Você está na página 1de 280

Textos de apoio às aulas teóricas

SLIDES

Matemática
Curso de Contabilidade e Administração

Matemática de Ciências Empresariais I


Curso de Comércio Internacional

Coordenador: Professor Doutor António Carvalho Pedrosa


Outros Docentes: Doutora Cristina Torres
Doutor José Manuel Azevedo
Doutora Maria de Lurdes Babo
Doutora Patrícia Ramos

2019/2020
Capítulo 1

Funções Reais de Variável Real


FUNÇÕES REAIS DE
VARIÁVEL REAL

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 1
SUMÁRIO

● Números Reais
– Introdução e Definição
– Valor Absoluto
– Intervalos

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 2
CONJUNTOS DE NÚMEROS

ℕ = {números naturais} = {1,2,3,…}


Z = {números inteiros relativos} = {…, − 3, − 2, − 1,0,1, 2,3,…}
ℚ = {números racionais} = Z ∪ {números fracionários}
ℝ = {números reais} = ℚ ∪ {números irracionais}

ℕ⊂ℤ⊂ℚ⊂ℝ
Exemplo:
11 11
2.5 ∈ ℚ 2.5 ∉ Z − ∈ℚ − ∉Z
3 3
2 ∈ℝ 2 ∉ℚ π ∈ℝ π ∉ℚ
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 3
NÚMEROS RACIONAIS

Definição:
Um número x é racional ( x ∈ ℚ) se for representado
por uma dízima finita ou infinita periódica.
Observação:
Um número racional pode ser representado pelo quociente de
dois números inteiros (denominador não nulo).
Exemplo:
231
= 0.231 Dízima finita
1000
5
= 0.714285714285714285… Dízima infinita periódica
7
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 4
NÚMEROS IRRACIONAIS

Definição:
Um número é irracional se for representado por uma dízima
infinita não periódica.

Exemplo:

2 = 1.414213562… Dízima infinitas não


π = 3.1415926535897… periódicas

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 5
NÚMEROS REAIS

Definição:
O conjunto dos números reais, ℝ, é a reunião do conjunto dos
racionais com o conjunto dos irracionais.
Observação:
Os números reais são usados para representar grandezas
como o comprimento, a massa e a temperatura.

ℝ ℚ
Z

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 6
A RETA REAL – INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA

Existe uma correspondência biunívoca entre ℝ e o conjunto


dos pontos de uma reta: a cada x ∈ ℝ corresponde um e um
só ponto da reta e a cada ponto da reta corresponde um e um
só x ∈ ℝ (coordenada do ponto).

Negativos Origem Positivos

−2 −1 0 1 2
1
− 2.8
2 2

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 7
VALOR ABSOLUTO DE UM NÚMERO REAL

Definição:
O valor absoluto de x ∈ ℝ , x , é a distância entre o ponto de
coordenada x e a origem.
 x, x≥0
x =
 − x, x<0
Exemplo:
2 =2 ; −8 = 8 ; 0 =0 ; 3 −5 =5− 3
Observação:
x − y = y − x representa a distância entre os pontos da reta
x− y = y−x
real de coordenadas x e y.
x y
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 8
PROPRIEDADES DO VALOR ABSOLUTO

P1: x = − x = x2 ≥ 0

P2: x y = x y

P3: x < a ⇔ − a < x < a , a>0

P4: x > a ⇔ x > a ∨ x < − a , a>0

P5: Desigualdade triangular


x+ y ≤ x + y

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 9
INTERVALOS DE NÚMEROS REAIS

Definição:
Sejam a , b ∈ ℝ e b > a.
Intervalo aberto ]a , b[ ou ( a , b )

]a, b[ = { x ∈ ℝ : a < x < b}


Intervalo fechado [ a , b ]
[ a, b ] = { x ∈ ℝ : a ≤ x ≤ b}
Intervalos limitados semiabertos
[ a, b[ = { x ∈ ℝ : a ≤ x < b}
]a, b ] = { x ∈ ℝ : a < x ≤ b}
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 10
INTERVALOS DE NÚMEROS REAIS

Definição:
Intervalos ilimitados são conjuntos do tipo
[ a, +∞[ = { x ∈ ℝ : x ≥ a}
]−∞, a ] = { x ∈ ℝ : x ≤ a} [1, +∞[
]a, +∞[ = { x ∈ ℝ : x > a} Intervalo ilimitado
]−∞, a[ = { x ∈ ℝ : x < a}
Observação: ∞ não é um número real
Definição:
Vizinhança de centro a e raio δ > 0 é o intervalo aberto
Vδ ( a ) = ]a − δ , a + δ [ .
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 11
EXERCÍCIOS

1. Determine o conjunto-solução das condições:


1.1 2x + 1 < 3
1.2 1− x ≥ 2
Resolução:
1.1 2 x + 1 < 3 ⇔ −3 < 2 x + 1 < 3
⇔ −4 < 2 x < 2
⇔ −2 < x < 1 ∴ S = ]−2,1[
1.2 1 − x ≥ 2 ⇔ 1 − x ≥ 2 ∨ 1 − x ≤ −2
⇔ − x ≥ 1 ∨ − x ≤ −3
⇔ x ≤ −1 ∨ x ≥ 3 ∴ S = ]−∞, −1] ∪ [3, +∞[
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 1 - Funções Reais de Variável Real 12
FUNÇÕES REAIS DE
VARIÁVEL REAL

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 1
SUMÁRIO

● Funções Reais de Variável Real


– Definição, Domínio, Contradomínio
– Gráficos
– Operações com Funções: Aritméticas e
Composição
– Classificação de Funções
– Funções Polinomiais e Função Afim

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 2
FUNÇÃO

Definição:
Função f é uma regra que associa a cada elemento x de um
conjunto X (domínio) exatamente um elemento y de um
conjunto Y (conjunto de chegada).
f : X →Y
x → y = f ( x)
Variável independente x – x pode ser escolhido arbitrariamente
no domínio
Variável dependente y – y é completamente determinado por x
e por f.
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 3
EXEMPLO

São funções de X (domínio) em Y (conj. chegada):

X Y X Y

3 1
1 6
f 2 3
4 g
2
3 8

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 4
EXEMPLO

Não são funções de X (domínio) em Y (conj. chegada):

X Y X Y
g
3 1
1 6
f
4
3

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 5
DOMÍNIO E CONTRADOMÍNIO

Definição:
Domínio de uma função é o conjunto X de todos os valores x
para os quais f está definida.
(Costuma também representar-se por D f )

Definição:
Contradomínio de uma função é o conjunto de todos os valores
y = f (x).
(Costuma representar-se por D′f )

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 6
FUNÇÃO – EXEMPLO

Numa quinta vai construir-se uma cerca retangular para


animais. Pretende-se que um dos lados da cerca seja uma
parte de um muro já existente.
Para pintar esse muro é preciso gastar 1 €/m. O custo de
construção dos outros três lados da cerca é 5 €/m. Dispõe-se
apenas de 180 €.
Quais as dimensões da cerca que maximizam a sua área?
[Problema adaptado de Edwards and Penney,
Calculus with Analytic Geometry, Prentice-Hall, 4th Ed., 1994, pag. 8 – 9]
x
5€
y5 € 5€y

1€
x
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 7
FUNÇÃO – EXEMPLO
x
Resolução: 5€
Relação entre os lados da cerca y5 € 5€y

Custo: 1€
x
C = (5 + 1) x + (5 + 5) y = 180
Escolhendo x como variável independente
3
6 x + 10 y = 180 ⇔ y = − x + 18
5
3 2
Área A = x y = − x + 18 x
5
3 2
A é função apenas do comprimento x: A( x) = − x + 18 x
5
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 8
FUNÇÃO – EXEMPLO

Resolução (cont.):

Domínio de A(x):

x > 0, para o retângulo estar definido


y > 0, para o retângulo estar definido
3
y > 0 ⇔ − x + 18 > 0 ⇔ x < 30
5

Conclusão:
3 2
A ( x ) = − x + 18 x, 0 < x < 30
5
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 9
FUNÇÃO – EXEMPLO

Resolução (cont.):

A área é máxima no vértice da parábola: V ( x* , A* )


V ( x* , A* )
Determinação das dimensões da cerca,
x*e y* , que maximizam a área: A( x )
3 2
A ( x ) = 0 ⇔ − x + 18 x = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = 30
5
0 + 30 3
*
x = = 15 ⇒ A = − × 152 + 18 × 15 = 135
*

2 5
*
* A * 135 * x
y = * ⇔y = ⇔ y =9
x 15
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 10
FUNÇÃO REAL DE VARIÁVEL REAL

Definição:
Função real de variável real é toda a função de um conjunto
X ⊆ ℝ no conjunto ℝ.
Simbolicamente:
f :X ⊆ℝ→ℝ
x → y = f ( x)
Observação:
A variável é real porque x ∈ ℝ.

A função é real porque y = f ( x) ∈ ℝ.

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 11
GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO

Definição:
Gráfico de uma função é o lugar geométrico de todos os
pontos cujas abcissas são os valores da variável independente
x e as ordenadas são os valores correspondentes da função
y = f (x).

Exemplo: (slide 10)


A( x )
3 2
A ( x ) = − x + 18 x, 0 < x < 30
5

x
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 12
OPERAÇÕES COM FUNÇÕES

• Soma/Diferença
• Produto
• Quociente
• Composição

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 13
SOMA/DIFERENÇA DE FUNÇÕES

Definição:
Soma (diferença) de duas funções f e g é a função que se
designa por f ± g e em que

D f ± g = D f ∩ Dg
e
( f ± g )( x) = f ( x) ± g ( x)

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 14
PRODUTO/QUOCIENTE DE FUNÇÕES

Definição:
O produto de duas funções f e g é a função que se designa
por f × g e em que D f × g = D f ∩ Dg
e
( f × g )( x) = f ( x) × g ( x)
Definição:
Quociente de duas funções f e g é a função que se designa por
f
g
e em que {
D f = x ∈ D f ∩ Dg : g ( x) ≠ 0 }
g
e
f f ( x)
( x) =
g g ( x)
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 15
FUNÇÃO COMPOSTA

Definição:
A função composta das funções f e g é a função que se
designa por f  g e em que

D f  g = { x ∈ ℝ : x ∈ Dg ∧ g ( x ) ∈ D f }
e
( f  g )( x ) = f  g ( x ) 

x g y = g (x) f z = f [g ( x )]

f g

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 16
FUNÇÃO COMPOSTA – EXEMPLO

Defina as funções h1 = f  g e h 2 = g  f sendo f ( x ) = x + 1


2

1
e g ( x) = .
x
Resolução:
 1 
Dh 1 = { x : x ∈ Dg ∧ g ( x ) ∈ D f } =  x : x ∈ ℝ \ {0} ∧ ∈ ℝ  = ℝ \ {0}
 x 
Dh 2 = { x : x ∈ D f ∧ f ( x ) ∈ Dg } = { x : x ∈ ℝ ∧ x 2 + 1 ≠ 0} = ℝ
2
1 1 1 1 + x2
h1 ( x ) = f  g ( x )  = f   =   + 1 = 2 + 1 = 2
x x x x
1
h 2 ( x ) = g  f ( x )  = g ( x + 1) = 2
2

x +1
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 17
FUNÇÃO COMPOSTA – EXEMPLO

Resolução (cont.):
Temos assim
h1 : ℝ \ {0} → ℝ h2 : ℝ → ℝ
1 + x2 1
x → x →
x2 x2 + 1

Observação:
Note que f g ≠ g f

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 18
CLASSIFICAÇÃO DE FUNÇÕES

(quanto à expressão analítica)

Inteiras
ou
Racionais Polinomiais

Algébricas
Fracionárias

Funções Irracionais

Transcendentes

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 19
FUNÇÕES POLINOMIAIS – EXEMPLO

f ( x ) = −2 x + 2
g ( x ) = x3 − 4 x
h ( x ) = x ( x − 1) ( x 2 − 4 )( x 2 − 9 )

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 20
FUNÇÕES RACIONAIS FRACIONÁRIAS - EXEMPLO

x3 + 2 x 2 − 5 x + 1
f ( x) =
x+8
1
g ( x) =
x
( x + 1)( x + 3)
h( x) =
( x + 1)( x − 3)(1 − 2 x)

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 21
FUNÇÕES IRRACIONAIS – EXEMPLO

f ( x) = 2 + x

g ( x) = 3 1+ x
3
x + 2 +1
h( x) =
x −1

Observação:
p ( x ) = x 2 + 2 + x não é função irracional (é uma função
polinomial)

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 22
FUNÇÕES TRANSCENDENTES – EXEMPLO

f ( x ) = sin ( 2 x )
g ( x ) = ln ( x )
h ( x ) = 1 + e 2 x +3

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 23
FUNÇÃO POLINOMIAL

Definição:
Função racional inteira ou função polinomial de grau
n ∈ ℕ 0 é toda a função da forma
f :ℝ → ℝ
x → an x n + an−1 x n−1 + ... + a1 x + a0
ai ∈ ℝ, i = 0,1,… , n
an ≠ 0

A forma do gráfico de uma função polinomial está relacionada


com o seu grau n.

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 24
FUNÇÃO AFIM

Definição:
Função afim é toda a função da forma

f :ℝ → ℝ
x → m x + b, m, b ∈ ℝ

Se b = 0 Função linear

f :ℝ → ℝ
x → m x, m∈ℝ

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 25
GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO AFIM

y
4 y=x

2 x

y = −2 −2

y = −2 x + 4
O gráfico de uma função afim é uma reta.

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 26
DECLIVE DE UMA RETA NÃO VERTICAL QUE PASSA
POR P1 ( x1 , y1 ) e P2 ( x2 , y2 )

y2 − y1
m= , x2 ≠ x1
x2 − x1

Observação:
O declive não é definido para retas verticais.

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 27
EQUAÇÕES DE RETAS

• Dados o declive m e a interseção b com o eixo yy:


Equação reduzida: y = mx +b

• Dados o declive m e um ponto da reta P ( x1 , y1 ) :


Equação cartesiana: y − y1 = m ( x − x1 )

• Reta horizontal: m = 0 ⇒ y = y1

• Reta vertical: x = x1

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 28
RETAS PARALELAS

Duas retas são paralelas sse tiverem o mesmo declive.

y 1
y = x +1
2
1
y = x −1
2
1
y = x−3
2
x

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 29
RETAS PERPENDICULARES

A reta r de declive mr ( mr ≠ 0 ) é perpendicular à reta s de


1
declive ms sse ms = − .
mr
y
y = 2x + 1
1
y = − x +1
2
1

−0.5 2 x

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 30
EXERCÍCIOS

1. Seja f ( x ) = −2 x e g ( x ) = x − 4 x. Determine:
3

1.1 f ( 3) + 2 g ( −1)
1.2 ( f × g )( x )
1.3 ( g  f )( x )

Resolução:
1.1 f ( 3) + 2 g ( −1) = −6 + 2 ( −1) − 4 ( −1)  = 0
 3

 
1.2 ( f × g )( )
x = −2 x ( x 3
− 4 x ) = −2 x 4
+ 8 x 2

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 31
EXERCÍCIOS

Resolução (cont.):
1.3 f ( x ) = −2 x e g ( x ) = x 3 − 4 x

( g  f )( x ) = g  f ( x ) 
= g ( −2 x )
3
= ( −2 x ) − 4 ( −2 x )
= −8 x 3 + 8 x

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 32
EXERCÍCIOS

2. Determine o declive, a interseção com os eixos coordenados


e esboce o gráfico das retas:
2.1 y = 2
2.2 x = −4
2.3 3x +2y = 6

Resolução:
2.1 m = 0 (reta horizontal)
Não interseta o eixo xx (reta paralela ao eixo xx)
Interseção com o eixo yy: (0, 2)
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 33
EXERCÍCIOS

Resolução (cont.):
2.2 O declive da reta não está definido (reta vertical)
Não interseta o eixo yy (reta paralela ao eixo yy)
Interseção com o eixo xx: (−4, 0)
3
2.3 3 x + 2 y = 6 ⇔ y = − x + 3
3 2
m=−
2
Interseção com o eixo yy: (0, 3)
x=0⇒ y =3
Interseção com o eixo xx: (2, 0)
y = 0 ⇒ 3x + 0 = 6 ⇔ x = 2
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 34
EXERCÍCIOS

Resolução (cont.):
Gráficos das 3 retas

y=2

2 x

x = −4 3x + 2 y = 6

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 35
EXERCÍCIOS

3. Escreva a equação reduzida y = m x + b da reta que passa


pelo ponto (1, 0) e tem declive –2.

