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DECRETO Nº 3.

975 DE 19 DE SETEMBRO DE 2022

Dispõe sobre a Gestão Democrática nas unidades educacionais da


Rede Pública Municipal de Ensino de Campinápolis – MT e dá
outras providências.

JOSÉ BUENO VILELA, Prefeito Municipal de Campinápolis, Estado de Mato Grosso,


no uso das atribuições que lhe são conferidas pela Lei Orgânica Municipal,

Considerando que a participação da comunidade na gestão escolar é uma forma de


atendimento ao preceito constitucional de gestão democrática;

Considerando a necessidade de gerenciamento democrático competente, destinando a


direção dos estabelecimentos de ensino a servidores efetivos, legitimados pela comunidade
escolar;

Considerando a necessidade de estabelecer, nas instituições de ensino, progressiva


autonomia pedagógica, administrativa e financeira;

Considerando o disposto nos incisos V e VI, do art. 206 da Constituição da República

DECRETA
TÍTULO I
DA GESTÃO DEMOCRÁTICA
CAPÍTULO I
DA FINALIDADE
Art. 1°. A Gestão Democrática tem por finalidade a construção de uma sociedade livre, justa
e solidária, conforme está definida no inciso I, Art. 3° da Constituição Federal de 1988,
baseada na dinâmica que promovam as decisões coletivas nas unidades escolares municipal.

Art. 2°. A Gestão Democrática do Ensino Público Municipal, em conformidade com o Art.
206, inciso VI da Constituição Federal, e no Art. 14 da Lei Federal n° 9.394/96, exercida na
forma desta lei, obedecendo aos seguintes princípios.
I – Corresponsabilidade entre o Poder Público e sociedade na gestão da escola;
II – Autonomia pedagógica, administrativa e financeira da escola, mediante organização e
funcionamento dos Conselhos Deliberativos da comunidade escolar, do rigor na aplicação
dos critérios democráticos para escolha do diretor da escola e da transferência automática de
recursos às unidades escolares.
III – Transparência dos mecanismos administrativos, financeiros e pedagógicos;
IV – Eficiência no uso dos recursos financeiros;
V – Liberdade de organizar segmentos da Comunidade Escolar: Associações, Grêmios ou
outras formas.
TÍTULO II
DA AUTONOMIA DA GESTÃO ADMINSITRATIVA
CAPÍTULO I
DA FINALIDADE E COMPOSIÇÃO

Art. 3°. A administração das unidades escolares municipal e da rede que compõem a gestão
será exercida pelos seguintes segmentos:
I – Diretor,
II – Órgãos consultivos e deliberativos da unidade escolar

Art. 4°. A administração das unidades escolares será exercida pelo diretor em consonância
com as deliberações do Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar (CDCE), respeitadas
as disposições legais.

Art. 5° O Diretor de cada Unidade Escolar, com 150 (cento cinquenta) ou mais estudantes
matriculados, será nomeado pelo Chefe do Executivo, após aprovação em processo de
seleção dos candidatos a ser realizado por empresa contratada ou pela Secretaria Municipal
de Educação (SEMED), por meio de processo seletivo, prova de títulos e entrevista.
§1°. Os candidatos ao cargo diretor deverão ser aprovados em uma prova escrita e obter
média, não inferior a 60,0% (sessenta por cento), do total de100% (cem por cento) da
pontuação exigida em edital e não zerar nenhuma disciplina da prova.
§2°. Após aprovação na avaliação, o Prefeito nomeará aquele que melhor atender os critérios
da administração.

