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FACULDADE DE CIÊNCIAS SOCIAIS APLICADAS - FASA

CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS


ÁREA: CONTABILIDADE GERENCIAL

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


COMO FERRAMENTA NA TOMADA DE DECISÃO

CRISTIANO LUIS DOS SANTOS


RA N° 2058047/0

PROF. ORIENTADOR: JOÂO AMARAL DE MEDEIROS

Brasília/DF, outubro de 2006.


CRISTIANO LUIS DOS SANTOS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


COMO FERRAMENTA NA TOMADA DE DECISÃO

Monografia apresentada como um dos


requisitos para a conclusão do curso de
Ciências Contábeis do UniCEUB – Centro
Universitário de Brasília.

Prof.Orientador: João Amaral de Medeiros

Brasília/DF, outubro de 2006.


CRISTIANO LUIS DOS SANTOS

ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS


COMO FERRAMENTA NA TOMADA DE DECISÃO

Monografia apresentada como um dos


requisitos para a conclusão do curso de
Ciências Contábeis do UniCEUB – Centro
Universitário de Brasília.

Prof. Orientador: João Amaral de Medeiros

Banca examinadora:

____________________________________
Prof. Orientador: João Amaral de Medeiros

_____________________________________
Prof(a). Examinador (a): Ardemio João Brixner

_____________________________________
Prof(a). Examinador (a): Nolberto Betim Furquim

_____________________________________
Prof(a). Examinador (a): Eduardo Cesar Pasa
RESUMO

A análise das demonstrações contábeis tem por finalidade mostrar a situação


econômica, patrimonial e financeira de uma empresa em determinado período, tanto
para os agentes internos quanto para os agentes externos, além de permitir uma
visão estratégica das metas da empresa. O presente trabalho demonstra algumas
ferramentas que podem ser utilizadas pelas empresas na tomada de decisão, com
base em informações oriundas das demonstrações contábeis. Foram evidenciados
ao longo do trabalho índices que demonstram o diagnóstico da situação da empresa.
A análise das demonstrações contábeis é como um instrumento gerencial que
fornece informações aos administradores, auxiliando a empresa para a tomada de
decisão.
AGRADECIMENTOS

Não poderia deixar de expressar o meu reconhecimento a algumas pessoas


que tiveram participação especial na elaboração deste trabalho.

Ao professor João Amaral de Medeiros, dedicado orientador, pela sua


eficiente colaboração e pela sincera amizade e compreensão.

A minha esposa e companheira Valquiria, pelo apoio e carinho recebido no


transcorrer do curso e na elaboração deste trabalho.

Ao coordenador do curso de Ciências Contábeis João Ardemio Brixner.

Ao Centro Universitário de Brasília - UniCEUB, pela sua política de


qualificação de docentes, que oportunizou a elaboração deste trabalho.
SUMÁRIO

1 INTRODUÇÃO ................................................................................................. 07

2 REFERENCIAL TEÓRICO E DISCUSSÃO DOS DADOS .............................. 10


2.1 Objetivos da Análise das Demonstrações Contábeis ................................... 10
2.2 Insumos da Análise das Demonstrações Contábeis..................................... 11
2.3 Usuários da Análise das Demonstrações Contábeis ................................... 12
2.4 Reclassificação das Demonstrações Contábeis ........................................... 13
2.5 Níveis da Análise das Demonstrações Contábeis......................................... 14
2.6 Técnicas de Análise ...................................................................................... 16
2.6.1 Análise Vertical e Horizontal ...................................................................... 16
2.6.2 Análise dos Índices de Liquidez ................................................................ 17
2.6.3 Análise dos Índices de Endividamento....................................................... 19
2.6.4 Análise da Rentabilidade............................................................................ 21
2.6.5 Análise da Alavancagem Financeira ......................................................... 23
2.6.6 Índices de Atividade ................................................................................... 23

2.7 Processo de Tomada de Decisão.................................................................. 24

CONSIDERAÇÕES FINAIS ................................................................................ 26

REFERÊNCIAS................................................................................................... 27
7

1 INTRODUÇÃO

A necessidade de informações precisas e coerentes com a realidade das


empresas, que possibilitem com certo grau de confiança a tomada de decisão
gerencial, propiciou o desenvolvimento de métodos de avaliação do rendimento das
organizações e de sua posição em relação ao mercado em que atuam.

