num dia. Mas, no outro, tudo
acabou. Outras têm consistência espiritual, estão
sempre servindo a Deus, independente das circuns­
tâncias. Elas amam a Igreja e são empenhadas na
obra do Senhor.
O ritmo exige constância, firmeza, força, con­
fiança em Deus. O cristão precisa persistir em meio
às lutas, às adversidades, ao cansaço. Persistência
implica não desistir; implica crer que Deus tem
escape para Seu povo (1 Coríntios 10.13) e que
Ele dá vigor ao cansado e multiplica as forças
ao que não tem nenhum vigor (Isaías 40.29),
fazendo-o triunfar. Esse é o ritmo da vida cristã até
atravessar a linha de chegada para a vida eterna.
O segredo do vigor espiritual é a alimentação
e a disciplina cristã; é conhecer a Deus por meio da
leitura e da reflexão da Palavra, da oração, da co­
munhão com o Espírito Santo, crescendo na graça
e no conhecimento de Jesus Cristo, fortalecendo-se
no Senhor e na força do Seu poder, enfrentando as
adversidades e os desafios propostos; é prosseguir,
sabendo em quem se tem crido.
Paulo escreveu à Igreja em Filipo:
Silas Malafaia

E, na verdade, tenho também por


perda todas as coisas, pela excelência
do conhecimento de Cristo Jesus, meu
Senhor; pelo qual sofri a perda de todas
estas coisas e as considero como esterco,
para que possa ganhar a Cristo e seja
achado nele, não tendo a minha justiça
que vem da lei, mas a que vem pela fé
em Cristo, a saber, a justiça que vem de
Deus, pela fé; para conhecê-lo, e a virtude
da sua ressurreição, e a comunicação de
suas aflições, sendo feito conforme a sua
morte; para ver se, de alguma maneira,
eu possa chegar ã. ressurreição dos mor­
tos. Não que já a tenha alcançado ou que
seja perfeito; mas pj-ossigo para alcançar
aquilo para o que fui também preso por
Cristo Jesus.
Irmãos, quanto a mim, não julgo que
o haja alcançado; mas uma coisa faço,
e é que, esquecendo-me das coisas que
atrás ficam e avançando para as que es­
tão diante de mim, prossigo para o alvo,
pelo prêmio da soberana vocação de Deus
em Cristo Jesus.
Filipenses 3.8-14
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

Neste texto, mais uma vez, o apóstolo Paulo


tinha em mente a imagem de um corredor avan­
çando confiantemente até a linha de chegada. A
diferença é que, nesta corrida (que representa a
trajetória de vida cristã), não haverá apenas um
campeão, mas todos aqueles que cruzarem a linha
de chegada receberão de Deus a coroa da vida, a
premiação apropriada para os mais que vencedores
em Cristo Jesus.

16
Capítulo 2
Promessas e desafios para
os vencedores

uitas são as promessas do Senhor para os


M que persistirem em segui-lo e obedecer-
lhe. Entre as quais:
Ao que vencer, dar-lhe-ei a comer da
árvore da vida que está no meio do paraíso
de Deus.
O que vencer não receberá o dano
da segunda morte.
Ao que vencer darei eu a comer do
maná escondido e dar-lhe-ei uma pedra
branca, e na pedra um novo nome escrito,
o qual ninguém conhece senão aquele que
o recebe.
E ao que vencer e guardar até ao
fim as minhas obras, eu lhe darei poder
sobre as nações, e com vara de ferro as
regerá; e serão quebradas como vasos de
oleiro; como também recebi de meu Pai,

17
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

dar-lhe-ei a estrela da manhã.


O que vencer será vestido de vestes
brancas, e de maneira nenhuma riscarei
o seu nome do livro da vida; e confessarei
o seu nome diante de meu Pai e diante
dos seus anjos.
Ao que vencer, lhe concederei que
se assente comigo no meu trono, assim
como eu venci e me assentei com meu Pai
no seu trono.
Apocalipse 2.7b, 11b, 17b, 26-28;
3.5,21

No entanto, para chegar àquele grande dia


e receber a coroação do Pai, é necessário, antes,
vencer certos obstáculos. É necessário, entre outras
coisas, arrepender-se de seus pecados, desviar-se
do mal, evitar a queda e ajudar o próximo.

Desviar-se do mal

Você até aqui aprendeu sobre a importância


do ritmo para conquistar a vitória. Mas pode estar
certo de que na maratona cristã, assim como nas
corridas tradicionais, existe um adversário que de­
seja derrubá-lo e tirá-lo da prova. Não se engane!
Satanás é um inimigo mal, perverso e terrível. E
isso que é dito em 1 Pedro 5.8:

18
Silas Malafaia

Sede sóbrios, vigiai, porque o dia­


bo, vosso adversário, anda em derredor,
bramando como leão, buscando a quem
possa tragar.

O diabo procura uma brecha na minha e


na sua vida para nos tirar da maratona, para nos
desviar da trajetória para o céu. Mas, em nome de
jesus, ele não vai conseguir!
Você pode estar pensando: "O que faço, pas­
tor?" Sugiro que atente para as palavras do apóstolo
Paulo:

Aquele, pois, que cuida estar em pé,


olhe que não caia. Não veio sobre vós ten­
tação, senão humana; mas fiel é Deus, que
vos não deixará tentar acima do que po­
deis; antes, com a tentação dará também o
escape, para que a possais suportar.
1 Coríntios 10.12,13

Quer vencer o diabo? Vista a armadura de


Deus e seja fortalecido na força do Seu poder
(Efésios 6.10-18). Seja cheio do Espírito Santo. Não
desvie os olhos de Jesus Cristo, independente das
circunstâncias. Tenha uma vida de oração, de com­

19
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

promisso com o Reino de Deus, leia diariamente a


Palavra, empenhe-se na obra do Senhor.
Não dê lugar ao diabo (Efésios 4.27). Em
outras palavras, não abra brecha na sua vida para
Satanás atuar; ele não brinca e não precisa de
grandes lacunas; basta uma fissura para entrar e
derrubá-lo. Esteja alerta, pois o diabo é astuto! Em
suma, sujeite-se a Deus, resista ao diabo, e este
fugirá de você (Tiago 4.7).

Arrepender-se d os p e ca d os

Além de desviar-se do mal, você precisa reco­


nhecer quando peca, arrepender-se, pedir perdão
a Deus, rogando que Ele o purifique e restaure a
sua comunhão com Ele. Você sabe o que é arre­
pender-se? É aceitar um novo padrão de vida; é
mudar o rumo, abandonando o caminho do mal
e ingressando no caminho do bem.
Assim como a fé, o arrependimento normal­
mente é gerado pelo Espírito Santo, que atua no
coração do crente, impactando-o com a Palavra de
Deus. O cristão ouve a mensagem e é convencido
de que está errado, precisa consertar-se e dar um
novo rumo para sua vida.
A pessoa que é impactada pelo Espírito perce­
be a necessidade de melhorar. Ela deseja recons­
truir o seu altar diante de Deus e quer deixar de ser

20
Silas Matafaia

mera espectadora no culto para ser uma verdadeira


adoradora. Normalmente, ela confessa: "Eu não
devo mais continuar levando esta vida distante da
graça, do poder, da alegria do Espírito Santo. Não
posso e não quero. Senhor, eu me arrependo des­
sa vida espiritualmente fria, medíocre, sem graça;
ajuda-me a mudar os meus hábitos". Isto porque o
cristão que verdadeiramente se arrepende faz uma
auto-análise e decide mudar de vida, rejeitando os
velhos hábitos mundanos e buscando a renovação
espiritual.
Mas tenho observado em nossas igrejas muitos
crentes espiritualmente frios. Pergunto a alguns:
"Meu irmão, como vai a sua vida com Deus?" E
ele responde: "Vai bem, pastor, estou tranqüilo".
Porém, Deus me tem revelado que essas pessoas
não estão nada bem.
As pessoas espiritualmente frias, não renova­
das pelo Espírito Santo, enganam-se pensando que
estão seguindo o caminho da salvação e fazendo a
vontade de Deus. E correm um sério risco de ficar
de fora da "corrida" e perder a salvação.
Essas pessoas podem ser facilmente identifica­
das por alguns sintomas: raramente aparecem na
igreja, não freqüentam os cultos de oração nem as
consagrações. Além disso, é comum cometerem
pecados como a inveja, a ira, a fofoca, a maledi­

