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O chanfro é feito através de processos mecânicos, oxi-corte, ou eletrodo para

chanfro.
Normalmente as peças são chanfradas, quando a exigência é de penetração
total, em chapas onde a espessura é igual ou superior a 6mm.
Exemplos de chanfro:

Sem chafro Em V Em meio V Em K

Em duplo V Em U Em duplo U Em J

9.4- Questões sobre o assunto:

01 -Por que e quando é que as bordas da chapa devem ser chanfradas?


( ) a) Para melhorar o acabamento;
( ) b) Para facilitar o aquecimento da chapa;
( ) c) Quando exige-se penetração total em chapas onde a espessura é igual ou
superior a 6mm;
( ) d) Para aumentar a quantidade de metal de adição.

10- REGULAGEM DA MÁQUINA

10.1- Ajuste da Corrente:


O ajuste da corrente (parâmetros de soldagem), varia de acordo com o diâmetro
do eletrodo, posição de soldagem e espessura da chapa (peça) a ser soldada.
Para ajustar a corrente o primeiro passo do soldador é identificar a peça que será
soldada, observando-se:
! A espessura da chapa na região onde será realizada a soldagem e a posição
da junta;
! Tipo de material base;
! A quantidade de solda que a peça irá receber, para evitar um possível
empenamento do conjunto soldado;

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! Tipo e diâmetro do eletrodo.
Após ter escolhido o diâmetro do eletrodo, usa-se a regra básica acrescentando
até 15% para mais ou para menos, dependendo da espessura da peça.

10.2- Regra Básica para Ajuste de Corrente:

Existem duas:

! Quando o diâmetro do eletrodo é lido em polegada;


! Quando o diâmetro do eletrodo é lido em milímetros.

a)Verificação do Diâmetro de Eletrodos em Polegadas:

A regra: A corrente básica para trabalhar com


eletrodo revestido deve corresponder à medida
do núcleo do eletrodo em milésimos de polegada.

Exemplo:

Qual é a corrente base para se trabalhar com um eletrodo de 1/8” de diâmetro?

Solução:

Para transformar polegada fracionária em milésimo de polegada, divide-se o


numerador da fração pelo seu denominador, ou seja:

1 numerador
8 denominador

1 8 10 8 10 8 10 8 = 0,125
0 2 0,1 20 0,12 20 0,125 ou
40 40 125 amperes
0

0,125 = milésimo = 125 ampéres

Após adquirir esse conhecimentos, calcule você mesmo a corrente básica para
esses eletrodos:

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Observação:
O resultado deve ser sempre com três casas após a virgula (milésimo), caso o
resultado zerar antes, complete com “0”.

3/32” 1/8” 5/32” 3/16” 1/4”

(3/32”) 3 00 32
0,0

(1/8”) 1

(5/32”) 5

(3/16”) 3

(1/4”) 1

b) Verificação do Diâmetro do Eletrodo em Milímetros:

A regra: Para cada um milímetro do diâmetro


do eletrodo acrescenta-se 40 ampéres.
Ex.: 1 x 40 = 40, 2 x 40 = 80, 3 x 40 = 120.

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Exemplo:
Para um eletrodo cujo diâmetro é 3,2mm.

3,2
x 40
128,0

Resposta:
A corrente base para um eletrodo cujo diâmetro é 3,2mm é 128 ampéres.
Após adquirir esses conhecimentos, calcule você mesmo a amperagem base
para esses eletrodos.

Observação:
Elimine as casas após a vírgula.

2,4mm 3,2mm 4,0mm 4,8mm 6,4mm

10.3- Abertura do arco:

Visto que o ar não é um condutor, o arco deve ser inicialmente aberto através de
um curto-circuito, fazendo com que ao levantar-se o eletrodo, a corrente flua neste
instante com elevada amperagem.

Eletrodo

Afastamento

Peça

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A elevada corrente elétrica (intensidade) no instante do curto-circuito provoca
um intenso aquecimento, tendo-se portanto, uma elevada temperatura.
Esta temperatura faz com que ocorra a fusão, no local de contato da peça e do
eletrodo, cujas partículas fundidas passam a se transferir para a peça formando uma
poça de fusão, que após o resfriamento forma o cordão de solda.

Particulas de metal fundida

Poça de fusão

Metal base

O arco elétrico pode ser aberto de duas maneiras, pelo toque e pelo resvalo, o
ângulo do eletrodo deve estar aproximadamente a 70º em relação a superfície da
peça.
! Pelo toque: toque e levante o seu diâmetro aproximadamente.
! Pelo resvalo: risque como um fósforo, após aberto o arco elétrico direcionar
o eletrodo à peça.

