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Banca examinadora
SENICHIRO KOSHIO
SÃO PAULO
2005
KOSHIO, Senichiro. Nível de Caixa de Empresas Não Financeiras no Brasil:
Determinantes e Relação com o Endividamento. São Paulo: EAESP/FGV,
2005. 136 p. (Tese de Doutorado apresentada ao Curso de Pós-Graduação da
EAESP/FGV, Área de Concentração: Administração Contábil e Financeira).
Em primeiro lugar e mais do que qualquer pessoa, à Profa. Joanília Neide de Sales Cia,
minha orientadora, pelos direcionamentos precisos e incentivos no desenvolvimento
deste trabalho. Sendo orientado pela Profa. Joanília, tive a gratificação de fazer um
trabalho desafiador com verdadeiro objetivo de vida.
Aos Profs. Antonio Gledson de Carvalho, Cláudio Vilar Furtado, Leonardo Fernando
Cruz Basso e Wilson Toshiro Nakamura, membros da banca examinadora, e ao Prof.
João Carlos Douat, pelas avaliações da proposta desta tese.
Página
Capítulo 1 − Introdução ..................................................................................... 9
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Quadro 1 – Variáveis utilizadas e resultados obtidos nos estudos 22
anteriores
Quadro 2 – Determinantes e sinais teóricos do nível de caixa de 27
empresas não financeiras
Quadro 3 – Definição operacional das variáveis utilizadas na análise de 50
determinantes do nível de caixa
Quadro 4 – Definição operacional das variáveis utilizadas na análise da 64
relação entre nível de caixa e endividamento
Quadro 5 – Resumo dos resultados das regressões para a análise dos 79
determinantes do nível de caixa de empresas no Brasil no
período de 1995 a 2004.
Quadro 6a – Resumo dos resultados das regressões para a análise dos 81
determinantes do nível de caixa de empresas no Brasil no
período de 1995 a 2002.
Quadro 6b – Resumo dos resultados das regressões para a análise dos 82
determinantes do nível de caixa de empresas nos EUA no
período de 1995 a 2002.
Quadro 6c – Resumo dos resultados das regressões para a análise 83
comparativa dos determinantes do nível de caixa entre Brasil
e EUA no período de 1995 a 2002.
Quadro 7a – Análise das aplicabilidades das teorias de Static Tradeoff, 96
Pecking Order e Agency no Brasil
Quadro 7b – Análise das aplicabilidades das teorias de Static Tradeoff, 97
Pecking Order e Agency nos EUA
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Tabela 1a – Estatísticas descritivas de variáveis em percentagem do ativo 73
total
Tabela 1b – Estatísticas descritivas de variáveis em percentagem do ativo 74
total: antes e depois de Janeiro/1999 no Brasil
Tabela 1c – Coeficientes de correlação entre variáveis na amostra de 75
empresas brasileiras
Tabela 1d – Coeficientes de correlação entre variáveis na amostra de 76
empresas norte-americanas
Tabela 1e – Nível de caixa, endividamento, dívida líquida, índice 77
caixa/dívida líquida, custo da dívida líquida, custo da dívida
total, taxa de juros, retorno sobre ativo e spread no retorno
Tabela 2a – Estatísticas F e χ2 para análise das mudanças estruturais nos 85
determinantes do nível de caixa nos EUA
Tabela 2b – Estatísticas F e χ2 para análise das mudanças estruturais nos 86
determinantes do nível de caixa no Brasil
Abrev./Sigla Significado
afl = Ativo fixo líquido (*)
AR(1) = Autoregressão de primeira ordem
at = Ativo total
cdivliq = Custo da dívida líquida = lf / divliq
cdivtot = Custo da dívida total = df / divida
cgl = Capital de giro líquido = cr + et – cp (*)
cr = Contas a receber (*)
cp = Contas a pagar (*)
cx = Caixa = Caixa e bancos + aplicações financeiras de curto prazo (*)
da = Depreciação e amortização do exercício
df = Despesas financeiras
div = Dividendos distribuídos no exercício (*)
divida = Dívida total
divliq = Dívida líquida = divida – cx
EA = Método de regressão com Efeitos Aleatórios
ecp = Dívida de curto prazo (*)
EF = Método de regressão com Efeitos Fixos
elp = Dívida de longo prazo (*)
EMBI+ = Emerging Market Bond Index Plus de JP Morgan
et = Estoques (*)
fcx = Fluxo de caixa operacional no exercício = lo + da (*)
fcxsd = Volatilidade (erro padrão) do fluxo de caixa operac. no exercício (*)
GLS = Método de regressão por Mínimos Quadrados Generalizados
ic = Investimentos em empresas coligadas e controladas (*)
icxdivliq = Índice caixa / dívida líquida = cx / divliq
ik = Investimentos de capital = (vafl + vic + cglt – cglt-1)/(aflt-1 + ict-1 + cglt-1)
lf = Resultado financeiro = rf – df
lcx = ln (cx)
mv = Valor de mercado das ações
mtb = Índice valor de mercado/valor contábil das ações = (at – pl + vm) / at
OLS = Método de regressão por Mínimos Quadrados Ordinários
pl = Patrimônio líquido
rf = Receitas financeiras
spread = Spread entre o retorno sobre ativo e a taxa de juros
tam = Tamanho da empresa = ln (Ativo total – Caixa)
TA = Teoria de Agency
TPO = Teoria de Pecking Order
TSTO = Teoria de Static Tradeoff
vafl = Variação nos ativos fixos (imobilizados) líquidos = aflt – aflt-1 (*)
vic = Variação nos investimentos em empresas colig. e control. = ict – ict-1 (*)
vm = Valor de mercado das ações = preço de mercado x quantidade de ações
2SLS = Método de regressão por Mínimos Quadrados de Dois Estágios
3SLS = Método de regressão por Mínimos Quadrados de Três Estágios
Obs: (*) Trata-se de variável de análise dividida por (Ativo total – Caixa)
9
CAPÍTULO 1 – INTRODUÇÃO
1
A teoria de Pecking Order é conhecida como a de Hierarquia das Fontes de Financiamento e a
teoria de Agency como a de Agência, em português, enquanto que a teoria de Static Tradeoff
não possui uma boa tradução. Preferimos utilizar as respectivas palavras originais em inglês
para manter a uniformidade ao longo de todo o trabalho.
11
Percebemos também que a questão da liquidez de empresas não tem sido levada
em consideração no próprio processo de desenvolvimento da teoria financeira, como
comentado por Kytönen (2005). As teorias de avaliação de valor e da estrutura de
capital, considerando o objetivo de maximização do valor da firma e o tradeoff entre
risco e retorno, têm sido estruturadas com a suposição de que o mercado financeiro é
perfeito, onde a liquidez é irrelevante. Por exemplo, o Capital Asset Pricing Model de
Sharpe (1964) e Lintner (1965) e o modelo de estrutura de capital de Modigliani &
Miller (1958), que são dois principais marcos históricos deste processo de evolução da
teoria financeira não tratam da questão de liquidez, pois já partem das suposições
idealizadas do mercado financeiro que a tornam irrelevante.
2
Estes motivos têm sua origem principal em Keynes (1936). Vide, por exemplo, Brigham et al.
(1999).
14
empresas são capazes de obter fundos dos mercados sem atrito quando elas precisam
deles e que podem indiferentemente manter caixa ou deixar de tê-lo na empresa,
pagando-os como dividendos. Esta situação de indiferença pode também ser verificada
aplicando o modelo de avaliação de valor pelo desconto de fluxo de caixa: o caixa nesta
condição equivale a um fluxo de caixa com a taxa de retorno exatamente igual ao seu
custo de capital, resultando em valor presente líquido zero, tornando indiferente a sua
manutenção ou não na empresa.
3
Os modelos de Baumol (1952) e de Miller & Orr (1966), que tratam o nível de caixa como
estoques, são também modelos de tradeoff, levando em consideração os custos de transação e a
economia de escala; porém, são sub-otimizantes por não considerar todos os fatores relevantes
[Couderc (2005); Kytönen (2005)].
15
Conforme Opler et al. (1999), os benefícios de manter caixa são as reduções nos
custos incorridos pela empresa quando falta caixa e estão relacionados aos custos de
transação, assimetria de informação e custos de agency.
De acordo com Jensen & Meckling (1976), as ações são uma opção de compra
sobre o valor da empresa e, logo, os investimentos mais arriscados beneficiam os
acionistas, enquanto que os investimentos menos arriscados beneficiam os credores da
dívida. Os credores, então, podem estabelecer mecanismos de monitoramento
(acompanhamento e fiscalização) e de controle que oneram o custo de captação de
recursos por meio de dívidas.
Por outro lado, o custo para manter caixa é o custo de oportunidade de não
investir em atividade produtiva ou, equivalentemente, o prêmio pela liquidez.
Segundo a mesma, discutida por Myers (1984) e Myers & Majluf (1984), devido
aos custos de transação progressivamente crescentes em função destas imperfeições, as
empresas se financiam primeiramente por fontes internas de recursos, secundariamente
por dívidas e finalmente por emissão de novas ações. Para não ter o problema de
subinvestimento na falta de recursos, os administradores procuram acumular e manter
um nível adequado de caixa na empresa, agindo em benefício dos acionistas. Nesta
visão, o caixa equivale à “dívida negativa”, captando recursos externos quando falta
caixa e repagando a dívida quando há sobra do mesmo. Assim, a empresa, ao invés de
tomar decisões ativas relacionadas ao nível de caixa, adota uma política de gestão mais
passiva. Os fatores relacionados às entradas de caixa, tais como a geração interna de
17
Teoria de Agency
O nível de caixa também pode ser explicado diretamente pela teoria de Agency
(referida como TA no restante do texto), com propósitos diferentes da criação e
maximização de valor dos acionistas, independentemente de ser incorporada na decisão
por tradeoff.
4
Neste sentido, entendemos que o nível de caixa segundo a teoria de Pecking Order é um pouco
diferente da visão do nível de caixa como um simples “colchão de liquidez”, que atende à falta
de sincronização entre as entradas e saídas de caixa, considerada por Bruinshoofd e Kool
(2002), como uma contrapartida da gestão ativa por tradeoff. Caixa como um mero “colchão de
liquidez” seria a forma totalmente passiva de gestão de caixa, deixando o seu nível variar como
uma conseqüência de outras decisões tomadas nas empresas, que implicam em entradas de caixa
quando a decisão está relacionada à fonte de recursos ou em saídas de caixa quando ela está
relacionada ao uso de recursos, e qualquer falta neste “colchão” atendida pelas captações de
recursos externos.
18
Os estudos empíricos nos EUA têm sido em geral consistentes com a TSTO: as
empresas com maiores oportunidades de crescimento e maiores variações nos fluxos de
caixa tendem a manter maior nível de caixa, enquanto que as empresas com maior
acesso ao mercado de capitais tendem a manter um menor nível de caixa. No entanto, os
resultados sobre o efeito do endividamento têm sido contraditórios, uns dando relações
positivas, consistente com a TSTO e a TA, e outros dando relações negativas,
consistentes com a TPO [John (1993); Opler et al. (1999); Kim et al. (1998)]. Pequenas
empresas, com maior endividamento e menor acesso ao capital tendem a manter maior
nível de caixa [Faulkender (2004)]. As empresas com maiores restrições financeiras
tendem a manter maior nível de caixa por precaução, mas mantêm capacidades de
investimento durante as recessões e contribuem na retomada das atividades [Almeida et
al. (2004); Custódio et al. (2004)]. Maiores incertezas econômicas levam as empresas a
tomarem posições mais conservadoras e cautelosas e manterem maiores saldos de caixa
[Baum et al. (2003)]. E a vantagem fiscal nos EUA pode ser um dos motivos do
crescimento do caixa das matrizes das empresas multinacionais americanas [Hartzell et
al. (2005)].