Art. 6°. Compete ao diretor:


I – Representar a escola, responsabilizando-se pelo seu funcionamento;
II – Trabalhar em consonância com o CDCE, na elaboração, execução e avaliação do Projeto
Político Pedagógico e do Plano de Desenvolvimento Estratégico da escola, observadas as
políticas públicas da Secretaria Municipal de Educação e, outros processos de planejamento;
III – Coordenar a implementação do Projeto Político Pedagógico da escola, assegurando a
sua unidade, bem como o cumprimento do currículo e do calendário escolar;
IV – Manter atualizado o tombamento dos bens públicos zelando em conjunto com todos os
segmentos da comunidade escolar pela sua conservação e preservação;
V – Responsabilizar pais ou responsáveis ou ao próprio individuo (quando esses for maior
de idade) por possíveis danos causados ao patrimônio escolar, quando esse for proveniente
de insubordinação de indivíduos pertencente a comunidade escolar.
VI – Dar conhecimento à comunidade escolar das diretrizes e normas emitidas pelos órgãos
do Sistema de Ensino;
VII – Submeter ao Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar para exame e parecer, no
prazo regulamentado, a prestação de contas dos recursos financeiros repassados a unidade
escolar e registrado em ata;
VIII – Prestar contas, no período determinado pela Secretaria Municipal de Educação, dos
Recursos do FNDE enviado diretamente para a unidade escolar;
XIX – Divulgar para a Comunidade Escolar a movimentação financeira da escola;
X – Coordenar a processo de avaliação das ações pedagógicas desenvolvidas na escola;
XI – Apresentar, anualmente, à Secretaria Municipal de Educação e Cultura e à comunidade
escolar a avaliação do cumprimento das metas estabelecidas, bem como a avaliação interna
da escola e as propostas que visem a melhoria da qualidade do ensino e o alcance das metas
estabelecidas;
XII – Fazer cumprir as ações estabelecidas pela SEMED para alcance das metas dos
indicadores dos índices do IDEB.
XIII – Promover um ambiente de cooperação entre os membros da comunidade escolar em
prol do melhoramento de rendimentos escolares; do melhoramento relações entre pessoas e
produtividade de trabalhos; evitando os desperdícios e encontrando alternativa para o
aproveitamento dos recursos, tanto humano como financeiro para o bom andamento da
escola.
XIV – Cumprir e fazer cumprir a legislação vigente.

Art. 7°. As Unidade de Ensino deverão organizar e efetivar seu planejamento com princípio
à Gestão Democrática, compreendida como a tomada de decisão conjunta quanto ao
planejamento, organização, execução, acompanhamento e avaliação das questões
administrativas, pedagógica e financeiras, envolvendo a participação da comunidade escolar.
Parágrafo único. A comunidade Escolar é constituída pelos profissionais da educação que
atuam na unidade escolar, alunos regularmente matriculados, pais e responsáveis.

Art. 8°. Para assumir a função de Diretor Escolar, o servidor candidato ao cargo deve
preencher os seguintes requisitos cumulativos:
I – Ser professor, ocupante de cargo de provimento efetivo do Magistério na Rede Pública
Municipal, com habitação em Pedagogia ou Licenciatura em outras áreas do conhecimento;
II – Estar em exercício de docência, no mínimo 02 (dois) anos na escola que pretende dirigir.
III – Ser pessoas idôneas, sem antecedentes criminais comprovado por meio de certidão civil
e criminal (no âmbito municipal, estadual e federal);
IV – Apresentar proposta de trabalho motivada e comprometida, dentro da realidade social
da comunidade escolar para a qual irá se inscrever;
V – Não ter recebido, nos exercícios de função pública, advertência escrita, nos últimos três
anos;
VI – Não ter respondido, nos exercícios de função pública, processos administrativos
disciplinares, nos últimos três anos.
VII – Não estar respondendo processo por corrupção nos últimos 04 (quatro) anos função
pública;
VIII – Não ter respondido processos por assédio sexual, moral ou crimes contra menores de
idades.

Parágrafo único. Caso não haja professor efetivo com 02 (dois) anos de docência na
unidade escolar, poderá escrever o professor que tenha 01 (um) ano de docência na unidade
escolar ou 02 (dois) anos em qualquer escola pública da rede municipal de ensino, desde que
seja resguardado a observância dos demais itens do parágrafo anterior.

Art. 9°. Os exercícios da função de Diretor Escolar será de 02 (dois) anos.

