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FATEC

FACULDADE DE TECNOLOGIA

NOTAS DE AULA PARA ACOMPANHAR A

DISCIPLINA CÁLCULO I

PROFª. Drª. FÁTIMA AHMAD RABAH ABIDO

Garça - SP
Apostila de Cálculo I – FATEC
2
1º Semestre / 2011

EMENTA

• Matemática Elementar

• Limite e Continuidade

• Derivada

OBJETIVO

• Raciocinar lógica e organizadamente;

• Aplicar com clareza e segurança os conhecimentos adquiridos;

• O aluno deverá ser capaz de construir gráficos de funções reais de uma variável real,
calcular limites e derivadas;

• Utilizar estes conhecimentos em outras situações que surgirão a longo de sua atividade
acadêmica.

BIBLIOGRAFIA

• BOULOS, Paulo. Pré-Cálculo. Makron Books - SP 1999.

• COELHO, Flávio. Curso básico de Cálculo. São Paulo: Saraiva, 2005.

• EDWARDS, Jr.,C. & Penney,D. Cálculo com Geometria Analítica. Vol. 1 Rio de Janeiro –
LTC Editora, 1999.

• FLEMMING, Diva Marília - Cálculo A - Makron Books - SP 1999.

• HOFFMANN, Laurence. Cálculo - Vol. 1 LTC, 1990.LEITHOLD. Louis - O Cálculo com


Geometria Analítica –Vol.1 Ed. Harper & Row do Brasil Ltda-SP

• SILVA, Sebastião Medeiros. Matemática básica para cursos superiores. São Paulo: Atlas,
2001.

• SIMMONS, George. Cálculo com Geometria Analítica. Vol.1 São Paulo – Mcgraw-Hill
1987.

• SWOKOWSHI. Cálculo com geometria analítica. São Paulo: Editora Makron Books.

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Apostila de Cálculo I – FATEC
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REVISÃO

1. Conjuntos Numéricos
1.1 Números Naturais
1.2 Números Inteiros
1.3 Números Racionais
1.4 Números Irracionais
1.5 Números Reais
2. Números reais – resumo operacional
2.1 Cálculo do valor de expressões numéricas
2.2 Potenciação
2.2.1 Potência de expoente inteiro
2.2.2 Potência de expoente racional
2.3 Racionalização
3. Valor numérico de expressões algébricas
4. Operações com expressões algébricas
4.1 Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão de expressões Literais
4.2 Produtos Notáveis
4.3 Fatoração
4.4 Simplificação
4.5 Identidades envolvendo Divisão de Polinômio por Polinômio
5. Equações do 1º grau
6. Inequações do 1º grau
7. Equações do 2º grau
7.1 Equações incompletas
7.2 Equações completas
8. Sinal do trinômio do 2º grau
9. Inequações do 2º grau
10. Funções
10.1 Definição
10.2 Domínio, Imagem e Contradomínio
10.3 Tipos de Funções
10.3.1 Função Constante
10.3.1.1 Gráfico de uma Função Constante
10.3.2 Função do 1º Grau
10.3.2.1 Gráfico de uma Função do 1º Grau
10.3.3 Função do 2º Grau
10.3.3.1 Gráfico de uma Função do 2º Grau
10.3.3.2 Zeros da Função do 2º Grau
10.3.3.3 Vértice da Parábola
10.3.3.4 Coordenadas do Vértice
10.3.4 Função Modular
10.3.5 Função Exponencial
10.3.6 Função Logarítmica
10.3.7 Funções Trigonométricas
10.3.8 Funções Trigonométricas Inversa

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1. Conjuntos Numéricos

1.1 Números Naturais

Os números naturais surgiram de uma necessidade do ser humano em fiscalizar os seus


bens. Os símbolos que representam os números naturais são chamados de algarismos.

N = { 0, 1, 2, 3, 4, 5, ... }
Números Inteiros

Os números inteiros são todos os números naturais e também os seus opostos.

Z = {... , -3, -2, -1, 0, 1, 2, 3, ... }

1.2 Números Racionais

Os números racionais são aqueles que podem ser obtidos como quociente de dois números
inteiros.

Q = {p/q , onde p, q ∈ Z e q ≠ 0}

1.3 Números Irracionais

Os números irracionais são aqueles que não podem ser obtidos como o quociente de dois
números inteiros.

Exemplo: São números irracionais:

π ≅ 3,1415929...
2 ≅ 1,4142135...
3 ≅ 1,7320508...
e≅ 2,7182818...

1.4 Números Reais

O conjunto dos números reais é definido como a união entre os conjuntos dos números
irracionais e racionais.

OBSERVAÇÃO - Módulo de um Número

O módulo, ou valor absoluto, de um número real qualquer é a distância deste número à


origem (zero). O módulo de um número real x pode ser definido também por:

 x, se x ≥ 0
x =
− x, se x < 0
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Exemplos

(a) − 10 = − ( − 10 ) = 10 (b) + 7 = + 7 = 7

2. Números Reais – Resumo Operacional

2.1 Cálculo do valor de expressões numéricas

2.1.1 Ordem de operação

(1º) Potenciação e Radiciação;


(2º) Multiplicação e Divisão; e
(3º) Adição e Subtração

Seguindo a ordem de operação da esquerda para direita, e sempre eliminando primeiro


parênteses ( ); depois colchetes [ ] e finalmente as chaves { }.

OBS (Números Racionais):

- Adição e Subtração: Achar o mmc (divide o mmc encontrado pelo denominador e o resultado,
multiplicar pelo numerador);

2 × 3 × 8 + 15 23
+ = =
Ex: 5 ÷ 4 ÷ 20 20
↑ ↑ ↵

- Multiplicação: multiplicar numerador com numerador, e denominador com denominador;

2 3 2×3 6 3
Ex: × = = =
7 4 7 × 4 28 14

- Divisão: mantém a primeira fração e multiplica pelo inverso da segunda.

3 4 3 7 3 × 7 21
Ex: ÷ = × = =
5 7 5 4 5 × 4 20

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Exercícios

Calcular o valor das seguintes expressões numéricas dando a resposta na forma de fração e
decimal.

 2 9 5 10   37  11  1 1 3 
1)  . − :  : 2 −  2) : + : 
 3 8 49 7   28  10  5 4 2 

 1 1  7 1  7 5  1 1    1  
3)  −  : + .  −  . : 4) 3 × - 1 + 12 × - 13 + 4 × 1 -  − 1 − 1 
 3 4  12 7  2 2  2 7    3  

4 1  2 5 1 
+ × 3 -  ×  − 3
7 2  5 8 4 
5) ÷
1 0,17 + 5
25 + × (1 - 3)
4

Respostas

1) 1 2) 3 3) 1 4) – 414 5) – 0,23

2.2 Potenciação

2.2.1 Potência de expoente inteiro

Seja a um número real e m e n inteiros positivos. Então:

1) a n = a. a. a. … .a ( n vezes) 5) a m ÷ a n = a m - n
2) a 0 = 1 6) (a m ) n = a m.n
3) a - n = 1/ a n, a ≠ 0 7) (a / b) m = a m / b m, b ≠ 0
4) a m . a n = a m + n 8) (a . b) n = a m . b m, b ≠ 0

Exercícios

Calcular o valor das expressões:

1) 5 2 2) (-3) 3 3) (-3) 2 4) -3 2 5) 5 0

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7
3 −2
3 3
6) (2 3) 2 7) ((-1) 3) 2 8) - (-1) 4 9)   10)  
4 2

11)
27
24
12) 2 3.2 2 [ (
13) 2 9 : 2 2.2 ) ]
3 −3

  1 1   1 1  3 
−2 2
4 1  1
14)  − + 1 + 15) 1 −  −  ÷  +  + 
1 + 3 − ( 4 − 5)
−2
  6 3   6 2  2 
2
5 2 

RESPOSTAS

1) 25 2) - 27 3) 9 4) - 9 5) 1 6) 64 7) 1 8) -1 9) 27/64

10) 4/9 11) 8 12) 32 13) 1 14) 1069/1521 15) 3/5

2.2.2 Potência de expoente racional

Se a é um número real qualquer e m e n são inteiros positivos, definimos:

a) a
m
n = (n a )m quando ( n a ) existe; b) se a ≠ 0, a −
m
n = 1/ a
m
n

OBSERVAÇÕES IMPORTANTES:

a → radicando p → raiz


- n a = p ⇒ p n = a, onde 
n → índice → radical

- Se n par e a negativo: an é positiva, n a não é real (ex: 4 − 16 ⇒ não existe raiz real)
n 3
- Se n ímpar e a negativo: an é negativo, a é negativa (ex: − 8 = −2 )

Exemplos

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8
4
3
2 = ( 4 )3 = 23 = 8 ( − 64 ) 4
3 = (3 − 64 ) 4
= ( − 4 ) 4 = 256

( 25) − 12 = 1 / ( 25) 12 = 1 / 25 = 1 / 5 ( − 27 ) − 2 3 = 1 / ( − 27 )
2
3 = 1/ (3 − 27 )2 = 1/( − 3) 2 = 1/ 9
3
( − 25) 2 não é um nº real, pois não existe - 25 no conjunto dos números reais.
Exercícios
−2
3  1  5
1) 36 2) - 64 3)  - 
 243 

2
 3 2   0
2 3 
3 0
4 49  3  3  1  2
3  −1
4) . + 1 −  : + 1 +  5)  4 − 8    : 2 + 3 . 6 −   
7 64  5  5  3       4  

6) {( − 2) + [( − 2)
3 2
− 3 + ( − 3). 49 : ][ ]}
256 : ( − 4) : ( − 3)

Respostas

1) 6 2) - 4 3) 9 4) 5/2 5) 2 6) 1

2.3 Racionalização

Racionalizar uma fração consiste em eliminar, através de operações algébricas, o radical ou


os radicais do denominador.