1. John (1993)
John (1993) analisou a relação entre a liquidez das empresas com a alavancagem
e custos de falência, utilizando uma amostra de 223 empresas nos EUA no período de
1979 a 1981. Como proxies para custos de falência, a autora utilizou o índice q de
Tobin (valor de mercado dividido pelo valor de reposição do ativo total da empresa),
despesas de pesquisa e desenvolvimento, despesas de propaganda, índice de
especialização dos ativos, valor dos ativos como garantia e índice de probabilidade de
falência. Fazendo regressões lineares de dados em painel, a autora encontrou evidências
de que os índices de liquidez das empresas são positivamente relacionados com os
custos de falência, mas negativamente relacionados com a alavancagem, ciclo de caixa e
valor dos ativos fixos como garantia dos empréstimos.
Kim et al. (1998) analisaram 915 empresas nos EUA, no período de 1975 a
1994, e encontraram evidências, mais a favor da visão do tradeoff do que hierarquia das
fontes, de que o nível de caixa é positivamente relacionado com os custos de
financiamento externo, medidas pelo tamanho e pelas oportunidades de crescimento
(índice valor de mercado/valor contábil): quanto menor o tamanho e quanto maior a
oportunidade de crescimento, maior o custo de falência. Além disso, os resultados
indicaram que o nível de caixa é positivamente relacionado com o risco do fluxo de
caixa operacional (lucro antes dos juros e imposto de renda adicionado à depreciação do
período) e com as expectativas sobre condição econômica no futuro e negativamente
relacionadas com os retornos dos ativos. Para os testes, os autores utilizaram como
20
Opler et al. (1999) analisaram empresas nos EUA, no período de 1971 a 1994, e
encontraram evidências que também sustentam mais a visão do tradeoff do que a
hierarquia das fontes. Os resultados encontrados indicaram que o nível de caixa é
negativamente relacionado com o tamanho, capital de giro líquido e classificação de
risco, mas positivamente relacionado com as oportunidades de crescimento (índice valor
de mercado/valor contábil), fluxo de caixa operacional, risco do fluxo de caixa
operacional, investimentos de capital e em ativos fixos, e despesas em pesquisa e
desenvolvimento. Por outro lado, as evidências em relação aos custos de agency entre
administradores e acionistas, medidos pela participação dos administradores no capital,
foram fracas.
Este quadro apresenta os determinantes analisados e os resultados obtidos nos estudos anteriormente realizados e publicados.
Tamanho + - - n.s.
(a)
Fluxo de caixa ou lucratividade N.A. - + -
(b) (a)
Volatilid. de fluxo de caixa ou de lucrat. + + amb. n.s.
Oportunidades de crescimento N.A. + + +
Investimentos de capital N.A. N.A. amb. N.A.
Ativos líquidos substitutos N.A. N.A. - -
Endividamento - - - -
Pagamento de dividendos N.A. N.A. amb. +
Custo de oportunidade N.A. - N.A. N.A.
Outras variáveis consideradas (1) (2) (3) (4)
223 firmas da
915 firmas nos 3630 firmas nos 780 firmas na Grã
Amostra Fortune 500 nos
EUA
EUA EUA Bretanha
Período de estudo 1979-1981 1975-1994 1971-1994 1984-1999
Obs: +, - , n.s. e amb indicam, respectivamente, que o resultado da regressão indicou o efeito positivo, negativo, não significativo e ambíguo
(sinal variando dependendo do modelo adotado). (a) Foi utilizado o fluxo de caixa operacional (b) Foi utilizado o lucro operacional.
Fonte: Elaborado pelo autor, baseado nos estudos referidos.
23
Dittmar et al.
Determinante do Nível de Caixa Pinkowitz & Williamson (1999)
(2002)(d)
Tamanho - + - -
Fluxo de caixa ou lucratividade - - + n.s.(a)
Volatilid. de fluxo de caixa ou de lucrat. +(c) +(c) +(c) N.A.
Oportunidades de crescimento + + + +
Investimentos de capital - + + -
Ativos líquidos substitutos - + - +
Endividamento - - - -
Pagamento de dividendos + + - -
Custo de oportunidade N.A. N.A. N.A. N.A.
Outras variáveis consideradas (5) (5) (5) (6)
firmas na 11000 firmas de
Amostra firmas no Japão firmas nos EUA
Alemanha 45 países
Período de estudo 1974-1995 1984-1994 1971-1994 1998
Obs: +, - , n.s. e amb indicam, respectivamente, que o resultado da regressão indicou o efeito positivo, negativo, não significativo e ambíguo
(sinal variando dependendo do modelo adotado). N.A. indica que não se aplica. (a) Foi utilizado o fluxo de caixa operacional
(b) Foi utilizado o lucro operacional. (c) Foi adotado a volatilidade da indústria. (d) O resultado se refere à amostra total de todos os países.
Além destes, pode ser citado o trabalho de Harford (1999), entre os trabalhos
publicados relacionados ao nível de caixa, que analisou o impacto do nível de caixa
sobre a atividade de aquisição das empresas. Segundo o autor, empresas com maiores
níveis de caixa são mais suscetíveis a tentar aquisições; no entanto, ao identificar que as
performances operacionais das empresas adquiridas pioram após a aquisição, os autores
comentam que essas empresas são também mais prováveis de pagarem mais do que
deveriam pelas aquisições, mostrando evidências de custos de agency no uso de caixa.
Por outro lado, os seus resultados indicaram também que as fontes externas de
instabilidade influenciam diferentemente as empresas nacionais e as multinacionais: a
volatilidade da taxa de câmbio tem relação positiva com o nível de caixa no caso de
empresas nacionais e, negativa no caso de empresas multinacionais; e o envolvimento
25
5
Alguns autores utilizam a lucratividade operacional da empresa como um determinante
alternativo ao fluxo de caixa, tendo os mesmos fundamentos. Preferimos utilizar o fluxo de
caixa no nosso trabalho, seguindo a grande maioria dos trabalhos anteriores.
26
culturais também têm sido estudados nos trabalhos recentes. No entanto, não
consideraremos esses determinantes neste trabalho.6
6
Os estudos da aplicabilidade da teoria de Agency requerem o uso de dados organizacionais e
institucionais e, não estando facilmente disponíveis ao longo do período de tempo em
consideração e não permitindo formar a base de dados em painel, tornam-se inviáveis na
incorporação dos mesmos nos nossos modelos empíricos. Sobre o caixa de empresas podem
também existir os efeitos de tributação. O caixa mantido nas empresas pode ser tributado abaixo
dos impostos incorridos pelos investidores ao manterem caixa por eles mesmos e os pagamentos
de dividendos podem ser tributados de tal maneira que resultem em maiores benefícios para
empresas manterem caixa do que distribuí-los como dividendos. Embora os efeitos tributários
possam também afetar o caixa de empresas, não vamos analisá-los diretamente neste trabalho.
7
Também no que se refere aos determinantes de endividamento ou da estrutura de capital, o
debate sobre a aplicabilidade das teorias não tem tido uma conclusão definitiva também no
Brasil, apesar de favorecer mais a TPO [Nakamura (1992); Eid Jr. (1996); Tedeschi (1997);
Gomes & Leal (2000); Carrete (2001); Perobelli & Famá (2002); Terra (2002); Santana &
Turolla (2002); Lucinda & Saito (2003); Matsuo (2004); Medeiros & Daher (2004)]. Alguns
desses estudos analisam uma quarta possibilidade, que é o oportunismo na captação de recursos,
segundo o qual as empresas captam recursos na medida em que surgem boas oportunidades,
sem seguir uma meta de estrutura de capital baseada na tradeoff entre custos e benefícios nem a
TPO [Eid Jr. (1996); Matsuo (2004) e Basso et al. (2004)].
27
Este quadro apresenta os determinantes do nível de caixa de empresas não financeiras e os respectivos sinais teóricos,
indicando os seus efeitos sobre o nível de caixa, de acordo com as teorias de Static Tradeoff, Pecking Order e Agency.
Obs: o sinal + indica o efeito positivo, o sinal - indica o efeito negativo e N.A. indica que a teoria não é aplicável.
Quadro 2 − Determinantes e Sinais Teóricos do Nível de Caixa de Empresas Não Financeiras (Continuação)
Quadro 2 − Determinantes e Sinais Teóricos do Nível de Caixa de Empresas Não Financeiras (Continuação)
1. Tamanho da empresa
(1) Uma empresa maior consegue uma melhor economia de escala em termos de custos
de transação na gestão de caixa [Opler et al. (1999)].
(2) Uma empresa maior é, em geral, mais diversificada, tem maior estabilidade nos seus
resultados operacionais e, conseqüentemente, tem menor probabilidade de entrar na
situação de dificuldades financeiras ou de falência [Titlman & Wessles (1988)],
requerendo menor reserva de caixa por precaução.
(3) Uma empresa maior, que é, em geral, mais diversificada, pode vender ativos não
essenciais ao seu negócio principal para transformá-lo em caixa, caso seja necessário,
requerendo menor reserva de caixa por precaução [Opler et al. (1999)].
(4) Uma empresa maior tende a ter uma melhor classificação de risco, menor restrição,
maior volume de crédito a custo mais baixo e economia de escala na captação de
recursos, isto é, um acesso mais fácil aos recursos no mercado financeiro [Ferri & Jones
(1979)].
(5) Uma empresa de tamanho maior pode manter um menor nível de caixa pelo motivo
de precaução, em comparação a uma empresa de tamanho menor, pois uma empresa
maior tende a ter uma menor assimetria de informação entre “insiders” e “outsiders”
[Harris & Raviv (1990)] e, conseqüentemente, tem menor necessidade de manter a
reserva de recursos a fim de evitar o problema de subinvestimento descrito por Myers &
Majluf (1984).
31
Por outro lado, segundo a TPO, o tamanho tem efeito positivo sobre o nível de
caixa, isto é, uma empresa de tamanho maior tem nível de caixa maior, pois tende a ter
sido mais bem sucedida no passado, acumulando mais caixa, em comparação às
empresas menores [Opler et al. (1999)].
2. Fluxo de caixa
Por outro lado, o fluxo de caixa tem efeito positivo sobre o nível de caixa, em
conformidade com a TPO, já que, gerando mais caixa, as empresas tendem a acumular
mais caixa e, gerando menos caixa, tendem a acumular menos, fazendo com que o nível
de caixa flutue com o fluxo de caixa [Opler et al. (1999)].
Por fim, o fluxo de caixa também tem efeito positivo sobre o nível de caixa, em
conformidade com a TA de Jensen (1986), na medida em que o caixa acumulado em
excesso propicia risco menor e poder discricionário maior aos administradores.
32
Também segundo a TPO, o efeito da volatilidade pode ser tanto positivo como
negativo, em função do efeito da variação para mais ou para menos de lucro ou de fluxo
de caixa sobre o nível de caixa [Opler et al. (1999)].
4. Oportunidades de crescimento
5. Investimentos de capital
Para ativos líquidos substitutos, aplica-se somente a TSTO, podendo ter sinais
positivos ou negativos. A TPO e a TA não se aplicam para este determinante.
desses ativos líquidos, que são substitutos do caixa, implica na menor necessidade de
caixa por precaução. Ou seja, quanto maior a possibilidade de converter outros ativos
em caixa, menores são os custos incorridos pela empresa quando ela fica sem caixa e,
logo, menor é o nível de caixa.
