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30/03/2018

CONTEÚDO PROGRAMÁTICO
Programa de Pós-Graduação:
Mestrado em Fisioterapia Parte I: Inaloterapia
Campus de Presidente Prudente  Considerações iniciais
 Conceito
 Benefícios
 Objetivos e indicações
 Propriedades físicas
Inaloterapia e  Dispositivos nebulizadores

Parte II: Oxigenoterapia


Oxigenoterapia  Considerações iniciais
 Conceito e objetivos
 Indicações
 Sinais de hipoxemia
 Métodos de avaliação
 Sistemas de oxigenoterapia
Caroline Pereira  Efeitos fisiológicos e deletérios do O2
contato: carolinepereirasantos@yahoo.com.br  Toxidade do O2

INALOTERAPIA INALOTERAPIA
Considerações Iniciais Conceito
É a administração de micropartículas sob a forma de
nebulização para a árvore brônquica e/ou alvéolos.
A via inalatória é considerada
uma das mais eficazes no Narina
tratamento de diversas Faringe

doenças que acometem o


Laringe
sistema respiratório.
Traqueia

A DEPOSIÇÃO DAS
SUBSTÂNCIAS
ACONTECE
Pulmão
DIRETAMENTE NO Técnica utilizada para inalação de drogas ou umidificação das
LOCAL DA DOENÇA. vias aéreas.
Rotta E.T., Amantéa S.L. et al. Principios da inaloterapia na asma aguda infantil. 2007

INALOTERAPIA INALOTERAPIA
Benefícios Objetivos

Utilizado para administração de drogas broncodilatadoras.  Deposição de fármacos diretamente no sítio de ação do trato respiratório;
 Redução dos efeitos colaterais dos fármacos utilizados.
 Alteração do muco através da hidratação das secreções, facilitando assim
É uma forma mais rápida e eficaz que as outras de a terapia de higiene brônquica;
administração de fármacos. Indicações
Principalmente em presença de doenças que acometem a estrutura e luz dos
brônquios:
Evita os efeitos sistêmicos secundários das outras
 Asma;
medicações e possui tempo de resposta mais rápido.
 Fibrose cística;
 Doença pulmonar obstrutiva crônica;
Como por exemplo: corticóides via oral.  Doenças que cursam com o repouso prolongado no leito;

Rotta E.T., Amantéa S.L. et al. Principios da inaloterapia na asma aguda infantil. 2007

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INALOTERAPIA INALOTERAPIA
Propriedades físicas Propriedades físicas – Tamanho das partículas

Fatores de interferem no melhor aproveitamento da névoa:


AEROSSOL: estado da matéria
intermediário entre o estado líquido e o
 Características físicas das partículas;
gasoso.
 Anatomia da via aérea e mecânica respiratória do
paciente; Tamanho das partículas:
 Padrão respiratório; MÍCRONS = um milésimo de milímetro.
 Interface entre o nebulizador e o paciente;
Para que as partículas alcancem os
bronquíolos terminais:
Diâmetro inferior a 5 mícrons.
Fossas nasais e faringe: barreira às partículas de
diâmetro superior.

INALOTERAPIA INALOTERAPIA
Propriedades físicas Propriedades físicas

Fatores de interferem na deposição das partículas nas vias Deposição por INÉRCIA
aéreas:
É a tendência da partícula em
movimento resistir às mudanças
1. INÉRCIA de velocidade e direção.
2. GRAVITACIONAL OU SEDIMENTAÇÃO
3. AGITAÇÃO BROWNIANA OU DIFUSÃO Acontece com partículas maiores
que 5 mícrons, em fluxo
turbulento, nas vias aéreas
superiores.

INALOTERAPIA INALOTERAPIA
Propriedades físicas Propriedades físicas

Deposição GRAVITACIONAL ou por Deposição por AGITAÇÃO BROWNIANA OU


SEDIMENTAÇÃO DIFUSÃO

É a separação das partículas da É o mecanismo de deposição


suspensão por ação da gravidade. que ocorre com partículas
menores de 3 mícrons,
Fluxo misto, deposição de favorecendo a deposição
partículas entre 1 e 5 mícrons, na destas nos alvéolos.
parte média da árvore brônquica.