21
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

cência. Isto porque o cristão espiritualmente frio


não cultiva a comunhão com Deus, não recebe a
renovação espiritual e não produz o fruto do Espírito;
antes, dá lugar à sua carne e às suas maléficas obras
(Gálatas 5.19-21). Essa pessoa precisa arrepender-se
e pedir que Jesus, o nosso Advogado junto ao Pai (1
João 2.1), ajude-a e restaure-a.
Você deseja ser um cristão renovado pelo Espí­
rito Santo? Então, arrependa-se e mude seu compor­
tamento. Busque ao Senhor e deixe que o Espírito
acenda a chama do amor, da alegria e da retidão
em seu íntimo. Não fique acomodado, faça a obra
de Deus! Evangelize os perdidos, em vez de ficar
observando as falhas do próximo. Se buscar a Deus
com humildade e fé, logo todos observarão a grande
mudança em seu ser e em sua vida. O arrependimen­
to permite que o cristão espiritualmente frio retorne
ao primeiro amor, a Deus. Quando recebemos a
renovação espiritual fazemos grande diferença e nos
tornamos um referencial para as outras pessoas.

Evitar a queda

Mas é possível que, mesmo desviando-se do


mal, arrependendo-se dos erros eventualmente
cometidos, pedindo perdão e sendo um crente
avivado, de vez em quando você tropece e sinta-se
prostrado na maratona cristã. Isto ocorre porque,
22
Silas Malafaia

assim como em uma maratona, na trajetória da vida


cristã existe a possibilidade de a pessoa cair.
Sabemos dessa hipótese e vimos que, se tal
coisa acontecer, o Senhor é poderoso para ajudar
o crente a levantar-se e a prosseguir rumo à vitó­
ria. No entanto, é mais prudente evitar a queda.
Por quê? Alguns tombos podem fazer com que a
pessoa fique com sérias seqüelas e tenha de ficar
de fora da corrida.
Isso não significa que a pessoa ferida não
poderá jamais voltar à maratona. Significa que
inicialmente será difícil para ela crer que pode
prosseguir desse ponto para frente, uma vez que
o jogo do diabo é fazer com que o crente acredite
que, após a queda, não poderá mais caminhar ou
correr. Satanás fica lançando na mente do cristão
mentiras do tipo: "Não há mais jeito. Você não
irá conseguir. Nem Deus o agüenta mais. Aceite
a derrota". São palavras falsas, diabólicas, para
destruir o crente.
Se você tropeçou e/ou caiu e tem sido bom­
bardeado com mensagens desse tipo, medite nas
palavras do salmista: O SENHOR sustenta a to­
dos os que caem e levanta a todos os abatidos
(Salmo 145.14). Se errou, caiu, reconheça isto e
peça perdão a Deus. Ele o perdoará e restaurará.
Não coloque a culpa nos outros, nas circunstâncias

23
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

e muito menos em Deus. Assuma o que fez e não


dê desculpas para a sua queda. De que se queixa,
pois, o homem vivente? Queixe-se cada um
dos seus pecados (Lamentações 3.39).
O ser humano cai por causa dos seus próprios
pecados, das suas próprias escolhas erradas. Então,
se você não deseja cair em pecado, tome cuidado
com sua maneira de ser e de agir. Cada um dará
conta de si mesmo a Deus (Romanos 14.12).
Olhe para si, avalie a sua espiritualidade. Analise
como você se porta, se está em comunhão com
Deus, quais são as suas atividades, com quem
você convive. Pare de olhar para os outros. Caso
contrário, poderá descuidar-se da própria vida, e
o diabo irá derrubá-lo.
E, em Apocalipse 2.5, João escreveu:

Lembra-te, pois, de onde caíste,


e arrepende-te, e pratica as primeiras
obras; quando não, brevemente a ti virei e
tirarei do seu lugar o teu castiçal, se não
te arrependeres.

O Espírito Santo advertiu a Igreja em Éfeso:


"Lembre-se do lugar em que você caiu. Recorde-se
por que você fraquejou e deu lugar ao diabo, esque­
cendo-se de seguir a vontade de Deus para a sua
vida. Arrependa-se antes que seja tarde demais".
24
Silas Malafaia

Há perdão e restauração para quem caiu,


porque sete vezes cairá o justo e se levantará
(Provérbios 24.16a). Como disse o salmista, os pas­
sos de um homem bom são confirmados pelo
SENHOR, e ele deleita-se no seu caminho ainda
que caia, não ficará prostrado, pois o SENHOR
o sustém com a sua mão (Salmo 37.23,24).
Se você foi justificado por Cristo e, por alguma
razão, tropeçou e caiu na fé, o Senhor o levantará,
rle vai tirá-lo do charco de lodo e firmará seus pés
sobre a rocha. Creia! "Há esperança para a sua
vida", diz o Senhor.

Ajudar o próximo

A Igreja acredita que bandidos e assassinos


podem converter-se e ser recuperados; homos­
sexuais e drogados, libertos; prostitutas podem
lornar-se mulheres dignas. E realmente Jesus opera
(‘sses milagres. Cristo tem o poder de fazer com
que o maior devasso passe a ser um homem santo
e temente a Deus. No entanto, lamentavelmente, o
povo de Deus tem muita dificuldade em entender
<iqueda de um irmão na fé. Quando isso acontece,
geralmente, a maioria vira as costas e não acredita
que seja possível a restauração. Que coisa triste!
O pecador em processo de conversão é bem
lolerado, e a Igreja lhe oferece ajuda. Mas quando
25
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

um irmão na fé cai, muitos crentes lançam-lhe na


cara o erro ou afastam-se dele, sem qualquer preo­
cupação em oferecer apoio espiritual e emocional
para que ele volte ao Caminho e seja sarado. O
irmão está precisando de uma mão amiga, mas não
aparece ninguém que deseje expor-se para ajudá-
lo. E, para piorar a situação, alguns crentes espalham
a notícia, fazendo comentários pejorativos que de­
nigrem a imagem do irmão, ferem-lhe o coração e
afastam-no ainda mais de Deus e da igreja.
O cristão tem consciência do pecado e de su
conseqüências. Por que uma pessoa que conhece
Jesus e envergonha-se de ter pecado não consegue
encontrar amor dentro da igreja para recomeçar, mas
somente reprovação? Que cristianismo é esse? Se
não estendermos a mão para a pessoa que convive­
mos na igreja, que tipo de cristão nós somos? A que
reino servimos? Que deus é esse que professamos?
Que deus é esse que restaura o mais contumaz pe­
cador e não restaura um filho seu que errou? Este,
com certeza, não é o nosso Deus!
Há muitos anos, ensinaram-me que, quando
um pastor cai, seu ministério é destruído. O preço
é caríssimo! Mas, com o tempo entendi, que isto
acontece não porque Deus descarta Seu servo, e
sim porque os homens o rejeitam, dizem que é o
fim. Aprendi que Deus pode restaurar qualquer um