(1) Em termos de eficiência na gestão dos ativos líquidos substitutos, uma vez que
quanto mais eficiente é a gestão, mantendo menor volume de contas a receber e
estoques, menor é a necessidade de caixa por precaução.
(2) Quanto maior o risco operacional, maior é a probabilidade de uma empresa ficar
sem caixa e, logo, maior é o nível de caixa. Além do caixa para a necessidade de
pagamentos programados, as empresas precisam manter razoáveis níveis de liquidez por
precaução para necessidades inesperadas de pagamento, resultante das transações não
programadas e também para cobrir as perdas operacionais inesperadas. As variáveis
relacionadas ao risco operacional são as contas a receber, pelo risco de não recebimento
desses recebíveis, e os estoques, pelo risco de redução nos seus valores, por exemplo,
pela obsolescência ou redução na qualidade, ambos com relações positivas com o nível
de caixa.
8
A relação negativa entre os estoques e o caixa pode também ser um resultado dos estoques
funcionando como uma reserva de valor em uma economia inflacionária, evitando incorrer em
perdas com outros ativos de curto prazo não indexados à inflação, ou um meio de fazer hedge
contra o risco de default de títulos do tesouro ou contra o confisco de ativos monetários em
países econômica e politicamente instáveis como Brasil, implicando em uma conversão direta
do caixa para estoques nesses casos.
36
Por outro lado, as contas a pagar são “anuladores” de liquidez, agindo no sentido
contrário aos itens do ativo circulante operacional. Quanto maior a necessidade de
pagamentos programados ou esperados, maior é a probabilidade de uma empresa ficar
sem caixa e, logo, maior é o nível de caixa. E o saldo líquido dos itens do ativo
circulante operacional deduzido dos itens do passivo circulante operacional representa a
disponibilidade líquida dos ativos líquidos substitutos do caixa.
As contas a pagar podem também ter efeito negativo sobre o nível de caixa uma
vez que estas representam acesso ao crédito dos fornecedores e podem também
representar maior flexibilidade na negociação de pagamento com os fornecedores,
dependendo do poder de barganha da empresa.
7. Endividamento:
(3) Pelo problema entre credores e acionistas, segundo Jensen e Mecling (1977), quando
há aumento no risco financeiro, os credores procuram compensações na forma de
retornos adicionais ou na forma de redução de risco, aumentando o nível de caixa
(depósito bancário).
Por outro lado, o endividamento tem efeito negativo sobre o nível de caixa,
seguindo os racionais abaixo, em conformidade também com a TSTO:
8. Política de dividendos:
9. Custo de oportunidade:
Variáveis de Controle:
9
Utilizamos o termo arbitragem para este tipo de operações financeiras neste trabalho, seguindo
a prática comum de mercado no Brasil, embora possa não estar conceitualmente correto. A
rigor, arbitragem é uma operação financeira que gera retornos sem incorrer em riscos; porém,
nem sempre é o caso das operações praticadas no mercado brasileiro. Assunção de dívida é
literalmente uma operação de arbitragem livre de risco para as empresas não financeiras.
42
Esta figura ilustra o caixa utilizado para reduzir os riscos relacionados às dívidas.
10
Acharya et al. (2005) trata desta perspectiva de hedge para o nível de caixa de empresas não
financeiras.
44
(A) Um uso é o caixa para hedge de riscos de mercado. Empresas que têm dívidas
(ou contas a pagar) em moedas estrangeiras estão sujeitas ao risco cambial,
como a desvalorização da moeda doméstica aumenta o valor da obrigação em
moeda local. Nessa situação, manter ativos que terão as mesmas variações em
valor em relação aos referidos passivos, funciona como hedge. Normalmente, o
spread entre o returno sobre os ativos e o custo dos passivos é negativo,
tornando o hedge custoso para as empresas; entretanto, o spread pode ser
positivo, similarmente às operações de arbitragem, gerando ganhos financeiros.
Para o propósito de controlar os riscos, o esquema é justificado mesmo quando a
operação é custosa.
(B) Outro uso é a reserva de caixa para o risco de não renovação das dívidas
existentes. Quando os mercados enfrentam momentos de instabilidade, o capital
tende a migrar para países mais seguros (“fly to quality”)11 e tornam-se mais
difíceis de renovar as dívidas já existentes e fazer novas captações. Os mercados
podem até se tornar praticamente não existentes. Empresas nessas situações
devem manter reservas de caixa para continuar atendendo as necessidades de
pagamento e manter suas atividades.
11
Conforme Sandroni (2005), “fly to quality” significa o movimento de transferências de
aplicações de mercados (ou títulos) considerados inseguros para mercados mais seguros.
45
para conceder crédito e empréstimos às empresas para ter uma compensação no retorno,
na forma de reciprocidade bancária.
A relação entre o custo líquido da dívida e o índice caixa/dívida líquida pode nos
responder se a manutenção de caixa junto com o endividamento gera ganhos financeiros
ou custos adicionais para empresas.
Esta figura ilustra a relação entre o custo da dívida líquida e o índice caixa/dívida
líquida. Se existirem ganhos significativos nas operações de arbitragem, as despesas
da dívida coberta seriam menores do que as receitas financeiras; o custo da dívida
líquida, calculado pelas despesas financeiras líquidas divididas pela dívida líquida,
seria menor do que as despesas financeiras totais divididas pela dívida líquida; e,
empresas com alto índice caixa/dívida líquida teria baixo custo da dívida líquida. Por
outro lado, se não existirem ganhos significativos das operações de arbitragem, as
despesas da dívida coberta seriam maiores do que as receitas financeiras; o custo da
dívida líquida seria maior do que as despesas financeiras dívidas pela dívida líquida; e,
empresas com alto índice caixa/dívida teriam um alto custo da dívida líquida.
Despesas
Receitas Dívida da Dívida
Financeiras Caixa
Coberta Coberta Despesas
Financeiras
Dívida Despesas
Líquida da Dívida
Líquida
Matematicamente:
Matematicamente:
⎛ Despesas da Despesas da ⎞
⎜⎜ + ⎟ - Receitas financeiras
Custo da ⎝ dívida líquida dívida coberta ⎟⎠
=
dívida líquida Dívida líquida
despesas da dívida líquida divididas pela dívida líquida; e, as empresas com alto índice
caixa/dívida teriam alto custo líquido da dívida.12
12
Podemos também interpretar a primeira situação como aquela do caixa avaliado a valor
presente líquido positivo, contribuindo para reduzir o custo da dívida líquida, e a segunda como
aquela do caixa avaliado a valor presente líquido negativo, contribuindo para aumentar o custo
da dívida líquida.
48
Esta parte da pesquisa trata da seguinte pergunta: o que faz com que uma
empresa tenha um nível de caixa maior ou menor do que a outra no Brasil?
A) Variáveis
Variável Definição
cx Caixa / (Ativo total – Caixa)
sendo: Caixa = Caixa e bancos + Aplicações financeiras de curto prazo
lcx ln (cx)
tam Tamanho = ln (Ativo total – Caixa)
fcx Fluxo de caixa = Lucro operacional + Depreciação e amortização no
período
fcxsd Desvio-padrão do fluxo de caixa
mtb (Ativo total − Caixa − Patrimônio líquido + Valor de mercado) /
(Ativo total − Caixa)
e Valor de mercado = Preço da ação x Quantidade total de ações
ik Investimentos de capital = (Ativo imobilizado líquido no ano − Ativo
imobilizado líquido no ano anterior + Investimento de capital em
subsidiárias e coligadas no ano − Investimento de capital em
subsidiárias e coligadas no ano anterior + Variação no Capital de Giro
Líquido) / (Ativo imobilizado líquido no ano anterior + Investimento de
capital em subsidiárias e coligadas no ano anterior + Capital de Giro
Líquido no ano anterior)
cr Contas a receber / (Ativo total – Caixa)
et Estoques / (Ativo total – Caixa)
cp Contas a pagar / (Ativo total – Caixa)
endiv (Empréstimos de curto prazo + Empréstimos de longo prazo) /
(Ativo total – Caixa)
ecp Empréstimos de curto prazo / (Ativo total – Caixa)
elp Empréstimos de longo prazo / (Ativo total – Caixa)
vafl afl t – afl t-1
vic ic t – ic t-1
div Dividendos pagos no exercício / (Ativo total – Caixa)
B) Modelos de Regressão
O modelo de regressão linear simples pode ser descrito pela equação <Eq.1>
abaixo:
cx = β 0 + β 1 X 1 + µ <Eq.1>
13
Silveira (2004) adota as metodologias similares no seu trabalho sobre os determinantes da
governança corporativa e estrutura de propriedade.
52
O modelo de regressão linear múltipla pode ser descrito pela equação <Eq.2>
abaixo:
cx = β 0 + β1 X 1 + β 2 X 2 + β 3 X 3 + L + β i X i + L + β N X N + µ
ou
N
cx = β 0 + ∑ β i X i + µ <Eq.2>
i =1
N
cxft = β 0 + ∑ β i X ift + Cf + ε ft <Eq.3>
i =1
(f = empresa ; t = ano)
N
cxft = β 0 + ∑ β i X ift + C + ε ft <Eq.4>
i =1
(f = empresa ; t = ano)
A comparação do poder explicativo entre os modelos OLS e GLS pode ser feita
aplicando o teste multiplicador Lagrangeano de Breusch e Pagan para efeitos aleatórios
(para fazer a escolha entre o modelo de Mínimos Quadrados Ordinários e o modelo de
Efeitos Aleatórios), o teste de especificação de Hausman (para fazer a escolha entre o
modelo de Efeitos Aleatórios e o modelo de Efeitos Fixos) e a verificação da relevância
da auto-correlação nos resíduos (para fazer a escolha entre o modelo com ou sem o
distúrbio AR(1)). Entretanto, para a análise da relevância das variáveis explicativas, os
sinais e as significâncias estatísticas dos coeficientes são mais importantes do que as
comparações entre os modelos, isto é, o fato de um modelo ter um poder explicativo
55
maior do que o outro não significa necessariamente que os coeficientes das variáveis
estão estimados com uma maior precisão nesse modelo do que no outro.
O sistema formado por estas duas equações, com variáveis endógenas cxt e
endivt, requer uma variável exógena adicional para satisfazer a condição de
identificação. Para as nossas análises, adotamos a variável cxt-1 como a variável exógena
adicional, ou seja, o nível de caixa no período anterior influenciando o endividamento
no período presente, denominando o sistema de equações resultante de Sistema (A).
Alternativamente, adotamos a variável endivt-1 como a variável exógena adicional, isto
é, o endividamento no período anterior influenciando o endividamento no período
presente, denominando-o de Sistema (B).14
N M
cxft = β 0 + ∑ β i X ift + ∑ γ jY jft + Cf + µ ft <Eq.7>
i =1 j=1
Devemos estar cientes, porém, das suas limitações práticas atuais em função da
dificuldade de elaborar um sistema de equações de várias variáveis que reflitam
14
Acharya et al. (2005) utilizam sistemas de duas equações com endivt-1 como a variável
exôgena, resolvendo-os com a aplicação do método de Mínimos Quadrados de Três Estágios
(3SLS). Este método leva em consideração também a eventual correlação entre os termos de
erro das equações do sistema. Uma limitação deste método, no entanto, é que os resultados
ficam muito sensíveis à especificação do modelo e, quando não se conhece a especificação
correta do modelo, perde-se a segurança para fazer as interpretações dos resultados. Por esse
motivo, preferimos a adoção do método de dois estágios ao de três estágios no nosso trabalho.
