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REPÚBLICA FEDERATIV~Z:~

CÂMARA DOS DEPUTADOS
(DO PODER EXECUTIVO)
MENSAGEM NQ 313/8 3

ASSUNTO; PROTOCOL

Di õe sobre o fun~rn o namento do 'zado Especial de Pe

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A O A R QU I V O em 25 de AGOSTO de 19 83
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DISTRIBUiÇÃO

Ao Sr. , em ___19

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O Presidente da Comissão de
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O Presidente da Comissão de

GER 2.04
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SINOPSE

de _________________________________________de 19______

Discussão inicial __________________________________________________________________~~~----~

'"", ,,' ússão final ________________________________________________________________________________

Re dação final ____________________________________________________________________________

Remessa ao Senado _____________________________________________________________________________

Emendas do Senado aprovadas em. _____ de ___ _ _ _ _ _ _ _ _ __ _ _ _ _ _ __ _ _ de 19._ _ __

Sancionado em de.__________________________________________________________~ww

Promulgada em, ______ de·______________________________________________ de 19_ _


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Vetado em. ____ de.__________________________________ de 19_____

Publicado no "Diário Oficial" de_____ de.____________________________de 19_____

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CÂMARA DOS DEPUTADO S


(DO PODER EXECUTIVO)

Dispõe sobre a criação e o funcionamento do Juizado Especial de Pe-


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quenas causas.

LU DESPACHO: À Comissão de Constituição e Justiça.


C A O A R QUI V O EM 25 DE AGOSTO DE 1983
• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • __ • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • ________________ • __ . _ . • • • _ ••••••• ___________ 0 • • __ - " •• _._ •• __ 0 ' . _ • • • • • • • • • • • __ • • • __ • • • • • • • • _____ • ___ . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . ..

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PROJETO DE LEI

Dispõe sobre a criação e o funcio


namento do Juizado Especial de Pe
quenas Causas.
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O CONGRESSO NACIONAL decreta:

I
DISPOSIÇÕES GERAIS

,
Art. 19 Os Juizados Especiais de Pequenas Causas, o-r '!..
gãos da Justiça ordinária, poderão ser criados nos Estados, no
Distrito Federal e nos Territórios, para processo e ' julgamento, por
opção do autor, das causas de reduz i do valor econõmico.

Art. 29 O processo, perante o Juizado Especial de Pe que


nas Causas, orientar-se-á pelos critérios da oralidade, simplicida
de, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sem
pre que possível a conciliação das partes.

Art. 39 Consideram-se causas de reduzido valor econõmi


co as que versem sobre direitos patrimoniais e decorram d e pedido
que, à data do ajuizamento, não exceda a 20 (vinte) vezes o maior
salário mínimo vigente no País e tenha por objeto:

I a condenação em dinheiro;
II a condenação à entrega de coisa certa móvel ou ao
cumprimento de obrigação de fazer, a cargo de fabri
cante ou fornecedor de bens e serviços para consu
mo;
III - a desconstituição e a declaração de nulidade de
contrato relativo a coisas móveis e semoventes.
§ 19 Esta Lei nao se aplica às causas de natureza ali
mentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, nem
às relativas a acidentes do trabalho, a resíduos e ao estado e capa
cidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.

§ 29 A opção pelo procedimento previsto nesta lei impor


tará em renúncia ao crédito excedente ao limite estabelecido neste
artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

II
DO JUIZ, DOS CONCILIADORES E DOS ÁRBITROS

Art. 49 O juiz dirigirá o processo com ampla liberdade


para determinar as provas a serem produzidas, para apreciá-las e
para dar especial valo'r às regras de experiência comum ou técnica.

Art. 59 O juiz adotará em cada caso a decisão que ~epu· i

tar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e as


exigências do bem comum.

Art. 69 Os conciliadores são auxiliares da Justiç a para


os fins do artigo 22, recrutados preferentemente dentre bacharéis
em Direito, na forma da lei local.

Art. 79 Os árbitros serão escolhidos d ent re advogados


indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil e aprovados pelo Conse
lho Superior da Magistratura, na forma da lei local, ouvido o Minis
tério Público.

III
DAS PARTES

Art. 89 Não poderão ser partes no processo instituído


nesta lei o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de direito públi
co, as empresas públicas da União, a massa falida e o insolvente
civil.
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§ 19 Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas


a propor ação perante o Juizado Especial de Pequenas Causas, excluí
dos os cessionários de direito de pessoas jurídicas.

§ 29 o maior de 18 (dezoito) anos poderá ser autor, in


dependentemente de assistência, inclusive para fins de conciliação.

-Art. 99 As partes comparecerao sempre pessoal me nte , po


dendo ser assistidas por advogado.

§ 19 Se uma das partes comparecer assistida por advoga


do, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, terá a ou
tra, se quiser, assistência judiciár i a prestada por órgão i nstituí
do junto ao Juizado Especial de Pequenas Causas, n a forma da lei
local.

§ 29 Se a causa apresentar questões complexas, o


,
alertará as partes da conveniência do patrocínio por advo gado.

§ 39 o mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo


quanto aos poderes especiais.

§ 49 O réu, sendo pessoa jurídica ou titular d e firma


individual, poderá ser representado por preposto credenci ado .

Art. 10 Não se admitirá, no processo, q ualquer forma


de intervenção de terceiro. Admitir-se-á o litisconsórcio.

Art. 11 O Ministério Público intervirá nos cas os pre v is


tos em lei.

IV
DA COHPET ~ NCIA

Art. 12 ~ competente para as causas previstas n e sta lei


o Juizado do foro~

I do domicílio do réu ou, a critério do autor, do lo


cal onde aquele exerça atividades profissionais ou


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econômicas ou mantenha estabelecimento, filiaL àgên:
cia, sucursal ou escritório;
11 do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
111 do domicílio do autor ou do local do ato ou fato,
nas açoes para reparaçao de dano de qualquer natu
reza.

Parágrafo Único. Em qualquer hipótese, poderá a açao


ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.

V
DOS ATOS PROCESSUAIS
I Art. 13 Os atos processuais serão públicos e po derão rea
lizar-se em horário noturno, conforme dispuserem as normas de orga
nização judiciária.

Art. 14 Os atos process~ais serão válidos sempre que


preencherem as finalidades para as quais forem reallzados, atendi
dos os critérios indicados no artigo 29.

§ 19 Não se pronunciará qualquer nulidade sem que tenha


havido prejuízo.

§ 29 A prática de atos processuais em outras comarcas


poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação .

§ 39 Serão objeto de registro escrito exclusiva me nte


os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de
instrução e julgamento poderão ser gravados em fita magnética ou
equivalente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da
decisâo.

§ 49 As normas locais disporâo sobre a conservação das


peças do processo e demais documentos que o instruem.
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VI
DO PEDIDO

Art. 15 O processo instaurar-se-á com a apresentação do


pedido, escrito ou verbal, ã Secretaria do Juizado.

§ 19 Do pedido constarão, de forma simples e em lingua


gem acessível:

I o nome, a qualificação e o endereço das parte s;


II - os fatos e fundamentos, em forma sucinta;
III o objeto e seu valor.

§ 29 É lícito formular pedido genérico q uando não for


possível determinar, desde logo, a extensão da obri gação.

§ 39 O pedido verbal será reduzido a escrito p e l a Se cre


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taria do - Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas o u for
mulários impressos.

Art. 16 Os pedidos mencionados no artigo 39 poderão ser


alternativos ou cumulados; nesta última hipótese, d e sde que cone
xos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositi vo.

Art. 17 Registrado o pedido, independe ntement e de dis


tribuição e autuação, a Secretaria do Juizado desig n ará a sessão de
conciliação, a realizar-se dentro de 10 (dez) dias.

Art. 18 Comparecendo in i cialmente ambas as part e s, ins


taurar-se-á, desde logo, a sessão de conciliação, dispensado s o
registro prévio do pedido e a citação.

Parágrafo Único. Havendo pedidos contr a postos, poderá


ser dispensada a contestação formal e ambos serão apreciado~ na
mesma sentença.

VII
DAS CITAÇOES E INTlMAÇOES

Art. 19 A citação far-se-á por correspondência com avi


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so de recebimento em maos próprias ou, tratando-se de pessoa ]Url


dica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recep-
çao, que será obrigatoriamente identificado, ou ainda, sendo neces
sário, por oficial de justiça, independentemente de mandado ou car
ta precatória.

§ 19 A citação conterá cópia do pedido i nicial, dia e


hora para comparecimento do citando e advertência de que, não compa
recendo, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais e sera-
proferido julgamento de plano.

§ 29 Não se fará citação por edital.

• § 39
lidade da citação.
O comparecimento espontâneo suprirá a falt a ou nu

Art. 20 As intimaçõe s serao feitas na f orma p re v isté!,


para a citação, ou por qualque r outr o meio idõneo de comunica ção . ;

§ 19 Dos atos praticados na audiênci a considerar- se -ão


desde logo cientes as partes.

§ 29 As partes comun i carão ao juízo as mudanças de en


dereço ocorridas no curso do processo, reputando-s e eficaz es as in
timações enviadas ao local anteriormente indicado, na ausên c i a da
4t comunicação.

VIII
DA REVELIA

Art. 21 Não comparecendo o demandado à sessão d e conci


liação ou à audiência de instrução e julgamento, r e putar-s e -ão ver
dadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrário
resultar da convicção do juiz.

IX
DA CONCILIAÇÃO E DO Juízo ARBITRAL

Art. 22 Aberta a sessão, o juiz esclarecerã as partes


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presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os ris


cos e as conseqüências do litígio, especialmente quanto ao disposto
no art. 39, § 29.

Art. 23 A conciliação sera conduzida pelo juiz ou por


conciliador sob sua orientação.

Parágrafo Único. Obtida a conciliação, será reduzida a


escrito e -homologada pelo juiz mediante sentença com eficácia de
título executivo.

Art. 24 Não comparecendo o demandado, o juiz proferirá


sentença.

Art . 25 Não obtida a conciliação, as partes poderão


optar, de comum acordo, pelo juizo arbitral, na forma prevista nesta
lei.

,Parágrafo Único. O juizo arbitral considerar-s e -á ins


-
taurado, independentemente de termo de compromisso, com a escolha
do árbitro pelas partes, dentre aqueles que estiverem presentes à
-
sessao.

Ar t. 26 O árbitro conduzirá o processo segundo as neces


sidades da instrução, sem sujeição ao critério da legalidade es tri
4t ta e estando autorizado a julgar por eqüidade.
'----

Art. 27 Ao término da instrução,ou nos 5 (cinco) dias


subseqüentes, o árbitro apresentará o laudo ao juiz para homologa
ção por sentença irrecorrível.

X
DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO

Art. 28 Não instituído o juízo arbitral, proceder-se-á


imediatamente à audiência de instrução e julgamento, desde que nao
resulte prejuízo para a defesa.

Parágrafo Único. Não sendo possível a real~zação imedia


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ta, será a audiência designada para um dos dez dias subseqüentes,


cientes desde logo as partes e testemunhas eventualmente presentes.

Art. 29 Na audiência de i nstrução e julgamento serão ou


vidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a senten
ça.

§ 19 Serão decididos de plano todos os incidentes que


possam interferir no regular prosseguimento da audiência. As demais
questões serão decididas na sentença.

§ 29 Sobre os documentos apresentados por uma das par


tes, manifestar-se-á imediatamente a par te contrária, sem int e rruE
. ção da audiência.

Art. 30 O 'disposto neste capítulo aplica-se tamb ém quan


do o credor estiver munido de título executivo extrajudicial.

§ 19 Obtida a conciliação entre as partes, será profe


rida a sentença homologatória prevista no art. 23, parágrafo único.

§ 29 Não comparecendo o devedor, será proferida s e nten


ça prevista no art. 24.

§ 39 A sentença valerá como título executivo judicia l.

XI
DA RESPOSTA DO RÉU

Art. 31 A contestação, que será verbal ou escrita, con


terá toda a matéria de defesa, exceto argüição de suspeição ou ~m

pedimento do juiz, que se processará na forma da l e gislação em vi


goro

Art. 32 Não se admitirá a reconvençao. É lícito ao réu,


na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art.
39, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da
controvérsia .

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Parágrafo Único. o autor poderá responder ao


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réu na própria audiência ou requerer a designação de nova data, que
será desde logo fixada, cientes todos os presentes.

XII
DAS PROVAS

Art. 33 Todos os meios de prova moralmente legítimos,


ainda que não especificados em lei, são hábeis para provar a vera
cidade dos fatos alegados pelas partes.

Art. 34 Todas as provas serão produzidas na audiência


tt de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente, po
dendo o juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, im
pertinentes ou protelatórias.

Art. 35 As testemunhas, até o máximo de três para cada


'-
parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento esponta '
neamente ou, se assim for requerido, mediante intimação.

§ 19 O requerimento para intimação das testemunhas será


apresentado à Secretaria no mínimo 5 (cinco) dias antes da audiên
cia de instrução e julgamento.

§ 29 Não comparecendo a testemunha int i mada, o juiz po


derá determinar sua imediata condução, valendo-se, se necessário,
do concurso de força pública.

Art. 36 Quando a prova do fato exigir, o juiz poderá


inquirir técnicos de sua confiança, permitida às partes a apresen
tação de parecer técnico.

Parágrafo Único. No curso da audiência, poderá o juiz,


de ofício ou a requerimento das partes, realizar inspeção em · pes
soas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança,
que lhe relatará informalmente o verificado.

Art. 37 A prova oral não será reduzida a escrito, deven


do a sentença referir, no essencia l , os informes trazidos nos de
poimentos.

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10

XIII
DA SENTENÇA

Art. 3, 8 A sentença mencionará os elementos de convicção


do juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiên
cia, dispensado o relatório.

Parágrafo Único. Não se admitirá sentença condenatória


por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido.

Art. 39 É ineficaz a sentença condenatória na parte que


exceder a alçada estabelecida nesta lei.

Art. 40 A execuçao da sentença sera processada no juízo


ordinário competente.

XIV
DOS EMBARGOS INFRINGENTES

Art. 41 Da sentença, excetuada a homologatória de con


ciliação ou laudo arbitral, caberão embargos infringentes para o
próprio Juizado.

§ 19 Os embargos infringentes serão julgados por turma


composta de 3 (três) juízes, em exercício no primeiro grau de juris
dição, reunidos na sede do Juizado.

§ 29 Nos embargos infringentes as partes serão obriga


toriamente representadas por advogado.

Art. 42 Os embargos infringentes serão opostos no prazo


de 10 (dez) dias, contados da ciência da sentença, por petição es
crita, da qual constarão as razões e o pedido do embargante .

§ 19 O preparo será feito, independent e mente de intima


çao, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes à interposição, sob
pena de deserção.
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§ 29 Após O preparo, a Secretaria intimará o embargado


para oferecer resposta escrita no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 43 Os embargos infringentes terão somente efeito


devolutivo, podendo o juiz dar-lhes efeito suspensivo, para evitar
dano irreparável para a parte.

Art. 44 As partes poderão requerer a transcrição da gra


vaçao da fita magnética a que alude o § 39 do artigo 13, correndo
por conta da requerente as despesas respectivas.

Art 45 As partes serao intimadas da data da sessao


de julgamento.

• Art. 46 Se a sentença for confirmada pelos próprios fun


damentos, a súmula do julgamento servirá de acórdão.

.~

xv
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇÃO

Art. 47 Caberão embargos de declaração quando, na sen


tença ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou dúvi
da.

Parágrafo Único. Os erros materiais podem ser corrigi


dos de ofício.

Art. 48 Os embargos de declaração serão opostos por


escrito ou oralmente, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da ciên
cia da decisão.

Art. 49 Quando opostos contra sentença, os embargos de


declaração suspenderão o prazo para os embargos infringentes.
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DA EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO

Art. 50 Extingue-se o processo, além dos casos previs


tos em lei:

I quando o autor deixar de comparecer a qualquer das


audiências do processo;
11 quando inadmissível o procedimento instituído por
esta lei ou seu prosseguimento após a conciliação;
111 quando for reconhecida a incompetência territorial;
IV quando sobrevier qualquer dos impedimentos previ~

tos no art. 89;


V quando, falecido o autor, a habilitação depender de
sentença ou não se der no prazo de 30 (trinta) dia~

VI - o autor nao
quando, falecido o reu, - promover a ci
tação dos sucessores em trinta dias da ciência do
f a t o . . .

Parágrafo Único. A extinção do processo independerá, em .


qualquer hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.

XVII
DAS DESPESAS

Art. 51 O acesso ao Juizado de Pequenas Causas indepen


derá do pagamento de custas, taxas ou despesas em primeiro grau de
jurisdição.

Art. 52 O preparo dos embargos infringentes, na forma


do art. 42, § 19, compreenderá todas as despesas processuais, inclu
sive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada
a hipótese de assistência judiciária gratuita.

Art. 53 A sentença de primeiro grau não condenará o


vencido em custas e honorários do advogado do vencedor, ressalvados
os casos de litigância de má-fé. Em segundo grau, o apelant e ve nci
do pagará as custas e honorários de advogado, que serao fixados
."

entre 10% e 20% do valor da condenação ou, nao havendo condenação,


do valor corrigido da causa.

Parágrafo Único. o litigante de má-fé será condenado


a pagar multa à parte contrária, a qual não excederá o valor da cau
sa.

XVIII
DISPOSIÇOES FINAIS

Art. 54 Não se instituirá o Juizado dE Pequenas Ca usas


sem a correspondente implantação das curadorias n e c e ssárias e do
serviço de assistência judiciária.
"~

Art. 55 o acordo e x trajudicial, de qual q~er nat u reza


ou valor, poderá ser homologado, no juízo competente , ind e p e nde n
temente de termo, valendo a sentenç a corno título exe cutivo judi
cial.

Parágrafo Único. Valerá corno título ex e cutivo e x traju


dicial o acordo celebrado pelas partes, por instrume nto escrito, re
ferendado pelo órgão competente do Ministério Público.

Art. 56 As normas de organização judiciária local pode


rao:

I estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23


a causas não abrangidas nesta Lei;
11 criar colegiados constituídos por juízes em exer
cício no primeiro grau de jurisdição e atribuir-
-lhes competência para os recursos interposto s con
tra decisões proferidas em pequenas causas não pro
cessadas na forma desta Lei.

Art. 57 Não se admitirá açao rescisória nas causa s su


jeitas ao procedimento instituído nesta Lei.

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Art. 58 Esta lei entrará em vigor na data de sua publi
caça0.
Brasília, em de de 1 983.

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MENSAGEM N9 313

EXCELENTIsSIMOS SENHORES MEMBROS DO CONGRESSO NACIONAL:

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,

Nos termos do artigo 51 da Constituição, t e nho


a honra de submeter à elevada deliberação de Vossas Exc e lên
cias, acompanhado de Exposição de Motivos do Senhor Ministro
de Estado Orientador e Coordenador do Programa Nacional de Des
burocratização, ° anexo projeto de lei que "dispõe sobre a cria
- e o funcionamento do Juizado Especial de Pequenas Causas".
çao

Brasília, em 24 de agosto de 1 983.

_____ t.
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~~:.~; ~.- .

E.M. n9 007/83
Em 17-05-83

Excelentíssimo Senhor Presidente da República

Tenho a . honra de submeter à consideração de Vossa Ex -


celência o anteprojeto de lei, em anexo, que dispõe sobre a cria
ção do Juizado Especial de Pequenas Causas, integrado na Just~ça
~

ordinária dos Estados, e regula o processo a ser adotado para ó


julgamento dos litígios de natureza patrimonial - e de r e duzido va
lor levados à sua apreciação.

2. A elaboração do texto final do anteprojeto de lei foi


precedida de ampla consulta à opinião pública e aos setores en-
volvidos na implantação e funcionamento do Juizado de Pequenas
Causas. Em setembro de 1982, o Ministério da Desburocratizaçãopu
blicou o esboço do anteprojeto que, juntamente com as s uge stões
recebidas, foi revisto por urna comissão, coordenada p elo Secretá
rio Executivo do Programa Nacional de Desburocratização, e inte-
grada pelos juristas: Nilson Vital Naves, do Gabinete Civil da
Presidência da República; Kazuo Watanabe e Cândido Dinamarco, da
Associação Paulista de Magistrados; Luiz Melíbio Machado, da As-
sociação dos Juízes do Rio Grande do Sul; Paulo Salvador Fronti-
ni e Mauro José Ferraz Lopes, do Ministério Público de são Pau-
lo e Rio de Janeiro, respectivamente; e Ruy Carlos de Barros Mon
teiro, do Ministério da Desburocratização.
I •

3. Os problemas mais prementes, que prejudicam o desempe


nho do Poder Judiciário, no campo civil, podem ser analisados
sob, pelos menos, três enfoques distintos, a saber: (a) inade -
quação da atual estrutura do Judiciário para a solução dos lití
gios que a ele já afluem, na sua concepção clássica de litígios
individuais; (b) tratamento legislativo insuficiente, tanto no
plano material como no processual, dos conflitos de interesses
colet~vos ou difusos que, por enquanto, não dispõem de tutela
jurisdicional específica; (c) tratamento processual inadeq uado
das causas de reduzido valor econômico e conseqüente in a ptidão
do Judiciário atual para a solução barata e rápida desta e spé-
cie de controvérsia.

4. A ausência de tratamento judicial adequado par a a s pe


quenas causas -- ' o terceiro problema acima enfocado af eta,
em regra, gente humilde, desprovida de capacidade econômic a pa-
ra enfrentar os custos e a demora de uma demanda judic i al. _A ga
- '
.
rantia meramente forma l de acesso ao g udiciário, sem que se criem
as condiçôes básicas para o e f etivo e xercício do direito d e pos
tular em Juízo, não atende a um dos princípios basil a res da de-
mocracia, que é o da proteção judiciária dos direitos ind ivi-
duais.

5. A elevada concentração populacional nas áre a s urbana~

• aliada ao desenvolvimento acel e rado das formas de produção


consumo de bens e serviços, atua como fator de intensi f ic a ção e
multiplicação de conflitos, principalme nte no plano das
e

rela-
ções econômicas. Tais conflitos, quando não solucionad os, cons-
tituem fonte geradora de tensão social e podem facilmente trans
mudar-se em comportamento anti-social.

6. Impõe-se, portanto , facilitar ao cid a dão comum o aces


so à Justiça, removendo todos os obstáculos que a isso , se ante
põem. O alto custo da demanda, a lentidão e a quase certeza da
inviabilidade ou inutilidade do i ngresso em Juízo são fatores
restritivos, cuja eliminação constitui a base fundamental da
criação de novo procedimento judicial e do próprio órgão e ncar-
regado de sua aplicação, qual seja o Juizado Especial de Pe que-
nas Causas.
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7. Pelo sistema previsto no anteprojeto, o Juizado E'S'tye':


cail de Pequenas Causas combina os dois regimes tradicionais de
solução de conflitos, através da conjugação de mecanismos extra
judiciais de composição (conciliação e arbitragem) e de solução
judicial propriamente dita (prestação jurisdicional específica).

8. Para atingir seus objetivos primordiais, o anteproje-


to idealizou o Juizado Especial de Pequenas Causas e o processo
a ser nele seguido, com obediência a vários princípios básicos
e específicos, a saber (a) facultatividade; (b) busca permanen-
te de conciliação; (c) simplicidade; (d) celeridade; (e) econo-
mia; (f) amplitude dos poderes do juiz.

9. A facultatividade está presente nao só na previsão


de criação do Juizado Especial de Pequenas Causas à opção dos
Estados, como ainda na sua utilização facultativa, a critério
exclusivo do autor da ação, titular do direito violado
velo

10. Preocupa-se o anteprojeto com a distinção entre as


normas de processo civil, inseridas na competência da União,por
força do disposto no art. 89, item XVII, letra b, da Constitui-
ção, e as regras inerentes à organização judiciária local, afe
tadas à competência da legislação local .

• 11. Desta forma, além da própria criação do Juizado Espe-


cial de Pequenas Causas, foram deixadas para a disciplina da
lei local diversas outras questões de organização judiciária ,
tais como: (a) o horário de funcionamento do Juizado; (b)as con
diçoes e as formas de recrutamento dos árbitros e conciliadores;
(c) a organização da secretaria do Juizado e de seus serviços
auxiliares ou correlatos; (d) o uso de meios técnicos, magnéti-
cos ou eletrõnicos, para gravação dos atos processuais.,

12. Respeitada a competência da lei que, seguramente,irá


atender às peculiaridades regionais ou locais, o anteprojeto dis
ciplinou o processo, a se desenrolar perante o Juizado Espe cial
de Pequenas Causas, de maneira uniforme, em todo o território na
cional, como não poderia deixar de ser diante do sistema consti
tucional vigente; todavia, é assegurado ao autor da ação o di -
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reito de escolha pelo processo especial e próprio das pequenas


causas, regulado no anteprojeto, ou pelo rito comum, estatuído
nas normas gerais do Código de Processo Civil. A opção do au
tor pelo Juizado Especial de Pequenas Causas foi permitida,in -
clusive, nos casos em que o valor econômico do seu direito in-
dividual supere o limite fixado no artigo 39, mas esta opção
importará, sempre e automaticamente, na renúncia do titular do
direito ao crédito excedente a esse limite (art. 39, § 29).

13. o Juizado Especial de Pequenas Causas, por outro la-


do, tem por objetivo permanente a busca da conciliação das par-
tes, o que inspirou vários dispositivos constantes do antepro-
jeto. Â luz deste princípio, limitou-se a competência do Juiza
do às causas patrimoniais, de valor até 20 vezes o Maior Salá-
rio Mínimo, e, dentre estas, pela razão prática da eliminação
de dúvidas quanto a valor, às causas que objetivassem condena-
ção a quantia certa, entrega de coisa certa ou cumpr imentC? de,...
obrigação de fazer derivada de relação de consumo de bens ou
serviços e, finalmente, às que visassem a desconstituição ou
declaração de nulidade de contrato relativo a coisas móveis ou
semoventes (art. 39, I, 11 e 111). Igual princípio inspirou a
exclusão do Juizado para o julgamento de causas de natureza a-
limentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública,
bem como as relativas a acidentes de trabalho, a resíduos e

• ao estado e à capacidade das pessoas, estas últimas, mesmo que


de cunha patrimonial (art. 39, §19).

14. Da mesma forma, a necessidade de plena disponibilida


de dos direitos submetidos à apreciação do Juizado teve como
conseqüência correlata a exigência de total capacidade civil
das partes envolvidas no processo, eis que somente estas podem
transigir livremente, sem restriçôes de ordem formal ou proce
dimental.

15. Resulta daí que somente pessoas capazes podem ser par
te no processo desenvolvido perante o Juizado Especial de Pe
quenas Causas, excluídos, ainda, o preso, as pessoas jurídi
cas de direito público, a massa falida e o insolvente civil
(art. 89, capu~. Excepcionalmente, foi admitida a capacidade

~\ processual ativa do menor de 21 e . maior de 18 anos, sem neces-


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sidade de assistência (art. 89, § 29), sob a consideração de


que tais pessoas já dispõem de discernimento suficiente para,
por si sós, cuidarem de seus interesses patrimoniais de peque
no valor. As empresas públicas da União não podem ser parte no
processo regulado no anteprojeto, porque sujeitas à jurisdi
ção da Justiça Federal, nos termos do que dispõe o art. 125, ~

da Constituição.

16. o Juizado Especial de Pequenas Causas, objetiva, es


pecificamente, a defesa de direitos individuais do cidadã~ pes
soa física, motivo pelo qual somente este pode ser parte ati
va no respectivo processo. As pessoas jurídicas têm legitimi
dade exclusiva no pólo passivo da relação processual. Possí
veis fraudes a esta regra foram evitadas com a proibição
inserta na parte final do artigo 89, § 19, segundo o qual estão ex
cluídos do direito de propor ação, no Juizado, os cessioná
rios de direitos pertencentes a pessoa jurídicas.

17. A simplicidade do processo foi obtida através da a-


doção dos critérios de informalidade e oral i dade. O a rtigo
14 do anteprojeto dispõe que os atos processua i s serao
válidos sempre que preencherem as finalidades para as quais fo
rem realizados, independentemente da forma d e que se revi s tam.
Preferentemente, estes atos serao orais, não se materializando
em registros escritos e não se formarão autos, bastando o uso

• de fichas ou formulários especiais.

18. A celeridade do processo motivou o estabel e cime nto de


ato único, onde se devem desenvolver todas ou quase todas as
etapas pertinentes à exposição, instrução e julgamento da
causa, isto é, a sessão de conciliação e julgamento. Nesta ses
são única as partes são ouvidas e é tentada a sua concilia
cão; são colhidas todas as provas e, enfim, é proferida a sen
tença. Praticamente, só se realizam fora desta sessao os atos
concernentes à apresentação da petição inicial e à citação do
réu ou intimação de testemunhas, os quais se passam perante
a Secretaria do Juizado, sem necessidade de intervenção do
juiz. Tudo mais é executado corno parte integrante da sessão de
conciliação e julgamento, realizada ordinariamente num mesmo
dia, salvo motivo relevante e excepcional.
19. Em respeito ao mesmo princípio de celeridade, foram "
reduzidas as hipóteses possíveis de incidentes processuai~proi

bindo-se, definitivamente, a intervenção de terceiros e redu


zindo-se os prazos processuais. Foi admitido o litisconsórcio
que, na prática, só irá existir à opção do autor, urna vez qu~

tratando-se de causas limitadas, de cunho patrimonial, difi-


cilmente poderá configurar-se o litisconsórcio unitário ou ne
cessário.