70º 70º 70º

Tocar Levantar Manter um afastamento igual


ao diâmetro do eletrodo

11- PRINCÍPIOS DA CLASSIFICAÇÃO “AWS”

11.1- Finalidade da Classificação:


A classificação de eletrodos tem como finalidade padronizar os tipos de
eletrodos dentro de um conceito:
! As propriedades mecânicas do metal de solda depositado.
! As posições de soldagem que o eletrodo trabalha satisfatoriamente.
! Tipo de revestimento e a corrente elétrica do eletrodo.

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Apesar de ter varias normas no mundo, a mais usada e reconhecida nos dias de
hoje é a americana “AWS” (Associação Americana de Soldagem). Vamos explicar o
principio da norma americana.
Na especificação AWS os eletrodos para aço ao carbono vem indicado por uma
letra e cinco ou quatro algarismos.

Exemplo: X XXXX ou X XXXXX

Letra 4 Digítos Letra 5 Digítos

A letra “E” significa Eletrodo para soldagem a arco elétrico

Os dígitos:

E - XX X X ou E - XXX X X

1e2 3 4 1, 2 e 3 4 5

O 1º e 2º algarismo em número de dois ou três indicam o limite de resistência à


tração mínima do metal de solda, em Ksi (um Ksi = 1000 psi ou 1000 Lb/pol²).

Ksi = Kilo per Square Inch


psi = Pound per Square Inch

Exemplo:
Eletrodo E 70XX E 60XX E 80XX E 110XX

70 Ksi ou 60 Ksi ou 80 Ksi ou 110 Ksi ou


70.000 Lb/pol² 60.000 Lb/pol² 80.000 Lb/pol² 110.000 Lb/pol²

O 3º número em uma seqüência de quatro dígitos indica as posições em que o


eletrodo pode ser empregado com resultados satisfatórios.
Sendo:
E XX1X todas
E XX2X horizontal e plana
E XX3X somente plana
E XX4X menos vertical ascendente

Exemplo:

E - XX X X

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O 4º algarismo indica o tipo de revestimento, a penetração da solda, tipo de
corrente e a polaridade.

Exemplo:

E - XX X X

Observação:

Este número pode variar de “0” a “8”.

Tabela:

4ºdigito 0 1 2 3 4 5 6 7 8

Tipo de CA CA CA CA CA CA CA
CC CC
corrente CC CC CC CC CC CC CC

Polaridade + + - +e- +e- + + - +

Penetração grande grande baixa baixa média média média grande média

E XX10 rutílico, oxidante


rutílico
celulósico silicato básico silicato básico
celulósico rutílico rutílico básico
Revestimento E XX20 e 20% silicato de Na com pó
com k com Na com K silicato
E Xx30 pó de Na e pó de de ferro
eK
Óxidante ferro ferro

11.2- Questões Sobre o Assunto:

01- Dê as características destes eletrodos de acordo com a norma AWS:

a)E 6013:

b)E 6011:

c)E 7018:

d)E 7020:

e)E 8018:

f) E 12018:

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12- TERMINOLOGIA DE SOLDAGEM

12.1- Nomenclatura da Solda:


a)Cordão de Solda:
Depósito resultante de um ou mais passe ou filete de solda.

1 Cordão 3 Cordões

1 Cordão
1 Cordão

b) Passe ou Filete de Solda:


Depósito de material obtido pela progressão sucessiva de uma poça de fusão.

Passe de solda ou filete


1 Cordão
3 passes ou filete 1 Cordão
7 passes ou filete

c)Camada de Solda:
Conjunto de passes depositados e situados aproximadamente num mesmo
plano.

4 Camadas

4
3
2
1

40
Esta peça tem:

Camadas
1
2
3
4
5
6
6 Camadas 2 Camadas
Camadas

12.2- Designação das Partes de uma Junta Chanfrada:

1 1 Ângulo do chanfro
2 Espessura do metal base ( peça )
3 Fresta ( abertura da raiz )
4 Face da raiz
5 5 Face do chanfro
6 Metal base ( peça )

2 6 4

12.3- Nomenclatura da Solda em Junta de Ângulo:

1 Garganta Teórica:
Dimensão de uma solda em ângulo que determina a distancia entre a face da
solda sem o reforço e a raiz da junta sem a penetração:

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A raiz da junta e a hipotenusa do maior triângulo retângulo inscrito na seção
transversal do cordão

2 Garganta Real: (tudo, incluindo penetração e reforço)


Dimensão de uma solda em ângulo que determina a distância entre a raiz da
solda até a face desta, inclusive o reforço

3 Garganta Efetiva: (inclui a penetração menos o reforço)


Dimensão de uma solda em ângulo que determina a distância entre a raiz da
junta até a face da solda sem o reforço.