57
Esta parte da pesquisa trata da seguinte pergunta: Quais são as diferenças nos
determinantes do nível de caixa entre Brasil e EUA?
A) Variáveis
15
Terra (2003) adota uma metodologia similar para comparar as empresas com restrição de
crédito e outras sem restrição nas decisões de investimento.
58
B) Modelo de Regressão
N N
cxft = β 0 + ∑ β i X ift + ∑ γ i d BR X ift + d BR + C f + ε ft <Eq.8>
i =1 i =1
(f = empresa ; t = ano)
16
Esta abordagem é equivalente ao teste F restrito ou teste de Chow, que compara a estatística F
dos coeficientes da equação restrita <Eq.8> e a estatística F dos coeficientes da equação não
restrita <Eq.3>.
59
N N
cxft = β 0 + ∑ β i X ift + ∑ γ i d BR X ift + d BR + C + ε ft <Eq.9>
i =1 i =1
(f = empresa ; t = ano)
Esta parte da pesquisa trata das seguintes perguntas: Existem diferenças nos
determinantes de um ano para outro? Existe diferença nos determinantes antes e depois
das Mudanças Econômicas Pós-Janeiro/1999?
A) Variáveis
B) Modelo de Regressão
M
+ β 67 d 02 tam ft + β 68 d 02 fcx ft + β 69 d 02 cr ft + L + β 77 d 02 div ft + C f + e ft <Eq.10>
(f = empresa ; t = ano)
M
+ β 67 d 02 tam ft + β 68 d 02 fcx ft + β 69 d 02 cr ft + L + β 77 d 02 div ft + C + e ft <Eq.11>
(f = empresa ; t = ano)
(f = empresa ; t = ano)
N N
cxft = β 0 + ∑ β i X ift + ∑ γ i d P1999 X ift + d P1999 + C f + ε ft <Eq.13>
i =1 i =1
(f = empresa ; t = ano)
Esta parte da pesquisa trata das seguintes perguntas: Qual é o motivo que está
por trás da relação entre o nível de caixa e o endividamento? Houve algum efeito das
Mudanças Econômicas Pós-Janeiro/1999 nessa relação?
A) Variáveis
Variável Definição
cdivliq (Despesas financeiras – Receitas financeiras) / (Dívida total – Caixa)
sendo: Caixa = Caixa e bancos + Aplicações financeiras de curto prazo
icxdivliq Caixa / (Dívida total – Caixa)
cdivtot Despesas financeiras / Dívida total
tam Tamanho = ln (Ativo total – Caixa)
cr Contas a receber / (Ativo total – Caixa)
et Estoques / (Ativo total – Caixa)
cp Contas a pagar / (Ativo total – Caixa)
ecp Empréstimos de curto prazo / (Ativo total – Caixa)
elp Empréstimos de longo prazo / (Ativo total – Caixa)
A variável relacionada à política de dividendos não foi incluída, pois não existe
um motivo teórico para supor que ela é relevante para o custo líquido da dívida.
B) Modelo de Regressão
N
cdivliqft = β 0 + β1icxdivliq ft + β 2 * cdivtot ft + ∑ β i X ift + K + C f + ε ft <Eq.14>
i =3
(f = empresa ; t = ano)
(f = empresa ; t = ano)
N
. cdivliqft = β 0 + β1icxdivliq ft + β 2 * cdivtot ft + ∑ β i X ift + µ ft <Eq.16>
i =3
N
icxdivliqft = π 0 + π 1cdivliq ft + π 2 cdivtot ft + ∑ π i X ift + ε ft <Eq.17>
i =3
Com estas duas equações, com variáveis endógenas cxt e endivt, e considerando
cxt-1 ou endivt-1 como uma das variáveis exógenas, é satisfeita a condição de
identificação do sistema.
(f = empresa ; t = ano)
Este método nos permite examinar o efeito do índice caixa/dívida líquida sobre
os custos da dívida líquida, “limpando” o efeito de outras variáveis que podem também
afetar o custo líquido da dívida, incluindo-as como variáveis de controle na equação de
regressão. O sinal do coeficiente sobre o índice caixa/dívida e o do coeficiente sobre
interação cruzada da variável dummy do período pós-Janeiro/1999 com o índice
caixa/dívida líquida nos permitem fazer inferências sobre o efeito das Mudanças
Econômicas Pós-Janeiro/1999.
(f = empresa ; t = ano)
3.5. Dados
CAPÍTULO 4 – RESULTADOS
Podemos verificar pelos valores indicados nas tabelas que, em média, no período
de 1995 a 2002:
• O ativo total da empresa de USD 3.860 milhões nos EUA foi maior do que o
ativo total de USD 2.736 milhões no Brasil.
• Os ativos fixos líquidos no Brasil foram maiores do que nos EUA: 40,8% no
Brasil e 33,3% nos EUA. Os investimentos em empresas coligadas e controladas
foram também maiores no Brasil do que nos EUA: 10,4% no Brasil e 4,2% nos
EUA.
• O índice valor de mercado/valor contábil (mtb) foi bem maior nas empresas nos
EUA do que no Brasil: 2,205 nas primeiras e 0,937 nas últimas.
73
EUA BRA
1995 - 2002 1995 - 2002 1995 - 2004
Desvio Desvio Desvio
Variável No.Obs Média Mínimo Máximo No.Obs Média Mínimo Máximo No.Obs Média Mínimo Máximo
Padrão Padrão Padrão
cx 696 0.118 0.179 0.000 0.983 696 0.089 0.096 0.000 0.544 866 0.088 0.095 0.000 0.544
cr 696 0.166 0.138 0.000 0.929 696 0.140 0.104 0.000 0.743 866 0.145 0.106 0.000 0.743
et 696 0.120 0.106 0.000 0.545 696 0.098 0.080 0.000 0.441 866 0.102 0.085 0.000 0.458
cp 696 0.084 0.099 0.000 1.281 696 0.058 0.059 0.000 0.330 866 0.061 0.060 0.000 0.330
afl 696 0.333 0.229 0.000 0.923 696 0.408 0.211 0.000 0.914 866 0.392 0.211 0.000 0.914
ic 696 0.042 0.084 0.000 0.914 696 0.104 0.169 -0.002 0.980 866 0.107 0.178 -0.005 0.980
ik 696 0.162 0.705 -3.363 9.119 696 0.142 0.459 -1.771 4.989 866 0.146 0.474 -1.771 4.989
vafl 696 0.012 0.113 -1.729 0.437 696 0.017 0.135 -1.879 0.539 866 0.017 0.126 -1.879 0.539
vic 696 0.003 0.063 -0.427 0.914 696 0.005 0.084 -0.947 0.660 866 0.007 0.082 -0.947 0.660
ecp 696 0.059 0.107 0.000 1.266 696 0.145 0.227 0.000 3.444 866 0.156 0.367 0.000 7.629
elp 696 0.224 0.344 0.000 5.753 696 0.138 0.143 0.000 1.335 866 0.145 0.192 0.000 2.571
endiv 696 0.283 0.370 0.000 5.985 696 0.283 0.272 0.000 3.444 866 0.300 0.413 0.000 7.629
lo 696 0.083 0.156 -1.774 0.573 696 0.060 0.077 -0.406 0.345 866 0.069 0.085 -0.406 0.367
fcx 696 0.124 0.154 -1.561 0.642 686 0.101 0.080 -0.311 0.398 854 0.110 0.089 -0.311 0.459
fcxsd 696 0.062 0.073 0.003 0.460 696 0.060 0.032 0.011 0.164 870 0.060 0.032 0.011 0.164
div 696 0.013 0.023 0.000 0.276 684 0.021 0.034 0.000 0.332 850 0.024 0.037 0.000 0.332
mtb 696 2.205 1.942 0.226 16.294 694 0.937 0.616 0.215 7.926 864 1.083 0.964 0.215 17.177
tam 696 6.681 1.970 0.924 11.477 696 6.383 1.645 1.645 11.577 866 6.362 1.680 1.541 11.577
spread 696 0.041 0.357 -0.753 8.504 696 0.014 0.035 -0.112 0.413 866 0.014 0.035 -0.118 0.413
at 696 3860 10421 2 96484 696 2736 8530 5 106807 866 2728 8319 5 106807
74
Tabela 1b. Estatísticas Descritivas das Variáveis em Percentagem do Ativo Total no Brasil:
Período de 1995-1998 x Período de 1999-2004
BRA
1995 - 1998 1999 - 2004
Desvio Desvio
Variável No.Obs Média Mínimo Máximo No.Obs Média Mínimo Máximo
Padrão Padrão
cx 348 0.105 0.098 0.000 0.453 518 0.076 0.092 0.000 0.544
cr 348 0.114 0.086 0.000 0.484 518 0.167 0.113 0.000 0.743
et 348 0.093 0.076 0.000 0.441 518 0.109 0.090 0.000 0.458
cp 348 0.051 0.053 0.000 0.293 518 0.068 0.063 0.000 0.330
afl 348 0.453 0.210 0.001 0.914 518 0.351 0.203 0.000 0.912
ic 348 0.102 0.166 0.000 0.980 518 0.110 0.186 -0.005 0.963
ik 348 0.166 0.513 -1.438 4.989 518 0.132 0.446 -1.771 4.473
vafl 348 0.027 0.154 -1.879 0.539 518 0.011 0.103 -1.313 0.531
vic 348 0.003 0.096 -0.947 0.551 518 0.009 0.072 -0.335 0.660
ecp 348 0.126 0.118 0.000 0.786 518 0.176 0.464 0.000 7.629
elp 348 0.117 0.107 0.000 0.573 518 0.164 0.231 0.000 2.571
endiv 348 0.242 0.167 0.000 0.981 518 0.340 0.513 0.000 7.629
lo 348 0.036 0.062 -0.278 0.260 518 0.092 0.091 -0.406 0.367
fcx 345 0.080 0.064 -0.226 0.335 509 0.131 0.097 -0.311 0.459
fcxsd 348 0.060 0.032 0.011 0.164 522 0.060 0.032 0.011 0.164
div 343 0.018 0.026 0.000 0.207 507 0.028 0.043 0.000 0.332
mtb 346 0.773 0.313 0.215 2.156 518 1.251 1.140 0.344 17.177
tam 348 6.578 1.541 2.990 11.577 518 6.217 1.753 1.541 10.784
spread 348 0.009 0.025 -0.112 0.169 518 0.017 0.041 -0.118 0.413
at 348 3263 10497 23 106807 518 2368 6443 5 55393
75
Esta tabela apresenta os coeficientes de correlação entre as variáveis utilizadas na análise da amostra de 87 empresas brasileiras
no período de 1995 a 2002.