Resolução:

y − 0 = −2 ( x − 1) ⇔ y = −2 x + 2

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 36
EXERCÍCIOS

4. Escreva uma equação da reta que passa pelos pontos


(−2, 4) e (−1, −3).

Resolução:

y = mx+b
−3 − 4
m= = −7
−1 + 2
y − 4 = −7 ( x + 2 ) ⇔ y = −7 x − 10

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 37
EXERCÍCIOS

5. Escreva uma equação da reta que passa pelo ponto


(−2, −7) e é paralela à recta de equação 3 x + 5 y = 11 .
[H. pág. 97: 43]

Resolução:

3
Declive da reta 3 x + 5 y = 11: m = −
5
Equação da reta pretendida: y = m x + b
3 3 41
y + 7 = − ( x + 2) ⇔ y = − x −
5 5 5

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 38
EXERCÍCIOS

6. Escreva uma equação da reta que passa pelo ponto (3, 1) e


é perpendicular à reta de equação 5 x − 6 y = 4 .
[H. pág. 97: 45]

Resolução:
5
Declive da reta 5 x − 6 y = 4 : m =
6
6
Declive da reta perpendicular: m ' = −
5
Equação da reta pretendida:
6 6 23
y − 1 = − ( x − 3) ⇔ y = − x +
5 5 5
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 2 - Funções Reais de Variável Real 39
SUMÁRIO

Funções Reais de Variável Real (Cont.)

● Funções Polinomiais de Grau ≥2


– Gráficos
– Zeros
● Função Racional
– Definição, Domínio
– Zeros
– Assíntotas
● Função Irracional
– Definição, Domínio
– Zeros

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 1
FUNÇÃO POLINOMIAL DE GRAU 2 – FUNÇÃO QUADRÁTICA

Definição:
Função quadrática é toda a função da forma

f :ℝ → ℝ
x → y = ax 2 + bx + c, a ≠ 0

O gráfico de uma função quadrática é uma parábola.

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 2
GRÁFICO DE UMA FUNÇÃO QUADRÁTICA

f ( x ) = ax 2 + bx + c, a ≠ 0

a>0

a<0
 b  b 
V
Vértice da parábola:  − , f − 
 2a  2a  
Uma reta horizontal pode intersetar o gráfico em 0, 1 ou 2
pontos.

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 3
ZEROS DE UMA FUNÇÃO QUADRÁTICA

f ( x ) = ax 2 + bx + c, a ≠ 0

f ( x ) = 0 ⇔ a x 2 + bx + c = 0
2
−b ± b − 4ac
⇔x=
2a

• b 2
− 4ac > 0 ⇒ a função tem dois zeros distintos
• b − 4ac = 0 ⇒
2
a função tem um zero duplo
• b 2 − 4ac < 0 ⇒ a função não tem zeros reais

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 4
FUNÇÃO POLINOMIAL DE GRAU 3

Definição:
Função polinomial de grau 3 é da forma
f :ℝ →ℝ
3 2
x → y = a3 x + a2 x + a1 x + a0, a3 ≠ 0

Conclusão: Número de extremos: 0 ou 2


Sugestão: Analise o número de zeros e de interseções de
uma reta horizontal com o gráfico.
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 5
FUNÇÃO POLINOMIAL DE GRAU 4

Definição:
Função polinomial de grau 4 é da forma
f :ℝ → ℝ
4 3 2
x → y = a4 x + a3 x + a2 x + a1 x + a0, a4 ≠ 0

Conclusão: Número de extremos: 1 ou 3


Sugestão: Analise o número de zeros e de interseções de
uma reta horizontal com o gráfico.
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 6
FUNÇÃO POLINOMIAL DE GRAU 5

Definição:
Função polinomial de grau 5 é da forma
f :ℝ → ℝ
x → y = a5 x 5 + a4 x 4 + a3 x 3 + a2 x 2 + a1 x + a0, a5 ≠ 0

Conclusão: Número de extremos: 0, 2 ou 4


Sugestão: Analise o número de zeros e de interseções de
uma reta horizontal com o gráfico.
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 7
FUNÇÃO POLINOMIAL

Teorema:
O gráfico de uma função polinomial de grau n tem, no
máximo, n – 1 extremos (máximos/mínimos) e corta o eixo xx,
no máximo, n vezes.

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 8
ANALOGIAS ENTRE GRÁFICOS DE FUNÇÕES
POLINOMIAIS DE GRAU ÍMPAR
A forma do gráfico de uma função polinomial está relacionada
com o seu grau.

f ( x) = 2x + 2 h ( x ) = x5 + 2 x 4 − 3x3 − 4 x 2 + 4 x

f h

g ( x ) = x3 − 4 x

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 9
ANALOGIAS ENTRE GRÁFICOS DE FUNÇÕES
POLINOMIAIS DE GRAU ÍMPAR

f ( x ) = −2 x + 2 h ( x ) = − x5 − 2 x 4 + 3x3 + 4 x 2 − 4 x

g h
f

g ( x ) = − x3 − 4 x

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 10
ANALOGIAS ENTRE GRÁFICOS DE FUNÇÕES
POLINOMIAIS DE GRAU PAR

f ( x ) = x2 h ( x ) = x 6 − x 5 − 13 x 4 + 13 x3 + 36 x 2 − 36 x

g h

g ( x ) = 2 x 4 − 2 x3 − 22 x 2 + 18 x + 36

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 11
ANALOGIAS ENTRE GRÁFICOS DE FUNÇÕES
POLINOMIAIS DE GRAU PAR

g ( x ) = −2 x 4 + 2 x 3

f g h

f ( x ) = − x2 + 1 h ( x ) = − x 6 + x 5 + 13 x 4 − 13 x 3 − 36 x 2 + 36 x

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 12
FUNÇÃO RACIONAL

Definição:
Função racional f é toda a função que se pode expressar
como quociente de dois polinómios, isto é,

f :A→ℝ
P( x)
x→
Q( x)

{
sendo A = x ∈ ℝ : Q ( x ) ≠ 0 }

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 13
FUNÇÃO RACIONAL – EXEMPLO

x +1 y
1. f ( x ) =
x−3 f
D f = ℝ \ {3}
Zeros (determinados pelo numerador)
1
x +1
f ( x) = 0 ⇔ =0 −1 3 x
x−3
⇔ x = −1

Assíntotas*
x = 3; y = 1
(*A definição formal de assíntota irá ser vista mais tarde)
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 14
FUNÇÃO RACIONAL – EXEMPLO

2. f ( x) =
( x + 1)( x − 2 )
x ( x − 1)( x + 2 ) f

D f = ℝ \ {−2,0,1}
x
Zeros −2 −1 1 2

f ( x) = 0 ⇔
( x + 1)( x − 2 ) = 0
x ( x − 1)( x + 2 )
⇔ x = −1 ∨ x = 2
Assíntotas
x = −2; x = 0; x = 1; y = 0

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 15
FUNÇÃO RACIONAL – EXEMPLO

y
x ( x − 2 )( x + 2 )
3. f ( x ) = f
( x − 3)( x + 3)
D f = ℝ \ {−3,3}
−3 −2 2 3 x
Zeros
x ( x − 2 )( x + 2 )
f ( x) = 0 ⇔ =0
( x − 3)( x + 3)
⇔ x = 0 ∨ x = 2 ∨ x = −2
Assíntotas
x = −3; x = 3; y = x
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 16
FUNÇÃO IRRACIONAL

Definição:
Função irracional f é toda a função algébrica que não é
racional.
y
f
Exemplo:

1. f ( x ) = x+5
−5 x
D f = [ −5, + ∞[

Zeros
f ( x ) = 0 ⇔ x + 5 = 0 ⇔ x = −5

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 17
FUNÇÃO IRRACIONAL – EXEMPLO

Cálculos auxiliares:
2. f ( x ) = 2x − x 2
2x − x2 = 0 ⇔ x ( 2 − x ) = 0
⇔ x = 0∨ x = 2
D f = { x : 2 x − x ≥ 0} = [ 0,2]
2

y = 2x − x2
Zeros
f ( x) = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = 2
y f

2 x

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 18
FUNÇÃO IRRACIONAL – EXEMPLO

x +1
3. f ( x ) =
x−4 Cálculos auxiliares:

x −∞ −1 4 +∞
 x + 1 
Df = x : ≥ 0 ∧ x − 4 ≠ 0 x + 1 − 0 + +
 x−4  x−4 − − 0 +
= ]−∞, −1] ∪ ]4, +∞[ Q + 0 − n.d. +

Zeros y
f ( x ) = 0 ⇔ x = −1 f

1
Assíntotas
x = 4; y = 1 −1 4 x

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 19
EXERCÍCIOS

6 6
1. Resolva a equação =
3x − 5 2 x + 3 [H. pág. 137: 7]

Resolução:
6 6
=
3x − 5 2 x + 3
.
3 5
⇔ 6 ( 2 x + 3) − 6 ( 3 x − 5 ) = 0 ∧ x ≠ − ∧ x ≠
2 3
⇔ 2 x + 3 − 3x + 5 = 0
⇔ x=8

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 20
EXERCÍCIOS

2. O lucro resultante da venda de um produto é dado por


L( x) = 82 x − 0.1x 2 − 1600 , onde x é o número de
unidades vendidas.
Os pontos de equilíbrio ocorrem para valores de x onde
L(x) = 0.
Quantas unidades se produzem nos pontos de equilíbrio?
. [H. pág. 205: 47]
Resolução:
L( x) = 0 ⇔ 82 x − 0.1x 2 − 1600 = 0 ⇔ −0.1x 2 + 82 x − 1600 = 0
−82 ± 78
⇔x=
−0.2
⇔ x = 800 ∨ x = 20
Nos pontos de equilíbrio produzem-se 20 ou 800 unidades.
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 21
EXERCÍCIOS

3. Diga qual é o domínio e o contradomínio de cada uma das


funções seguintes:

2
3.1 y = x +4 [H. pág. 83: 35, 37]

3.2 y = x+4
.
Resolução:

3.1 D = ℝ; D′ = [ 4, + ∞[
3.2 D = { x ∈ ℝ : x + 4 ≥ 0} = −4, +∞ ; D′ = ℝ +
[ [
0

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 22
EXERCÍCIOS

4. Para cada uma das funções seguintes, determine o domínio


e faça-lhe corresponder o respetivo gráfico.
x −1 x +1
f ( x) = g ( x) = h( x) = −2 − 9 − x 2
x−2 x+3

y y y

x x

A B C
[H. pág. 83-84: 39, 40, 42]

António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 23
EXERCÍCIOS

Resolução:

D f = { x ∈ ℝ : x − 1 ≥ 0 ∧ x − 2 ≠ 0} = [1,2[ ∪ ]2, +∞[


f → Gráfico B

Dg = { x ∈ ℝ : x + 3 > 0} = ]−3, +∞[


g → Gráfico C

Dh = { x ∈ ℝ : 9 − x 2 ≥ 0} = [ −3,3]
h → Gráfico A
António Carvalho Pedrosa e Lurdes Babo Aula 3 - Funções Reais de Variável Real 24
SUMÁRIO

Funções Reais de Variável Real (Cont.)


● Funções Definidas por Ramos
– Função Módulo
● Função Inversa
● Função Exponencial
● Função Logarítmica

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 1
FUNÇÕES DEFINIDAS POR RAMOS

Sempre que se utilizam duas ou mais expressões algébricas


distintas para representar diferentes regiões do domínio de
uma função, dizemos que a função está definida por ramos.
Exemplo: y

x + 2, x < −2

f (x) = 4 − x2, − 2 ≤ x ≤ 2
2x − 4, x > 2 1

1 x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 2
FUNÇÕES DEFINIDAS POR RAMOS – EXEMPLO

x2 , x ≥1
g(x) =  1
−x −1, x <1
1 x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 3
FUNÇÃO MÓDULO

Definição:

Função módulo é a função


x , x ≥ 0
f ( x) = x = 
− x , x < 0
y

y = −x y=x
1

1 x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 4
FUNÇÃO MÓDULO – EXEMPLO

1. Seja f ( x) = x + 2 − 5.
1.1 Calcule f (−3) e f (0).
1.2 Defina a função por ramos e represente-a.

Resolução:
1.1 f ( −3) = −3 + 2 − 5 = 1 − 5 = −4

f (0) = 0 + 2 − 5 = 2 − 5 = −3

 x + 2 , x ≥ −2  x − 3 , x ≥ −2
1.2 x + 2 =  x + 2 −5 = 
− x − 2 , x < −2 − x − 7 , x < −2

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 5
FUNÇÃO MÓDULO – EXEMPLO

Resolução (cont.):
y
y = x+2

1 x

y = x + 2 −5

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 6
FUNÇÃO INVERSA – INJETIVIDADE

Definição:
Uma função f : X → Y é injetiva sse a objetos diferentes
correspondem imagens diferentes.

Simbolicamente:

∀ x1 , x2 ∈ X : x1 ≠ x2 ⇒ f ( x1 ) ≠ f ( x2 )

Interpretação Gráfica:
Qualquer linha horizontal interseta o gráfico de uma função
injetiva no máximo em um ponto.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 7
INJETIVIDADE: INTERPRETAÇÃO GRÁFICA

y f
g
1

1 x

1 x

A função f é injetiva A função g não é injetiva

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 8
FUNÇÃO INVERSA

Definição:
Sejam f e f –1 duas funções tais que

f −1 [ f ( x) ] = x, ∀x ∈ D f
e
f  f ( x )  = x, ∀x ∈ D f −1 .
 −1

Então f e f –1 são funções inversas e


−1
y = f ( x) ⇔ x = f ( y ).

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 9
FUNÇÃO INVERSA – PROPRIEDADES

x = f −1 ( y ) f y = f (x) D f = D′f −1
D f −1 = D′f
f −1
1. As funções injetivas têm inversa (e vice-versa).
2. Pode mostrar-se que uma função não pode ter duas
inversas distintas.
−1
3. É habitual construir os gráficos de f e f usando o
mesmo argumento x. Assim, é frequente escrevermos
y = f ( x)
e
y = f −1 ( x) (em vez de x = f −1 ( y ) ).
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 10
FUNÇÃO INVERSA – CASO DE NÃO INJETIVIDADE

Consideremos agora o caso de uma função não injetiva,


por exemplo, 2
y=x
(outro exemplo análogo seria y = xn, n par).