Art. 10º. Entre os candidatos aprovados, o Chefe do Executivo poderá nomear o profissional
para a função de Diretor, que assumirá na data determinada pela Administração Municipal e
Secretaria Municipal de Educação, considerando o período de vigência do calendário
escolar.
§ 1°. A unidade Escolar que não tiver candidatos inscritos para participar no processo
seletivo, caberá ao Prefeito Municipal a indicação do profissional, de outra unidade escolar,
que preencha os requisitos cumulativos previstos por meio de Portarias Publicada pela
Secretaria Municipal de Educação, que preencha os requisitos previsto no Art.8° desta lei.

CAPÍTULO II
DO PROCESSO DE SELEÇÃO DOS CANDIDATOS

Art. 11º Será publicado Edital de Chamamento Público, para a seção dos profissionais, que
cumprirem os pré-requisitos, aptos a assumir a função de Diretor Escolar, mediante processo
seletivo, no qual será aferida a competência técnica/pedagógica dos candidatos por meio das
seguintes etapas:
I – Etapa 1: Avaliação Psicológica;
II – Etapa 2: Formação sobre Gestão aos candidatos;
III – Etapa 3: Apresentação do Plano Anual à Comunidade Escolar pelo candidato;
IV – Etapa 4: Entrega do Plano de Gestão Anual à SEMED;
V – Etapa 5: Prova escrita;
VI – Etapa 6: Apresentação de Títulos; e
VII – Etapa 7: Entrevista com os candidatos.

Art. 12º se o processo de seleção for conduzido pela SEMD, será composta uma Comissão
para conduzir o Processo de Seleção de candidatos à Diretor Escolar, e bem como avaliar as
etapas previstas no artigo 11, desta Lei.
Parágrafo único: A comissão do Processo de Seleção será composta por representantes da
Secretaria Municipal de Educação e dos colegiados das Unidades de Ensino.

Art. 13º O Diretor Escolar e sua gestão serão avaliados, anualmente, por uma comissão
nomeada pelo Chefe do Executivo, conforme regulamentação pautada nas metas elencadas
em seu plano de gestão e nos resultados aferidos pelos instrumentos de avaliação
institucional do município.

Art. 14º O Plano de Gestão do servidor nomeado para a função de Diretor Escolar poderá
servir de instrumento para compor os indicadores de monitoramento e avalição e deverá ser
apresentado à Comunidade Escolar no início do ano letivo.

Art. 15º O Diretor Escolar assinará um termo de compromisso na Secretaria Municipal de


Educação, comprometendo-se exercer, com zelo, as atribuições específicas da função e
responsabilizando-se, principalmente:
I – Pela aprendizagem dos estudantes;
II – Pelo cumprimento de, no mínimo, duzentos dias letivos e oitocentas horas anuais para as
escolas em tempo parcial e duzentos dias letivos e mil e quatrocentas horas anuais para as
escolas em tempo integral.
III – Pelo cumprimento das diretrizes determinada pela Secretaria Municipal de Educação.

Art. 16º O servidor será exonerado da função de Diretor Escolar por ato discricionário do
executivo, caso demonstrar:
I – Baixo desempenho, constatado por meio de avaliação anual realizada pela Secretaria
Municipal de Educação;
II – Infração aos princípios da Administração Pública, ou qualquer irregularidade decorrente
do exercício de sua função pública;

III – Descumprimento do termo de compromisso por ele assinado.

Art. 17º. O Diretor Escolar em exercício deverá participar, assiduamente, dos cursos de
formação de diretores, professores e demais servidores ofertados pela Secretaria Municipal
de Educação.

Art. 18º. O Diretor Escolar em exercício na data da entrada em vigor da presente Lei,
permanecerá na função até que o processo seletivo seja concluído.

TÍTULO II

CAPÍTULO I

DA AUTONOMIA DA GESTÃO FINANCEIRA

Art. 19º. A autonomia da gestão financeira dos estabelecimentos de ensino objetiva o seu
funcionamento normal e a melhoria no padrão de qualidade educativa.

Art. 20º. Constituem recursos da unidade escolar;


Parágrafo único: Repasses, doações, subvenções que lhe forem concedidas pela União,
Estado e Município, e entidade públicas e privadas, associações de classe e quaisquer outras
categorias ou entes comunitários.