cx cr et cp afl ic ik vafl vic ecp elp endiv lo fcx fcxsd div mtb tam spread
cx 1.00
cr -0.14 1.00
et 0.15 0.29 1.00
cp 0.02 0.34 0.50 1.00
afl -0.23 -0.45 -0.30 -0.19 1.00
ic -0.11 -0.11 -0.31 -0.23 -0.46 1.00
ik -0.03 0.05 0.03 -0.01 0.03 0.07 1.00
vafl 0.03 -0.07 -0.01 -0.02 0.21 -0.10 0.48 1.00
vic -0.05 -0.07 -0.06 -0.06 -0.08 0.29 0.36 -0.06 1.00
ecp -0.01 -0.04 0.02 -0.02 -0.13 0.14 -0.04 -0.16 0.01 1.00
elp -0.01 -0.14 -0.12 0.00 0.14 -0.11 0.03 -0.01 0.03 0.04 1.00
endiv -0.02 -0.11 -0.04 -0.01 -0.03 0.06 -0.02 -0.14 0.02 0.85 0.55 1.00
lo 0.15 0.10 0.22 0.06 -0.01 -0.20 0.11 0.12 -0.05 -0.23 0.11 -0.14 1.00
fcx 0.13 0.06 0.24 0.07 0.09 -0.29 0.09 0.10 -0.06 -0.19 0.11 -0.10 0.96 1.00
fcxsd -0.04 -0.01 0.26 0.09 -0.08 -0.10 -0.05 -0.07 -0.03 0.36 0.05 0.32 0.07 0.12 1.00
div 0.26 -0.05 0.01 -0.15 -0.18 0.15 -0.01 0.03 -0.04 -0.17 -0.17 -0.22 0.35 0.31 0.03 1.00
mtb 0.11 0.00 0.07 0.06 -0.20 0.10 0.02 -0.12 0.02 0.70 0.18 0.68 0.13 0.16 0.32 0.13 1.00
tam -0.05 -0.36 -0.36 -0.22 0.51 -0.18 0.13 0.20 0.04 -0.26 0.18 -0.13 0.13 0.12 -0.30 0.03 -0.12 1.00
spread 0.02 0.06 0.16 0.06 -0.06 -0.01 0.46 0.18 0.22 0.07 -0.03 0.04 0.21 0.21 0.11 0.09 0.18 0.04 1.00
76
Esta tabela apresenta os coeficientes de correlação entre as variáveis utilizadas na análise da amostra de 87 empresas norte-americanas
no período de 1995 a 2002.
cx cr et cp afl ic ik vafl vic ecp elp endiv lo fcx fcxsd div mtb tam spread
cx 1.00
cr -0.23 1.00
et -0.25 0.17 1.00
cp -0.16 0.49 0.21 1.00
afl -0.36 -0.43 -0.28 -0.19 1.00
ic 0.07 -0.18 -0.22 -0.10 -0.09 1.00
ik 0.08 -0.02 0.00 -0.04 -0.10 0.21 1.00
vafl -0.05 0.01 -0.03 -0.03 0.13 -0.03 0.26 1.00
vic -0.03 -0.05 -0.04 -0.04 -0.08 0.53 0.41 0.06 1.00
ecp -0.16 0.34 0.06 0.49 -0.11 -0.02 0.00 -0.09 -0.02 1.00
elp -0.19 -0.09 0.06 0.05 0.13 -0.06 0.06 0.02 -0.02 0.10 1.00
endiv -0.22 0.01 0.07 0.19 0.09 -0.06 0.05 0.00 -0.02 0.38 0.96 1.00
lo -0.16 0.18 -0.06 -0.18 0.02 -0.02 -0.03 0.16 0.01 -0.35 -0.26 -0.34 1.00
fcx -0.24 0.16 -0.06 -0.19 0.10 -0.04 -0.06 0.15 0.00 -0.34 -0.24 -0.32 0.99 1.00
fcxsd 0.34 0.04 0.03 0.13 -0.22 -0.04 0.17 -0.04 0.03 0.22 0.23 0.28 -0.46 -0.48 1.00
div -0.20 -0.03 -0.03 -0.03 0.13 0.06 -0.09 -0.02 -0.02 -0.01 -0.04 -0.04 0.30 0.31 -0.13 1.00
mtb 0.44 -0.08 -0.16 0.02 -0.16 0.13 0.13 0.07 0.09 0.11 0.08 0.10 0.03 0.00 0.39 0.07 1.00
tam -0.28 -0.11 -0.24 -0.18 0.14 0.17 -0.04 0.07 0.06 -0.14 0.01 -0.03 0.29 0.31 -0.42 0.20 -0.05 1.00
spread 0.25 -0.04 -0.05 -0.01 -0.09 -0.04 0.15 0.01 -0.08 -0.01 -0.04 -0.04 -0.07 -0.09 0.07 -0.05 0.00 -0.12 1.00
77
Notamos também que a taxa de juros (cdi), que é a base para a remuneração do
caixa, tem sido consistentemente menor do que o custo médio de dívida das
empresas.
Esta tabela apresenta as médias anuais do nível de caixa (cx), endividamento (endiv),
dívida líquida (divliq), índice caixa/dívida líquida (icxdivliq), custo da dívida líquida
(cdivliq), custo da dívida total (cdivtot), taxa de juros (cdi), retorno sobre ativo (roa)
e spread no retorno operacional (spread) no período de 1994 a 2004.
No entanto, os sinais das variáveis tamanho (tam), variação nos ativos fixos
líquidos (vafl), variação nos investimentos em empresas coligadas e controladas (vic),
capital de giro líquido (cgl), contas a receber (cr) e custo de oportunidade (spread) são
ambíguos, sendo positivo em um e negativo em outro. Esta ambigüidade, que pode ser
resultante do problema da endogeneidade causada pelas variáveis omitidas ou de
simultaneidade, não nos permite tirar conclusões a respeito dos efeitos dessas variáveis
sobre a variável dependente nível de caixa (lcx).
Quadro 5. Resumo dos Resultados das Regressões para Análise dos Determinantes do Nível de Caixa no Brasil
no período de 1995 a 2004.
Este quadro apresenta o resumo dos resultados das regressões para a análise dos determinantes do nível de caixa no Brasil, utilizando os
modelos de regressão de complexidades diferentes e a amostra de 87 empresas brasileiras, no período de 1995 a 2004.
O efeito da variável explicativa sobre o nível de caixa encontrado é indicado pelo sinal: + indica o efeito positivo; − indica o efeito negativo;
n.s. indica que o resultado foi não significativo; n.s./+ indica que o resultado encontrado foi não significativo ou positivo;
n.s./− indica que o resultado encontrado foi não significativo ou negativo; N.A. indica que a variável não é aplicável no modelo considerado;
amb indica que o resultado foi ambíguo, apresentando tanto o sinal positivo como o negativo.
Quadro 6a. Resumo dos Resultados das Regressões para Análise dos Determinantes do Nível de Caixa no Brasil
no período de 1995 a 2002
Este quadro apresenta o resumo dos resultados das regressões para a análise dos determinantes do nível de caixa no Brasil,
utilizando os modelos de regressão de complexidades diferentes e a amostra de 87 empresas brasileiras, no período de 1995 a 2002.
O efeito da variável explicativa sobre o nível de caixa encontrado é indicado pelo sinal: + indica o efeito positivo; − indica o efeito negativo;
n.s. indica que o resultado foi não significativo; n.s./+ indica que o resultado encontrado foi não significativo ou positivo;
n.s./− indica que o resultado encontrado foi não significativo ou negativo; N.A. indica que a variável não é aplicável no modelo considerado;
amb indica que o resultado foi ambíguo, apresentando tanto o sinal positivo como o negativo.
Quadro 6b. Resumo dos Resultados das Regressões para Análise dos Determinantes do Nível de Caixa nos EUA
no período de 1995 a 2002
Este quadro apresenta o resumo dos resultados das regressões para a análise dos determinantes do nível de caixa nos EUA,
utilizando os modelos de regressão de complexidades diferentes e a amostra de 87 empresas norte-americanas, no período de 1995 a 2002.
O efeito da variável explicativa sobre o nível de caixa encontrado é indicado pelo sinal: + indica o efeito positivo; − indica o efeito negativo;
n.s. indica que o resultado foi não significativo; n.s./+ indica que o resultado encontrado foi não significativo ou positivo;
n.s./− indica que o resultado encontrado foi não significativo ou negativo; N.A. indica que a variável não é aplicável no modelo considerado;
amb indica que o resultado foi ambíguo, apresentando tanto o sinal positivo como o negativo.
Quadro 6c. Resumo dos Resultados das Regressões para Análise Comparativa
dos Determinantes do Nível de Caixa entre Brasil e EUA
Este quadro apresenta o resumo final dos resultados das regressões para a análise dos
determinantes do nível de caixa no Brasil e nos EUA, utilizando a amostra de 87
empresas brasileiras e 87 empresas norte-americanas.
1. Tamanho da empresa
2. Fluxo de caixa
O fluxo de caixa (fcx) tem efeitos diferentes no Brasil e nos EUA. O fluxo de
caixa tem efeitos positivos no Brasil, enquanto que os seus efeitos são negativos ou não
significativos nos EUA.
Por outro lado, o efeito positivo da volatilidade do fluxo de caixa nos EUA é
consistente com o motivo de precaução em benefício dos acionistas, sob a TSTO, e
também com o motivo de precaução beneficiando os administradores, pela TA; porém,
é consistente também com a TPO pelo mesmo motivo explicado acima.
4. Oportunidades de crescimento
5. Investimentos de capital
Não podemos comparar os efeitos do capital de giro líquido entre Brasil e EUA,
pois os resultados da análise nos EUA são ambíguos. No Brasil, o capital de giro líquido
(cgl) tem efeito negativo ou não significativo, que é consistente com o efeito
substituição, segundo a TSTO.
Não podemos também comparar os efeitos das contas a receber (cr) entre dois
países, em função da ambigüidade encontrada nos resultados no Brasil. Nos EUA, os
resultados indicam o efeito positivo ou não significativo das contas a receber sobre o
nível de caixa, que é consistente com o motivo de precaução aos riscos, segundo a
TSTO.
Em relação aos estoques (et), os efeitos encontrados são semelhantes: tem efeito
positivo ou não significativo tanto no Brasil como nos EUA, que são consistentes com
o motivo de precaução aos riscos, segundo a TSTO.
Contas a pagar (cp) também têm efeito positivo tanto no Brasil como nos EUA,
sendo consistente com o efeito das necessidades de pagamento e com a situação de
acesso mais difícil aos fundos externos, sob a TSTO.
91
7. Endividamento
8. Política de Dividendos
9. Custo de oportunidade
17
O trabalho contemporâneo realizado por Maximo et al. (2004) mostrou resultados similares
relacionados ao tamanho, endividamento, fluxo de caixa e oportunidades de crescimento no
Brasil. A discussão do resultado relacionado ao custo de oportunidade é similar, apesar de o
sinal no modelo de regressão destes autores ser positivo, que é oposto ao de Kim et al. (1999) e
ao nosso.
93
Observações Finais:
Podemos observar nos resultados que existem muitas diferenças entre empresas
brasileiras e norte-americanas. Uma notável diferença está nos efeitos do fluxo de caixa
e da volatilidade do fluxo de caixa sobre o nível de caixa: as empresas norte-americanas
seguem um comportamento consistente com a teoria de Static Tradeoff, enquanto que as
empresas brasileiras não, isto é, as primeiras tomam decisões mais ativas em
comparação às últimas quando se trata do efeito do fluxo de caixa sobre o nível de
caixa. As oportunidades de crescimento têm impactos positivos sobre o nível de caixa
no caso das empresas norte-americanas, porém os efeitos são negativos no caso das
empresas brasileiras. Os investimentos em empresas coligadas e controladas têm efeitos
negativos nos EUA, enquanto que os efeitos são positivos no Brasil.
Este quadro apresenta um resumo dos resultados das regressões para a análise dos determinantes
do nível de caixa no Brasil para analisar as aplicabilidades das teorias de Static Tardeoff
(TSTO), Pecking Order (TPO) e Agency (TA)..
Na análise da aplicabilidade de cada teoria: v indica que o resultado obtido é consistente com a
teoria referida e a ausência de qualquer sinal indica que não há uma evidência clara sobre a
consistência com essa teoria ou a teoria não é plicável.