26
Silas Malafaia

que se arrependa verdadeiramente do seu pecado,


peça-lhe perdão e esteja disposto a caminhar com
I le pela vereda da justiça.
O problema é quando o pecador caído, seja
pastor ou qualquer outro membro do Corpo de
Cristo, vive no pecado, é advertido e não deseja
«irrepender-se e voltar; quando ele não deseja o
conserto nem a disciplina, e apóstata da fé.
Leia 2 Coríntios 2.5-11, 2 Timóteo 3 e 2 Pedro
2, e perceberá a diferença entre os cristãos caídos,
os pseudo cristãos e os apóstatas. Destes dois úl-
limos, sim, devemos afastar-nos, porque eles não
amam a Deus nem desejam submeter-se a Ele.
Querem apenas satisfazer seus próprios desejos e
arrastar outros em sua queda e rebelião.
Mas Deus conhece os seus e sabe levá-los
ao arrependimento, e quem somos nós para agir­
mos como o irmão do filho pródigo, criticarmos o
Pai, Sua graça e misericórdia? Antes, como filhos
amados de Deus, devemos amar até os nossos
inimigos, que dirá os nossos irmãos em Cristo!
Quando estes pecarem, devemos falar-lhes a ver­
dade, a fim de que reconheçam o erro. E havendo
arrependimento, devemos ajudá-los a erguer-se e a
voltar à corrida rumo ao céu e à vicia eterna! Essa
é a soberana vontade de Deus, nosso Pai! Sejamos,
pois, seus imitadores!
27
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

28
Capítulo 3
Por que o justo sofre?

utro fator que contribui para muitos


O desistirem de sua jornada cristã é o so­
frimento causado pelas adversidades, injustiças e
provações ao longo do caminho. A questão que
os incomoda é: se Deus é Senhor absoluto sobre
tudo e todos, por que aqueles que o amam e ser­
vem sofrem tanto?
Resumidamente, poderíamos afirmar que o
justo sofre, entre outras coisas, porque não é deste
mundo, não é maior do que o seu Senhor, por causa
do nome de Jesus, porque está sujeito às leis naturais
e porque está sendo feito à imagem de Cristo.

O justo não pertence a este m undo

Neste contexto, o que significa a palavra


mundo? Significa o sistema dominado e dirigido
por Satanás.
A Igreja de Cristo não pertence a esse sistema
que está debaixo da escravidão do pecado. Prati-

29
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

camos o que o Evangelho nos ensina, agindo de


forma contrária à cultura desta sociedade humanis­
ta e blasfema. Por isso a nossa presença incomoda
o mundo.
O nosso estilo de vida, a nossa maneira de
viver contraria os costumes do mundo. Este, por
sua vez, tenta derrotar-nos e submeter-nos ao jugo
do pecado para assenhorar-se de nós. Como não
nos desviamos de nossa fé nem cedemos às tenta­
ções da carne, o mundo se aborrece conosco e nos
aborrece. Este é o primeiro motivo que nos leva a
sofrer (ver 1 João 2).

O servo não é maior que seu Senhor

A segunda razão que explica o sofrimento


do justo é o fato de este não ser maior do que seu
Senhor (João 15.20a). Jesus experimentou as mais
terríveis injustiças e sofrimentos na carne, e predis­
se que Seus discípulos também seriam caluniados,
rejeitados e perseguidos por Sua causa (ver Mateus
5.3-12).

O justo sofre pela causa de Cristo

O justo também sofre porque vive, defende e


proclama o Evangelho, e o diabo odeia isso.
Sendo o cristão alguém que se assemelha a
Cristo e o representa para a humanidade, resplan­
30
Silas Malafaia

decendo como astro neste mundo em trevas


(Filipenses 2.15b) através de seu fiel testemunho e
da Palavra da verdade, o crente sofre ataques dire­
tos de Satanás, mas não é vencido por este; antes;
é ajudado por Deus — pelo que deve perseverar
em sua jornada cristã, certo de que fiel é o Senhor
para guardá-lo e dar-lhe a vitória final.

O justo está sujeito às leis naturais

Além dos motivos anteriores, o justo deve


lembrar que sofre porque está sujeito às leis natu­
rais desta terra. Assim como a chuva desce sobre
justos e injustos (Mateus 5.45), assim sucede com
as demais coisas as quais estamos sujeitos estando
no mundo, como observamos em Eclesiastes 9.2.

Tudo sucede igualmente a todos: o


m esmo sucede ao ju sto e ao ímpio, ao bom
e ao puro, como ao impuro; assim ao que
sacrifica como ao que não sacrifica; as­
sim ao bom como ao pecador; ao que ju ra
como ao que teme o juramento.

No contexto das leis naturais, o justo está su­


jeito a três tipos de males, que são: os naturais, os
sociais e os morais.
Os males naturais abrangem os distúrbios
da natureza (maremotos, terremotos, furacões,
31
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

tempestades, secas) que destroem cidades e cau­


sam fome, miséria, caos. Essas catástrofes podem
atingir tanto o justo como o injusto; ambos podem
morrer, ter a sua casa destruída ou perder alguém
da família.
Os males sociais dizem respeito a tudo que faz
parte de nossa sociedade, a política, a economia,
a cultura. Por isto, o justo e o injusto estão sujeitos
ao desemprego, à violência, a epidemias, ao es­
tresse, à depressão e outros males decorrentes de
contextos sociais. A diferença é que o justo confia
ao Senhor todas as suas preocupações e encontra
nEle socorro, abrigo, segurança, cura e alegria,
inclusive em meio ao sofrimento.
Já os males morais são causados pela ganância
exacerbada, a avareza, a imoralidade e a perversão. O
homem, dominado pela maldade, costuma massacrar
o seu semelhante para concretizar os seus objetivos.
Muitos desses males não acontecem como
uma ação direta de Satanás. Ocorrem como um
processo natural da vida do ser humano desde que
o pecado entrou no mundo. O justo está dentro
desse contexto.
Não nos esqueçamos de um detalhe: o so­
frimento muitas vezes também é causado devido
à falta de sabedoria, a atitudes impensadas ou a
alguma decisão precipitada que tomamos.

32
S ila s M a la fa ia

Em Provérbios 26.17 — O que, passando,


se mete em questão alheia é como aquele que
toma um cão pelas orelhas — , usando uma lin­
guagem figurada, Salomão enfatiza que corremos
perigo de machucarmo-nos tanto emocional como
fisicamente quando nos metemos em questões
alheias sem sermos chamados. Nenhuma pessoa
em seu juízo perfeito ousaria puxar um cachorro
pelas orelhas, pois sabe que será mordida. Assim
acontece ao homem que não usa a sabedoria dada
por Deus. Ele se fere.
Estes três tipos de males que analisamos, os
males naturais, os sociais e os morais, explicam
por que o justo sofre. Existem outros males que
nos afligem. Porém, é mais importante lembrar
que quem confia no Senhor e retém o que é bom
aprende que o sofrimento é um meio utilizado por
Deus para nos amadurecer tanto emocional como
espiritualmente.

O justo sofre para não se afastar de Deus

O livro dos Juizes conta a história de um povo,


Israel, que durante os momentos de paz desobedecia
à Lei do Senhor e cometia as mais terríveis abomina­
ções, tornando-se obstinado. Nessa narrativa, vemos
histórias que revelam um ciclo de pecado/servidão
(' arrependimento/libertação. Todo o capítulo 2, e
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

mais especificamente os versículos finais, resumem


a história contada ao longo deste livro.

Tampouco desapossarei mais de


diante deles a nenhuma das nações que
Josué deixou, morrendo; para por elas
provar a Israel, se hão de guardar o ca­
minho do SENHOR, como seus pais o
guardaram, para por ele andarem ou não.
Assim, o SENHOR deixou ficar aquelas
nações e não as desterrou logo, nem as
entregou na mão de Josué.
Juizes 2.21-23

Em outras palavras, Deus estava falando para


Seu povo: "Josué subjugou várias nações. Algumas
não foram totalmente destruídas e Eu não as entre­
garei a vocês. Vou deixar um remanescente para
provar a fidelidade de vocês para comigo e fazê-los
lembrar dos milagres que fiz no deserto".
Deus é onisciente. Sabia muito bem que,
quando os israelitas entrassem na Terra Prometida,
esqueceriam Sua Lei, e logo se desviariam para o
caminho da idolatria. Por isso não permitiu que toda
aquela terra fosse completamente conquistada.
No livro dos Juizes, vemos que, quando Israel
entrava pelo caminho da idolatria, adorando os deu­
ses das nações pagãs, Deus permitia que as nações
34
f

Silas Malafaia

inimigas, povos como os midianitas, os cananeus e


os mesopotâmios oprimissem, escravizassem e sub­
jugassem Israel. Porém, quando este se arrependia
de seus pecados e buscava o socorro do Senhor dos
Exércitos, Ele nomeava um ungido (juiz/rei) para
libertar Seu povo do jugo das nações opressoras.
Em 2 Crônicas, vemos a história de Manassés,
um rei de Israel que cometeu pecados abomináveis
contra o Senhor, construindo ídolos e sacrificando
até os seus filhos aos deuses cananitas. Por isso
Deus se irou tremendamente contra ele.