Existem três casos:

N N a N. a N. a
(1) = . = =
a a a a 2 a

an− x N . an− x N . an− x


n n n
N N
(2) = . = =
an− x a
n n n n
ax ax an

N
=
N ( a− b
=
) (
N. a − b
=
)
N. a − b ( )
(3)
a+ b ( a+ b
.
)( a− b 2
a − b ) ( ) ( )
2 a−b

Exercícios

1. Racionalize:

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9
5 2− 2 4 2 3
(a) (b) (c) (d )
2 2 −1 5+ 2 5− 3

3− 5 5+3
2. Efetue o produto: . .
3 3 −1

3 +1 3 −1
3. Simplifique: + .
3 −1 3 +1
Respostas

1 . (a) 5 2 / 2 (
(c) 4. 5 − 2 / 3 ) (b) 2 (d) ( 15 + 3 )

(
2. 2. 3 + 3 / 3 ) 3. 4

3. Valor numérico de expressões algébricas

Exercícios

Em cada uma das expressões seguintes, substituir x pelo valor dado e calcular o valor da
correspondente expressão numérica.

2 3
 1   2x 
2
1) y = x – 2x + 2; x = - 2 3) y =   +  + 1; x = 2
 x -1  x − 3 

a+b
2) y = x 2 – 2x + 2; x = 3/5 4) y = ; a = 2/3 e b = 4/5
1 − ab

Respostas

1) y = 10 2) y = 29/25 3) y = - 62 4) y = 22/7

4. Operações com expressões algébricas

4.1 Adição, Subtração, Multiplicação e Divisão de expressões literais.

Exercícios

1) Efetuar as operações indicadas em cada um dos casos seguintes:

2 2 1 
a) (3a - 2b + c ) - (- 6a – b – 2c) + (2a + 3b - c ) d) x 1 − 2 x 3 + x 
5  4 
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10

- 18x 4 y 3
b) a² b.(2a² + ab – b²) e)
− 6x 2 y 2

1 2 1 1 2 2
c)  xy − 3 x + 10 y  −  xy − x + y 
2
f) 2x3y4 : (4x²y3)-2
4  4 3 
2) Efetue as operações indicadas, em que a.b.x.y ≠ 0:

3x 2 y 2 5a 3 b 4 7a 5 y
. :
10a 2 b 5 6 xy 3 4 xy 2
Respostas

1 a) 11a + 2b + 2c 35 2 39 2 e) 3x²y x2
c) − x + y 2)
12 4 7a 4 b
2 2 4 5 1 3
d) x - x + x f) 32x7y10
b) 2a4b + a³b² -a²b³ 5 5 10

4.2 Produtos notáveis

São produtos que aparecem com muita freqüência na resolução de equações ou no


desenvolvimento de expressões.

Vejam alguns casos:

(1) (a + b)2 = (a + b).(a + b) = a2 + 2ab + b2 ⇒ Trinômio do Quadrado Perfeito de uma Soma

(2) (a - b)2 = (a - b).(a - b) a2 - 2ab + b2 ⇒ Trinômio do Quadrado Perfeito de uma Diferença

(3) (a + b).(a - b) = a2 - b2 ⇒ Diferença de dois Quadrados

Exercícios

1) (x + 2)2 3) (x – 1/2)2 5) (3 + x) (3 – x) 7) ( )(
x +5. x −5 )
 x 1
2
 1  4− x 
2) (7x - 1)2 4)  −  6) (2x2 – 3) (2x2 + 3) 8)  . 
2 x  2− x  2+ x 

Respostas

1) x2 + 4x + 4 3) x2 - x + 1/4 5) 9 – x2 7) x – 25
x2 1
2) 49x2 - 14x + 1 4) -1 + 2 6) 4x4 – 9 8) 1
4 x

4.3 Fatoração (Expressões Algébricas)


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(1) ax + bx = x. (a + b) ⇒ Fator Comum


(2) ax + bx + ay + by = x.(a + b) + y.(a + b) = (a + b). (x + y) ⇒ Agrupamento
(3) x² + Sx + P = (x + a).(x + b) ⇒ Trinômio do 2º Grau
onde S e P representam, respectivamente a soma e o produto de números a e b, ou seja S = a + b e
P = a.b
Exercícios : Fatore.

1) 2x + 4y 5) 27x4 – 3y2 9) 4x2 - 4xy + y2

2) 6x² + 12x³z – 10x4a 6) x2 + 2x + 1 10) x2 + 7x + 12

3) ax – a – 3x + 3 7) x2 - 8x + 16 11) x2 - 6x + 8

4) 125x2 – 5 8) 9x4 – 30x2 + 25 12) x2 + 2x - 8

Respostas

1) 2(x + 2y) 4) 5 (5x – 1) (5x + 1) 7) (x - 4)2 10) (x + 3) (x + 4)

2) 2x².(3 + 6xz – 5x²a) 5) 3 (3x2 – y) (3x2 + y) 8) (3x2 – 5)2 11) (x – 2) (x - 4)

3) (x – 1).(a - 3) 6) (x + 1)2 9) (2x – y)2 12) (x – 2) (x + 4)

4.4 Simplificação

Exercícios : Simplifique.

2ab x2 − 4 x 2 − 5x + 6
1) 4) 7)
3a 2 x 2 − 4x + 4 x 2 − 6x + 9

2)
x 2 − 4x
5)
( x + 5) 2 8)
a2 −1 a3 −1
− + a2
8 − 2x x 2 − 25 a +1 a −1

27 x 3 + 9x 2 x 2 − 6x + 9  a 2 − 2a a 2 − a   a 2 − 1 
3) 6) 9)  2 ÷ 2  .  2 
3 + 9x x2 − 9  a + a a − 2a   a − 4 

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RESPOSTAS

2b x+2 x−2
1) 4) 7)
3a x−2 x −3

x x+5 8) - 2
2) − 5)
2 x −5

3) 3x 2 a−2
x −3 9)
6) a+2
x+3

EXERCÍCIO EXTRA - Encontre o valor de x, onde A, B, C, E, M, O, e T são constantes:

( AM + BC ).x = AM

CTE
B.( x + BOC ) B ( x + BOC )

4.5 Identidades envolvendo Divisão de Polinômio por Polinômio

Antes de iniciarmos a divisão de um polinômio por outro polinômio, daremos algumas


dicas importantes:

1ª) O polinômio dividendo deve ser colocado na forma geral e em ordem decrescente em relação à
variável, antes de iniciar a divisão.
2ª) O grau do polinômio dividendo deverá ser maior ou igual ao grau do divisor.
3ª) A divisão termina quando o resto for zero (divisão exata), ou quando o resto apresentar grau
menor que o grau do divisor.

LEMBRETE:

Relação fundamental da divisão

Dividendo divisor ⇒ Dividendo = quociente x divisor + resto


resto quociente

Exemplo: 13  4 ⇒ 13 = (3 x 4) + 1
1 3

Vamos mostrar, com exemplos, como se determina o quociente de um polinômio por outro.

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13
3
Observe a seqüência utilizada para dividir o polinômio (34x – 5 + 6x - 24x2) pelo
polinômio (2x – 4).

1º Passo Escrevemos o polinômio dividendo na ordem decrescente dos graus da variável:

6x 3 - 24x 2 + 34x – 5  2x – 4

2º Passo Dividimos o primeiro termo do dividendo pelo primeiro termo do divisor, obtendo, assim,
o primeiro termo do quociente:

6x 3 - 24x 2 + 34x – 5  2x – 4 6x 3 : 2x = 3x2


3x2

3º Passo Multiplicamos o primeiro termo do quociente (3x2) pelo divisor (2x – 4 ) e subtraímos
esse produto do dividendo, obtendo, assim, o primeiro resto:

6x 3 - 24x 2 + 34x – 5  2x – 4 3x2. (2x – 4) = 6x 3 - 12x2


- 6x 3 + 12x 2 3x2
2
- 12x + 34x – 5

4º Passo Dividimos, agora, o primeiro termo do resto (- 12x 2 ) pelo primeiro termo do divisor
(2x), obtendo, com isso, o segundo termo do quociente:

6x 3 - 24x 2 + 34x – 5  2x – 4 (12x 2 ): (2x) = - 6x


- 6x 3 + 12x 2 3x2 – 6x
2
- 12x + 34x – 5

5º Passo Multiplicamos o segundo termo do quociente (- 6x) pelo polinômio divisor (2x – 4 ) e
subtraímos esse produto do primeiro resto, obtendo, dessa forma, o segundo resto:

6x 3 - 24x 2 + 34x – 5  2x – 4 (- 6x) . (2x – 4) = - 12x 2 - 24x


- 6x 3 + 12x 2 3x2 – 6x
2
- 12x + 34x – 5
12x 2 - 24x .
10x – 5

6º Passo Dividimos, agora, o segundo resto pelo divisor, procedendo da mesma maneira utilizada
no 4º e 5º passos:
6x 3 - 24x 2 + 34x – 5  2x – 4 (10x) : (2x) = 5
3 2 2
- 6x + 12x 3x – 6x + 5
- 12x 2 + 34x – 5
12x 2 - 24x .
10x - 5
- 10x + 20
15

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14
O processo vai se repetindo até que o grau do resto seja menor do divisor, ou esse resto seja
zero, e aí a divisão é exata.

No caso do nosso exemplo, o resto é 15 → grau zero (15x0), como o divisor 2x – 4 tem grau
1
um (2x – 4), temos grau do resto < grau de divisor e, com isso, encerramos a divisão:
Resposta: Quociente (q) = 3x2 – 6x + 5 e Resto (r) = 15

A relação fundamental da divisão é utilizada para verificar se a divisão está correta.

D=q.d+r
No exemplo estudado, temos:

6x 3 - 24x 2 + 34x – 5 = (3x2 – 6x + 5) . (2x – 4) + 15.