2
4
5

1 1

42
4 Perna ou dimensão:
Distancia da raiz da junta à margem da solda em angulo.

5 Reforço da solda:
Metal de solda em excesso, além do necessário para preencher a junta;
excesso de material depositado nos últimos passes (ultima camada), podendo ser na
face da solda e/ou na raiz da solda.

12.4- Nomenclatura da Solda em Junta de Topo:

1- Garganta Teórica:
Dimensão de uma solda de topo que determina a distancia entre a espessura
do membro (espessura da chapa, sem contar com a penetração e reforço)

2- Garganta Real:
Dimensão de uma solda de topo que determina a distancia entre a penetração
da solda a face desta, inclusive o reforço

3- Garganta Efetiva:
Dimensão de uma solda de topo que determina a distancia entre a penetração
da solda até a face desta, menos qualquer reforço.

1- gar. teórica 2- gar. real


3- gar. efetiva

12.5- Principais termos técnicos usados em soldagem

Abertura da raiz (root opening):


Separação entre os membros (peças) a serem unidos na raiz da junta.

Alicate porta eletrodo (electrode holder):


Dispositivo usado para prender mecanicamente o eletrodo enquanto conduz
corrente através dele na soldagem.

Ângulo de trabalho (work angle):


Ângulo que o eletrodo ou tocha forma com relação à superfície do metal de
base num plano perpendicular ao eixo da solda.

Atmosfera protetora (protective atmosphere):


Envoltório de gás que circunda a parte a ser soldada, sendo o gás de

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composição controlado com relação à sua composição química, pressão, vazão, etc.

Atmosfera redutora (reducing atmosphere):


Atmosfera protetora quimicamente ativa que, a temperaturas elevadas, reduz
óxidos de metais ao seu estado metálico.

Calibre de solda (weld gage):


Dispositivo para verificar a forma e a dimensão de soldas (medidor de solda).

Camada (layer):
Conjunto de passes depositados e situados aproximadamente num mesmo
plano.

Camadas
1
2
3
4
5
6

Camadas

Certificado de qualificação de soldador (welder certification):


Documento escrito certificando que o soldador executa soldagens de acordo
com os padrões preestabelecidos.

Chanfro (groove):
Corte efetuado na ou nas bordas das chapas entre dois componentes, que
determina o espaço para conter a solda.

Chanfro em V Chanfro em K Chanfro em U

Chapa de teste (test plate):


Chapa soldada, com finalidade de executar ensaios mecânicos, químicos ou
metalográficos.

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Chapa ou tubo de teste (test cooupon):
Peça soldada para qualificação de procedimento de soldagem ou de
soldadores ou operadores de soldagem.

Cobre - junta (backing):


Material colocado na raiz da junta com a finalidade de suportar o metal fundido
durante a execução de soldagem.

Cobre-junta

Consumível (consumption):
Material empregado na deposição ou proteção da solda, tais como: eletrodo,
vareta, arame, anel consumível, gás e fluxo.

Eficiência da junta (joint efficiency):


Relação entre a resistência de uma junta e a resistência do metal de base.

Eletrodo de tungstênio (tungsten electrode):


Eletrodo metálico usado em soldagem TIG ou corte a arco elétrico (plasma),
feito principalmente de tungstênio.

Escamas de solda (striger bead, weld bead):


Aspecto da face da solda semelhante a escamas de peixe.

Face do chanfro (groove face):


Superfície de um membro que faz parte do chanfro.

Face da raiz (root face):


Parte da face do chanfro adjacente à raiz da junta.

Face da solda (face of weld):


Superfície exposta da solda, pelo lado por onde a solda foi executada.

Fluxo (flux):
Material usado para prevenir ou facilitar a remoção de óxidos de outras
substâncias superficiais indesejáveis.

Gás de proteção (shielding gas):


Gás utilizado para prevenir contaminação indesejada pela atmosfera.

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Gás inerte (inert gas):
Gás que normalmente não combina com o metal de base ou metal de adição.

Inspetor de soldagem (welding inspector):


Profissional qualificado, empregado pela executante dos serviços, para
exercer as atividades de controle de qualidade relativas à soldagem.

Junta de ângulo (corner joint):


Junta em que numa seção transversal, os componentes a soldar apresentam-
se sob forma de um ângulo.

De Ângulo

Junta dissimilar (dissimilar joint):


Junta soldada, cuja composição química do metal de base das peças difere
entre si significativamente.

Junta sobreposta (lap joint):


Junta formada por dois componentes a soldar, de tal forma que suas superfícies
sobrepõem-se.

Soberposta

Junta de topo (butt joint):


Junta entre dois membros alinhados aproximadamente no mesmo plano.

Junta de topo Junta de topo

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Margem da solda (toe of weld):
Junção entre a face da solda e o metal de base.