Utilizando-se as informações contidas nas demonstrações contábeis é


possível extrair uma série de indicadores que permitem avaliar a situação
econômico-financeira da empresa. Os indicadores servem de base para a tomada de
decisão.

As demonstrações contábeis têm o objetivo primário de proporcionar aos


diversos agentes externos e internos, relato fidedigno das modificações patrimoniais
ocorridas em determinado período, seja ele, mensal, trimestral, semestral ou
plurianual.

Para a gerência, as informações contidas nas demonstrações contábeis, além


de mostrarem o posicionamento relativo e a evolução de vários grupos contábeis,
também servem como painel geral de controle da administração, para que esta se
assegure de que as metas estabelecidas estejam sendo cumpridas, para orientá-la
nas tomadas de decisão e na definição das diretrizes que a empresa deverá seguir.

O trabalho está fundamentado sobre o tema análise das demonstrações


contábeis, cuja delimitação ficou assim estabelecida: Análise das Demonstrações
Contábeis como Ferramenta na Tomada de Decisão.

O diagnóstico de uma empresa deve começar com rigorosa análise de


balanços, cuja finalidade é identificar os pontos críticos e permitir imediata
apresentação do esboço das prioridades para a solução de problemas.

A política financeira de uma empresa tem reflexo nas demonstrações


contábeis por meio de sua análise que se podem conhecer seus objetivos. O
conhecimento dessa informação é relevante quando se trata de demonstrações
financeiras de concorrentes. Através da análise, pode-se descobrir se a política do
8

concorrente é crescer o mais rápido possível para ganhar mercado, ainda que
dependendo de capitais de terceiros com o sacrifício da rentabilidade.

A análise das demonstrações contábeis permite uma visão da estratégia e


dos planos da empresa analisada, além de estimar seu futuro, suas limitações e
suas potencialidades.

O resultado da análise é importante para todos que pretendem relacionar-se


com uma empresa, quer como fornecedores, financiadores, acionistas, ou até como
empregados.

Essa importância da análise das demonstrações contábeis motivou o


desenvolvimento da pesquisa sobre o tema.

Este trabalho tem como objetivo geral evidenciar a importância das


demonstrações contábeis, como ferramenta na tomada de decisão.

Os objetivos específicos estão assim delineados:

- Identificar a Estrutura da Análise das Demonstrações Contábeis;

- Demonstrar as Técnicas da Análise das Demonstrações Contábeis;

- Processo da Tomada de Decisão;

Foi formulado o seguinte problema para direcionar o foco da pesquisa: A


análise das demonstrações contábeis serve como ferramenta para a tomada de
decisão nas empresas?

Esta monografia foi elaborada com base em pesquisa bibliográfica e


descritiva. Está dividida em capítulos, sendo que no primeiro, consta a Introdução do
trabalho, com elementos informativos, como tema, delimitação, justificativa da
escolha do tema, objetivos, problematização e metodologia utilizada.

O capítulo segundo trata do referencial teórico, que, a partir de idéias de


diferentes autores a respeito do assunto, dá suporte para o desfecho conclusivo. O
capítulo segundo discute também a relação entre a Análise de Balanço e Tomada de
9

Decisão. O terceiro capítulo apresenta as considerações finais, com o desfecho


conclusivo que a pesquisa permitiu evidenciar.
10

2 REVISÃO DE LITERATURA E DISCUSSÃO DOS DADOS

A principal finalidade da contabilidade é fornecer informações de ordem


econômica e financeira sobre o patrimônio da entidade, de modo a facilitar a tomada
de decisão, seja por parte de administradores ou daqueles que pretendem investir
na empresa.

2.1 Objetivo da Análise de Balanço

O objetivo da análise das demonstrações contábeis é a interpretação das


demonstrações financeiras, oferecendo diagnóstico sobre a situação econômico-
financeira da empresa.

Segundo Perez Jr. e Begalli (1999, p. 195),

O objetivo geral da análise é extrair informações


das demonstrações contábeis úteis para a tomada
de decisões, de forma a concluir sobre a saúde
econômico-financeira da empresa e sobre o
desempenho de sua atividade operacional.

O produto da análise de balanço é apresentado em forma de relatório, que


inclui análise da estrutura e composição do patrimonio e um conjunto de índices
sobre os quais é formada a conclusão.