O processo de divisão exposto fica mais simples quando o divisor é da forma (x – a). Nesse
caso, usa-se um dispositivo prático, conhecido como dispositivo de Briot-Ruffini, que
apresentamos através de um exemplo. Para dividir (x + 2x4 – 3x2 – 3) por (x – 3), dispomos o
dividendo em soma de parcelas de potências decrescentes de x, e dispomos as expressões como

na divisão de números, só que agora só escrevemos os coeficientes (os números que multiplicam
as potências de x). No caso, o dividendo se escreve (2x4 + 0x3 – 3x2 + x – 3), os coeficientes sendo
2, 0, - 3, 1 e – 3. Dispomos os números como segue:

2 0 -3 1 -3 3

A seguir, baixamos o primeiro coeficiente, 2, isto é, escrevemos 2 abaixo do 2. Daí


multiplicamos esse número pelo número na chave da divisão, isto é, 3: 2.3 = 6. O número obtido é
somado ao segundo coeficiente do dividendo: 6 + 0 = 0, e o resultado é escrito abaixo desse
segundo coeficiente.
← 2.3 + 0 = 6
____________________
↓ 
2 0 -3 1 -3 3
2 6 ↑
__________________
2.3 →

Agora, repetimos o procedimento, começando pelo 6. Multiplicamos 6 pelo número da


chave 3, e somamos com – 3, obtendo 15, o qual colocamos abaixo do próximo coeficiente do
dividendo, isto é, abaixo do – 3:
← 6.3 + (-3) = 15
_______________
↓ 
2 0 -3 1 -3 3
2 6 15 ↑
_______________
6.3 →

De novo: multiplicamos 15 por 3 e somamos com o coeficiente seguinte 1, para obter 46,
que colocamos abaixo desse coeficiente.
← 15.3 + 1 = 46
___________
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15
↓ 
2 0 -3 1 -3 3
2 6 15 46 ↑
____________
15.3 →

Finalmente, a última etapa: multiplicamos 46 por 3 e somamos com – 3, obtendo 135, que
deve ser colocado abaixo do – 3. O número 135 é o resto. Veja como fica o dispositivo:

2 0 -3 1 -3 3
2 6 15 46 135
↓ ↓ ↓ ↓ ↓
quociente: 2x 3 + 6x 2 + 15x + 46 resto

O quociente é obtido através dos números da segunda linha, exceto o último, 135, que é o
resto. Deve-se começar com uma potência a menos que a do dividendo. Então o quociente é,
conforme indicado acima, 2x 3 + 6x 2 + 15x + 46. Portanto,

2x4 – 3x2 + x – 3 = (x – 3).(2x 3 + 6x 2 + 15x + 46) + 135

ou, se x ≠ 3,

2x4 – 3x2 + x – 3 = (2x 3 + 6x 2 + 15x + 46) + 135


x–3 x-3

Exercícios

Usando o dispositivo prático, descubra o quociente e o resto de cada divisão:

a) (x 5 – 1) por (x – 1) e) (x 5 - 5x 3 + 5x² + 1) por (x2 + 3x + 1)

b) (2x 3 + 3x 2 - 3x – 2) por (x – 1) f) (x 3 - x 2 + 5x + 6) por (x + 3)

c) (x 4 + x 2 + 1) por (x² – 1) g) (2 x 4 - 3x 3 + 16x 2 + 6x - 40) por (4x² - 8)

d) (2x 3 - 9x2 - 3x + 1) por (x² - 5x + 1) h) (x 3 - x 2 + 4x - 6) por (x² - x + 3)

Respostas

a) q = x 4 + x 3 + x 2 + x + 1e r = 0 e) q = x 3 - 3x 2 + 3x - 1e r = 2

b) q = 2x2 + 5x + 2 e r = 0 f) q = x2 - 4x + 17 e r = - 45

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16
c) q = x2 + 2 e r = 3 1 3
g) q = x 2 - x + 5 e r = 0
2 4

d) q = 2x + 1 e r = 0 h) q = x e r = x - 6

5. Equações do 1º grau

É toda equação do tipo ax + b = 0, com a ∈ IR* e b ∈ IR. Para determinar o conjunto


solução (S) de uma equação do 1º grau, procedemos assim:

Forma Geral: ax = - b, onde a ≠ 0

 b
Solução: x = - b / a , ou seja, S = − 
 a

Exemplos: Resolva as equações.

1) (x + 1).(x - 1) – 2.(x – 1) = (x – 1)² - 3.(x + 1), para U = IR.

Solução:

(x + 1).(x - 1) – 2.(x – 1) = (x – 1)² - 3.(x + 1) ⇒ x² - 1 – 2x + 2 = x² - 2x + 1 – 3x - 3

⇒ 3x = 1 – 3 + 1 - 2

⇒ 3x = – 3

⇒ x = – 3/3 ou seja, x = - 1

Como -1∈ IR, então S = { - 1}.

x − 1 2x − 1 x
2) − = , para U = IR.
4 3 12

Solução:

x − 1 2x − 1 x
− = ⇒ mmc(4,3,12) = 12
4 3 12

3.( x − 1) − 4.( 2 x − 1) x
= ⇒ 3.(x - 1) – 4.(2x – 1) = x
12 12

⇒ 3x - 3 – 8x + 4 = x

⇒ 3x – 8x - x = 3 – 4

⇒ - 6x = – 1
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17

⇒ x = – 1/- 6 ou seja, x = 1/6

Como 1/6 ∈ IR, então S = { 1/6}.

5 4 3
3) − 2 = 2 , para U = IR - {- 3, 3}.
x − 9 x − 6 x + 9 2 x − 18
2

Solução:

5 4 3
− 2 =
x − 9 x − 6 x + 9 2 x − 18
2 2

Determinando o mmc dos denominadores, temos,

x² - 9 = (x + 3).(x – 3)
x² - 6x + 9 = (x – 3)²
2x² - 18 = 2.(x² – 9) = 2. (x + 3).(x – 3)

mmc(x² - 9, x² - 6x + 9, 2x² - 18)

Assim:

5.2.( x − 3) − 4.2.( x + 3) 3( x − 3)
= ⇒ 10.(x - 3) – 8.(x + 3) = 3.(x-3)
2( x + 3).( x − 3) 2
2( x + 3).( x − 3) 2

⇒ 10x - 30 – 8x - 24 = 3x - 9

⇒ 10x – 8x – 3x = 24 – 9 + 30

⇒ - x = 45 ou seja, x = - 45

Como -45 ∈ IR - {- 3, 3}, então S = { - 45}.

Exercícios

1) Resolver cada uma das equações seguintes:

a) 5(3x – 1) – 4.(2 – 4x) = 2.(x – 4)

b) 2x² + x.(x + 2) – (x + 3).(x – 3) = 2.(x + 1)²

1 2x − 1 x + 2
c) − =
4 2 3

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18
x −1 5 2x x 2
d) + = − 2 , (x ≠ - 1 e x ≠ 0)
x 6 x + 1 6x + 6x

2) Um táxi inicia uma corrida marcando R$ 4,00 no taxímetro. Sabendo que cada quilômetro
rodado custa R$ 3,00 e que o total da corrida ficou em R$ 52,00, calcule quantos quilômetros
foram percorridos.
3) Determine o número cujo dobro subtraído de 20 unidades é igual à sua metade adicionada de 10
unidades.

4) Determine as dimensões de um retângulo, sabendo que seu perímetro mede 90 m e que a medida
de um lado é o dobro da medida do outro.

Respostas

1) a) 5/29 b) 7/2 c) 1/16 d) 6/5 2) 16km 3) 20 4) 15 e 30

6. Inequação do 1º grau

Chama-se de inequação do 1º grau a toda sentença aberta do tipo ax + b > 0 ou ax + b ≥ 0


ou ax + b < 0 ou ax + b ≤ 0, onde a ∈ IR* e b∈ IR.

Exemplos

1) 2x – 4 > 0 ⇒ 2x > 4 ⇒ x > 4/2 ⇒ x > 2, ou seja, S = {x∈ IR x > 2}

2) - 5x - 10 ≥ 0 ⇒ - 5x ≥ 10 ⇒ 5x ≤ - 10 ⇒ x ≤ - 2, ou seja, S = {x∈ IR x ≤ - 2}

Exercícios

Resolver as inequações seguintes:


2x + 1 2 − x
1) 3x – 6 < 0 3) − >1
5 3

5x − 1 3x − 13 5x + 1
2) – x + 3 ≤ x + 3 4) − >
4 10 3

Respostas

1) {x∈ IR x < 2} 2) {x∈ IR x ≥ 0} 3) {x∈ IR x > 2} 4) {x∈ IR x < 1}

7. Equações do 2º grau

É toda equação do tipo ax2 + bx + c = 0, com a ∈ IR*, b∈ IR e c ∈ IR.

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19

As raízes (soluções) desta equação são obtidas a partir da fórmula

−b± ∆
x= , com ∆ = b 2 − 4ac
2a

Conforme o valor do ∆ = b 2 − 4ac , têm-se as seguintes possibilidades quanto à natureza


das raízes da equação ax2 + bx + c = 0:

∆ > 0 ⇒ Existem duas raízes reais e que são distintas.

∆ = 0 ⇒ Existem duas raízes reais e que são iguais.

∆ < 0 ⇒ Existem duas raízes que são imaginárias.

Observações:

• As equações incompletas que são da forma

ax2 + bx = 0
podem ser resolvidas por fatoração.

• As equações incompletas que são da forma

ax2 + c = 0
podem ser resolvidas isolando-se o x.