Martelamento (peening):
Trabalho mecânico, aplicado à zona fundida da solda por meio de impactos,
destinado a controlar deformações da junta soldada.

Metal de adição (filler metal):


Metal a ser adicionado na soldagem de uma junta.

Metal base (base metal):


Metal a ser soldado ou cortado (peça).

Perna da solda (leg of a fillet weld):


Distância da raiz da junta à margem da solda de ângulo.

Poça de fusão (molten weld pool):


Porção líquida de uma solda antes de solidificar-se.

Polaridade direta (straight polarity):


Tipo de ligação dos cabos para solda em com corrente contínua, quando o porta
eletrodo ou tocha é ligado no borne negativo da máquina, onde os elétrons
deslocam-se do eletrodo para a peça.

Polaridade inversa (inverse polarity):


Tipo de ligação dos cabos para soldagem com corrente contínua, quando o
porta eletrodo ou tocha é ligado no borne positivo da máquina, onde os elétrons
deslocam-se da peça para o eletrodo.

Polaridade inversa Polaridade direta

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Pós - aquecimento (postheating):
Aplicação de calor na junta soldada, imediatamente após a deposição da solda,
com finalidade principal de remover o hidrogênio difusível (para evitar trincas).

Pré - aquecimento (preheating):


Aplicação de calor no metal de base momentos antes da soldagem.

Procedimento de soldagem (welding procedure):


Documento emitido pela executante dos serviços, descrevendo todos os
parâmetros e as condições da operação de soldagem.

Qualificação de procedimento (procedure qualification):


Demonstração pela qual soldas executadas por um procedimento específico
podem atingir os requisitos pré estabelecidos.

Qualificação de soldador (welder performance qualification):


Demonstração da habilidade de um soldador em executar soldagens que
atendam padrões pré estabelecidos.

Reforço de solda (reinforcement of weld):


Metal de solda em excesso, além do necessário para preencher a junta;
excesso de metal depositado nos últimos passes ou última camada.

Reforço excessivo

Registro da qualificação de procedimento (procedure qualification record):


Documento emitido pela executante dos serviços, registrando os parâmetros
da operação de soldagem da chapa de teste e os resultados de ensaios ou exames
de qualificação.

Solda autógena (autogenous weld):


Solda de fusão sem participação de metal de adição.

Solda automática (automatic welding):


Soldagem com equipamento que executa toda a operação sob observação e
controle de um operador de soldagem.

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Solda descontínua (intermittent weld):
Solda na qual a continuidade é interrompida por espaçamentos sem solda.

Solda descontínua coincidente (chain intermittent fillet weld):


Solda em ângulo usada nas juntas de cordões intermitentes (trechos de
cordões igualmente espaçados) que coincidem entre si, de tal modo que a um trecho
de cordão sempre se opõem ao outro.

Vista de cima

Pespectiva

Solda descontínua intercalada (ou escalão):


Solda em ângulo, usada nas juntas em “T”, composta de cordões intermitentes
que se alternam entre si, de tal modo que um trecho do cordão se opõem a uma parte
não soldada.

Vista de cima

Pespectiva

Solda de selagem (seal weld):


Qualquer solda estabelecida com a finalidade principal de impedir ou diminuir
vazamentos.

Solda em cadeia (chain intermittent fillet weld):


Soldas em ângulo usada nas juntas de cordões intermitentes (trechos de
cordões igualmente espaçados) que coincidem entre si, de tal modo que a um trecho
de cordão sempre se opõe a outro.

Soldador (welder):
Profissional capacitado a executar soldagem manual e/ou semi-automática.

Soldagem manual (manual welding):


Processo de soldagem no qual toda a operação é executada e controlada
manualmente.

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Soldagem com passe à ré (backstep sequence):
Soldagem na qual trechos do cordão de solda são executados em sentido
oposto ao da progressão, de forma que cada trecho termine no início do anterior,
formando ao todo, um único cordão.

Soldagem semi-automática (semi automatic arc welding):


Soldagem a arco elétrico com equipamento que controla somente o avanço do
metal de adição (arame). O avanço da soldagem e os movimentos laterais são
controlados manualmente.

Taxa de deposição (deposition rate):


Peso do material depositado por unidade de tempo.

Técnica de soldagem (welding technique):


Detalhes de um procedimento de soldagem que são controlados pelo soldador
ou operador de soldagem.

Temperatura de interpasse (interpass temperature):


Em soldagem multi-passe, temperatura (mínima ou máxima como
especificado) do metal de solda depositado antes do passe seguinte ter começado.

Tensão residual (residual stress):


Tensão remanescente numa estrutura ou membro como resultado de
tratamento térmico ou mecânico, ou de ambos os tratamentos. A origem da tensão
na soldagem deve-se principalmente à contração do material fundido ao resfriar-se a
partir da linha sólida até a temperatura.