De acordo com Assaf Neto (1998, p. 12),


A análise das demonstrações contábeis visa relatar,
com base nas informações listadas nos
demonstrativos, a posição econômico-financeira
atual, as causas que determinaram a evolução
apresentada e as tendências futuras, ou seja, pela
análise das demonstrações contábeis extraem-se
informações sobre a posição passada, presente e
futura de uma empresa.

Para que a empresa seja analisada no seu aspecto financeiro, devem ser
levados em consideração aspectos internos e externos que contribuem para a
tomada de decisão nas empresas.

Silva (1999, p. 21-22) é de opinião que:


11

Os aspectos internos que devemos levar em


consideração sob forma de organização interna da
empresa, sua estrutura a nível gerencial e seus
projetos para a permanência e evolução da
organização. Como aspectos externos, o nível da
economia, a política econômica do país e seus
clientes, fornecedores e concorrentes.

2.2 Insumos da Análise de Balanço

Os insumos da análise das demonstrações contábeis são relatórios contábeis


e financeiros que as empresas elaboram periodicamente, dentre eles existem os
relatórios obrigatórios e os relatórios não-obrigatórios.

Mariom (2002, p. 32.) afirma que:

Devem estar inclusas nos relatórios, as seguintes


informações geradas pela análise de balanço:
situação financeira, situação econômica,
desempenho, eficiência na utilização de recursos,
pontos fortes e fracos, tendências e perspectivas,
quadro evolutivo, adequação das fortes aplicações
dos recursos, causas das alterações na situação
financeira, evidencia de erros na administração,
providencias que deveriam ser tomadas e não
foram e avaliação das alternativas econômico-
financeiro futuros.

Os relatórios obrigatórios são aqueles exigidos pela legislação societária,


conhecida como “demonstrações contábeis” ou “demonstrações financeiras”.

De acordo com Perez Jr e Begalli (1999, P.62), as expressões demonstrações


contábeis e demonstrações financeiras serão utilizadas indistintamente, com o
mesmo significado.

As demonstrações contábeis estão compostas da seguinte forma: Balanço


Patrimonial, Demonstração do Resultado do Exercício (DRE), Demonstração dos
Lucros ou Prejuízos Acumulados (DLPA) e Demonstração das Origens e Aplicação
de Recursos (DOAR).
12

O Balanço Patrimonial divide-se em grupos de contas de mesmas


características facilitando, dessa forma, a leitura interpretação e análise por parte até
dos leigos em Contabilidade.

As Demonstrações do Resultado do Exercício deverão ser apresentadas na


forma dedutiva, com os detalhes necessários das receitas, despesas, ganhos e
perdas e definido claramente o lucro ou prejuízo líquido do exercício.

A Demonstração dos Lucros ou Prejuízos Acumulados evidencia a mutação


do patrimônio líquido em nível global e em nível de mutações internas.

A Demonstração das Origens e Aplicação de Recursos é uma demonstração


que procura evidenciar as origens de recursos que proporcionam a folga financeira
de curto prazo e as aplicações de recursos que consomem essa folga.

As empresas de capital aberto e instituições financeiras devem apurar os


resultados e publicar suas demonstrações a cada semestre. Também devem
apresentar, além dos relatórios obrigatórios exigidos pela legislação societária, o
relatório da diretoria, notas explicativas e parecer dos auditores.

Os relatórios não obrigatórios são utilizados para uso gerencial interno, onde
apresentam importantes análises, permitindo extrair conclusões mais completas
sobre a situação da empresa. Exemplos de relatórios não obrigatórios: são
demonstrações de fluxos de caixa, projeções de vendas, desempenho por produto.

2.3 Usuários das Demonstrações Contábeis

A análise das demonstrações contábeis de uma empresa atinge o interesse


de vários usuários, independente do tipo de relacionamento entre as partes. Os
principais usuários das demonstrações contábeis de uma empresa são os
fornecedores, clientes, intermediários financeiros, acionistas, concorrentes, governo
e seus próprios administradores.

Na opinião de Silva (1999, P. 71):


13

As demonstrações contábeis representam um canal


de comunicação da empresa com diversos usuários
internos e externos. Um relacionamento sério e
transparente, com investidores, credores e demais
interessados em conhecer a empresa, é parte do
contexto que transcende a esfera contábil e fiscal e
atinge uma dimensão ética. As empresas
conscientes de seus papeis no relacionamento com
acionistas, investidores e credores, fornecedores,
clientes, governos e empregados têm procurado
cada vez mais municiar esses interessados com
informações que sejam facilitadoras de suas
tomadas de decisão.