Art. 21º. O repasse de recursos financeiros (PDDE) às unidades escolares que vise ao
financiamento de serviços e necessidades básicas, regulamentada pela Secretaria Municipal
de Educação e repassado semestralmente, considerando-se 02 (dois) repasses anuais.

Art. 22º. Os recursos financeiros da unidade escolar serão depositados em conta específica a
ser mantida em estabelecimento do crédito (Banco do Brasil), efetuando-se sua
movimentação por meio de cheques nominai, cartão ou transferências on-line pelo
presidente, tesoureiro e diretor da escola.

Art. 23º. As aquisições ou contratações efetuadas pela escola deverão ser aprovadas
previamente pelo Conselho Deliberativo da Comunidade Escolar, conforme normas e
regulamentos baixados pela Secretaria Municipal de Educação.

Art. 24º. As contratações de obras e serviços serão restritas às necessidades de construção,


reforma, ampliação e manutenção dos prédios e equipamentos escolares, ficando vedada sua
utilização para substituir ou complementar pessoal necessário para atividades pedagógicas,
administrativas, nutricionais, de limpeza, vigilância e outras.

Seção I
Do Recurso Federal
Art. 25º. Os recursos financeiros repassados pelo FNDE/União, por meio do Programa
Dinheiro Direto na Escola (PDDE), e outros, têm por finalidade prestar assistência financeira
em caráter suplementar às Unidades Educacionais.
§ 1°. Os programas que tratam o caput desde Artigo objetivam a melhoria da infraestrutura
física e pedagógica das Unidades Educacionais e reforço da autogestão no plano financeiro
administrativo pedagógico.

§ 2°. Os recursos que tratam o caput deste Artigo serão transferidos por meio de assinatura
do Termo de Adesão ou instrumento congênere, de acordo com o número de matrículas
extraída do Censo Escolar do ano anterior.

Art. 26º. Os recursos destinados ao PDDE e demais ações vinculadas, serão liberados
anualmente em parcelas definidas de acordo com Resoluções do FNDE.

Art. 27º. A prestação de contas dos recursos recebidos por meio do PDDE deverá ser
organizada conforme normas específicas, definidas em Resolução do FNDE, com parecer do
Conselho Fiscal e aprovado em Assembleia Geral da Unidade Educacional.
Parágrafo único. O presidente do CDCE prestará contas do PDDE e administra esses
recursos em parceria com a direção da unidade escolar à Equipe Técnica da SEMED
responsável por prestação de contas.
CAPÍTULO
SEÇÃO I
DA AUTONOMIA DA GESTÃO PEDAGÓGICA

Art. 28º. A autonomia da Gestão Pedagógica das unidades escolares objetiva a flexibilização
da educação escolar mediante o compromisso assumido na coletividade para o cumprimento
das metas preestabelecidas pelo cenário nacional, para qualidade na educação.

Art. 29º. A autonomia da Gestão das unidades escolares será assegurada pela definição nas
propostas pedagógicas específicas do Projeto Político Pedagógico, no alinhamento das
políticas e metas preestabelecidas às exigências das orientações estadual e nacional vigente.

Art. 30º. A coordenação Pedagógica deverá ser exercida por um profissional comprometido
com o Projeto Político Pedagógico tendo como referência, clara, os campos de
conhecimentos, liderança e assegurar a execução dos processos de ações pedagógicas
desenvolvidos na escola.

CAPÍTULO III
DISPOSIÇÕES FINAIS

Art. 31º. Os casos omissos serão resolvidos pela Secretaria Municipal de Educação,
regularizado por meio de Decreto Municipal.

Art. 32º. Aplicam-se aos diretores e coordenadores as disposições da Lei Complementar n°


001/1993 (Estatuto do Servidor Pulico do Município de Campinápolis/MT) e as disposições
constante na Lei Complementar Municipal n° 027/2011 (Plano de Cargos Carreira dos
Servidores da Educação do Município) especialmente quanto aos deveres e proibição.

Art. 33º. Este Decreto entra em vigor na data de sua publicação, revogadas as disposições
em contraria.

Gabinete do Prefeito Municipal de Campinápolis – MT, em 19/09/2022

JOSÉ BUENO VILELA


Prefeito Municipal

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