Na análise da aplicabilidade da teoria de Static Tradeoff: x indica que ou se aplica somente esta
teoria, ou é indistinguível com pelo menos uma das outras duas teorias, ou a explicação pode ser
feita somente por uma das outras duas teorias e não por esta, quando está marcado na coluna
correspondente.
Este quadro apresenta um resumo dos resultados das regressões para a análise dos determinantes
do nível de caixa nos EUA para analisar as aplicabilidades das teorias de Static Tardeoff
(TSTO), Pecking Order (TPO) e Agency (TA).
Na análise da aplicabilidade de cada teoria: v indica que o resultado obtido é consistente com a
teoria referida e a ausência de qualquer sinal indica que não há uma evidência clara sobre a
consistência com essa teoria ou a teoria não é plicável.
Na análise da aplicabilidade da teoria de Static Tradeoff: x indica que ou se aplica somente esta
teoria, ou é indistinguível com pelo menos uma das outras duas teorias, ou a explicação pode ser
feita somente por uma das outras duas teorias e não por esta, quando está marcado na coluna
correspondente.
CAPÍTULO 5 – CONCLUSÃO
O caixa ocupa uma parcela considerável entre os ativos mantidos nas empresas.
No entanto, não se questionava por que as empresas mantêm caixa e por que o nível de
caixa varia tanto de empresa para empresa até muito recentemente, quando a divulgação
de uma série de trabalhos sobre esse tema originou um intenso movimento de pesquisa
em torno desse assunto nos EUA e na Europa. Neste contexto, o presente trabalho segue
a mesma trajetória desses trabalhos, procurando contribuir com as análises e evidências
empíricas no caso específico das empresas brasileiras.
O Brasil tem sido um país com alta incerteza econômica e altas taxas de juros,
apesar de que as taxas de inflação têm ficado relativamente sob controle após o
lançamento do Plano Real em 1994. Também tem sido caracterizado pelo risco político
e alta volatilidade nos mercados financeiros, que restringem as empresas a terem acesso
estável aos mercados de capitais. Observaram-se grandes mudanças na economia e no
mercado financeiro principalmente antes e depois da mudança do regime cambial em
1999. Não é nada surpreendente, portanto, que a administração do nível de caixa das
empresas brasileiras tenha sido diferente daquela das empresas norte-americanas e que
tenha apresentado mudanças no tempo.
99
Schwetzler & Reimund (2003), Pinkowitz & Williamson (2004), Pinkowitz, Stultz e
Williamson (2004) e Faulkender & Wang (2004) indicam que o caixa tem valor
diferente conforme a situação em que a empresa se encontra e entre diferentes países.
Nessa área, Koshio & Cia (2005) apresentam indícios de que o caixa é avaliado com
grande desconto, em média, no Brasil, mostrando o caminho para as pesquisas mais
profundas.
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106
ANEXO I
Variável Definição
cx Caixa / (Ativo total – Caixa)
sendo: Caixa = Caixa e bancos + Aplicações financeiras de curto prazo
lcx ln (cx)
tam Tamanho = ln (Ativo total – Caixa)
fcx Fluxo de caixa = Lucro operacional + Depreciação e amortização no
período
fcxsd Desvio-padrão do fluxo de caixa
mtb (Ativo total − Caixa − Patrimônio líquido + Valor de mercado) /
(Ativo total − Caixa)
e Valor de mercado = Preço da ação x Quantidade total de ações
ik Investimentos de capital = (Ativo imobilizado líquido no ano − Ativo
imobilizado líquido no ano anterior + Investimento de capital em
subsidiárias e coligadas no ano − Investimento de capital em
subsidiárias e coligadas no ano anterior + Variação no Capital de Giro
Líquido) / (Ativo imobilizado líquido no ano anterior + Investimento de
capital em subsidiárias e coligadas no ano anterior + Capital de Giro
Líquido no ano anterior)
cr Contas a receber / (Ativo total – Caixa)
et Estoques / (Ativo total – Caixa)
cp Contas a pagar / (Ativo total – Caixa)
endiv (Empréstimos de curto prazo + Empréstimos de longo prazo) /
(Ativo total – Caixa)
ecp Empréstimos de curto prazo / (Ativo total – Caixa)
elp Empréstimos de longo prazo / (Ativo total – Caixa)
afl Ativo fixo líquido / (Ativo total – Caixa)
ic Investimentos em empresas coligadas e controladas /
(Ativo total – Caixa)
vafl afl t – afl t-1
vic ic t – ic t-1
div Dividendos pagos no exercício / (Ativo total – Caixa)
cdivliq (Despesas financeiras – Receitas financeiras) / (Dívida total – Caixa)
cdivtot Despesas financeiras / Dívida total
icxdivliq Caixa / (Dívida total – Caixa)
dbr Variável dummy do país Brasil
dp1999 Variável dummy do período Pós-Janeiro/1999
109
Variável
mod 1 mod 2 mod 3 mod 4 mod 5
Explicativa
tam 0.002 0.002 -0.002 -0.002 -0.002
(0.54) (0.61) (0.42) (0.44) (0.45)
fcx 0.359 0.371 0.297 0.244 0.243
(5.23)** (6.18)** (4.07)** (3.60)** (3.57)**
fcxqsd -0.185 -0.124 -0.117 -0.135 -0.135
(1.46) (1.01) (0.86) (1.02) (1.02)
mtb -0.051 -0.052 0.007 0.006 0.006
(3.62)** (3.64)** (1.56) (1.51) (1.32)
ik -0.005 -0.009 -0.006 -0.008
(0.56) (1.15) (0.67) (1.05)
vafl -0.015
(0.45)
vic -0.033
(0.79)
cgl -0.044 -0.009 -0.036
(1.13) (0.27) (0.82)
cr -0.070 -0.074
(1.17) (1.24)
et 0.157 0.157
(2.03)* (2.03)*
cp 0.290 0.288
(3.00)** (2.99)**
endiv 0.143 0.140
(5.37)** (5.24)**
ecp 0.000 0.000 0.000
(0.41) (1.21) (1.17)
elp 0.000 0.000 0.000
(0.52) (0.82) (0.90)
div 0.925 0.895 0.624 0.665 0.667
(4.63)** (4.72)** (3.26)** (3.47)** (3.48)**
spread 0.041 0.070 -0.016 -0.051 -0.074
(0.26) (0.46) (0.10) (0.32) (0.47)
Constante 0.176 0.114 0.208 0.148 0.145
(3.55)** (2.33)* (3.77)** (2.64)** (2.61)**
No. de Obs. 850 850 850 850 850
R2 Ajustado 0.36 0.35 0.29 0.32 0.32
Variável
Eeitos Fixos Eeitos Aleatórios
Explicativa
tam -0.090 -0.093 -0.115 -0.114 -0.006 -0.007 -0.019 -0.021 -0.021
(6.62)** (6.57)** (7.82)** (8.00)** (1.30) (1.38) (3.16)** (3.54)** (3.63)**
fcx 0.245 0.205 0.204 0.163 0.309 0.313 0.240 0.240 0.195
(5.34)** (4.54)** (4.55)** (3.59)** (7.26)** (7.31)** (5.52)** (5.50)** (4.45)**
fcxsd -0.208 -0.216 -0.255 -0.279
(0.90) (0.85) (1.01) (1.13)
mtb -0.034 -0.009 -0.010 -0.008 -0.034 -0.034 0.001 0.001 0.002
(4.15)** (1.49) (1.63) (1.28) (4.45)** (4.41)** (0.12) (0.15) (0.36)
ik 0.000 -0.007 -0.012 -0.012 -0.013
(0.02) (1.10) (2.10)* (2.09)* (2.23)*
vafl 0.040 0.019 0.001 -0.018
(2.03)* (0.97) (0.05) (0.98)
vic 0.055 0.043 0.005 -0.015
(1.40) (1.10) (0.15) (0.45)
cgl -0.192 -0.127 -0.155 -0.114 -0.116 -0.087 -0.117
(4.92)** (2.86)** (3.78)** (3.49)** (3.53)** (2.33)* (3.27)**
cr -0.139 -0.145
(2.58)* (2.94)**
et 0.214 0.210
(2.28)* (2.74)**
cp 0.323 0.329
(3.62)** (4.04)**
endiv 0.078 0.098 0.099
(4.46)** (6.10)** (6.15)**
ecp 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
(2.01)* (1.99)* (2.09)* (2.16)* (2.11)* (2.32)*
elp 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000 0.000
(0.82) (0.96) (1.25) (0.21) (0.37) (0.70)
div 0.653 0.611 0.625 0.645 0.765 0.770 0.691 0.706 0.727
(6.30)** (5.93)** (6.09)** (6.34)** (7.83)** (7.86)** (7.01)** (7.15)** (7.45)**
spread -0.163 -0.105 -0.167 -0.138 -0.216 -0.212 -0.193 -0.269 -0.248
(2.13)* (1.35) (2.24)* (1.85) (2.81)** (2.76)** (2.46)* (3.60)** (3.34)**
Constante -0.068 -0.082 -0.082 -0.052 0.235 0.245 0.342 0.399 0.322
(1.55) (1.91) (1.91) (1.19) (2.61)** (2.70)** (3.09)** (3.59)** (2.88)**
No. de Obs. 763 763 763 763 850 850 850 850 850
No. de Firmas 87 87 87 87 87 87 87 87 87
R2 Ajustado 0.01 0.01 0.01 0.01 0.30 0.30 0.22 0.21 0.26
Variável
Efeitos Fixos Efeitos Aleatórios
Explicativa
tam 0.076 0.083 0.054 0.038 0.025 0.021 0.022
(1.92) (1.98)* (1.45) (2.04)* (1.50) (1.46) (1.50)
fcx 1.019 1.013 0.871 1.033 0.951 0.941 0.821
(4.57)** (4.50)** (4.20)** (5.14)** (5.06)** (5.09)** (4.75)**
fcxsd -1.504 -1.451 -1.172