2.4 Reclassificação das Demonstrações Contábeis

Segundo (Marion, 2002, p. 38) a Reclassificação das demonstrações


contábeis seria uma nova classificação de algumas contas do Balanço Patrimonial e
da Demonstração de Resultado do Exercício.

A conta de duplicatas descontadas encontra-se classificada subtrativamente


em duplicatas a receber no ativo circulante e será reclassificada para o passivo
circulante.

A conta despesas do exercício seguinte esta classificada no ativo circulante e


será reclassificada para o patrimônio liquido, pois esta conta não se converterá em
dinheiro e após a reclassificação estará deduzindo o valor do patrimônio liquido.

Dentro do grupo do ativo permanente encontra-se uma conta denominada


diferido, esta será reclassificada para o patrimônio liquido devido a estas despesas
incorporarem os resultados de exercícios futuros.

Os valores constantes no grupo Resultados de Exercícios Futuros referem-se


a recebimentos antecipados, quando da sua reclassificação serão transferidos, para
o passivo circulante desde que as obrigações vençam até o final do ano ou para o
exigível a longo prazo quando as obrigações vencerem após o exercício seguinte.

Pela legislação brasileira o leasing financeiro ou arrendamento mercantil é


tratado como uma espécie de aluguel e que é contabilizado como despesa. E a
14

contabilidade internacional contabiliza o bem como ativo, fazendo as devidas


depreciações e a divida como passivo exigível a longo prazo.

2.5 Níveis da Análise de Balanço

A análise das demonstrações contábeis é dividida em três níveis: nível


introdutório, nível intermediário e nível avançado, conforme ilustração abaixo:

Figura nº 1: Mapa dos níveis de análise.

Análise do
Necessidade fluxo de caixa
de capital de Rotatividade
giro e outros (atividade)

Liquidez
a) corrente
b) seca
Lucratividade c) geral Análise
da Doar

Rentabilidade Endividamento
a) da empresa a) quantidade
Produtividade b) do empresário b) qualidade
e outros Nível Alavancagem
introdutório financeira

Modelo Outros
Du Pont índices de
endividamento
Nível
intermediário

Fonte: Marion, 2002, p. 16

2.5.1 Nível Introdutório

No nível introdutório da análise financeira, apenas alguns indicadores básicos


são abordados. Através destes indicadores é possível conhecer a situação
econômico-financeira da empresa, por meio dos seguintes pontos:

- Liquidez (Corrente, Seca e Geral) – Este índice indica a situação financeira;


15

- Rentabilidade (Empresa e Empresário) – Este índice indica a situação


econômica;

- Endividamento (Quantidade e Qualidade) – Este índice indica a estrutura de


capital;

Segundo (Marion, 2002, p. 17), o nível introdutório propicia uma idéia inicial
das demonstrações contábeis. E ele entende que a contabilidade deveria abordar
estes indicadores, evidenciando-a como ferramenta na tomada de decisão.

2.5.2 Nível Intermediário

O nível intermediário aborda análise mais profunda, com base em um


conjunto de indicadores que melhor detalham a situação econômico-financeira da
empresa.

De acordo com Mariom (2002, p. 16):

Nessa proposta didática dos três níveis de análise,


ressaltamos que os indicadores não são exclusivos
para obter informações especificas de cada unidade
do tripé. Por exemplo, a análise da DOAR
(Demonstração de Origens e Aplicação de
Recursos) propicia informações relevantes não só
do endividamento, mas também da situação
financeira (Liquidez). A DFC (Demonstração do
Fluxo de Caixa) também traz subsídios no que se
refere ao endividamento.

2.5.3 Nível Avançado

O nível avançado possui uma serie de indicadores que poderiam enriquecer


ainda mais as análises da situação econômico-financeira da empresa.

Segundo (Marion 2002, p. 17):

Podem ser citados mais alguns recursos de análise,


que podem efetuar uma melhor análise nas
demonstrações contábeis, agora, em nível mais
profundo e mais avançado: Indicadores
combinados, Análise da demonstração do valor
agregado, Liquidez dinâmica, Projeções das
demonstrações contábeis e sua análise, Análise
com ajustamento das demonstrações contábeis no
nível geral de preços, Análise por meio de
16

dividendos por ações e outros indicadores para as


empresas de capital aberto com ações cotadas no
mercado, Análise das variações de fluxos
econômicas versus financeiro.