E [Manassés] fez o que era mal aos


olhos do Senhor, conforme as abominações
dos gentios que o Senhor lançara de
diante dos filhos de Israel Porque tomou
a edificar os altos que Ezequias, seu
pai, tinha derribado, e levantou altares
a baalins, e fez bosques, e prostrou-se
diante de todo o exército dos céus, e o
serviu. Fez ele também passar os seus
filhos pelo fogo no vale do Filho de Hinom,
e usou de adivinhações, e de agouros,
e de feitiçarias, e consultou adivinhos e
encantadores, e fez muitíssimo mal aos
olhos do Senhor, para o provocar a ira.
2 Crônicas 33.2,3,6
35
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

Deus, então, permitiu que Manassés fosse


capturado pelos assírios e colocado em um cárce­
re. Porém, em meio ao seu desespero, Manassés,
angustiado, orou deveras ao Senhor, seu Deus, e
humilhou-se muito perante o Deus de seus pais, e
lhe fez oração, e Deus se aplacou para com ele, e
ouviu a sua súplica, e o tornou a trazer a Jerusalém,
ao seu reino; então, reconheceu Manassés que o
Senhor é Deus (2 Crônicas 33.12-13).
Manassés se arrependeu de seus pecados,
buscou ao Senhor com um coração quebrantado.
Por isso alcançou o perdão. E Deus, manifestando
Sua misericórdia e extraordinária graça, permitiu
que Manassés fosse liberto e recuperasse seu trono
em Jerusalém.
Nestes dois episódios bíblicos do povo de Is­
rael, em Juizes e em 2 Crônicas, aprendemos que
Deus muitas vezes permite o sofrimento para que
não nos esqueçamos dEle e para que, tal como o
filho pródigo, voltemos à presença do Pai, cons­
cientes de que somos dependentes de Seu amor,
Sua graça e misericórdia.
E geralmente nos momentos de grande so­
frimento que aprendemos grandes lições e que
buscamos a santidade, o fervor espiritual e somos
abençoados, porque em meio às dificuldades po­
demos contar com o nosso Pai fiel, amigo, cons-

36
Silas Malafaía

lante, que nunca nos desamparará nem permitirá


que sejamos provados além de nossa capacidade
(I Coríntios 10.13). Glória, pois, a Ele!

O justo sofre porque está sendo feito à


im agem de Cristo

Voltemos à pergunta inicial: por que o cristão


sofre, sendo filho de um Pai amoroso e Todo-
Poderoso? (1) Porque está sujeito às leis naturais; (2)
porque não é do mundo, mas está no mundo; (3)
porque o servo não é maior do que o seu Senhor;
(3) pela causa de Cristo; (4) para não se afastar
de Deus; e para (5) tornar-se um genuíno filho de
Deus, conforme a imagem de Cristo.
Em Filipenses 3.10-12 ( n v i ) , Paulo fez uma
declaração tremenda:

Quero conhecer Cristo, o poder de


sua ressurreição e a participação em seus
sofrimentos, tornando-me como ele em
sua morte para, de alguma forma, alcan­
çar a ressurreição dentre os mortos.

E em Romanos 8.29, o apóstolo lembrou que


Deus nos predestinou para sermos conforme a
imagem de Seu Filho Jesus. Os cristãos do primeiro
século passavam por tantos sofrimentos e tantas
37
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

perseguições que precisavam ser lembrados por Rau-


lo de que: 1) O crente é justificado por Deus. Quem
poderia condená-lo? 2) É uma nova criação, feita à
imagem gloriosa de Cristo. Quem pode impedir essa
obra ou separá-lo do amor de Deus? E o apóstolo
finalizou o pensamento com chave de ouro:

Aquele que nem mesmo a seu pró­


prio Filho poupou, antes, o entregou por
todos nós, como nos não dará tamhém
com ele todas as coisas? Ma.s em todas
estas coisas somos mais do que vencedo­
res, por aquele que nos amou.
Romanos 8.32,37

O sofrimento pelo qual passamos como cris­


tãos não é para nos destruir. Tudo coopera para o
bem dos que amam a Deus! Toda essa tribulação
tem um propósito e está sob o controle de Deus.
O caráter de Cristo está sendo formado em nós.
Estamos manifestando ao mundo o fruto do Espírito
— amor, alegria, paz, longanimidade, benigni­
dade, bondade, fidelidade, mansidão, domínio
próprio (Gálatas 5.22,23 a r a ) — e, como espelhos,
refletindo a glória de Deus (2 Coríntios 3.18).
Pessoas estão crendo em Deus e voltando-se
para Ele por causa de nosso testemunho e de nossa
38
Silas Malafaia

pregação da Palavra da verdade. E, em breve, a


trombeta vai soar, e então terá chegado o dia em
que veremos o Senhor face a face; o dia quando
Deus enxugará de nossos olhos toda a lágrima, e
não haverá mais morte, dor nem sofrimento, porque
as primeiras coisas já terão passado; tudo se fará
novo (Apocalipse 21.4). Glória a Deus! Aleluia!
Mas até lá há muito que se fazer para o Se­
nhor! Então continuemos em nossa jornada, fazen­
do como o autor de Hebreus recomendou:

Portanto, tomai a levantar as mãos


cansadas e os joelhos desconjuntados,
e fazei veredas direitas para os vossos
pés, para que o que manqueja se não
desvie inteiramente; antes, seja sarado.
Segui a paz com todos e a santificação,
sem a qual ninguém verá o Senhor, tendo
cuidado de que ninguém se prive da
graça de Deus, e de que nenhuma raiz de
amargura, brotando, vos perturbe, e por
ela muitos se contaminem.
Hebreus 12.12-15

39
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

40
Capítulo 4
Adversidades na vida cristã

Já vimos que longa é a trajetória do cristão,


que ele não pode perder o alvo, deve prosseguir
no ritmo adequado e ter crescimento cm todas as
áreas. Também vimos algumas promessas para os
vencedores, certos desafios que enfrentam e por
que o sofrimento o atinge. Agora, vamos analisar
algumas adversidades inerentes à corrida cristã.
Toda maratona tem o momento mais difícil, a
parte mais complicada do caminho devido à pista
ser sinuosa e/ou íngreme e ao esgotamento do atle­
ta, por fatores físicos ou emocionais. E a maioria
das provas é decidida exatamente pela maneira
como o atleta corre o trecho mais árduo.
Na vida cristã também é assim. Há caminhos
sinuosos, com ladeiras, descidas, adversidades,
iribulações, dias maus. Prega um evangelho men-
Iiroso quem diz: "Venha para Jesus, e você nunca
mais terá problema. Se é pobre, ficará rico. Sua
vida será um verdadeiro céu". É mentira! Veja o
que Jesus disse em João 16.33: Tenho-vos dito
isso, para que em mim tenhais paz; no mun­
41
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

do tereis aflições, mas tende bom ãnimo; eu


venci o mundo.
Jesus deixou bem claro: No mundo tereis
aflições. Não tem jeito! Como vimos, se vivemos
nesta terra, estamos sujeitos às tribulações, aos
conflitos, às lutas, às doenças, às crises econômi­
cas. Contudo, o Senhor também disse: Tende bom
ãnimo . Sendo assim, não nos deixemos abater,
desanimar; não percamos a disposição por causa
das adversidades, pois Ele venceu o mundo e tem
o controle de todas as situações; nada foge ao Seu
domínio, nada é impossível para Aquele que nos
ama, que se entregou por nós e que dirige o nosso
crescimento.
Todas as pessoas enfrentam problemas, difi­
culdades, lutas. Sabe qual a diferença entre mim e
um descrente? Como ser humano, estou sujeito às
mesmas adversidades e tristezas que todos. Como
cristão, fui revestido de autoridade pelo Senhor.
Tenho unção, um revestimento de poder do Espírito
Santo para viver, exercer meu ministério e superar
as adversidades no poder de Deus que habita em
mim e que se aperfeiçoa na minha fraqueza.
Não se engane! A vida cristã tem momentos
muito difíceis. E o apóstolo Paulo foi um especia­
lista em tribulação. Ele chegou a descrever algumas
delas em 2 Coríntios 11.23-27.
Silas Malafaia