Neste caso, a “inversa” divide-se em dois ramos

y= x
e
y=− x
tendo ambos os ramos o intervalo [ 0,+∞[ como domínio de
definição.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 11
FUNÇÃO INVERSA – CASO DE NÃO INJETIVIDADE
y y = x2

y= x
1

1 x

Conclusão: y=− x
De acordo com a definição de função,
y = x 2 , x ∈ ℝ, não tem inversa
y = x 2 , x ∈ [ 0, +∞[ , tem como inversa x = y
(ou usando x como argumento, y = x )
y = x 2 , x ∈ ]−∞,0] , tem como inversa x = − y
(ou usando x como argumento, y = − x )
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 12
GRÁFICO DE FUNÇÕES MUTUAMENTE INVERSAS

Simetria
Os gráficos de funções mutuamente inversas são simétricos
em relação à bissetriz dos quadrantes ímpares (a reta de
equação y = x )
ou seja,
se o ponto P (a, b) pertence ao gráfico de f então o ponto
P′ (b, a) pertence ao gráfico de f −1.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 13
FUNÇÃO EXPONENCIAL

Definição:
A função exponencial de base a , é definida por
x
y = f ( x) = a

em que a ∈ ℝ +
\ { 1}

e x ∈ℝ .

f :ℝ → ℝ
x ֏ f ( x) = a x , a ∈ ℝ + \ { 1}

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 14
FUNÇÃO EXPONENCIAL

Observações:
x
Seja y = a

1. Para a < 0, o domínio consiste apenas de números racionais


m
x = com denominadores ímpares n.
n
2. Para a = 1, a função é igual a 1 para todos os valores de x .
m
m
3. Para a > 0 e x = , m ∈ ℤ , n ∈ ℤ + , vem a = n n
am .
n
1
4. Os gráficos das funções exponenciais de bases a e são
a
simétricos relativamente ao eixo yy.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 15
FUNÇÃO EXPONENCIAL – GRÁFICO

a >1 D=ℝ
+
y ′
D =ℝ
Não tem zeros
Sempre positiva

y = ax Injetiva
1 Não tem extremos
Contém o ponto (0, 1)
1 x
Crescente
Assíntota horizontal: y = 0
lim ax = +∞ lim ax = 0
x→+∞ x→−∞ Contínua em ℝ

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 16
FUNÇÃO EXPONENCIAL – GRÁFICO

0 < a <1 D=ℝ


+
y ′
D =ℝ
Não tem zeros
Sempre positiva
Injetiva
y = ax
1 Não tem extremos
Contém o ponto (0, 1)
1 x
Decrescente
lim a x = 0 lim a x = +∞ Assíntota horizontal: y = 0
x →+ ∞ x →−∞
Contínua em ℝ

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 17
PROPRIEDADES OPERATÓRIAS

Sejam a, b ∈ ℝ+ \{1} e x, y ∈ ℝ. Então:

x
x
a a =a y x+ y
a b = ( ab )
x x

x y x− y x
a :a = a a a
x

x
= 
a0 = 1 b b
x y

a −x 1
= x
(a ) = ax y
a xy (x )
y

a =a

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 18
PROPRIEDADES OPERATÓRIAS – EXEMPLO

1. Resolva as seguintes equações:


x −x
1.1 3 0.5
5x
=1
6
1.2 53x−2 = 3125

1.3 162 x+1


3x
= 8192
2

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 19
PROPRIEDADES OPERATÓRIAS – EXEMPLO

Resolução:

x −x x x
1.1
3 0.5 3 2
5x
= 1 ⇔ 5x = 1
6 6
6x
⇔ 5x = 1
6
⇔ 6−4 x = 60
⇔x=0

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 20
PROPRIEDADES OPERATÓRIAS – EXEMPLO

Resolução (cont.):

1.2 53x−2 = 3125 ⇔ 53x−2 = 55


⇔ 3x − 2 = 5
7
⇔x=
3
2 x+1 8 x+4
1.3 16 2 13
= 8192 ⇔ = 2
23x 23x
⇔ 25x+4 = 213
9
⇔x=
5
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 21
LOGARITMO

Definição:
Logaritmo de um número real positivo x na base a, a ∈ ℝ \ {1} +

é o número real y a que se deve elevar a base a para obter x:

y = log a ( x) ⇔ x = a y

Observações:
1. Quando a base é o número de Napier e = 2.71828...
(definição na aula 5) escreve-se log e ( x ) = ln( x ).

2. Quando a base é 10 escreve-se log10 ( x) = log( x).

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 22
FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Definição: A função logarítmica de base a, é definida por


y = f ( x) = log a ( x)
em que a ∈ ℝ \ { 1}
+

+
e x ∈ℝ

f : ℝ+ → ℝ
x ֏ f ( x) = log a ( x), a ∈ ℝ + \ { 1}

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 23
FUNÇÃO LOGARÍTMICA

Observações:
1
1. Os gráficos das funções logarítmicas com bases a e
a
são simétricos relativamente ao eixo xx.

2. A função logarítmica é a função inversa da exponencial (ver


slide 27)

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 24
FUNÇÃO LOGARÍTMICA – GRÁFICO

a >1 D = ℝ+
y
D′ = ℝ
y = log a ( x)
Positiva em ]1, +∞[
1
Negativa em ]0, 1[
1 x Injetiva
Não tem extremos
Contém o ponto (1, 0)
lim log a ( x) = +∞ Crescente
x →+∞
Assíntota vertical: x = 0
lim+ log a ( x) = −∞ Contínua
x →0

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 25
FUNÇÃO LOGARÍTMICA – GRÁFICO

y 0 < a <1 D = ℝ+
D′ = ℝ
Positiva em ]0, 1[
y = log a ( x)
1
Negativa em ]1, +∞[
1 x Injetiva
Não tem extremos
Contém o ponto (1, 0)
lim log a ( x) = −∞
x →+∞ Decrescente
Assíntota vertical: x = 0
lim+ log a ( x) = +∞
x →0 Contínua
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 26
GRÁFICO DE FUNÇÕES MUTUAMENTE INVERSAS

y
Por exemplo,
gráfico da função
y=x
logarítmica é o
simétrico do y = ex
1
gráfico da função
exponencial em
1 x
relação à y = ln( x)
bissetriz dos
quadrantes
ímpares.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 27
PROPRIEDADES DOS LOGARITMOS

+
Seja a ∈ ℝ \{1} , x, y ∈ ℝ e p ∈ ℝ
+

log a 1 = 0 log a ( xy ) = log a x + log a y


log a a = 1 x
log a   = log a x − log a y
log a ( a p ) = p  y
a log a x
=x log a ( x p ) = p log a x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 28
MUDANÇA DE BASE

Sejam a, b ∈ ℝ \{1} e x ∈ ℝ + . Então


+

log a x
log b x =
log a b

Esta propriedade permite fazer uma mudança de base e , é de


especial importância quando recorremos a calculadoras.
A calculadora apenas possui

● log – função logarítmica de base 10


● ln – função logarítmica de base e
(logaritmo natural)

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 29
MUDANÇA DE BASE – EXEMPLO

ln 7
log 3 7 = ≃ 1.77
ln 3

ou

log 7
log 3 7 = ≃ 1.77
log3

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 30
EXERCÍCIOS

1. Determine o valor exato das expressões seguintes sem


recorrer à calculadora.

1
1.1 log3 81 1.2 log 2
128
1.3 log100 0.0001 1.4 log5 7 25
1
1.5 ln 1.6 log16 2
e

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 31
EXERCÍCIOS

Resolução:

1.1 log3 81 = log3 34 = 4

1 1 −7
1.2 log2 = log2 7 = log 2 2 = −7
128 2
1 −2
1.3 log100 0.0001 = log100 = log100 100 = −2
10 000
2
2
1.4 log5 25 = log5 5 = log5 5 =
7 7 2 7
7

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 32
EXERCÍCIOS

Resolução (cont.):
1
1 − 1
1.5 ln = ln e = −
2
e 2
1
1.6 log16 2 =
4
1
Cálculo auxiliar: Como 2 = 4 16 = 16 4
1
1
vem log 16 2 = log 16 16 = 4
4

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 33
EXERCÍCIOS

2. Determine o valor exato das expressões seguintes sem


recorrer à calculadora.

2.1 log2 47
2.2 log3 81
2.3 log6 2 + log6 3
2.4 −log2 + log20

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 34
EXERCÍCIOS

Resolução:

7 2
2.1 log2 4 = 7 log2 2 = 7 × 2 = 14
ou
7 2 7 14
log 2 4 = log 2 (2 ) = log 2 2 = 14

1 4 1
2.2 log3 81 = log3 3 = × 4 = 2
2 2
ou
1
log 3 81 = log 3 (3 ) = log 3 32 = 2
4 2

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 35
EXERCÍCIOS

Resolução (cont.):

2.3 log6 2 + log6 3 = log6 (2 × 3) = log6 6 = 1

 20 
2.4 − log2 + log20 = log   = log10 = 1
2

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 36
EXERCÍCIOS

3. Determine o valor de x.

3.1 log3 (5x) + log3 4 = log3 7


3
3.2 log2 ( x ) = 15

3.3 log2 (5x +1) = 4

3.4 log6 ( x) + log6 ( x + 5) = 1

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 37
EXERCÍCIOS

Resolução:

3.1 D = { x ∈ ℝ : 5 x > 0} = ℝ +
log 3 (5 x) + log 3 4 = log 3 7 ⇔ log 3 (20 x) = log 3 7
⇔ 20 x = 7
7
⇔x=
20
{
3.2 D = x ∈ ℝ : x3 > 0 = ℝ+ }
log2 (x3 ) = 15 ⇔ x3 = 215
15
⇔x=2 3

⇔ x = 32
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 38
EXERCÍCIOS

Resolução (cont.):
3.3 D = { x ∈ ℝ : 5 x + 1 > 0} = − , +∞ 
 1
 5 
log 2 (5x + 1) = 4 ⇔ 5x + 1 = 24
⇔ x=3
3.4 D = { x ∈ ℝ : x > 0 ∧ x + 5 > 0} = ]0, +∞[
log6 ( x) + log6 ( x + 5) = 1 ⇔ log6 [ x ( x + 5)] = 1
⇔ x ( x + 5) = 6
⇔ x2 + 5x − 6 = 0
⇔ x = 1∨ 
x=−6
x∉D
⇔ x =1
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 39
EXERCÍCIOS

4. Caracterize a função inversa de cada uma das seguintes


funções:

4.1 y = 2 x − 1
x
4.2 y = e + 3

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 40
EXERCÍCIOS

Resolução:
y +1 x +1
4.1 y = 2 x − 1 ⇔ x = ⇒ −1
f ( x) =
2 2
D f −1 = ℝ
D′f −1 = D f = ℝ

4.2 y = e x + 3 ⇔ x = ln( y − 3) ⇒ f −1 ( x) = ln( x − 3)


D f −1 = { x ∈ ℝ : x − 3 > 0} = ]3, +∞[
D′f −1 = D f = ℝ

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 4 - Funções Reais de Variável Real 41
SUMÁRIO

Funções Reais de Variável Real (Cont.)

● Limites
– Definição
– Interpretação Geométrica
– Infinitésimo e Infinitamente grande
– Propriedades
– Indeterminações

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 1
LIMITE – INTRODUÇÃO

Exemplo: x
 1
Considere f ( x) = 1 +  . Use o computador para verificar
 x
que f ( x ) se aproxima de e = 2.71828... (número de Napier)
quando x aumenta indefinidamente.
x
x
1  1
1+ 1 + 
x  x
1 2.000000 2.000000
10 1.100000 2.593742
102 1.010000 2.704813
103 1.001000 2.716923
104 1.000100 2.718145
105 1.000010 2.718268
106 1.000001 2.718280 x
 1
Conclusão: O número de Napier e = 2.71828... é o xlim  1+  .
→+∞
 x
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 2
LIMITE

Definição:
Seja f uma função definida para todo o x em algum intervalo
aberto contendo x0 , mas podendo f não estar definida em x0 .
Diz-se que limite de f quando x → x0 é L e escreve-se
lim f ( x) = L
x → x0
sse

∀ε > 0, ∃ δ (ε ) > 0 : 0 < x − x0 < δ ⇒ f ( x) − L < ε


(ou seja, para valores de x “suficientemente” próximos de x0 ,
os valores correspondentes de f estão arbitrariamente
próximos de L.)

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 3
INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DE LIMITE

Por mais pequeno que se escolha ε > 0, existe um δ > 0


tal que para x ∈ Vδ ( x0 ) (mas x ≠ x0), f ( x ) − L < ε .

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 4
LIMITE – EXEMPLO

Seja f ( x) = 2 x + 1. Provar que lim f ( x) = 7.


x →3

Resolução:
Começar por escolher ε > 0. Para que
(2 x + 1) − 7 < ε
ou de forma equivalente 2 x −3 <ε
ε
basta que a condição x−3 <
2
se verifique. Então podemos escrever que para ε arbitrário
ou seja ε
x−3 < ⇒ (2 x + 1) − 7 < ε
2
lim f ( x) = 7.
x →3
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 5
LIMITES LATERAIS

Quando x → x0 , pode fazê-lo


(i) por valores inferiores a x0 e escrevemos
x → x0 −
(ii) ou por valores superiores a x0 e escrevemos
x → x0 + .
Assim, podemos determinar
lim− f ( x)
x → x0
e
lim+ f ( x)
x → x0

que se designam por limites laterais.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 6
LIMITES LATERAIS

Observação:

(i) Se lim− f ( x) = lim+ f ( x) = L ⇒ lim f ( x) = L.


x → x0 x → x0 x → x0

Mas se
lim− f ( x) ≠ lim+ f ( x) ⇒ não existe lim f ( x).
x → x0 x → x0 x → x0

(ii) No caso dos limites laterais, a definição de limite dada no


slide 3 deve ser adaptada em conformidade.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 7
LIMITES LATERAIS – EXEMPLO

Considere as seguintes funções. Determine lim f ( x) e


x →0
lim g ( x).
x →0
y y

1 1

x x
y = f ( x) y = g ( x)

Resolução:
lim− f ( x) = 1 ≠ lim+ f ( x) = 0 lim− g ( x) = lim+ g ( x) = 1
x →0 x →0 x →0 x →0

⇒ não existe lim f ( x) ⇒ lim g ( x) = 1


x →0 x →0

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 8
FUNÇÃO LIMITADA

Definição:
A função f diz-se limitada no domínio D se
y ∃ M ∈ ℝ ∀x ∈ D : f ( x) ≤ M y

x x

−1

A função é limitada A função não é limitada


António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 9
INFINITÉSIMO E INFINITAMENTE GRANDE

Definição:
Diz-se que f é um infinitésimo quando x → a ou quando

x → ∞ se lim f (x) = 0 ou lim f (x) = 0, respetivamente.


x→ a x→ ∞
y
y
1
f ( x) =
x 1
g ( x) =
x2 + 1
1

x x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 10
INFINITÉSIMO E INFINITAMENTE GRANDE

Definição:

Diz-se que f é um infinitamente grande quando x → a ou


quando x → ∞ se lim f ( x) = ∞ ou lim f (x) = ∞, respetivamente.
x→ a x→∞

y y

1
f ( x) = g ( x) = x 3
x

x x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 11
PROPRIEDADES DOS LIMITES

Se lim f ( x) = a e lim g( x) = b, com a, b, c∈ ℝ, então:


x→ c x→ c

(1) lim[ f (x) ± g(x)] = lim f (x) ± lim g(x) = a ± b


x →c x →c x →c

(2) lim[ k f (x)] = k lim f (x) = k a, ∀ k ∈ℝ


x →c x →c

(3) lim[ f (x) g(x)] = lim f (x) lim g(x) = a b


x →c x →c x →c

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 12
PROPRIEDADES DOS LIMITES

 f (x)  lim
x →c
f (x) a
(4) lim  = = se b ≠ 0

x →c g( x)
 lim
x →c
g(x) b

n
(5) lim[ f (x)] = lim f (x) = an
n

x →c  x→c 

(6) lim n f (x) = n lim f (x) = n a, a ≥ 0 para n par


x →c x →c

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 13
PROPRIEDADES DOS LIMITES