2.6 Técnicas de Análise de Balanço

A análise das demonstrações contábeis é feita através da aplicação das


técnicas de análise aplicadas por usuários internos e externos, sendo definido por
estes a complexidade da análise e sua finalidade.

Conforme Assaf Neto (1998, p. 53):

O raciocínio básico da análise de balanço


desenvolve-se por meio de diferentes áreas do
saber (contabilidade, matemática e estatística,
principalmente). Essas técnicas apresentam uso
bastante generalizado e sofrem periodicamente um
processo natural de aprimoramento e sofisticação.

São abordadas neste trabalho as seguintes técnicas de análise:

– Análise Vertical e Horizontal;

– Análise dos Índices de Liquidez;

– Análise dos Índices de Endividamento;

– Análise da Rentabilidade;

– Análise da Alavancagem Financeira;

– Índice de Atividades

2.6.1 Análise Vertical e Horizontal

As análises vertical e horizontal são consideradas técnicas adicionais, que


demonstram o percentual de cada conta e a sua real importância no conjunto.

2.6.1.1 Análise Vertical


17

A análise vertical consiste no estudo da relação existente entre percentual dos


itens que compõe o Ativo e o Passivo, e seu total, ou seja, uma análise vertical
indica, por exemplo, a percentagem do Ativo Total que foi aplicada em suas várias
categorias.

Para o analista, a análise vertical mostra o aspecto mais relevante onde,


dependendo do lugar que ele ocupe, poderá ser sugerida atenção maior por parte do
administrador.

Esse tipo de análise propicia também a comparação das porcentagens em


relação às obtidas por outras empresas que atuam no mesmo ramo de atividade.
Essa comparação serve de base para avaliar a melhor maneira de administrar a
empresa. Todavia, a análise vertical só será completa quando elaborada
simultaneamente em dois ou mais períodos.

2.6.1.2 Análise Horizontal

A análise horizontal consiste no estudo da evolução percentual dos itens que


compõem uma série histórica de períodos para determinado item da demonstração
em análise. Tornam evidente ao analista as principais alterações no comportamento
de itens daquela demonstração, restando somente uma investigação mais
aprofundada destes que mais se modificaram.

Segundo Braga (1998, p. 132):

Um dos problemas fundamentais apresentados por


este método, tomado dentro de seu conceito
original, diz respeito à fixação da base para a
escolha da demonstração padrão, de vez que é
difícil determinar um comportamento padrão, tantos
são os fatores internos e externos que afetam a
gestão dos negócios.

2.6.2 Análise dos Índices de Liquidez

Os índices de liquidez são utilizados como parâmetro de avaliação da


influência ou proporção de um elemento sobre o outro. É um tipo de análise adotado
18

para demonstrar a situação financeira da empresa e sua capacidade de liquidar suas


obrigações.

2.6.2.1 Liquidez Seca

O índice de liquidez seca é uma versão modificada do índice de liquidez


corrente. A remoção dos estoques do ativo circulante fornece uma medida mais
refinada da liquidez da empresa, na qual os estoques são itens menos líquidos.

O índice de liquidez seca é identificado pela subtração dos Estoques do Ativo


Circulante e divisão pelo Passivo Circulante. Este índice indica quanto de ativo
circulante e realizável a longo prazo para cada um (1 real) de divida total. Quanto
maior melhor.

2.6.2.2 Liquidez Geral

Segundo Matarazzo (2003, p. 164) o índice de liquidez geral demonstra a


capacidade de pagamento a longo prazo, considerando o que a empresa converterá
em dinheiro e relacionando o que a empresa assumiu como dívida.

As divergências em datas de recebimento e de pagamento tendem a


acentuar-se, quando analisar os períodos longos, ou seja, o recebimento do ativo
pode divergir consideravelmente do pagamento do passivo, isto empobreceria o
indicador. Se apreciar uma série de vários anos, a análise será enriquecida.

O índice de liquidez geral é identificado pela seguinte fórmula: soma-se o


Ativo Circulante com o Realizável a Longo Prazo e divide-se o total pela soma do
Passivo Circulante com o Exigível a Longo Prazo. Este índice indica quanto de ativo
circulante para cada um (1 real) de passivo circulante. Quanto maior melhor.

2.6.2.3 Liquidez Corrente

Segundo Matarazzo (2003, p. 166) O índice de liquidez corrente demonstra


quanto a empresa detém para o pagamento de suas dividas a curto prazo.