20. A gratuidade do processo no primeiro grau de jurisdi


çao, consistente na isenção de custas e taxa jud~ciária, teve
corno fundamento o princípio de economia, aqui entendido corno
barateamento de custos para os litigantes. A isenção, porém,
não tem aplicação em caso de recurso, que é sujeito a preparo
específico (artigo 52). Por outro lado, se a parte sucumbente
recorrer e permanecer sucumbente, será condenada a pagar as
custas e a taxa judiciária, inclusive as que foram dispensadas
no primeiro grau de jurisdição, corno se isenção nenhuma ho'uves - "
se existido (artigo 53). Nesta última hipótese, . o vencido no
segundo grau de jurisdição pagará ainda os honorários do advo
gado do vencedor (artigo 53). Idêntica medida é aplicada ao
litigante de má-fé, em qualquer grau de jurisdição. Acrescen
te-se que o desestímulo ao recurso funciona, também, corno fa
tor de celeridade do processo.

21. Considerações de economia ou barateamento de custos


levaram o anteprojeto a prever a facultatividade de assistên-
cia das partes por advogado (artigo 99). Não se desconhe ce o
valor da assistência judiciária, por advogado, às partes envol
vidas em litígio judicial, mas certo é que a obrigatoriedade
de tal assistência, nas causas de pequeno valor econõmico e re
duzida complexidade jurídica, pode impedir o ingresso da parte
em juízo, afrontando o preceito constitucional que assegura o
livre acesso ao Judiciário para a satisfação de direitos indi
viduais injustamente lesados. As pequenas lesões de direitos
sacrificam, indistintamente, os pobres e os mais afortunados.
Quando a parte é pobre, é a ela assegurado o direito a assis
tência judiciária gratuita. Todavia, a parte que nao é pobre
bastante para obter este direito passa a nao dispor de condi
ções para buscar, no Judiciário, a realização do seu pequeno
direito lesado, urna vez que o seu reduzido valor econômico
não comporta o pagamento dos honorários profissionais de quem
lhe irá prestar assistência.

22. ~ importante considerar que o Juizado Especial de


Pequenas Causas só irá processar e julgar causas patrimoniais
de pequeno valor, do interesse d e partes capazes, ou seJa, só
se cuidará de direitos disponíveis entre partes que podem li
vremente transigir, o que, por si só, permite a dispensa da
assistência técnica por advogados.

23. Por outro lado, se bem que facultat i va, a interven


çao do advogado, corno assistente ou representante-preposto da
parte, não é proibida. O anteprojeto prevê, inclusive, que , se
urna parte comparecer assistida por advogado o u , ainda, se
for pessoa jurídi"c a ou firma individual, terá a outra, se qui
ser, direito à assistência judiciária (artigo 99, § 19). Asse
gura-se, com isso, per f eita e q uivalência ou igualdade jur í.dica ' .
entre as partes litigantes, sem qualquer prejuízo para o ideal
de Justiça que continua subsistente, apesar da simplicidade
dos procedimentos idealizados no anteprojeto.

24. A facultatividade da assistência da parte, por advo


gado, no primeiro grau de jurisdição, não prevalece na fase
recursal (artigo 41, § 29), seja porque há inte resse e m deses
timular o oferecimento de recursos merante protelatórios, seja
porque a participação técnica de profissionais habilitados pas
sa a ser necessária para permitir o ofe recimento, quando for
o caso, de recurso eficaz contra sente nça judicial in j usta,
que a parte não poderia combater por seus próprios meios.

25. Princípio fundamental seguido pelo anteproj e to -


e,
também, o da ampliação dos poderes do juiz. A ele se reservou
posição de extrema relevãncia, através da atribuição de diri
gir o processo com ampla liberdade: (a) para determinar as
provas a serem produzidas, (b) para apreciar aquelas que, efe
tivamente, o forem, e (c) para dar especial valor às regras
de experiência comum ou técnica, ainda que não expressas em
qualquer ato material do processo (artigo 49). Além disso, des
de que atendidos os fins sociais da lei e as exigências do bem
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comum, ao juiz foram conferidos poderes para dar a cada caso


a solução que reputar mais justa e equãnime (artigo 59).

26. Observados os princípios fundamentais acima expos-


tos, o anteprojeto adotou esquema procedimental bastante sim
pIes. Supõe ele, após a apresentação do pedido e a citação do
réu, o desenvolvimento de fase prévia de conciliação, anuncia
da à~ partes pelo juiz, que as advertirá dos riscos e das con
seqüências do litígio (artigo 22). A tentativa de conciliação
será conduzida ou pelo próprio juiz ou por conciliado~ sob
sua orientação (artigo 23).

27. Obtida a conciliação, será ela reduzida a escrito e,


imediatamente, homologada por sentença judicial, com força de
título executivo (art. 23, § único). Não sendo possíve l a con
ciliação, dupla alternativa é apresentada as partes: (a) ou
optam ambas, por acordo, pela instauração do juízo arbi traL G

que é efetivado pela escolha do árbitro, independente menfe d~ '


termo de compromisso (artigo 25); ou (b) sao elas encaminhadas
ao juiz para a realização da audiência de instrução e julgamen
to(artigo 28).

28. Na audiência, o juiz ouve as partes, colhe as provas


e, enfim, prolata a sentença (artigo 29). O anteprojeto não esta
belece qualquer ordem para a realização desta audiência que e-
dirigida, exclusivamente', pelo juiz. Não foi previst a expressa
mente a hipótese de sustentação oral do direito da p a rte, quan
do estiver ela assistida por advogado, eis que esta assistên-
cia é facultativa. Além disso, a exposição feita pela própria
parte, com simplicidade e singeleza, é elemento importante pa-
ra permitir ao juiz decidir o caso, dando-lhe a solução mais
justa e equânime.

29. As questões que possam interferir na realização nor


mal da audiência serão decididas de plano pelo juiz (artigo 29,
§ 19). Qualquer outra questão deve ser decidida na setença.

30. Por questões de ordem prática, nao se previu, no an-


teprojeto, a execução da sentença proferida, a qual será reali
zada em qualquer juízo competente da justiça comum(artigo 40).
A impossibilidade do estabelecimento de atos exclusivamente o-
rais na fase de execução torna inconveniente a sua realização
no próprio Juizado Especial de Pequenas Causas, onde se desen-
volveu o processo de conhecimento. Assim, excepcionalmente, a
execuçao da sentença passa a ficar a cargo de outro juízo que
não o seu próprio prolator. A excepcionalidade, todavia, não traz
consigo inconvenientes absolutos , nem invalidam as inovações
introduzidas pelo anteprojeto, as quais constituem, apenas, o
instrumento legal necessário para a criação efetiva do Juizado
Especial de Pequenas Causas que irá atender, em cada unidade da
federação, as peculiaridades e as necessidades ali verificadas.

31. As sentenças homologatórias de conciliação ou laudo


arbitral são irrecorríveis. Contra as demais cabem embargos
infringentes a serem julgados no próprio Juizado (arti go 41).
Os julgadores do recurso serão três juízes em exercício no
primeiro grau de jurisdição que se reunirão na sede do Juiza
do para proferir sua decisão (artigo 41, § 19). Desta forma; .
acelera-se o julgamento dos embargos infringe ntes, sem conges
tionamento dos Tribunais de 2'il- Instãncia, ao me"smo tempo em
que se assegura às partes a revisão da sente nça por outros juí
zes que não o seu original prolator.

32. Os embargos infringentes, em regra, terão efeito me


ramente devolutivo e seu processamento indepe nde de d e spac h o do
juiz, cabendo à própria Secretaria do Juizado receber a peti
ção escrita do embargante (artigo 42) e providenciar o preparo
do recurso (artigo 42, § 19), bem como a intimação do embarga
do para a devida resposta (artigo 42, § 29). Excepcion a lmente,
o juiz poderá dar aos embargos efeito suspensivo, para evitar
dano irreparável à parte (artigo 43).

33. Os casos de obscuridade, contradição, omissão ou dú


vida, na sentença ou no acórdão que julgar os embargos infrin
gentes, serão solucionados por meio de embargos declaratórios
(artigo 47). Os erros materiais podem ser corrigidos de ofício
(artigo 47, parágrafo único).

34. Não se admitem quaisquer outros recursos, sendo, in


clusive, inadmitida a ação rescisória (artigo 57), esgotando-
-se, asssim, toda a prestação jurisdicional no próprio Juizado
Especial de Pequenas Causas. Diante disso, foi necessário pre
ver a ineficácia da sentença condenatória deste Juizado, na
parte que exceder a sua alçada legal (artigo 39).

35. Por fim, o anteprojeto previu a homologação judicial


ou o referendo do Ministério Público aos acordos ou transações
extrajudiciais, para dar-lhes eficácia de título executivo (ar
tigo.55), bem corno autorizou a legislação local a: (a) esten
der a fase de conciliação a causas não abrangidas na competên-
cia jurisdicional do Juizado e (b) criar colegiados compostos
de juízes em exercício no primeiro grau de jurisdição, dando-
-lhes competência para julgar os recursos de decisões proferi
das em pequenas causas não processadas perante o Juizado Espe
cial de Pequenas Causas (artigo 56, I e lI).

36. A implantação efetiva das curadorias necessárias e


do serviço de assistência judiciária foi, ainda, erigida em
condição indispensável para a própria instituição do Juizadd '
(artigo 54).

37. Enfim, assegurar justiça ampla e eficaz constitui o


dever maior do Estado e o anteprojeto de lei destina-se preci-
samente a dar cumprimento a esse dever. Na medida em que es
tende a proteção judiciária, hoje insuficiente, ao homem co
mUID, insere-se ele, por inteiro, no processo de democratiza
ção ora conduzido por Vossa Excelência com o apoio de todos os
brasileiros.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Exce


lência os protestos do meu mais profundo respeito.

Helio Beltrão
Ministro Coordenador e Orientador do
Programa Nacional de Desburocratização
.
I

f
i

Aviso n9 3l9-SUPARj83 .

. Em 24 de agosto de 1 983 .

Excelentíssimo Senhor Primeiro Secretário:

Tenho a honra de encaminhar a essa Secretaria


a Mensagem do Excelentíssimo Senhor Presidente da República,
acompanhada de Exposição de Motivos do Senhor Ministro de Es
tado Orientador e Coordenador do Programa Nacional de Desbu
rocratização, relativa a projeto de lei que "di~põe sobre a
criação e o funcionamento do Juizado Especial de Pequenas Cau
sas".
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa
Excelência protestos de elevada estima e consideração.

L!41-aI'A t(Llc~~-
JOÃO LEITÃO DE ABREU
Ministro Chefe do Gabinete Civil

A Sua Excelência o Senhor


Deputado FERNANDO LYRA
DO. Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados
BRASILIA-DF.
~du~~({~~~~
(J~~~~~~~dw~
São Paulo , 30 de novembro de 1983
Pres. :-
P. 271. 777/82

,
Ao Secretario-Geral da Mesa . Anexe-se
ao processo referente ao PL nQ 1950/8 3 .
Senhor Deputado Em, .-0%,01 /84.

':7A-- \
Presidente da os Deputados

A FEDERAÇÃO e o CENTRO DAS INDO TRIAS DO ESTADO DE SAO


PAULO , na pessoa de seu Presidente, vêm, diante da apresentação do projeto
de lei n 9 1. 950/83, do Poder Executivo, que "dispõe sobre a criação e o ftm
cionamento do Juizado Especial de Pequenas Causas", trazer ao conhecimento
de Vossa Excelência e de seus ilustres pares, à título de subsídios e suge~
tões , a cópia em anexo de trabalho elaborado pelos setores jurídicos destas
Entidades a respeito da proposta legislativa em apreço.

A FIESP e o CIESP entendem que, na linha adotada pelo


mencionado parecer, o projeto enfocado tem uma idéia inspiradora válida, que
merece desenvolvimento , corrigidas apenas eventuais falhas, para que dessa


forma possa mais rápida e efetivamente atingir os seus objetivos •

Exce1entÍssimo Senhor Deputado Flávio MarcÍ1io


DignÍssimo Presidente da Câmara dos Deputados
~ÁI~~({~~~flt
r;~ÁI~~~~dw~
2.

Nesta oportunidade, agradecendo a atençao dispensada


ao presente e solicitando a Vossa Excelência se digne determinar a juntada
deste ao processo que instrui o projeto de lei n 9 1.950/83, renovamos nos
sos protestos de elevada estima , consideração e apreço.

de Bueno Vidigal Filho


Presidente


_1.00_ ~.~

. .. , :" ...~: ',P '.


.~
,~;."-:.~,;
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.
'"."t<.
, -~ .
-....... .
f:;t:..;..': "
~4} ,,'·. ,:.,,:. .
...-
l ~"11:1.~: /i·; Federação das Indústrias. do Estado de São Paulo

Av. Paulist.a, 1313 - CEP 0131l


Pabx 251 -3522 - Telex (011) 22130
São Paulo -Brasil
2

3.

o texto final que agora é objeto do proj eto
n9 1.950/83, como explica a Justificação que o acompanha, é
de respbnsabilidade de uma comissão coordenada pelo Secretá
rio Executivo do Programa Nacional de Desburocratização e
integrada pelos juristas: Nilson Vital Naves, do Gabin ete
'Civil da Presidência da República; Kazuo Watanabe e Cândido

.' Dinamarco, da Associação Paulista de Magistrados; Luiz Me lí


bio Machado, da Associação dos Juízes
Paulo Salvador Fro~tini
.
do Rio Grande
.
do Sul;
e Mauro José Ferraz Lopes, do Min is
tério Público de são Paulo e Rio de Janeiro, respe ctivamen -
te; e Ruy Carlos de Barros Monteiro, do Ministério da Des bu
rocratização.

4. O projeto atual, a- semelhança. do documento


que o precedeu, tem como características essenciais :

a- gratuidade em primeiro grau de jurisdição ;


b- facultatividad e do acesso, podendo o autor optar
pelo Juízo e processo comuns, mesmo existindo na
localidade o Juizado Especial . i

• c- conciliação como objetiv o peimanentemente


guido até a extinção do processo ;
d- acesso permitido some nt e a pessoas físic as capa
perse

.zes, em cujas demandas há sempre a possibilidade


de conciliação e de tramitação rápida do proce~
so ; .
e- assistência facultativa por advogado no primeiro
grau; no entanto, sempre que urna das partes se
fizer acompanhar de advogado, a outra terá direi
to a assistência judiciária gratuita ; -
f- simplificação piocedimental, com registro apenas
dos itos essenciais ;
g- eliminação de editais, termos, cartas precató-
rias, distribuição, autuação e outros atos que
não são fund amen tais ao perfeito funcionamento
do processo e somente comprometem a celeridade
processual ;
• • •

.'
Av. Pauli sta, 1313 - CEP 01311
Pabx 251-3522 - Telex (011) 22130 .
São · Paulo - Brasil

JUIZADO ESPECIAL DE PEQUENAS CAUSAS


------------
---- -- - --
- ---------- - --- -- --
- -- - -- -------- --
- ------------ -
MENSAGEM DO PODER EXECUTIVO N9 313/83
PROJETO DE LE I N9 1.950 DE 1983

1. Attavªs da Me nsagem n9 313, de 24 de agosto


do corr e nte ano, o sr. Presidente da Re públic a encaminhou ao
Congr e s s o Naciona l o Projeto d e Lei n9 1.950, de 1983, qu e
dispõ e sobre ~ criação e o funcio n amento do Juizado Espe -
eial de Pequenas Causas.

2. Sobre o tema esta Asse s soria Jurídica t eve a


oportunidade de apr e ciar e a provar os Pareceres n9s 91/ 82 e
118/82, d a tados, r espectivame nte, d e 19 de outub ro e 07 de
dezembro d e 1982.

Esses estudos foram elaborados com base no


. anteproj e to de lei divulgado pelo Ministro Coordenador e
Orienta dor do Programa Nac i onal d e De sburocratização, c om a

• finalidade de recolher sug e stões para o preparo do texto fi


na1. •

No primeiro dos Pa rec e r e s cita do s foi p roc e -


dida uma detalhada análise do texto divulgado, seguida de
apreciação sobre as medidas propost a s ' e sugestã o de inclu-
são de outras providências, com o objetivo de colaboração
ao aperfeiçoamerlto do sistema proposto.

No segundo parecer foram apreciadas as críti


casque os estudiosos da matªria fiz e ram ao anteprojeto,crí
ticas essas trazidas ao conhecimento público pela impr e nsa
oficiosa.
• •
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- -- . '--'---"

~/" . L ..
t~);::/\.,,,'·"
~).. FederaçtJo das Indústrias "do Estado de São Paulo
..

Av. Paulista, 1313 - CEP 01311


Pabx 251 -3522 - Telex (011) 22130
São Paulo - Brasil

h- utilização de todos os meios modernos de comu-


nicação na prática dos atos de intercâmbio pro
cessual, excluído explicitamente o edital i
i- concentração da causa, com eliminação de atos
e incidentes, que possam retardar a sua solu-
ção, não se admitindo qualquer forma de inter-
venção de terceiros, ou a reconvenção, que é

• substituída pelo caráter àúplice da ação, ense


jando a formulação do pedido na própria contes
tação i ' -

j- alargamento dos poderes do Juíz com vistas ao


pleno atingimento dos objetivos buscados no
anteprojeto, dando-se ênfase ao fato de que d e
vem ser atendidos os fins sociais d.a lei e as
exigências do bem comum, com a adoção, em cada
caso~ de solução mais justa e equânime, poden-
do o magistrado, na valoração das provas, dar
relevo espeéial aos indícios e presun çõ e s e às
regras de experiência comum ou técnica (arts.
49 e 59) i
1- possibilidade de funcionament0 noturno, segun-
do a conveniência local.

4.1 Como causas de pequeno valor, o texto a t ual

• define aquelas que versem sobre direitos patrimoniais e d e -


corram de pedido que, à data do ajuizamento, rião exceda
(vinte) vêzes o maior salário mínimo vigente no país, quan-
20

tia essa que atualmente representaria CR$ 695.520,00 (seis-


centos e noventa e cinco mil, quinhentos e vinte cruzeiros)
20 x 34.776,00 = CR$ 695.520,00.

~ necessário, ainda, que o pedido tenha por


objeto :

a- a condenação em dinheiro i
b- a condenação à entrega de coisa móvel ou cumpri-
.mento de obrigação de fazer, a cargo de fabrican
te ou fornecedor de bens e serviços para consu-=
mo i

.'
r
_.... ~ --.....- __ t .~ """" ~ ~ ____._ _ . . . ..-.. _ ~ ' '--' ~- . - -,
~ _ .

Av. Pauli sta, 1313 - CEP 01311


Pabx 251 -3522 - Telex (011) 22130
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c- a desconstitu i ção e a declaraç ã o de nulidade de


contrato r e la t ivo a coisas móve is e semove ntes.

4.1.1 A · es~e respeito o ante p r ojeto dispunha de


forma dive rsa.

Considerava corno causas de pequeno v alo r


aquela s que não e x c e dessem a trinta vêzes o maior valo r de
referê n c ia e vers as s e m sobre d ireitos patrimonia is.

o pedido dever i a ter por opjeto :

a- condenação por quantia certa ;


b- con denaç ã o ã entrega de coisa c e r t a mó vel , ou a o
cumprimento de obr i gaç ã o de fa ze r; a c ar go de f a
bricante ou fornec e dor de bens e serviços par a
consumo ;
c- a desconstituição de contrato relativo a coisas
móveis e semoventes ; .
d- a execução por quantia c e rta contra deve dor sol-

• 4.2
vente.

Pelo projeto f icam excluídos do Juizado Espe


cial de Pequenas Causas os feitos de n a tureza alimentar, fa
limenta r, fi~cal e de in~eresse da Faz e nda P6blica, assim
COmo os relativos a acidentes do trabalho, a resíduos e ao
estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimo
nial.

Não poderão ser partes no processo o inca-


paz, o preso, as pessoas jurídicas de direito p6blico, as
empresas p6blicas da União, a massa falida e o insolve nte
civil.
• •
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l~J. ?J~';:" :~ Federação das /ndústlias do Estado de São Pau~

Av. Paulista, 1313 - CEP 01311


Pabx 251-3522- Telex (011)22130
São Paulo - Brasil
5

Somente as pessoas físicas c~p a zes serão ad-


mitidas a propor ação perante o Juizado Especial de Pe qu e
nas Causas, excluídos os cessionários de dir e ito de p es so a s
jurídicas.

o menor de 18 (deioito) anos poderá ser au-


tor, independentemente de assist~ncia,'inclusive para fin s
de conciliação.

4.3 Foram mantidas no projeto as fi~uras do s c o n


ciliadore s e dos árbitros, ,mas foi abolido o capítulo r efc
rente à e xe cução, qu e no mode lo atual será processada no
juízo ord i nário comp etente.

No projeto, a concilia ção, di fe r e ntemen te do


qu~ consta v a do anteproj e to, se rá conduzida pe l o Juíz, EQ-
dendo ser conduzida por conciliador sob a orientação do ma -
gistrado.

4.4 Serão objeto d e registro escrito exclusiva- -


mente os a t os ?avidos por e ss e nciais, sendo q ue os qu e fo -
o rem realiz a dos em audiência de instrução e julga me nto, pode

rão ser gr a v a dos em fita ma gn ét ica ou equivalente , qu e s era-
inutili zada após o trânsito em julgado da dec i sâo.

As normas locais disporão sobre a cons e rva -


ção das peças do processo e demais documentos que o instruI
rem.

4.5 A citaçãofar-se-á por correspondência com


aviso de r e cebimento em maos p róprias ou, tratando-se

" .
~f . l~ I3-'i~ ··~ Federaçao das Indústrias doEstado de Sao Paulo
-:~J .~ ::.; ~ ..... ;::)
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Pabx 251-3522 - Telex (011) 22130
São Paulo ~ Brasil
6

pessoa jurídica ou firma individual, mediante entrega ao e n


carregado da ·recepção, que será obrigatoriamente identifi--
cado, ou ainda, sendo necessário, por oficial de justiça,in
dependentemente de mandado ou carta precatória.

Além dos embargos de declaração, que dever ã o


·s e r opostos por escrito ou oralmente, no prazo d e cinco

• dias., contados da ciê ncia da decisão, quando nela


obscuridade, contradição, omiss ã o ou dúvida, apenas um ú ni -
co tipo de recurso é admitido: os embargos infringentes ,
houve r

que deverão s~r opostos no pra zo de 10 (d e z) di a s, conta d os


da ciêricia da decisão, mediant e p~tição escrita, onde as
partes serã o obrigatoriamente r e p r esentadas por advogados.

Os e~bargos infringentes, ' que ~ubstituem a


apelação do a nte p roj e to, terão efe ito somente d e v o lu tiv o , p o
dendo no entanto o magistrado dar-lhes efeito suspensivo ,
para evitar dano irreparável para a parte. Serão julgado s ,
como no modelo anterior, por um colegiado composto por juí-
ze s em exercício no prime iro grau de jurisdiç ã o .

• derá tod~s
O preparo dos embargos infringe ntes compreen
as despe s as proc e ssuai s, inclusive a qu e las d is -
pensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvad a a hipó-
, tese de assistência judiciária gratuita.

4.7 . A sentença de primeiro grau nao condenará o


vencido em custas e honorários do advogado do vencedor, r e s
salvados os litigantes ,de má fé. Em segundo grau, o recor-
rente vencido pagará as custas e honorários de advogado,que

• •

...

l ~ I=t:'i~ .:~ Federaçc70 das Indústrias do Estado de São Paulo


( ..

~ :;

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São Paulo - Brasil
7

serão fixados entre 10% e 20% do valor da condenação ou ,


não havendo cpnden~ção, do valor corrigido da causa. O li-
tigante de má fé será condenado a pagar multa à parte con-
trária,a qual não excederá o valor da causa.

4.8 Â semelhança do que constou do documento pre


liminar, o projeto não admite a proposição de ação rescisó-
ria.

5. A facultatividade da assistência por advoga-


do, no primeiro grau de jurisdição, não prevalece na fase
. .
recursal; este fato está justificado pela Comissão por moti
vo de interesse em desestimular o oferecimento de recursos
meramente protelatórios, e ainda porque a participação téc-
nica de profissionais habilitados passa a ser necessária pa
ra permitir o oferecimento de recurso efidaz, . contra senten
ça judicial injusta, que a parte não poderia combater por
seus próprios meios.

6. o capítulo da execução foi abolido, no proje


to, por questões de ordem prática, conforme esclarece o

• item 30 da Justificação~ A impossibilidade do estabeleci--


mento de atos exclusivamente orais na fase de · execução, tor
nari a inconveniente a sua realização no próprio Juizado Es-
pecial de Pequenas Causas, onde se desenvolveu o processo
de conhecimento. Dessa forma a execução da sentença passa
a ficar a cargo de outro Juízo, que não o seu próprio prola
toro

Não nos .parece ter sido de boa inspiração es


s~ providência, que remete o vencedor às vias ordinárias pa

• • •

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Pabx 251-352 2 - Telex (011) 22130
São Paulo - Brasil
8.

- da sentença, obrigando-o,para isso, a- con t r a -


ra a execuçao
tação d e profissiona l do direito habilitado e à obtenç ão do
titulo judicial nec e ssário à execução, tudo com inegável d e
mora na solução final do feito eagravamerito do custo do
proces s o, circunstâ ncias que não se ajustam ao s ideais do
Juizado Especial d e Pequenas Causas, que obje ti va exa tame n
te inst a u r ar uma Justiça despida de fo r malismo s , breve e
pouco di s p e ndiosa, ensejando a o s meno s favorec 'idos, pr inc i-
palmente ao pequeno consumidor, a opor tunidade d e pl e i tea r
judic ia l mente a repa ração de eventuais danos s o f ridos, hoje
praticame nte impo s sive l em razão do custo, compl e xidade e
d e mora n a solução d a causa.

7• . o projeto mante ve a di s posição con t ida no §


19 do artigo 99 ' do anteprojeto, segundo o qual se urna das
partes comparecer assistida por advoga do, terá a outra, se
o desej a r, assistência judiciária · gratuita.

Esse principio, ao nosso ver, a me niza cons i-


deravelme nte os ef e itos da sucumb ê nci a , elimi na ndo os ris -

cos da conden a ção d e pagamento de honorários, o que mu ito
frequentemente desalenta o consumidor de pleite ar judicial
mente a reparação de danos sofridos.

Pareceu-nos, assim, que do ponto de vista do


consumidor, e considerando o objetivo assinalad o nos ite ns
21/23 ~a Justificação~ que põem em realce a necessidade de
socorrer os pobres com a assistência judiciária gratuita pa
ra os igualar aos mais afortunados, que essa assistênci a gra
tuita deveria estender-se à fase recursal e à de execução ,
sem o que dificilme nte será alcançado o nobre objetivo que
inspirou a criação do Juizado Especial de Pequenas Causas.

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9


Ref erim o-n os à ass istê nci a jud ici ári a gra tui
vis ta que es-
ta, evi den tem ent e, a fav or do aut or, ten do em
ece nte de
te só pod e ser pes soa fís ica , pre sum ida men te car
rec urs os par a sup ort ar o cus to da dem and a.

Ent end e-s e que ao se agr ava r o cus to dos r e -


a e evi tam -
cur sos des est imu la-s e o pro sse gui me nto da dem and
tam bém con du
se p r oce dim ent os pro tel ató rio s. Mas iss o pod e
pel a fal ta
zir à man uten ção de , sen ten ças inj ust as, tão só
ente .
de rec urs os da par te men os fav ore cid a eco nôm icam

8. Qua nto ao ma is, não ser ia des pic ien do re pe -


~ I
ior , sob re
, tir aqu i o que já diss emo s em opo rtun ida de an ter I
áre as urb a- I
a ele vad a tax a de con cen traç ão pop ula cio nal nqS
ão e con sum o
nas , e sob re as alte raç ões nas form as de pro duç ·1
s de int e n
de ben s e ser viç os, aco nte cim ent os que são fat ore
das rel a -
sifi caç ão de con flit os, pri nci pal me nte no pla no
çõe s eco nôm icas .

Div ers os ,me can ism os ext raj udi ci a is de sol u-


s as tra ns f or
ção de tai s con flit os vêm sur g i ndo em mei o a es
maç õ e s sóc io-e con ôm ica s.

Par a sup rir a ind igê nci a da açã o fis cal iz a do


púb lico s e
ra do Est ado , inú mer os org ani smo s de med iaçã o,
do con sum i
pri vad os, vol tad os esp eci fica me nte par a a def esa
io e o rel e--
dor , com eçam a sur gir , com pro met end o o pre stíg
ini tiv a dos
van te pap el do Pod er Jud iciá rio na sol uçã o def
con flit os de int ere sse .

• •
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_- .... . ~_-
-; ._-.- ...
~.:--:.•-:-.-, ----:---=-~"""""7- --
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Av. Paulista, 1313 - CEP 01311


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São . Paulo - Brasil
10


9. o projeto que dispõe sobre o Juizado Espe-
cial de Pequenas Causas reune requisitos capaz es de res tau-
rar as condições de funcionamento do Poder Judiciário, no
sentido de atender a população menos favorecida e de solu--
ciona r os conflitos mais frequentes entre fornecedores e pe
quenos consumidores.
e ., 10. Com o registro das obs erva ções constantes dcs
itens 6 (seis) e 7 . (sete), que se adotadas concorreriam, ao
nosso v e r, para a maior efetividade do sistema que se pre-
tende instituir, reafirmamos a nossa opinião favorável a-
- da propositura.
aprovaçao

são Paulo, 04 de outubro de 19~3

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CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO COMÉRCIO
A
PRESIDENCIA

Rio de Janeiro,

19. Dt Z, 198 3 OO1 GGS I'

Ao Senhor S ecr~t..6 r i:- G e ra l d a :: n:a .