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INALOTERAPIA INALOTERAPIA
Dispositivos nebulizadores Dispositivos nebulizadores

A JATO/PNEUMÁTICOS

Utilizam gás comprimido (ar


ou oxigênio) de um cilindro
ou compressor elétrico,
convertendo o líquido em
partículas inaláveis.
A JATO/PNEUMÁTICO ULTRA-SÔNICO

INALOTERAPIA INALOTERAPIA
Dispositivos nebulizadores Dispositivos nebulizadores

A JATO/PNEUMÁTICOS ULTRA-SÔNICOS

Vantagens:

 Pode-se aplicar com O2 ou ar


comprimido;
 Dispersão de partículas menores
( deposição mais profunda);
 Permite nebulização de As partículas liquidas foram o aerossol a partir da vibração de
corticóides e antibióticos; um cristal através do efeito pizoelétrico (1 a 3 MHz de
frequência), e são transmitidas à superfície do liquido a ser
nebulizado.

INALOTERAPIA INALOTERAPIA
Dispositivos nebulizadores Dispositivos nebulizadores
AEROSSÓIS PARA FINS TERAPÊUTICOS
ULTRA-SÔNICOS

Vantagens:
 São portáteis;
 Apresentam menor perda da névoa na exalação;
 Requerem um menor tempo de tratamento para cada nebulização;

Desvantagens:
Tamanho e custo dos aparelhos;
 A produção da névoa depende da viscosidade e da tensão
superficial das substâncias;
NEBULÍMETROS NEBULÍMETROS
DOSIMETRADOS LIOFILIZADOS
 Devido ao aumento da temperatura da solução, podem produzir (Bombinha) (Inaladores de pó seco)
hidratação excessiva e aumento do risco de crescimento bacteriano.

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INALOTERAPIA INALOTERAPIA
Dispositivos nebulizadores Dispositivos nebulizadores
NEBULÍMETRO DOSIMETRADO – “Bombinha” NEBULÍMETRO LIOFILIZADO – “Inalador a pó seco”

A droga se concentra em um cilindro metálico, onde


existe uma câmara que armazena um volume constante
de medicação a ser liberada.

Vantagens:
 São leves e pequenos;
 Contém múltiplas doses;
 A dose liberada é precisa;
A medicação é armazenada em cápsulas. A dispersão do pó depende
do esforço do paciente. Quando baixos fluxos são gerados, a
Desvantagens:
 Necessário coordenação perfeita entre o disparo e a deposição da medicação ficará na boca e faringe.
inspiração do paciente;
 Difícil uso na crise de asma, relatada por alguns Desvantagens:
pacientes;  Necessário entendimento do paciente;

INALOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
EM RESUMO Considerações iniciais

* É uma técnica utilizada para inalação de drogas ou


umidificação das vias aéreas. PERFUSÃO DIFUSÃO
* Evita os efeitos sistêmicos secundários das outras
medicações e possui tempo de resposta mais rápido.
• É indicada principalmente em presença de doenças que
acometem a estrutura e luz dos brônquios. HEMATOSE
• Para que as partículas alcancem os bronquíolos terminais
elas precisam ter diâmetro inferior a 5 mícrons. HIPÓXIA: Baixa
* Os fatores que interferem a deposição das partículas nas Saturação de Oxigênio:
concentração de O2.
vias aéreas se dão por INÉRCIA, GRAVITACIONAL OU Porcentagem de O2 que
SEDIMENTAÇÃO e AGITAÇÃO BROWNIANA OU se liga a hemoglobina a HIPOXEMIA: Nenhuma
DIFUSÃO. cada 100 ml de sangue. concentração de O2.
(lesão tecidual)

OXIGENOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
Conceito Indicações
Oxigenoterapia de forma contínua:
Oferta de oxigênio em porcentagens superiores
àquela presente no ar ambiente (que é em torno de  Adultos, crianças ou lactentes > 28 dias de vida:
21%). PaO2 ≤ 60 mmHg ou SatO2 < 90%.