Um índice de liquidez maior que 1 (um) significa que o valor contábil dos
ativos circulantes é maior que a quantia de passivos circulantes. Sendo menor que 1
19

(um), isto significa que a empresa não tem ativos líquidos suficientes para
compensar os passivos circulantes.

Segundo Iudícibus (1998, p. 100):

É preciso considerar que no numerador estão


incluídos itens tão diversos como: disponibilidades,
valores a receber a curto prazo, estoques e certas
despesas pagas antecipadamente. No
denominador, estão incluídas as dividas e
obrigações vencíveis a curto prazo.

O índice de liquidez corrente é identificado dividindo-se o Ativo Circulante pelo


Passivo Circulante. Este índice indica quanto de ativo liquido cada um (1 real) de
passivo circulante. Quanto maior melhor.

2.6.2.4 Liquidez Imediata

O índice de liquidez imediata demonstra quanto a empresa dispõe de


numerário para saldar suas dividas a curto prazo.

A verdadeira avaliação dos índices de liquidez implica em verificação correta


das contas do ativo e passivo da empresa. A composição dessas contas pode
valorizar ou desmerecer as conclusões sobre a correta situação da empresa.

O índice de liquidez imediata é identificado dividindo-se o Ativo Disponível


pelo Passivo Circulante.

2.6.3 Análise dos Índices de Endividamento

A análise dos índices de endividamento mostra a participação de capitais de


terceiros na atividade da empresa, quanto maior o nível de participação dos capitais
de terceiros, maior será o seu índice de endividamento.

2.6.3.1 Quantidade da Dívida

É através da análise dos índices de endividamento, que é detectado o nível


de endividamento da empresa. Com a análise destes índices é informado ao
20

analista, se a empresa se utiliza mais de recursos próprios ou de recursos de


terceiros.

De acordo com Mariom (2002, P.105)

De acordo como o Professor Stephen C. Kanitz, em


1973, no artigo “Melhores e Maiores”, publicado
pela revista exame, o capital de Terceiros utilizado
para financiar o Ativo era de aproximadamente 30%
(70% de capital próprio). Em menos de 10 anos, a
situação quase se inverteu: a empresa brasileira
utilizava mais de 57% de capital de terceiros para
constituir seu ativo (43% de capital próprio).
Todavia, nos finais de 80, novamente o PL cresceu,
chegando próximo de 60%, reduzindo a divida,
principalmente em virtude de seu alto custo. No
plano real, o endividamento voltou a crescer e na
virada do século o endividamento chegou a casa
dos 51% (nesse caso, o capital próprio seria a outra
metade). Na edição Exame – Melhores e Maiores
de 2001, o endividamento chegou a 53,4%.

2.6.3.2 Qualidade da Dívida

Uma condição favorável à empresa seria que as dividas fossem a longo


prazo, para que a empresa tivesse um tempo maior para gerar recursos para honrar
seus compromissos.

2.6.3.3 Alguns Indicadores

Estes quocientes procuram retratar a posição dos capitais próprios com


relação aos capitais de terceiros. Abaixo alguns indicadores para a análise do
endividamento:

A análise deste quociente, Participação de Capitais de Terceiros sobre


Recursos Totais, é relevante, pois expressa a porcentagem que o endividamento
representa sobre os fundos totais, ou seja, sobre o ativo total financiada com
recursos de terceiros.

Iudícibus (1998, p. 103) assim afirma:

Se a taxa de despesas financeiras sobre o


endividamento médio se mantiver menor que a taxa
de retorno obtida pelo uso, no giro operacional, dos
fundos obtidos por empréstimo, a participação de
21

capitais de terceiros será benéfica para a empresa,


desde que isto não determine situação de liquidez
insustentável em determinados dias, semanas ou
meses do ano.

O índice de participação de capitais de terceiros sobre recursos totais é


identificado dividindo-se o Exigível total pelo Exigível total mais o patrimônio liquido.

O índice Garantia do Capital Próprio ao Capital de Terceiros sempre que


apresentar ao longo de algum tempo, um valor acima de 1 (um) terá indícios de
dependência de capitais de terceiros. Grande parte das empresas vai à falência,
quando apresentam alto índice de capitais de terceiros. Daí uma sugestão para
empresas quando forem captar recursos.

O índice de garantia do capital próprio ao capital de terceiros é identificado


dividindo-se o exigível total pelo patrimônio liquido.