Tensões térmicas (thermal stresses):


Tensões no metal resultante de distribuição não uniforme de temperatura.

Vareta de solda (welding rod):


Tipo de metal de adição utilizado para soldagem TIG ou oxiacetilênica, o qual
não conduz corrente elétrica durante o processo.

Zona afetada termicamente (heat-affected zone):


Porção do metal de base que não foi fundido, mas cujas propriedades
mecânicas ou micro estrutura foi alterada pelo calor da soldagem ou corte.

Zona de fusão (fusion zone):


Área do metal de base fundida, determinada na seção transversal da solda.

Zona fundida
Região da junta soldada que esteve momentaneamente no estado líquido e
cuja solidificação resultou da cessação ou afastamento da fonte de calor. Pode
ser obtida em um ou vários passes.

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Zona de ligação:
Região da junta soldada que envolve a zona fundida. É a região que durante
a soldagem foi aquecida entre as linhas líquida e sólida. Para os metais puros se
reduz a uma superfície.

12.6- Designação abreviada dos processos de soldagem segundo norma


AWS A 3.0-89:

Designação Processo de soldagem em inglês Processo de soldagem em português


SMAW Shielded Metal Arc Welding Soldagem com eletrodo revestido
GMAW Gas Metal Arc Welding Soldagem MIG/MAG
OAW Oxyacetylene Welding Soldagem acetilênica
GTAW Gas Tungsten Arc Welding Soldagem TIG
SAW Submerged Arc Welding Soldagem a arco submerso
RW Resistance Welding Soldagem por resistência elétrica
PAW Plasma Arc Welding Soldagem a plasma
FCAW Fluxcored Arc Welding Soldagem com arame tubular
ESW Electroslag Welding Soldagem por eletrodo escória
EGW Electrogas Welding Soldagem eletro gás

13- SEGURANÇA NA SOLDAGEM

13.1- As Medidas Gerais Contra Incêndio ou Explosão são:

! Ter ao alcance fácil, material para extinção do incêndio;


! Verificar se foram removidos da vizinhança os materiais inflamáveis, como por
exemplo, tinta, gasolina, óleo, serragem, estopa, papel, etc.;
! A distancia mínima recomendável é de 10 metros. Caso não houver possibilidade
de manter essa distancia, convém colocar separadores (biombo) ou chapa metálica;
! Em caso de trabalho no assoalho de madeira ou perto de paredes de madeira,
estes devem ser protegidos com compensado naval ou chapas metálicas;
! Os reservatórios que contiverem combustível ou lubrificantes e precisarem ser
soldados ou cortados à chama, devem ser muito bem lavados e enchidos com água;
! Os reservatórios (tanque) de combustível dos veículos ou máquinas a serem
soldados devem ser removidos e lavados com água quente, após essa lavagem,
soldar com o tanque se possível cheio de água, para formar o menor espaço possível
de alojamento de gases;
! A roupa pessoal deve ser livre de graxa. Não devem ser usados camisas, meias,
etc., de material sintético;
! Após terminar a soldagem ou corte, examinar a área de serviço antes de afastar-
se, pois pode ter deixado algum vestígio de fogo.

13.2- Choque elétrico:

Para prevenir dos choques elétricos, o soldador não deve formar um condutor
entre os pólos de eletricidade, como exemplo: pisar sobre uma ponte rolante ao
soldar uma viga do telhado ou pisar na terra ao soldar uma plataforma de laminação.
Aqui, existe sempre uma possibilidade de uma passagem de grandes descargas

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elétricas.
Pelas mesmas razões, o soldador nunca deve trabalhar numa poça d'água ou
num chão excessivamente úmido, trocar eletrodo com a mão sem luvas, deslocar
uma máquina de soldagem ligada, etc. O cabo obra da instalação deve ser ligado na
carcaça da maquina.
Na saída da corrente da máquina, segundo norma, a máxima voltagem que
atinge nos terminais é de 80 volts, dependendo do estado do corpo, pode ser
perigosa. Na troca de polaridade (cabos) desligue a máquina antes.

13.3- Queimaduras:

As queimaduras são prevenidas com o uso de uma roupa adequada,


recomendando-se luvas com manga ¾ de raspa de couro com espessura de 1,5mm,
sem reforços nos dedos, um avental sem costura, de raspa de couro de 2mm e
perneira (polaina).
As calças não devem ter dobras (bainhas) e nunca enfiadas em botas. O
macacão deve ser abotoado até o pescoço. Não deve haver bolsos. Para soldagem
com pré-aquecimento (dar calor antes da soldagem) é usado roupa especial
protetora.