Senhor Presidente, Aor xli ·:::e ao p'. G3E·.) ' , fp. r-r/1. ~3 °
l'r oj e h de Lei 1. ,tfSO ; ._---_ .
.0 _"ª-/ BLI-
L-----1 I
idente da Câ~ara dos De tados
Tenho a honra dirigir a V.Exa. para

• a posição da CONFEDERAÇAO NACIONAL DO COMERCIO, relativamente


ao Projeto de Lei n 9 1950/83, do Poder Executivo que dispõe so
bre a criação e o funcionamento do Juizado Especial de Pequenas
Causas nos Estados, no Distrito Federal e nos Territórios, para
processo e julgamento, por opção do autor, das causas de reduzi
do valor econômico.
Na forma do Projeto de Lei os Juizados Especiais de
Pequenas Causas serão criados ã critério de cada Unidade da Fe
deração, facultativamente, consideradas as peculiaridades regio
nalS, e julgarão questões patrimoniais de reduzido valor econô

• mlCO, regulamentando, dessa forma, o artigo 144, § 1 9 , alínea b,


da Constituição Federal .

• A gratuidade em primeiro grau de jurisdição, a conCl


liação como objetivo permanentemente perseguido e a simplifica
ção procedimental, com registros escritos apenas dos atos essen
ciais, redundarão, sem dúvida, em economia e celeridade na deci
são dessas questões que hoje são submetidas ã justiça comum.

Exmo. Sr.
Deputado FLÁVIO MARC!LIO
DD. Presidente da
Câmara dos Deputados
Congresso Nacional
BRAS!LIA - DF
• •
CONFEDERAÇAO COM~RCIO

2•

As ra zõ-es constantes da Exposição de Mo~ vos que en


caminhou o Projeto de Lei justificam ? ademais, todos os outros
procedimentos que deverão ser observados pelos Juizados Espe-
ciais de Pequenas Causas , e que recomendam a sua aprovação.
Por essas razões é que a CONFEDERAÇÃO NACIONAL DO CO
MERCIO vem manifestar sua posiçio ? pela aprovação do Projeto de
Lei em causa,
Aproveito o enseJo para reiterar a V,Exa. protestos
de elevada estima e distinta consideração

ANTONIO OLIVEIRA SANTOS


Presidente

E n c a mi nh e - S d.

• Em _ _ _I__- , ' - -

• Seoretárlo - Geral da Me ••

,... ... . )

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!-.J
30.


CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 I 950, DE I 983

Dispõe sobre a criação e o funcio-


namento do Juizado Especial de Pe-
quenas Causas.

Autor: PODER EXECUTIVO


Relator: Dep. GORGÔNIO NETO

R E L A T 6 R I O

Esta proposição tem por objetivo dispor sobre a

criação e o funcionamento do Juizados Especiais de Pequenas

Causas, que poderão ser criados nos Estados, no Distrito Fe-

deral e nos Territórios, para processo e julgamento, por opção

do autor, das causas de reduzido valor econômico. Esse proces

so orientar-se-á pelos critérios de oralidade, simplicidade,

informalidade, economia processual e celeridade, buscando sem

pre que possível a conciliação das partes.

Consideram-se de reduzido valor econômico as cau

sas que versem sobre direito patrimonial e decorram de pedido

que, à data do ajuizamento, não exceda a vinte vezes o maior

salário-mínimo vigente no País e tenha por objeto:

GER 20.01 .0050.5


)

CAMARA DOS DEPUTADOS

2.

1- a condenação em dinheiro;

11- a condenação à entrega de coisa certa móvel

ou ao cumprimento de obrigação de fazer, a cargo de fabrican

te ou fornecedor de bens e serviços para consumo;

111- a desconstituição e a declaração de nulida

de de contrato relativo a coisas móveis e semoventes.

A projetada lei não se aplica às causas de natu

reza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda

Pública, nem às relativas a acidente do trabalho, a resíduos

e ao estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho pa-

trimonial.

A opção pelo procedimento acima importará em re

núncia ao crédito excedente ao limite estabelecido, excetua-

da a hipótese de conciliação.

o projeto encontra-se dividido em vários Capítu


los ( embora inominados ), a saber:

1- Disposições Gerais;

11- Do juiz, dos conciliadores e dos árbitros;

111- Das partes;

1V- Da competência;

v - Dos atos processuais;


V1- Do pedido;

GER 20.01 .0050.5


.'
~ . '-
,.;--Á

CÂMARA DOS DEPUTADOS


;

\ ~
~
.J .....
;/
3.
..

VII- Das citações e intimações;

VIII- Da revelia;
~

IX- Da conciliação e do jU1ZO arbitral;

X - Da instrução e julgamento;
-
XI- Da resposta do reu;

XII- Das provas;

XIII- Da sentença;

XIV- Dos embargos infringentes;

XV- Dos embargos de declaração;

XVI- Da extinção do processo sem julgamento do

mérito;

XVII- Das despesas;

XVII- Disposições f i nais.

Acompanha a Mensagem presidencial Exposição de

Motivos do Dr. Hélio Beltrão, Mi nistro Coordenador e Orien-

tador do Programa Nacional de Desburocratização. Trata-se de

longa, minuciosa e bem elaborada peça em que são abordados

os motivos que levaram à instituição do Juizado de Pequenas

Causas. Permito-me transcrever alguns dos trechos mais signi

ficativos:

" 3. Os problemas mais prementes, que pre

judicam o desempenho do Poder Judiciário, no

campo civil,podem ser analisados sob, pelo me-

nos três enfoques distintos, a saber: (a) inade

GER 20.01.0050.5
CAMARA DOS DEPUTADOS

4.

quação da atual estrutura do Judiciário para a

solução de litígios individuais; (b) tratamen-

to legislativo insuficiente, tanto no plano ma

terial como no processual, dos conflitos de in

teresses coletivos ou difusos que, por enquanto,

não dispõem de tutela jurisdicional específica;

(c) tratamento processual inadequado das causas

de reduzido valor econômico e conseqüente inap-

tidão do Judiciário atual para a solução barata

e rápida desta espécie de controvérsia.

4. A ausência de tratamento judicial a-

dequado para as pequenas causas -- o terceiro

problema acima enfocado -- afeta, em regra, gen

te humilde, desprovida de capacidade econômica

para enfrentar os custos e a demora de uma de-

manda judicial. A garantia meramente formal de

acesso ao Judiciário, sem que se criem as condi

ções básicas para o efetivo exercício do direi-

to de postular em Juízo, não atende a um dos prin

cípios basilares da democracia, que é o da pres-

tação judiciária dos direitos individuais.

5. A elevada concentração populacional

nas areas urbanas, aliada ao desenvolvimento a-

celerado das formas de produção e consumo de bens

e serviços, atua como fator de intensificação e

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS

5.

multiplicação de conflitos, principalmente no

plano das relações econõmicas. Tais conflitos,

quando não solucionados, constituem fonte gera

dora de tensão social e podem facilmente trans

mudar-se em comportamento anti-social.

6. Impõe-se, portanto, facilitar ao ci

dadão comum o acesso à Justiça, removendo todos

• os obstáculos que a isso se antempoem. O alto

custo da demanda, a lentidão e a quase certeza


)(

da inviabilidade ou inutilidade do ingresso em

Juízo são fatores restritivos, cuja eliminação

constitui a base fundamental da criação de novo

procedimento judicial e do próprio órgão encar-

regado de sua aplicação, qual seja o Juizado Es

pecial de Pequenas Causas.

7. Pelo sistema previsto no anteprojeto,

o Juizado Especial de Pequenas Causas combina os

dois regimes tradicionais de solução de conflito,

através da conjugação de mecanismos extrajudici-

ais de composição ( conciliação e arbitragem) e

de solução judicial propriamente dita ( presta-

ção judicial específica) .

8. Para atingir seus objetivos primordi-

ais, o anteprojeto idealizou o Juizado Especial

de Pequenas Causas e o processo a ser nele segui

do, com obediência a vários princípios básicos

GER 20.01 .0050.5


-.
,/

CÂMARA DOS DEPUTADOS

6• ,

e específicos, a saber: (a) facultatividade;

(b) busca permanente de conciliação; (c) sim-

plicidade; (d)celeridade; (e) economia; (f) am

plitude dos poderes do juiz.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

37. Enfim, assegurar justiça ampla e e-

ficaz constitui o dever maior do Estado e o an

teprojeto de lei destina-se precisamente a dar

cumprimento a esse dever. Na medida em que es-

tende a proteção judiciária, hoje insuficiente,

ao homem comum, insere-se ele, por inteiro, no

processo de democratização . ... "

É o relatório.

VOTO DO RELATOR

Este 6rgão T~cnico deverá expender pronunciamen

to quanto às preliminares de admissibilidade al~m de manifes

tar-se sobre o m~rito da proposição.

A proposição guarda conformidade com o estabele

cido na Constituição Federal relativamente ao processo legis

lativo ( art. 46, item III), à iniciativa presidencial (art.

56 )e à competência da União para legislar a respeito de pro

cesso civil ( art. 89, item XVII, alínea "b").

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS

7.

Ao projeto foram oferecidas várias emendas, por

parte do nobre Dep. FRANCISCO AMARAL. Por seu turno, este Re

lator manteve contatos com o Conselho Federal da Ordem dos

Advogados e com inúmeros colegas que lhe transmitiram várias

sugestões.

Devo declarar que, em princípio, a intenção mi

nha é não oferecer mudanças substanciais na sistemática con~

tante do projeto. É que, sendo um novo passo na tentativa

de se oferecer justiça mais rápida, certamente só a prática

determinará as mudanças necessárias. Assim, não obstante ter

recebido inúmeras sugestões, animei-me a endossar apenas al-

gumas delas, dentro desse espírito enunciado.

Entendo que efetivamente o projeto em exame de-

ve merecer o nosso integral apoio. Alguma coisa deve ser fei

ta para que não subsista a situação atual, triste e deprimen

te, de falta de credibilidade na atuação da Justiça. Hoje,

quem não possui instrução suficiente, dificilmente entende a

morosidade da prestação jurisdicional. E as causas de peque-

no valor, aquelas que dizem respeito mais de perto com o dia-

a-dia, com as agruras do cidadão, essas causas não são mais

levadas ao Judiciário porque o povo perdeu a esperança.

Urna Justiça lenta é urna injustiça clamorosa, já

proclamava o grande Ruy Barbosa.

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS

8.

A Justiça do Trabalho, em seu início, mais efi-

ciente do que hoje, ainda funciona de modo satisfatório. O tra

balhador não se arreceia de bater às suas portas. Dela espera

solução e, geralmente, acolhe o seu veredito.

Tenho a certeza de que este Projeto é urna tenta-

tiva séria, honesta e factível.Por isso mesmo, sendo urna solu-

• ção nova, deve ser experimentada. E, tenho a certeza, sua apli

cação resultará vitoriosa. Esta é urna modalidade bem típica no~

sa, urna solução de raízes brasileiras. A escolha de um árbitro

para as desavenças pessoais, patrimonais e, até mesmo, domésti

cas é da tradição pacifista do povo brasileiro. Ela ainda per-

siste, nos pequenos núcleos urbanos e no meio rural, presente

no "Coronel" e no Vigário. Inúmeras sao as causas que esses ár

bitros, homens de confiança do povo, dirimem. E o fazem de mo-

do bastante singular, presos àquilo que deve ser o apanágio do

Direito: o bom senso. Este projeto apresenta, corno um plus, a

sempre desejada isenção de q uem vai decidir as questões.

Vivemos hoje urna época de tecnicismos, de fórmulas

rebuscadas, de soluções pomposas. Estamos distanciados, por vã

glória, daquele enunciado tão simples do direito romano:" Os

preceitos do direito são estes: viver honestamente, não lesar

a terceiros e dar a cada um o seu direito."

GER 20.0 1.0050.5


\..&-.
CÂMARA DOS DEPUTADOS
/
9.

o Juizado de Pequenas Causas é altamente válida

enquanto procura restabelecer a conciliação entre as partes

como sua meta primordial. A função daqueles que se dedicam ao

Direito é, principalmente, a de compor litígios. E, a vida di

ária nos ensina, sempre é possível acomodar pendência, evitar

demandas, aceitar soluções llintermediárias.

• A população saberá valorizar a Justiça, através

da utilização do Juizado de Pequenas Causas. E essa valoriza

ção, consequentemente, acabará por dignificar todo o Poder Ju

diciário, hoje tão mal visto por significativa parte do povo,

devido à lentidão ou, até mesmo, à sua ausência, aí entendida

a impossibilidade material de acioná-lo.

Essas considerações, entendi necessário fazê-las

para manifestar o meu contentamento e a minha esperança nesse

novo instrumento jurídico.

A seguir, passo a analisar as sugestões que me

foram formalmente encaminhadas e que solicito sejam anexa-

das a este Parecer.

A primeira sugestão foi-me encaminha por diver-

sos Juízes de Paz do Distrito Federal. Solicitam sua equipa-

ração a juízes classistas( tal como existentes na Justiça do

Trabalho), para efeito de remuneração, e seu aproveitamento

no Juizado de Pequenas Causas .preferencialmente, desde que

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS

10.

bacharéis em direito.

Entendo que se trata de questão a ser apreciada

pela lei local. O Juizado de Pequenas Causas é facultativo.As

sim, parece-me intromissão indevida do legislador federal pre

ver o aproveitamento de Juízes de Paz.

Outra sugestão que recebi foi da Associação dos

Juízes do Rio Grande do Sul-AJURIS. Trata-se de trabalho bem

elaborado mas que, concluindo por Substitutivo, não deve mere

cer nossa aprovação. É que as modificações, no meu entender,

modificam tanto o texto original que acabam por desfigurá-lo.

Recebi, ainda, em contatos mantidos com os no-

bres Deps. Lúcio Alcântara e Leorne Belém, sugestão que foi en

viada pelo Dr. Sérgio Ferraz, ilustre jurista que milita no Ri

o de Janeiro. Dela recolhi a parte relativa ao art. 79 que es-

tranha a necessária audiência do Ministério Público e a aprova

ção do Conselho Superior de Magistratura para que os árbitros,

indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil, possam ser efeti

vados em sua função. Efetivamente, a OAB afigura-se-me sufici-

entemente idônea para indicar membros, seus afiliados, para tão

importante missão. A interferência do ~ inistério Público e do

Conselho Superior da Magistratura é, até mesmo, afrontosa. Es-

sa ponderação, aliás, constituiu-se na única restrição ao pro-

jeto que me foi apresentada pelo ilustre Presidente do Conselho

Federal da OAB, conforme contato pessoal que r.té.m i: ivemos .

GER 20.01 .0050.5


CAMARA DOS DEPUTADOS

11. ~~

Quanto ao art. 31 do projeto, também acolho a

sugestão seguinte: não se deve falar que a contestação pode

ser "verbal ou escrita". Verbal não é sinônimo de oral. Ver

bal sigifica "através de palavras". Ora, escrita ou não, a

contestação só poderá ser verbal. Assim, deve ser utilizada

" oral", a exemplo do que se verifica nos arts. 37 e 48.

O ilustre jurista Sérgio Ferraz adverte para um

grave problema que, no seu dizer, consumirá tinta, tempo, pa

pel e dinheiro, além de tempo. Trata-se de saber se o projeto,

em seu art. 10, falando apenas em litisconsórcio, omitindo a

questão da assistência, acolheu-a ou rejeitou-a. Entende que

é necessário esclarecer esse ponto, no que concordo. Assim,

embora o Código de Processo Civil trate desses dois institu-

tos jurídicos em um mesmo Capítulo, tenho para mim que só de

ve ser admitido o litisconsórcio. A pretendida simplicidade

do Juizado de Pequenas Causas não deve admitir a assistência

nem a intervenção de terceiro : é questão da estrutura do pro

jeto, que cumpre respeitar. Posteriormente, se a experiência

demonstrar, os ajustes serão realizados.

Passo agora a analisar, urna a urna, as emendas

formalmente apresentadas pelo nobre Dep. Francisco Amaral.

GER 20 .01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS

l2. ~~~

EMENDA N9 1- Dá nova redação ao art. 69

Estabelece a obrigatoriedade de concurso para o

aproveitamento de bacharéis em direito para a função de con-

ciliadores.

Acho que se trata de medida burocratizante e que

a própria natureza do Juizado de Pequenas Causas deve alhear-

se.

EMENDA N9 2 - Suprime os ats. 69 e 23.

A emenda acaba com a função do conciliador.

Esse auxiliar da justiça desempenha função impor

tante e deve, pois, ser mantido.

EMENDA N9 3 - Suprime o § 29 do art. 99

Este parágrafo estabelece que o juiz, sempre que

a causa apresentar questões complexas, alertará as partes so-

bre a conveniência da contratação de um advogado.

A norma deve permanecer pois configura atitude

legítima do magistrado e, até mesmo, é fator de confiabilida-

de no Juizado de Pequenas Causas.

EMENDA N9 4 - Dá nova redação ao art. 99

Pretende esta proposição estabelecer a obrigato-

riedade de a parte ser representada por advogado, o que afron

ta a própria essência do projeto.

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS

13.

EMENDA N9 5- Dá nova redação ao caput do -art. 19

Pretende-se excluir a pessoa jurídica da citação

por carta com aviso de recebimento, em mãos próprias, sob o

argumento de que o encarregado de uma portaria, por exemplo,

poderia constituir uma aberração.

Não comungo desse entendimento: esta prática e-

adotada, há longo tempo e sem inconvenientes, pela Justiça

Trabalhista.

EMENDA N9 6- Dá nova redação ao art. 22

Retira-se do texto o alerta que o juiz deverá pro

ferir relativamente às vantagens da conciliação.

A conciliação é uma das metas pretendidas pelo

projeto. Assim, deve ser mantida a atual redação.

EMENDA N9 7- Nova redação ao parágrafo 6nico do

art. 23.

Pretende que a conciliação seja homologada pelo

conciliador e, não, pelo juiz.

Entendo que a homologação deve ser ato judicial,

eis que o conciliador é mero auxiliar da Justiça, não devendo

assumir o papel do magistrado.

GER 20.01 .0050.5


".--.~)

CÂMARA DOS DEPUTADOS

14.

EMENDA N9 8- Nova redação ao art. 25, parágrafo

único.

Cuida-se de retirar a exigência de o árbitro so

mente poder ser escolhido se estiver presente à sessao.

Aceito a ponderação. Efetivamente, poderá ocor-

rer, frequentemente, que o bom árbitro esteja desempenhando

atividades ligadas ao Juizado de Pequenas Causas na hora da

sessão. Assim, ficaria impedido de ser escolhido. Nada advi-

ria de prejuízo às partes se esse bom árbitro fosse escolhi-

do e realizasse sua tarefa em data posterior.

EMENDA N9 9- Nova redação ao art. 26

Pretende-se que o árbitro conduza o processo com

os mesmos critérios do juiz, podendo ser autorizado pelas f par

tes a decidir por equidade, fora das regras e formas de direi

to .

o projeto prevê que o árbitro conduzirá o proces


so dentro das necessidades da instrução, sem sujeição ao cri-

tério da legalidade estrita, estando autorizado a julgar por

equidade.

Entendo que se pode aproveitar parte da emenda.

o árbitro, efetivamente, deve conduzir o processo segundo os


mesmos critérios do juiz. Mas entendo ser desnecessária a au-

torização das partes para que julgue por equidade.

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS

15.

EMENDA N9 10- Nova redação ao art. 27

Insurge-se a emenda contra o caráter de irrecor-

ribilidade conferido à sentença que homologar o laudo.

Deve ser refletido que urna das principais carac-

terísticas desse Juizado é exatamente essa, tanto que sequer

admite ação rescisória.

EMENDA N9 11- Nova redação ao caput do art. 32.

Pretende a proposição impedir que o reu, na con-

testação, formule pedido em seu favor, desde que fundado nos

mesmos fatos que constituem objeto da controvérsia.

Parece-me que essa norma deve ser mantida, por

elementar questão de justiça.

EMENDA N9 12- Nova redação ao art. 35, caput.

A emenda aperfeiçoa a linguagem utilizada pelo

projeto, merecendo ser acatada.

EI-1ENDA N9 13- Nova redação ao parágrafo único do

art. 36.

Pretende-se que a pessoa de confiança do juiz,

que realizar inspeção, faça relatório escrito informando o que

tiver verificado.

Creio que o relatório escrito é burocratizante e

desnecessário. Urna das características do Juizado é exatamente

a oralidade.

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS

16.

EMENDA N9 14- Nova redação ao art. 37

O objetivo é fazer com que os depoimentos das par

tes e das testemunhas sejam reduzidos a termo, do qual constará

apenas o essencial.

Pelo projeto, a prova oral não será reduzida a ter

mo, devendo a sentença referir, no essencial, os informes trazi-

dos nos depoimentos.

Trata-se de assunto a ser examinado com cautela,

eis que, conforme bem observa a justificativa da emenda, a se

manter a redação original, perderia sentido a interposição de

embargos infringentes quando apreciados pelo Colegiado de Juí-

zes de la. instãncia, previsto no art. 41, § 49, do projeto.

Se, admitida a redução a termo, estaria afrontada

a oralidade do processo, ponto importante. O direito ao duplo

grau de jurisdição parece-me importante. Todavia, o projeto ofe

rece solução satisfatória a esse ponto quando prevê, no § 39 do

art. 13, a manutenção das fitas magnéticas dos depoimentos até

ocorrer o trânsito em julgado da sentença.

EMENDA N9 l5~ Nova redação ao art. 38.

Pretende-se que o Juiz faça sucinto relatório ao

proferir a sentença. Não obstante a emérita lição do Ministro

Mário Guimarães, trazida à colação pela emenda, entendo que se

deve, inicialmente, manter o texto original. O tempo dirá se

o relatório efetivamente é tão essencial.

GER 20.0 1.0050.5


CAMARA DOS DEPUTADOS

17.

Desejo, ao encerrar este Parecer, relembrar tre

cho da Exposição de Motivos, por mim já referido logo ao iní-

cio, que esclarece as intenções e os objetivos deste Projeto

de Lei que cria e disciplina o funcionamento do Juizado de Pe-

quenas Causas:

" Impõe-se, portanto, facilitar ao cida


dão comum o acesso à Justiça, removendo todos
os obstáculos que a isso se antepõem. O alto cus
to da demanda, a lentidaão e a quase certeza da
inviabilidade ou inutilidade do ingresso em Juí-
zo são fatores restritivos, cuja eliminação cons
titui a base fundamental da criação do novo pro-
cedimento judic i al e do próprio órgão encarrega-
do de sua aplicação, qual seja o Juizado Especi-
al de Pequenas Causas."

FACE AO EXPOSTO, voto pela constitucionalidade,ju

ridicidade, boa técnica legislativa e, no mérito, pela aprova-

ção deste Projeto de Lei n9 1 950/83 sendo que, quanto às emen

das apresentadas e às sugestões oferecidas, entendo que se deve:

1- aprovar as emendas de n9s 8 e 12;

11- rejeitar as Emendas n9s 1,2,3,4,5,6,7, 1 0,11,

13, 14 e 15;

111- aprovar a Emenda n9 9, na forma de Subemenda;

IV- oferecer Emendas do Relator, em número de qua

tro.

Sala da Comissão, em 2-1/11/1'5

Relato

GER 20.01 .0050.5


, '-

CÂMARA DOS DEPUTADOS

18.

SUB EMENDA Â
EMENDA N9 9 AO
PROJETO DE LEI N9 1 590/83

Dê-se ao art. 26 do projeto esta redação:

,\ Art. 26 O árbitro conduzirá o proces-

so com os mesmos critérios do Juiz, na f orma dos

arts. 49 e 59, podendo decidir por eq~ idade. ~

Sala da Comissão, em 2 f/n/~>

NETO

Relato

GER 20.01.0050.5
I
(
CAMARA DOS DEPUTADOS

19.
....... ...... _-.

EMENDA N9

AO PROJETO DE LEI N9 1 950/83

Dê-se ao art. 79 do projeto esta redação:

~ Art. 79 Os árbitros serão escolhi

dos dentre advogados indicados pela Ordem dos

Advogados do Brasil. ~

Sala da ,Cmis são, em 7... f / t1i / 9~

Deputa NETO

Relato

GE R 20.01 .0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS

20.

ElotlENDA N9

AO PROJETO DE LEI N9 1950/83

Acrescente-se ao art. 15 do projeto este § 49:

~ Art. 15 . . . . . . . • • • • • • • •

§ 49 O Secretário será necessaria-

mente bacharel em direito.~

Sala da Comissão, em

Relato

GE R 20 .01 .0050.5
• t
I'

CÂMARA DOS DEPUTADOS

21. .....
-

EMENDA N9

AO PROJETO DE LEI N9 1950/83

úO'-~
r L
~I.J---
Substitua-se, no> arti~~ do projeto ,o.. "verbal"

por "oral".

Sala da Comissão, em

6NIO ~

GER 20.01.0050.5

. ç

CÂMARA DOS DEPUTADOS

22.

EMENDA N9

AO PROJETO DE LEI N9 1 950/83

Dê-se ao art. 10 do projeto esta redação:

~ Art. 10. Não se admitirá,no proces

so, qualquer forma de intervenção de terceiro

nem de assistência. Admitir-se-á o litisconsór

cio. "

Sala da Comissão, em

Deputad

Relator

GER 20.01 .0050.5


"
. '
., ,

CÂMARA DOS DEPUTADOS


COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE

Dispõe sobre a criação e o funcio


namento do Juizado Especial de Pe
quenas Causas.

Autor: PODER EXECUTIVO


Relator: Deputado GORGÔNIO NETO

REDAÇÃO DO VE NCIDO

RELATdRIO

Ao ser apreciado pela Comissão o Parecer que elabora


ra, relativamente ao projeto em tela, o nobre Deputado VALMOR
GIAVARINA ofereceu voto apresentando duas emendas. Analisando o
conteúdo das mesmas, entendi que a Emenda n9 1, referente à o
brigatoriedade da gravação dos atos, seria medida aceitável. Por
isso, opinei por sua aprovação. Quanto à idéia da n9 2, relati-
vamente à ausência do autor, por motivo justificado, manifes
tei-me por sua aprovação. Porém, entendi que seria mals aconse
-
lhável que esta ressalva constasse de um parágrafo e, nao, con
forme se expressou o autor, mediante acréscimo ao item I do ar
tigo 50 do projeto.

No mais, o Parecer que ofereci foi integralmente a


ceito pela Comissão, razão pela qual remeto os nobres colegas
-
a sua leitura.

GER 20.01.0050.5

CÂMARA DOS DEPUTADOS


- 2 -

v OT O

FACE AO EXPOSTO, voto pela constitucionalidade, ju


ridicidade, boa técnica legislativa e, no mérito, pela aprova-
ção deste Projeto de Lei n9 1.950, de 1983, com adoção de nove
emendas.

Sala da Comissão, 12 de abril de 1984

GORGÔNIO NETO

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS
COMISSAO DE CONSTITUICAO E JUSTICA
.....
PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

PARECER DA COMISSAO

A Comissão de Constitu i ção e Justiça, em reunlao or


dinária plenária realizada hoje, opinou unanimemente,nos ter
mos da redação do vencido oferecida pelo relator, pela cons-
titucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mé-
rito, pela aprovação do Projeto de Lei n9 1.950/83, com nove
emendas. O Deputado Valmor Giavarina apresentou voto em sepa
rado.
Estiveram presentes os Senhores Deputados:
Leorne Belém - Presidente, Gorgônio Neto e José Ta-
vares - Vice-Presidentes, Djalma Bessa, Gerson Peres, Hamil-
ton Xavier, Guido Moesch, Joacil Pereira, Jorge Arba ge, Jú-
lio Martins, Mário Assad, Osvaldo Melo, Rondon Pacheco, Aluí
ZlO Campos, Arnaldo Maciel, Brabo de Carvalho, Elquisson Soa
res, Jorge Carone, Raimundo Leite, Raymundo Asfóra, Sérgio
Murilo, Theodoro Mendes, Valmor Giavarina, Walter Casanova,
Gomes da Silva, Matheus Schmidt e Amadeu Geara.

Sala da Comis em 12 de abril de 1984

Deput

GE R 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS
COMISSAO DE CONSTITUICAO E JUSTICA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

EMENDA N9 1 ADOTADA PELA COMISSAO /


Dê-se ao parágrafo único do art. 25 a seguinte redação:

"Art. 25 ...................................... .

Parágrafo único - O j uí zo arb i traI considerar-se-á


instaurado, independentemente de termo de compro-
misso, com a escolha do árbitro pelas partes, fa
zendo o Juiz, caso não esteja o mesmo presente,
sua convocação, e a imediata designação de data
para a audiência de instrução."

Sala da Comissão, 12 de abril de 1983

GER 20.01 .0050.5


- - - -- - - - - - - - - - -

CÂMARA DOS DEPUTADOS


COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1 . 950, DE 1983

EMENDA N9 2 ADOTADA PELA COMISSAO

Dê-se ao caput do art. 35 do projeto a seguinte redação:

"Art. 35 - As testemunhas, até o máximo de três


para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e

• julgamento, levadas pela parte que as tenha arrolado, in


dependentemente de intimação, ou mediante esta, se assim
for requerido."

12 de abril de 1984

• Deput
/'
NETO
ator

GER 20.01.0050.5
- - - - - -- -- - - - - -- -- - - - - - -- - -- -

CAMARA DOS DEPUTADOS


COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

EMENDA N9 3 ADOTADA PELA COMISSAO

Dê-se ao art. 26 do projeto esta redação:


"Art. 26 O árbitro condu z irá o processo com
os mesmos critérios do J u i z , na forma dos arts. 49 e
59, podendo decidir por eqUidade."

Sala da Comissão, 12 de abril de 1984

NETO

GER 20 .01.0050.5
-- l

CÂMARA DOS DEPUTADOS


COMISSAO DE CONSTITUICAO E JUST I CA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

EMENDA N9 4 ADOTADA PELA COMISSAO

Dê-se ao art . 79 do projeto esta redação:

"Art. 79 Os árbitros serão escolhidos dentre


advogados indicados pela Ordem dos Advogados do Bra-
sil ."