Paulo foi caluniado, traído, rejeitado, perse­


guido, açoitado, preso, passou fome, frio, sofreu
naufrágio; enfrentou muitas tribulações, mas man­
teve-se firme na fé. Ele confiava no Senhor e sabia
que em cada angústia por que passava havia um
propósito de Deus para a sua vida. As adversida-
des, as lutas, as batalhas, proporcionam alguns
benefícios, ensinamentos, para o cristão. Foi isto
que Jó concluiu: Mas Deus nos ensina p or meio
do sofrimento e usa a aflição para abrir os
nossos olhos (Jó 36.15 n t l h ).
Não perca o ânimo por causa das tribulações!
Não perca a disposição para a vida por causa das
tulversidades. Muitas são as aflições do justo,
mas o SENHOR o livra de todas (Salmo 34.19).
I ute um pouco mais, prossiga em seu caminho,
confiando que o Senhor vai ajudá-lo e que, pelo
menos, três coisas estão sendo produzidas com
essa tribulação: a paciência, a experiência e a
esperança; coisas importantíssimas para o crente
que deseja conhecer a Deus, fazer a Sua vontade
i' ler a vida eterna.

A tribulação produz paciência, experiência


e esperança

E não somente isto, mas também


nos gloriamos nas tribulações, sabendo
43
ATRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

que a tribulação produz a paciência; e


a paciência, a experiência; e a experiên­
cia, a esperança. E a esperança não traz
confusão, porquanto o amor de Deus está
derramado em nosso coração pelo Espíri­
to Santo que nos foi dado.
Romanos 5.3-5

A vida do cristão não é obra do acaso. Tudo


tem um propósito determinado por Deus. Até a
tribulação [em grego, tsar/tsarah, aflição, tristeza;
thlíbo/thlípsis, pressão/opressão] produz algo bom
como a paciência, a capacidade de suportar afli­
ções com tranqüilidade e perseverança; o que, por
sua vez, produz experiência e esperança.
A experiência faz com que passemos a enxer­
gar a vida de outra maneira. Ficamos mais compre­
ensivos, mais benevolentes e empáticos em relação
ao próximo. Vejamos um exemplo.
Uma mulher durante dez anos conviveu com
um marido alcoólatra e adúltero. Ao longo desse
tempo, persistiu em oração, clamando a Deus pela
libertação do seu cônjuge, e o Senhor atendeu ao
pedido dela. Um dia, a irmã conhece uma pessoa
que passa por uma situação semelhante e pensa em
separar-se. Automaticamente, a irmã relata a sua
história e o mover de Deus em sua vida, e consola
44
Silas Malafaia

.) pessoa com a mesma consolação com que foi


consolada pelo Senhor. Foi isto que observou o
apóstolo Paulo:

Bendito seja o Deus e Pai de nosso


Senhor Jesus Cristo, o Pai das misericórdias
e o Deus de toda consolação, que nos con­
sola em toda a nossa tribulação, para que
também possamos consolar os que estiverem
em alguma tribulação, com a consolação com
que nós mesmos somos consolados de Deus.
2 Coríntios 1.3,4

Você se lembra de José e de Moisés? Eles foram


homens que enfrentaram várias adversidades, para
que adquirissem experiência e pudessem realizar
o plano de Deus.
José, antes de ser exaltado no Egito, foi enga­
nado pelos irmãos, vendido como escravo, calu­
niado, preso, esquecido pelos homens. Mais um
dia, Deus fez com que seu servo fosse lembrado, e
este foi elevado ao cargo de governador do Egito, a
maior potência mundial da época, e isto garantiu a
sobrevivência do povo de Deus ao longo dos 430
anos em que permaneceu ali (Gênesis 37- 41).
Moisés, depois de matar um egípcio, fugir com
medo para uma terra estrangeira, viver 40 anos no

45
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

deserto, foi levantado para conduzir os israelitas à


Terra Prometida ao fim do cativeiro egípcio, pas­
sando por grandes experiências com Deus e na
liderança do povo (ver Êxodo).
Como eles, vários outros cristãos passam por
adversidades, mas vencem para a glória de Deus.
E a nossa experiência e a de outros irmãos em
Cristo produzem em nós esperança; faz-nos crer
que, sendo Deus o mesmo, assim como Ele agiu
no passado, agirá novamente ao nosso favor e
venceremos por Cristo Jesus!

A tribulação produz peso de glória

Já vimos que Deus está forjando Cristo em nós.


Por meio de Seu Espírito que em nós habita, Ele
vai usando cada situação, inclusive a dor e a ad­
versidade para cooperar para o nosso bem, a nossa
salvação e o anúncio das Boas-Novas ao mundo.
Guarde as palavras de Paulo em Romanos 8.18:
Porque para mim tenho por certo que as aflições
deste tempo presente não sãopara comparar com
a glória que em nós há de ser revelada.
Então, além de produzir paciência, experiên­
cia e esperança em nossa vida, a tribulação produz
glória, o que nos remete à vida eterna, quando

46
Silas Malafaia

seremos totalmente transformados pelo Senhor à


imagem incorruptível de Cristo.

Por isso, não desfalecemos; mas,


ainda que o nosso homem exterior se
corrompa, o interior, contudo, se renova
de dia em dia. Porque a nossa leve e mo­
mentânea tribulação produz para nós um
peso eterno de glória mui excelente, não
atentando nós nas coisas que se vêem,
mas nas que se não vêem; porque as que
se vêem são temporais, e as que se não
vêem são eternas.
2 Coríntios 4.16-18

Ao que Paulo se referia quando falou da cor­


rupção do homem exterior? Ao homem natural, à
nossa natureza humana, que se enfraquece devi­
do às doenças, às tristezas, às adversidades, aos
problemas da vida, às tribulações, à idade. Mas,
por outro lado, o homem interior, isto é, o homem
espiritual, renova-se a cada dia. O Espírito Santo
renova o crente até no sofrimento.
Nos momentos de sofrimento, Paulo sentia
que dentro dele havia algo infinitamente superior
(' mais poderoso que o renovava. E ao perceber a

47
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

grandeza do poder do Espírito Santo, o apóstolo


animou-nos: Por isso, não desfalecemos...
Por que o crente em comunhão com o Senhor
não desfalece, não é destruído nem desanima
facilmente em meio às lutas? Porque na hora do
sofrimento ele consegue ver com os olhos da fé a
existência de algo maior e melhor do que a tribula­
ção, e isso o sustenta. Ele aprende com o sofrimento
a viver em uma dimensão de vida maior e sente a
constante presença do Senhor a guardá-lo, animá-
lo e renová-lo em todos os seus caminhos.