13.4- As Causas da Radiação:

O arco elétrico resultante de uma soldagem, é uma fonte de elevadas


temperaturas, com produção de luz viva.
Dois são os tipos de raios nocivos emitidos pelo arco elétrico:

Raios Ultravioletas e Raios Infravermelhos ou Caloríficos

Ambos produzem grandes danos à vista e a pele, se esta não for devidamente
protegida.

a) Raios ultravioletas:
São quimicamente ativos e podem ocasionar acidentes oculares, podem
produzir cegueira momentânea, e principalmente conjuntivite.

b) Raios infravermelhos:
Secam completamente certas células líquidas do globo ocular, causando
complicações no cristalino, levando a longo prazo a uma catarata profissional.
Na pele, o efeito causado é idêntico ao ocasionado pelos raios solares.
Geralmente, uma exposição, mesmo sendo rápida a estes raios, pode
provocar uma conjuntivite, que se manifesta algumas horas após a exposição.
Partes da pele diretamente exposta a tais radiações queimam-se rapidamente,
o que exige maiores preocupações.
Estas radiações tem a capacidade de decompor solventes, liberando gases
tóxicos, portanto, em ambientes confinados, deve-se ter cuidado para que não haja
solventes nas imediações.

52
13.5- Danos nos olhos:
Lentes protetoras, cinza ou verde, de várias tonalidades, são usadas para
prevenir danos aos olhos (ver tabela).

13.6- Equipamento de proteção individual (EPI):


Os equipamentos de proteção individual, são projetados com a finalidade de
proteger os soldadores de danos e lesões que possam ocorrer devido às condições
inerentes de operação de corte e soldagem.

13.7- Máscara do soldador:


As máscaras são utilizadas para cobrir toda a face, e podem ser do tipo
capacete, fixadas à cabeça (deixa as duas mãos do soldador livre) e do tipo escudo,
provido de cabo, para serem seguradas com a mão. Elas servem para proteger o
rosto e parte do pescoço das queimaduras devido à radiação ou respingos de metal
líquido proveniente da soldagem.

a) Área Protegida pela Máscara:


As máscaras com filtro de luz, protegem a face, testa, pescoço e olhos contra as
radiações de energia emitidas diretamente pelo arco e contra respingos
provenientes da soldagem.

b) Tipos de Máscaras:

Tipo capacete
Tipo capacete
Tipo escudo c/ visor articulado

A grande vantagem da máscara tipo capacete é a de deixar o soldador com as


mãos livres.
c)Janela para o Filtro de Luz e Lente Protetora dos Respingos:
Na altura dos olhos do soldador, as máscaras têm uma abertura ou janela,
através da qual o soldador observa o arco. Essas janelas são adequadas para a
fixação dos filtros de luz e lentes protetoras dos respingos, lançadas durante a
soldagem, são projetados de modo a ser fácil a remoção e substituição desses
elementos.

53
d) Montagem dos Vidros na Máscara:

1
Vidro incolor
1 2 3 Proteção do vidro filtro
dos respingo da solda.

3
Vidro
incolor
2
Vidro filtro (escuro)
Tipo capacete Proteção (fechar antes de abrir o arco.)
c/ visor articulado dos olhos quando
limpa a escória

e) Material Utilizado na Fabricação das Máscaras:


As máscaras são fabricadas com materiais resistentes, leves, isolantes
térmico e elétrico, não combustíveis e opacos.
Exemplo: fibra de vidro, fibra prensada, celerom, etc.
f) Filtros de Luz:
Os vidros filtros têm a função de absorver os raios infravermelhos e
ultravioletas, protegendo os olhos de lesões que poderiam ser ocasionadas por estes
raios. A redução da ação nociva das radiações, também diminui a intensidade da luz,
o que faz com que o soldador não canse demasiadamente os seus olhos durante o
trabalho.

Raios luminosos visíveis


de intensidade reduzida,
sem distorção
Raios ultravioletas
Raios infravermelhos, invisíveis e perigosos.
não perigosos.

Filtros de luz

Os vidros filtros são marcados pelo fabricante, por meio de números,


observando o grau de absorção dos raios.
Para soldagem e corte pelo processo oxiacetilênico as numerações são: 3, 4, 5 e
6, sendo que os números 3 e 4 para soldagem leve, 5 e 6 para soldagem média e 7 e 8
para soldagem pesada.
Para soldagem a arco elétrico as numerações são: 8, 10, 11, 12, 13 e 14, a sua
seleção se faz de acordo com o processo de soldagem e a intensidade da corrente
em uso. (ver tabela)

54
Tabela de filtros para soldagem pelo processo a arco elétrico

Filtro número Corrente de Soldagem (ampéres)