Sala da Comissão, 12 de abril de 1984

---------
; ; BELEM

NETO

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSAo DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

EMENDA N9 5 ADOTADA PELA COMISSAo

Acrescente-se ao art. 15 do projeto este § 49:

"Art. 15 . . . . . . . . . .. . . . . . .. . . . . . . . . . . .. ..
§ 49 O Secretário será necessariamente
bacharel em direi to. 11

Sala da Comissão, 12 de abril de 1984

NETO
ator

GER 20.01 .0050.5


- - - - -

CÂMARA DOS DEPUTADOS


COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

EMENDA N9 6 ADOTADA PELA COMISSÃO

Substitua-se, no art. 15, caput, e 31 do projeto, a


expressão "verbal" por "oral".

Sala da Comissão, 12 de abril de 1984

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS


COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

EMENDA N9 7 ADOTADA PELA COMISSAO

Dê-se ao art. 10 do projeto esta redação:

"Art. 10. Não se admitirá, no processo, qual


quer forma de intervenção de terceiro nem de assis-
tência. Admitir-se-á o litisconsórcio."

12 de abril de 1984

?:>
NETO

GER 20.01 .0050.5


- - - - - -

CÂMARA DOS DEPUTADOS


COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

EMENDA N9 8 ADOTADA PELA COMISSAO ~

Acrescente-se, no art. 50 do projeto, o seguinte § 29 ,


transformando-se o atual parágrafo único em § 19:

"Art. 50 .. . . . . .. . . . ........................... ..
§ 19 • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • •

§ 29 No caso do inciso I, quando comprovar que


a ausência decorre de força maior, a parte poderá ser isen-
tada pelo Juiz do pagamento das custas."

Sala da Com' - , 12 de abril de 1984

ORGÔNIÓ NETO

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS
COMISSAO DE CONSTITUICAO E JUSTICA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

EMENDA N9 9 ADOTADA PELA COMISSAO

Substitua-se no § 39 do art. 14 do projeto a


expressão "os atos poderão ser gravados" pe
la seguinte: "os atos deverão ser gravados".

Sala da Co nvr
'~ 12 de abril de 1984

~
RGONIO NETO

GER 20.01.0050.5

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1 950, DE 1 983

Dispõe sobre o funcionamento do Juizado

Especial de Pequenas Causas.

Autor: PODER EXECUTIVO

VOTO DO DEPUTADO VALMOR GIAVARINA


======================================

Li,com especial cuidado, o alentado Parecer ofe-

recido pelo nobre Relator, Dep. GORGÔNIO NETO. Trata-se de tra

balho ao mesmo tempo simples e seguro, cujas conclusões acolho,

com duas ligeiras ressalvas.

Refiro - me ao texto constante do § 39 do art. 1 4

bem corno ao enunciado do inciso I do art. 50 do projeto. Creio

que se pode melhorar, substancialmente, o projeto com pequenas

modificações que, certamente, evi t arão dúvidas futuras.

Diz, presentemente, o § 39 do art~ 14:

" § 39 Serão objeto de registro escrito

exclusivamente os atos havidos por essenciais. Os

atos realizados em audiência de instrução e julga

GER 20.01.0050.5
·
'

CAMARA DOS DEPUTADOS

2.

mento poderão ser gravados em fitas magnéticas ou

equivalente, que será inutilizada após o trãnsito

em julgado da decisão."

Entendo que se deve substituir a expressão " os

atos poderão ser gravados " por " os atos deverão ser grava-

dos" para que seja assegurado o princípio da oralidade.

Por seu turno, o inciso I do art. 50 estabelece:

" Art. 50. Extingue-se o processo, além

dos casos previstos em lei:

I - quando o autor deixar de comparecer

a qualquer das aud i ências do processo; ".

Existem hipóteses de força maior que impedem a pre

sença do autor em audiência. É fato por demais conhecido e reco-

nhecido pelos Tribunais. Todavia , interpretações meramente grama

ticais poderão criar, numa primeira fase, sérios transtornos ao

autor se não ficar claramente expresso que essa ausência deve de


- de evento fortuito.
rivar de ato de vontade e nao

No mais, adoto as Conclusõ do nobre Relator,re~

salvados os pontos ao objeto de emendas.

Sala

Deputado GIAVARINA

GER 20.01.0050.5
I

CÂMARA DOS DEPUTADOS

3.

EMENDA N9

AO PROJETO DE LEI N9 1 950/83

Substitua-se, no § 39 do art. 14 do projeto, a

expressão " os atos poderão ser gravados" pela

seguinte: " os atos deverão ser gravados."

Sala da Comissão, em l ~ ~ ~~

Presidente

Relator

GER 20.01.0050.5
,

••

CÂMARA DOS DEPUTADOS

4.

EMENDA N9

AO PROJETO DE LEI N9 1 950/83

Dê-se ao item I do art. 50 do projeto este texto:

Art. 50. ... . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .. .


I - quando o autor deixar de compare-

cer a qualquer das audiências do processo, salvo

motivo de força maior.

Sala da Comissão, em ~ ci-...L c .. ~·," l.. c~ /(13'4

Presidente

Relator

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS
PROJETO DE LEI NQ 1 . 950-A, de 1983
(DO PODER EXECUTIVO)
MENSAGEM NQ 313/83

Dispõe sobre o funcionamento do Juizado de pequ~

nas Causas; tendo parecer, da Comissão de Const~


. .
,.
~

tUlçao e Justlça , pela cqnstitucionalidade, jur~


. , .
dicidade, técnica leglsl tlva e , no merlto, pela
~

aprovaçao com emendas E voto em separado do Sr.


Valmor Giavarina.

(PROJETO DE LEI NQ 1 . 960 , de 1983, a que se refe


re o parecer).
GER 1.10·
.
1

CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI
N.o 1. 950, de 1983
(Do Poder tExeoutivo)
MIElNSAGEM N.o 313/83

Díspõe sobre a ériação e o funciona- III - a d-€I'3'const1JtJUição e a diecla.ração de


mento do JuiUdo E's pecia! Q'e Pequenas nulidad'e dle contr.ato ,l1ela'tivo a coisas mó-
Oausas. voeis -e S'emovent€l'3.
(A ComÍlSsão de Constituição e Justi- § 1.0 Esta Lei não se aplica às causas
ça;.) - de ,naJtul'e2la .alimentElir, fa.:Hmen·liar, fisc.al e
de intel'esse da FaQ;enda Pública, ,n em às
O" C<mg.l18SSO Nacional decre na: relativas 'a iacidlffiltes do :trabalho, a 'r·esí-
duoo e a>O e.sItado 'e 'c apacidade drus p.e.soo-as,
I ainda que de cunho patrimonial'.
Disposições Gerais § 2.° A opção pelo proc'e dimento pl1evis-
to nesta lei impoTltalrá 'em renúncia a>O or(-
AI'It. 1.0 Os Juizooos ESpeciais de Pequ€- di,t o excedente -ao limite estabel'eclido neste
Brus órgãos da Justiça ordináiria,
Oa.US8S; artigo, -excetuoo-a, a hipóbese de oonciH,a ção.
Aclerão l'3'e r criados nos Estados, no Distri-
• Fed'eraJ. e <nOiS Ternitórios, para processo II
e jUlgamento, por opção d o autor, das cau- Do .Juiz, dos Conciliadores e
sas doe reduzido ",alor econômico. dos ./Írbitros-
Art. 2.0 O -p roc-e.sso, perante o Juizooo Ar.t. 4.° O juiz dirigi'r á o proooosocom
Espectal de Pequenas Oausas, ol'!Lenrtar-l'3'e-á ampla liberdad,e pliira determinar ,a s prov'as
pelos cl'1'tét1os da Oi1ali dad e , simplicidade, a serem ,p roduzidas, para -a ,preciá-Ias e -p a-
informalidade. €'óDnoniÍla proceooual 'e oele- ra dar ,e special valor -às regtas de ,expe1'i.ên-
ridarle, buscando s,e mpre que ,p ossível a ci'a comum ou técnica.
(Jonciliação dlllS ,p rurtes. Alrt. 5.° O juiz ,a>dotará fe m cada caso a
Art. :fo' êonsidter,am-l'3'e causas de redu- deci&ão que- I'eputa.r ma.i1'3 ju.sta e equânime,
zido valor eoonômioo ras que v'e rsem oobre amendendoaos fins sociaÜi d-a: lei ,e àJs ,eX'i-
direitos pátrimônia-is e decorl:am de pedido gênc1.as do -bem comum.
que, à· datia do ,a,ju:l.71aml€Jlto, não €xc-e da a .Atl1t. 6_.° Os concili:a>dores são auxiliares
20 (vinte) vezes Oi maior l'3aláJl'1o mínimo da Justiç.a prura 00 f'Í1!lS" do art. 22 , l'ecruta-
Vigenw-no País e :tenha po\l' objeto: dos ,pref,el'entemenl1Je dientre bachal'éis érn
Di'Iíeito._.na forma dia lei 100311.
I - .a conde,n ação em dinheiro;
Art. 7.° Os álrbi1lr'OO serão esco~hidos den-
rr - à condenação à entrega d'e coisa tre 'advoga>dos indicados 'p'ehl. Ordem dooAd-
dê:r'1ni. lÍlóv~l
ou ao cum:primenlÍ;Q dJe; obriga- vogados do BrasH e -apl1OV'adoo pelo COnse-
ga.õ; de fá.ZIe1', a cargo de fl3ibr:i'OOll'te ou ,for- lho Superior da Magis1Jr.rutura, na f'ó rma da
necedor de bens e serviços para consumo; lei local, ouvido o MmiBt,é.rio" pú-blloo.
Lote: 59 Ca ixa: 69
PL N° 1950/1983
-2- 82

rIl V
Das Partes Dos Atos Prooessuais
Art. 8.° Não pod'erão s e,r pal1tes no pro- Ant. 13. Os atos processuais serão iPú-
cesso instituído nesta lei o incap8iz, lO preso , blieos 'e poderão ·reaJizllir-se em horá.ri.o no-
as pessoas jurídioas de dil'eito público , as turno, conforme dispus·e.l1em 'lliS normlliS dJe
e mpresas ,públic.a s da União , a massa fali- I organização j udieiá:ri,a .
da e o insolvente ,civil.
I A.l1t. 14. Os ,a tos processuais serão váli-
§ 1.0 Somente as pesooas físicas capazes \ dOIS s'e mpre que pretencheJ'em ,as finaJida-
s erão admi tid'8iS a propor ação perante o does paa-a as quais fonem realizados, aten-
Jui~ado Elspecial de Pequenas Oausas, ex- didos os critérios indicados no art. 2.0
cluídos os cessionários de dil1eito de p es-
§ 1.0 Não se pronuncillirá qualquer nuli-
soas jurídicas.
dade SJetIll que ·t enha havido prejuízo.
§ 2.° O maior d·e 18 (dezoito) .runoo pod'2 -
r á ser autor inde,p endentemente de assis- § 2.° A prátJica de atos proceoouaU> ,ee
tência, incluSive p8ira fins de 'c onciliação. outI'las coma;r,c as poderá s'er solicttada por
qualque·r mei'O idôneo de cÜ'municação.
Ar.t. 9.0 As partes compa·recerão sempre
pessoalmente, podendo ser assistidas por § 3.° Serão objeto de registro escri,t o ex-
a dvogado. clusi'v amente OiS 8itos havidos JXlIl' essenciais.
Os atos il"eal1za;dos em audiênci:a dre instru-
§ 1.0 Se uma das partes' 'Compweoe,r as- ção e julg8ime'l1Jto poderão s'e r gravadooem
s is tida por advogado, ou se o réu po.r ,pes- fitta magnéticru ou .equiv.alente, que será inu-
soa jurídica ou firma individual, terá a ou- tilizada ,após o ·trânsito 'em julgado da de-
tra, se quiser, assistência judiciária presta- c1são.
da por órgão instituído junto 'a o Juizado
Esp ecial de Pequen8iS Causas, na forma da 4.° As normas locais dispo'r ão sobre a
§
lei locaL oonservação das peças do processo e de-
mais docutIll'e ntos que o instruem.
§ 2.° Se a cau ~a apresentar questões
comp~ e xas, o jucÍz 'rulertará as pa'rties da con- vr
veniência do patrocínio por advogado. Do Pedido
§ 3.° O mandruto ao ·a dvogado poderá \Ser
verbal , salvo quanto ,a os ,p oderes especiais. Art. 15. O pl1OOesso instaur:ar-se-á com
a apres1en:tação do pedido, esori,tÜ' ou verbal,
§ 4.° O réu, .sendo pessoa jurídica ou ti- à Se'c retruria do Juizado.
tular de firma individual, poderá ser l'e-
pr,esent8ido por pl'eposto c.l1edlenciado. § 1.0 Do 'P'edido oonstrurão, d,e forma sim-
ples e em Joinguagem .a oessível:
A'l1t. 10. Não se admitilr á, no procel':>so,
qualquer fOtI"ma de intJervenção de terceill'O. r - o nome, a quaJificação 'e O' endereço
Admitir-se-á o lLtislo onsórcio. das paI'ltes;
Art. 11. O Ministério Público in.tetI'Vi·r á Il - os fa,tos e funda,mentos, em forrntt
nos .casos previstos em lei. sucinta;
IV Ilr - übj eto e seu valor.
'O

Da (:()lII:petência § 2.° É licito formu1ar pedido gJenenco


quando não f001' possível d let.e rmialar, desde
Art. 12. É competen.te ·para ·a s causas :Ogo, a e~tensão da obrigação.
previstas nesta lei o Juizado do foro:
§ 3.° O pedi'do V'el'bal /ilerá r ed uzido a es-
r - do domidlio do réu ou, a criltério do crito pela Seoretaria do ' Juizado, podendo
autor, do local ondle aquele exerça ativida- ser utilizado o .sistema d'e fi.oha.<; OIU formu-
des ,profissionais ou econômicas ou mllinroe- lários impressOiS.
nhaestabelecimento, filial, ,agência, sucur-
sal ou esc·r itório; Art. 16. Os pedidoomenciO'il'ados no ~t.
3,.° ,pod'e rão tSlelr al,te.l1uativos ou cumulados;
Ir - do I ugar onde a obrigação deva ser nesta última hipótese, desd1e que conexos e
satisf'e ita; a soma não ultrapass'e o Hmite "fixado na-
Ilr - do domicílio do autor ou do local quel.e disposi,tivo.
do ato ou ta·oo. nas ações pa,m l'eplliração Art. 17. RegistradO' o pedido, tndepen-
de dano de qualquer llilitUl'eza. dentemente doe diSJtribuição e autuação, a
Parágr.afo úni'Co . Elm ~ualquer hipótIEs'e, Secrletaria do Juiz8ido d 1esign8il'á a \Sessão de
poderá a ação ser proposta nu ::,~n, orevis- concitJi'a ção, a reali7.~r. '.~ : dentro dle '10 (dez)
t o no inciso r deste ar,tigo. ('li·fl,';.
-3-
Ail1t. 18. Comparecendo inicialmente am- Art. 23. A conciliação será
bas as parres, instaura.r-oo-á, desdle logo, a pelo juiz ou po.r conciliador sob
sessão de conciliação, dispensados o regis- tação,
tro prévio do ,p edido e a citação. parágrafo único. Obtida a cvnciliação,
P,a ,rágrafo úni-co. Havendo ,p edidos con- será reduzida a escrito e homologada pelo
tirapostoo, podJerá ser dispensada a contes- juiz mediante sentença com eficác'a d·e t!-
tação formal e ambos- serão apreciados na tt:\IO executivo.
mesma slentença.
.Art, 24. Nã'O. cPmpari'!cendo o deman-
VII dado, o juiz prMêl"lrá sentença.
Das Citações e Intimações Art. 25 . Não obtida a conciliação, a3
Art. 19. A dtação fa"r-re-á por C{)ol'!Tes- partes poderão optar, de comum acor-:!o
pelo juízo a r.bi traI, na forma prevista ne.3ta
-
pondência com avioo de rlec'ebiJIll'ento em
os próprias ou, tra"taJndo-se doe pe&Soa lei.
jE ica ou firma individua,l, mediante en-
aao €ncarl1eg.8ido da recepção, que se-
rá obrigatori'amente identificado, ou ainda,
Parágrafo único. O juízo arhitral con-
sid·erar-.se-á instaurado, independentemente
de term~""" cumpromisso, com a escolh.a
sendo nooessário, ,p or ofici,a l de justiça. in- do árbitló as partes, dentre aqueles que
dependentemente de mandado ou carta esti've'r em ~entes à sessão.
precatória,
Art. 26. O árbitro conduzirá o processo
§ 1.0 A dtação 'c onterá cópia do pedido segundo as necessid8ides da instrução, sem
inicial, dIa te hora para comparecimento do suj eição ao critério da legalidade es :·.rlta
c~tando e advertência de que, não oompa- e estando autorizado a julgar por eqüUade.
JI'eoendo, considerar-s.e-ão verd8ideiras as
aleg,ações iniciais e será proferido julga- Art. 27 . Ao término da instrução, ·: u nos
mento de ,pLano. 5 (cinco) dias subseqüentes, o árbitro apre-
sentará o laudo ao juiz para homologação
§ 2.0 Não se fará cita.ção por ooiotal. por sentença irrecorrível. '
§ 3.° O oompanec1mento espontâneo su-
pri<rá a f.iU.tJa ou nulidade da citação. X

Art. 2Q. As intimações serão feItas na Da Instrução e Julgamento
form,a prevista para a citação. ou por qual- Art. 28 . Não instituido o juízo arbitral,
quer outro meio ldôneo de oomunicação. proc·e der-se-á imediatamente à audiência
§ 1.0 Dos atos pr8itic8idos. na audiência de instrução e julgamento, desde que não
consid,eorar-se-ão desde logo cientes as par- resulte prejuÍzo para a defesa.
tes.
Pa:rágrafo único. Não sendo possível 'a
§ 2.° &; 'paJrltes ,c omunicarão ao juizo as realização im~diata, será a audiência de-
mUd,anç8iS' de endereço ocorrid,a s no curso signada para uni. dos dez dias- subseqüoen-
aProcesso, reputando-se eficazes ' as inti., tes, cientes desde logo as partes e teste-
, -ões le nviadas ao local runooriol1mente in- munhas eventualmente presentes,
dicado, na ausênci,a da comunü:ação.
Art. 29. Na audiência di'! instrução e
VIII julgamento serão ouvidas as partes, colhi.
da a prova e, em seguida, proferida a sen-
Da Revelia tença.
Art. 21. Não compareoendo o demanda- § 1.0 Serão decididos de plano todos 00
do à sessão de conciliação ou à audiência incidentes que possam interferir no reg·u lar
de instrução e julgamento, :reputar-se-ão prosseguimento da audiência, Pi.S di'!'mais
verd8idte iros os fatosale'g ados no pedido ini- questões soerão decididas na sentença:,
daI, SMVO se o c<mtráorio reStUl,taa- d:a convic-
ção do juiz. § 2.° Sobre os documentos apresentados
IX
por uma das partes, manifestar-se-á ime-
diatamente a parte ·contrária., sem int."!'rrup-
Da Conciliação -e do ção da aadiência.
Juízo Arbitral Art. 30. O disposto nes,t e cap:tulo apli-
!Art. 22:.Aberta a sessão, o juiz esclare- ca-se também quando o credor ' estiv,er mu-
cerá as partes' presentes sobre as vantagens nido de titulo' executivo eX!trajudlcial.
da conciliação, mosbrando-:lhes os riscos e § 1.0 Obtida a conciliação entre as par-
as conseqüências do litígio, especialmenti'! tes, será proferida a senti'!nça homologa-
quanto ao disposto no art. 3.0, § 2.0- tória prevista no art. 23, parágrafo único.
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li' comparecendo o devedor, será Art. 37. A prova oral não será reduzida
proferI a sentença prevista nQ art. 24. a escrito, devendo a sentença referir, no
§ 3.° A sentença valerá como tLtulo exe- essencial, os informes trazidos nos depoi-
cutivo judicial. mentos.
XIII
XI
Da sentença
Da resposta do réu
Art. 31. A cont~stação, que será verbal Art. 38. A sent~nça mencionará os ele-
ou escrita, conterá toda a matéria de de- mentos de convicção do juiz, com breve re-
fesa, exceto argüição de suspeição ou im- sumo dos fatos relevantes ocorridos em au-
ped:mento do juiz, que se processará na diência, dispensado o relatório.
fe rma da legislação em vigor. Parágrafo único. Não se admitirá sen-
Art. 32. Não se admitirá a reconvenção. tença condenatória ,p or quantia ilíquida,
É licito aQ réu, na cQntestação, formular ainda que genérico .o pedido.
p ~ dido em seu favor, nos limites do art. 3.°, Art. 39. É ineficaz a s~ntença conde.
desde que fundado nos mesmos fatos que tória na parte que exceder a alçada esta-
constituem objeto da controvérsia. belecida nesta lei.
Parágrafo único. O autor poderá res- Art. 40. A exe~ução da sentença será
ponder ao pedidQ do réu na .p rópria audiên- processada no juíw ordinário competente.
cia ou requerer a designação de nQ'v a data,
que será desde logo fixada, cL:mte.<; todos os XIV
presentes. Dos embargos infringentes
XII
Art. 41. Da s ~ntença, excetuada a ho-
Das provas mologatória de conciliação ou laudo arbi-
Art. 33. TQdos os meios de prova mo- tral, caberão embargos infringentes para o
ralmente legítimos, ainda que não especi- próprio Juizado.
ficados em lei , sãQ hábeis para provar a .§ 1.0 Os embargos infringentes serão
veracidade dos fatos alegados pelas partes. julgados por turma composta de 3 (três)
Art. 34. Todas as provas serão produzi- juíz,es, em exerc:cio no primeiro grau de ju-
das na audiência de instrução e julgamen- risdição, reunidos na sede do J·uizado.
to, ainda que não requeridas previamente, § 2.° Nos embargos infring.mtes as par-
pojendo o juiz limitar ou excluir as que tes serão obrigatoriamente representadas
considerar excessivas, impertinent~s ou pro- por advogado.
telatórias.
Art. 42. Os embargos infringentes serão
Art. 35. As testemunhas, até o máximQ opostos no praw de 10 (dez) dias, cGntados
de três para cada parte, comparecerão à da ciência da sentença, por petição escrita,
audiência de instrução e julgamento espon- da qual constarão as razões e o pzodido a
taneamente ou, se assim for r~querido, me- embargante. .,
diante intimação.
§ 1.0 O preparo será feito. independen-
§ 1.0 O requerimento ,p ara intimação
das testemunhas será apresentado à Secre- temente de intimação, nas 48 (quarenta e
taria no mínimo 5 (cinco) dias 'a ntes da oito) horas seguintes à intel'posição, s<Jb
audiência de instrução e julgamento. pena dél deserção.
§ 2.° Após o preparo, a Secr·e taria inti-
§ 2.° Não comparec~ndQ a testemunha
intimada, o juiz poderá determinar sua ime- mará o embargado p~ra oferecer resposta
diata cQndução, valendo-se, se necessáriQ, escrita no prazo de 10 (dez) dias.
,do concurso de força pública. Art. 43. Os emba'l'gQs infringentes terão
Art. 36. Quando a prova do fato exigir, somente efeito devolutivo, podendo o juiz
o juiz poderá inquirir técnicos de sua con- dar-Jhes efeito suspensivo, para evitar dano
fiança, permitida às partes a a,presentação irreparável para a parte.
de parec~r técnico. Art. 44. As partes poderão requerer a
Parágrafo único. No curso da audiência, transcrição da gravação da fita magnética
poderá o juiz. de ofício ou a requerimento a que alude o § 3.° do art. 1.3, correndo por
dfl.3 partes, realizar inspeção em pessoas ou conta da requerente as despesas respecti-
colsas, ou determinar que o faça pessoa de vas.
sua confiança, que lhe relatará informal- Art. 45. As partes serão intimadas da
m2ilte o verificado. data da sessão de jUlgamento.
-- - - - -- - -- - - - - - -- - - - - -- -

~. "J:~",
..tJ '4~

-5-
f ~.
.~I"'-,

Art. 46. Se a sentença for confirmada de jUTisdição, ressal\"ada a hipóW · ·ftft>


pelos próprios fundamentos, a súmula do sistência jUdiciária gratuita. "";;:;:J.:;íiii'"
julgamento servirá de acórdão. Art. 53. A sentença de ,p rtmeiro groo
XV não condenará o vencido em custas e ho-
norários do advogadO do vencedor, rClSSal-
Dos embargos de declaração vados os casos de litigânCia de má fé. Em
Art. 47. Caberão embargos de declara- segundo grau, o apelante vencido pagará as
ção quando, na scntenç'a ou acórdão, hou- custas e honorários de advogado, que serão
ver obscuddade, contradição, omissão ou fixados entre 10 % e 20 % do valor da con-
dúvida. denação ou, não havendo condenação, do
valor rorrigido da causa.
Parágrafo único. Os erros materiais po-
dem ser corrigidos de ofício. Parágrafo único . O litigante de ná fé
será condenado a pagar multa à pa~ con-
A'irt. 48. Os embargos de declaração se- trária, a qual não excederá o valor da causa.
~ opostos por escrito Qou oralmente, no
prazo de 5 (cinco) dias, contados da ciência XVIII
da decisão. Disposições finais
Art. 49 . Quando opostos contra senten- Art. 54. Não se instituirá o J:lizado de
ça, os embargoes de declaração suspende- Pequenas Causas sem a correspondente im-
rão o prazo para os embargos infringentes. plantação das curadorias necessárias e do
serviço de assistência j udiciálI'ia.
XVI
Art. 55. O a'COrdo 'e xtrajudicial, de qual-
Da extinção do processo quer natureza ou valQr, poderá ser homolo-
sem julgamento do mérito gado, no juízo competente, it:dependente-
Art. 5.° Extingue-se o processo, além dos mente de te'rmo, valendo a sentença CO!IlW
Car05 !previstos em lei:
título executivo judicial.
!Parágrafo único. Valerá como título
I -quamdo o autor de.ÍJ()ar de comparecer eXlecutivo extrajUdicial o arordo celebrado
a qualquer das audiências do processo; pel,a s partes, por instrumemo escrito, refe-
I! - quando inadmissível o proc'edimen- rendado pelo órgão competente do Ministé-
to instituído por esta lei ou seu prossegui- rio Público.
meIllto após a conciliação; Art. 56. As normas de organização ju-
liI - quando f'OI reconhectda a inoomp~­ diciária local poderão:
tência terriltotl"ial; I - estender a concili:a~ão prevista nos
IV - quando sobrevier qualquer dos tm- a~. 22 e 23 a causas nãoa.brangidas nesta
dimentos previstos no ant. 8.° ; lei;

i - quando, falecido o auror, a hahili-


ção depender de sentença ou não se der
no ipmw de 30 (trinta) dias;
II - orlar 'Colegiados coootirtuídoo por
juíz'es em exercído no primeiro grau de ju-
risdição e atribuir-lhes competênda para os
recUlI"sos interpostos contra decisões 'Profe-
VI - quando, falecido o reu, o autoc não ridas em pequenas causas não processadas
promove·r a dlÍlação dos suoessol'elS em trin- n.a forma desta lei.
ta dias da ciência .do fato.
.Art. 57. Não se 'a dmitirá ação rrescisória
lPaJrágrafo único . A extinção do proces- nas causas sujeitas ao procedimento insti-
so independerá, em qualquer hipótese, de tuído nesta lei.
prévia intimação !pessoal das par:tes.
'A rt. 58. Esta lei entrará em vigor na
XVI! data de sua 'Publicação.
Das despesas Brasília, de de '1983.
Art. 51. O acesso ao l JuizadO de Peque- MENSAGEM N.O 313, DE 1983
l1iaS Oausas independerá do pagamento de DO PODER EXECUTIVO
custas, taxas ou despesas em primeiro grau
de jurisdição. 'Ex~elenJtíssimos
Senhores Membros do
.Art. 52. O preparo dos embaJIgos ind'rin- Congresso Nacional:
gentes, na forma do axt. 42, § 1.0, compreen- Nos termos do art. 51 da Constituição, te-
derá todas as despesas processuais, inclusi- nho a honra de submeter à elevada delibe-
ve aqueLas dÍSipensadas em !primeiro g;rau ração de Vossas Excelências, aoompanhado
Lote : 59
Caixa : 69
PL N° 1950/1983
84
- 6
,-~~_ oo
"
~ursoo'ição de Motivos do Senhor Minis-
'