Propriedades das Raízes

b
Soma das Raízes ⇒ S = x1 + x2 = −
a

c
Produto das Raízes ⇒ P = x1. x2 =
a

Equação a partir das Raízes ⇒ x 2 − Sx + P = 0

⇒ ax + bx + c = a.( x − x 1 ).( x − x 2 )
2
Teorema da Decomposição

Exemplos

x = 0 x = 0 x = 0
1) 4x2 - 10x = 0 ⇒ x.(4x – 10) = 0 ⇒  ⇒  ⇒ 
4x − 10 = 0 4x = 10 x = 5/2

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20
2) 4x - 16 = 0 ⇒
2 2
4x = 16 ⇒ x = 16 / 4 ⇒
2
x =4 ⇒ x= ± 4 ⇒ x=± 2
2

3) x2 - 7x + 12 = 0

 7 +1
a = 1 x = =4
 − b ± ∆ − ( −7 ) ± 1 7 ± 1  2
b = -7 ⇒ ∆ = b 2 − 4ac = 1 ∴ x= = = ⇒ 
c = 12 2a 2.1 2 x = 7 - 1 = 3
  2

x−4 1 x−4 1 1
4) = − 1 ⇒ = −
x2 − 9 x − 3 ( x − 3).( x + 3) x − 3 1

( x − 4) =
1.( x + 3) − 1.( x − 3).( x + 3)

( x − 3).( x + 3) ( x − 3).( x + 3)

⇒ x – 4 = x + 3 – (x² - 9)

⇒ x – 4 = x + 3 – x² + 9

⇒ x² = 3 + 9 + 4

⇒ x² = 16, ou seja, x = ± 4.

Como esses valores pertencem ao conjunto dos números reais e não anulam o
denominador, S = { - 4, 4}.

Exercícios:

1) Resolva as seguintes equações do 2º grau:

1 2
a) x2 + 2x - 3 = 0 c) 5x2 + 4x + 1 = 0 e) +1 =
x −1 1− x2

3 x − 12 5x
b) (x + 1)2 = 2.(x + 1) d) 8x2 – x =0 f) + 2 =
x − 1 2x − 2 x + 1

2) A área de um triângulo é igual a 24 cm². Sabendo que as medidas da base e da altura desse
triângulo são respectivamente números pares consecutivos, determine seus valores.

Respostas
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21

1) a. {-3, 1} c. { } = ∅ e. { } = ∅ 2) base = 6 cm
altura = 8 cm

b. {-1, 1} d. {0, 1/8} f. x = 1/2; x = 6/5

8. Sinal do trinômio do 2º grau

y = ax2 + bx + c

• Se ∆ > 0, a equação tem duas raízes reais distintas.

• Se ∆ = 0, a equação tem duas raízes reais e iguais.

• Se ∆ < 0, a equação não tem raízes reais.

Exemplos

1) y = x2 - 7x + 12
 7 +1
a = 1 x = =4
 − ( −7 ) ± 1 7 ± 1  2
b = -7 ⇒ ∆ = b 2 − 4ac = 1 ∴ x= = ⇒ 
c = 12 2.1 2 x = 7 - 1 = 3
  2
Como a > 0 temos:
+  −  +

3 4 x

2) y = - x2 + 7x - 10
 -7+3
a = − 1
 −7± 9 −7±3 x = - 2 = 2
b = 7 ⇒ ∆ = b 2 − 4ac = 9 ∴ x = = ⇒
c = − 10 2.( −1) −2 x = - 7 - 3 = 5
  -2
Como a < 0 temos:
-  +  -
2 5 x
3) y = 4x2

a = 4

b = 0 ⇒ ∆ = b 2 − 4ac = 0 ∴ sinal (y) = sinal (a) para todo x ≠ 0.
c = 0

Como a > 0 temos:
+  +
0 x

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22
4) y = x2 + x + 1
a = 1

b = 1 ⇒ ∆ = b 2 − 4ac = - 3 ∴ sinal (y) = sinal (A)
c = 1

Como a > 0 temos:
++++++++++

x
Exercícios

Estude o sinal das seguintes equações:

1) y = x2 – 5x + 6 3) y = 9x2

2) y = - x2 + 6x - ¨9 4) y = 5 x2 + 1

9. Inequações do 2º grau

Chama-se inequação do 2º grau a toda sentença aberta do tipo ax2 + bx + c > 0 ou ax2
+ bx + c ≥ 0, ou ax2 + bx + c < 0 ou ax2 + bx + c ≤ 0, com a ∈ IR* e b∈ IR e c∈ IR.

Resolver, em IR, uma inequação do 2º grau “do tipo” ax2 + bx + c > 0 (a ≠ 0) é determinar
o conjunto de todos os valores da variável x para os quais o gráfico de f(x) = ax2 + bx + c se
encontra acima do eixo x.

Resolva as seguintes inequações do 2º grau:

1) x2 – 5x + 6 ≤ 0 3) x2 – 16 > 0

2) x2 - 2x - 15 ≥ 0 4) x2 < 2x – 1

Respostas

1. S = { x ∈ IR / 2 ≤ x ≤ 3} 2. S = { x ∈ IR / x ≤ - 3 ou x ≥ 5}

3. S = { x ∈ IR / x < - 4 ou x > 4} 4. S = { } = vazio

10. Funções

10.1 Definição

Dados dois conjuntos A e B, chama-se função f: A → B a toda relação na qual, para todo
elemento de A, existe um único correspondente em B.

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f: A → B
x → y = f (x)

•x
•y

10.2 Domínio, Imagem e Contradomínio

Sendo a função f: A → B, o conjunto B é chamado de contradomínio da função f, e o


conjunto formado pelos elementos de B, que estão relacionados através de f com elementos do
conjunto A, é chamado conjunto imagem.

Exemplos f
-1A → B

-2
•0

•-1
1
•-2 •5

•3
2
•4 •8

3

f: A → B
Domínio: D(f) = A = {-1, -2, 1, 2, 3}
Imagem: Im(f) = {0, -1, -2, 3, 4}
Contradomínio: CD(f) = B = {0, -1, -2, 3, 4, 5, 8}

Exemplo: Seja D(f) = IR. A correspondência x → x2 + 4 define em IR a função f tal que f(x) =
2
x + 4. Assim,

f (- 1) = (- 1)2 + 4 = 5; f(0) = (0)2 + 4 = 4; f(2) = (2)2 + 4 = 8.

Exercícios

1) Sendo f(x) = - x2 + 3x – 2 definida de IR em IR determine:

a) f(0) b) f(2) c) f(-1) d) f(2/3) e) f( 2 )

2) Dada a função f de IR em IR definida por f(x) = x3 – x, determine f(2) + f(-2).

Respostas

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1) a) - 2 b) 0 c) - 6 d) - 4/9 e) - 4 + 3 2

2) 0

10.3 Tipos de Funções

10.3.1 Função Constante

Uma função f: IR → IR é denominada de função constante quando definida por uma


sentença do tipo y = f(x) = k, onde k é um número real.

Exemplo : f(x) = 3

10.3.1.1 Gráfico de uma Função Constante

O gráfico de uma função constante, y = f(x) = k, será uma reta paralela ao eixo das
abscissas, ou seja,
y

k f(x) = k

10.3.2 Função do 1º Grau

Função do 1º grau, ou função afim, é aquela que associa a todo número real x, um outro
real y, tal que y = f(x) = ax + b, onde a, b ∈ IR (a ≠ 0).

Exemplo : f(x) = 2x – 5

10.3.2.1 Gráfico de uma Função do 1º Grau

O gráfico de uma função do 1º grau é uma reta não paralela ao eixo das abscissas.

Graficamente, existem duas situações a considerar:

- 1º Caso: Função Crescente (a > 0)

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f(x) = ax + b

- 2º Caso: Função Decrescente (a < 0)

f(x) = ax + b

Exemplo:

f(x) = 2x – 7 (a = 2 > 0: crescente)

f(x) = - 4x + 1 (a = - 4 < 0: decrescente)

10.3.3 Função do 2º Grau

Uma função f: IR → IR é denominada de função do 2º grau ou função quadrática, quando


associada a todo número real x, um outro número real y, tal que y = f(x) = ax2 + bx + c onde a, b e
c ∈ IR (a ≠ 0).

Exemplo : f(x) = 7x2 – 4x – 1

10.3.3.1 Gráfico de uma Função do 2º Grau

O gráfico de uma função do 2º grau é uma parábola no plano cartesiano.

Graficamente, existem duas situações a considerar:

- 1º Caso: a > 0 (Concavidade voltada para cima)


y
f(x) = ax2 + bx + c

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Exemplo: f(x) = 2x2 + 7x – 6

- 2º Caso: a < 0 (Concavidade voltada para baixo)

f(x) = ax2 + bx + c

Exemplo: f(x) = - x2 + 7x – 5

10.3.3.2 Zeros da Função do 2º Grau

São os valores da variável x para os quais a função se anula, ou seja, f(x) = ax2 + bx + c = 0.

Graficamente são os pontos de intersecção da parábola com o eixo das abscissas.

Observação: A intersecção da parábola de equação y = ax2 + bx + c com o eixo das ordenadas é o


ponto de coordenadas (0, c).

10.3.3.3 Vértice da Parábola

É o ponto externo de uma função do 2º grau da forma y = f(x) = ax2 + bx + c.


Se a concavidade é voltada para cima, o vértice representa um ponto de mínimo da função.
Se a concavidade é voltada para baixo, o vértice representa um ponto de máximo da
função.

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10.3.3.4 Coordenadas do Vértice

As coordenadas do vértice da parábola obtidas através da função do 2º grau y


= ax2 + bx + c é (xv , yv ), onde

 b ∆
xv = - b / 2a e yv = - ∆ / 4a ⇒ V = − ,− 
 2a 4a 

Exemplo: y = f(x) = - 2x2 + 6x – 1

xv = - b / 2a ⇒ xv = - 6 / 2.(- 2) ⇒ xv = - 6 / - 4 ⇒ xv = 3 / 2

yv = - ∆ / 4a ⇒ yv = - (b2 – 4ac) / 4a ⇒ yv = - [62 – 4.(- 2). (- 1)]/ 4. (- 2) ⇒ yv = 7 /2

3 7
∴ V= , 
2 2

Observação:

O yv pode ser calculado a partir do valor do xv , ou seja, yv = f (xv ).

10.3.4 Função Modular

A função f definida em IR e dada por y = x recebe o nome de função valor absoluto


ou função módulo. Considerando que

 x, se x ≥ 0
x =
− x, se x < 0

resulta que o gráfico de y = x é formado por duas semi-retas que partem da origem, conforme a
figura seguinte.