(7) lim ( an xn + an−1xn−1 +⋯+ a1x + a0 ) = lim an xn


x→±∞ x→±∞

 an
b , se n = m
n n−1
an x + an−1x +⋯+ a1x + a0 an x 
n  m

(8) lim m m −1
= lim m =  ∞ , se n > m
x→±∞ b x + b x +⋯+ b1x + b0 x→±∞ bmx 
m m−1

 0 , se n < m

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 14
PROPRIEDADES DOS LIMITES

( +∞ ) + ( +∞ ) = +∞
a ± ∞ = ±∞
( −∞ ) + ( −∞ ) = −∞
+∞ se a > 0  −∞ se a > 0
a × ( +∞ ) =  a × ( −∞ ) = 
−∞ se a < 0  +∞ se a < 0

a ∞
( +∞ ) × ( +∞ ) = +∞ =0 =∞
∞ a
( −∞ ) × ( −∞ ) = +∞ a
( −∞ ) × ( +∞ ) = −∞ = ∞ se a ≠ 0
0
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 15
INDETERMINAÇÕES

+∞ − ∞ 0× ∞

∞ 0
∞ 0

1∞ 0 0
∞ 0

∗ ∗ ∗
Usamos técnicas especiais para levantar indeterminações.
(* Estas indeterminações serão tratadas no Cálculo Diferencial)

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 16
LIMITE – EXEMPLOS

1. Calcule os limites seguintes:

x2 + x − 3
1.1 lim (5 x + 3) 1.2 lim 1.3 lim 3 3 x 2 − 4
x →−3 x →2 x+2 x →2
x

1.4 lim 
 1 
1.5 lim x − 3 1.6 lim
1


x →2 x + 2
 x →3 x →2 x − 2

5 5  x
1.7 lim 2 1.8 lim 1.9 lim  7 − 
x →1 ( x − 1) x →+∞ 3 − 2 x x →−∞
 2
x ex −1
1.10 lim 1.11 lim
+
x →0 ln( x ) x →−∞ 2 x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 17
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução:
1.1 lim (5 x + 3) = 5 ( −3) + 3 = −12
x →−3
x 2 + x − 3 22 + 2 − 3 3
1.2 lim = =
x →2 x+2 2+2 4
1.3 lim 3 3 x 2 − 4 = 3 3 × 22 − 4 = 3 8 = 2
x →2
x 2
 1  1 1
1.4 lim   =  =

x →2 x + 2
  4  16
1.5 lim x − 3 = 0
x →3

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 18
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):
1 1
lim+ = + = +∞
1 x →2 x − 2 0
1.6 lim =
x →2 x − 2 1 1
lim− = − = −∞
x →2 x − 2 0
y
1
y=
x−2

2 x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 19
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):
5 5
lim+ 2
= + = +∞
5 x →1 ( x − 1) 0
1.7 lim =
x →1 ( x − 1) 2
5 5
lim− 2
= + = +∞
x →1 ( x − 1) 0

5
y=
( x − 1) 2

1 x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 20
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):
5 5
1.8 lim = =0
x →+∞ 3 − 2 x −∞

1.9
 x
lim  7 −  = 7 − (−∞) = +∞
x →−∞
 2
x 0
1.10 lim+ = =0
x →0 ln( x ) −∞
e x − 1 −1
1.11 lim = =0
x →−∞ 2 x −∞

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 21
LIMITE – EXEMPLOS

2. Calcule os limites seguintes.


8x2 + 2 x
2.1 lim (5 x 2 + 3 x − 2) 2.2 lim
x →−∞ x →+ ∞ −3 x 2 + 5

4x x−2
2.3 lim 4 2.4 lim
x →0 x − 3 x x →2 x − 2

x2 − 2x  1 
2.5 lim 2 2.6 lim 2
( x + 3x) 
x →2 x + x − 6 

x →+ ∞ x − 1

x −2
2.7 lim
x →+∞
( x +1 − x ) 2.8 lim 2
x → 4 x − 16

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 22
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução:

2.1 lim (5 x 2 + 3 x − 2) = ∞ − ∞ (Ind.)


x →−∞

lim (5 x 2 + 3 x − 2) = lim (5 x 2 ) = 5(−∞) 2 = + ∞


x →−∞ x →−∞

2.2
8x2 + 2 x ∞
lim 2
= (Ind.)
x →+ ∞ −3 x + 5 ∞
8x2 + 2 x 8x2 8
lim 2
= lim 2
=−
x →+ ∞ −3 x + 5 x →+ ∞ −3 x 3

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 23
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):

4x 0
2.3 lim 4 = (Ind.)
x →0 x − 3 x 0
4x 4x
lim 4 = lim
x →0 x − 3 x x →0 x ( x 3 − 3)

4
= lim 3
x →0 x − 3

4
=−
3

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 24
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):

2.4 x−2 0
lim = (Ind.)
x →2 x − 2 0
x−2
lim+ =1
x−2 x → 2 ( x − 2)
lim =
x→ 2 x − 2 x−2
lim− = −1
x → 2 −( x − 2)

x−2 x−2 x−2


lim− ≠ lim+ ⇒ não existe lim
x →2 x − 2 x →2 x − 2 x →2 x − 2

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 25
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):
2
2.5
x − 2x 0
lim 2 = (Ind.)
x →2 x + x − 6 0
x2 − 2 x x ( x − 2)
lim 2 = lim
x →2 x + x − 6 x → 2 ( x − 2)( x + 3)

x
= lim
x→2 x + 3

2
=
5

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 26
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):

2.6  1 2 
lim  ( x + 3 x)  = 0 × ∞ (Ind.)

x →+ ∞ x − 1

 1 
2
2 x + 3x ∞
lim  ( x + 3x)  = lim = (Ind.)

x →+ ∞ x − 1
 x→+ ∞ x − 1 ∞
x 2 + 3x x2
lim = lim
x →+ ∞ x − 1 x →+ ∞ x

= lim x
x →+ ∞

= +∞

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 27
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):

2.7 lim
x→+∞
( )
x + 1 − x = ∞ − ∞ (Ind.)

lim ( x +1 − x ) = lim
( x +1 − x )( x +1 + x )
x →+∞ x →+∞ x +1 + x
x +1− x
= lim
x →+∞ x +1 + x
1
= lim
x →+∞ x +1 + x
=0

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 28
LIMITE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):
x −2 0
2.8 lim 2 = (Ind.)
x →4 x − 16 0

lim 2
x −2
= lim
x −2 ( x +2 )( )
x →4 x − 16 x →4
( x − 4) ( x + 4) x + 2
x−4
( )
= lim
x →4
( x − 4) ( x + 4) x + 2 ( )
1
= lim
x →4
( x + 4) x + 2 ( )
1
=
32

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 5 - Funções Reais de Variável Real 29
SUMÁRIO

Funções Reais de Variável Real (Cont.)

● Continuidade
– Definição

– Pontos de Descontinuidade

– Propriedades de Funções Contínuas

– Continuidade de Funções Elementares

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 1
CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO NUM PONTO

Definição:
Seja A ⊆ ℝ e x0 ∈ A. A função f : A → ℝ é contínua em
x0 sse f está definida num intervalo aberto contendo x0 e
lim f ( x) = f ( x0 ) .
x → x0

Observações:
 x0 ∈ D f

lim f ( x ) existe
1. A função f é contínua em x0 ⇔  x → x0
 lim f ( x ) = f ( x )
 x→ x0 0
x0

2. Sendo f uma função contínua em x0 os operadores lim e f


podem permutar: lim f ( x ) = f (lim x)
x → x0 x → x0

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 2
CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO NUM PONTO – EXEMPLOS

1. 2.
y y

x
x

A função é contínua em A função é contínua em


todos os pontos. todos os pontos exceto no
ponto de abcissa 4.

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 3
PONTO DE DESCONTINUIDADE

Definição:
Uma função que não é contínua num ponto diz-se descontínua
nesse ponto.

Casos de descontinuidade num ponto x0:


1. x0 ∉ D f

2. lim f ( x) não existe ( lim− f ( x ) ≠ lim+ f ( x ) ou lim f ( x ) = ∞)


x → x0 x → x0 x → x0 x → x0

3. lim f ( x) = a ≠ f ( x0 ) (a ∈ ℝ)
x → x0

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 4
PONTOS DE DESCONTINUIDADE – EXEMPLO

y
Pontos de descontinuidade:

• x = 0 (0 ∉ D f )

• x = 1 ( lim− f ( x ) ≠ lim+ f ( x ))
x →1 x →1

• x = 2 (lim f ( x ) = +∞)
x →2

• x = 3 (lim f ( x ) = 1 ≠ f ( 3) = 2)
x x →3

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 5
CONTINUIDADE DE UMA FUNÇÃO NUM INTERVALO

Definição:
Seja [ a, b ] ⊂ A ⊆ ℝ e f : A → ℝ. A função f

(i) é contínua no intervalo aberto ]a, b[ sse for contínua em


todos os pontos deste intervalo;

(ii) é contínua no intervalo fechado [ a, b ] sse for contínua

em ]a, b[ e lim+ f ( x ) = f ( a ) e lim− f ( x ) = f ( b )


x →a x →b

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 6
PROPRIEDADES DE FUNÇÕES CONTÍNUAS

Teorema:
Se f e g são funções contínuas em x0 então as funções

f ±g
f ×g
f
( g ( x0 ) ≠ 0 )
g
f
são contínuas em x0 .

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 7
CONTINUIDADE DA FUNÇÃO COMPOSTA

g y = g ( x)
x f z = f [ g ( x)]
f g

Teorema:

Se g é contínua em x0 e f é contínua em g ( x0 ) então a


função f  g é contínua em x0.

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 8
FUNÇÕES BÁSICAS ELEMENTARES

Definição:
Funções básicas elementares são funções cuja expressão
analítica é uma das seguintes
α
1. x (α ∈ ℝ ) Função potência
2. a x ( a ∈ ℝ +
\ {1} ) Função exponencial

a( ) ( \ {1} )
+
3. log x a ∈ ℝ Função logarítmica
4. sen ( x ) ; cos ( x ) ; tg ( x ) Funções trigonométricas
5. arcsen ( x ) ; arccos ( x ) ; arctg ( x ) F. trigonom. inversas
Teorema:
As funções básicas elementares são contínuas nos intervalos
onde estão definidas.
António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 9
FUNÇÕES ELEMENTARES

Definição:
Funções elementares são definidas por uma única expressão
analítica que resulta da combinação de funções básicas
elementares e de constantes, por meio de um número finito de
operações aritméticas e de composição de funções.

Teorema:
As funções elementares são contínuas nos seus domínios.

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 10
FUNÇÕES ELEMENTARES – EXEMPLOS

1. Considere h ( x ) = x+2
1.1 Mostre que h é uma função elementar.
1.2 Determine os intervalos de continuidade de h.
Resolução: 1
1.1 Seja f ( x ) = x 2 = x (função básica elementar)
e g ( x) = x + 2 (função elementar – soma
de funções básicas elementares)
Pela definição de função composta
( f  g ) ( x) = f [ g ( x)] = f ( x + 2 ) = x + 2 = h( x )
Então, pela definição, concluímos que h é uma função
elementar.

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 11
FUNÇÕES ELEMENTARES – EXEMPLOS

1.2 Dh = { x ∈ ℝ : x + 2 ≥ 0} = [ −2, +∞[


Conclusão (Teorema sobre a continuidade de função
elementar): h é contínua em [ −2, +∞[ .

2. Justifique que as seguintes funções são elementares.


x2 + x
f ( x ) = x2 − 2 x + 5 g ( x) =
x+3
h ( x ) = x 2 + e 4 x + ln ( x + 1) j ( x ) = x2 = x

2 4 x − 4 se x ≥ 4
k ( x ) = 3x + ( x − 4) =
2 x + 4 se x < 4
António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 12
FUNÇÕES ELEMENTARES – EXEMPLOS

Resolução:
As funções são elementares porque:
● f resulta da adição e produto de funções básicas
elementares e de constantes.
● g resulta da adição e quociente de funções básicas
elementares e de constantes.
● h e k resultam da composição de funções e da adição
de funções básicas elementares e de constantes.
● j resulta da composição de funções básicas
elementares.

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 13
CONTINUIDADE – EXEMPLOS

3. Determine os intervalos de continuidade de cada uma das


funções:

3.1 f ( x ) = x2 − 2 x + 5
x2 + x
3.2 g ( x ) =
x+3
| x 2 − 1|
3.3 h( x) =
x +1
1
+1
3.4 j ( x) = e x

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 14
CONTINUIDADE – EXEMPLOS

Resolução:
Todas as funções são funções elementares, logo são contínuas
no seu domínio.
3.1 Qualquer função polinomial é contínua em ℝ.
3.2 Dg = { x ∈ ℝ : x + 3 ≠ 0} = ℝ \ {−3}
g é contínua em ℝ \ {−3}.
3.3 Dh = { x ∈ ℝ : x + 1 ≠ 0} = ℝ \ {−1}
h é contínua em ℝ \ {−1}.
3.4 D j = { x ∈ ℝ : x ≠ 0} = ℝ \ {0}
j é contínua em ℝ \ {0}.

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 15
CONTINUIDADE – EXEMPLOS

 x2 − 2 se x > −1

4. Mostre que f ( x ) =  1 , é contínua em ℝ.
+1
e + 2 x se x ≤ −1
x

Resolução:
É contínua em ℝ porque:

• x > −1, f ( x ) = x 2 − 2 é contínua ( função elementar )


1
+1
• x < −1, f ( x ) = e x
+ 2 x é contínua ( função elementar )

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 16
CONTINUIDADE – EXEMPLOS

Resolução (cont.):

• x = −1:
(
lim+ f ( x ) = lim+ x 2 − 2 = −1
x →−1 x →−1
)
 1x +1 
lim− f ( x ) = lim−  e + 2 x  = −1 f contínua em x = −1
x →−1 x →−1
 
1
+1
f ( −1) = e −1
+ 2 ( −1) = −1

Logo, f é contínua em ℝ.

António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 17
CONTINUIDADE – EXEMPLOS

5. Determine k ∈ ℝ de modo que f seja contínua em ℝ.


3x 2 , x ≤ 2
f ( x) = 
 kx , x > 2
Resolução:
Continuidade em x = 2
f é contínua em x = 2 sse lim f ( x ) = f ( 2 )
x →2
Como lim kx = 2k e lim 3x = 12 = f ( 2 ) 2
+ −
x →2 x →2
logo f é contínua se 2k = 12 ⇔ k = 6
Continuidade para x ≠ 2
2
Como 3 x e 6x são funções elementares, são funções
contínuas no seu domínio.
Logo se k = 6, f é contínua em ℝ.
António Carvalho Pedrosa e José Azevedo Aula 6 - Funções Reais de Variável Real 18
SUMÁRIO

Funções Reais de Variável Real (Cont.)