Oxigenoterapia durante o exercício:


Objetivos
 SatO2 ≤ 88% ou PaO2 ≤ 55 mmHg durante exercício.
 Manutenção da oxigenação tecidual adequada.
 Corrigir a hipoxemia aguda suspeita ou comprovada.
Oxigenoterapia noturna:
 Reduzir os sintomas associados à hipoxemia crônica.
 Reduzir a carga de trabalho que a hipoxemia impõe no
sistema cardiopulmonar.  SatO2 ≤ 88% ou PaO2 ≤ 55 mmHg durante o sono.

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Sinais de Hipoxemia
OXIGENOTERAPIA
Indicações Como saber se
o paciente Taquipneia
Em situações clínicas de:

SINAIS RESPIRATÓRIOS
encontra-se
 IAM;
em Retração intercostal
 Intoxicação por gases (monóxido de carbono);
 Envenenamento por cianeto; hipoxemia?
 Insuficiência Respiratória Crônica; Batimento da asa de
 Pós-operatórioimediato; nariz
 Hipovolemia;

Cianose progressiva
Indicações em condições especiais:

PaO2 > 55 mmHg ou Saturação > 88% Palidez

Sinais de Hipoxemia Sinais de Hipoxemia


SINAIS NEUROLÓGICOS

Taquicardia
Inquietação
SINAIS CARDÍACOS

(precoce)

Bradicardia Confusão mental Cianose

Rebaixamento do
Hipotensão arterial
nível de consciência

Parada cardíaca Convulsão e coma

Baqueteamento digital

OXIGENOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
Métodos de avaliação de O2
Oxigênio presente na atmosfera ambiental: 21%
Utiliza-se dois métodos para avaliar a administração de oxigênio:
Cálculo da Fração Inspirada de Oxigênio (FIO2):

FIO2 = valor do fluxo em litros/min x 4 + 21 (%)

Exemplo:
Valor do fluxo em litros/min = 5l/min

Gasometria Arterial Saturação periférica de O2


(SatO2) (SpO2)
FIO2 = 5 (l/min) x 4 + 21 (%)
FIO2 = 20 + 21 (%)
A precisão do oxímetro de pulso pode ser influenciada por: movimentação, esmalte de
FIO2 = 41 %
unha, má perfusão, anemia, pigmentação escura da pele, hipotermia, etc.

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OXIGENOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
Sistemas de Oxigenoterapia Sistemas de Baixo Fluxo

 FIO2 baixa e variável;


Baixo Fluxo Alto fluxo  Ritmo respiratório regular;
 Frequência Respiratória de até 24 irpm.

Fluxo de 1 – 6 l/min
Cateter Nasal

OXIGENOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
Sistemas de Baixo Fluxo – Máscaras faciais Sistemas de Baixo Fluxo – Máscaras faciais

SIMPLES COM RESERVATÓRIO

Fluxo de 5 – 12 l/min Fluxo de 6 – 10 l/min

OXIGENOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
Sistemas de Alto Fluxo Sistemas de Alto Fluxo

 FIO2 constante e definida; Tenda Facial


 Fornece uma determinada concentração de oxigênio em fluxos  Fluxo de 5 – 15 l/min
iguais ou superiores ao fluxo inspiratório máximo do paciente,
garantindo uma FiO2 conhecida; Desvantagens:
Máscara de Venturi  Perda da concentração de O2 pela diluição aérea.
 Trauma facial ou não tolerância da máscara facial.
FIO2 L/min
24% 3
28 % 6
31 % 8
35 % 12
40 % 15
50% 15

6
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OXIGENOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
Efeitos fisiológicos: Efeitos deletérios:

 Melhora da troca gasosa pulmonar; DEPRESSÃO DO SISTEMA RESPIRATÓRIO E AUMENTO


DA PCO2
 Vasodilatação arterial pulmonar;
 Diminuição da resistência arterial pulmonar;
 Diminuição da pressão arterial pulmonar; ausência do
 Melhora do débito cardíaco; estímulo
HIPÓXIA ↑ ↑ ↑ O2 = respiratório; a = ↑ ↑ ↑ CO2
 Diminuição do trabalho da musculatura cardíaca e respiração tona-se
respiratória; artificial e ineficaz
 Melhora da relação ventilação/perfusão;
Depressão dos quimiorreceptores
 Evita colabamento alveolar; periféricos , depressão do estímulo
 Diminuição da dispneia. ventilatório

OXIGENOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
Efeitos deletérios: Efeitos deletérios:

RETINOPATIA POR PREMATURIDADE ATELECTASIA DE ABSORÇÃO


Vasoconstrição da retina, o que ↑ ↑ ↑ O2
↑ ↑ ↑ O2 = acarreta necrose dos vasos
sanguíneos. =
Redução dos níveis de
nitrogênio do
Formação de novos vasos: organismo
CICATRIZAÇÃO ↓
= Redução da pressão
DESCOLAMENTO DA total dos gases venosos

RETINA E CEGUEIRA
COLAPSO
PULMONAR

OXIGENOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
TOXIDADE DO OXIGÊNIO:
Efeitos deletérios: Afeta, sobretudo, os pulmões e o SNC.

 Diminuição da capacidade vital, pela redução ao Fatores que determinam os efeitos nocivos do O2:
estímulo respiratório;  PO2
 Tempo de exposição
 Alteração da relação V/Q;
 Redução do surfactante; Tempo de exposição em horas Resposta fisiológica
0-12 Função pulmonar normal
 Desidratação das mucosas; Traqueobronquite
12-24 Diminuição da capacidade vital

24-30 Diminuição da complacência


pulmonar
30-72 Diminuição da capacidade de difusão

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OXIGENOTERAPIA OXIGENOTERAPIA
TOXIDADE DO OXIGÊNIO:
Causada pela produção exagerada de radicais livres de oxigênio.
EM RESUMO
Se não controlados, esses radicais podem lesar ou matar as células.

* A saturação de oxigênio é a % de O2 que se liga na hemoglobina a cada


PO2 ↑↑↑ = SINAIS DE
BRONCOPNEUMONIA 100 ml de sangue.
* Oxigenoterapia é a oferta de oxigênio em uma concentração de pressão
superior a 21%.
FIO2 ↑↑↑ INFILTRADOS =
LESÃO ALVEOLAR * A oxigenoterapia tem o objetivo de corrigir a hipóxia ou hipoxemia.
* Os principais sinais respiratórios de hipoxemia são taquipneia, retração
intercostal, batimento de asa de nariz, cianose progressiva e palidez.
* A oxigenação pode ser avaliada através da oximetria de pulso e
gasometria arterial.
FIBROSE E
EDEMA E * Os efeitos deletérios do oxigênio incluem depressão do sistema
HIPERTENSÃO
ESPESSAMENTO DA
MEMBRANA ALVÉOLO-
respiratório, aumento da PCO2, atelectasia por absorção, diminuição
PULMONAR CAPILAR da CV, alteração da relação V/Q, redução do surfactante e desidratação
das mucosas.
FASE EXSUDATIVA
= V/Q ↓↓
E HIPOXEMIA

Um paciente com desorientação


no período pós-operatório e REFERÊNCIAS:
respirando ar ambiente apresenta Bases da Fisioterapia Respiratória: terapia intensiva e
taquipneia, taquicardia e cianose reabilitação. Maria da Glória Rodrigues Machado.
discreta de extremidades.
Fundamentos da Terapia Respiratória de Egan. Craig L.
Utilizando um oxímetro de pulso, Scanlan; Robert L. Wilkins; James K. Stoller. 7ª edição.
você mensura a SpO2 do
paciente como sendo 90%. Fisioterapia Respiratória. D.V. Gaskell; B.A. Webber. 4ª
edição.

O que você faria?

Programa de Pós-Graduação:
Mestrado em Fisioterapia
Campus de Presidente Prudente

Inaloterapia e
Oxigenoterapia

Caroline Pereira
contato: carolinepereirasantos@yahoo.com.br

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