O índice Composição de Endividamento demonstra a concentração de


endividamento a curto prazo. A empresa que estiver em crescimento deve financiá-la
a longo prazo, a medida que ela ganhe capacidade operacional adicional, para que
tenha condições para começar a amortizar as suas dividas.

O índice de Composição de Endividamento é identificado dividindo-se o


passivo circulante pelo exigível total.

2.6.4 Análise da Rentabilidade

Os índices da análise da rentabilidade mostram qual a rentabilidade dos


capitais investidos e quanto renderam os investimentos.

2.6.4.1 Margem Bruta

A margem operacional bruta (sem considerar nenhuma despesa, apenas o


imposto sobre as receitas brutas e os custos sobre os produtos vendidos pela
empresa) obtida pela empresa em relação às vendas líquidas de um determinado
período.
22

Este índice é identificado pela divisão do lucro operacional bruto pelas vendas
liquidas

2.6.4.2 Margem Operacional

A margem operacional Indica a margem de lucro operacional (sobre as


operações principais) em relação às vendas líquidas de um determinado período.

Este índice é identificado pela divisão do lucro operacional pelas vendas


liquidas

2.6.4.3 Margem Liquida

A margem liquida mostra a lucratividade obtida pela empresa sobre as vendas


líquidas, descontados todos os custos e despesas incorridas no período. Este índice
é identificado pela divisão do lucro liquido pelas vendas liquidas.

2.6.4.4 Rentabilidade do Ativo

A rentabilidade do ativo Indica o retorno, a lucratividade obtida todos os


recursos investidos na empresa durante determinado período, permitindo assim, o
acompanhamento da evolução do desempenho da entidade através destes
recursos, bem como a comparação com o mesmo índice de outras de empresas.

Este índice é identificado pela divisão do lucro liquido do exercício pelo ativo
total.

2.6.4.5 Rentabilidade do Patrimônio Líquido

A rentabilidade do patrimônio líquido refere-se ao retorno que os sócios


tiveram em relação ao patrimônio líquido, ou seja, o lucro gerado pelo capital
integralizado mais as reservas constituídas e os lucros acumulados.

Trata-se de índice identificado pela divisão do lucro liquido do exercício pelo


patrimonio liquido.
23

2.6.5 Análise da Alavancagem

A alavancagem financeira é a capacidade que a empresa possui em ativos e


fundos para aumentar o retorno dos recursos dos acionistas.

A alavancagem operacional de uma empresa pode ser definida como a


capacidade de usar seus custos fixos

2.6.6 Índices de Atividade

Os índices de atividade demonstram a eficiência com a qual a empresa utiliza


os recursos disponíveis. Através desta análise é possível identificar em média,
quantos dias a empresa recebe suas vendas, paga suas compras e renova seus
estoques.

O índice Prazo Médio de Recebimento de Vendas indica a média de quantos


dias a empresa espera para receber suas vendas. O prazo médio de recebimento de
vendas é identificado multiplicando as duplicatas a receber por trezentos e sessenta
e após dividindo pelas vendas brutas.

O índice Prazo Médio de Renovação dos Estoques indica em média quantos


dias à empresa paga as suas compras. O prazo médio de renovação dos estoques é
identificado multiplicando os fornecedores por trezentos e sessenta e após dividindo
pelas compras.

O índice Prazo Médio de Pagamento das Compras indica em média quantos


dias à empresa vende o seu estoque. O prazo médio de pagamento das compras é
identificado multiplicando os estoques por trezentos e sessenta e após dividindo pelo
custo das vendas
24

2.7 O Processo da Tomada de Decisão

O processo da tomada de decisão está presente em todas as fases da vida,


com diferentes níveis de responsabilidades. Decisões que podem afetar seu modo
de vida, sua família, colegas de trabalho e até mesmo o futuro de uma empresa.

A decisão em finanças poderá significar o fracasso ou o sucesso de toda uma


Administração, sendo que este processo ocorre em um ambiente de mudanças, com
riscos de incertezas em termos da conjuntura econômica, política e social.

Vivemos voltados para o futuro, seja a curtíssimo prazo ou curto, médio e


longo prazo. O presente então pode ser considerado o instante para a tomada de
decisão, processo que não pode ser considerado um ato isolado, mas influenciado
pelo passado e pelo início do futuro.