● Derivada
– Taxa de Variação Média num Intervalo
– Taxa de Variação da Função num Ponto (Instantânea)
– Derivada de uma Função num Ponto
– Função Derivada
– Interpretação Geométrica da Derivada
– Derivabilidade e Continuidade

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 1
TAXA DE VARIAÇÃO MÉDIA NUM INTERVALO

Definição:
A taxa de variação média de uma função f num intervalo
[ x0 , x1 ] é a taxa de variação média de y relativamente a x nesse
intervalo: ∆y f ( x1 ) − f ( x0 )
=
∆x x1 − x0

Interpretação Física:
A posição x de um ponto móvel em movimento retilíneo é uma
função do tempo t : x = f (t ).
A sua velocidade média no intervalo de tempo [t1 , t2 ] é
x2 − x1 ∆x
vm = = .
t2 − t1 ∆t
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 2
INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA

A taxa de variação média de f em [ x0 , x1 ] é o declive da reta


secante à curva de f nos pontos de abcissas x0 e x1 , ou seja

∆y f ( x1 ) − f ( x0 ) f ( x0 + ∆x) − f ( x0 )
msec = = =
∆x x1 − x0 ∆x

y y = f ( x)

f ( x1 )
f ( x1 ) − f ( x0 ) = ∆y

f ( x0 )
x1 − x0 = ∆x

x0 x1 x

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 3
VELOCIDADE MÉDIA

Exemplo: Considere a equação do movimento retilíneo de uma partícula


dado por x = −t 2 + 4t + 1, sendo t em segundos e x em metros. Determine
a sua velocidade média nos intervalos (a) [ 0, 3], (b) [1, 4] e (c) [1, 3].
Resolução:
x(3) − x(0) 4 − 1
(a) vm = = = 1 m/s ∆x > 0
t=0 t =3 x
3−0 3
velocidade positiva ⇒ movimento predominantemente na direção positiva

x(4) − x(1) 1 − 4
(b) vm = = = −1 m/s ∆x < 0
4 −1 3 t=4 t =1 x

velocidade negativa ⇒ movimento predominantemente na direção negativa


x = −t 2 + 4t + 1
x(3) − x(1) 4 − 4
(c) vm = = = 0 m/s ∆x = 0
x
3 −1 2 t =1
t =3
velocidade nula ⇒ a partícula voltou à posição inicial

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 4
TAXA DE VARIAÇÃO DE UMA FUNÇÃO NUM PONTO –
DERIVADA
A taxa de variação de uma função num ponto x0 é o limite da
taxa de variação média quando ∆x tende para zero.

Definição:
A taxa de variação de uma função f num ponto x0 , também
designada por derivada de f em x0 é y = f (x)

(x0 , f (x0 )) (x, f (x))


y
f ( x0 + ∆x) − f ( x0 ) f ( x) − f ( x0 ) f (x) − f (x0 )
f ′( x0 ) = lim = lim
∆x → 0 ∆x x → x0 x − x0 x − x0

desde que este limite exista. x0 x x

Se f ′( x0 ) existe diz-se que f é derivável (ou diferenciável)


em x0 .
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 5
INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DA DERIVADA

Declive da secante
Q ( x0 + ∆x, f ( x0 + ∆x )) f ( x0 + ∆x) − f ( x0 )
P ( x0 , f ( x0 )) mPQ =
f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
∆x
y
Declive da tangente
∆x f ( x0 + ∆x) − f ( x0 )
mtan = lim = f ′( x0 )
∆x →0 ∆x
x0 x0 + ∆x x

O declive da reta secante aproxima-se do declive da reta


tangente quando Q se aproxima de P, ou seja quando ∆x tende
para zero.

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 6
TAXAS DE VARIAÇÃO – EXEMPLO
2
Considere y = f ( x) = x − 3x + 1.
(a) Determine a taxa de variação média de y relativamente a x
em [ 2, 4]. Interprete geometricamente o valor obtido.
(b) Determine o declive da reta tangente ao gráfico de f no
ponto 2.

Resolução:
f (4) − f (2) (42 − 3 × 4 + 1) − (22 − 3 × 2 + 1) 5 + 1
(a) t.v.m. [2,4] = = = =3
4−2 2 2

Corresponde ao declive da reta secante ao gráfico de f nos


pontos 2 e 4.

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 7
TAXAS DE VARIAÇÃO – EXEMPLO

(b) mtan = f ′(2)


f ( x) − f (2)
= lim
x→2 x−2
( x 2 − 3 x + 1) − ( −1)
= lim
x→2 x−2
( x − 2)( x − 1)
= lim
x→2 x−2
= lim ( x − 1)
x→2

=1

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 8
DERIVADA DE UMA FUNÇÃO NUM PONTO – EXEMPLO

3
Verifique se a função f ( x) = x − 1 é derivável em x = 1.
Resolução:
f ( x) − f (1)
f ′(1) = lim
x →1 x −1
3
y = 3 x −1
x −1 − 0
= lim
x →1 x −1
1
= lim
x →1 3
( x − 1) 2
= +∞
Reta tangente
Logo, f não é derivável em x = 1. vertical

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 9
INTERPRETAÇÃO FÍSICA E VELOCIDADE INSTANTÂNEA

Interpretação Física:
No caso de um ponto móvel em movimento retilíneo, a taxa de
variação instantânea da sua posição no tempo é a velocidade
instantânea.
Exemplo:
A equação da posição h (metro) – altura a que se encontra do
solo – de um objeto lançado do telhado de um dado edifício é,
aproximadamente, a seguinte função do tempo t (segundo):
h(t ) = 90 − 10t 2
Determine a velocidade do objeto no instante de colisão com o
solo.

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 10
INTERPRETAÇÃO FÍSICA E VELOCIDADE INSTANTÂNEA

Resolução:
Instante de colisão com o solo
h(t ) = 0 ⇔ 90 − 10t 2 = 0 ⇔ t = 3 (t > 0)
Velocidade do objeto no instante de colisão
h(t ) − h(3)
h′(3) = lim
t →3 t −3 x = 90 − 10t 2
90 − 10t 2 − 0
= lim
t →3 t −3
−10(t − 3)(t + 3)
= lim
t →3 t −3
= −60 m/s

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 11
FUNÇÃO DERIVADA

Definição:
f ( x + ∆x) − f ( x)
A função f ′ definida por f ′( x) = lim é
∆x → 0 ∆x
denominada a derivada de f em ordem a x.
O domínio de f ′ é o conjunto de todos os pontos x ∈ D f para
os quais o limite existe.
Notação: A função derivada f ′ também pode ser denotada por
dy d
, y′, [ f ( x)] , Dx y
dx dx
Observação:
A velocidade instantânea de um objeto em movimento retilíneo
é a derivada da sua posição x em ordem ao tempo t .
dx
v= = x′(t ).
dt
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 12
FUNÇÃO DERIVADA – EXEMPLO

Determine a derivada em ordem a x de f ( x) = x 2 − 1.


Resolução:
f ( x + ∆x) − f ( x)
f ′( x) = lim
∆x → 0 ∆x
( x + ∆x) 2 − 1 − ( x 2 − 1)
= lim
∆x → 0 ∆x
x 2 + 2 x ∆x + (∆x) 2 − 1 − x 2 + 1
= lim
∆x → 0 ∆x
∆x ( 2 x + ∆x )
= lim
∆x → 0 ∆x
= 2 x, ∀x ∈ ℝ

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 13
DERIVAÇÃO – EXEMPLO
1
*Determine a equação da reta tangente à curva y = no ponto
 1 x
 2,  .
 2

Resolução: 1 1 2 − 2 − ∆x

f (2 + ∆x) − f (2) 2(2 + ∆x)
mtan = lim = lim 2 + ∆x 2 = lim
∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆x ∆x → 0 ∆x
∆x 1 1
= lim − = lim − =−
∆x → 0 2∆x (2 + ∆x ) ∆x → 0 2(2 + ∆x) 4
1
y=
x
y − f ( x0 ) = mtan ( x − x0 )

1 1 1
y− = − ( x − 2) ⇔ y = − x + 1 y=−
1
4
x +1
2 4 4

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 14
DERIVABILIDADE E CONTINUIDADE

Se uma função f é derivável num ponto x0 então ela também é


contínua nesse ponto.

DERIVABILIDADE ⇒ CONTINUIDADE
Uma função pode ser contínua num ponto x0 sem que seja
derivável nesse ponto.

CONTINUIDADE ⇒ DERIVABILIDADE

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 15
DERIVABILIDADE E CONTINUIDADE – EXEMPLO DE UMA
FUNÇÃO CONTÍNUA E DERIVÁVEL NUM PONTO

A função f ( x) = x 2 é contínua no ponto x = 1 pois

f (1) = 1, lim f ( x) = lim x 2 = 1, lim f ( x) = f (1)


x →1 x →1 x →1

e é derivável no ponto x = 1 pois

f ( x) − f (1) x2 − 1 ( x − 1)( x + 1)
lim = lim = lim = lim( x + 1) = 2 = f ′(1)
x →1 x −1 x →1 x − 1 x →1 x −1 x →1

existe, e é finito.

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 16
DERIVABILIDADE E CONTINUIDADE – EXEMPLO DE UMA
FUNÇÃO CONTÍNUA MAS NÃO DERIVÁVEL NUM PONTO

A função f ( x) = x − 1 é contínua no ponto x = 1 pois

f (1) = 0, lim(
+
x − 1) = lim(

− x + 1) = 0 ⇒ lim f ( x) = 0, lim f ( x) = f (1)
x →1 x →1 x →1 x →1

no entanto, não é derivável no ponto x = 1 pois os limites


laterais  x − 1, x ≥ 1
x −1 = 
f ( x) − f (1) ( x − 1) − 0 − x + 1, x < 1
lim+ = lim+ =1
x →1 x −1 x →1 x −1

f ( x) − f (1) (− x + 1) − 0
lim− = lim− = −1 m = −1 m =1
x →1 x −1 x →1 x −1

não são iguais.


Ponto de “bico”
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 17
DERIVABILIDADE EM INTERVALOS

Definição:

Uma função f é derivável no intervalo aberto ]a, b[ se for


derivável em cada ponto deste intervalo.

Definição:

Uma função f é derivável no intervalo fechado [ a, b ] se o


for em ]a, b[ e se existir a derivada à direita em a e a derivada
à esquerda em b.

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 7 - Funções Reais de Variável Real 18
SUMÁRIO

Funções Reais de Variável Real (Cont.)


● Regras de Derivação
– Derivada da Função Constante
– Derivada da Função Potência
– Derivada do Produto de uma Constante por uma Função
– Derivada da Soma, do Produto e do Quociente de Funções
– Derivada da Função Exponencial e da Função Logarítmica
– Derivadas de Ordem Superior
– Derivada da Função Composta
– Fórmulas Generalizadas das Derivadas da Função
Exponencial, da Função Logaritmo e da Função Potência
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 1
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Alguns resultados que vamos mostrar, facilitam o cálculo das


derivadas e podem ser obtidos usando a definição.

Derivada da Função Constante


Teorema:
A derivada de uma função constante é 0 , isto é, se
y
c ∈ ℝ , então (c)′ = 0 y=c

x x
A reta tangente ao gráfico de
Exemplos: f ( x) = c tem declive 0, ∀x.


(3)′ = 0 (−1)′ = 0 (e)′ = 0 ( )
3 =0

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 2
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Derivada da Função Potência


Teorema:
Se r ∈ ℝ , então x r ′ = r x r −1
( )
Exemplos:
3
( x)′ = 1 ( x )′ = 2 x
2 ′
( x ) = −3x = − x 4
−3 −4

 1 ′ −1 ′ 1  1 ′ −3 ′ 3
  = ( x ) = −x = − 2  3  = (x ) = − 4
−2

 x x x  x

′ ′ 1 − 12 1 ′ ′ 2 − 13 2
( x) = (x )
1
2
= x =
2 2 x
( x ) = (x )
3 2
2
3
= x = 3
3 3 x

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 3
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Derivada do Produto de uma Constante por uma Função


Teorema:
Se f é derivável em x e c ∈ ℝ, então a função c f é derivável
em x, e
( c f ( x) )′ = c f ′( x)
Exemplos:
 x ′ 1 ′ 1
( 3x )′ = 3( x 2 )′ = 6 x
2
 −  = − ( x) = −
 4 4 4

 3 ′  1 ′ 3  1 ′ 1 − 12 ′ 1 − 23 1
  = 3  = − 2
 x  x x
  = x
3 x  3
( ) =− x =−
6 6 x3

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 4
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Derivada da Soma de Funções


Teorema:
Se f e g são deriváveis em x, então a função f + g é
derivável em x e
( f ( x) + g ( x) )′ = f ′( x) + g ′( x)
Exemplos:
(2x 2
+ 5 x )′ = ( 2 x 2 )′ + ( 5 x )′ = 4 x + 5

′ ′+ ′ 2 1
(x −2
)
+ x + 3 = (x −2
) ( ) x + (3)′ = − 3 +
x 2 x

1 ′  1 ′ 3 ′ ′ 1

x
− 5 x 3
+ 2 x =
  
  x
+ ( −5 x ) + ( 2 x ) = −
x 2
− 15 x 2
+2

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 5
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Derivada do Produto de Funções


Teorema:
Se f e g são funções deriváveis em x, então a função produto
f × g é derivável em x e
( f ( x) g ( x) )′ = f ( x) g ′( x) + f ′( x) g ( x)
Exemplo: Seja y = ( 2 x 3 + 1)( 4 x − x 2 ) . Determine y′.
Resolução:
y′ = ( 2 x 3 + 1)′ ( 4 x − x 2 ) + ( 2 x3 + 1)( 4 x − x 2 )′
= ( 6 x 2 )( 4 x − x 2 ) + ( 2 x 3 + 1) ( 4 − 2 x )
= −10 x 4 + 32 x3 − 2 x + 4

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 6
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Derivada do Quociente de Funções


Teorema:
Se f eg são deriváveis em x e g ( x) ≠ 0 , então a
função f é derivável em x e
g  f (x) ′ f ′(x) g(x) − f (x) g′(x)
Exemplo:
 = 2

3x + 1
 g(x)  [ g(x)]
Seja y = 2 . Determine y′.
x −2
Resolução:
( 3x + 1)′ ( x 2 − 2 ) − ( 3x + 1) ( x 2 − 2 )′
y′ =
( x 2 − 2) 2
(3)( x 2 − 2) − ( 3 x + 1)( 2 x ) 3 2 x ( 3 x + 1)
= = 2 − 2
( x 2 − 2) 2 ( x − 2) ( x − 2) 2
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 7
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Derivada da Função Exponencial


Teorema:

x ′
( )
a = a x
ln a , a ∈ ℝ +
\ {1} , x ∈ ℝ

( e )′x
= ex, x ∈ ℝ

Exemplos:
  1  x ′  1  x  1  1
x

( 3 )′ = 3
x x
ln 3     =   ln   = −   ln 2
 2    2  2 2
 

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 8
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Derivada da Função Logarítmica


Teorema:
1
( log a ( x) )′ = , a ∈ ℝ + \ {1} , x > 0
x ln a

′ 1
( ln ( x) ) = , x > 0
x

Exemplos:
1 ′ 1
( log 2 ( x) )′ =
x ln 2
, x>0 ( 4
)
log 1 ( x) =
x ln ( 4 )
1
, x>0

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 9
DERIVADAS DE ORDEM SUPERIOR

Continuando sucessivamente o processo de derivação


obtemos:
d
f ( x) = [ f ( x) ]

dx
d
f ( x) = [ f ′( x) ]
′′
dx
d
f ′′′( x) = [ f ′′( x) ]
dx
Em geral,
d
f (n)
( x) =  f ( n −1) ( x) 
dx
que se designa por derivada de ordem n de f .
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 10
DERIVADAS DE ORDEM SUPERIOR – EXEMPLO

Exemplo: Determinar todas as derivadas de


f ( x) = 3 x 3 − 4 x 2 + 2 x − 5.