dequllido das causas de reduzido valor eco-


tro d'e "Estado Orientador e Goordenador do nômico e conseqüente inaptidão do Judi-
Programa Nacional de Desburocratização, o ciário atual para a solução barata e rápida
anexo projeto de lei que "dispõe sobre a desta espé cie de controvérsia.
criação e o funcionamento do JuizllJdo Es-
pecial de Pequenas Causas". 4 , A ausência de tratamento judicial
llJdequado para as pequenas caus as - o
B~así lia, 24 de agosto de 1983 . - Aurelia- terceiro problema acima enfocado - afeta,
no Chaves. em regra, gente humilde, desprovida de ca-
pa,c idade econômica para enfren t9ir os custos
EX1'OSIÇAO DE MOTIVOS N.o 007, !DE e a demora de uma demanda judicial. A
17 DE MAIO DE 1983, DO SENHOR garantia meramente formal de acesso ao
MlNISTRO DE ESTADO ORIENTADOR E Judiciário, sem que se criem as condições
C<Y.>RJ)ENADOR DO PROGRAMA NA- básicas para o efetivo exercício do direito
CICNAL DE DESBUROCRATIZAÇAO. de postular em Juízo, não atende a um _
Exce~entíssimo S€nhor Presidente da Re- princípiOS ba.silares da democracia, que _
pública. da proteção jUdiciária dos direitos indivi-
duais.
Tenho a honra de submeter à considera- 5, A elevada concentração populacional
ção de Vossa Excelência o anteprojeto de nas á'reas urbanas, aliada ao desenvolvimen-
1ei, em anexo, que dispõe sobre a C/nação to acelerado das formas de produção e con-
do Juiza.do Especial de Pequenas Caus'as, sumo de bens e serviços, atua como fa.tor
integradO na Justiça ordinária dos Estados, de intensificação e multiplicação de confli-
'e regula o prooosso a ser adotado para o tos, principalmente no plano das relações
julgamento dos litígios de nrutureza patri- econômicas. Tais conflitos, quando não so-
monial e d~ reduzido valor levados à sua lucionados, consti,t uem fonte geradora de
apreciação. tensão social e podem facilmente transmu-
2 , A elaboração do texto final do ante- dar-se em comportamento anti-social.
'projeto de lei foi precedida de ampla con- 6, Impõe-se, portanto, facilitar ao cida-
sulta à op1-nião pública e iws setores en- dão comum o acesso à Justiça, removendo
volvidos na implantação e funcionamento todos os obstác,ulos que a isso se antepõem.
do Juizado de Pequenas Camas, Em setem- O alto custo da demanda, a lentidão e a
bro de 1982, o MiIÜStériO da Desburocrati- quase certeza da inviabilidade ou inutili-
zação publicou o 'ffiboçü do an'telprojeto que, dade do ingres~o em Juízo são fatores res-
juntamente com as sugestões Il"eCebid1l.s, foi tritivos, cuja eliminação constitui a base
revisto por uma comissão, CüordenllJda pelo fundamental da criação de novo procedi-
Secretário Executivo do Programa Nacional mento judicial e do próprio órgão encarre-
de Desburocrati~açâo, e inttegrllJda pelos ju- gado de sua apUcação, qual seja o Juizado
ristas: Nilson Vital Naves, do Gabinete Ci- Especial de Pequenas Causas.
vil da Presidência da República; Kazuo
Watanabe e Cândido Dinamrureo, da A&so- 7 . Pelo sistema previsto no antepIlOj _
ciação Pa.ulista de MaglstrllJdos ; Luiz MeIÍ- o Juizado Especial de Pequenas Ca,u sas com-
bio Machado, da .&ssoclação dos Juízes do bina os dois regimes tradicionais de SOlução
Rio Grande do Sul; Paulo ,S alvador FroIllti- de conflitos, através da conjugação de me-
n1 e Mauro José Ferraz Lopes, do Mi.n.istério canismose~trajudiciais de composição (con-
Público de São Paulo e Rio de Janeiro, res- ciliação e arbitragem) e de solução judicial
pectivamente; e Ruy Oarlos de Barros Mon- propriamente dita (prestação jurisdicional
teiro, do Ministério da Desburocratização. específica) ,
3, Os problemas mais prementes, que 8, Para atingir seus Objetivos primor-
prejudicam o desempenho do Poder Judi- di'ais, 'O anteprojeto idealizou o Juizado Es-
ciário, no campo civil, podem ser analisllJdos pecial de Pequenas Causas e o processo a
sob, pelos menos, três enfoques distintos, a ser nele seguido, com obediência a vários
saber: (a) inadequação da atual estrutura prindpios básicos e específicos, a saber (a)
do Judiciário para a solução dos litígios que facultatividade; (b) busca permanente de
a ele já afluem, na sua concepç'ã o c'ássica conciliação; (c) simplicidade; (d) celerida-
de litígios indÍ'viduais; (b) tratamento le- de; (e) eoonomi'a; (f) amplitude dos pode-
gisl8!tivo insuficiente, tan;to no plano mate- res do juiz.
rial carmo no processual, ~ c~mflitos de in-
teresses coletivos ou di'1Iusos que, por en- 9. A facuItativicfade está presente não
quanto, não dispõem de tutela Jurisdicional só na previsão de criação do JuizllJdo Espe-
aspecífica; (c) tratamento processual ina- cial de Pequenas Causas à opção dos Esta-
-7
dos, como ainda na sua utilização faculta- veis ou semoventes (a:rt. 3.0, , fi .
tiva, a critério exclusivo do autor da ação, Igual princípio illSlpirou a eX'Clusão o Jui-
tiotular do diretto viol'ado ou exigível. zado para o julgamento de causas de natu-
10. ~reocupa-se o anteprojeto com a dis- reza alimenta'r, falimentar, fiscal e de inte-
tinção entre as normas de processo civil, resse da Fazenda Pública, bem como as re-
inseridas na oompetênda da União, por la:tivas a acidentes de trahalho, a resíduos
força do disposto no art. 8.°, item XVII, e ao estado e à ca'Pacidade das pessoas,
letra b, da Constituição, e as regras ine- estas últimas, mesmo que de cunho patri-
rentes à organização judiciária local, afe- montal (art. 3.°, § 1.0).
tadas à competência da legislação local. 14. 'Da mesma forma, a necessidade de
plena disponibilidade dos direitos submeti-

t ' 11. Desta forma, além da própria cria-


ção do Juizado Especial de Pequenas Cau-
foram deixadas para a disciplina da lei
aI diversas outras questões de organiza-
ao jUdiciá'r ia, .tais como: (a) o horário de
dos à apreciação do Juizado teve como con-
seqüência correl'!iita a exigência de total ca-
pacidade civil das partes envolvidas no pro-
cesso, eis que somente estas podem transi-
funcionamento do Juizado; (b) as condi- gir livremente, sem restriões de ordem for-
ções e as formas de recrutamento dos árbi- mal ou procedimental.
tros e conciliadores; (c) a ol'lganização ·da 15. 'R esulta daí que somente pessoas ca-
secretaria do Juizado e de seus serviços au- pazes podem ser parte no processo desenvol-
xiliares ou correlatos; (d) o uso de meios vIdo perante o Juizado Especi'al de Peque-
técnicos, magnéticos ou eletrônicos, para nas Causas, excluídos, ainda, o preso, as
gravação ' dos atos processuais. pessoas jurídicas de direito público, a mas-
12. Respeitada a competência da lei que, sa falida e '0 insolvente civil (art. 8.°, ca-
seguramente, irá atender às peculiaridades put). Excepcionalmente, foi admitid'a a ca-
regíonais ou locais, o anteprojeto disciplinou pacidade processual ativa do menor de 21
o processo, a se desenrolar perante o Jui- e maior de 18 anos, sem necessidade de
zado Especial de Pequenas Causas, de ma- assistência (art. 8.°, § 2.°), sob a conside-
neIra uniforme, em todo o terrLtório n'acio- ração de que tais pessoas já dispõem de
nal, como não poderIa deiY.ar de ser diante discernimento suficiente para, por si sós,
do sistema constitucional vigento; todavia cuidarem de seus interesses patrimoniais de
é assegurado ao autor d·a ação o direito. d~ pequeno valor. As empres'a s públicas da
escolha pelo processo especial e próprio das União não podem ser parte no proceSSo re-
pequenas causas, regulado no anteprojeto, ~~í? _no anteprojeto, ,pol'lque sujeitas à
ou pelo rito comum, estatuído nas normas JurlSdlç~ -~<>- -Justiça Federal, nos termos
gerais do Código de Processo Civil. A opção do que dlSpoe o an. 1.2'5. I, da Constituição.
do autor pelo Juizado Especial de Pequenas 16. O Juizado Especial de .P'cq ... < " ,~ Cau-
Causas foi permitida, inclusive, nos casos sas, Objetiva, espeCificamente, a defese. d.4>
~ que o valor econômico do seu dire'ito dIreitos individuais do cidadão, pessoa fi':
~ ividual supere o limite fixado no ar,t. 3.°, sica, motivo pelo qual somente este poGe
mas esta opção importará, sempre e auto- ser parte ativa nO respectivo processo. As
maticamente, na renúncia do titu1ar do di- pessoas jurídicas têm legitimidade exclusiva
reito ao crédito excedente a esse limite (ar- no pólo passivo da relação processual. 'Pos-
tigo 3.°, .§ 2.°). síveis fraudes a , esta - regra foram evitadas
com a proibição inserta na parte final do
13 . O Juizado Especial de Pequenas Cau- art. 8.°, § 1.0, segundo o qual estão excluí-
sas, lPor outro lado, tem por objetivo per- dos do direito de propor ação, no Juizado,
manente a busca da conciliaçã.o das partes, os cessionários de direitos pertencentes a
o que inspirou vários diSpositivos constan- pessoa jurídicas.
tes do anteprojeto. A luz deste princípio,
limitou-se a competência do Juizado às cau- 17. A simplicidade do procesl)O foi obtida
s·a s patrimoniais, de valor até 20 vezes o através da adoção dos critérios de informa-
, Maior SlJ.lário Mínimo, e, dentre estas, pela lidade e oralidade. O artigo 14 do antepro-
razão prática da eliminação de ,dúvidas jeto dispõe' que os atos prócessuais serão
quanto a valor, às causas que objetivassem válddos sempr~que 'Preencherem as finali-
oond'e nação 8l quantia certa, entr,e~a de dades para as quais forem realizados, 'inde-
coisa certa ou cumprimento de obrigação pendentemente da forma de que se revis-
de fazer derivada de relação de consume tam. Pref,e rentemente, estes atos serão orais,
de bens ou serviçoo e, finalmente, às que não se ma.terializando em registros eSG'r itos
visassem à desconstituição ou declaração de e não se formarão autos, ba-stando o uso de
nulidade de contrato relativo a coisas mó- fichas ou formulários especiaiS.
Lote: 59 Caixa : 69
PL N° 1950/1983
-8 85
o- .celeridade do processo motivou o
QO

......,_.....\r de pequeno valor econômico e reduzida


~,tabeledmento de ato único , onde se de- complexidade jurídica. pode imp edir o in-
vem desenvolver t-o das ou quase t odas as gr e.sso da parte em juízo afrontando o pre-
etapas pertinerttes à exposião, instrução e ceito constit ucional que asse gura o livre
julgamento da causa . isto é, a sessão de acesso ao Judiciário para a sa tisfação de
conciliação e julgamento. Nesta sessão úni- dir\eitos individuais injus tamen te les ados.
ca as partes são ouvidas e é tentad,a a sua As pequenas lesões de direi tos sacrificam,
conciliação; são colhidas todas as provas e , indistintamente, os pobres e os m ais afor-
enfim, é proferida a sentença. Praticamen- :unados. Quando a parte é pobre, é a ela
te, só se realizam fora desta sessão os atos assegurado o direito a assistência judiciá-
concernentes à apresentação da petição ini- ria gratuita. Todavia, a parte que não é
cial e à citação do réu ou intimação de pobre bastan t e para obter este direito pas-
testemunhas, os quais se passam perante sa a não dispor de condições para buscar,
a Secretaria do Juizado , sem necessidade no Judiciário, a realização do seu pequei
de intervenção do -juiz. Tudo mais é exe- direito lesado, uma vez que o seu reduz
cutado como parte integrante da sessão de valor econômico não comporta o pagame -
conciliação e julgamento, realizada ordina- to dos honorários profissionais de quem
riamente num mesmo dia, salvo motivo re- lhe irá prestar assistência.
levante e excepcional.
22. Ê importante considerar que o Jui-
19. Em respeito ao mesmo princípio de zado Esp ecial de Pequenas Causas só irá
celeridade, foram reduzidas as h~p óteses processar e julgar causas patrimoniais de
possíveis de inciden ~ es processuais, proi- pequeno valor , do interesse de partes ca-
bindo-se definitivamente, a intervenção de pazes, ou sej a , só se cuidará de direi ~ os
terceiros e reduzindo-se os prazos proces- disponíveis ent re partes que podem livre-
suais. Foi admitido o litisconsórcio que, na ment e transigir, o que, por si só, permite a
prática só irá existir à opção do autor, uma disp ensa da assistência técnica por advo-
vez que, tratando-se de causas limitadas, gados.
de cunho patrimonial, dificilmente poderá 23. Por outro lado, se bem que faculta-
configurar-se o litisconsórcio unitário ou tiva, a intervenção do advogadO, como as-
n eces.sário. sistente ou reTlrQ.l:cn(,ante-preposto da par-
te, n ão p proibida. O anteprojeto prevê, in-
20. A gratuidade do processo no primei- c!110ive que , se uma parte comparecer as-
ro grau de jurisdição, consistente na isen- si;; ida por advogado ou, ainda, se for pes-
cão de custas e 'taxa judiciária. to,:" com~ soa jurídica ou firma individual , terá a ou-
fundame nto o princípio ,lo economIa, aqUl tra . se quiser, direito à assistência judiciá-
ent endido como h<>~~(,c'amento de custos pa- ria (art. 9.°, § 1.0). Assegura-se, com isso ,
ra os liti l' ''v ~S. A isenção, porém . não tem perfeita equivalência ou igualdade jurídica
anll octçáo em caso de recurso, que é sujeito entre as partes litigantes, sem qualquer pre-
<1 ~reparo específico (art. 52). Por outro la- juízo para o ideal de Justiça que conti.
do , se a parte sucumbente recorrer e per- subsistente, apesar da simplicidade dos p
manecer sucumbente, será condenada a pa- cedimentos idealizados no anteprojeto.
gar as custas e a taxa judiciária, inclusive
.as que foram dispensadas no primeiro grau 24. A facultatividade da assistência da
de jurisdição, como se isenção nenhuma par :e por advogado, no primeiro grau de
houvesse existido (art. 53) . Nesta úEima hi- jurisdição,· não prevalece na fase recursal
pótese, o vencido no segundo grau de ju- (art. 41 , § 2.°), seja porque há interesse em
risdicão pagará ainda os honorários do ad- desestimular o oferecimento de recursos
vogado do vencedor (art. 53), Idêntica me- meram·e nte protelatórios, seja porque a par-
dida é aplicada ao litigante de má fé, em ticipação técnica de profissionals habilita-
qualquer grau de jurisdição. Acrescente-se dos passa a ser necessária para permtir o
que o desestímulo ao recurso funciona, tam- oferecimento, quando for o caso, de recurso
bém, como fator de celeridade do processo. eficaz contra sentença judicial injusta, que
a parte não poderia combater por seus pró-
21. Considerações de economia ou ba- prios meios.
rateamento de custos levaram o antepro- 25. Princípio fundamental seguido pelO
j eto a prever a facultatividade de assistên- anteprojeto é, também , o da ampliação dos
cia das par:es por advogado (art. 9.°). Não poderes do juiz. A ele se reservou posição
se desconhece o valor da assistência judi- de extrema relevância. através da a :ribui-
ciária, por advogado, às partes envolvidas ção de dirigir o processo com ampla liber -
em litígio judicial, mas certo é que a obri- dade: (a) para determinar ' as provas a se-
gatoriedade de tal assistência. nas causas rem produzidas ; (b) para apreciar aque -
.~
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las que efetivamente, o forem; e (c) para na fase de execução torna iIi~~
dar especial valor às .regras de experiência a sua realização no próprio Juizauo"ol:í:
comum ou técnica, ainda que não expressas de Pequenas Causa, onde se desenvo veu o
em qualquer ato material do processo (art. processo de conhecimento. Assim, excep-
4.°) . Além disso, desde que atendidos os fins cionamlente, a execução da sentença passa
sociais da lei e as exigências do bem co- a ficar a cargo de outro juízo que não o
mum, ao juiz foram conferidos poderes pa- seu próprio prolator. A excepcionalidade,
ra dar a cada caso a solução que reputar todavia, não traz consigo inconveni·e nt es
mais justa e equânime (art. 5.°). abSOlUtos, nem invalidam as inovações in-
troduzidas pelo anteprojeto, as quais cons-
26. Observados os princípios fundamen- tituem, apenas, o instrumen.o legal neces-
tais acima expostos, o anteprojeto adotou sário para a criação etetiva do Juizado Es-
esquema procedimental bastaIll ~e simpleS. pecial de Pequenas Causas que irá atender,
Supõe ele, após a apresentação do pedido em cada unidade da federação , as peculia-
 a citação do réu, o desenvolvimento de ridades e as necessidades ali verificadas.
~e prévia de conciliação, anunciada às
partes pelo juiz, que as advertirá dos riscos 31. As sentenças homologatórias de con-
e das conseqüências do litígio (art. 22 ). A ciliação ou laudo arbitral são irrecorríveis.
tentativa de conciliação será conduzida ou Contra as demais cabem embargos infrin-
;pelo próprio juiz ou por conciliador, sob gentes a serem julgados no próprio Juizado
sua orientação (art. 23) . (art. 41). Os julgadores do r.e curso serão
três juízes em .exercício no primeiro grau
27. Obtida a conciliação, será ela reduzi- de jurisdição que se reunirão na sede do
da a escrito e imediatamente, homologada Juizado para proferir sua decisão (art. 41,
por sentença judicial, com força de título § 1.0) . Desta forma, acelera-se o julgamen-
executivo (art. 23, parágrafo único). Não to dos embargos infringentes, sem conges-
sendo possível a conciliação, dupla alterna- tionamento dos Tribunais de 2. a Instância,
tiva é apresentada às partes: ,(a ) ou optam ao mesmo tempo em que se assegura às
ambas , por acordo, pela instauração do juí- par..es a revisão da sentença por outros
zo al1Í>itral, o que é efetivado pela escolha joulzes que não o seu original prolator.
do ár.bitro, independentemente de termo de
compromisso (art. 25); ou (b) são elas en- 32. Os embargos infringentés, em regra,
caminhadas ao juiz para a realização da terão efeito' meramente devolutivo e seu
audiência de instrução e julgamento (art. processamen to independe de despaeho do
28) . Juiz, cabendo à própria Secretaria do Jui-
. . zado. l1eceber a petição escrita do embar-
28. Na audiência , o juiz ouve as partes, gante (art. 42) e providenciar o preparo
colhe as provas e, enfim, prolata a sen- do recurso (art. 42, § 1.0) , bem como a in-
tença (art. 29). O an zeproj-eto não estabe- timação do embargado para a devida res-
lece qualquer ordem para a realização des- posta (art. 42, § 2.°). Excepcionalmente, o
. . audiência que é dirigida, exclusivamen- juiz poderá dar aos embargos efeito sus-
_ , !pelo juiz. Não foi prevista express·a men- pensivo, para evitar dano irreparável à
te a hipótese de sustentação oral do direito parte (art. 43).
da parte, quando estiver ela assistida por
advogado, eis que esta assistência é facul- 33. Os casos de obscuridade, contradi-
tativa. Além disso, a exposição feita pela ção, omissão ou dúvida, na sentença ou no
própria parte, com simplicidade e singe- acórdão que julgar os embargos infringen-
leza, é elemento impor:;ante par.a permitir tes, serão solucionados por meio de 'em-
ao juiz decidir o caso, dando-lhe a solução bargos declaratórios (art. 47). Os erros ma-
mais justa e equânime. teriais podem ser corrigidos de ofício (art.
47, parágrafo único).
29. as questões que possam interferir 34 . Não se admitem quaisquer outros
na realização normal da audiência serão recursos, sendo, inclusive, inadmitida a ação
decididas de plano pelo juiz (art. 29, § 1.0). rescisória (art. 57) , esgotando-se, assim, to-
Qualquer outra questão deve ser decidida da a prestação jurisdicional no próprio
na sentença:. Juizado Especial de Pequenas Causas. Dian-
30. Por questões de ordem prática, não te diSso, foi necessário prev·e r a ineficácia
se prev~u , no anteprojeto, a execução da da sentença condenatória deste Juizado. na
sentença proferida, a qual será realizada parte que exceder a sua alçada legal (art.
em qualquer juízo competente da justiça 39) .
comum (art. 40). A impossibilidade do es- 35. Por fim, o anteprojeto previu a ho-
t8JbeIeciment.o de atos exclusivamente orais mologação judiCial ou o ref'e rendo do Mi-
-10-
o
. 811"" lico aos acordos ou transações indispensável para a própria ins~ituição do
ex JU iciais para dar-lhes eficácia de tí- Juizado (art. 54>'
tulo executivó (.a rt. 55), bem como autori- 37. Enfim, assegurar justiça ampla e
zou a legislação local a: (a) estender a fase eficaz constitui o dever maior do Estado e
de conciliação a causas não !lJbrangidas na o anteprojeto de lei destina-~ precisamen-
competência jurisdicional do Juizado e (b) te a dar cumprimento a esse dever. Na me-
crIar colegiados compostos de juízes em dida em que estende a proteção judiciária,
exercício no primeiro grau de jurisdição, hoje insuficiente , ao homem comum, inse-
dando-lhes competência para julgar os re- l1e-se ele, 'Por inteiro, no processo de de-
cursos de decisões proferidas em pequenas mocratização ora conduzido por Vossa Ex-
causas não processadas perante o Juizado celência com o apoio de todos os brasileiros.
Especial de Pequenas Causas (art. 56, I e
Il). Aproveito a oportunidade para renovar
a Vossa Exeelência os protestos do meu
36. A implantação efetiva das curado- mais profundo respei ~o. - Hélio Be1trã a
rias necessárias e do serviço de assistência Ministro Coordenador e Orientador do pr.
judiciária foi, ainda, erigida. em condição grama Nacional de Desburocratização.

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CÂMARA DOS DEPUTAD

PROJETO DE LEI
N.o 1.950-A, de 1983
(Do Poder Ex·ecutivo)
MENSAGEM N.o 313/83

Dispõe sobre o funcionamento do Jui- III - a desconst1tuição e a dleclanção de


zado d-e Pequenas Causas; tendo pare- nulidade de oontl1ato 'l'Ieilativo a coisas mó-
cer, 'da Comissão de Constituição e Jus- veis e semoventes.
tiça, pela constitucionalidade, juridici- § 1.0 Esta Lei não se aplica às caus·a s
dade, técnica legislativa e, no mérito, de natul"eza alimentli!r, falimentar, fiscal e
pela aprovação com emendas e voto em de inOOl"esse da- Faozenda Pública, llJem ãls
separado do Sr. Valmúr Giavarina. relativas a .acid1entes do :trabalho, a (!"esí-
(Projeto de Lei n.o 1. 95D, de 1983, a duas e aO' estado e capacidade das rpessoas,
que se refere o parecer.) ainda que de cunho p-atrimoniaL
O Congl1eSlSO Nacional decreta: § 2.° A opção pelo procedimento pl'1evis-
to noota lei importrurá !Cm renúncia a.o ore-
I dito excedente 13.0 limite estabelecido neste
Disposições Gerais a rtigo, excetuada a hipótese de conciliação.
Art. 1.0 Os JuizaiClos Especiais de p,eque - II
nas Oa usas , órgãos da Justiça ordináiria.
poderão s er criadoo nos ElSltados, no Distri- Do Juiz, dos Conciliadores e
to Federal e mos Territólios, para processo dos Arbitros
e julgamento, por opção do autor, das cau-
. . de reduzido ",alor eoonômico. Art. 4.° O juiz dirigirá o prooC\SSo com
ampla liberdaode para d,etermÍlll!lir tas provas
- Art. 2.° O .processo, perante o J·u izado a s-erem .produzidas, para apreciá-las e pa-
Especial de Pequenas o a-us as , orienta.r-se-á ra dar especial valor às regras de expe,l"iên-
pelos critérios da oralidade, simpltcidade, cia comum ou técnica.
informalidade economia pl'QCessual 'e cele-
,r idade, busca'n do sempre que possível a Art. 5.° O juiz <adotará le m cada caso a
conciliação das p'tl'tes. decisão que reputa,r mais jlWta e !eQuânime,
Art. 3.° Consid,e ram-se causas de ll'Iedu- a.tendendo aos fins sociais da lei e às ~xi­
zido valor ecou'lômico as que versem sobre gências do bem comum.
direitos patrimoniais e decorram de pedido A'l'1t. 6.° Os oonciliadol"es são auxiliares
Ale, à data do ajuizamento, não 'exceda a da Justiça pal"a os fIm do Mt. 22 , l"ecruta-
, . (vinte) vezes o maior alário mínimo d'OS .preferentemente d'entre bacharéis em
vigente no País ,e tenha por objeto: Di'l1eito, na forma da lei local.
I - a condenação em dinhei.r o; Art. 7.° Os árbitros se1rão escolhidos den-
II - a cond,e nação ' à ·entl"ega de coisa tre a.dvogaodos indicados .p ela Ol"dem dos Ad-
oerta móvel ou ao cumpl"imento dle obriga- vogados do Brasil e ,a provadas pelo Conse-
ção de fazer, a cli!rgo de fabrioa.nte ou tor- lho Superior da Magistra.tura, na forma da
necedor de bens e serviços para consumo; lei local, ouvido o Ministério Público.
Lote: 59 Caixa : 69
PL N° 1950/1983
-2- 88