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y

Exercícios

Representar graficamente as seguintes funções:

a) y = 3 b) y = 3x + 1 c) y = - 3x + 2

d) y = x e) y = x +1 f) y = x2 - 2x + 1

g) y = - x2 + 6x – 8 h) y = - 2x3 + 4, x ∈ [0,2] i) y =  x - 1

3x + 2 se x<0
x 2 se x ≤ 0  2
j) y =  k) y = x se 0 ≤ x < 2
1 + x 2 se x > 0 2
 se x ≥ 2

10.3.5 Função Exponencial

A toda função do tipo f(x) = ax ( a > 0, a ≠ 1) chamamos de função exponencial.

Observação:

O gráfico de uma função exponencial é crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1.


y y

1 1

x x

a>1 0 < a < 1.

10.3.6 Função Logarítmica

A toda função logarítmica, definida de IR*+ em IR é dada por:


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f(x) = log a x, a > 0 e a ≠ 1 ⇔ af (x) = x.

Observações:

1) A função logarítmica é, portanto, a inversa da função exponencial.

2) Listemos as propriedades básicas do logaritmo:


Sendo a > 0, b > 0 e b ≠ 1, c > 0 e α∈IR, então:

P1) log b (a . c) = log b a + log b c P4) log b a = log c a / log c b (c ≠ 1)

P2) log b (a / c) = log b a - log b c P5) b logba = a


α
P3) log b (a ) = α.log b a

3) O gráfico é crescente se a > 1 e decrescente se 0 < a < 1.

y y

1 1
x x

a>1 0 < a < 1.

10.3.7 Funções Trigonométricas

Definição 1: Denominamos de circunferência trigonométrica a circunferência de centro na origem


do plano cartesiano, de raio unitário e cujos arcos têm origem no ponto A(1, 0), com sentido anti-
horário positivo.

A(1,0)
0 x

Definição 2: Considere na circunferência trigonométrica um arco de medida x, com origem em A


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30
e extremamente em P. Então, por definição:

a) seno de x é a ordenada do ponto P


b) cosseno de x é a abscissa do ponto P
c) tangente de x é a ordenada do ponto T, intersecção da reta OP com o eixo tangente à
circunferência pelo ponto A.

y
T

P
A
0 x

Definição 3: Definimos as principais funções trigonométricas da seguinte forma:

a) Função seno: f : IR → IR, f(x) = senx


b) Função cosseno: f : IR → IR, f(x) = cosx
c) Função tangente: f : IR – {π/2 + hπ, h ∈ Z} → IR, f(x) = tgx

As outras funções trigonométricas são definidas pelas relações

cosx 1 1 1
cotgx = = , secx = , cossecx =
senx tgx cosx senx

Exercício Usando a calculadora científica, calcule:

a) sen 90º d) cos 90º e) tg 45º

b) sen 0º e) cos 60º f) tg 0º

c) sen 270º f) cos 120º g) tg 60º

Respostas

a) 1 d) 0 g) 1
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b) 0 e) 0,5 h) 0

10.3.8 Funções Trigonométricas Inversas

Definição: Define-se:

a) Função Arco-seno: f : [-1,1] → [- π/2, π/2 ], f(x) = arc senx

b) Função Arco-cosseno: f : [-1,1] → [ 0, π ], f(x) = arc cosx

c) Função Arco-tangente: f : IR→ [- π/2, π/2 ], f(x) = arctgx

Exercício

Usando a calculadora científica, calcule:

a) arc sen 1 d) arc cos 0 h) arc tg 1

b) arc sen 0 e) arc cos (1/2) i) arc tg 0

c) arc sen ( - 1) f) arc cos ( - 1/2) j) arc tg √3

Respostas

a) x = 90º d) x = 90º g) x = 45º

b) x = 0º e) x = 60º h) x = 0º

c) x = - 90º ou x = 270º f) x = 120º ou x = 240º i) x = 60º

FINAL DA REVISÃO!

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32

11. Introdução à Diferenciação

11.1 Introdução

Enquanto os tópicos de álgebra, trigonometria e geometria são de importância fundamental


para o matemático e o técnico, uma grande variedade de problemas técnicos não pode ser resolvida
utilizando apenas estes conceitos de matemática. Muitos problemas podem ser resolvidos
utilizando apenas métodos do cálculo. A partir do século dezessete, os cientistas sentiram a
necessidade de novas técnicas matemáticas. Queriam estudar o movimento de projéteis, o
movimento da lua e dos planetas e o movimento da luz. Cientistas, como Isaac Newton,
começaram a desenvolver um novo ramo da Matemática para resolver os problemas que
envolviam movimento. Este novo ramo da Matemática tornou-se conhecido como o cálculo.
Atualmente, o cálculo originou um grande desenvolvimento da Matemática. Enquanto o cálculo
começou com o estudo do movimento, a sua utilidade pode atualmente ser observada em muitas
variedades de áreas técnicas.

11.2 O Problema do Movimento

Resumidamente, o problema do movimento pode ser encarado como o problema da


determinação da velocidade e direção de um objeto móvel no espaço, num dado instante. Você está
familiarizado com a determinação da velocidade média de um objeto em movimento. Por exemplo,
se numa viagem você dirigir 150km em 3 horas (h), então, dividindo 150km por 3 h determina que
dirigiu em média 50km/h. Isto não lhe indica exatamente à distância percorrida 1 h e 32 minutos
(min) após ter começado a viagem. Você pode ter parado num sinal de trânsito ou pode ter viajado
a 55km/h.

Na tentativa de resolver matematicamente este problema, suponhamos que podemos


descrever a distância percorrida por um objeto como uma função do tempo. Isto é, em cada ponto
no tempo t podemos associar um número s representando a distância percorrida pelo objeto. Por
exemplo, s = 2t + 1 é uma função que descreve o movimento de um objeto que se move ao longo
de uma reta em termos do tempo t. Se t for medido em segundos (seg) e s em metros (m), então
após 2 seg, o objeto está em s = 2. 2 + 1 = 5 m ao longo da linha de movimento. Três segundos
mais tarde, t = 2 + 3, o objeto moveu-se de s = 2 (2 + 3) + 1 = 2.5 + 1 = 11 m ao longo da linha de
movimento.
t=2 t=5

0 5 11 x

A velocidade média vméd de um objeto em movimento é a razão entre a distância percorrida


por um objeto e o tempo gasto para percorrer essa distância. No exemplo anterior, a distância
percorrida pelo objeto é 11m - 5m = 6m. Percorreu esta distância em 3 seg. A velocidade média ao
longo deste período de tempo é, então,

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Apostila de Cálculo I – FATEC
33

6m
vméd = = 2m / seg .
3 seg

Neste ponto é vantajoso introduzir um novo símbolo matemático. Quando quisermos


indicar uma variação entre dois valores de uma variável utilizaremos a letra grega ∆. Nesta seção
∆t (ler “delta t”) representa a variação em tempo t e ∆s (leia “delta s”) representa a variação em
distância s. No exemplo anterior, ∆t = 3 seg. Está é a variação em tempo necessário para o objeto ir
de 5m a 11m ao longo da linha de movimento. A variação em distância para este intervalo de
tempo ∆t = 3 seg é ∆s = 11m – 5m = 6m. Utilizando esta notação podemos escrever agora

∆s
vméd = .
∆t

Relembrar da álgebra que uma função é um conjunto de pares ordenados, dois dos quais
não tem o mesmo primeiro elemento. Isto agora é útil para introduzir uma notação especial,
chamada notação funcional, para representar uma relação funcional. Por exemplo, a função y
= x2 + 3 é escrita f(x) = x2 + 3 usando a notação funcional. O símbolo f(x), ler “f de x”, é utilizado
para representar o número y que corresponde a um número x na relação funcional dada. Isto é, f(x)
= y ou, como neste caso, f(x) = x2 + 3. A tabela embaixo apresenta f(x) para vários valores de x.

x f(x) = x2 + 3
-3 f (- 3) = (-3)2 + 3 = 12
0 f (0) = (0)2 + 3 = 3
1 f (1) = (1)2 + 3 = 4
2 f (2) = (2)2 + 3 = 7
h f (h) = (h)2 + 3 = h2 + 3
3t f (3t) = (3t)2 + 3 = 9t2 + 3
1 + ∆x f (1 + ∆x) = (1 + ∆x)2 + 3 = 1 + 2∆x + (∆x)2 + 3 = 4 + 2∆x + (∆x)2

A utilização do símbolo f(x) é útil já que podemos utilizar f(x) para representar o número
correspondente a x na relação funcional sem ter de determinar exatamente o número, como foi
feito na tabela anterior. Por exemplo, f(3) representa o número correspondente a x = 3 sem
nenhuma relação funcional dada. Por esta razão, f(x) é muitas vezes chamado o valor da função
em x.

Exemplo 1. Escrever em notação funcional que relaciona cada número x com seu cubo menos 2.

A relação é y = x3 – 2. Utilizando o símbolo f para representar esta função, escrevemos:

f (x) = x3 – 2.

Exemplo 2. Determinar o valor da função f(x) = x3 – 2 para x = - 2 e para x = 2 + ∆x.

f(- 2) = (- 2)3 – 2 = - 8 – 2 = - 10
e
f(2 + ∆x.) = (2 + ∆x)3 – 2 = (2)3 + 3. (2)2.∆x + 3.2. (∆x )2 + (∆x )3 - 2
= 8 + 12.∆x + 6. (∆x )2 + (∆x )3 - 2
= 6 + 12.∆x + 6. (∆x )2 + (∆x )3

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34

Exemplo 3. Calcular a função g(x) = 2 x + 3 para x =3.

g(3) = 2.3 + 3 = 6 + 3 = 9 = 3 .