(1.83) (2.12)* (1.73)
mtb -0.503 -0.491 -0.456 -0.538 -0.509 -0.507 -0.473
(4.53)** (4.43)** (4.39)** (5.06)** (5.24)** (5.32)** (5.25)**
ik 0.003 -0.016 0.005
(0.15) (0.76) (0.22)
vafl -0.148 -0.153 -0.035 -0.064
(1.83) (2.01)* (0.49) (0.97)
vic 0.332 0.288 0.212 0.186
(2.17)* (1.99)* (1.63) (1.50)
cgl -0.332 -0.288 -0.116 -0.241 -0.200
(2.42)* (2.27)* (1.14) (2.12)* (1.91)
cr 0.027 0.135
(0.16) (0.89)
et -0.131 -0.050
(0.47) (0.23)
cp 1.167 0.928
(3.75)** (3.73)**
endiv 1.415 1.427 1.337 1.409 1.367 1.359 1.291
(4.46)** (4.35)** (4.33)** (5.04)** (5.25)** (5.34)** (5.29)**
div 2.547 2.559 2.426 2.668 2.758 2.887 2.746
(4.87)** (4.81)** (4.95)** (5.32)** (5.58)** (5.69)** (5.78)**
spread 0.260 0.249 0.253 0.368 0.314 0.279 0.228
(0.86) (0.87) (0.94) (1.20) (1.07) (0.99) (0.86)
Constant -0.962 -1.152 -0.930 -0.783 -0.425 0.248 0.028
(1.75) (1.92) (1.68) (1.98)* (1.22) (0.93) (0.10)
No. de Obs. 850 850 850 850 850 850 850
No. de Firmas 87 87 87 87 87 87 87
R2 Ajustado 0.05 0.04 0.07 0.12 0.13 0.13 0.14
Variável
Efeitos Fixos Efeitos Aleatórios
Explicativa
tam -0.040 -0.041 -0.053 -0.008 -0.010 -0.010 -0.011
(4.01)** (4.13)** (5.52)** (1.68) (2.16)* (2.21)* (2.38)*
fcx 0.328 0.328 0.255 0.369 0.347 0.348 0.286
(6.29)** (6.25)** (5.02)** (7.70)** (7.06)** (7.04)** (5.92)**
fcxsd -0.212 -0.217 -0.250
(0.89) (0.93) (1.06)
mtb -0.047 -0.047 -0.041 -0.049 -0.048 -0.048 -0.043
(3.92)** (3.89)** (3.54)** (4.56)** (4.46)** (4.44)** (4.13)**
ik -0.009 -0.010 -0.010
(1.13) (1.36) (1.31)
vafl -0.003 -0.008 -0.009 -0.020
(0.11) (0.35) (0.38) (0.87)
vic -0.021 -0.054 -0.016 -0.041
(0.49) (1.30) (0.39) (1.01)
cgl -0.094 -0.108 -0.101 -0.088 -0.100
(2.24)* (2.71)** (3.07)** (2.38)* (2.81)**
cr -0.150 -0.133
(2.70)** (2.61)**
et 0.390 0.243
(4.57)** (3.31)**
cp 0.417 0.377
(4.75)** (4.75)**
endiv 0.099 0.096 0.088 0.116 0.119 0.119 0.114
(3.17)** (2.98)** (2.81)** (4.56)** (4.62)** (4.57)** (4.42)**
div 0.936 0.935 0.944 0.912 0.949 0.951 0.964
(7.62)** (7.58)** (7.99)** (7.99)** (8.21)** (8.21)** (8.56)**
spread -0.026 -0.062 -0.060 -0.056 -0.036 -0.078 -0.093
(0.27) (0.67) (0.68) (0.57) (0.36) (0.84) (1.03)
Constant 0.541 0.595 0.656 0.178 0.202 0.246 0.161
(3.81)** (4.09)** (4.70)** (1.84) (2.01)* (2.57)* (1.63)
No. de Obs. 850 850 850 850 850 850 850
No. de Firmas 87 87 87 87 87 87 87
R2 Ajustado 0.11 0.11 0.15 0.32 0.31 0.31 0.34
Variável
mod 1 mod 2 mod 3 mod 4 mod 5
Explicativa
tam -0.002 -0.004 -0.002 0.003 0.002
(0.86) (1.59) (0.73) (1.00) (0.61)
fcx 0.377 0.362 0.380 0.319 0.313
(5.25)** (5.43)** (5.36)** (4.75)** (4.61)**
fcxsd -0.514 -0.431 -0.515 -0.498 -0.489
(4.20)** (3.48)** (4.20)** (3.98)** (3.93)**
mtb -0.040 -0.036 -0.041 -0.047 -0.046
(1.89) (1.68) (1.82) (2.09)* (2.04)*
ik -0.022 -0.030 -0.022 -0.026
(2.15)* (2.92)** (2.14)* (2.62)**
vafl 0.009
(0.34)
vic -0.022
(0.38)
cgl 0.029 0.100 0.028
(0.62) (2.72)** (0.61)
cr 0.076 0.047
(1.19) (0.74)
et 0.237 0.223
(3.11)** (2.92)**
cp 0.251 0.258
(2.36)* (2.37)*
endiv 0.177 0.168
(4.76)** (4.66)**
ecp 0.181 0.192 0.192
(3.95)** (4.08)** (4.04)**
elp 0.173 0.178 0.172
(3.57)** (4.19)** (3.97)**
div 0.990 0.974 0.991 1.054 1.061
(5.37)** (5.78)** (5.36)** (5.82)** (5.61)**
spread 0.068 0.110 0.064 0.010 -0.134
(0.36) (0.60) (0.35) (0.05) (0.76)
Constante 0.170 0.105 0.171 0.041 0.053
(4.92)** (4.45)** (4.98)** (1.22) (1.62)
No. de Obs. 684 684 684 684 684
R2 Ajustado 0.33 0.31 0.33 0.38 0.37
Variável
Eeitos Fixos Eeitos Aleatórios
Explicativa
tam -0.074 -0.074 -0.097 -0.094 -0.010 -0.015 -0.015 -0.017 -0.012
(4.43)** (4.44)** (5.41)** (5.46)** (2.04)* (2.92)** (2.89)** (3.40)** (2.38)*
fcx 0.280 0.277 0.273 0.207 0.325 0.310 0.310 0.306 0.238
(5.11)** (5.01)** (5.01)** (3.77)** (6.63)** (6.17)** (6.06)** (5.97)** (4.72)**
fcxsd -0.505 -0.505 -0.536 -0.626
(2.15)* (2.15)* (2.27)* (2.74)**
mtb -0.018 -0.017 -0.017 -0.011 -0.020 -0.016 -0.016 -0.017 -0.016
(1.58) (1.50) (1.52) (0.99) (2.00)* (1.62) (1.57) (1.65) (1.54)
ik -0.002 -0.002 -0.016 -0.014 -0.014
(0.24) (0.26) (2.32)* (1.93) (1.93)
vafl 0.037 0.007 0.013 -0.014
(1.73) (0.35) (0.69) (0.75)
vic 0.110 0.111 0.015 -0.010
(2.38)* (2.41)* (0.43) (0.29)
cgl -0.198 -0.196 -0.201 -0.081 -0.078 -0.078 -0.113
(3.79)** (3.75)** (4.23)** (2.20)* (1.90) (1.89) (2.90)**
cr -0.150 -0.114
(2.51)* (2.18)*
et 0.246 0.278
(2.20)* (3.44)**
cp 0.385 0.325
(3.88)** (3.98)**
endiv 0.144 0.145 0.150
(4.98)** (6.48)** (6.67)**
ecp 0.138 0.145 0.150 0.150 0.153 0.153
(4.32)** (4.49)** (4.69)** (5.59)** (5.66)** (5.82)**
elp 0.160 0.154 0.160 0.151 0.148 0.149
(3.74)** (3.59)** (3.76)** (4.70)** (4.60)** (4.75)**
div 0.707 0.705 0.725 0.768 0.853 0.888 0.888 0.913 0.946
(5.40)** (5.38)** (5.58)** (5.94)** (7.59)** (7.88)** (7.87)** (8.06)** (8.52)**
spread -0.170 -0.166 -0.212 -0.164 -0.238 -0.219 -0.218 -0.317 -0.289
(1.88) (1.82) (2.48)* (1.91) (2.72)** (2.48)* (2.45)* (3.82)** (3.54)**
Constante 0.124 0.122 0.098 0.089 0.132 0.177 0.177 0.21 0.084
(1.84) (1.81) (1.45) (1.29) (3.64)** (3.67)** (3.67)** (4.37)** (1.58)
No. de Obs. 597 597 597 597 684 684 684 684 684
No. de Firmas 87 87 87 87 87 87 87 87 87
R2 Ajustado 0.02 0.02 0.01 0.04 0.24 0.24 0.24 0.23 0.30
Variável
Efeitos Fixos Efeitos Aleatórios
Explicativa
tam 0.120 0.141 0.112 0.027 0.015 0.015 0.023
(1.81) (1.88) (1.63) (1.69) (1.13) (1.12) (1.69)
fcx 0.759 0.721 0.582 0.759 0.817 0.803 0.652
(3.61)** (3.49)** (2.99)** (3.77)** (4.14)** (4.28)** (3.77)**
fcxsd -1.752 -2.000 -1.759
(2.68)** (3.07)** (2.96)**
mtb -0.405 -0.386 -0.350 -0.567 -0.532 -0.481 -0.441
(3.35)** (3.25)** (3.10)** (4.14)** (4.39)** (4.62)** (4.58)**
ik -0.005 -0.079 -0.083
(0.17) (2.36)* (2.57)*
vafl -0.178 -0.192 -0.017 -0.048
(1.90) (2.14)* (0.24) (0.72)
vic 0.320 0.273 -0.024 -0.060
(1.75) (1.61) (0.18) (0.49)
cgl -0.363 -0.307 0.313 0.306 -0.012
(2.24)* (2.11)* (2.06)* (2.19)* (0.10)
cr -0.011 0.342
(0.05) (1.86)
et -0.227 0.196
(0.59) (0.89)
cp 1.289 0.715
(3.03)** (2.92)**
endiv 1.774 1.809 1.693 1.798 1.713 1.572 1.477
(3.35)** (3.22)** (3.17)** (4.27)** (4.59)** (4.86)** (4.86)**
div 1.872 1.928 1.894 2.954 2.931 2.777 2.717
(3.26)** (3.23)** (3.42)** (4.44)** (4.76)** (5.00)** (5.16)**
spread 0.388 0.324 0.391 0.791 0.919 0.422 0.325
(1.11) (1.00) (1.27) (1.87) (2.19)* (1.29) (1.08)
Constante -0.939 -1.156 -1.090 0 0 0 -0.149
(1.84) (1.95) (1.93) (.) (.) (.) (1.03)
No. de Obs. 684 684 684 684 684 684 684
No. de Firmas 87 87 87 87 87 87 87
R2 Ajustado 0.04 0.03 0.05 0.10 0.11 0.12 0.15
Variável
Efeitos Fixos Efeitos Aleatórios
Explicativa
tam -0.053 -0.056 -0.069 -0.014 -0.015 -0.018 -0.015
(3.87)** (3.93)** (4.99)** (2.79)** (3.09)** (3.53)** (2.79)**
fcx 0.420 0.421 0.301 0.428 0.440 0.422 0.322
(6.70)** (6.71)** (4.84)** (7.53)** (7.72)** (7.11)** (5.54)**
fcxsd -0.457 -0.502 -0.639
(1.91) (2.01)* (2.58)**
mtb -0.037 -0.037 -0.016 -0.030 -0.030 -0.028 -0.017
(2.50)* (2.55)* (1.13) (2.27)* (2.25)* (2.10)* (1.30)
ik -0.007 -0.018 -0.019
(0.71) (2.01)* (2.17)*
vafl 0.006 -0.004 0.003 -0.016
(0.25) (0.17) (0.12) (0.70)
vic -0.042 -0.061 -0.037 -0.060
(0.86) (1.30) (0.82) (1.36)
cgl -0.191 -0.210 -0.104 -0.101 -0.136
(3.63)** (4.30)** (2.58)** (2.52)* (3.17)**
cr -0.264 -0.189
(4.14)** (3.28)**
et 0.461 0.320
(4.05)** (3.67)**
cp 0.342 0.331
(3.15)** (3.68)**
endiv 0.114 0.106 0.063 0.113 0.119 0.117 0.104
(2.31)* (2.05)* (1.21) (3.23)** (3.43)** (3.30)** (2.92)**
div 0.734 0.725 0.773 0.792 0.799 0.831 0.850
(4.69)** (4.61)** (5.06)** (5.90)** (5.99)** (6.04)** (6.33)**
spread 0.054 0.032 0.052 0.019 0.049 -0.034 -0.046
(0.48) (0.30) (0.50) (0.17) (0.43) (0.32) (0.45)
Constante 0.367 0.397 0.402 0 0 0 0
(3.38)** (3.50)** (3.62)** (.) (.) (.) (.)