O elo que liga o passado ao futuro chama-se previsão. A previsão nada mais
é do que informações existentes que permitem certas hipóteses em relação ao
futuro. A previsão de resultado é um fator importante para o processo da tomada de
decisão. É essencial ter noção do que poderá ocorrer com a empresa, em relação à
finanças, projetando a situação atual. Este procedimento poderá indicar a
necessidade de atuação no processo. A atuação se dá através do planejamento do
plano de atuação para corrigir desvios em relação ao objetivo proposto inicialmente.

Existem alguns elementos que antecedem a tomada de decisão, são eles:


experiência, julgamento e ambiente, conforme a seguir relacionados:

- experiência: consiste das situações vividas pelo individuo, em relação ao


processo decisório, ou seja quanto maior o número de exposição a
diferentes processos decisórios maior será sua experiência.

- julgamento: é a capacidade de avaliar a situação.

- ambiente: é necessário avaliar se a decisão irá influenciar o ambiente,


analisando-o antes e depois da decisão.

Em todo processo decisório existem fatores como o risco, a incerteza e


probabilidades que afetam este processo. Cabe ao executivo verificar a dimensão
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destes durante o processo decisório. A incerteza, ou risco nada mais é do que a


probabilidade de não ocorrer o evento desejado.

2.7.2 Etapas do Processo Decisório

Todo processo decisório apresenta as seguintes etapas, cujo Objetivo da


decisão tomada deve estar definido. A variável “objetivo” está intimamente ligada a
questões de precisão, quantidade, exatidão, deve ser coerente e permitir
comparações em uma escala de valores.

Para se chegar ao objetivo almejado, é necessário que haja “alternativas”. É


imperativo que se conheçam as alternativas que a situação permite. Outra variável
ligada aos objetivos da tomada de decisão é o Cenário, ou contexto onde ocorre o
processo decisórios, fator que pode intervir na decisão.
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3 CONSIDERAÇÕES FINAIS

A Contabilidade é uma ciência que na sua expressão mais ampla, possui o


objetivo fundamental de estudar o patrimônio das entidades, utilizando-se de
técnicas de controles relativos aos atos e fatos da administração das empresas e, de
posse do conhecimento patrimonial da entidade, produzir informações aos usuários
internos e externos.

Sendo o universo patrimonial de uma empresa o principal objeto de estudo da


Contabilidade, é imprescindível que o Contador possua conhecimento global da
estrutura funcional da empresa, para desempenhar um trabalho seguro e confiável,
proporcionando informações corretas, rigorosas e oportunas a gestores, sócios,
investidores, fornecedores e até a empregados e sindicalistas.

A análise das demonstrações contábeis é um instrumento gerencial que


permite aos administradores melhor visão das tendências dos negócios. Tem por
finalidade a correta obtenção e aplicação dos recursos, na realização das metas da
empresa.

A pesquisa permitiu responder afirmativamente ao problema inicialmente


proposto “a análise das demonstrações contábeis serve como ferramenta para a
tomada de decisões?”, visto que o resultado da análise auxilia agentes internos e
externos à organização, ora como instrumento de gestão, ora como auxílio ao
entendimento das demonstrações.

Pode-se afirmar, ao final da pesquisa, que a análise das demonstrações


contábeis é um instrumento eficiente para a tomada de decisão. Os conhecimentos
teóricos expressos neste trabalho poderão servir como contribuição à pesquisa por
parte de discentes do UniCEUB, futuros profissionais das Ciências Contábeis.
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REFERÊNCIAS

IUDICIBUS, Sergio de. Análise de balanços. 7 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

BRAGA, Hugo Rocha. Demonstrações contábeis: estrutura, Análise e


interpretação. 3 ed. São Paulo: Atlas, 1998.

PEREZ JR, José Hernández; BEGALLI, Glaucos Antonio. Elaboração das


demonstrações contábeis. 2 ed. São Paulo: Atlas, 1999.

MATARAZZO, Dante C. Análise financeira de balanços: abordagem básica e


gerencial. 6 ed. São Paulo: Atlas, 2003.

MARION, José Carlos. Análise das demonstrações contábeis: contabilidade


empresarial. 2 ed. São Paulo: Atlas, 2002.

ASSAF NETO, Alexandre. Estrutura e análise de balanço. São Paulo: Atlas, 1998.

SECURATO, José Roberto. Decisões financeiras em condição de risco. São


Paulo: Atlas, 2003.

SILVA, José Pereira da. Análise financeira das empresas. São Paulo: Atlas, 1999.

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