Esteja firme na presença de Deus

É vergonhoso constatar que pessoas se afas­


tam de Cristo e apostatam da fé pelas coisas mais
banais da vida. Alguns dizem: "Estou saindo da
igreja, porque o diácono não me deu a paz do
Senhor", ou "o pastor pregou uma mensagem
sobre o meu problema, e não gostei", ou ainda
"falaram mal da minha mulher, então, deixarei a
igreja". Outros, se o pastor não der oportunidade
na igreja ou deslocá-los para outro trabalho, eles
deixam a denominação. Isso é um cristianismo
falido! Essas pessoas demonstram ser fracas na fé.
Precisam conhecer Jesus e aceitá-lo novamente.
Se o seu pastor resolver mudá-lo de cargo, dê
glória a Deus! Prontifique-se para desempenhar

48
Silas Malafaia

outra função. O que não pode é ser uma bênção


enquanto desenvolve um trabalho na igreja, mas
perder toda a santidade ao ser destituído de um
cargo. Isso é uma vergonha!
Reflita sobre o que Paulo disse em Roma­
nos 8.31-34, quando o povo de Deus passava
por grandes tribulações, angústia, perseguição,
morte:

Quem nos separará do amor de


Cristo? A tribulação, ou a angústia, ou a
perseguição, ou a fome, ou a nudez, ou o
perigo, ou a espada? Como está escrito:
Por amor de ti somos entregues à morte
todo o dia: fomos reputados como ovelhas
para o matadouro. Mas em todas estas
coisas somos mais do que vencedores,
por aquele que nos amou.
Porque estou certo de que nem a
morte, nem a vida, nem os anjos, nem os
principados, nem as potestades, nem o
presente, nem o porvir, nem a altura, nem
a profundidade, nem alguma outra criatu­
ra nos poderá separar do amor de Deus,
que está em Cristo Jesus, nosso Senhor!
Romanos 8.35-39
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

Sempre, em meio ao sofrimento, quando a


nossa fé é provada, temos fantásticas revelações
do Senhor que nos fortalecem e revestem de auto­
ridade para enfrentar e vencer os nossos inimigos
espirituais.
Em todas as lutas que você estiver enfrentando,
lembre-se de que é mais do que vencedor. E como
profeta de Deus, declaro que, em nome de Jesus,
toda essa adversidade se transformará na mais
espetacular vitória do Senhor em sua caminhada
cristã!
Capítulo 5
Bons frutos na adversidade

os momentos de tribulação, lutas e


N adversidades, todos nós dizemos: "Se­
nhor, livra-me disso. Não agüento mais!" Afinal,
ninguém gosta de enfrentar problemas, batalhas.
Essa é uma das características do ser humano. No
entanto, no período de deserto é possível apren­
der algumas importantes lições sobre paciência
e esperança. Logo, aprendemos a esperar e a
depender do Senhor.
Ter paciência é suportar a dor e os infortúnios
sem se queixar. É resignar-se. É aprender a depender
de Deus. Não existe outra saída. Não adianta ape­
lar para o "jeitinho brasileiro". Se Deus permitiu as
tribulações em sua vida, nenhum amigo, por mais
influente que seja na sociedade, poderá dar-lhe uma
solução adequada. Você terá de esperar e confiar no
Senhor.
A paciência produz experiência, um conjun­
to de conhecimentos adquirido ao longo da vida,
vivência; o que implica habilidade e perícia. A
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

experiência não é adquirida apenas por meio do


conhecimento teórico, acumulado pelo ensino das
escolas. Depende da experiência diária, do que o
Espírito Santo ministra ao nosso coração em nosso
dia-a-dia. Através disso, o cristão pode amadurecer
por meio do sofrimento.
Paulo também afirmou que a experiência nos
leva a ter esperança. O crente cresce espiritual­
mente, torna-se forte e disposto a enfrentar as tri­
bulações da vida, pois sabe que pode contar com
a presença de Deus. Por isso confia que será mais
do que vencedor.
Quem gosta da tribulação? Ninguém! No
entanto, tenha em mente que, ao passar por uma
adversidade, você estará mais disposto a enfrentar
outras lutas e mais uma vez vencê-las. Mas lembre-
se: o caminho mais difícil produz muitos benefícios
para a nossa vida.

Lutas geram m u d a n ças de atitude

Quando atravessamos por algum sofrimento


paramos de intrometer-nos na vida dos outros e
passamos a analisar as nossas próprias atitudes
como filhos de Deus. E esta auto-análise começa
justamente quando perguntamos: "Meu Deus, por
que isso está acontecendo comigo?" Procuramos
encontrar razões que expliquem o nosso sofrimen­

52
Silas Malaíaia

to, examinamos o nosso subconsciente. E descobri­


mos algumas áreas fragilizadas de nossa vida.
O livro de Neemias narra a história de Jerusa­
lém depois que ela foi destruída. Nele, vemos que
os habitantes dessa cidade enfrentavam tribulações,
fome, pobreza, miséria e desprezo. O muro estava
destruído e as portas queimadas. Então Neemias
orou a Deus, reconhecendo a área que estava de­
ficiente e vulnerável em sua vida.

E sucedeu que, ouvindo eu essas


palavras, assentei-me, e chorei, e lamen­
tei por alguns dias; e estive jejuando e
orando perante o Deus dos céus.
De todo nos corrompemos contra ti e
não guardamos os mandamentos, nem os
estatutos, nem os juízos que ordenaste a
Moisés, teu servo.
Neemias 1.4,7

Neemias reconheceu o seu erro e o de seu


povo. Disse: "Senhor, eu e meu povo temos pe­
cado; não temos obedecido aos Teus estatutos". A
confissão trouxe perdão e mudança de rumo. Deus
ouviu a oração sincera de Seu servo, e o resultado
foi a reconstrução de Jerusalém.

53
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

O profeta Daniel também intercedeu por


Israel, humilhando-se diante de Deus e fazendo
confissão de pecados.
E eu dirigi o meu rosto ao Senhor
Deus, para o buscar com oração, e rogos,
e jejum., e saco, e cinza. E orei ao Senhor,
meu Deus, e confessei, e disse: Ah! Se­
nhor! Deus grande e tremendo, que guar­
das o conserto e a misericórdia para com
os que te amam e guardam os teus man­
damentos.
Pecamos, e cometemos iniqüidade,
e procedemos impiamente, e fomos rebel­
des, apartando-nos dos teus mandamen­
tos e dos teus juízos; e não demos ouvi­
dos aos teus servos, os profetas, que em
t.eu nome falaram aos nossos reis, nossos
príncipes e nossos pais, como também
a todo o povo da terra. A ti, ó Senhor,
pertence a justiça [...] a nós pertence a
confusão do rosto, aos nossos reis, aos
nossos príncipes, e a nossos pais, porque
pecamos contra ti.
Estando eu ainda falando, e oran­
do, e confessando o meu pecado e o pe­
cado do meu povo Israel, e lançando a
minha súplica perante a face do Senhor,
54
Silas Malafaia

meu Deus, pelo monte Santo do meu


Deus, estando eu, digo, ainda falando
na oração, o varão Gabriel, que eu tinha
visto na m.Í7iha visão ao princípio, veio
voando rapidamente e tocou-me à hora do
sacrifício da tarde.
Daniel 9.3-8,20,21

Leia na íntegra a confissão de Daniel em


Daniel 9.3-21. Israel estava sofrendo muito sob o
domínio da Babilônia. Esse texto nos mostra que
Deus permite o sofrimento para que o justo faça
uma análise introspectiva de si mesmo, corrija os
pontos vulneráveis de sua vida e seja uma pessoa
alegre no sofrimento.

A s lutas fortalecem o cristão

A tribulação também fortalece a pessoa. Parece


paradoxal, porque, quando pensamos em tribulação,
automaticamente pensamos em desânimo, derrota,
perda. Entretanto, no mundo espiritual não funciona
dessa maneira. A tribulação é apenas algo a serviço
de Deus, um meio para Ele atingir certos fins.

E, para que me não exaltasse


pelas excelências das revelações, foi-
me dado um espinho na carne, a saber,
55
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

um mensageiro de Satanás, para me


esbofetear, a fim de não me exaltar.
Acerca do qual três vezes orei ao Senhor,
para que se desviasse de mim. E disse-
me: A minha graça te basta, porque o
meu poder se aperfeiçoa na fraqueza.
De boa vontade, pois, me gloriarei nas
minhas fraquezas, para que em mim
habite o poder de Cristo. Pelo que sinto
prazer nas fraquezas, nas injúrias, nas
necessidades, nas perseguições, nas
angústias, por amor de Cristo. Porque,
quando estou fraco, então, sou forte.
2 Coríntios 12.7-10

Paulo orou três vezes, pedindo ao Senhor


que o livrasse de um espinho na carne. O após­
tolo primeiro falou com Deus e, depois, escutou
a resposta do Senhor. Aquela adversidade não era
para tirar a vida de Paulo. O diabo também não
dominaria a vida dele por causa daquele problema.
Ao contrário, naquele momento de luta, Paulo seria
fortalecido no homem interior.
Ninguém gosta de passar pela tribulação, mas
ela produz muitos resultados positivos para a vida
cristã. Tribulação produz vitória incomum, pois nos
períodos de batalha aprendemos a depender de
Deus. É nessa hora que ficamos ainda mais forta-
56
Silas Malafaia

leciclos. É exatamente nos períodos de tribulação,


de deserto, de oposição que o Senhor fortalece os
Seus escolhidos.