Exemplo 4. Calcular a função f(x) = x2 – 5 para x = h + 2.

f(h + 2) = (h + 2)2 – 5
= (h)2 + 2. h.2 + (2)2 – 5
= h2 + 4.h + 4 – 5
= h2 + 4h – 1

No primeiro exemplo consideramos um objeto movendo-se ao longo de uma linha reta de


acordo com a função s = 2t + 1. Podemos agora escrever isto em notação funcional: s(t)
= 2t + 1.

Relembramos que ∆s é a variação na distância s e ∆t é a variação no tempo t. Então,


utilizando nossa notação funcional,
∆s = s(2 + ∆t) – s(2)
= s(2 + 3) – s(2)
= s(5) – s(2)
= [ 2.5 + 1] – [ 2.2 + 1]
= 11 – 5
= 6m.

Portanto, a velocidade média durante este período de tempo é

∆s s (2 + ∆t ) − s (2) 6m
vméd = = = = 2m / seg
∆t ∆t 3seg

como determinamos anteriormente.

Em geral, a distância percorrida por um objeto do tempo t ao tempo t + ∆t é dada em


notação funcional por
∆s = s(t + ∆t) – s(t).

A velocidade média deste objeto ao longo da variação em tempo ∆t é então

∆s s (t + ∆t ) − s (t )
vméd = = .
∆t ∆t

Exemplo 5. Dado que s = t 2 – 1 descreve o movimento de um objeto movendo-se ao longo de uma


reta, onde s é medido em pés; (a) determinar ∆s e vméd ; (b) determinar v méd após 3 seg de viagem;
e (c) determinar v méd de 4 seg de viagem até 7 seg de viagem.
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35
(a)
∆s = s(t + ∆t) – s(t)
= [(t + ∆t)2 – 1] - (t2 – 1)
= [t2 + 2.t.(∆t) + (∆t)2 – 1] - t2 + 1
= t2 + 2.t.(∆t) + (∆t)2 – 1 - t2 + 1
= 2.t.(∆t) + (∆t)2

∆s 2.t.( ∆t ) + (∆t ) 2
vméd = =
∆t ∆t
∆t.[2.t + (∆t )]
=
∆t
= 2.t + ( ∆t )

(b) ∆t = 3 seg, assim de (a) temos:

vméd = 2.t + ∆t
= (2t + 3) pés / seg.

(c) O tempo no qual começamos a medir a distância percorrida ∆s é t = 4s. Portanto,

∆t = 7 – 4 = 3 seg.
De (a) temos
vméd = 2.t + ∆t
= 2.4 + 3
= 11 pés / seg.

Você deve agora verificar que este é o mesmo número que obteríamos calculando:

s (4 + 3) − s(4) distância percorrida


vméd = =
3 tempo gasto

Do exemplo 5 vemos que para calcular v méd = (∆s/∆t) precisamos saber o tempo t no qual
começamos a medir a velocidade v méd assim como a variação em tempo ∆t. Notar que ambos, t e
∆t, podem tomar valores negativos. Se considerarmos ∆t = -1, então s(t + (-1)) representa a posição
do objeto 1 segundo antes de alcançar a posição s(t).

Notar também que a utilização da notação funcional, como a do próprio conceito de


função, serão largamente, enfatizadas na matéria em questão. O desenvolvimento do cálculo
depende amplamente deste conceito.

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36
11.3 Velocidade Instantânea

Podemos agora começar a “resolver” o problema da determinação das velocidades


instantâneas. Considerar o movimento de um objeto movendo-se ao longo de uma linha reta e
descrita por s(t) = 3t2 + 1, com s medido em pés. Tentaremos agora determinar a velocidade
“instantânea” exatamente após 2 seg de percurso.
s (2 + ∆t ) − s (2) variação em distância
v méd = =
∆t variação em tempo

=
[3.( 2 + Δt ) + 1] − [3.( 2) + 1]
2 2

Δt
12.( Δt ) + 3.( Δt ) 2
=
Δt

[12 + 3.( Δt ) ].Δ.


= = 12 + 3∆t
Δt

Portanto, por exemplo, com uma variação em tempo Δt = 4 seg, a velocidade média é
12 + 3. (4) = 24 pés/ seg. Façamos agora uma tabela de vméd para diferentes valores de Δt :

Δt v méd
4,0 24,0
2,0 18,0
1,0 15,0
0,5 13,5
0,1 12,3
0,001 12,003
- 0,001 11,997
- 0,5 10,5
- 2,0 6,0

Por esta tabela podemos observar que, quanto mais ∆t se aproxima de 0, mais perto v méd
está de 12 pés/seg. À medida que diminuirmos o intervalo de tempo deveremos esperar que a
velocidade média se aproxime mais da velocidade instantânea do objeto em 2 seg. Isto é, v
méd = 12,3 pés/seg após 0,1 seg de percurso (após a referência de 2 seg) é uma melhor aproximação,
então v méd = 24,0 pés/seg após 4 seg de percurso (após a referência de 2 seg). Observando esta
tabela somos então levados a acreditar que a velocidade instantânea no tempo t = 2 seg deve ser
12 pés/seg. Este é o processo que usaremos para “resolver” o problema do movimento.

Para determinar a velocidade instantânea de um objeto em movimento num dado tempo t:

1. Determinar
s(t + Δt) − s(t) Δs
v méd = =
Δt Δt

onde s(t) descreve o movimento do objeto como uma função do tempo.


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2. Observar a que número se houver algum, se aproxima v méd em valor quando os valores de
∆t se aproximam de 0 (zero). Se você for capaz de determinar tal número, poderá chamar-
lhe a velocidade instantânea v.

Exemplo 1. Determinar a velocidade instantânea de um objeto que se move de acordo com


s(t) = 5t2 – 4 com t = 3 seg.
Passo 1.
s (3 + ∆t ) − s (3)
v méd =
∆t

=
[5.( 3 + Δt ) 2
] [
− 4 − 5.( 3) 2 − 4 ]
Δt

30.( Δt ) + 5.( Δt ) 2
=
Δt

[30 + 5.( Δt ) ]∆t


= = 30 + 5∆t
Δt

Passo 2. Vemos que à medida que ∆t se aproxima (fica perto) de 0, v méd se aproxima de 30.
Concluímos que

v = 30 pés/ seg.

Nota: Tenta-se, para simplificar, substituir ∆t = 0 por v méd. Isto seria uma tentativa para calcular
uma velocidade média durante uma variação de tempo de 0 seg. Isto nos dá o intervalo de tempo
nulo durante o qual podemos fazer a média! Seríamos tentados a dividir por zero, o que é
indefinido.

s (3 + 0) − s (3) 0
= !!!!!!!!
0 0

Como no Exemplo 1, devemos encontrar uma maneira para simplificar a expressão de


vméd para que ∆t não permaneça no denominador. Só então podemos começar a ver a qual número
v méd tende quando ∆t tende para 0.

Exemplo 2. Determinar v em t = 2 quando s(t) = 1/ t.

Passo 1.

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s (2 + ∆t ) − s(2)
vméd =
∆t
2 − (2 + ∆t )
2( 2 + ∆t )
=
Δt
− ∆t
2(2 + ∆t ) −1
= =
Δt 2(2 + ∆t )

Passo 2. À medida que ∆t tende para 0, v méd tende para – 1/ 4. Assim v = - 1/ 4.


11.4 Limite

O processo que desenvolvemos para “resolver” o problema do movimento foi considerado


como sendo de grande utilidade em outras aplicações. À técnica utilizada foi dado o nome de “o
processo limite”.

Dada qualquer função, podemos observar se os valores funcionais tendem para algum
número quando o valor da variável tende para um número específico.

Exemplo 1. Consideremos f (x) = x2 – 3x + 2. Para que número se houver algum, tende f


(x) quando x tende para – 1?

Como x2 tende para (-1)2 = 1 quando x tende para –1 e – 3x tende para (- 3) . (- 1) = 3


quando x tende para – 1, concluímos que f (x) = x2 – 3x + 2 tende para 1 + 3 + 2 = 6 quando x
tende para – 1.

Os matemáticos utilizam símbolos para descrever este processo limite mais resumidamente.
O símbolo “→“ significa “tender”; portanto, x tende para – 1. Deverá escrever-se x → - 1.

Se f(x) → L quando x → a, então L é chamado o “limite da função quando x → a”. Este


processo é escrito como
lim f ( x) = L
x →a

e lê-se “ o limite de f de x quando x tende para a igual a L”. A expressão no Exemplo 1 deveria ser
( 2
)
escrita lim x − 3 x + 2 = 6 .
x → −1

“O limite descreve o comportamento de uma função perto de um ponto, não no ponto.”

 x2 − 9 
Exemplo 2. Determinar lim  .
x →3 x − 3 
 

Quando x → 3, o denominador tende para 0. Não podemos dividir por zero. No entanto,

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39
2
x − 9 ( x − 3).( x + 3)
= = ( x + 3).
x−3 x−3

No processo limite não estamos preocupados com o que acontece quando x = 3, mas
apenas o que acontece quando x → 3. Quando x → 3, x + 3 → 6. Portanto

 x2 − 9 
lim   = lim ( x + 3) = 6.
x →3  x − 3 
  x →3
x2 − 9
Notar que no Exemplo 2 podemos ainda perguntar qual o limite de f(x) = quando
x−3
x → 3 mesmo que a função não seja definida para x = 3. No entanto, veremos agora que nem
sempre existem limites.
Exemplo 3. Determinar lim x − 5.
x →0

Como não podemos obter um número real quando calculamos a raiz quadrada de um
número negativo, a função f(x) = x − 5 não pode ser calculada para x inferior a 5. É impossível
então observar os valores de x − 5 quando x toma valores perto de 0 (porque a quantidade x
– 5 será negativa).

Concluímos que xlim x − 5 não existe.


→0

Algumas vezes uma função tende para um limitado número L quando x → ∞; isto é, a
função tende para L quando x não tem limite.

