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Vanguardas culturais
européias: Modernismo em
Portugal
Um agitado início
No início do século XX, a Europa se encontrava em intensa turbulência.
Problemas de natureza política e conflitos entre países vizinhos deram início a
desentendimentos locais que acabaram provocando, em 1914, a Primeira Guerra
Mundial.
Ao lado da instabilidade política, as pessoas tinham também de construir um
novo olhar para a vida, agora transformada pelo impacto das descobertas
tecnológicas que começavam a causar espanto. Considerado a era da
eletricidade, o século XX viu surgir o telefone, o telégrafo sem fio, o aparelho de
raios X, o cinema, o automóvel, o avião, invenções que ampliaram o domínio
humano sobre o espaço e o tempo.
A ciência descobriu mundos invisíveis com o auxílio do microscópio: vírus,
bactérias, seres minúsculos passaram a ser identificados como inimigos muitas
vezes mortais. A teoria da relatividade abalou as certezas centenárias e provocou
uma verdadeira revolução na Física. Quando Einstein afirmou a relatividade do
tempo e da distância, transformou o modo como as pessoas percebiam a
realidade e avaliavam o universo. Nada mais era definitivo, nada era certo.
Houve também o aumento das populações nas cidades; cresceram as
atividades comerciais e industriais; jornais, rádios e cinemas ganhavam um
público cada vez maior; máquinas sofisticadas aceleravam o tráfego e ruídos
dissonantes de engrenagens e motores alardeavam os tempos modernos.
No entanto, para que esse movimento desse certo, os fundadores do Dadaísmo sabiam
que eles não podiam lançar suas ideias de forma aleatória. Sobretudo, eles precisavam
encontrar apoio dentro do mundo artístico. Dessa forma, os dadaístas se inspiraram no
Futurismo e lançaram o primeiro manifesto, que foi lido na própria cidade (Zurique) por Hugo
Ball (1886-1927), que foi um poeta, escritor e filósofo alemão e um dos principais artistas do
Dadaísmo.
Manifesto Dadaísta
“Dadá é uma nova tendência da arte. Percebe-se que o é porque, sendo até
agora desconhecido, amanhã toda a Zurique vai falar dele. Dadá vem do
dicionário. É bestialmente simples. Em francês quer dizer "cavalo de pau". Em
alemão: "Não me chateies, faz favor, adeus, até à próxima!" Em romeno:
"Certamente, claro, tem toda a razão, assim é. Sim, senhor, realmente. Já
tratamos disso." E assim por diante. Uma palavra internacional. Apenas uma
palavra e uma palavra como movimento”
Receita para um poema dadaísta (Tristan Tzara)
“Pegue um jornal. Pegue a tesoura. Escolha no jornal um artigo do tamanho que
você deseja dar a seu poema. Recorte o artigo. Recorte em seguida com atenção
algumas palavras que formam esse artigo e meta-as num saco. Agite
suavemente. Tire em seguida cada pedaço um após o outro. Copie
conscienciosamente na ordem em que elas são tiradas do saco. O poema se
parecerá com você. E ei-lo um escritor infinitamente original e de uma
sensibilidade graciosa, ainda que incompreendido do público.”
Atividade
Saltos records
Cavalos da Penha
Correm jóqueis de Higienópolis
Os magnatas
As meninas
E a orquestra toca
Chá
Na sala de cocktails
A composição do poema é claramente cubista. Para retratar o ambiente de uma
corrida de cavalos na hípica, o eu lírico promove uma “sobreposição” de imagens
que deslocam o olhar do leitor da pista, onde estão cavalos e jóqueis, para o
público entretido pela orquestra. O resultado é uma imagem multifacetada,
composta de fragmentos de diferentes planos da realidade.
Surrealismo
Página 29 livro didático.