In V
Das Partes Dos Atos PrOdeSsuais
° NãQ poderão SeI' pal1too no prQ- Al1t. 13. Os atos proce&Sua'ilS S1erão pú-
cesso i~ti tuídQ nesta lei 'O incapaoz, o preso, blicos ,e poderão l'eadizrur-se em horário 110-
a.> pessoas jurídica.> de direito público, as turno, conforme dispus'e rem 'a s normas' me
empresas ,pública.> da UniãQ, a ma.ssa l1ali- org!llnização judiciáiria.
da e o insolvente civil. Art. 14. Os atos processuais serão váli-
§ 1.0 Somente as p~as físicas ca.pazes dos sempre que preenchef1em ,as fin!lllida-
serão admitidas a propor 'a ção perante o des prura as qua'ilS forem realizados, aJten-
Juizado Els'p ecial de Pequenas Causas, ex- didos os oritérios ind1'c ados no art. 2.°
cluídos os cessionários de direi to de pes- § 1.0 Não se pronuncLrurá qualquer nuli-
soas jurídicas. dade SIem que tenha havido prejuízo.
§ 2.° O maior de 18 (dezoito) amos pode-
§ 2.° A ,p rática de atos processuais em
rá ser autor, independel1bemen~ de :assis- outl1as coma.r,caJS poderá ser sol1citada> por
tência, inclusive prura fins de conciUação.
Art. 9.° As par,t es oomplill'eoorão sempre
qualquer mei'O idôneo d'e comunicação. a
§ 3.° Serão objeto d/e registro escri,t o ,, . ,
pessoalmJente, podendo ser a&Sistidrus par clusivamente os !lItos havidos ,por 'esSIetnOÍMs.
advogado. Os atos .realizados em ruudiêIliC:La de insllru-
§ 1.0 Se uma d·as palrtes oompaJrooe,r a;s- ção e j.ul'gla>menoo poderão oor gravadoSl em
sistida por advQgado, ou se o ,r éu por ,p es- nta magnétiCa! ou equiVialenitJe, que será inu-
roa jurídica ou firma individual, berá a ou- tilizada após o ·trânsi,t o em julgado da de-
tra, se quiser, assistência judiciária presta- cisã:o.
da por órgão instituído junto 'ao Juizado § 4.° As normas locais disporão sobre a
Especial de Pequenas Causas, na forma da oonservação das peças do processo e de-
lei local. maios documentos que o instruem. _
§ 2.° Se a causa apresentar questões
comp~exas, o juiz alertará as palrtes da con- VI
veniência do patrocínio por advogado. Do Pedido
§ 3.° O mandruto aIO advogado poderá ser
verbal , salvo quanto ,aIOS pod,e res especia1s. A'l't. 15. O processo instau,rar-S'e-á com
a apres'entação do pedido, esorito ou verbal,
§ 4.° O réu, rendo pessoa juridica ou ti- à Secret!llria do Juizado.
tular de firma individual, poderá ser re-
pr,esent3ido por pl1epos'to c ved'e ndado. § 1.0 Do .pedido coootrurão, cie forma lSim-
pIes e em linguagem ,aoessível:
A'.l1t. 10. Não se admiti'r á, no processo,
qualquer fOil"ma de intJervençãlo de teroe:Lro. I - o nome, a qurulificação e o endel1eço
Admitir-se-á o litisconsórcio. das pal1tes;
Art. 11 . O Ministério P'úbUco iIIlt3rvirá l i - os faltos e fundalmentos, em forma
nos ca.sos p.l1evistos em lei.
IV
Da Competência
sucinta;
IH - o 'Objeto e seu valor.
§ 2. 0 É lícito formuLar pedido genérico
e
quando não for possível deOOrminar, desde
Art. 12. É ·c ompetente para as causas logo, a €Xitensão da Qbr.igação.
previs<tas nesta lei o Juizado do ,foro:
§ 3.° O pedido V'el'bal s erá If,eduzido a es-
I - do domicílJio do réu ou, acri,tél'io do crito pela Seoretaria do Juizado, 'Podendo
autor, do local onde, aquele 'e xerça ativida- ser utilizado o Soistema de fiohas OIU formu-
des ,profissionais ou eqonômicas ou ma;nte- lários impressos.
nha 'o otabelecimento, filial , agência, sucur-
sal ou esc,ri'tório; A·r t. 16. LO s pedidos mencionados JIlO Jall't.
3.° ,poderão <SIe.r alte.l111ativos ou cumuladoA
II - do lugalr onde a obrig,a ção deva ser nesta última hipótese, desdJe que conexos.
satisfeita; a soma não ultrapasse o limite fixado na-
IH - do domicílio do alutor ou do local quele diSlposi,tivo.
do ato ou faio. nas ações pava repa;ração Art. 17, Reg~straldo o pedido, indepen-
de dano de qualquer natul1eza. dentemente de distribuição e autuação, a
Parágrafo único. IDm qualquer hipóbelSe, Secretaria do Juizado d1e signa,rá a sessão de
poderá a ação S'er proposta no foro previs - 'conciliação, a realizar-SJe dentro de 10 (dez)
to no inciso I deste ar,t igo. di,as.
-3
brt. 18. Comparecendo inicialmente am- Art. 23 . A conciliação será 11#
bas as partJes, instaurrur-se-á, desdJe logo, a pelo juiz ou por conciliador sob sulN~;m-.:
sessão de conciliação, dispensados 'O regis- tação.
tro prévio do J)edid'O e a citarçã'O. Parágrafo único. Obtida a conciliação,
Parágrafo único. HaV'endo ,p edidos con- será reduzida a escrito e homologada pelo
trapostos, poderá ser dis~ada a contes- juiz mediante sentença com eficácia de tí-
tação formal e ambos serão apreciados na t'ulo executivo.
me§ma Slêll tenç.a. Art. 24. Não c'Omparecendo 'O deman-
VII dado, o juiz proferirá sentença.
Das Citações e Intimações Art. 25. Não obtida a concHiação, as
Art. 19. A c1tação frur-se-á por c'Orres- partes poderão optar, de comum acordo,
pondência com aviso de rleceb~mento em pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta
mão.s próprias ou, trrutrundo-se de pessoa lei.
jurídica ou firma individuarl, medi,a nte en- Parágrafo únic'O. O juízo arbitral c'On-
ga aJO ancarl1eg.ado da recepçã'O, que I&e- siderar-se- á instaurado, independentemente
I obrigatoriamente identificado, ou ainda,
oS nd'O necessário, ,p or ofici,a l de justiça, in-
dependent emente de mandado ou carta
de termo de oompr'Omisso, com a escolha
do árbitro pelas partes, dentre aqueles que
est:verem presentes à sessãO'.
pl1ecatória. Art. 26 . O árbitro conduzirá o processO'
§ 1.0 A dtação 'c onterá cópia do pedido segundo as n ecessidades da instrução, sem
inicial, dia le hora para comp.arecimento do sujeiçã'O ao critéri'O da legalidade estrita
c1tando e advertência de que, não compa- e est.ando autorizado a julgar por eqüidade.
!I'ôcendo, oonsiderar-s.e -ão verdadeiras ,as
alegações iniciais e será pr.orerido julga- Art. 27 . Ao término da instrução, ou nos
en to de p1aJno. 5 (cinco ) dias subseqüentes, o árbitro apre-
sentará o laudo ao juíz para homologação
• § 2.° Não se fa rá citação por edLtal. por sentença irrec'Orrível.
§ 3.° O com.parecimento espontâneo su-
pri<rá a f,a lta ou nulid'a de da citação. x
Art. 20. As in.timações serão feitas na Da Instrução e .Julgamento
forma 'Pl'evista para a citaçã'O. 'Ou por qual- Art. 28 . Não instituído o juíw arbitral,
quer out ro meio idónoo de oomll'rücação. proceder-se-á imediatamente à audiência
§ 1.0 Dos aros pra,ticad'Os 'n a audiência de instrução e julgament o, desde que não
conside,rar-se-ão desde logo cientes as p rur- result e prejuízo para a defesa.
tes,.
Parágrafo único. Não sendo possível a
§ 2.° As pM'tes com unica,rão ao juízo as realizaçãO' imediata, será a audiência de-
muda'nçUlS de endereço ocorridas no curso signada para um dos dez dias subseqüen-
d'O process'O, reput ando-se eficazes as inti- tes, cientes desde logo as partes e teste-
~ Ç Õ ffi lenviad as ao local runveriorune nte in- munhas eventualmente presentes.
W adO, na ausência d a comunicação.
Art. 29. Na audiência de instrução e
VIII julgamento serão ouvidas a s partes, colhi-
da a prova e, em seguida, profe rida a sen-
Da Revelia tença. .
Art. 21 . Não comparecendo o demanda- § 1.0 SerãO' decididos de plano todos os
do à sessão dle conciliação ou à audiência incidentes que possam interferir no regular
dle iniS'truçãoe julgamento, l'eputar-se-ão p rosseguimento da audiência. As demais
verdadeil'OO os fatos alegados n'O pedid'O ini- questões serão decididas na sentença.
cial, s a:lvo s e o c'Ont r áiri'O l'esul,t ar dia convi'c-
fljão do juiz. IX
§ 2.° Sobre 'Os documentos apresentados
por uma das p artes, manifestar-se-á ime-
diatam ente a parte contrária, sem inte-rrup-
Da Conciliação e do ção da audiência.
Juízo Arbitral Art. 30 . O disposto neste ca;pítulo apli-
Ar t . 22 . ~berta a sessão, 'O juiz esclare- ca-se também quandO o credor estiver mu-
cerá as partes presentes sobre as van tagen s nido de títul'O executivo extrajudicial.
da conciliação, mostrand'O-lhes os riscos e § 1.0 Obtida a conciliação entre as par-
as conseqüências do litígio, especi almente tes, será proferida a sentença homologa-
quanto ao disp osto no art. 3.°, § 2.° t ória previst a no art. 23, parágrafo único.
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,
- 4--' . Não comparecendo o devedor, será Art. 37 . A prova oral não será reduzida
proferi.da sentença prevista no art. 24. a escrito, devendo a sentença referir, no
4 § 3.0 A sentenç·a vaJerá como t ~Lulo exe- essencial, os informes trazidos nos depoi-
cutivo judicial, mentos.
XI XII]
Da resposta do réu Da sentença
Art. 31. A contestação, que será verbal Art. 38 . A sentença mencionará os ele-
ou escrita, conterá toda a matéria de de- mentos ãe convicção do juiz, com breve re-
fesa, exceto argüição de suspeição ou im- sumo dos fatos relevantes ocorridos em au-
pedimento do juiz, que se processará na dii':ncia, dispensado o relatório.
forma da legislação em vigor. Parágrafo único. Não se admitirá sen-
Art. 32. Não se admitirá a reconvenção. tença condenatória por quantia ilíquida,
É lícito ao . l1éu, na contestação, formular ainda que genérico o pedido.
pedido em seu favor, nos limites do art. 3.°, Art. 39. É ineficaz a sentença condena-
desd e que fundado nos mesmos fa,tos que tóri a na parte que exceder a alçada esA
constituem objeto da controvérsia. belecida nesta le1. ..,
Parágrafo único. O autor poderá reS- Art. 40. A execução da sentença seTá
pon der ao pedido do réu na própria audiên- pro::e.'lsada no juízo ordinário competente.
cia ou requerer a designação de nova data,
que será desde logo fix'a da, cLmtes todos os XIV
presentes.
Dos embargos infringentes
XII
Art. 41. Da sentença, excetuada a ho-
Das provas mologatória de conciliação ou laudo arbi-
Art. 33. Todos os meios de prova mo- tral, caberão embargos infringentes para ~
ralmente legítimos, ainda que não especi- pl óprio Juizado. ..
ficados em lei, são hábeis p!lira provar a § 1.0 Os embargos infringentes serão
ve racidade dos fatos alegados pelas partes. julgados por turma composta de 3 (três)
Art. 34. 'rodas as provas serão produzi- juízes, em exercício no primeiro grau de ju-
das na a udiência de instrução e julgamen- risdição, reunidos na sede do Juizado.
to, ainda que não requeridas previamente, § 2.° Nos embargos infringentes as par-
podendo o juiz limitar ou excluir as que Les serão obrig1a,toriamen te representadas
consid·erar eXCessivas, impertinentes ou pro- por advogado.
telatórias.
Art. 35 . As testemunhas, até o máximo Art. 42. Os embargos infringentes serão
de três para cada pa,rte, comparecerão à opoi>ios no prazo de 10 (dez) dias, contados
audiência de instrução e julgamento espon- da ciência da sen.tença, por petição escrita,
tane amente ou, se assim for requerido, me- d·a qual constarão as razões e o pedido do
diante intimação. embargante.
§ 1.0 O pr,e paro será feito, independe e
§ 1.0 O requerimento .para intimação
das tes lemunhas será a,presentado à Secre- temente de intimação, nas 48 (quarenta e
taria no mínimo 5 (cinco) dias 'a ntes da oito ) horas seguintes à intel1posição, sob
audiência de instrução e julgamento. pena de deserção.
~ 2.° Não compa;recendo a testemunha
§ 2.° Após o preparo, a Secretaria inti-
intimada, o juiz poderá determinar sua ime- mará o embargado para oferecer resposta
diata condução, valendo-se, se necessário, escrita no prazo de 10 (dez) dias.
ào concul'SO de força pública. Att. 43. Os embargos infringentes terão
Art. 36. Quando a prova do fato exigir, somente efeito devolutivo, podendo o juiz
dar ~lh es efeito suspensivo, para evitar dalA
o juiz poderá inquirir técnicos de sua con- irreparável para a parte. ..
fiança, permitida às partes a apresentação
de parecer técnico. Art. 44. As partes poderão requerer a
Parágrafo único. No curso da audiência, transcrição da gravação da fita magnética
po derá o juiz, de ofício ou a requerimento a que alude o § 3.° do art. 13, correndo por
das partes, realiZllir inspeção em pessoas ou conta da requerente as despesas respecti-
coisas, ou determinar que o faça pessoa de vas.
sua confiança, que lhe relatará informal- Art. 45. As partes seTão intimadas da
mente o verificado. data da sessão de julgamento.
-5-
(pjo.~
4> ff
Art. 46. Se a sentença for confirmada de jurisdição, ressalvada a hipo;''t.d~
pelos próprios fundamentos, a súmula do sistência judiciária gr3ltuita.
julgamento servirá de acórdão.
Art. 53. A sentença de primeiro grll/u
xv não condenará o vencido em custas e ho-
noráJrios do advogado do vencedor, rac>sal-
Dos embargos de declaração vados os casos de litigância de má fé. Em
Art. 47. Caberão embargos de declara- segundo grau, o apelante vencido pagará as
ção quando, na sentença ou acórdão, hou- custas e honorários de advogado, que serão
ver obscuridade, contradição, omissão ou fixados entre 10% e 20% do valor da con-
dúvida. . denação ou, não haveRdo condenação, do
valor rorrigido da causa.
Parágrafo único. Os erros materiais po-
dem ser corrigidos de ofício. Parágrafo único. O litigante de má fé
será condenado a pagar multa à parte COll-
Art. 48 . Os embargos de declaração se- trálria, a qual não excederá o valor da causa.
rão opostos por escrito ou oralmente, no
~zo qc'_5 (cinco) dias, contados da ciência XVIII
W deClSao.
Disposições finais
Art. 49. Quando opostos contra senten-
ça, os embargoes de declaração suspende- Art. 54. Não se iIlSltttuirá o Juizado de
rão ·s praw para os embargos infringentes. Pequenas CausaiS sem a correspondente im-
plantação das curadorias necessárias e do
XVI serviço de assistência judioiária.
Da extinção do processo Alit. 55. O acordo extrajudicial, de qual-
sem julgamento do mérito quer na.tureza ou valor, poderá ser homolo-
gado, no juízo competente, independente-
a Art. 5.° Extingue-se o processo, além dos mente de termo, valendo a sentença como
wrtsos !previstos em lei: título executivo judicial.
I - qua.ndo o autor deixar de comparecer iParágu'afo único. Vla lerá como titulo
a qualquer das audiências do processo; eJOOCutivo extrajudicial o acordo celebrado
II - quando inadmissível o procedimen- pella s ipar.tes, por imMumento escrito, refe-
to instLtuído por esta lei ou seu prossegui- rendado pelo órgão competente do Ministé-
mento após a conciliação; rio Público.
III - quando for reconhecida a incompe- Art. 56. As normas de organização ju-
tência territorial; diciária local poderão:
IV - qua.ndo sobrevier qualquer dos im- I - estender a conciliação rprrevista nos
pedimentos previstos no art. 8.°; arts. 22 e 23 a Cll/Usas não abrangidas nesta
lei',
V - quando, falecido o autor, a habili-
tação depender de sentença ou não se der li - criar colegiados constituídos por
• prazo de 30 (trinta) dias; juízes em exereícw no primeiro grau de ju-
risdição e atribuir-lhes competêncIa para os
VI - quando, f,alecido o l1éu, o auOO!r não reOUlrsos interpostos contra decisões profe-
promover a d.tação -dos sucessores em trin- ridas em pequenas causas não processadas
ta dias da ciênCia do fato. na fonna desta lei.
Parágrafo único. A extinção do !proces- ArIt. 57. Não se admttirá ação rescisória.
so independerá, em quaJquer hipótese, de nas IcaUSas sujeitas ao ,p rocedimento insti-
prévia Lntimação pessoal das pal"ltes. tuído nesta lei.
XVII Art. 58. Esta lei entrará em vigor na
e Das despesas
Art. 51. O acesso ao Juizado de Peque-
data de sua publicação.
Brasília, de de 1983.
nas Oausas independerá do pagamelIllto de MENSAGEM N.o 313, DE 1983
custas, taxas ou despesas em primeiro grau DO PODER EXECUTIVO
de jurisdição.
Art. 52. O Ip reparo dos embargos illifrin- ExC'eleIlitíssimos Senhores Membros do
gentes, na forma do art. 42, § 1.0, compreen- Oongresso Nacional:
derá todas as de~pesas processuais, indusi- Nos termos do art. 51 da Constituição, te-
ve aquel,as dispensadas em rprimeiro gtrau nho a honra de submeter à elevada dellbe-
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ã6 # OSS~ Exoelências, a'c ompanhado dequaclo das causas de reduzido valor eco-
de xposição de Motivos do Senhor Minis- nômico e conseqüente inaptidão do Judi-
tro de Esbado Orientador e Coorldenador do ciário atual para 8, solução barata e rápida
~ogI1ama Nooion'Wl de OesburocraJtização, o dest a espécie de controvérsia.
an~xo projetJo de lei que "di.~õe sobre a
CIl'iaç.ão e o funcionamelllto do Juizado Es- 4. A ausência de tratamento judicial
pecial de lPequena.s Causas". adequado para as pequenas causas - o
terceiro problema acima enfocado - afeta,
Bl1asilla, 24 de agosto de 1983. - Aurelia- em regra, gente humilde, desprovida de ca-
no Chaves. pllicidade econômica .p ara enfrentrur os cus,t os
EXlPOOIÇAO DE MOTIVOS N.O 007, DE e a demora de uma demanda judicial. A
17 DE MAIO DE 1983, [)Q SENHOR garantia meramente formal de acess'Ü ao
MINIS'J.1RO DE ffilST.A!DO OR.IENI1ADOR E Judiciário, sem que se criem as condições
COORDENADOR DO PROGRAiMA NA- básicas para o efetivo exercício do direito
OIONAL DE DESBURIOCRATIZAÇAO. de postular em Juízo, não atende a um dos
princípios basilares da democr aci a , que é o
~cel:ell!thssLmo S'e nhor P!l1esid'ente da Re- da proteção judIciária dos direitos indiva
pública. duais. .
Tenho a honra de submeter à conSlidem- 5.· A elevada concentração populacional
ção de Vossa Excelêncta o anooprojet,o de nas á'r eas urbanas, aliad a ao desenvolvimen-
Lei, re m anexo, que· dispõe sobre a mação to acelerado das formas de produção e con-
do Juizado ~ial de P,equenras Causas, sumo de bens e serviços, atua como fllitor
mtJegrado na Justiça ordiná;ria dos Estados, de intensificação e multiplicação de confli-
e regula o prooesso a ser aJdotado para o tos, principalmente no plano das re]ações
julgamento dos 1irtígios de naroureza patri- econômircas. Tais conflitos, quando n ao so -
monial e de reduzido valor levados à sua lucionados, constituem fon te geradora de
apreciação. tensão social e podem f acilmente transmua,
2. A eLaboI1ação do texto final do ante- dar-se em comrportamento anti-social. •
projre to de lei foi precedida de ampla con- 6. Impõe-se, portanto, facilitar a.o cida-
sulta à opinião !pública e aos setores en- dão comum o acesso à J ustiça, removendo
volvidos na impla.DJtação e fundonameiIlJto todos os obstáoulos que a isso se antepõem.
do Jiuizado de Pequenas Camsas. Em se1Jem- O alto custo da demanda, a lentidão e a
bro de 1982, o Minristério da iDesbm"ocrati- quase certeza da inviabilidade ou inutili-
zação publícou o 'esboço do a.nWprojeto que, dade do ingres.so em Juízo sã o fa,tores res-
junrtamenrte com as sugestões Xlec'e bidas, foi tritivos, cuj a eliminação constitui a base
revis-to por uma comissão, oool1denalda pelo fundamental da criacão de novo procedi-
Secretá;rio Executivo do Programa Nacional mento judicial e do p>róprio órgão encarre-
de DesburO'Cl'atização, e iiIlIte,g rada pelos ju- gado de sua aplicaçp.o, qual sej a o Juizado
ristas : Nilson Vital Naves, do Gabinete Ci- EspeCial de Pequenas Causas.
vil da Rresidêll'cia da República; Kiazuo
Watanabe re Cânrdido DLl'l'amrurco, da Asso- 7. ,P elo sistema plrevisto no anteprojeto
ciação Paulista de Magistrados; Luiz Melí- o Juizado Especial de Pequenas Ca.usas col;A
bio Machado, da Associação dos Jiuízes do bina os dois regimes tradicionais de sOluçã1l'
Rio Gra.nde do Sul; Paulo Salvador Fmnrti- de conflitos, atra,vés da conjugação de me-
il1Í te Mauro José Ferraz Lopes, do Ministério canismos eXitrajudici'ais de composição (con-
Público de São iPaulo e Rio de JaneiJro, res- ciliação e arbitragem) e de solrução judicial
peotivamente; e Ruy Ca~los de Bamros Mon- propriamente dita (prestação jurisdicional
teiro, do Ministério da DesburoCll'a.tização. específica) .
3. Os prOblemas mais prementes, q~e 8. Para atingir seus objetivos primor-
prejudicam o desempenho do Poder J'Udl- dicais, o anteprojeto idealizou o Juizado Es-
ciário, no campo civil, podem ser analisados pecial de Pequenas Causas .~ o. p,roces?D: ~ _
sob, pelOS menos, três enfoques distintcs, a ser nele se.g'uido, com obedlencla a van'W
saber: (a ) inad·e qu<:ção da atual es>trutura princípiOS básicos e e.<>pecíficos, a saber (a)
do Judiciário rpa,ra a solução dos litígios que faculta,tividade ; (b) busca permanente de
a ele já afluem, na sua concepção clássica conciliação; (c) slmplicidarde; (d) celelida-
de litígios indi'v iduais; (b) tratamento le- de; (e) economia; (f) amplitude dos pode-
gislrutivo insufici-ente, tanto no plano mate- res do juiz.
rial ,como no processual, dos conflitos de in-
teresses coletivos ou difusos que, por en- 9. A facultativid'ade está presente não
quanto, não dispõem de tutela jurisdici?nal só na previsão de criação do J uizado Espe-
oopecífica; (c) tratamento processual ma- cial de Pequenas Causas à opção dos Esta-
- 7
dos, como ainda na sua utilização faoulta- veis ou semoventes (art. 3.°, I, II e
tiva, a critério exclusivo do autor da 'ação, Igual princípio inspirou a exclusão do Jui-
Utular do direito vioIado ou exigível. zado para o julgamento de causas de natu-
10. iPreocupa-se o anteprojeto com a dis-
reza alimentar, falimentar, fiscal e de inte-
tinção 'e ntre as normas de processo civil, resse da Fazenda Pública, bem como as re-
inseridas In a 'c ompetênda da União, por lativas a acidentes de trabalho, a resíduos
força do disposto no art. 8.°, item XVII, e ao es1Jado e à capacidade das pessoas,
letra b, da Constituição, e as regras ine- estas últimas, mesmo que de cunho patri-
moni,a l (art. 3.°, § 1.°).
rentes à organização jUdiciária local, afe-
tadas à competência da legislação local. 14. Da mesma forma, a necessidade de
11. Desta forma, além da própria cria- plena disponibilidade dos direitos submeti-
ção do Juizado Especial de Pequenas Cau- dos à apreciação do Juizado teve como con-
sas, foram deixadas para a disciplina da lei seqüênda con-el!lJta a exigência de total ca-

-
local diversas outras questões de organiza-
o judiciária, tais como: (a) o horário de
pacidade civil das partes envolvidas no pro-
cesso, eis que somente estas podem transi-

4E cionamento do Juizado; (b) as condi-


es e as formas de recrutamento dos árbi-
tros e conciliadores; (c) a organização da
gir livremente. sem restriões de ordem for-
mal ou procedimental.
15. Resulta daí que somente pessoas ca-
secretaria do Juizado e de s'eus serviço.s au- pazes podem ser parte no processo desenvol-
xiliares ou correlatos; (d) o uso de meios vido perante o Juizado Especi'al de Peque-
técnicos, magnéticos ou eletrônicos, para nas Causas, excluídos, ainda, o preso, as
gravação dos atos processuais. pessoas jurídicas de direito público, a mas-
12. Respeitada a competência da lei que, sa falida e o inso}vente civil (art. 8.°, ca-
seguramente, irá atender às peculiaridades put). Excepcionalmente, foi admi,t ida a ca-
. gíonais ou locais, o anteprOjeto disciplinou pacidade processual ativa do menor de 21
. , processo, a se desenrolar perante o Jui- e maior de 18 anos, sem necessidade de
zado Especial de Pequenas Causas, de ma- assistência (art. 8.°, § 2.°), sob a conside-
neira uniforme, em todo o território nacio- ração de que tais pessoas já dispõem de
nal, como não poderia deixar de ser dirunte discernimento suficiente para, por si sós,
do sistema constitucional vigente; todavia, cuidarem de seus interesses paMimoniais de
é assegurado ao autor da ação o direito de pequeno valor. As empresas públicas da
escolha pelo processo especial e ,p róprio das União não podem ser parte no processo r'e -
pequenas causas, regulado no anteprojeto, gulado no anteprojeto, porque sujeitas à
ou pelo rito comum, estatuído nas normas jurisdição da Justiça Federal, nos termos
g·erais do Código de Processo Civil. A opção do que dispõe o art. 125, I, da Constituição.
do autor pelo Juizado Especial de Pequenas 16. 00 Juizado Especial de pequenas Cau-
Causas foi permitida, inclusive, nos casos sas, Objetiva, especificamente, a defesa de
em que o valor econômico do seu direito direitos individuais do cidadão, pessoa fí-
individual supere o limite fixado no art. 3.°, sica, motivo pelo qual somente este pode
. as esta opção importará, sempre e auto- ser parte ativa nO respectivo processo. As
waticamente, na renúncia do titular do di- pessoas jurídicas têm legitimidade exclusiva
reito ao orédito excedente a eSSe limite (ar- no pólo passivo da relação processual. Pos-
tigo 3.0, § 2.°). síveis fraudes a esta regra foram evitadas
13. O Juizado Especial de Pequenas Cau- com a proibição inserta na parte final do
sas, por outro lado, tem p.or objetivo per- art. 8.0, § 1.0, segundo o qual estão excluí-
manente a busca da conciliação das partes, dos do direito de propor ação, no Juizado,
o que inspirou vários dispositivos constan- os cessionários de direitos pertencentes a
tes do anteprojeto. A luz deste princípio, pessoa jurídicas.
limitou-se a competência do Juizado às cau- 17. A simplicidade do processo foi obtida
Als patrimoniais, de valor até 20 vezes o através da adoção dos critérios de informa-
~aior Salário Mínimo, e, dentre estas, pela lidade e oralidade. O artigo 14 do antepro-
razão prática da eliminação de dúvidas jeto dispõe que os atos processuais serão
quanto a valor, às causas que objetivassem válidos sempr!l que preencherem as finali-
condenação III quantia certa, entreg:a de dades para as quais forem realizados, inde-
coisa certa ou cumprimento de obrigação pendentemente da forma de que se revis-
de fazer derivada de relação de consumo tam. Preferentemente, estes atos serão orais,
de bens ou serviços e, finalmente, às que não se ma,t erializando em registros esc'r itos
visassem à desconstituição ou declaração de e não se formarão autos, bastando o uso de
nulidade de contrato relativo a coisas mó- fichas ou formulários especiaiS.
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celeridade do processo motivou o complexidade jurídica, pode impedir o i'n-
es-tabeleeimento de ato único, onde se de- gresso da parte em juízo afrontando o pre-
vem desenvolver todas ou qua.se todas as ceito constitucional que assegura o livre
etapas pertinentes à exposição, instrução e acesso ao Judiciário para a satisfação de
julgamento da causa, isto é, a sessão de direitos individuais injustamente lesados.
conciliação e julgamento. Nesta sessão úni- As pequenas lesões de direitos sacrificam,
ca as partes são ouvidas e é tentada a sua indistintamente, os pobres e .os mais afor-
conciliação; são colhidas todas as provas e, tunados. Quando a parte é pobre, é a ela
enfim, é proferida a sentença. Praticamen- assegurado o direito a assistência judiciá-
te, só se realizam fora desta sessáo os atos ria gratuita. Todavia, a parte que não é
concernentes à apresentação da petição ini- pobre bastante para obter este direito pas-
cial e à citação do réu ou intimação de ::a a n ão dispor de condições para buscar,
testemunhas, os quais se passam perante 110 Judiciário, a realização do seu pequeno
a Secretaria do Juizado, sem necessidade direito lesado, uma vez que o se'u reduzido
de intervenção do juiz. Tudo mais é exe- valor econômiCo não comporta o 'pagamen-
cutado como parte integrante da sessão de to dos honorários profissionais de quem
conctliação e julgamento, realizada ordina- lhe irá prestar assistência. •
riamente num mesmo dia, salvo motivo re-
levante e excepcional. 22. É importante considerar que o Jui-
zado Especial de pequenas Causas só irá
19. Em respeito ao mesmo princípio de processar e julgar causas patrimoniais de
celeridaAe, foram reduzidas as hiipóteses [pequeno valor. do interesse de partes ca-
possíveis de incidentes processuais, proi- pazes, ou seja, só se cuidará de direi,tos
bindo-se , definitivamente, a intervenção de di~ poníveis entre partes que podem livre-
terceiros e reduzindo-se os prazos proces- mente transigir, o que, por si só, permite a
suais. Foi admitido o litisconsórcio que, na dispensa da assistência técnica por adlvo-
prática, só irá existir à opção do autor, uma gados.
vez que, tratando-se de causas limitadas,
de cunho patrimonial, dificilmente poderá 23. Por outro lado, se bem que facult_
configurar-se o litisconsórcio unitário ou tiva, a intervenção do advogado, como as-
nece&Sário. sistente ou representante-preposto da par-
te, não é proibida. O anteprojeto prevê, in-
20. A gratuidade do processo no primei-
ro grau de jurisdição, consistente na isen- clusive, que, se uma parte comparecer as"
sis~ida por advogado ou, ainda, se for pes-
ção de custas e ,t axa judiciária, teve como soa jurídica ou firma individual, terá a ou-
fundamento o princípio de economia, aqui t ra. se quiser, dir·e ito à assistência judiciá-
entendido como barateamento de custos pa- ria (art. 9.°, § 1.0). Assegura-se, com isso,
ra os litigantes. A isenção, porém não tem perfeita eqUivalência ou igualdade jurídica
aplicação em caso de recurso, que é sujeito entre as partes litigantes, sem qualquer pre-
a preparo específico (art. 52). Por outro la- juízo para o ideal de Justiça que continua
do, se a parte sucumbente recorrer e per- subsistente, apesar da simplicidade dos pro-
manecer sucumbente, será condenada a pa- cedimentos idealizados no anteprojeto.
gar as custas e a taxa judiciária, inclusive
as que foram dispensadas no primeiro grau 24. A facultatividade da assistência •
de jurisdição, como se isenção nenhuma parte por advogado, no primeiro grau de
houvesse existido (art. 53). Nesta úLtima hi- jurisdição, não prevalece na fase recursal
pótese, o vencido no segundo grau de ju- (art. 41, § 2.°), seja po'rque há interesse em
risdição pagará ainda os honorários do ad- desestimular o oferecimento de recur80S
vógado do vencedor (art. 53), Idêntica me- meramente protelatórios, seja ;porque a par-
dida é aplicada ao litigante de má fé, em ticipação técnica de prOfissionais habilita-
qualquer grau de jurisdição. Acrescente-se dos passa a ser necessária para permtir o
. que o desestímulo ao recurso funciona, tam- oferecimento, quando for o caso, de recurso
bém, como fator de celeridade do processo. eficaz contra sentença jUdicial injusta, que
2L Considerações de economia ou ba- a I?arte n.ão pOderia combater por seus prcA
rateamento de custos levaram o antepro- prlOs me os. ...
jeto a prever a facultatirvidade de assistên- 25. Princípio fundamental seguidO pelO
cia das partes por advogado (art. 9.°). Não anteprojeto é, também, o da ampliação dos
se desconhece o valor da assistência judi- poderes do juiz. A ele se reservou posição
ciária, por advogado, às !partes envolvidas de extrema relevância, através da atribui-
em litígiO judicial, mas certo é que a obri- ção de dirigir o processo com ampla liber-
gatoriedade de tal assistência, nas causas dade: (a) para determinar as provas a se-
de pequeno valor econômico e reduzida r,e m produzidas; (b) para apreciar aque-
-9-
laS que, efetivamente, o forem; e (c) para a sua realização no próprio Juizad ~~
dar especial valor às regras de experiência de Pequenas Causa, onde se desen '~\I,' •
comum ou técnica, ainda que não expressas processo de conhecimento. Assim, e ep-
em qualquer ato material do processo (art. cionamlente, a execução da sentença passa
4.°). Além disso, desde que atendidos os fins a ficar a cargo de outro juízo que não o
sociais da lei e as engências do bem co- seu próprio prolator. A excepcionalldàde,
mum, ao juiz foram conferidos poderes pa- todavia, não traz consigo inconvenientes
ra dar ,a cada caso a solução que reputar absolutos, nem invalidam as inovações in-
mais justa e equânime (art. 5.°). troduzidas pelo anteprojeto, as quais cons-
tituem, apenas, o instrumeIlito legal neces-
26. Observados os princípios fundamen- sário para a criação efetiva do Juizado Es-
tais acima expostos, o anteprojeto adotou pecial de Pequenas Causas que irá atender,
esquema procedimental bastanJte simples. em cada unidade da federação , as peculia-
Supõe ele. após a apresentação do pedido ridades e as necessidades ali verificadas.
e a cita..ção do réu, o de.senvolrvimento de
fase prévia de conciliação, anunciada às 31. As sentenças homologatórias de con-