Alegria no sofrimento

Uma pessoa só pode ter alegria durante o so­


frimento se a graça de Deus for derramada sobre
ela. O que é graça? É a bondade, o amor e o favor
imerecido de Deus em prol do homem.
No sofrimento, o Senhor pode encher o crente
de gozo, alegria, e renovar as suas forças. Assim é
a graça de Deus operando em nossa vida.
Mas, sem a graça de Deus, é impossível ter
alegria no sofrimento. Por isto, apenas o cristão
autêntico pode desfrutar dessa bênção.
Pode até ser que algum adepto de alguma
religião aja com justiça, use de compaixão, ande
dentro das regras religiosas, porém somente viven­
do pelo poder de Cristo conseguiremos entender o
real sentido deste que é o maior e mais importante
atributo divino revelado por Deus para a salvação
da humanidade: a graça.
Se durante o sofrimento você estiver alegre,
feliz, não tente encontrar explicação para isso. Essa
alegria provém da graça, da glória, do poder de
Deus, da ação do Espírito Santo em sua vida. Seja
grato ao Senhor por isto!

57
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

Três elementos precisam interagir em nossa


vida para que obtenhamos a alegria em meio ao
sofrimento. O elemento humano, a graça de Deus
e a ação do Espírito Santo.
Deus conhece o nosso potencial e os limites
de nossa força. Porém, sem a ação do Espírito San­
to e sem a graça, o elemento humano não poderá
gerar alegria no sofrimento. Mas se deixarmos que
estes dois últimos elementos, a graça e o Espírito,
habitem em nosso coração, a cada dia mais senti­
remos felicidade em nossa vida.
Mas também é possível que um dia o crente
esteja cheio do Espírito Santo e da graça de Deus
e, contudo, estar triste e chorando. Isto acontece
porque o elemento humano não está interagindo
com os elementos espirituais.
Lemos em Atos 13.52 que os discípulos
estavam alegres mesmo passando por adversidades.
Em sua carta aos Filipenses, ele repete nove vezes
a frase: Regozijai-vos sempre. É possível que nas
entrelinhas ele quisesse dizer: "Enquanto vocês se
distraem, eu estou preso, mas permaneço cheio
de alegria".
Vale a pena caminhar com Deus e ser guiado
pelo Seu Espírito!
Capítulo 6
Na vida cristã, há bonança

É bem verdade que toda maratona possui


trechos difíceis, mas também sempre existem os
percursos mais fáceis. Nessas horas, o "vento" so­
pra a favor. A pessoa não precisa fazer força para
se destacar.
Vida cristã também tem esses bons períodos,
quando o crente tem casa, carro, emprego, dinhei­
ro, saúde; quando sua empresa está prosperando;
seu casamento, feliz; seu filho formado. Mas la­
mento que muitos cristãos não saibam lidar com
a fase da bonança! Isso é um erro!
Medite no que o apóstolo Paulo disse à Igreja
em Filipo:

Sei estar abatido e sei também ter


abundância; em toda a maneira e em to­
das as coisas, estou instruído, tanto a ter
fartura como a ter fome, tanto a ter abun-
dância como a padecer necessidade.
Filipenses 4.12
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

Fàulo estava afirmando: "Eu sei viver. Se sobrarem


recursos, consigo levar uma vida boa. Mas, nos
momentos de escassez, também sobrevivo sem
problemas. Tanto na bonança como no deserto consigo
viver com tranqüilidade".

Usufruindo d as b ên ção s de Deus

Jesus transforma, liberta e prospera a vida dos


cristãos. Entretanto, alguns, à medida que Deus
abre portas, ficam soberbo, vaidoso e esnobe. En­
tão, por que o Senhor irá abençoá-los?
Não estou fazendo apologia à pobreza. Prego
sobre prosperidade e bênção. Mas até compreendo
por que muitos cristãos viverão com dificuldades
até entrarem no céu. Eles não desejam aprender.
Deus quer lhes dar prosperidade, mas se der, vão
desviar-se e viver em pecado.
Alguns não têm mais tempo de ir à igreja,
param de trabalhar na obra de Deus e não agem
com liberalidade. Eles deixam de orar, ler a Pala­
vra, sonegam o dízimo e a oferta. Por outro lado,
encontram tempo para passar finais de semana no
campo, na praia ou cuidando de seus negócios.
Existem muitos cristãos ricos que são miserá­
veis. Eles dão ofertas do mesmo valor das pessoas
menos abastadas. Há empresários cuja empresa
fatura R$ 200 mil por mês, mas eles dão oferta
60
Silas Malafaia

de R$ 10,00 enquanto outros crentes, que recebem


um salário de mil reais por mês ofertam até mais.
Não consigo entender essa postura mesquinha
diante de Deus. Será que essas pessoas pensam que
podem enganar o Senhor? Isso é impossível!
Na igreja, conheci um empresário que em suas
conversas sempre falava de negócios. Ele conseguia
fechar contratos milionários. Mas, depois de alguns
anos, perdeu tudo. Por quê? Porque ele não era
liberal. Sempre prometia que ajudaria na obra de
Deus se conseguisse certa negociação. No entanto,
depois da bênção conquistada, esquecia-se do que
prometera. O Senhor estava atento. E no momento
certo ergueu a Sua mão de justiça.
Há pessoas que pensam que podem nego­
ciar com Deus. Isso é imposível! Alguns pensam:
"Senhor, se me abençoar, ofertarei 30% do que
ganhar para a sua obra". Por que estas pessoas não
dão esse valor no pouco? Atente para as palavras
de Jesus: Disse-lhe o seu senhor: Bem está,
bom e jíe l servo. Sobre o pouco foste fiel, so­
bre muito te colocarei; entra no gozo do teu
senhor (Mateus 25.23).
Nos momentos de fartura ou de escassez,
precisamos saber caminhar sem perder de vista o
horizonte. Tudo o que somos, fazemos e temos é
graças à permissão de Deus!

61
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

Ultimamente, tenho profetizado que o Senhor


deseja dar riquezas para os cristãos fiéis. No en­
tanto, é preciso cumprir os mandamentos divinos
que estão na Palavra de Deus. Ser obediente ao
Senhor, ser liberal na obra, ajudar aos necessitados,
ser um bom mordomo do que Deus nos confiou. É
necessário não perder a íé, não amar ao dinheiro
e aos bens desta terra. Se agir assim, saberá usu­
fruir as bênçãos do Senhor para a sua vida! Se for
um crente espiritualmente forte, saberá viver em
qualquer situação, conduzindo a sua família nos
caminhos do Senhor.
Ainda que a situação esteja difícil, glorifique
a Deus. Mantenha-se fiel ao Senhor tanto na es­
cassez como na abundância. Dê seu dízimo e suas
ofertas. Ajude a sua igreja, pois Deus ama ao que
dá com alegria.
Não deixe de buscar ao Senhor. Ele renovará
as suas forças. Aperfeiçoe-se cada vez mais na
graça e no conhecimento de Deus. Valorize as bên­
çãos que você já tem recebido, semeando amor no
coração de seu irmão e ajudando aos necessitados.
Deus certamente está olhando, e o recompensará
no momento certo.
Capítulo 7
O final da corrida

Nos últimos cem metros de toda maratona, o


atleta já consegue enxergar a linha de chegada. A
Igreja está nos seus últimos cem metros, de onde
já consegue vislumbrar o fim dos tempos. Entre­
tanto, três coisas ameaçam os crentes nesse final
da sua trajetória para o céu: o abandono da fé, o
esfriamento espiritual e o desânimo.
Muitos cristãos têm abandonado a prova, de­
sistindo no meio do caminho por causa do mundo,
de prazeres efêmeros e do pecado. Tem muita gente
desistindo do Evangelho. Jesus previu isso: E, p o r
se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos
se esfriará (Mateus 24.12).
Nesses últimos cem metros, muitas pessoas
têm demonstrado muito cansaço. Não querem ir
para igreja, muito menos orar, lera Ralavra ou jejuar.
Outros até são assíduos aos cultos, mas somente
o corpo está presente; eles não se envolvem. Não
sentem prazer nas coisas de Deus. Pára eles, é um
fardo orar, louvar, ler a Ralavra. Trabalhar na obra,

63
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

nem pensar. O curioso é que, para ir à festa ou ao


shopping, por exemplo, não estão cansados nem
desanimados.