Resolução:

f ′( x) = ( 3 x3 − 4 x 2 + 2 x − 5 )′ = 9 x 2 − 8 x + 2

f ′′( x) = ( 9 x 2 − 8 x + 2 )′ = 18 x − 8

f ′′′( x) = (18 x − 8 )′ = 18
f (4) ( x) = (18)′ = 0

f ( n ) ( x) = 0, n ≥ 4

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 11
DERIVADA DE FUNÇÃO COMPOSTA

Teorema:
Se g é derivável no ponto x e f é derivável no ponto g ( x),
então a função composta f  g é derivável no ponto x.
x u = g ( x) y = f (u)

g f
f g
Além disso, se y = f ( g ( x)) e u = g ( x) então y = f (u ) e
dy dy du
=
dx du dx
ou, ( f  g )′ ( x) = f ′ ( g ( x) ) g ′( x)
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 12
DERIVADA DE FUNÇÃO COMPOSTA – EXEMPLO

Exemplo:
Seja y = ( x − 1) . Determine dy.
3 2

dx
Resolução: x u = x3 − 1 y = u = ( x − 1)
2 3 2

g f
f g
y = f ( g ( x) ) u = g ( x) y = f (u )
2
y = ( x − 1)
3
u = x3 − 1 y = u2
dy dy du du dy
= = 3x 2 = 2u = 2( x 3 − 1) = 2 x 3 − 2
dx du dx dx du
dy
= 3x 2 ( 2 x3 − 2 ) = 6 x5 − 6 x 2
dx
dy
= ( x 6 − 2 x 3 + 1)′ = 6 x 5 − 6 x 2
2
Ou, y = ( x − 1) = x − 2 x + 1
3 6 3

dx
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 13
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Fórmulas Generalizadas das Derivadas

Se u é uma função derivável de x, então aplicando a regra de


derivação da função composta obtêm-se as fórmulas
generalizadas das derivadas da

● função potência,

● função exponencial e

● função logarítmica

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 14
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Fórmula Generalizada da Derivada da Função Potência


r ′
( )
u = r u r −1
u ′, r ∈ ℝ, u = g ( x)

Exemplos:


(( x 2
− 2)
3
) = 3( x − 2)
2 3 −1
( 2 x ) = 6 x ( x 4 − 4 x 2 + 4 ) = 6 x5 − 24 x3 + 24 x

3 2 ′ d  2 3 
2
2 − 13 20 x
 ( ) ( ) ( ) ( ) 3 2
2 2
5 x − 1  = 5 x − 1 = 5 x − 1 10 x =
  dx 
 
 3 3 5x − 1

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 15
REGRAS DE DERIVAÇÃO – EXEMPLOS

 x ′ − 12 ′
 2
 x −1 
2
(
 = x ( x − 1) )
− 12  1 2 − 32
= (1) ( x − 1)
2
+ x  −  ( x − 1) ( 2 x )
 2
1 x2
= −
2 3
x −1 (x 2
− 1)
  3 x − 1  2 ′  3 x − 1   3(5 x + 4) − 5(3 x − 1) 
  = 2  
  5 x + 4    5x + 4   (5 x + 4) 2

 
2(3 x − 1)(15 x + 12 − 15 x + 5)
=
(5 x + 4)3
34(3 x − 1)
=
(5 x + 4)3
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 16
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Fórmula Generalizada da Derivada da Função Exponencial

u ′
( )
a = a u
ln( a ) u ′, a ∈ ℝ +
\ {1} , u = g ( x)

u ′
( )
e = e u
u ′, u = g ( x)

Exemplos:
′ = 3 × 53 x ln 5 ′
( )
53x
(e ) = 2x e
( x 2 −1) ( x 2 −1)

( 1x ) ′
(e ) 1 ( 1x )
=− 2 e
x

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 17
REGRAS DE DERIVAÇÃO

Fórmula Generalizada da Derivada da Função Logarítmica

′  1 
( log a u ) =   u ′, a ∈ ℝ +
\ {1} , u = g ( x), u > 0
 u ln a 

′ 1 ′
( ln u ) =   u , u = g ( x), u > 0
u

Exemplos:
′ 2x ′ 2x − 3
( log ( x + 1) )
5
2
= 2
( x + 1) ln 5
( ln ( x 2
− 3x + 5) ) = 2
x − 3x + 5

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 8 - Funções Reais de Variável Real 18
SUMÁRIO

Funções Reais de Variável Real (Cont.)


● Diferencial
– Definição
– Interpretação Geométrica
● Aproximação Linear de uma Função na Vizinhança
de um Ponto
● Formas Indeterminadas
– Regra de L’Hospital
– Generalização da Regra de L’Hospital
– Exemplos de Aplicação
0 ∞
(Casos , , 0 × ∞, 1∞ , ∞0 , 00 e ∞ − ∞ )
0 ∞
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 1
CONCEITO DE DIFERENCIAL
Introdução:
Seja y = f ( x ) uma função derivável no ponto x.
∆y
Por definição f ′( x ) = lim .
∆x →0 ∆x

∆y
Então = f ′( x) + ε
∆x
e
∆y = f ′( x ) ∆ x + ε ∆ x
em que ε é um infinitésimo quando ∆ x → 0.
Conclusão:
O incremento ∆y é a soma de uma parte principal
(proporcional a ∆ x), chamada diferencial dy, e um produto de
dois infinitésimos (infinitésimo de ordem superior a ∆ x ).
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 2
DEFINIÇÃO DE DIFERENCIAL

Definição:
Seja f uma função derivável no ponto x.
Chama-se diferencial de uma função ao produto f ′( x ) ∆x
que é denotado por dy, ou seja,

dy = f ′( x) ∆x

Definição:
Chama-se diferencial dx de uma variável independente ao
seu incremento ∆x, ou seja,
dx = ∆x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 3
DEFINIÇÃO DE DIFERENCIAL

Observações:
1. A definição de dx é consistente com a definição de dy,
como pode ser verificado pelo caso particular da função
y = x.
De facto, como y = x, temos dy = dx.
Por outro lado, usando a definição de
diferencial de uma função, temos
dy = f ′( x ) ∆x = 1∆x = ∆x.
Então, concluímos
dx = ∆x.
2. As definições de dx e de dy , explicam o uso da notação
dy para a derivada.
dx
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 4
INTERPRETAÇÃO GEOMÉTRICA DO CONCEITO DE
DIFERENCIAL

( x + ∆x, f ( x + ∆x))
 ∆y

 dy

( x, f ( x))
  
dx = ∆x

x x
x + ∆x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 5
DIFERENCIAL – EXEMPLO

3
Seja y = x + 2 e ∆y = f ( x + ∆x ) − f ( x ). Determine
(a) dy e ∆y num ponto genérico x.
(b) dy e ∆y em x = 2 sendo dx = ∆x = 1.
Resolução:
(a) dy = f ′( x ) dx → dy = 3 x 2 dx
∆y = f ( x + ∆x) − f ( x)
= ( x + ∆x)3 + 2  − ( x 3 + 2)
= 3 x 2 ∆x + 3 x(∆x) 2 + (∆x)3
(b) dy x =2 = 3 × 22 ×1 = 12
∆y x =2 = 3 × 22 × 1 + 3 × 2 × 12 + 13 = 19
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 6
APROXIMAÇÃO LINEAR DE UMA FUNÇÃO NA
VIZINHANÇA DE UM PONTO
Seja ∆y = f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 ) o incremento de f quando x0
sofre o acréscimo ∆x. Vimos que
∆y = f ′( x0 ) ∆x + ε ∆x = dy + ε ∆x.
Então
f ( x0 + ∆x) − f ( x0 ) = dy + ε ∆x.
Como ε ∆x é um infinitésimo de ordem superior a ∆x, para
valores de ∆x suficientemente pequenos, podemos escrever
f ( x0 + ∆x) ≈ f ( x0 ) + dy
ou
f ( x0 + ∆x) ≈ f ( x0 ) + f ′( x0 ) ∆x.
Conclusão: dy pode ser usado no cálculo aproximado de
f ( x0 + ∆x).
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 7
APROXIMAÇÃO LINEAR DE UMA FUNÇÃO NA
VIZINHANÇA DE UM PONTO
Consideremos novamente f ( x0 + ∆x ) ≈ f ( x0 ) + f ′( x0 ) ∆x.
Fazendo x = x0 + ∆x (e portanto ∆x = x − x0 ) obtém-se
f ( x) ≈ f ( x0 ) + f ′( x0 )( x − x0 )
que é a equação de uma reta e pode ser vista como uma
aproximação ao gráfico de f na vizinhança de x0 .
y
y = f ( x)
y = f ( x0 ) + f ′( x0 ) ( x − x0 )

( x0 , f ( x0 ))

x0 x
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 8
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE DIFERENCIAL – EXEMPLOS
0
1. Sabendo que e = 1, use a noção de diferencial para calcular
0.2
o valor aproximado de e .
Resolução:
x
Neste caso, f ( x) = e .
Recorrendo à aproximação f ( x ) ≈ f ( x0 ) + f ′( x0 )( x − x0 )
que é a equação da reta tangente ao gráfico no ponto de
abcissa x0 e fazendo x0 = 0 e x = 0.2 obtemos
f (0.2) ≈ f (0) + f ′(0) × 0.2.
x 0
Como f ′( x) = e , vem f ′(0) = e e, consequentemente,
e0.2 ≈ e0 + e0 × 0.2
ou seja e0.2 ≈ 1 + 0.2 = 1.2
que é muito próximo do valor real e 0,2 = 1, 2214 .
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 9
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE DIFERENCIAL – EXEMPLOS

2. Considere o modelo matemático do lucro L (euros) obtido


na venda de x unidades (1 ≤ x ≤ 200) de um produto:
L( x) = −( x − 1)( x − 200) = − x 2 + 201x − 200.
Admita que o número de unidades vendidas aumentou de
20 para 25.

2.1 Sabendo que L′(20) = 161, aplique o conceito de


L.
diferencial para determinar ∆
2.2 Sabendo que ∆L = L(25) − L(20) = 780 euros,
determine o erro relativo ε da estimativa da alínea
anterior.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 10
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE DIFERENCIAL – EXEMPLOS

Resolução:
2.1 ∆x = 25 − 20 = 5
L( x + ∆x) − L( x) ≈ L′( x) ∆x
L = L′(20) × 5 = 161× 5 = 805

Consequentemente, a estimativa pretendida é


L − ∆L 805 − 780

2.2 ε = = ≈ 0.032 (3.2%)
∆L 780

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 11
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE DIFERENCIAL – EXEMPLOS

3. Considere a função f ( x) = x.
3.1 Determine a aproximação linear de f na vizinhança
de x0 = 1.
3.2 Use-a para calcular o valor aproximado de 0.9 e de
1.1.
Resolução:
3.1 f ( x) ≈ f ( x0 ) + f ′( x0 )( x − x0 )
f ( x) = x
x0 = 1 → f ( x0 ) = f (1) = 1 = 1
1 1
f ′( x) = → f ′( x0 ) = f ′(1) =
2 x 2
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 12
APLICAÇÃO DO CONCEITO DE DIFERENCIAL – EXEMPLOS

Resolução (cont.):
f ( x) ≈ f (1) + f ′(1)( x − 1)
1
x ≈ 1 + ( x − 1)
2
1
3.2 0.9 ≈ 1 + (−0.1) ≈ 0.95 e
2
0.9 = 0,94868 valor real.
1
1.1 ≈ 1 + (0.1) ≈ 1.05 e
2
1.1 = 1.0488 valor real.
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 13
FORMAS INDETERMINADAS 0/0 E ∞/∞
Indeterminações 0 / 0
x2 + x − 2 0
lim → → −3
x →−2 x+2 0

x2 + x − 2 0
lim− 2
→ → +∞
x →−2 ( x + 2) 0

Indeterminações ∞ / ∞
5x2 + 1 ∞ 5
lim → →
x →+∞ 2 x 2 − 3 ∞ 2

5x + 1 ∞
lim → →0
x →+∞ 2 x 2 − 3 ∞

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 14
REGRA DE L’HOSPITAL

Sejam f e g duas funções diferenciáveis em ] x0 − ∆x, x0 + ∆x[ ,


com ∆x > 0 , e g ′( x) ≠ 0, ∀x ∈ ] x0 − ∆x, x0 + ∆x[.
Supor ainda que
lim f ( x) = lim g ( x) = 0
x → x0 x → x0

e que
f ′( x)
lim
x → x0 g ′( x )

é um número real ou é ±∞. Então

f ( x) f ′( x )
lim = lim
x → x0 g ( x ) x → x0 g ′( x )

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 15
APLICAÇÃO DA REGRA DE L’HOSPITAL – EXEMPLOS

x2 + x − 2
1. Calcule xlim .
→−2 x+2
Resolução:
x2 + x − 2 0
lim →
x →−2 x+2 0
Pela Regra de L’Hospital
d 2
 x + x − 2 
x2 + x − 2 dx  2x + 1 
lim = lim = lim   = −3
x →−2 x+2 x →−2 d x →−2
 1 
[ x + 2]
dx

Observação: Na aula 6 este tipo de problema foi resolvido por


outro método mais simples.

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 16
APLICAÇÃO DA REGRA DE L’HOSPITAL – EXEMPLOS

e2 x − 1
2. Calcule lim 3
.
x →0 x
Resolução:

e2 x − 1 0
lim 3 →
x →0 x 0
Pela Regra de L’Hospital

d 2x
2x e − 1 2x
e −1 2e
lim 3 = lim dx = lim 2 = +∞
x →0 x x → 0 d 3 x →0 3x
 x 
dx

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 17
GENERALIZAÇÃO DA REGRA DE L’HOSPITAL

f ( x) f ′( x )
O resultado lim = lim também se aplica:
g ( x) g ′( x )

f ( x)
(1) no cálculo de lim quando lim f ( x) = lim g ( x) = ∞,
x → x0 g ( x ) x → x0 x → x0

isto é, a indeterminação é da forma ∞ / ∞;

f ( x)
(2) no cálculo de lim quando a indeterminação é do tipo
x →±∞ g ( x )
0 / 0 ou ∞ / ∞;
f ( x) f ( x)
(3) no cálculo de limites laterais, lim+ ou lim− ,
x → x0 g ( x ) x → x0 g ( x )

e a indeterminação é do tipo 0 / 0 ou ∞ / ∞.
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 18
GENERALIZAÇÃO DA REGRA DE L’HOSPITAL – EXEMPLOS

5x + 1
1. Calcule lim .
x →+∞ 2 x 2 − 3

Resolução:
5x + 1 ∞
lim →
x →+∞ 2 x 2 − 3 ∞

Pela Regra de L’Hospital


d
5x + 1 [ 5 x + 1]
5
lim = lim dx = lim =0
x →+∞ 2 x 2 − 3 x →+∞ d x →+∞ 4x
 2 x 2 − 3
dx

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 19
GENERALIZAÇÃO DA REGRA DE L’HOSPITAL – EXEMPLOS

x
2. Calcule xlim
→+∞ e x
. [A. pág. 500: 1]

Resolução:
x ∞
lim x →
x →+∞ e ∞

Pela Regra de L’Hospital


d
x [ x]
1
lim x = lim dx = lim x = 0
x →+∞ e x →+∞ d x →+∞ e
e 
x

dx

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 20
GENERALIZAÇÃO DA REGRA DE L’HOSPITAL – EXEMPLOS

ln x
3. Calcule xlim
→+∞ x
. [L. pág. 564: 2]

Resolução:
ln x ∞
lim →
x →+∞ x ∞
Pela Regra de L’Hospital
d
ln x [ln x ] 1
lim = lim dx = lim = 0
x →+∞ x x →+∞ d x →+∞ x
[ x]
dx