8 30 até 75
10 75 até 200
12 200 até 400
14 acima de 400

13.8- Óculos de Proteção:


Os óculos são também indispensáveis ao equipamento do soldador (salvo
quando ele faz parte integrante da máscara, tipo visor articulado).
Durante a soldagem, são poucos os acidentes que ocorrem por causa dos
respingos, mas após a soldagem, durante a limpeza das zonas soldadas, fragmentos
de escória podem atingir os olhos, inflamando-os.
Todos aqueles que trabalham próximos aos locais em que se esteja realizando
os serviços, como aprendizes, montadores, mecânicos, mestres, inspetores, devem
se proteger a fim de proporcionar segurança contra os danos causados pelas
radiações e por objetos projetados por operações de corte ou soldagem.

13.9- Ventilação (nas Máscaras e Óculos):


A parte de trás das máscaras é aberta, isso provoca uma ventilação suficiente.
Já os óculos devem ter condições de assegurar um ventilação perfeita, a fim de se
evitar o embaçamento dos filtros de luz, mas de modo também a não permitir a
passagem lateral de raios de luz ou projeções contra os olhos.

13.10- Higiene e Preservação das Máscaras e Óculos:


Devem ter uma boa manutenção e não devem ser transferidos de um soldador
para outro, sem que antes seja efetuada a devida desinfecção destes equipamentos.

13.11- Proteção para a Pele;


Se a soldagem for efetuada com protetores imperfeitos ou vestimenta
inadequada, os respingos e as radiações do arco, poderão causar queimaduras.

13.12- Luvas Protetoras:


Todos os soldadores devem usar luvas em bom estado nas duas mãos. As
luvas protegem as mãos contra queimaduras, principalmente aquelas resultantes de
radiações emitidas pelo arco elétrico, e também evitam choques elétricos na troca de
eletrodo ou quando em contatos eventuais com uma peça quente.
São feitas de couro ou raspa de couro, com 1,5mm de espessura e manga ¾.

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Tipos de luvas de proteção:

Tipo Material Utilização


1º Palma e costa da mão: Couro Para soldagem a arco
Punho: Raspa de couro em geral,
ER, MIG/MAG
2º Palma e costa da mão: Raspa de couro Para soldagem e corte
Punho: Raspa de couro a gás
Especial Palma e costa da mão: Pelica Para soldagem pelo
Punho: Couro ou raspa de couro processo TIG

Observação:

Quando a transpiração for intensa, o uso de luvas de algodão por baixo das de
couro é bastante eficaz na prevenção de choques elétricos.

13.13- Mangas ou Mangote:


São feitas de raspa de couro para proteger o braço do soldador.

13.14- Aventais e Perneiras (Polaina)


O avental serve para proteger o corpo do soldador desde a região peitoral até o
fêmur, e é desejável que ele seja de raspa de couro de 2mm de espessura, assim
como as perneiras.
Se as perneiras não forem usadas, os pés ficam sem proteção aos respingos, que
podem penetrar pela parte superior dos sapatos e queimar os pés.

Observação:
Existe aventais conjugados com o mangote (tipo barbeiro) que além de ser mais
confortável, protege também o ombro e parte da costa do soldador.

13.15- Proteção para a Cabeça (Gorro ou Boné):


Durante as operações de soldagem ou corte, os respingos e radiações podem
atingir a cabeça do soldador, esta deve ser protegida por gorro ou boné, feitos de
material de difícil combustão.

13.16- Sapatos de Segurança:


Estes devem ser usados em todas as situações, não apenas para prevenir
queimaduras, mas também evitar o perigo de quedas de ferramentas e acidentes
causados por choques elétricos.

13.17- Posicionamento dos Equipamentos:


Todas as máquinas de soldagem, cabos e outros equipamentos, devem ser
posicionados de tal forma que os caminhos, corredores e escadas fiquem livres e
desimpedido, a fim de permitir o livre acesso em caso de emergência.

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13.18- Anteparos (Biombos):
Com o intuito de proteger os demais trabalhadores que executam serviço numa
mesma área, em locais próximos aos da operação de soldagem ou corte, deve-se
isolar esses locais com a disposição de anteparos de madeira ou lonas, em forma de
biombos (cabines).
As paredes dos anteparos devem ser pintadas com tinta fosca, a fim de não
refletir os raios provenientes de soldagem.

13.19- Quanto ao Local de Soldagem:


Devem ser tomados medidas de precaução nas operações e também na
preparação de locais de soldagem e corte, afim de proporcionar segurança em todo o
processo, tanto para soldadores como para pessoas que trabalhem ao seu redor,
evitando-se acidentes pessoais e não comprometendo os trabalhos.
Existem maneiras adequadas de preparação para cada tipo de local de
trabalho. É evidente que em áreas confinadas, como vasos e tanque, ou em áreas
maiores como fábricas e estaleiros, os cuidados a serem tomados na preparação são
maiores do que em locais ao ar livre, como por exemplo oleodutos e gasodutos.
Devem ser sempre levados em considerações os tipos de materiais a serem
soldados e os processos de soldagem utilizados.