1
Exemplo 4. Determinar lim  .
x →∞  x 

Como o denominador x → ∞, a função (1/x) tende para 0. Portanto,

1
lim   = 0.
x →∞  x 

 2x 2 + x 
Exemplo 5. Determinar lim  2 .
x →∞ 7 x − 3 
 

Como x → ∞, tanto o numerador como o denominador tende separadamente para ∞. No


entanto, se dividirmos o numerador e o denominador pela maior potência de x no denominador, x2,
teremos
1
2+
x
3
7− 2
x

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40

 1 
 2x2 + x   2+ 
lim   = lim  x  = 2 + 0 = 2.
x →∞  7 x 2 − 3  x →∞  3  7−0 7
  7− 2 
 x 

Nota:
1 3
→0 e →0 quando x → ∞ .
x x2

OBS: A determinação da velocidade instantânea é uma aplicação do processo limite.

Exemplo 6. Determinar a velocidade instantânea v para t = 3 quando s(t) = t ² - 7.

Podemos considerar a velocidade média vméd como função de ∆t:

s (3 + ∆t ) − s (3)
vméd =
∆t
Portanto,

s (3 + ∆t ) − s (3)
v = lim
∆t → 0 ∆t
= lim
[9 + 6.(∆t) + (∆t) 2
]
− 7 − [ 9 − 7]
∆t → 0 ∆t

6.( ∆t ) + ( ∆t ) 2
= lim
∆t → 0 ∆t

∆t.( 6 + ∆t )
= lim
∆t → 0 ∆t

= lim ( 6 + ∆t ) = 6.
∆t → 0

NOTA:
 x + 3, se x ≥ 3
1º. ) Avalie o comportamento da função f ( x) =  nas proximidades de três.
x + 1, se x < 3

Note que esta função tem um comportamento diferente em torno do ponto x = 3. Para descobrir o
que acontece neste ponto, consideramos valores para x cada vez mais próximos de três, mas, menores que
três ou a sua esquerda e também valores de x cada vez mais próximos de três, mas maiores que três ou a
sua direita, como exibido na tabela abaixo.

Valores menores que 3 ou a esquerda de 3 Valores maiores que 3 ou a direita de 3


Valores
de x 0 1 2 2,9 2,99 2,999 3,001 3,01 3,1 4 5 6
Valores

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41
de f(x) 1 2 3 3,9 3,99 3,999 6,001 6,01 6,1 7

A tabela mostra que quando x se aproxima de três pela esquerda, mas não assume o valor
três, a função se aproxima de 4. Afirmamos, então, que se x tende a três pela esquerda a função
tende para 4. Ou ainda, que o limite da função é 4 quando x tende a três pela esquerda.

Quando x se aproxima de três pela direta, mas não assume o valor três, a função se
aproxima de 6. Afirmamos, então, que se x tende a três pela direita a função tende para 6. Ou
ainda, que o limite da função é 6 quando x tende a três pela direita.

Como o limite à esquerda é diferente do limite à direita, dizemos que esta função não tem
limite no ponto três. Possui apenas limites laterais.

Usando a linguagem matemática escrevemos:

x → 3− ⇒ f ( x ) → 4 ou lim f ( x ) = 4 
x →3− 

 ⇒ lim − f ( x ) ≠ lim + f ( x ) ∴ ∃/ lim f ( x )
 x →3 x →3 x →3
x → 3+ ⇒ f ( x ) → 6 ou lim f ( x ) = 6 
x →3+ 

Conclusão: Uma função só terá limite no ponto c se os limites laterais em torno deste ponto forem
iguais.

lim f ( x ) = lim f ( x) ⇔ ∃ lim f ( x)


x →c − x →c + x →c

1
2º. ) Avalie o comportamento da função f ( x) = nas proximidades de três.
( x − 3) 2
Consideramos valores de x cada vez mais próximos de três pela esquerda e também pela direita.
Em ambos os casos notamos que o valor que a função assume tem uma ordem de grandeza muito elevada,
como mostra a tabela abaixo. Quando isto ocorre dizemos que a função tende para o infinito.

Valores menores que 3 Valores maiores que 3


ou a esquerda de 3 ou a direita de 3

x 2 2,9 2,99 2,999 3,001 3,01 3,1 4

y 1 100 10.000 1.000.00 1.000.00 10.000 100 1


0 0

Neste caso o limite da função é infinito quando x tende para três.

Usando a linguagem matemática, escrevemos:

x → 3 ⇒ f ( x) → ∞ ou lim f ( x ) = ∞
x →3

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42
Conclusão: Uma função tem um limite infinito quando a sua imagem assume valores cuja ordem
de grandeza é elevada, quando x tende para c.

lim f ( x ) = ∞
x →c

Nessa mesma função é fácil perceber que se os valores de x aumentam, assumindo valores
maiores que três, o valor da função se aproxima de zero. Deste modo, os valores de x assumem
valores que possuem ordem de grandeza elevada e, portanto, tende para infinito. Tem-se, então,
um limite no infinito.

Usando a linguagem matemática, escrevemos:

x →∞⇒ f ( x ) →0 ou lim f ( x ) =0
x →∞

Conclusão: Uma função tem limite no infinito quando a variável do seu domínio tende para
infinito enquanto a imagem da função tende para L.

lim f ( x ) = L
x →∞
NOTA:

(i) Nessa teoria devemos entender, sempre, que a variável x tende para um valor c, mas nuca é
igual a c e a imagem da função tende para L, mas nunca é igual a L.

(ii) Há também os casos de limites infinitos no infinito.

(iii) O limite de uma função num ponto c do seu domínio é único.

11.5 Fórmulas do Limite

Pode ser demonstrado que o processo limite obedece às seguintes regras:

A. lim [ f ( x ) ±g ( x )] = lim f ( x ) ± lim g ( x )


x→a x→a x→a

3
x →3
2
( 3
)2
Exemplo 1. lim x + x = lim x + lim x = 27 + 9 = 36 .
x →3 x →3

lim [k . f ( x )] = k . lim f ( x ), onde k é uma constante


B. x→a x→a

Exemplo 2.
x → −2
( )
lim 12.x 2 = 12. lim x 2 = 12.( 4) = 48.
x → −2

lim k = k , onde k é uma constante


C. x→a

Exemplo 3. xlim ( 8) = 8.
→2

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43
Nota Não importa qual a tendência de x em f(x) = 8; portanto, f(x) não só tende para 8 como, neste caso, é mesmo 8.

D. lim [ f ( x ) • g ( x )] = lim f ( x ) • lim g ( x )


x→a x→a x→a

x →3
[ 2
]
Exemplo 4. lim x ( x − 1) = lim x • lim ( x − 1) = 9 • 2 = 18.
2
x →3 x →3

 f ( x )  xlim f ( x)
E. lim   = →a , desde que lim g ( x ) ≠ 0
x →a  g ( x )  lim g ( x ) x →a
x →a

 x 2 − 4  lim x2 − 4 − 3
x →1
Exemplo 5. lim  = = = −1.
x →1  x + 2  lim ( x + 2 ) 3
  x →1
EXERCÍCIO: Determinar cada limite.

(1) lim ( x 2 − 5 x) ( 2) lim (3 x 2 + 7 x + 1)


x→2 x → −1

( 3) lim (2 x 3 + 5 x 2 − 2) ( 4) lim ( x 3 − 3 x 2 + x + 4)
x → −1 x→2

( x 2 − 1) ( x 2 − 9)
( 5) lim ( 6) lim
x → −1 ( x − 1) x → −3 ( x + 3)

(4 x 2 − 9) (9 x 2 − 16)
( 7) lim ( 8) lim
x → −3 / 2 ( 2 x − 3) x → −4 / 3 ( 3x − 4)

( 9) lim 2x + 3 (10 ) lim 3x − 3


x → −1 x→4

(11) lim 4− x (12 ) lim 2x + 1


x →6 x → −1

 1   1 
(13) lim   (14 ) lim  2 
x →∞  2 x  x →∞  x 

(3 x 2 − 5 x + 2) (7 x3 + 2 x − 13)
(15) lim (16 ) lim
x →∞ (4 x 2 + 8 x − 11) x →∞ (4 x3 + x 2 )

(17 ) lim ( x 2 + x) (18) lim ( x 3 + x 2 )


x →2 x→3

(19 ) lim (4 x 2 + 100 x − 2) ( 20 ) lim (3 x 2 + 5 x − 8)


x →1 x → −1

( 21) lim ( x + 3).( x − 4 ) ( 22) lim ( 2 x + 1).( x − 3)


x →1 x →4

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44

( 23) lim ( x 2 + 3 x + 1).( x 4 − 2 x 2 + 3) ( 24 ) lim ( x 2 + 5 x − 10).( x 3 + 6 x 2 − x )


x → −2 x→2

x 2 + 3x + 2 x 2 − 4x + 5
( 25) lim ( 26 ) lim
x→2 x2 +1 x→3 x 2 + 2x

x 2 − 49 x2 − 4
( 27 ) lim ( 28) lim
x → −7 x + 7 x →2 x − 2

4 x 2 − 25 9 x 2 − 16
( 29 ) lim ( 30 ) lim
x→5 / 2 2 x − 5 x → −4 / 3 3 x + 4

( x 2 + 3 x + 1).( x + 5) ( x 2 + x − 5).( x − 3)
( 31) lim ( 32 ) lim
x →3 ( x − 2) x → −2 ( x + 3)

(2 x 2 − 6 x + 4) (2 x 2 − 3x + 1)
( 33) lim ( 34 ) lim
x →1 ( x 2 − 1) x →1 ( x − 1)

( x 2 − 1) (4 x 3 − 3 x + 1)
( 35) lim ( 36 ) lim
x → −1 (3 x 2 − 3 x − 6) x →1 / 2 (4 x 3 − 4 x 2 + x)

