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CARTA AOS JOVENS DO BRASIL

Somos professores e professoras da Educação Pública do Estado da Bahia, há 30 anos, e em


conversas sobre o futuro da sociedade brasileira, sentimos a necessidade de falar aos jovens.

Nessa eleição não estamos apenas escolhendo um presidente. Temos a oportunidade de decidir
o tipo de sociedade que queremos para os nossos jovens.

Se hoje vivemos num Estado Democrático de Direito, onde podemos votar, nos manifestar,
concorrer a cargos públicos através de concursos, devemos isso à luta de pessoas que não
aceitaram se calar diante do autoritarismo e da ditadura. Então, pense bem! Queremos manter
os nossos direitos de reivindicar, de lutar por melhorias, inclusive de protestar contra o futuro
presidente ou queremos um futuro presidente que esconde, mantém sigilo e não permite
investigação de nada?

De um lado, nós temos um candidato que nega a ciência, persegue a Educação, corta verbas do
MEC, da merenda escolar, das universidades. Do outro, temos um candidato que tem o apoio
de 4 mil cientistas, professores, pesquisadores, estudantes que assinaram o manifesto " Ciência,
Tecnologia e Inovação com Lula".

De um lado, temos um candidato que espalha ódio por negros, mulheres, pobres, trabalhadores,
nordestinos. Do outro, temos um nordestino que conheceu a fome, a falta de acesso a escolas
e não esqueceu isso quando foi presidente, criando o Programa Fome Zero, tirando o país do
mapa da fome, criando o Programa Minha Casa Minha Vida, que permitiu que milhares de
brasileiros realizassem o sonho de ter um lar. Levou Luz e Água para milhares de brasileiros
pobres dos quatro cantos do país. Levou para a Universidade populações pobres, filhos de
trabalhadores, famílias que nunca tinham frequentado esse espaço.

De um lado, temos um candidato que tem vários empresários derramando milhões em sua
campanha e ameaçando demitir os empregados que não votam no atual presidente. Do outro,
temos um candidato que quando governou o país, valorizou o salário mínimo e, de fato, garantiu
aos trabalhadores um poder de compra e consumo muito maior.

De um lado, temos um candidato que ficou famoso internacionalmente, de forma negativa, pelo
desprezo ao meio ambiente e aos povos indígenas, permitiu o crescimento assustador das
queimadas, do desmatamento, das invasões e ataques violentos aos índios, "deixando passar a
boiada". Do outro, temos um candidato que agradece a Deus pela natureza que o Brasil possui
e é reconhecido mundialmente pelo compromisso e responsabilidade ambiental, propondo a
criação de um Ministério que cuide dos povos originários.

Não estamos defendendo alguém para ser eleito por simpatia ou aproximação, estamos
defendendo aqui ideias e valores que nos tornam mais humanos e empáticos. Há uma
dificuldade em entender que o projeto montado por um grupo tem como metas a destruição da
figura do servidor público, a perda dos direitos trabalhistas da iniciativa privada ( não correção
do salário mínimo e das aposentadorias pela inflação entre tantos outros), o sucateamento e
posterior venda das empresas estatais, a elitização da educação , ataque aos povos indígenas,
incentivo à violência, desrespeito à meninas e mulheres entre tantos outros atos devastadores.
A quem interessa que empresários doem milhões de reais para eleger alguém que prega as
mudanças que tornarão o Brasil um lugar insuportável para o pobre, negro, trabalhador, mulher,
povos originários, menina, LGBTQIA+...?

Edilma Souza, Eunápio Oliveira.

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