13.20- Soldagem em Lugares Elevados:


Quando a soldagem é executada em lugares elevados, uma queda acidental
pode resultar em morte ou em graves danos físicos, de forma que estas precauções
devem ser estritamente observadas pelo trabalhador:
! Usar sempre o cinto de segurança;
! Usar capacete de produção, ao menos para proteger a cabeça por ocasião da
queda de alguma peça ou fragmento estranho;
! Confirmar a segurança de escadas e andaimes;
! Amarrar objetos e ferramentas ou colocá-los em local que dificulte a queda;
! Não exceder a capacidade de carga dos andaimes.

13.21- Primeiros Socorros:


Os primeiros socorros devem ser prestados por pessoal treinado. O acidentado
deve ser encaminhado a um médico, o mais depressa possível, depois dos socorros
de emergência, como indicado a seguir:

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13.22 Socorros de Emergência:
Em caso de queimadura, não se deve tocar no lugar queimado nem furar as
bolhas, mas para evitar contaminação, proteger os ferimentos com materiais
esterilizados;
Em caso de intoxicação, deve-se assegurar uma boa ventilação e,
eventualmente, respiração artificial;
Em caso de conjuntivite, sensação de areia ou dor nos olhos, pode ser aplicado
um colírio, por exemplo, a base de água de rosas;
Em caso de penetração de um corpo estranho no olho, cobri-lo com gaze, sem
pressão e encaminhar o acidentado ao oftalmologista;
Em caso de choque, pode ser aplicada a respiração artificial.

13.23- Questões Sobre Segurança na Soldagem:

01 -O que visam as medidas de segurança na soldagem?


( ) a) A obrigatoriedade de usar uniforme contra fogo;
( ) b) Prevenir danos pessoais ao soldador e às pessoas na vizinhança;
( ) c) Ter ao alcance água para apagar o fogo;
( ) d) Nenhuma das anteriores.

02 -Qual é o procedimento que se deve adotar na soldagem de reservatórios que


contiveram combustível ou lubrificante?
( ) a) Não é possível executar a solda;
( ) b) Só soldar com a presença do bombeiro;
( ) c) Eles devem ser bem lavados e se possível enchê-los d'água;
( ) d) Só soldar com a permissão do chefe.

03 -O que o soldador deve fazer após o término de uma soldagem, antes de


afastar-se do local de trabalho?
( ) a) Despedir-se dos amigos;
( ) b) Controlar o horário de saída;
( ) c) Guardar todos os equipamentos usados para fazer tal soldagem;
( ) d) Examinar a área de serviço, descartando qualquer vestígio de fogo.

04 -Quais são os raios nocivos emitidos pelo arco elétrico?


( ) a) Raio X e raio gama;
( ) b) Ultravioleta e raio x;
( ) c) Infravermelho e raio gama;
( ) d) Ultravioleta e infravermelho.

05 -Quais as cores mais recomendadas para os vidros filtros de luz?


( ) a) Cinza e verde;
( ) b) Azul e preto;
( ) c) Marrom e azul;
( ) d) Violeta e verde.

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06 -Qual o número do vidro filtro recomendado para soldar com 150 ampéres?
( ) a) 8;
( ) b) 10;
( ) c) 12;
( ) d) 14.

07 -Qual a atitude a ser tomada quando se empresta máscara ou óculos de uma


outra pessoa em relação à higiene?
( ) a) Devolver o mais rápido possível;
( ) b) Desinfetar antes de usar;
( ) c) Não se deve pedir emprestado equipamento de segurança;
( ) d) Usar e depois lavar.

08 -De que material são feitas as luvas de proteção do soldador?


( ) a) Algodão com náilon;
( ) b) Tecido na parte interna e externa de borracha;
( ) c) Couro ou raspa de couro;
( ) d) Borracha sintética.

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BIBLIOGRAFIA

Referências bibliográficas para revisão:

! FBTS (Fundação Brasileira de Tecnologia de Soldagem) Departamento de


cursos para inspetor de soldagem;

! ASME Edição 1998 série IX;

! Coleção tecnologia SENAI Soldagem.

Autor:
Pezato, Pedro E.

Revisão:
Silva, Henrique A. I. da
Paes, Nelson Junior
Xavier, Rufino S.
Coelho, Amair
Silva, Carlos A.F. da
Silva, Cícero Newton Barcelos da

Coordenação:
Ortiz, Antonio José da Silva

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