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 21
APLICAÇÃO DA REGRA DE L’HOSPITAL MAIS DE UMA VEZ
– EXEMPLO

x2
Calcule lim − x . [L. pág. 564: 3]
x →−∞ e

Resolução:
x2 ∞
lim →
x→−∞ e − x ∞
Pela Regra de L’Hospital
d 2
2  x 
x 2x ∞
lim − x = lim dx = lim − x →
x →−∞ e x →−∞ d x →−∞ −e ∞
e− x 
dx
Aplicando novamente a Regra de L’Hospital
d
x2 2x [2 x] 2
lim − x = lim − x = lim dx = lim − x = 0
x→−∞ e x →−∞ −e x →−∞ d x→−∞ e
 −e 
−x

dx
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 22
FORMA INDETERMINADA 0×∞
Quando lim f ( x) = 0 e lim g ( x) = ∞ obtemos
lim f ( x) lim g ( x) → 0 × ∞
Exemplos:
 1 
lim ( x )  x  → 0× ∞ →1
x →0
 e −1
1
lim   ( x ) → 0 × ∞ → 0
x →+∞ e x
 
1
lim
x → 0+
( )
x   → 0 × ∞ → +∞
 x
Estratégia:
Transformar a indeterminação 0× ∞ em 0 / 0 ou em ∞ / ∞
e aplicar a Regra de L’Hospital.
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 23
FORMA INDETERMINADA 0×∞

Concretizando:
1
Se lim f ( x) = 0 ⇒ lim =∞
f ( x)
1
Se lim g ( x) = ∞ ⇒ lim =0
g ( x)

(1) lim ( f ( x) g ( x) ) = lim f ( x) → 0


1 0
g ( x)

(2) lim ( f ( x) g ( x) ) = lim g ( x) → ∞


1 ∞
f ( x)

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 24
FORMA INDETERMINADA 0×∞ – EXEMPLOS

−x
1. Calcule lim e x. [L. pág. 565: 4]
x →+∞

Resolução:

lim e − x x → 0 × ∞
x →+∞

−x ∞ x
lim e x = lim x →
x →+∞ x →+∞ e ∞
Pela Regra de L’Hospital
d  
 x
dx 1
lim e − x x = lim = lim =0
x →+∞ x →+∞ d x →+∞ x
e x  2 xe
dx

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 25
FORMA INDETERMINADA 0×∞ – EXEMPLOS

2. Calcule lim+ x ln x. [A. pág. 500: 3]


x →0

Resolução:
lim+ x ln x → 0 × ∞
x →0
ln x ∞
lim+ x ln x = lim+ →
x →0 x →0 1 ∞
x
Pela Regra de L’Hospital
d 1
[ln x ]
lim+ x ln x = lim+ dx = lim+ x = lim+ ( − x) = 0
x →0 x →0 d  1  x →0 1 x →0
  − 2
dx  x  x

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 26
∞ 0 0
FORMAS INDETERMINADAS 1 ,∞ ,0

Quando o lim f ( x) = 1 e lim g ( x) = ∞ obtemos

lim f ( x) g ( x ) → 1∞

Quando o lim f ( x) = ∞ e lim g ( x) = 0 obtemos

lim f ( x) g ( x ) → ∞ 0

Quando o lim f ( x) = 0 e lim g ( x) = 0 obtemos

lim f ( x) g ( x ) → 00

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 27
∞ 0 0
FORMAS INDETERMINADAS 1 ,∞ ,0
Estratégia:
(1) Supor que lim f ( x) g ( x ) existe
g ( x)
(2) Faz-se y = lim f ( x) ( y > 0)
(3) Toma-se o logaritmo natural de ambos os membros
ln y = ln lim f ( x) g ( x )  , y > 0
(4) Como o logaritmo é uma função contínua, determina-se

ln y = lim ln ( f ( x) g ( x ) ) 
= lim  g ( x) ln ( f ( x) ) 
=L
(5) Então y = e L

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 28
FORMAS INDETERMINADAS 1∞ , ∞0 , 00 – EXEMPLOS

1. Calcule lim (1 + x)1/ x . [A. pág. 502: 5]


x →0

Resolução:
lim (1 + x)1/ x → 1∞ Faz-se y = lim (1 + x)1/ x
x→0 x →0

Toma-se o logaritmo natural de ambos os membros


ln y = ln  lim(1 + x)1/ x 
 x →0 
Como o logaritmo é uma função contínua
1 ln(1 + x)
ln y = lim ln (1 + x)1/ x  = lim ln(1 + x) = lim
x →0 x →0 x x →0 x
Aplicando a Regra de L’Hospital
1
lim x + 1 = 1, ln y = 1 ⇔ y = e
x →0 1
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 29
∞ 0 0
FORMAS INDETERMINADAS 1 ,∞ ,0 – EXEMPLOS

2. Calcule xlim (2 x) −1/ x .


→+∞

Resolução:
lim (2 x) −1/ x → ∞ 0
x →+∞

Faz-se y = lim (2 x) −1/ x


x →+∞

Então, tomando o logaritmo de ambos os membros


1
 1 ln(2 x)
 −1/ x

ln y = lim ln  (2 x)  = lim  −  ln(2 x) = − lim = − lim x = 0
x →+∞ x →+∞
 x x →+∞ x x →+∞ 1

Então, ln y = 0 ⇔ y = lim (2 x) −1/ x = e0 = 1


x →+∞

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 30
∞ 0 0
FORMAS INDETERMINADAS 1 ,∞ ,0 – EXEMPLOS

x/2
3. Calcule lim+ x .
x →0

Resolução:
lim+ x x / 2 → 00
x →0

x/2
Faz-se y = lim+ x
x →0

Então tomando o logaritmo de ambos os membros


x 1
ln y = lim+ ln ( x x/2
) = xlim+   ln x = lim+ ( x ln x ) = 0 (ver slide 14)
x →0 →0  2  2 x →0

Então, ln y = 0 ⇔ y = lim+ x x / 2 = 1
x →0

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 31
FORMA INDETERMINADA ∞−∞ – EXEMPLO

Calcule lim  
1 1
−  . [L. pág. 567: 7]
x →1  ln x
+
x −1
Resolução:
 1 1   1 1   x − 1 − ln x  0
lim+  −  →∞−∞ lim+  −  = lim   →
x →1  ln x x −1 x →1  ln x x − 1  x →1+  ( x − 1)ln x  0

Pela Regra de L’Hospital 1


 x − 1 − ln x  1−
x  x −1  0
lim+  = lim
 x →1+ = lim   →
x →1
 ( x − 1)ln x  1 x →1+  x − 1 + x ln x  0
( x − 1) + ln x
x
Voltando a aplicar a Regra de L’Hospital, obtemos
 1 1  1 1
lim+  −  = lim+ =
x →1  ln x x − 1  x →1 1 + ln x + 1 2
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 9 - Funções Reais de Variável Real 32
SUMÁRIO

Funções Reais de Variável Real (Continuação)

● Aplicação do Cálculo Diferencial ao Estudo


de funções
– Monotonia e Extremos
– Concavidades e Pontos de Inflexão
● Assíntotas

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 1
MONOTONIA

Definição:
Uma função f é crescente num intervalo [ a, b ] ⊂ D f se para
todos os elementos x1 ≤ x2 desse intervalo, f ( x1 ) ≤ f ( x2 ).

Simbolicamente:
∀x1 , x2 ∈ [ a, b ] , x1 ≤ x2 ⇒ f ( x1 ) ≤ f ( x2 )
Definição:
Uma função f é decrescente num intervalo [ a, b ] ⊂ D f se
para todos os elementos x1 ≤ x2 desse intervalo, f ( x1 ) ≥ f ( x2 ).

Simbolicamente:
∀x1 , x2 ∈ [ a, b ] , x1 ≤ x2 ⇒ f ( x1 ) ≥ f ( x2 )
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 2
MONOTONIA

Definição:
Uma função f diz-se monótona se for crescente ou decrescente.

Teorema:
Condição necessária e suficiente para f ser monótona
Seja f uma função definida e diferenciável em ]a, b[ ,então:
1. f é crescente (em sentido lato) em ]a, b[ , sse
f ′( x) ≥ 0, ∀x ∈ ]a, b[ .
2. f é decrescente (em sentido lato) em ]a, b[ , sse

f ′( x) ≤ 0, ∀x ∈ ]a, b[ .

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 3
MONOTONIA – EXEMPLO

f ( x) = x 2 − 2

x
f ′( x ) < 0 f ′( x ) > 0

f ′( x ) = 0

Decrescente em ]−∞,0]
Crescente em [ 0, +∞[

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 4
EXTREMOS

Definição:
A função f de domínio D f admite um máximo relativo ou
local em x0 ∈ D f se existe um intervalo ] x0 − ∆x, x0 + ∆x[ ,
com ∆x > 0, tal que, para todo o
x ∈ ] x0 − ∆x, x0 + ∆x[ ∩ D f , f ( x) ≤ f ( x0 ).

Observação:
f ( x0 ) é um máximo relativo da função e x0 é um ponto de
máximo relativo.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 5
EXTREMOS

Definição:
A função f de domínio D f admite um mínimo relativo ou local
em x0 ∈ D f se existe um intervalo ] x0 − ∆x, x0 + ∆x[ , com ∆x > 0,
tal que, para todo o
x ∈ ] x0 − ∆x, x0 + ∆x[ ∩ D f , f ( x) ≥ f ( x0 ).

Observação:
f ( x0 ) é um mínimo relativo da função e x0 é um ponto de
mínimo relativo.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 6
EXTREMOS – EXEMPLO

y = x3 − 3x 2 + 1

máximo

mínimo

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 7
EXTREMOS E PRIMEIRA DERIVADA

Teorema:
Condição necessária para a existência de um extremo
Se a função f tem um extremo num ponto x0 ∈ D f então
f ′( x0 ) = 0 ou f não tem derivada em x0 .

y
f ( x) = x3 − 3x 2 + 2 y f ( x) = x
f ′( x) = 0 máximo

x
mínimo x
f ′( x ) = 0 Não existe f ′(0)
mínimo

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 8
TESTE DA PRIMEIRA DERIVADA

Teorema:
Condição suficiente para a existência de extremo
Seja f uma função contínua num intervalo aberto contendo x0
e derivável em todo o intervalo com a possível exceção de x0 .
1. Se f ′( x ) > 0 para x < x0 e f ′( x ) < 0 para x > x0 , ou seja,
se em x0 e para valores crescentes de x, f ′( x) passar de
positiva a negativa, então f tem um máximo relativo em x0 .
2. Se f ′( x ) < 0 para x < x0 e f ′( x ) > 0 para x > x0 , ou seja,
se em x0 e para valores crescentes de x, f ′( x) passar de
negativa a positiva, então f tem um mínimo relativo em x0 .

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 9
TESTE DA PRIMEIRA DERIVADA

Observações:
1. A existência de um extremo em x0 pressupõe, de acordo
com a condição necessária, que em x0 a derivada seja nula
ou não exista (mas isto não chega!).
2. f não tem extremo em x0 se f ′ não mudar de sinal (mesmo
que f ′( x0 ) = 0 ou não exista).

Conclusão:
1. Pela condição necessária determinamos os candidatos.
2. Pela condição suficiente identificamos os extremos entre os
candidatos.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 10
TESTE DA PRIMEIRA DERIVADA – EXEMPLOS

3
1. A função f ( x) = x − 3 x − 1 admite dois extremos.
y
máximo
f ′( x) = 0 f ( x) = x3 − 3x − 1

f ′( x) > 0 f ′( x ) < 0

f ′( x) < 0 f ′( x ) > 0
f ′( x) = 0
mínimo
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 11
TESTE DA PRIMEIRA DERIVADA – EXEMPLOS

2. A função f ( x ) = x 3 + 1 não admite extremos.


y f ( x) = x3 + 1

f ′( x) > 0

f ′( x) = 0

f ′( x) > 0

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 12
TESTE DA PRIMEIRA DERIVADA – EXEMPLOS

3. Aplique o teste da primeira derivada para determinar os


extremos das funções:
3.1 f (x) = x3 − 6x2 +12x − 7
4 3
3.2 f ( x) = − x + 4 x
Resolução:
3 2
3.1 f ( x ) = x − 6 x +12x − 7
f ′( x) = 3x2 −12x +12 = 3 ( x − 2)2
f ′( x) = 0 ⇔ x = 2
x ]−∞,2[ 2 ]2,+∞[ Conclusão:

f′ + + f não tem extremos


0 relativos.
f ր 1 ր
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 13
TESTE DA PRIMEIRA DERIVADA – EXEMPLOS

Resolução (cont):
3.2 f (x) = −x4 + 4x3
f ′(x) = − 4x3 +12x2
f ′( x) = 0 ⇔ − 4x2 (x − 3) = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = 3

x ]−∞,0[ 0 ]0,3[ 3 ]3,+∞[


f′ + 0 + 0 −
f ր 0 ր 27 ց

Conclusão: f tem um máximo em x = 3.

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 14
TESTE DA SEGUNDA DERIVADA

Teorema:
Condição suficiente para a existência de extremo
Seja f uma função cuja primeira derivada se anule em x0 ,
f ′( x0 ) = 0, e cuja segunda derivada exista e seja contínua num
intervalo aberto contendo x0 . Então
1. Se f ′′( x0 ) > 0, f tem um mínimo relativo em x0 .
2. Se f ′′( x0 ) < 0, f tem um máximo relativo em x0 .

Observação:
Se f ′( x0 ) = f ′′( x0 ) = 0 o teste é inconclusivo, isto é, f pode
ser um máximo relativo, um mínimo relativo, ou nenhum dos
dois em x0 . (Usar Teste Primeira Derivada)

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 15
TESTE DA SEGUNDA DERIVADA – EXEMPLO
y
máximo
f ( x) = x 3 ( x 2 − 5)
f ′( x ) = 5 x 2 ( x 2 − 3)
f ′′( x) = 10 x (2 x 2 − 3)

− 3 3 x
ponto
inconclusivo

mínimo
Pontos Críticos
x=− 3 x=0 x= 3
f ′( x) = 0
Sinal de f ′′ ( )
f ′′ − 3 < 0 f ′′(0) = 0 f ′′ ( 3) > 0
Conclusão Máximo relativo Nada se pode concluir Mínimo relativo

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 16
TESTE DA SEGUNDA DERIVADA – EXEMPLO

Determine os extremos das funções pelo teste da segunda


derivada.
(a) 4
f ( x) = −x + 4x 3

x−1
(b) f ( x) = ( x −1) e
Resolução:
(a) f ′( x) = −4x3 +12x2 , f ′(x) = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = 3
f ′′( x) = −12x2 + 24x
Pontos Críticos
x=0 x=3
f ′( x) = 0
Sinal de f ′′ f ′′(0) = 0 f ′′(3) = −36 < 0
Conclusão Nada se pode concluir Máximo relativo

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 17
TESTE DA SEGUNDA DERIVADA – EXEMPLO

Resolução (cont):
(b) f (x) = (x −1) e ⇒ f (x) = x e
x−1
′ x−1

f ′( x) = 0 ⇔ x ex−1 = 0
x−1
⇔ x = 0 ∨ e =0
⇔ x = 0 eq. impossível
f ′′( x) = (x +1) ex−1
Pontos Críticos
x=0
f ′( x) = 0
Sinal de f ′′ f ′′(0) = e −1 > 0
Conclusão Mínimo relativo

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 18
CONCAVIDADES

Teorema:
Seja f duas vezes diferenciável em ]a, b[ . Se em ]a, b[
qualquer ponto de
1. f ′′( x) > 0 então f tem a concavidade para cima em ]a, b[ .
2. f ′′( x) < 0 então f tem a concavidade para baixo em ]a, b[ .
y
2 f ( x ) = −( x − 3) 2 + 2
f ( x) = ( x + 2)

f ′′( x) < 0
f ′′( x) > 0

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 19
CONCAVIDADES – EXEMPLO

Estude o sentido das concavidades das funções:


