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Estudo de Caso do Cap.

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Os dirigentes brasileiros vivem a expectativa de votação no Senado de projeto que pode
revolucionar a administração dos clubes de futebol. A proposta possibilita a transformação
das agremiações em empresa limitada ou de sociedade anônima, além de propor renegociação
de dívidas e carga tributária 40% menor em relação a uma companhia tradicional. Juntos, os
20 principais times do País devem quase R$ 7 bilhões ao governo federal ou à iniciativa
privada, segundo a Sports Value, empresa de marketing esportivo responsável por estudo
sobre as finanças das associações. Enquanto a proposta segue em discussão em Brasília,
clubes como Red Bull Bragantino e Ferroviária apostam em gestão empresarial para obter
lucro e, principalmente, fortalecer a marca.
Gestão profissional, nova estrutura e força econômica movem o Red Bull Bragantino,
segundo a agremiação. O clube de Bragança Paulista foi comprado pela empresa austríaca de
bebidas energéticas por cerca de R$ 45 milhões, em 2019. Com orçamento de R$ 200 milhões
para 2020, agitou o mercado de transferências no início da temporada. Os investimentos em
contratações somaram aproximadamente R$ 85 milhões, atrás apenas ao do Flamengo no
Brasil, que gastou cerca de R$ 150 milhões. A folha salarial mensal está na faixa de R$ 2,5
milhões. O caixa do clube é composto por dinheiro da Red Bull, bilheteria, cota de TV, venda
de produtos e patrocínio na camisa. O montante é mantido em sigilo.
Mais do que investimento no elenco e qualidade na administração, a empresa projeta
oferecer as melhores condições aos profissionais. Por isso a construção de um segundo centro
de treinamento (já tem um, em Jarinu/SP) e a ampliação do Estádio Nabi Abi Chedid, de 15
mil para 20 mil lugares, estão entre as prioridades da diretoria. “Queremos disponibilizar
estrutura das mais modernas aos nossos jogadores”, diz o diretor executivo do Red Bull
Bragantino, Thiago Scuro.
A agremiação busca se alinhar aos projetos da matriz austríaca, também proprietária –
apenas no futebol – do RB Leipzig (Alemanha), New York Red Bull (Estados Unidos) e do
Red Bull Salzburg (Áustria). “Posso garantir que lucrar com vendas futuras de atletas não é a
nossa prioridade e, sim, ganhar com a valorização da marca por meio do desempenho
esportivo”, afirma o CEO.
Scuro faz elogios ao projeto de clube-empresa, principalmente pelo caráter facultativo. “É
fundamental que o clube possa escolher se quer ou não segui-lo. A equidade tributária e fiscal
e a possibilidade de evolução do modelo de gestão adotado atualmente pelas agremiações
também precisam ser valorizados”, diz ele, com apenas uma ressalva. “Não vejo como papel
do Estado resolver as questões financeiras dos clubes. Temos entidades responsáveis por
regulamentar o futebol, como a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).”
Em campo, o Red Bull Bragantino disputa a Primeira Divisão do Paulista e tem presença
confirmada na Copa do Brasil e na elite do Brasileiro.
Outra agremiação que espera fazer bonito dentro e fora dos gramados é a Associação
Ferroviária de Esportes, que deu origem à empresa Ferroviária SA, em 2003. O modelo de
gestão garantiu ao clube de Araraquara o acesso à Série A-3 do Paulista (já em 2004), à A-2
(2007) e à elite (2015). Em 2009, o Estádio da Fonte Luminosa foi transformado em arena
multiuso.
Em novembro de 2019, o clube teve 57% de suas ações adquiridas pela MS Sports, que
tem como sócio um dos herdeiros da Casas Bahia, Saul Klein. A quantia desembolsada não
foi revelada pelas partes. Proposta da empresa é revelar talentos para lucrar com futuras
transações. Para isso, plano é reforçar e valorizar o elenco durante as disputas do Paulista e da
Série D do Brasileiro, a última divisão nacional, tendo em vista o objetivo de estar na elite do
País em 2025. “A opção pela Ferroviária se deve ao projeto institucional do clube, com fortes
marcas de planejamento, excelência na gestão e transparência administrativa. O clube-
empresa de Araraquara é hoje prova de existência de modernidade no futebol brasileiro”, diz a
MS Sports, que, a exemplo da Red Bull, em Bragança Paulista, busca cativar a torcida. O
investimento da empresa – mantido em sigilo – está voltado ainda para a estrutura de trabalho
dos profissionais das equipes, com a intenção de tornar a agremiação uma das maiores
reveladoras de atletas do Brasil.
Enquanto Red Bull Bragantino e Ferroviária dão prosseguimento ao fortalecimento das
marcas, a Associação Portuguesa de Desportos luta para não desaparecer. Com dívidas
estimadas em RS 350 milhões, aposta no projeto de clube-empresa para atrair investidores.
Assim, mira equacionar os cerca de 500 processos na Justiça e celebrar em alto estilo o
centenário de fundação, no dia 14 de Agosto de 2020. O presidente Antonio Carlos
Castanheira revela a criação de uma comissão para estudar o projeto do clube-empresa e
afirma que todo o planejamento está montado em cima da mudança na gestão, que inclui a
profissionalização de todos os departamentos, e já iniciada por ele. “Esse é o nosso futuro. O
futebol tem de ser gerido como um negócio, não adianta gerenciar como paixão. Precisa de
profissionalização, planejamento e organização”, diz.
Com as contas bloqueadas, a diretoria tem buscado fechar as negociações em espécie para
evitar a retenção de valores, como aconteceu com os cerca de R$ 1,5 milhão recebidos da
Federação Paulista de Futebol como cota para disputar o Estadual e como tem ocorrido com
os aluguéis do ginásio de esportes para uma igreja, além do espaço de uma churrascaria na
Marginal Tietê, sede do clube, em São Paulo. Outra solução para manter os compromissos em
dia tem sido a locação do Estádio do Canindé e anexos para eventos.
A Portuguesa tem 1.200 sócios. A intenção é reaproximar os torcedores. Por isso, a
agremiação lançou em janeiro novo programa de sócio-torcedor. São cinco planos disponíveis
com valores entre R$ 15 e R$ 1.000.
O União São João, fundado em 1983, foi pioneiro no Brasil no modelo de administração
empresarial, em 1994, mas desde 2015 o clube está licenciado das competições da Federação
Paulista de Futebol desde 2015, por falta de recursos financeiros. O time de Araras revelou
um dos principais laterais do futebol mundial: Roberto Carlos, ex-Palmeiras, Corinthians e
Seleção Brasileira. Fonte: https://www.istoedinheiro.com.br/empresarios-entram-em-campo/ acesso em
17/02/2020
QUESTÕES
1) Na função planejar, responda:
a) Descreva o objetivo de cada clube, classificando de acordo com o tipo de plano –
estratégico, tático ou operacional.
b) Faça a análise SWOT (Pontos Fortes e Fracos, Ameaças e Oportunidades, se houver) de
cada clube.
c) Quais estratégias cada clube tem realizado ou pretende executar? Relacione a área
correspondente (marketing, produção, finanças, logística ou recursos humanos)

2) Na função organizar, discorra sobre as ações voltadas a alocação de recursos e


estruturação.

3) Na função liderar, qual o papel dos gestores de cada clube?


4) Na função controlar, descreva o que cada clube tem feito para acompanhar e monitorar
suas ações, especificando algum indicador ou medida.

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