( 37 ) lim
25 + 3 x − 5
( 38) lim
( )
2 x2 − 8 + x
x →0 x x → −4 x+4

3− 5+ x x +1 −1
( 39 ) lim ( 40 ) lim
x→4 1− 5 − x x →0 x

Respostas

1) – 6 6) – 6 11) não existe 16) 7 / 4 21) - 12 26) 2 /15 31) 152 36) 3

2) – 3 7) 0 12) não existe 17) 6 22) 9 27) – 14 32) 15 37) 3 / 10

3) 1 8) 0 13) 0 18) 36 23) – 11 28) 4 33) – 1 38) – 1

4) 2 9) 1 14) 0 19) 102 24) 120 29) 10 34) 1 39) –1 / 3

5) 0 10) 3 15) ¾ 20) – 10 25) 12 / 5 30) – 8 35) 2 / 9 40) 1 / 2

Nos exercícios de 41 a 44, trace um esboço do gráfico e encontre o limite indicado se ele existir; se
o limite não existir, dê a razão.

x + 3 se x ≤ −2 (a ) lim f ( x ) (b) lim f ( x) (c) lim f ( x)


41) f ( x ) = 
3 − x se x > −2 x→ −2+ x→ −2− x→ −2

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45

2x + 1 se x < 3 (a ) lim f ( x) (b) lim f ( x) (c) lim f ( x)


42) f ( x ) = 
10 − x se x ≥ 3 x →3+ x →3 − x →3

x 2 se x ≤ 2 (a ) lim f ( x) (b) lim f ( x) (c) lim f ( x)


43) f ( x ) = 
8 − 2 x se x > 2 x→2+ x→2− x→2

4 − x 2 se x ≤ 1 (a ) lim f ( x) (b) lim f ( x) (c ) lim f ( x)


44) f ( x ) = 
2 + x 2 se x > 1 x →1+ x →1− x →1

Respostas

41) não existe 42) 7 43) 4 44) 3


11.6 A Inclinação de uma Tangente a uma Curva

O processo limite não é apenas aplicado ao problema do movimento. Veremos agora a sua
aplicação num problema geométrico.

Como na figura embaixo, consideraremos que a curva é o gráfico de uma dada função
y = f(x). Pretendemos determinar a inclinação da tangente mtan no ponto P com coordenadas (x,
f(x)).

Como na figura acima, podemos determinar a inclinação de uma reta passando por P e
qualquer outro ponto Q da curva (a reta secante). Podemos observar as inclinações destas retas
secantes quando escolhemos pontos Q cada vez mais próximos do ponto P. À medida que Q se
aproxima de P, os valores das inclinações destas retas secantes ficarão cada vez mais próximos
daquele da inclinação da reta tangente mtan. Podemos explicar este processo em termos das
coordenadas de P e Q como na figura a seguir.

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46

Nesta figura ∆y = f (x + ∆x) – f(x).

À medida que escolhemos valores de ∆x mais próximos de 0, o ponto Q aproxima-se de P


ao longo da curva. Deste modo, a inclinação da reta secante aproxima-se de mtan, que é a inclinação
da reta tangente. A inclinação da reta secante que passa por P e Q é dada por:

f ( x + ∆x ) − f ( x ) f ( x + ∆x ) − f ( x ) ∆y
= =
( x + ∆x ) − x ∆x ∆x

portanto,
∆y f ( x + ∆x ) − f ( x )
mtan = lim = lim
∆x →0 ∆x ∆x → 0 ( x + ∆x ) − x

Exemplo 01. Determinar a inclinação da reta tangente à curva y = x² + 3 em (1,4).

∆y
mtan = lim
∆x →0 ∆x

[(1 + ∆x ) 2 + 3] − [(1) 2 + 3]
= lim
∆x → 0 ∆x
2( ∆x ) + ( ∆x ) 2
= lim
∆x → 0 ∆x
∆x( 2 + ∆x )
= lim
∆x → 0 ∆x
= lim ( 2 + ∆x ) = 2
∆x → 0

Podemos ver agora que o processo usado para resolver o problema geométrico é o mesmo
que o usado para o problema do movimento. Este processo, o limite, é o fundamento do cálculo.

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47

Exemplo 02. Determinar a equação da tangente à curva y = 2x² - 5 em (2,3).

Passo 1 : Determinar mtan:


∆y
mtan = lim
∆x →0 ∆x

[2( 2 + ∆x ) 2 − 5] − [ 2( 2 ) 2 − 5]
= lim
∆x →0 ∆x
∆x ( 8 + 2 ∆x )
= lim
∆x →0 ∆x
= lim ( 8 + 2∆x ) = 8.
∆x →0

Passo 2 : Determinar a equação da reta:

Usando a fórmula do ponto-inclinação temos:

y – y1 = m.(x – x1)

y – 3 = 8.(x – 2)

y = 8x – 13.

RESUMO: Definimos o coeficiente angular ou inclinação de uma curva como o limite dos
coeficientes angulares das secantes. Esse limite, chamado derivada, mede a taxa de variação de
uma função e é um dos conceitos mais importantes de cálculo. As derivadas são muito usadas em
engenharia, ciência, economia, medicina e ciência da computação para calcular a velocidade e a
aceleração, para explicar o funcionamento de máquinas, para estimar a diminuição do nível da
água quando ela é bombeada para fora de um tanque e para prever as conseqüências de erros
cometidos durante medições. Obter derivadas calculando limites pode ser demorado e difícil.
Assim sendo, desenvolveremos técnicas para calcular derivadas mais facilmente.

Definições:

O coeficiente angular da curva y = f(x) em um ponto P(x0, f(x0)) é o número

f ( x 0 + ∆x ) − f ( x 0 )
m = lim
∆x →0 ∆x
. (desde que o limite exista)

A reta tangente ao gráfico de f em P é a reta que passa por P e tem esse coeficiente
angular. Assim sendo ela é dada por:

y = y0 + m(x – x0)

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48

Como achar a Tangente à Curva y = f(x) em (x0, y0).

1. Calcule f(x0) e f(x0 + ∆x).

f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
2. Calcule o coeficiente angular: m = lim .
∆x → 0 ∆x

3. Se o limite existe, então determine a reta tangente quando: y = y0 + m(x – x0).

EXERCÍCIOS

(1.) Determinar a equação da tangente à curva dada no ponto dado.

a) y = 2x² - 3; (-2, 5) (Resp.: y = - 8x – 11)

b) y = 5x² - 3x + 2; (-1, 10) (Resp.: y = - 13x – 3)

c) y = 4x² - 7x + 5; (3, 20) (Resp.: y = 17x - 31)

d) y = 2x² + 4x – 7; (-2, -7) (Resp.: y = - 4x – 15)

(2) Determine uma equação para a tangente à curva nos pontos dados. Esboce a curva e a tangente
juntas.

a.) y = 4 – x2, P(-1, 3) (Resp.: y = 2x + 5)

b.) y = 2√x, P(1, 2) (Resp.: y = x + 1)

c.) y = x3, P(-2, -8) (Resp.: y = 12x + 16)

d.) y = 2x2 + 3, P(2, f(2)) (Resp.: y = 8x – 5)

Se duas retas são paralelas, seja (1) ambas perpendiculares ao eixo x ou (2) ambas com
a mesma inclinação, ou seja, m1 = m2.

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Por outro lado, se duas retas são perpendiculares, então, seja (1) uma reta vertical com
equação x = a e a outra horizontal com equação y = b ou (2) nenhuma sendo vertical e a inclinação
da reta sendo a recíproca negativa da outra; isto é, se as equações das retas forem:

L1: y = m1x + b1 e L2: y = m2x + b2

então m1= (-1/m2)

Exercícios:

1.) Determinar a equação da reta que satisfaz cada uma das seguintes condições.
a.) Passa por (-1, 5) e é paralela a –2x + y + 13 = 0. (Resp.: y = 2x + 7)

b.) Passa por (2, -2) e é perpendicular a 3x – 2y - 14 = 0. (Resp.: y = -2x/3 – 2/3)

c.) Passa por (-7, 4) e é perpendicular a 5y = x. (Resp.: y = - 5x – 31)

d.) Passa por (2, -10) e é paralela a 2x + 3y –7 = 0. (Resp.: y = -2x/3 – 26/3)

2.) Encontrar a equação da reta tangente à curva y = x , que seja paralela à reta 8x – 4y + 1 = 0.

(Resp.: y = 2x + 1/8)

3.) Encontrar a equação da reta normal (ou perpendicular) à curva y = x2 no ponto P(2, 4)

(Resp.: y = -1x/4 + 9/2)

A derivada de uma função f(x) em relação à variável x é a função f ’ cujo valor em x é

f ( x + ∆x ) − f ( x )
f ' ( x ) = lim
∆x →0 ∆x

desde que o limite exista.

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A derivada de uma função f(x) no ponto x0, denotado por f ’(x0), é definida pelo limite:

f ( x0 + ∆x ) − f ( x0 )
f ' ( x0 ) = lim (desde que o limite exista)
∆x →0 ∆x

OBS: Como vimos anteriormente, este limite nos dá a inclinação da reta tangente à curva y
= f(x) no ponto (x0, f(x0)). Portanto a derivada da função y = f(x) no ponto x0 representa a
inclinação da curva neste ponto.

Exercícios:

(1.) Calcule f’(x) para a função dada usando diretamente a definição.

1+ x
a) f(x) = 2x2 + 3x + 1 b) f(x) = c) f(x) = 3− x
1− x

1
(Resp.: f’(x) = 4x + 3) (Resp.: f’(x) = 2 / (1 – x)² ) (Resp.: f’(x) = − )
2 3−x

(2.) Determinar f’(x0) para cada função, usando a definição.

a) f(x) = 5x2 + 6x – 1, x0 = 2. b) f(x) = x2 + 1, x0 = 1.

( Resp.: f’(2) = 26 ) ( Resp.: f’(1) = 2 )

x−2
c) f(x) = , x0 = x. d) f(x) = x , x0 = 9.
x+3

( Resp.: f’(x) = 5 / (x + 3)² ) ( Resp.: f’(9) = 1 /6 )

The end!!!!!!!!!!

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