~
tes pelo juiz, que as advertirá dos riscos
ciliação ou laudo arbitral são irrecorríveis.
as conseqüências do lití-gio (art. 22). A Contra as demais cabem embargos infrin-
ntativa de conciliação será conduzida ou gen tes a serem julgados no pró.prio Juizado
;pelO próprio juiz ou por conciliador, sob (art. 41). Os julgador,es do recurso serão
sua orientação (art. 23). três juízes em exercício no primeiro grau
27. Obtida a ,conciliação, será ela reduzi- de jurisdição que se reunirão na sede do
da a escrito e imediatamente, homologada Juizado para prOferir sua decisão (art. 41,
por sentença judicial, com força de título § 1.0). Desta forma, acelera-se o julgamen-
executivo (art. 23, parágrafo único). Não to dos embargos infringentes, sem conges-
sendo possível a conciliação, dupla alterna- tionamento dos Tribunais de 2.0. Instância,
va é apresenta..da às partes: ,(a) ou optam ao mesmo tempo em que se assegura às
tFo bas, por acordo, pela insta..uração do juí-
o al1bitral, o que é efetivado pela escolha
do árbitro, independentemente de termo de
par::es a revisão da sentença por outros
j'uízes que não o seu original prolator.
32. Os embargos infringentes, em regra,
compromisso (art. 25); ou (b) são elas en-
caminhadas ao juiz para a realização da terão efeito meramente devolutivo e seu
audiência de instl'ução e julgamento (art. processamento independe de despacho do
28) . juiz, cabendo à própria Secretaria do Jui-
zado receber a petição escrita do embar-
28. Na audiência, o juiz ouve as partes, gante (art. 42) e providenciar o preparo
colhe as provas e, enfim, prol ata a sen- do recurso (art. 42, § 1.°), bem como a in-
tença (art. 29). O anteproJeto não esta..be- timação do embargado para a devida res-
Ieee qualquer ordem para a realização des- posta (art. 42, § 2.°). Excepcionalmente. o
ta aUdiência que é dirigida, exclusivamen- juiz poderá dar aos embargos efeito sus-
te, pelo juiz. Não foi prevista expressamen- pensivo, para evitar dano irreparáv;el à
te a hipótese de sustentação oral do direito parte (art. 43).
Al. parte, quando estiver ela assistida por
W!,vogado, eis que esta assistência é facul- 33. Os casos de obscuridade, contradi-
tativa. Além disso, a exposição feita pela ção, omissão ou dúvida, na sentença ou no
própria parte, com simplicidade e singe·- acórdão que julgar os embargos infringen-
leza, é elemento impol'tante par.a permitir tes, serão solucionados por meio de em-
ao juiz decidir ocaso, dando-lhe a solução bargos declaratórios (art. 47). Os erros ma-
mais justa e equânime. teriais podem ser corrigidOS de ofício (art.
47, parágrafo único).
29. As questões que possam interferir
na realização normal da audiência serão 34 . Não se admitem quaisquer outros
decididas de plano pelo juiz (art. 29, § 1.0). recursos, sendo, inclusirve, in'a dmitida a ação
A1ualquer outra questão deve ser decidida rescisória (art. 57), esgotando-se, assim, to-
'-a sentença. da a prestação jurisdicional no próprio
30. Por questões de ordem prática, não J'uizado Especial de Pequenas Causas. Dian-
se previu, no anteprojeto, a execução da te disso, foi necessário preVl€r a ineficácia
sentença proferida, a qual será realizada da sentença condenatória deste JuiZ'ado na
em qualquer juízo competente da justiça parte que exceder a sua alçada legal (art.
39) .
comum (art. 40). A imwssibilidade do es-
t·abelecimento de atos exclusivamente orais 35. Por fim, o anteprojeto previu a ho-
na fase de execução torna inconveniente mologação jUdicial ou o referendo do Mi-
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o i ér _. Pu co aos acordos ou transações l U - a desconstituição e a declaração de
~f!:tr jU i$l ,para dar-lhes eficácia de tí- nulidade de contrato relativo a coisas mó-
t o· ivo (art. 55), bem como autori- veis e semoventes.
zou a egislaç.ão local a: (a) estender a fase IA projetada lei não se aplica às causas
de conciliação a causas não rubrangidas na de natureza alimentar, falimentar, fiscf).l
competência jurisdicional do Juizado e (b ) e de interesse da Fazenda Pública, nem às
cri'ar colegiados compostos de juízes em relativas a acidente dO' tralbalho, a r·esí-
exercício no primeiro grau de jurisdição, duos e ao estado e capacidade das pessoas,
dando-lhes competência para julgar os re- ainda que de cunho patrimonial .
oursos de decisões proferidas em pequenas
causas não processadas perante o Juizado A opção pelo procedimento acima impor-
Espe cial de Pequenas Causas (art. 56, I e tará em renúncia ao crédito excedente ao
m. limite estabelecido, excetuada a hipótese de
36. A implantação efetiva das curado- conciliação.
rias necessárias e do serviço de assistência 'O projeto encontra-se dividido em vários
judiciária foi , ainda, erigida em condição C'apítulos (embora inominados) , a saber.'
indispensável para a própria instituição do I - Disposições Gerais;
Juizado (art. 54),
II - Do Juiz, dos conciliadores e dos ár-
37. Enfim, assegurar justiça ampla e bitros ;
eficaz constitui o dever maior do Estado e
o anteprojeto de lei destina-se precisamen- IH - Das partes;
te a dar cumprimento a esse dever. Na me- 'I V - Da competência;
dida em que estende -a proteção judiciária,
hOje insuficiente, ao homem comum, inse- V - Dos atos processuais;
l1e-se ele, por inteiro, no .processo de de- VI - Do pedido;
mocratização ora conduzido por Vossa Ex-
celência ·com o apoio de todos os brasileiros. VI]! - Das citações e intimações; _
Aproveito a oportunidade para renovar VIllI - Da revelia;
a Vossa Excelência os protestos do meu IX - Da conciliação e do juízo arbitral;
mais profundo respei:to. - Hélio Beltrão, X - Da instrução e julgamento;
Ministro Coordenador e Orientador do Pro-
grama Nacional de Desburocr.atização. XI - Da resposta do réu;
PlA!RlIDER DE COMISSãO
XlII - Das provas;
DE CONS'DITUIÇAO E JUSTIÇA XIiI - Da sentença;
ir .- Relatório XIV - Dos embargos infringentes;
IE sta proposição tem por objetivo dispor XV - Dos embargos de declaração ;
sobre a criação e o funcionamento dos Jui- XVI - Da extinção do processo sem jul-
zados Especiais de Pequenas C'ausas, que gamento do mérito;
poderão ser criados nos Estados, no Distri-
to Federal e no Territórios, para processo XVII - Das despesas;
e julgamento, por opção do autor, das cau- XVIII - Disposições finais.
sas de reduzido valor econômico. iElsse pro-
cesso orientar-se-á pelos critérios de orali- Acompanha a Mensagem presidencial Ex-
dade, simplicidade, informalidade, econo- posição de Motivos do Dr. Hélio Beltrão,
mia processual e celeridade, buscando sem- Ministro Coordenador e Orientador do Pro-
pre que possívoel a conciliação das partes. grama Nacional de Desburocratização. Tra-
Consideram-se de reduzido valor econô- ta-se de longa, minuciosa e bem elaborada
mico as causas que versem sobre direito peça em que são abordados os mO'tivos que
patrimonial e decorram de pedido que, à levaram à instituição do Juizado de Peque-
data do ruqjuizamento, não exceda a vinte nas C'ausas. Permito-me tr,a nscrever algU~
vezes o maior salário mínimo vigente no dos trechos mais significativos:
País e tenha por objeto: "3. Os problemas mais prementes,
r - a condenação em dinheiro; que prejudicílm o desempenho do Po-
der Judiciário, no campo civil, podem
II - a condenação à entrega de coisa ser analisados sob, pelO menos três en-
certa móvel ou ao cumprimento de obriga- ,foques distintos, a saber: (a) inade-
ção de fazer, a ·c argo de fabricante ou for- quação da atual estrutura do Judiciá-
necedor de bens e serviços para consumo; rio para a solução de litígios indivi-
-
-11

duais ; (b) tratam ento legislativo in- 8. Para atingir seus Ob~~~~~
suficente, t anto no plano material co- mordiais, o anteprojeto ide o
mo no p:-ocessus l, dos conflitos de in- J uizado Especial de Pequenas Causas e
teresses coleUvos ou difusos que, por o pr ocesso a ser nele seguido, com obe-
enquanto, não dispõem de tutela juris- diência a vários princípios básicos e
dicional específica; (c) tratamento específicos, a saiber: (a) facultaUvida-
processual inadequado das causas de de; (b) busca permanente de concilia-
reduzido valor econômico e conseqüen- ção; (c) simi)licidade; (d) celeridade;
te ina.ptidão do Judiciário atual para (e) economia; (f ) amplitude dos pode-
a sol ução ba.r ata e r ápida desta espé- res do Juiz.
cie de controvérsia . . ..... . .. . .. . .. .... .. ........ .. .. .. ... .
3.7 . Enfim, assegurar justiça ampla
4. A ausência de tr a tamento judi- e eficaz constitui O dever maior do Es-
cial adequado para as pequenas causas tado e o anteprojeto de lei destina-se
- o terceiro problema acim8i enfocado precisamente a dar cumprimento a es-
- afeta, em regra, gen te humilde, des- se dever. Na medida em que estende
provid a de capacidade econômica pa- a proteçã o judiciária, hoje insuficiente,
ra enfr entar os custos e a demora d~ ao homem comum, insere-se ele, por
uma demanda judicial. A garan tia me- 1nt,eiro no processo de democratiza-
ramen te fo rmal de acesso ao Judiciá- ção . . . "
rio, sem que se criem as condições bá-
sicas para o efetivo exercício do direi- 'É o relatório.
t o de postula r em Juízo, não atende a
um dos princípios basilares da demo- 11 - Voto do Relator
cracia, que é o da prestação judiciária
dos direitos individuais. Este órgão Técnico deverá expender pro-
nunciamento quanto às preliminares de ad-
missibilidade além de manifestar-se sobre
5. A elevada concentraç.ão popula- o mérito da proposição.
ci on al n as ár eas urbtlnas, aliada ao
de<envolvimento acelerado d as form as IA. proposição guarda conformidade com
de produção e consumo de bens e ser- o est abelecido na Constituição Federal re-
viços, atua como fator de intensifica- lativamente ao processo legislativo (art. 46,
ção e multiplicação de conflitos, prin- item lI!) , à iniciativa presidencial (art. 56)
cipalmente n o plano das relações eco- e à competência da União para legislar a
nômicas. T ais conflitos, quando n ão so- respeito de processo civil (art. 8. 0 , item
lucionados, constituem fonte g'er adora XVII, alínea b).
de tensão social e podem f8iCilmente Ao proj-eto foram oferecida várias emen-
transmudar-se em comportamento an- d 3 S, por parte do nobre Deputado Fran-
ti-social. c; .~ co Amaral. Por seu turno, este Relator
man 'eve contatos com o Conselho Federal
6. I mpõe-se, portanto, f8icilitar ao da Or dem dos Advogados e com inúmeroS
cidadão comum o acesso à Justiça, re- ~o l egas que lhe transmitiram várias suges-
movendo todos os obstáculos que a isso tões.
ôe antepõem. O alto custo da deman-
da, a lentidão e a quase certeza da in- Devo declarar que.> em princípio, a inten-
viabilidade ou inutilidade do ingresso r;ão minha é não ofere cer mudanças subs-
em J uízo são fatores restritivos , cuja ta nciais n no sistemática constant e do pro-
oeliminação constitui a base fund amen- ]-('to. É que, sendo um novo passo na ten-
tal da criação de n ovo procedimento tativa de se oferecer justiça m ais rá'Pida,
j udici aI e do próprio ór gão encarrega- certamente só a prática determinará as
do de sua aplicação, qual seja o Jui- llladallças n ec·essárias . Assim, n90 obstan-
zad o Especial de Pequenas Causas. b 'er recebido inúmer as sugestões, animei-
me a endoss ar apenas algumas delas, den-
7. Pelo sistem a pr evisto no ante- tro desse es;pírito enunciado.
projeto, o Juizado Especial de Peque- Entendo que efetivamente o projeto em
nas Cau sas combina os dois regimes exame deve merecer o nosso integral apoio.
tradicionais de solução de conflito, Alguma coisa d.eve ser feita para que não
atr avés da conjugação de mecanismos .subsista a sit uação atual, triste e depri-
extraj u di ci ~ is doe com!)osição (concilia- mente, de falta de credibilidade na atua-
ção e arbitragem ) e de solução judicial '}ão da Justiça. Hoje, quem n ão possui ins-
propriamente dita (prestação judicial trução() s uficiente , dificilmente ent ende :1
'específica) . morosidade da prestação jurisdicional. E as
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, . c ~êa ~equeno valor, aquelas que dizem mento e a minha esperança nesse novo
r . mais de perto com o dia-a-dia, ins trumento jurídico.
com as agrUras do cidadão, essas causa.s A seguir, passo a analisar as sugestões
não são mais levadas ao Judiciário porque qu e me foram formalmente encaminhadas
o povo perdeu a esperança. e que solicito sej!l;m anexadas a este Pa-
Uma justiça lenta é uma injustiça cla- recer.
morosa, já proclamava o grande Rui Bar- A primeira sugest ão foi-me encaminha-
bosa. da por diversos Juizes de Paz do Distrito
A J ustiça do Trabalho, em seu início. Federal. Solicitam sua equiparação a juí-
mais eficiente do que hoje. ainda funciona zes classistas (tal como existentes na Jus-
de modo satisfatório. O trabalhador n ão tiça do Trabalho), para efeito de remune-
se arrec·eia de bater às suas po·rtas. De18 ração, e seu aproveitamento no Juizado de
espera solução e, geralmente, acolhe o seu Pequenas Causas preferencialmente. desde
veredito. que bacharéis em direito.
Tenho a certeza de que este Projeto é Entendo que se trata de questão a ser
uma .tentativa séria, honesta e factível. Por Pa
apreciada pel a lei local. O Juizado de
quenas Causas é facultativo . Assim, par.ec~
isso mesmo, sendo uma solução nova, deve
ser experimentada. É tenho a certeza, sua me intromissão indevida do legislador fc-
aplicação resultará vitoriosa. Esta é uma deral prever o aproveitamento de Juizes de
modalidade bem típica nossa, uma solução Paz.
de raízes brasileiras. A escolha de um ár- Outra sugestão que recebi foi da Asso-
bitro para as desavenças pessoais, patri- ciação dos Juízes do Rio Grande do Sul -
moniais e. até mesmo, domésticas é da tra- AJURIS. Trata-se de trabalho bem elabo-
dição pacifiSta do povo brasileiro. Ela ain- ra do mas que, concluindo por Substitutivo,

po.
da persiste, nos pequenos núcleos urbanos não deve merecer nossa aprovação. É que
e no meio rural, presente no "Coronel" e as mo dificações, no meu entender, modifi-
no Vigário. Inúmeras são as causas qur. cam tan to o texto original que acabam
esses árbitr os, homens de confiança do po- ctesfigurá-Io.
vo, dirimem. E o fazem de modo bastante
singular, presos àquilo que deve ser o apa- Recebi, ainda, em contatos mantidos com
nágio do Direito: o bom senso. Este pro- os nobres Deputados Lúcio Alcântara e
je:o apresenta, como um plus, a sempre Leorne Belém, sugestão que toi enviada
desejada isencão de quem vai decidir as pelo Dr. Sérgio Ferraz, ilustre jurista que
questões. milita no Rio de Janeiro. Dela recolhi a
p ~r t e relativa ao art. 7.° que estranha a
Vivemos hOje uma época de tecnicismos, necessária audiência do Ministério Público
de fórmulas rebuscadas, de soluções pom- c a aprovação do Conselho Superior de Ma-
posas. Estamos distanciados, por vã glória, gist.ratura para que os árbitros, indicados
daquele enunciado t ão simpl€s do direito pela Ordem dos Advogados do Brasil, ~os­
romano: "Os preceitos do direito são estes : f:am ser efetivado em sua função. Efe:i-
viver hones tamente, não lesar a terceiros ya mente, a OAB afigura-se-me suficiente-
e dar a cada um o seu direito". mente idônea para indicar membros, seus
O Juizado de Pequenas Causas é alta- afiliados, para tão importante missão. ....
mente válida enquanto procura restabele- interferência do Ministério Público e áW
cer a conciliação entre as partes como sua Conselho Superior da Magistratura é, até
meta primordial. A função daqueles que se mesmo, afrontosa. Essa ponderação, aliás.
dedicam ao Direi to é, principalmente, a de constituiu-se na única restrição ao projeto
compor litígios. E, a vida diária nos ensina, que me foi apresentada pelo ilustre Presi-
sempre é possível acomodar pendência, evi- <lente do Conselho Federal da <?AB, conior-
tar demandas, aceitar soluções interme- me contato pessoal que mantlvemos.
diárias. Quanto ao art. 31 do projeto, também
A população saberá valorizar a Justiça , acolho a sugestão seguinte: não se deve
através da utilização do Juizado de Peque- falar que a contestação pode ser "verba.
nas Causas. E essa valorização, conseqüen- ou escrita". Verbal não é sinônimo de ora~.
temente , acabará por dignificar todo o Po- Verbal significa "através de palavras". Ora,
der Judiciário, hoj e tão mal visto por sig- escrita ou não , a contestação só poderá ser
nificativa parte do povo, devido à lentidão verbal. Assim, deve ser utilizada "oral". a
ou, até mesmo, à sua ausência, aí entendi- exemplo do que se verifica nos arts. 37 e
da a impossibilidade material de acioná- 48.
lo. O ilustre jurista Sérgio Ferraz adverte
Essas considerações, entendi necessário para um grave problema que, no seu dizer,
fazê-las para manifestar o meu contenta- consumirá tinta, tempo, papel e dinheiro,

- 13 -

além de tempo. Trata-se de saber se o pro- to, em mãos próprias, sob


jeto, em seu art. 10, falando apenas em que o encarrega do de um por taria, por
litisconsórcio, omitindo a questão da as- exemplo, pod E'ria constit uir uma aberração.
sistência, acolheu-a ou rejeitou-a. Enten-
de que é necessário esclarecer esse ponto, Não comungo desse entendimento: est a
n o que concordo. Assim, embora o Código prática é adotada, há longo tempo e S€m
6 e Processo Civil trate desses dois insti- inconvenientes, pela Justiça Trabalhi.;;ta.
tutos jurídicos em um mesmo Capítulo,
tenho para mim que só deve ser admitido Emenda n.O 6
o litisconsórcio. A pretendida simplicidade Dá nova redação ao art. 22 .
do Juizado de Pequenas Causas não deve
a dmitir a assistência nem a intervenção de Retira-se do texto o alerta que o juiz de-
terceiro: é questão da estrutura do projeto, verá proferir r elativamente às van t agens da
que cumpre respeitar. Posteriormente, se conciliação.
a exp eriência ' demonstrar, os ajustes serão A conciliação é uma das metas pre ten-
r ealizados. didas pelo projeto. Assim, deve i;er man tida
,
Pas so agora a analisar, uma a uma, as a atual redação.
~ endas formalmente apresentadas pelo
obre Deputado Francisco Amaral. Emenda n.o 7
Emenda n.o 1 Nova r edação ao parágra fo único do art.
23.
Dá nova redação ao art. 6.°
Pretende que a conciliação seja homolo-
Estabelece a obrigatoriedade de concurso gad a pelo conciliador e, não; pelo juiz.
para o aproveitamento de bacharéis em di-
reito para a função de conciliadores. Entendo que a h omologação deve ser a to
judicial, eis que o conciliador é mero au-
Acho que se trata de medida burocrati- xiliar da Justiça, não devendo assumir o
_ ante e que a própria natureza do Juizado papel do ma gistrado . .
Wfte Pequenas Causas deve alheiar-se
Emenda n.O 2 Emenda n.O 8
Suprime os arts. 6.° e 23 . Nova r edação ao art. 25, parágrafo único.
A emenda acaba com a função do con- Cuida-se de retir ar a exigência de o ár-
ciliador. bitro somente poder ser escolhido se esti-
Esse auxiliar da justiça desempenha fun- ver presente à sessão.
ção importante e deve, pois, ser mantido. Aceito a ponderação. Efetivamen t2 , po -
de rá ocorrer, freqüentemente, que o bom ár-
Emenda n.O 3 bitro esteja desempenhando atividades li -
Su.prime o § 2.0 do art. 9.0 ga das ao Juizado de Pequenas Causas na
hora da SJssão. Assim, ficaria impedido de
Este p arágrafo estabelece que o JUIZ, ser escolh1do. Nada adviria de preju'zo às
~empre que a causa apresentar questões


partes se esse bom árbitro fosse escolhido
mplexas, alertará as partes sobre a con- e realizasse s ua tarefa em data posterio
eniência da contratação de um advogado .
A norma deve permanecer pois configura Emenda n.O 9
atitude legítima do magistrado e, até mes-
mo, é fator de confiabilidade no Juizado Nova redação ao art. 26.
de Pequenas Causas.
Pretende-se que o árbi tro conduza ° pro-
Emenda n. O 4 cesso com os mesmos critérios do juiz, po-
dendo ser autorizado pelas partes a deci-
Dá nova redação ao art. 9.0 dir por eqüidade, fora das regras e formas
. . Pretende esta proposição estabelecer a de direito .
WJbrigatoriedade de a parte ser repres·enta- O projeto prevê que o árbit ro conduzirá
da por advogado, o que afronta a próp ria o processo dentro das necessidades da ins-
essência do projeto.
trução, sem sujeição ao critério da legali-
Emenda n.o 5 dade estrita, estando autorizado a julgar
por eqüidade.
Dá nova redação ao caput do art. 19.
Entendo que se pode aproveitar parte da
Pretende-se excluir a pessoa j nn dic a da emenda. O árbitro, efetiv amente, deve COn-
cit ação por carta com aviso de recebimen- duzir o processo segundo os mesmos crité-

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gJ
oj~. Mas entendo ser desnecessária 0pr~clados pelo Colegiado de Juízes de l.a
u ~ação das partes para que julgue insttlncia, previsto no art. 41, § 4.°, do pro-
por eqüidade. ~ c l r"'o•
..1 .... 1,. .....

Emenda n.o 1e Se, admitida a redução a t.ermo, estaria


afr<1 ': tada a oralidade do processo, ponto
Nova redação ao art. 27. imDC'rtante. O direito ao duplo grau de ju-
Insurge-se a emenda contra o caráte r de r;.sdiC'[\o parece-me importante. Todavia, o
irr~ co rribilidade conferido à sentença que
pr'lieto oferece solução satisfatória a esse
h::mologar o laudo. fDn to quando prevê, no § 3.° do art. 13, a
manutenção das fitas magnéticas dos de-
Deve ser reflet.ido que uma da.~ principais p:)j mentos até ocorrer o trânsito em jul-
características desse Juizado é exatamente ~ ado da sentença.
f~sa , tanto que sequer admite ação re, c: ó-
r'a. Emenda n.o 15
Emenda n.o 11 Nova redação ao art. 38.

rel~
rova redação ao caput do art. 32.
Pretende a proposição impedir que o réu, Pretende-se que o Juiz faça sucinto
na cont estação, formule pedido em seu fa- t ório ao proferir a sentença. Não obstanta
vor, desde que fundado nos mesmos fatos a emérita lição do Ministro Mário Guima-
qu e constituem objeto da controvérsia. rães, trazida à colação pela emenda, enten-
de que se deve, inicialmente, manter o texto
P arece-me que essa norma deve ser man- original. O tempo dirá se o relatório efeti-
ti :a, p:Jr elementar questão de ju-tic·a. vamente é tão essencial.
Emenda n.o 12 Desejo, ao encerrar este Parecer, relem-
brar trecho da Exposição de Motivos, po. . .
Nova redação ao art. 35, capui. mim já referido logo ao início, qua escla_
A emenda n.perfeir.oa a linguagem u ti- rece as intenções e os objetivo deste Pro-
lizada pelo projeto, merecendo ser ac atada. jeto de Lei que cria e disciplina o funcio-
namento do Juizado de Pequenas Causas:
Emenda n.o 13
"Impõe-se, portanto, facilitar ao ci-
Nova redação ao parágrafo único do art. dadão comum o acesso à Justiça, remo-
36. vendo todos os obstáculos que 'a isso
Pretende-se que a pessoa de confiança se antepõem. O alto custo da demanda,
do juiz, que realizar inspeção, faça relató- a lentidão e a quase certeza da inviabi-
rio escrito informando o qua tiver verifi- lidade ou inutilidade do ingresso em
cado. Juízo são fatores restritivos, cuja eli-
minação constitui a base fundamental
Creio que o relatório escrito é burocra- da criação do novo procedimento judi-
tizante e desnecessário. Uma das caracte- cial e do próprio órgão encarregado de
rísticas do Juizado é exatamentoe a orali- sua aplicação, qual seja o Juizado ElA
dade. pedal de Pequenas Causas." ,.,
Emenda. n.o 14 face do exposto, voto pela con titu-
Em
cionalidade, juridicidade, boa técnica legis-
Nova redação ao art. 37. lativa e, no mérito, pela aprovação deste
O objetivo é fazer com que os depoim2n- Projeto de Lei n.o 1.950/83 sendo que, quan-
tos das partes e das testemunhas sejam to àB emendas apresentadas e às sugestões
reduzidos a termo, do qual constará apenas oferecidas, entendo que se deve:
o essencial.
Pelo p"rojeto, 'a prova oral não será re-
duzida a termo, devendo a santença referir,
no essencial, os informes trazidos nos de-
I - aprovar as emendas de n.o, 8 e 12;
n - rejeitar as Emendas n.o s 1,
5, 6, 7, 10, 11, 13, 14 e 15;
2, 3, e
po:mentos. In - aprovar a iEmenda n.o 9, na forma
de Subemenda;
Trata-se de assunto a ser examinado com
cautela, eis que, conforme bem observa a IV - oferecer Emendas do Relator, em
justificativa da emenda, a se mantar a re- número de quatro.
('anão original, perderia sentido a interpo- Sala da Comissão, 21 de novembro de
sição de embargos infringentes quando 1983. - Gorgônio Neto, Relator.
15 -
Subemenda à Emenda n .o Porém, entr r:.à; que ~ el'i;::, mai aC:L,.".-..'-I:
que esta ressalva constasse de um parb.-
De-se ao art. 26 do projeto esta redação : grafo e, n ão, con forme se expressou o autor,
"Art. 2ô. O árbitro conduzirá o pro- mediante ac.'éscimo ao item I do art. 50 do
cesso com os mesmos crité;:ios do Juiz, projeto.
na form a dos arts . 4.° e 5.°, podendo No mais, o Parecer que ofereci foi inte-
decidir por eqüidade." gralmente aceitO' pela Comissão, razão pela
Sala da Comissão, 21 de novembro de qual remeto os nobre::; colegas à sua leitura.
19!:3 - Gorgônio Neto, Relator.
Voto
Emenda n.o ,F ace ao exposto, voto pela constitucio-
Dê-se ao art. 7.° do projeto esta redação: nalidade, j uridicidade, boa técnica legisla-
tiva e, no mérito, pela aprovação deste Pro-
"Art. 7.° Os árbitros serão escolhi- deto de Lei n.O 1.950, de 1983. com adoção
dos dentre advogados indicados p'::la de nov·e emendas. .
_ Ordem dos Advogados do Bra.;;il." Sala da Comissão, 12 de abril de 1984.
Sala da Comissão, 21 de novembro de Gorg'õnio Neto, Relator.
1283. - Gorgônio Neto, Relator.
IH - Parecer da Comissão
Emenda N.o
A Comissão de Constituição e Justiça, em
Acrescente-se ao art. 15 do projeto neste reunião ordinária p:enária realizada hoje,
§ 4.°: opinou unanimemente, nos termos da re-
"Art. 15. dação do vencido oferecida pelo relator, pela
consti tucionalidade, j uridicidade, técnica
e § 4.° O Secretário será necessaria-
mente bacharel em dir·eito."
Sala da Comissão, 21 de novembro de 19&3 .
legislativa e, no mérito, pela aprovação do
Projeto de Lei n.O 1.950/83, com nov·e emen-
das. O Deputado VaI mor Giavarina apre-
- Gorgônio Neto, Relator. sentou voto em separado.
Emenda N.O Estiveram presente.3 os Senhores Depu-
tados: Leorne Belém, Pr·e sidente; Gorgônio
Substitua-se. no art. 15, caput e 31 do Neto e .José Tavares, Vice-IPresidentes;
projeto, a expressão "verba" por "oral". Dj alma Bessa, Gerson Peres, Hamilton Xa-
Sala. da Comissão 21 de novembro de vier, Guido Moesch, Joaci! Pereira, Jorge Ar-
1983. - Gorgônio Neto, Relator. bage, Júlio Martins, Mário Assad, Osvaldo
!Melo, Rondon Pacheco, Aluízio Campos, Ar-
Emenda N.o naldo Macfel, Brabo de Carvalho, Elquisson
Soares, .Jorge Carone, R aimundo Leite, Ray-
Dê-se ao art. 10 do projeto esta r edação: mundO' Asfóra. Sérgio Murilo, Theodoro
Mendes, Valmór Giavarina, Walter Casa-
"Art. 10. Não se admitirá, no pro- nova, Gomes da Silva, Matheus Schmidt e
• cesso, qualquer forma de intervenção de Amadeu Geara.
tel ceiro nem de assistência. Admitir-
-se-á o litisconsórcio." ,sala da Comissão, 12 de abril de 1984. -
Sala da Comissão, 21 de novembro de Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
1983. - Gorgônio Neto, Relator. Relator.
Redação do Vencido ~DAS ADOTADAIS !PELA OOMISSÃO
Relatório N.o 1
Ao ser apreciado pela Comissão o Parecer Dê-se ao parágrafo único do art. 25 a
A e elaborara, relativamente ao projeto em seguinte redação:
~ a, o nobre Deputado Valmor Giayarina
ofereceu voto apresentando duas emendas. "Art. 25. . ... .. ..... ...... .. .... ... .
Analisando o conteúdo das mesmas, enten-
di que a Emenda n.o 1, referente à obriga- Parágrafo único. O juízo arbitral
toriedade da gravação dos atos, seria me- considerar-se-á instaurado, indepen-
dida aceitável. Por i.sso, opinei por sua apro- dentemente de termo de compromisso,
vação, Quanto à idéia da n,O 2, relativa- com a escolha do árbitrO' pelas partes,
mente à ausência do autor, por motivo jus- fazendo o Juiz, caso não estej a o mes-
tificado manifestei-me por sua aprovação. mo presente, sua convocação, e a ime-
Caixa: 69
Lote : 59 50/1983
PL N° 19
95
- 16
audi- N.O 7
Dê-se ao art. 10 do projeto esta redação:
"Art. 10. Não se admi,tirá, no pro-
cesso, qualquer forma de intervenção
de terceiro nem de assistência. Admi-
N.O 2 tiT- se-á o litisconsórcio."
Dê-se ao caput do art. 35 do proj eto a Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. -
seguinte redação: Leorne Belém, Presidente - Gorg'ônio Neto,
Relator.
"Ar t. 35 . As testemun has, até o má-
ximo de três para cada parte, compa - N.O 8
recerão à audiência de instrução e Acrescente-se, no art. 5.° do projeto, o
julgamento, leva das pela parte que as seguinte § 2.°, transformando- se o at ual
t enha arrolado, independentemente de parágrafo único em § 1.0:
intimação, ou mediante esta, se assim
for r equerido ." "Art. 50. . .... . . " .. . . ··· · . .
§
······e
1.0 .. .. .. ..... . .............. . ... ..
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. -
Leorne Belém, President e - Gorgônio Neto, § 2.° No caso do inciso I , quando
Relator. comprovar que a ausência decorre de
N.O 3 força maior, a parte poderá &er isen-
tada pela Juiz do pagamento das
Dê-se ao art. 26 d o proj eto esta redação: custas."
"Art. 26. O árbitro conduzirá o pro- Sala da Comissão, 12 de abril de 1984, -
ceo oo com os mesmos critérios do Juiz,
na forma dos arts. 4.° e 5.°, podendo
decidir por eqüidade."
Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
Relator.
N.O 9
e
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. - Substitua-se no § 3.° do art. 14 do projeto
Leorne Belim, Presidente - Gorgônio Neto, a expressão "os atos pOd,e rão ser gravados"
Relator. pela seguinte : "os atos deverão ser grava-
N.O 4 dos".
Dê-se ao art. '1.0 do projeto esta redação: Sa la da Comissão, 12 de abril de 1984. -
Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
"Art. 7.° Os árbitros serão escolhi- Relat or.
dos dentre advogados indicados pela
Ordem dos Advogados do Brasil." VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. - VALMOR GIAVARINA
Leorn e Belém, Pr esidente - Gorgônio Neto, Li, com especial cuidado, o alentado Pa-
Relator . recer ofe recido pelo nobre Relatar, De!?_
N.O 5 tado Gorgõnio Neto. Trata-se de traba ~
ao m esmo tempo simples e seguro, cuj as
Acrescente-se ao art. 15 do projeto este conclusões acolho, com duas ligeiras res-
§ 4.°: salvas.
"Art. 15. Refiro-me ao texto constante do § 3.° do
art. 14 bem como ao enunciado do inciso I
§ 4.0 O Secretário será nece,;;saria- do art. 50 do projeto. Creio que se ~de
men te bacharel em direito." melhor ar, sUbs.tancialmente, o ,p rojeto com
pequenas modificações que, certamente, evi-
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. - tar ão dúvidas futuras .
Leorne Belém, Presid ente - Gorgônio Neto,
R,elator.
N.O 6
Diz, pr esentemente, o § 3.° do art. 14:
" § 3.° Serão objeto de registro escri-
e
to exclusivamente os atos havidos por
Sub Litu a-se, no art. 15, caput, e 31 do essenciais. Os atos realizados em au-
projeto, a expressão "verbal" por "oral". diência de instrução e julgamento po-
derão ser gravados em fitas magnéti-
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984, - cas ou equivalente, que será inutiliza-
Leorne Belém, Presiden te - Gorgônio Neto, da após o t rânsi':o em julgada da de-
Relator. cisão."
- 17