No. de Obs. 684 684 684 684 684 684 684
No. de Firmas 87 87 87 87 87 87 87
R2 Ajustado 0.10 0.09 0.12 0.26 0.27 0.25 0.31
Variável
mod 1 mod 2 mod 3 mod 4 mod 5
Explicativa
tam -0.018 -0.015 -0.025 -0.020 -0.019
(4.77)** (3.81)** (6.34)** (5.91)** (5.68)**
fcx -0.031 -0.048 -0.008 -0.035 -0.039
(0.84) (1.27) (0.23) (0.98) (1.08)
fcxsd 0.085 0.089 0.093 0.091 0.080
(6.10)** (5.50)** (5.72)** (5.60)** (4.47)**
mtb 0.048 0.051 0.046 0.047 0.048
(9.81)** (10.67)** (10.07)** (10.31)** (10.47)**
ik -0.016 -0.003 -0.014 -0.016
(1.54) (0.35) (1.24) (1.48)
vafl -0.055
(1.89)
vic -0.091
(2.17)*
cgl 0.073 0.034 -0.100
(1.91) (0.78) (2.64)**
cr 0.056 0.061
(1.14) (1.29)
et -0.054 -0.043
(0.94) (0.73)
cp -0.033 -0.033
(0.70) (0.69)
endiv -0.070 -0.092
(2.14)* (2.75)**
ecp -0.556 -0.376 -0.376
(7.04)** (6.54)** (6.68)**
elp -0.050 -0.044 -0.054
(1.48) (1.31) (1.86)
div -1.374 -1.396 -1.376 -1.354 -1.353
(3.85)** (4.01)** (4.42)** (4.13)** (4.13)**
spread 0.002 -0.032 -0.013 -0.018 -0.034
(0.04) (0.77) (0.31) (0.44) (0.82)
Constante 0.183 0.203 0.268 0.240 0.234
(4.80)** (5.23)** (6.70)** (5.72)** (5.51)**
No. de Obs. 696 696 696 696 696
R2 Ajustado 0.45 0.41 0.48 0.47 0.48
Variável
Eeitos Fixos Eeitos Aleatórios
Explicativa
tam -0.030 -0.032 -0.028 -0.003 -0.021 -0.018 -0.023 -0.022 -0.011
(2.81)** (2.94)** (2.51)* (0.24) (3.70)** (3.19)** (4.07)** (3.86)** (2.00)*
fcx -0.026 -0.017 -0.025 -0.056 -0.051 -0.036 -0.031 -0.044 -0.062
(1.24) (0.80) (1.17) (2.60)** (2.60)** (1.83) (1.62) (2.21)* (3.18)**
fcxsd 0.103 0.106 0.095 0.108
(4.18)** (4.46)** (4.00)** (4.55)**
mtb -0.001 0.000 0.001 0.000 0.013 0.013 0.013 0.014 0.013
(0.34) (0.12) (0.31) (0.08) (4.11)** (4.07)** (4.34)** (4.65)** (4.25)**
ik -0.023 -0.019 -0.019 -0.022 -0.018
(4.90)** (3.95)** (3.81)** (4.44)** (3.63)**
vafl -0.060 -0.065 -0.046 -0.049
(2.35)* (2.68)** (1.82) (2.00)*
vic -0.050 -0.063 -0.069 -0.080
(2.50)* (3.22)** (3.72)** (4.39)**
cgl 0.031 -0.057 -0.078 0.025 0.046 -0.056 -0.054
(1.32) (1.56) (2.22)* (1.12) (2.04)* (1.77) (1.73)
cr 0.217 0.165
(2.43)* (2.51)*
et 0.274 0.176
(3.27)** (2.54)*
cp 0.280 0.106
(3.87)** (1.82)
endiv 0.007 0.003 0.012
(0.50) (0.18) (0.83)
ecp -0.256 -0.272 -0.274 -0.292 -0.280 -0.243
(3.51)** (3.78)** (5.00)** (4.30)** (4.13)** (4.77)**
elp 0.017 0.013 0.008 0.016 0.007 0.007
(1.10) (0.86) (0.55) (1.13) (0.49) (0.51)
div 0.035 0.060 0.038 0.088 -0.237 -0.221 -0.224 -0.235 -0.212
(0.13) (0.23) (0.14) (0.35) (0.92) (0.88) (0.90) (0.95) (0.87)
spread 0.003 -0.019 -0.045 -0.060 -0.023 -0.011 -0.031 -0.054 -0.063
(0.15) (0.81) (1.94) (2.67)** (1.09) (0.52) (1.46) (2.56)* (3.04)**
Constante 0.336 0.296 0.26 -0.036 0.256 0.187 0.233 0.256 0.043
(5.99)** (4.89)** (3.93)** (0.47) (6.13)** (4.14)** (5.00)** (5.41)** (0.76)
No. de Obs. 609 609 609 609 696 696 696 696 696
No. de Firmas 87 87 87 87 87 87 87 87 87
R2 Ajustado 0.51 0.08 0.09 0.02 0.22 0.28 0.33 0.34 0.31
Variável
Efeitos Fixos Efeitos Aleatórios
Explicativa
tam 0.002 0.013 0.042 0.013 0.009 0.021 0.051
(0.10) (0.42) (1.07) (0.50) (0.42) (0.69) (1.21)
fcx -0.007 -0.023 -0.060 -0.038 -0.008 -0.030 -0.068
(0.22) (0.71) (1.71) (0.89) (0.22) (0.71) (1.26)
fcxsd 0.142 0.144 0.190
(1.25) (1.16) (1.44)
mtb 0.015 0.018 0.015 0.030 0.022 0.028 0.033
(1.49) (1.32) (1.13) (1.93) (1.98)* (1.70) (1.59)
ik -0.018 -0.024 -0.016
(2.38)* (2.29)* (1.75)
vafl -0.052 -0.040 -0.023 0.019
(1.11) (0.80) (0.36) (0.22)
vic -0.115 -0.141 -0.155 -0.219
(1.94) (2.00)* (2.05)* (1.99)*
cgl 0.088 0.085 0.117 0.102 0.109
(1.90) (1.48) (1.78) (2.00)* (1.61)
cr 0.445 0.457
(2.26)* (1.85)
et 0.292 0.404
(1.62) (1.52)
cp 0.001 -0.128
(0.01) (0.66)
endiv -0.348 -0.390 -0.399 -0.628 -0.498 -0.612 -0.795
(1.60) (1.27) (1.23) (1.89) (2.01)* (1.61) (1.58)
div 0.101 0.105 0.198 -0.049 0.025 0.025 0.031
(0.25) (0.24) (0.46) (0.09) (0.05) (0.05) (0.05)
spread 0.021 -0.013 -0.061 -0.003 0.016 -0.025 -0.085
(0.59) (0.37) (1.49) (0.05) (0.40) (0.54) (1.31)
Constante 0.138 0.096 -0.217 0.177 0.102 0.077 -0.254
(1.06) (0.60) (0.87) (1.26) (0.72) (0.45) (0.95)
No. de Obs. 696 696 696 696 696 696 696
No. de Firmas 87 87 87 87 87 87 87
R2 Ajustado 0.01 0.01 0.00 0.03 0.05 0.05 0.03
Variável
Efeitos Fixos Efeitos Aleatórios
Explicativa
tam -0.032 -0.026 -0.010 -0.025 -0.021 -0.018 -0.013
(3.26)** (2.56)* (0.84) (4.04)** (3.40)** (2.98)** (2.05)*
fcx -0.022 -0.027 -0.048 -0.040 -0.033 -0.038 -0.046
(1.08) (1.29) (2.20)* (1.96)* (1.59) (1.79) (2.17)*
fcxsd 0.091 0.089 0.099
(3.37)** (3.30)** (3.63)**
mtb -0.001 -0.001 -0.003 0.008 0.009 0.009 0.008
(0.35) (0.23) (0.79) (2.39)* (2.67)** (2.73)** (2.24)*
ik -0.021 -0.019 -0.021
(4.20)** (3.72)** (4.07)**
vafl -0.087 -0.082 -0.078 -0.072
(3.24)** (3.13)** (2.90)** (2.74)**
vic -0.043 -0.052 -0.062 -0.067
(1.86) (2.23)* (2.64)** (2.83)**
cgl 0.029 0.018 0.026 0.035 0.028
(1.24) (0.75) (1.13) (1.53) (1.23)
cr 0.239 0.146
(2.72)** (2.07)*
et 0.103 0.055
(1.28) (0.76)
cp 0.112 0.030
(1.81) (0.51)
endiv 0.054 0.066 0.069 0.027 0.017 0.026 0.032
(1.18) (1.51) (1.65) (0.70) (0.47) (0.73) (0.91)
div 0.029 0.000 0.063 -0.204 -0.193 -0.220 -0.193
(0.11) 0.00 (0.23) (0.77) (0.74) (0.85) (0.75)
spread 0.007 -0.014 -0.037 -0.007 -0.002 -0.023 -0.037
(0.30) (0.58) (1.55) (0.29) (0.10) (0.97) (1.55)
Constante 0.294 0.263 0.082 0.279 0.203 0.205 0.084
(4.27)** (3.54)** (0.89) (6.36)** (4.27)** (4.18)** (1.33)
No. de Obs. 696 696 696 696 696 696 696
No. de Firmas 87 87 87 87 87 87 87
R2 Ajustado 0.06 0.06 0.01 0.14 0.24 0.24 0.21
Tabela E1(a) - Resultados da Análise de Mudança Estrutural nos Determinantes do Nível de Caixa no Tempo com Efeitos Fixos
Tabela E1(b) - Resultados da Análise de Mudança Estrutural nos Determinantes do Nível de Caixa no Tempo com Efeitos Aleatórios
ANEXO II
Ano Caixa Endividam. Balança Investim. Tx. Câmbio Volatilidade EMBI+ Tx. Juros Tx. Juros
Médio Médio Comercial em Carteira Médio Tx. Câmbio Brazil no Brasil nos EUA
(% do AT) (% do AT) (USD MM) (USD MM) (R$/USD) (R$/USD) (bps) (% a.a.) (% a.a.)
1994 8,42 17,11 10.466 50.642 0,675 0,2944 N.A. 1.135,79 4,28
1995 9,31 21,27 -3.466 9.217 0,923 0,0432 933 53,09 6,00
1996 11,62 27,30 -5.599 21.619 1,008 0,0201 679 27,09 5,43
1997 10,87 29,07 -6.753 12.616 1,081 0,0231 456 24,57 5,60
1998 9,60 31,38 -6.575 18.125 1,164 0,0285 795 28,58 5,49
1999 7,10 32,81 -1.199 3.802 1,851 0,1248 1.035 25,12 5,08
2000 7,88 33,04 -698 6.955 1,835 0,0705 727 17,33 6,42
2001 7,06 35,99 2.650 77 2,353 0,2359 635 17,26 3,96
2002 7,81 38,34 13.121 -5.119 2,998 0,6008 1.359 19,09 1,68
2003 7,98 40,06 24.794 5.308 3,060 0,2609 837 23,26
2004 8,16 39,81 33.670 -4.750 2,917 0,1368 540 16,16
Fonte: Banco Central do Brasil, Federal Reserve Board dos EUA e Economática.
Podemos observar que a diferença nas taxas de juros entre Brasil e os EUA tem
sido consideravelmente alta. É também notável que a taxa de juros no Brasil tem
variado amplamente. De 1994 a 1997, a taxa nominal de juros no Brasil diminuiu de
uma taxa muito alta para o nível de 20% p.a. como resultado do Plano Real lançado em
1994, passando por momentos de estress em 1995, 1996 e 1997 devido à crise mexicana
e à asiática. Em 1998 e 1999, a taxa de juros aumentou como uma conseqüência de
135