4 3 5
(a) f ( x) = −x + x (b) f ( x) =
x+2
Resolução:
(a) f ( x) = −x4 + x3 , f ′( x) = −4x3 + 3x2 , f ′′( x) = 6x (−2x +1)
1
f ′′(x) = 0 ⇔ x = 0 ∨ x =
2
 1 1 1 
x ]−∞,0[ 0  0,   2 , +∞ 
 2 2
f ′′ − 0 + 0 −
1
f ∩ 0 ∪ ∩
16
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 20
CONCAVIDADES – EXEMPLO

Resolução:
(b)
5 5 10
f (x) = , f ′(x) = − 2
, f ′′(x) =
x+2 (x + 2) ( x + 2)3

f ′′ não tem zeros e x = −2 não é candidato a ponto de


inflexão uma vez que não pertence ao domínio.
Neste caso, não há necessidade de fazer a análise
do sinal da segunda derivada.

x ]−∞, −2[ −2 ]−2, +∞[


f ′′ − n.d. +
f ∩ n.d. ∪
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 21
PONTOS DE INFLEXÃO

Definição:
O ponto ( x0 , f ( x0 ) ) do gráfico de f é um ponto de inflexão se
f muda o sentido da concavidade nesse ponto.
Teorema:
Condição necessária para ser ponto de inflexão
Se ( x0 , f ( x0 ) ) é um ponto de inflexão então f ′′( x0 ) = 0 ou
f ′′( x0 ) não existe.
Teorema:
Condição suficiente para ser ponto de inflexão
Se f ′′, a segunda derivada de f , muda de sinal em x0 ∈ D f ,
então ( x0 , f ( x0 ) ) é um ponto de inflexão.
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 22
PONTOS DE INFLEXÃO – EXEMPLO

f ( x) = x3 − 3x − 1

f ′′( x) < 0
x

−1
Ponto de
Inflexão

f ′′( x) > 0

Ponto de inflexão: ( 0, −1)

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 23
PONTOS DE INFLEXÃO – EXEMPLO

Determine os pontos de inflexão das funções


4 3 5
(a) f ( x) = −x + x (b) f ( x) =
x+2
Resolução:
(a) f ( x) = −x4 + x3 , f ′′( x) = 6x (−2x +1)

 1 1 1 
x ]−∞,0[ 0  0, 2   2 , +∞ 
2
f ′′ − 0 + 0 −
1
f ∩ 0 ∪ ∩
16
1 1 
Pontos de inflexão: (0, 0) e  , 
 2 16 
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 24
PONTOS DE INFLEXÃO – EXEMPLO

Resolução:
5 10
(b) f ( x) = , f ′′( x) =
x+2 ( x + 2)3

x ]−∞, −2[ −2 ]−2, +∞[


f ′′ − n.d. +
f ∩ n.d. ∪

Não existem pontos de inflexão

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 25
ASSÍNTOTAS

Definição:
Considere um ponto móvel a percorrer o gráfico de uma função.
Uma reta é uma assíntota da função se a distância entre o ponto
móvel e a reta tender para zero quando a distância do ponto
móvel à origem aumenta indefinidamente.
Teorema: A reta de equação x = x0 é uma assíntota vertical
sse lim f ( x ) = ∞.
x → x0
Teorema: A reta de equação y = mx + b é uma assíntota não
vertical sse lim [ f ( x ) − ( mx + b) ] = 0, em que
x →∞
f ( x)
m = lim e b = lim
x →∞
[ f ( x ) − m x ].
x →∞ x
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 26
ASSÍNTOTAS – EXEMPLO

x2 + 2 x
f ( x) = 2
x −1

1
−1 1 x

Assíntotas verticais: x = −1 e x = 1
Assíntota não vertical (horizontal): y = 1

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 27
ASSÍNTOTAS – EXEMPLO
y

f ( x) = ln(e x − 1)

y=x

Assíntota vertical: x = 0
Assíntota não vertical (oblíqua): y = x

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 28
ASSÍNTOTAS – EXEMPLO

Determine as assíntotas das funções seguintes:


x2 5x2 x
(a) f ( x) = (b) f ( x) = (c) f ( x) =
x+2 x2 +1 ln(x)
Resolução:
(a) D = ℝ \ {−2}
f

Assíntota Vertical:
x2 x2
lim− f ( x) = lim− lim+ f ( x) = lim+
x →− 2 x →− 2 x + 2 x →− 2 x →− 2 x + 2
4 4
= − = +
0 0
= −∞ = +∞
Assíntota vertical: x = −2
(O cálculo dos limites laterais tem interesse para esboçar o gráfico da função).

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 29
ASSÍNTOTAS – EXEMPLO

Resolução (cont.):
x2
f ( x) =
x+2
Assíntota não Vertical: y = mx + b
f ( x) x2
m = lim = lim 2 =1
x →±∞ x x →±∞ x + 2 x

 x2 
b = lim [ f ( x) − m x ] = lim  − x  = −2
x →±∞ x + 2
x →±∞
 
Assíntota oblíqua: y = x − 2

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 30
ASSÍNTOTAS – EXEMPLO

Resolução (cont.):
2
(b) f ( x) =
5x
x2 +1
Df = ℝ
Assíntotas Verticais:
Não existem assíntotas verticais.
Assíntotas não Verticais: y = mx + b
f ( x) 5x2
m = lim = lim 3 =0
x →±∞ x x →±∞ x + x
5x2
b = lim [ f ( x) − mx ] = lim 2 =5
x →±∞ x →±∞ x + 1
Assíntota horizontal: y = 5
António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 31
ASSÍNTOTAS – EXEMPLO

Resolução:
x
(c) f ( x) = Df = { x ∈ ℝ : x > 0 ∧ ln(x) ≠ 0} = ]0,1[ ∪ ]1, +∞[
ln( x)
Assíntotas Verticais:
x 0
lim+ f ( x) = lim+ = =0
x→ 0 x → 0 ln( x ) −∞
⇒ x = 0 não é assíntota vertical
x 1
lim− f ( x) = lim− = − = −∞
x →1 x →1 ln( x ) 0
x 1
lim+ f ( x) = lim+ = + = +∞
x →1 x →1 ln( x ) 0
Assíntota vertical: x = 1

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 32
ASSÍNTOTAS – EXEMPLO

Resolução (cont.):
x
f (x) =
ln(x)
Assíntota não Vertical: y = mx + b

f ( x)
m = lim b = lim [ f ( x) − mx ]
x →+∞
x →+∞ x
1 x
= lim = lim
x → +∞ ln( x ) x → +∞ ln( x )
1 = +∞
=
+∞
=0
Não existe assíntota não vertical

António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 33
ESTUDO DE UMA FUNÇÃO – EXEMPLO
y Domínio ℝ

f ( x) = x3 − x Zeros {−1, 0, 1}

 3  3 
Crescente em  −∞, −  e em  , +∞ 
 3   3 
Decrescente em  − 3 3
, 
 3 3 
3 3
3 3 x Máximo em x = − e Mínimo em x =

3 3
3 3
Concavidade para baixo em ]−∞, 0[

Concavidade para cima em ]0, +∞[

Ponto de inflexão (0, 0)

Não tem assíntotas


António Carvalho Pedrosa e Cristina Torres Aula 10 - Funções Reais de Variável Real 34
SUMÁRIO

Funções Reais de Variável Real (Cont.)

● Esboço do Gráfico de Funções


– Função Polinomial
– Função Racional
– Função Irracional
– Função Exponencial
– Função Logarítmica

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 1
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÕES

Aspetos a considerar para fazer o esboço do gráfico:

• domínio e contradomínio
• interseção com os eixos
• monotonia
• extremos relativos
• concavidade
• pontos de inflexão
• assíntotas e comportamento quando x → ±∞
• simetria
• periodicidade

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 2
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO POLINOMIAL

Exemplo: f ( x) = x 4 − 12 x 3 + 48 x 2 − 64 x = x( x − 4)3 [L. pág. 210: 5]

Domínio: ℝ
Interseção com eixo x : f ( x) = 0 ⇔ x = 0 ∨ x = 4, ( 0, 0 ) , ( 4, 0 )
Interseção com eixo y : x = 0 ⇒ f (0) = 0, ( 0, 0 )
Primeira derivada: f ′( x) = 4 x 3 − 36 x 2 + 96 x − 64 = 4( x − 1)( x − 4) 2
Candidatos a extremos: f ′( x) = 0 ⇔ x = 1 ∨ x = 4
Segunda derivada: f ′′( x) = 12 x 2 − 72 x + 96 = 12( x − 4)( x − 2)
Candidatos a pontos de inflexão: f ′′( x) = 0 ⇔ x = 4 ∨ x = 2
Assíntotas verticais: não tem
f ( x)
Assíntotas não verticais: não tem m = xlim = ±∞
→±∞ x
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 3
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO POLINOMIAL

x <1 1 1< x < 2 2 2< x<4 4 x>4

f ′( x) = 4( x − 1)( x − 4) 2 − 0 + + + 0 +

f ′′( x) = 12( x − 2)( x − 4) + + + 0 − 0 +


−27 −16 0
f ( x) = x( x − 4)3 ց,∪ ր,∪ p.i. ր,∩ p.i. ր,∪
min.
Teste da 2ª derivada (extremos)

f ′′(1) = 36 > 0
(1, f (1) ) = (1, −27 ) Mínimo relativo

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 4
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO RACIONAL
2
Exemplo: f ( x) = − 2 x + 4
x [L. pág. 208: 2]
x−2
Domínio: ℝ \ {2}
Interseção com eixo x : f ( x) = 0, x 2 − 2 x + 4 ≠ 0 ∀x ∈ ℝ não tem
Interseção com eixo y : x = 0 ⇒ f (0) = −2, ( 0, −2 )
x( x − 4)
Primeira derivada: f ′( x) =
( x − 2)2
Candidatos a extremos: f ′( x) = 0, x ≠ 2 ⇔ x = 0 ∨ x = 4
8
Segunda derivada: f ′′( x) =
( x − 2)3
Candidatos a pontos de inflexão: não tem
Assíntotas verticais: lim f ( x) = +∞, lim f ( x) = −∞, x=2
x → 2+ x →2 −

f ( x)
Assíntotas não verticais: m = lim = 1, b = lim [ f ( x) − x ] = 0, y=x
x→±∞ x x→±∞

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 5
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO RACIONAL

x<0 0 0< x<2 2 2< x<4 4 x>4


x ( x − 4)
f ′( x) = ( x − 2)2 + 0 − n.d. − 0 +
f ′′( x) = 8
( x − 2)3
− − − n.d. + + +
x2 − 2 x + 4 −2 n.d. 6
f ( x) = ր,∩ ց,∩ a.v. ց,∪ ր,∪
x−2 max. min.
Teste da 2ª derivada (extremos) x=2

f ′′(4) = 1 < 0
( 4, f (4) ) = ( 4,6 ) Mínimo relativo y=x

f ′′(0) = −1 < 0
( 0, f (0) ) = ( 0, −2 ) Máximo relativo
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 6
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO IRRACIONAL
x
Exemplo: f ( x) = 2
[L. pág. 209: 3]
x +2
Domínio: ℝ
Interseção com eixo x : f ( x) = 0 ⇔ x = 0, ( 0, 0 )
Interseção com eixo y : x = 0 ⇒ f (0) = 0, ( 0, 0 )
2
Primeira derivada: f ′( x) = 3/ 2
( x2 + 2)
Candidatos a extremos: não tem
6x
Segunda derivada: f ′′( x) = − 5/ 2
+ 2) (x 2

Candidatos a pontos de inflexão: f ′′( x) = 0 ⇔ x = 0


Assíntotas verticais: não tem
f ( x)
Assíntotas não verticais: m = lim = 0, b = lim f ( x) = ±1, y = ±1
x→±∞ x x →±∞

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 7
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO IRRACIONAL

x<0 0 x>0
f ′( x) = 2
3/ 2 + + +
(x 2
+2 )
f ′′( x) = − 6x
5/ 2 + 0 −
( x2 + 2 )
x
f ( x) = ր,∪ 0 ր,∩
x2 + 2 p.i.
y =1

y = −1

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 8
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO EXPONENCIAL
DISTRIBUIÇÃO NORMAL
2
− x2
Exemplo: f ( x) = e [A. pág. 370: 3]

Domínio: ℝ
2
− x
Interseção com eixo x : f ( x) = 0, e 2 > 0 ∀x ∈ ℝ não tem
Interseção com eixo y : x = 0 ⇒ f (0) = 1, ( 0,1)
2

Primeira derivada: f ′( x) = − xe 2
x

Candidatos a extremos: f ′( x) = 0 ⇔ x = 0
2
2 − x2
Segunda derivada: f ′′( x) = ( x − 1) e
Candidatos a pontos de inflexão: f ′′( x) = 0 ⇔ x = −1 ∨ x = 1
Assíntotas verticais: não tem
f ( x)
Assíntotas não verticais: m = xlim = 0, b = lim [ f ( x) − mx ] = 0, y=0
→±∞ x x →±∞

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 9
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO EXPONENCIAL
DISTRIBUIÇÃO NORMAL

x < −1 −1 −1 < x < 0 0 0 < x <1 1 x >1


2

f ′( x) = − xe
− x2
+ + + 0 − − −
2
2
f ′′( x) = ( x − 1)e
− x2
+ 0 − − − 0 +
− 12 − 12
2
− x2
ր,∪ e ր,∩ 1 ց,∩ e ց,∪
f ( x) = e p.i. max. p.i.

Teste da 2ª derivada (extremos)


f ′′(0) = −1 < 0
( 0, f (0) ) = ( 0,1) Máximo relativo y=0

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 10
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO LOGARÍTMICA

ln x
Exemplo: f ( x) = [A. pág. 371: 4]
x
Domínio: ℝ +
Interseção com eixo x : f ( x) = 0 ⇔ ln x = 0, x ≠ 0 ⇔ x = 1, (1, 0 )
Interseção com eixo y : x = 0, 0 ∉ D f
1 − ln x
Primeira derivada: f ′( x) =
x2
Candidatos a extremos: f ′( x) = 0 ⇔ 1 − ln x = 0, x ≠ 0 ⇔ x = e
−3 + 2 ln x
Segunda derivada: f ′′( x) =
x3
Candidatos a pontos de inflexão: f ′′( x) = 0 ⇔ x = e 3/2 ≈ 4.5
Assíntotas verticais: lim f ( x) = −∞, x=0
x→0+
f ( x)
Assíntotas não verticais: m = xlim = 0, b = lim [ f ( x) − mx ] = 0, y=0
→+∞ x x →+∞

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 11
ESBOÇO DO GRÁFICO DE FUNÇÃO LOGARÍTMICA

0< x<e e e < x < e3 / 2 e3 / 2 x > e3 / 2


1 − ln x
f ′( x) = + 0 − − −
x2
−3 + 2ln x
f ′′( x) = − − − 0 +
x3
ln x e −1 3
e −3 / 2 ց,∪
f ( x) = ր, ∩ ց, ∩ 2
x max. p.i.
Teste da 2ª derivada (extremos)
1
f ′′(e) = − 3
<0
e y=0
( e, f (e) ) = ( e, e−1 )
Máximo relativo
x=0
António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 12
MAXIMIZAÇÃO DE LUCRO – EXEMPLO

Considere a função lucro L( x) = 20 x + 1 − 2 x (106 euros), em que x


é o número de peças fabricadas (106 unidades). Determine o valor
de x que maximiza o lucro. [baseado em H. pág. 436: 5]
10
Resolução: L′( x) = − 2 (Lucro marginal) L′( x) = 0 ⇔ x = 24
x +1
L( x) = 20 x + 1 − 2 x 10
L ′( x) = −2
x +1

Observação: As funções derivadas da receita, do custo, e do lucro,


designam-se receita marginal, custo marginal, e lucro marginal.

António Carvalho Pedrosa e Patrícia Ramos Aula 11 - Funções Reais de Variável Real 13

Você também pode gostar