O mover de D eus

Apesar do esfriamento e do cansaço de alguns,


nesses últimos cem metros está havendo um mover
do Senhor. Estamos passando por um avivamento
como nunca houve na história da Igreja. É verdade
que tem gente desanimada e cansada, mas a chama
do Espírito está acesa na Igreja, soprando um vento
de avivamento.
No Movimento Pentecostal, quando se fala
em derramar do Espírito Santo, em avivamento,
logo se pensa em batismo com o Espírito Santo.
Entretanto, vai muito além disso. Veja o que está
escrito em Atos 2.17:

E nos últimos dias acontecerá, diz


Deus, que do meu Espírito derramarei
sobre toda a carne; e os vossos filhos e
as vossas filhas profetizarão, os vossos
jovens terão visões, e os vossos velhos
sonharão sonhos.

Em nome de Jesus, profetizo que a Igreja verá


salvação como nunca antes foi vista na história.
64
Silas Malafaia

Jesus salvará toda a sua casa, toda a sua parente­


la. É tempo de avivamento! Já está acontecendo.
Você não perderá os seus queridos para o mundo.
O mover do Espírito Santo proporcionará salvação
em grande escala nas igrejas.
É tempo de avivamento! Os cristãos serão
batizados com o Espírito Santo e, com autorida­
de, pregarão o Evangelho, conforme prometeu o
Senhor em Atos 1.8:

Mas recebereis a virtude do Espíri­


to Santo, que há de vir sobre vós; e ser-
me-eis testemunhas tanto em Jerusalém
como em toda a Judéia e Samaria e até
aos confins da terra.

Os cristãos orarão com autoridade, e pessoas


serão curadas em nome de Jesus. Cegos irão en­
xergar. Haverá manifestações sobrenaturais como
nunca se viu. Será o poder de Deus manifestado
na terra.
Veja o que o apóstolo Paulo escreveu à Igreja
em Corinto:
Mas a manifestação do Espírito
é dada a cada um para o que for útil.
Porque a um, pelo Espírito, é dada a
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

palavra da sabedoria.; e a outro, pelo


mesmo Espírito, a palavra da ciência; e a
outro, pelo mesmo Espírito, a fé; e a outro,
pelo mesmo Espírito, os dons de curar; e a
outro, a operação de maravilhas; e a outro,
a profecia; e a outro, o dom de discernir os
espíritos; e a outro, a variedade de línguas;
e a outro, a interpretação das línguas.
Mas um só e o mesmo Espírito opera todas
essas coisas, repartindo particularmente a
cada um como quer.
1 Coríntios 12.7-11

Busque mais a Deus, seja cheio do Espírito


Santo, e faça a obra do Senhor! É tempo de aviva-
mento!

Perseverando na fé até o fim

Em nossa maratona rumo ao céu, não há ape­


nas um vencedor. Há inúmeros vencedores. Mas,
para que haja milhões de campeões, é preciso que
cada um persevere na fé até o fim e possa dizer
como Paulo: Combati o bom combate, completei
a carreira, guardei a fé (2 Timóteo 4.7).
Não importam as lutas, as adversidades,
continue em sua trajetória! Um dia, você passará

66
Silas Malafaia

pela linha de chegada. Poderão haver calúnias,


difamações, armações, mas não desista no meio
do caminho. Isto é previsível. Todos os que p ia ­
mente querem viver em Cristo Jesus padece­
rão perseguições (2 Timóteo 3.12). Não se deixe
abater. Você irá conseguir.
O inferno se levantará contra a sua vida, mas
não desista! Prossiga olhando para o alvo, Jesus,
o Autor e Consumador da fé. O Senhor estará ao
seu lado. Deus não lhe concedeu esta vida para
que prossiga além, pela eternidade.

Voltando para Cristo

Há muitas pessoas que sequer entraram na


maratona rumo à eternidade. Este pode ser o seu
caso. Se você faz parte deste grupo, precisa co­
meçar hoje a sua caminhada com Cristo para a
vida eterna. Você precisa ter um encontro real e
verdadeiro com Jesus, que transforma e liberta.
Aceite-o como seu Salvador e Senhor! Vale a pena
conhecê-lo e ser guiado por Ele!
Se já tiver tido um encontro com Ele, mas por
algum motivo desanimou, parou, desviou-se do Ca­
minho, volte. Hoje é o dia! Alguns podem ter dito
a você que acabou, que é o fim, que Deus não vai
aceitá-lo. É mentira do diabo! Deus o ama e deseja
que você retorne. Ele vai recebê-lo com festa. Há
67
A TRAJETÓRIA DA VIDA DO CRISTÃO

vestes novas e um anel guardados para você. O Pai


vai curá-lo e renová-lo, a fim de que você volte à
corrida. Há uma jornada a ser percorrida. O Senhor
irá libertá-lo dos grilhões que dominam a sua vida.
Deus ama você e deseja restaurá-lo.
Há muitas bênçãos de Deus para a sua vida.
Creia! Volte-se para o Criador! Deus está olhando
para a sua vida. Você vencerá em nome do Senhor
Jesus.
Agora ore ao Senhor:

"Senhor, neste momento desejo estar em Tua


presença. Entrego a minha vida em Tuas mãos. Re­
conheço que sou carente do Teu amor, da Tua graça
e da Tua misericórdia. Desperta em mim o desejo
de conhecer-Te cada dia mais. Enche o meu ser de
alegria e paz. Renova as minhas forças e sustenta-
me nos Teus caminhos. Tira do meu coração toda
a angústia, ansiedade e tristeza. Quebra, Senhor,
os grilhões que me prendem ao pecado. Faze de
mim uma nova criatura, cheia de esperança e de
fé e guia-me pelas veredas da justiça, por Tua mi­
sericórdia e graça. Em nome de Jesus, amém!"

FIM
A trajetória da vida
Para sermos bem -sucedidos na vida
secular, precisamos estabelecer m etas e
planejar ações concretas rumo ao nosso
alvo. Na vida cristá, não é diferente. 0
crente, para obter o prêmio da soberana
vontade de Deus em Cristo Jesus e ga­
nhar a eternidade, precisa percorrer no
ritmo adequado toda a trajetória que é
proposta pelo Senhor, com m otivação, fé,
coragem e persistência, transpondo os li­
mites, ultrapassando obstáculos internos
e externos até alcançar a vitória final.
Qual tem sido o ritmo da sua maratona
cristã? Se por algum motivo você se encon­
tra desanimado, prostrado, fora da corrida,
lembre-se de que o Senhor o am a e tem po­
der para reerguê-lo e guiá-lo triunfantemente
pelas veredas que conduzem à vida.
Siias Malafaia Que este livro o ajude a entender os
é psicólogo clínico, conferencista
propósitos de Deus para sua vida, a animá-
internacional e pastor evangélico.
lo e a fortalecer a sua fé, a fim de que, ao
final da sua carreira cristã, você possa dizer
como o apóstolo Paulo: Combati o bom
combate, com pletei a carreira, guardei a fé
(2 Tm 4.7).

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