Entendo que se deve substituir a expres- r-.To mais, adoto as conclu s do nobre
são "os atos poderão ser gravados" por "os Relator, resssalvados os pontos acima en-
atos deverão ser gravados" para que seja focados, que são objeto de emendas.
assegurado o princípio da oralidade.
Sala da Comissão. . - Valmor
Por seu turno, o inciso I do art. 50 esta- Giavarina.
belece: Emenda N.O
"Art. 50. Extingue-se o processo, Substitua-se, no § 3.° do art. 14 do pro-
além dos casos previstos em lei: jeto, a expressão "os atos poderão ser gra-
vados" pela seguinte: "os atos deverão ser
I - quando o autor deixar de com- gravados".
parecer a qualquer das audiências do
processo." Sala da Comissão.
Emenda n. o
Existem hipóteses de força maior que im-
pedem a presença do autor em audiêncÍ'l. Dê-se ao item I do art. 50 do projeto este
fato por demais conhecido e reconhecido t·exto:
los Tribunàls. Todavia, intel1pretações " Art. 50. . ........ ....... . . . . ... . .. .
leramente
ogramaticais
. , poderão criar , nu··
ma pl'lmeua fase , serios transtornos ao au- I - quando o autor deixar de com-
' tor se não ficar claramente expresso que parecer a qualquer das audiências do
essa ausência deve derivar de ato de von- processo, salvo motivo de força maior."
tad e e não de evento fortuito. Sala da Comissão .

centro Gráfico do Sel'lado Federal - Brasíl1ia - DF


\
,
..

CÂMARA DOS DEPUTADOS

EMENDA OFERECIDA EM PLENÁRIO


AO
PROJETO DE LEI Nº 1 950/83

São suprimidos as arts. 41 e 46 do projeto, que cons-


tituem o Título XIV - Dos Embargos Infringentes, promovendo-
se, em conseqOencia, as seguintes alterações:

lª alteração - O art. 38 passa a vigorar acrescido do


seguinte § 2º, transformado o atual parág r afo único em § lº :

Art. 38 . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . .

§ lº .. . . . . . . . . . . . . . ... ... .. . . . .. .... ..


,
§ 2º Em qualquer caso a sentença sera
irrecorrível.

2ª alteração - O caput do art. 47 passa a vigorar com


esta redação:

Art. 47. Caberão embargos de declaração


quando, na sentença, houver obscuridade, contradição,
omissão ou dúvida.

3ª alteração - É suprimido o art. 49

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS

2.

4ª alteração - A parte ~~ l do art. 51 é suprimida:


"em primeiro grau de jurisdição".

5ª alteração - O art. 52 é suprimido

6ª alteração - O caput do art. 53 passa a ter este


texto:

Art. 53. A sentença não condenará o ven


cido em custas e honorários do advogado do vencedor,
ressalvados os casos de litigência de má fé.

JUSTIFICATIVA

Com relação ao teor do projeto, impõe-se a apresen-


tação de uma emenda supressiva do título XIV, que trata dos Em-
bargos Infringentes.

Assim é por que, em se tratando de um juizado que


prima pela celeridade de suas decisões, envolvendo direitos dis-
poníveis de pequena monta, haveria uma valorização em suas deci-
sões, desde que não houvesse recurso à instância ad quem.

A Constituição Federal não obriga a existência do


duplo grau de jurisdição, razão pela qual a presente emenda não
poderá ser inquinada de inconstituciona l ou injurídica. Além do
mais, a denominação do recurso escolhida pelos autores do ante-
projeto, data venia, não cor responde à finalidade do mesmo re-
curso previsto no art. 530 do Código de Processo Civil.
t;:/I ~

GE R 20.0 1.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS

3.

A persistir tal denominação, além da flagrante con-


fusão que iria ser gerada no meio jurídico, é absolutamente in-
consequente a existência de dois recursos, com a mesma denomi-
nação, no sistema jurídico, porém com finalidades diferentes.

Suprimindo-se o Título XIV, forçoso é que sejam fei


tas algumas outras alterações a fim de suprimir qualquer refe-
rência a esses Embargos Infringentes.

Sala das Sessões, ~m

4,,;?ü =" ~=- ,c/


Deputado PEDRO SAMPAIO

GER 20 .01 .0050.5


CAMAR A DOS DEPUTADOS

EMENDA OFERECIDA EM PLENÁRIO


AO
PROJETO DE LEI Nº 1 950/83

Acrescente-se ao projeto o seguinte Título XVII, re-


numerados os subsequentes Títulos e Artigos:

XVII

Da Execução

Art. A execução, nos casos de competência do


, .
juizado especial de pequenas causas, será processada no proprlo
juizado e iniciar-se-á por solicitação verbal do interessado,
independentemente de nova citação do réu.
Parágrafo único. A execução somente terminará
a pedido do e xeqOente ou com o pagamento do débito.

Art. Na execução por quantia certa o prazo


para pagamento será de vinte e quatro horas, a contar:
I - da homologação da conciliação;
11 - do trânsito em ju l gado da sentença condena-
tória.
§ lº Vencido o prazo, o juiz determinará a rea-

lização da penhora.

GER 20.01 .0050.5


CÂMAR A DOS DEPUTADOS

2.

§ 2º O Oficial de Justiça, munido de mandado de

penhora, dará ciência ao executado do início da execução, proce-


dendo a imediata penhora e apreensão de tantos bens quantos bas-
tem ao pagamento do débito, atribuindo o valor aos bens, cujo
valor poderá ser modificado pelo juiz, a seu prudente arbítrio,
podendo este determinar reforço , redução ou substituição da
penhora.
§ 3º O Oficial de Justiça fornecerá comprovante

da apreensão ao devedor.
§ 4º Os bens apreendidos serão imediatamente
entregues ao Depositário Público e o leiloeiro credenciado jun-
to ao juizado os venderá em público leilão.
§ 5º O valor apurado no leilão, que exceder ao
preço do débito, será devolvido ao devedor.

Art. O leilão realizar-se-á em data pré-de-

terminada, no local de funcionamento do juizado, sendo apregoado

• pelo leiloeiro, com arrematação pelo melhor lance ofertado oral-


mente.
Parágrafo único. O juiz, entendendo que o
maior lance ofertado é considerado vil, em relação ao valor da
avaliação, não permitirá a alienação do bem, determinando novo
0
leilão. / 1' b. )

,t'~t/ ~7

GER 20.0 1.0050. 5


CÂMARA DOS DEPUT ADO S

3.

Art. Na execução para entrega de coisa cert ,


o executado será intimado a proceder à entrega, em cinco dias,
ou no prazo fixado na sentença, caso contrário será realizada a
busca e apreensão do bem, independentemente de mandado judicial.

Parágrafo único. Sendo impossível a apreensão, a


execução será feita a requerimento verbal do exeqUente, pela qua~

tia correspondente ao valor da coisa, fixada na sentença.

Art. Na execução pela obrigação de fazer, o


executado será intimado a prestar o fato, no prazo fixado na sen-
tença.

Art. Não cumprida a obrigação no prazo, proc~

der-se-á na forma do parágrafo único do artigo anterior.

Sala das Sessões, em

4~~
Deputado PEDRO SAMPAIO

JUSTIFICAÇÃO

É de todo injustificável que o projeto não tenha


cuidado da execução. A celeridade obtida com o procedimento de
nada adiantaria. Creio, pois, ser da maior importância disciplinar
o tema, no próprio corpo do projeto.
Remeter-se a execução ao Código de Processo Ci-
vil não me parece conveniente. Afinal, estamos criando um procedi
mento célere e devemos, por isso mesmo, dotá-lo de factibilidade. ~J:

~? / ?- )
, 4~/t'/?~
GER 20.01 .0050.5
cio.

CÂMARA DOS DEPUTADOS


,

Senhor Presidente :

. ~

Nos termos regimentais , requelro urgen -


Cla para a tramitação do Projeto de Lei n9 1 . 950/83, que
" dispõe sobre a criação e o funcionamento do Juizado Espe -
cial de Pequenas Causas ".

Sala das Sessões , em 7 de no 1983

..

-
,

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE DEFESA DO CONSUMIDOR

EXMO. SR. DEPUTADO FLÁVIO MARCíLIO


DD. PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS

Requ e r e mo s , na f orma r e gim e ntal, urg e nc la pa


ra di sc uss ao e votaçao do Proj e to de Le i nº 1950 / 83, qu e "di s
-
po- e s obr e a c ria ç ao e o funcionam e nto do Juizado Es pe cial - de
Pe qu e na s Cau s a s ", de autoria do Pod e r Ex ec ut ivo.

- ,
Sala da s Sess oes mar ç o de 19 84.


CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

EMENDAS OFERECIDAS EH PLENÁRIO AO

PROJETO DE LEI N9 1 950-A,de 1983,

que "dispõe sobre o funcionamento

do Juizado Especial de Pequenas Cau

sas."

• Relator: Dep. GORGÔNIO NETO

R E L A T 6 R I O

Em plenário, o nobre Dep. PEDRO SAMPAIO ofere-

ceu duas emendas ao Projeto de Lei n9 1 950-Aj83, a saber:

- a de n9 1 suprime os arts. 41 a 46 do proje

to, que constituem o Título XIV- Dos Embargos Infringentes,

• promovendo-se, em consequência, alterações nos arts. 38, 47,

49,51,52 e 53;

- a de n9 2 acrescenta um Título- Da Execução.

Nas justificativas, o autor das emendas salien-

ta que " em se tratando de um juizado que prima pela celeri-

dade de suas decisões, envolvendo direitos disponíveis de

peq uena monta, haveria urna valorização em suas decisões,des-

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS -
2.

de que não houvesse recurso à instância ad quem." E que

de todo injustificável que o projeto não tenha cuidado da

execução. A celeridade obtida com o procedimento de nada a

diantaria."

:t: o relatório.

VOTO DO RELATOR

As Emendas de Plenário são constitucionais e

jurídicas eis que, a exemplo da proposição principal, cui-

dam de matéria processual reservada à competência legisla-

tiva da Uniâo pelo art. 89, item XVII, alínea "b" da Lei

Maior. A competência para apreciá-las é do Congresso Nacio-

nal, mediante lei ordinária, face aos textos dos arts. 43 ,

caput,e 46, item III, do mesmo texto fundamental.

• O poder de emendar é inerente ao da iniciativa,

estando pois resguardado pelo art. 56 do Estatuto Político.

A técnica legislativa é a que se recomenda.

Quanto ao mérito, cabe analisar cada uma das e-

mendas oferecidas.

GE R 20.01 .0050.5
,/

CÂMARA DOS DEPUTADOS

3.

EMENDA N9 1

Esta emenda suprime o duplo grau de jurisdição.

Entendo que deve ser mantida a sistemática do

projeto, porém com correção que se impõe fazer, aliás bem

lembrada pela emenda: deve-se mudar o nome de Embargos In-

• fringentes para o recurso previsto. É que, no Código de Pro-

cesso Civil, existe essa modalidade recursal porém com ou-

tros pressupostos. Bem lembrou o autor da emenda:

" A persistir tal denominação, além da

flagrante confusão que iria ser gerada no meio

jurídico, é absolutamente inconsequente a exis

tência de dois recursos, com a mesma denomina-

ção, no sistema jurídico, porém com finalidades

diferentes."

• Permito-me transcrever, para justificar a minha

posição contrária à supressão do recurso, a seguinte lição de

ADA PELLEGRINI GRINOVER:

" De qualquer modo, parece sempre mais

conveniente dar-se ao vencido uma oportunidade

para o reexame da sentença com a qual nao se con

formou. Os tribunais de segundo grau, formado em

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS

4.

geral por juízes mais experientes, oferecem maior

segurança; e está psicolog i camente demonstrado

que o juiz de primeiro grau cerca de maiores cui-

dados seu julgamento, quando sabe que sua decisão

poderá ser revista pelos t r ibunais de "jurisdição

superior."

• o duplo grau de jurisdição é, assim, a-


colhido pela generalidade dos sistemas processuais

contemporâneos, inclusive pelo brasileiro."

( in "Os princípios constitucionais e o código de

processo civil", são Paulo, Bushatsky, 1 975 ,

p. 139 ).

Outrossim, nessa linha de raciocínio, deve ser di

to que a índole do povo brasileiro ainda não está afeiçoada ao

sistema de julgamento em uma só instância, o que poderia acarre

• tar o descrédito de todo o Juizado proposto. Tal como previsto,

o recurso não trará demora mais significativa pois seu julgamen

to é feito por um Colegiado formado por juízes de primeira ins-

tância, que se dirige à sede do próprio Juizado e, por isso me~

mo, não haverá aquele todo formalismo, demanda de tempo e dis-

pêndio monetário que o sistema recursal comum exige. Ademais, é

matéria a ser regulada pela lei local que poderá instituir cen-

tros regionais de julgamento.

GE R 20.01.0050.5
J
/

CÂMARA DOS DEPUTADOS


I
5.

EMENDA N9 2

Esta proposição cuida de estabelecer o proces-

so de execuçao.

Inicialmente deve ser dito que, conforme depoi-

mentos a mim prestados pelo ilustre Desembargador Presidente

• do Tribunal de Justiça do Estado do Paraná poucas têm sido as

reclamações quanto à execução das sentenças de Juizados de pe

que nas Causas, instalados naquele Estado . Cerca de oitenta por

cento das causas são liquidadas imediatamente, sem necessida-

de de serem executadas.

A celeridade da parte cognitiva já é, em si mes-

ma, uma grande conquista. Durante a fase de estudos e de suges

tões as grandes objeções opostas referiram-se, exatamente, à

fase de execução. Entendo que, se aceita a emenda em questão,

ter-se-ia grandes dificuldades na implantação do Juizado eis

que, sabidamente, os seus custos se elevariam sobremodo com a

instalação de um aparelhamento bem mais complexo. É claro que

a existência de um sistema próprio de execução seria o desejá-

vel; porém, mantendo o meu ponto-de-vista,já por inúmeras ve-

zes expendido durante a tramitação deste Projeto, entendo que

não se deve mutilar a idéia proposta pelo Poder Executivo. De-

vemos aceitá-la, tanto quanto possivel, na sua inteireza. As-

sim, teremos condições de testar o novo sistema, sem que, con

GER 20.01.0050.5
CAMARA DOS DEPUTADOS

6.

tudo, abdiquemos de futuramente, face às experiências do dia-

a-dia, adaptá-lo
- ,
à realidade.

FACE AO EXPOSTO, manifesto-me pela constitucio-

nalidade, juridicidade e boa técnica legislativas das emen-

das de plenário ao Projeto de Lei n9 1 950-A, de 1983.

e Quanto ao mérito , sou:

a) pela aprovação da Emenda n9 1, na forma da a-

nexa Subemendai

b) pela rejeição da Emenda n9 2.

Deputado

Relator

GER 20.01.0050.5

CÂMARA DOS DEPUTADOS

7•

SUBEMENDA À

EMENDA N9 1 DE PLENÁRIO AO

PROJETO DE LEI N9 1 950-Aj83

Substitua-se, no Titulo XI V- a expressão II Dos

Embargos Infringentes" por " Do Recurso" e, em

consequência, promovam-se as seguintes altera-


-
çoes:

la) no art. 41, caput, substitua-se" caberão em-

bargos infringentes" por "caberá recurso";

2a) no § 19 do art. 41 substitua-se lIas embargos

infringentes serão" por "o recurso será ";

3a) no § 29 do art. 41 substitua-se " nos embar-

gos infringentes" por" no recurso";

4a)no art. 42, caput, substitua-se "os embargos

infringentes serão opostos" por" o recurso será oposto";

5a)no § 29 do art. 42 substitua-se "embargado"

por "recorrido";

6a)no art. 43 substitua-se" os embargos infrin-

gentes terão" por" o recurso terá";

7a)no art. 49 substitua-se" os embargos infrin-

gentes" por " o recurso" e

8a)no art. 52 substitua-se" dos embargos infrin-

gentes" por" do recurso."


Sala da Comissão, em jo b ~ o A ('1~4

GER 20.01.0050.5

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUI CÃO E JUSTICA

SUBEMENDA ADOTADA PELA COMISSÃO À EMENDA N9 1 OFERECIDA EM


PLENÃRIO AO PROJETO DE LEI N9 1.950-Aj83

Substitua-se, no Título XIV - a expressão ·"Dos


Embargos Infringentes" por "Do Recurso" e, em conseqtiência,
promovam-se as seguintes alterações:
la) no art. 41, caput, substitua-se "caberão em-
bargos infringentes" por "caberá recurso";
2a) no § 19 do art. 41, substitua-se "os embargos
infringentes serão" por "o recurso será";
3a) no § 29 do art. 41, substitua-se "nos embar-
gos infringentes" por "no recurso";

4a) no art. 42, caput, substitua-se "os embargos
-
infringentes serão opostos" por ," o . recurso sera oposto";
5a) no § 29 do art. 42, substitua-se "embargado"
por "recorrido'" ,
6a) no art. 43, substitua-se "os embargos infrin
gentes terão" por "o recurso tera"; -
7a) no art. 49, substitua-se "os embargos infrin
gentes" por "o recurso'" , e
8a) no art. 52, substitua-se "dos embargos infrin
gentes" por "do recurso".
Sala da Comissão, em 30 de malO de 1984

Dep GORG6NIO NETO

GE R 20.01.0050.5
,
f
CÂMARA DOS DEPUTADOS
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

EMENDAS OFERECIDAS EM PLENÁRIO AO PROJETO DE LEI N91.950-Aj83

PARECER DA COMISSÃO

.-
A Comissão de Constituição e Justiça, em reunlao
plenária real i zada hoje, opinou unanimemente pela constituciona
lidade, juridicidade, técnica legislat i va e, no mérito, pela a
provação da emenda n9 1, com subemenda, e pela rejeição da de
n9 2, nos termos do parecer do relator às emendas oferecidas em
plenário ao Projeto de Lei n9 1.950-Aj83.
Estiveram presentes os Senhores Deputados:
Leorne Belém - Presidente, Gorgônio Neto e José Ta
vares - Vice-Presidentes, Armando Pinheiro, Gerson Peres, Guido
Moesch, Hamilton Xavier, Jorge Arbage, José Burnett, Otávio Ce
sário, Mário Assad, Nilson Gibson, Osvaldo Melo, Amadeu Geara,
João Gilberto, Jorge Carone, José Melo, Pimenta da Veiga, Rai-
mundo Leite, Raymundo Asfóra, Theodoro Mendes, Valmor Giavari
na, Gastone Righi, Gomes da Silva, José Carlos Fonseca, José Pe
nedo e Jorge Medauar.
Sala da Comi malo de 1984

Deput

GER 20 .01 .0050.5


Câmara Municipal da
Cidade do Salvador Salvadon, 08 de ma~o
/ § SenboI' $ ecr~~á r io· G e ral da Mesa .
I > X -c' (:li) ..... ~ , '. ,esc) 1 <· f e í" ·~ r. te ao
. f Qj et p de Le i n. o / '150 1_ ~5.. .
06.119 1.029 / 84 /7 Q~~ .Q6 J €\._
t' .<""_____
fre . ente da Cama ra dos Deputa
7

Exm9 . Sel1hon Pn e ~id e l1te.

E~tou e l1~amil1hal1do a V.Exa. autôgna60 da Il1di~a

ç.ã o 11 9 826 / 84 qu e " Il1di~a ao CONGRESSO NACIONAL a l1 e ~e~~idad e

da apnovaç.ão im ediata do pnojeto de l ei qu e ~nia o "JUIZAVO VE


PEQUENAS CAUSAS " , apnovado em ~ e~~ão plel1ánia d e~ta Câmana, n ea
l izada 110 úl timo dia 04 de maio , ~abel1do ~ua il1i~iativa a- ve -
n eadona AmabZl ia Al meida.

At e l1~io~ am el1t e,

• Ao
Exm9. Sn.
Veputado Fl ávio Man~Zlio

VV. Pne~id e l1t e da Câmana do~ Veputado~

Bna~ Zl ia - V. F.

Eno amin he -se.


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sec!v á r t o - Geral da Me,a


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CAMARA MUNICIPAL
Indicacão n.oJ ____ 826/84
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- DA-
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"Incüc.a. ao CONGRESSO NACIONAL a. ne..c.e..6-
.6Á..da.de.. da. a.pIWVa.C.M ime..cüa.ta. do pitO j e..
:to de.. -tu que.. c.JtÁ..a. o "JU! ZADO DE PE-
CIDADE DO SALVADOR
QUENAS CAUSAS".

/J tf)
1V ~amara

Co YL6Á..de..Jta.ndo que.. e..w:te.. em :tJta.mda.eM na. câma.Jta. d0.6 De..pu.:ta.do.6, o PItO-


j e..:to de.. Lu que.. c.JtÁ..a. o "JUIZADO DE PEQUENAS CAUSAS", de.. a.u.:toltÁ..a. do M-tnÁ...6:tvu..o da. De..6 bu
IWc.lta.:tÃ..Za.eM, jã. a.pItOva.dCi na. ComÁ..MM de.. COYL6:tdu.Á..eM e.. Ju..6Üea.;
_ COYL6Á..de..lta.ndo que.. e..6.6e.. pltoje..:to vÁ...6a. ga.Jta.ntiJt ju.-tga.me..n:to MpÁ..do pa.Jta. um
gJta.nd e.. num e..Jto de.. pe..q ue..na..6 qUe..6:tõ e..6, pltÁ..nupa.-tme..n:te.. em de.. óe..6 a. do c.o YL6 umÁ..do It blta..6 ilwo ;
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COYl..6Á..de..Jta.ndo que.. muda..6 quUXa..6 duxa.m de.. .6e..Jt lte..6o-tvÁ..da..6 pW.6 oltgao.6 -
de.. de..6e...óa. do.6 c.oYL6u.mÁ..dolte...6, pOIt nã.o dÃ...6poltem de.. mu0.6 que.. pO.6.6a.m .6ofuuona.Jt a..6 qUe...6 -
:tõ e.6 .6 em c.u..6:ta..6 plW c.e...ó.6 ua.Á...6 pa.Jta. 0.6 de..ma.nda.n:te...ó;
COYL6Ã..de..Jta.ndo, a.Á..nda., que.. a. de..6e...óa. "do c.oYl..6umúiolt ê: ju..6üc.a. .60UU ,
c.a.b e..ndo po Jt:ta.n:to a.o E6 :ta.do pa.tM unã.- -ta..

I NV I C A :
Ao Conglte..6.6o· Na.uonu a. Á..mpoJt:tâ.nua. e.. ne..c.e..6.6Ã..da.de.. da. a.pltOva.eM u.Jtge..n
te.. do 1te..6wdo plW j e..:to •

sa...e.a. da..6 Se...6.6Õe..6, em 04 de.. ma.Á..o de.. 1984

Nil:ton JO.6ê: S. Fe...JtIte..Á..Jta.


2'o• S e.. c.lte..:taJu.0
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CÂMARA DOS DEPUTA DOS
PROJETO DE LEI NQ 1.950- B, de 1 983
(DO PODER EXECUTIVO)
MENSAGEM NQ 313/83
Dispõe sobre o funcionamento do Juizado Especi -
al de Pequenas Causas ; tendo parecer, da Comis-
são de Constituição e Justiça, pela constitucio
nalidade, juridicidade, técnica legislativa e,
no mérito, pela aprovação, com emendas e voto
1
em separado do Sr . Valmor Giavarina. PARECER As
EMENDAS DE PLENÁRIO: da C~missão de Constitui -
ção e Justiça, pela constitucionalidade , juridi
4t cidade, técnica legislativa e, no mérito , pela
aprovação da de nQ 1, com sub emenda e rejeição
G E R1ª~ de nQ 2 .
~1~R~í8 , D~ ~~é ~ê té~~~eAó ~~ég~~ ~. emendado em
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PROJETO DE LEI
N.o 1.950-B, de 1983
(Do Poder Executivo)
MENSAGEM N.o 313/83

Dispõe sobre o funcionamento do II - a condenação à entrega d'e cotsa


Juizado Especial de Pequenas Causas; certa móvel ou ao cumprimen,t o dJe obriga-
tendo parecer, da Comissão de Consti- ção de fazer, ,a ca.rgo de fabricante ou for-
tuição e Justiça, pela constitucionalida- neced,or de bens e serviços para consumo;
de, juridicidade, técnica legislativa e,
no mérito, pela aprovação, com emen- III - a des'constituição e a d'ecla,r ação de
das e voto em separado do Sr. Valmor nulida<i'e de contr:ato l'IeJativo a coisas mó-
Giavarina. Parecer da Comissão de V'eis e Slemoventes.
Constituição e Justiça às Emendas de § 1.0 Esta Lei não se aplica às causas
Plenário: pela constitucionalidade, ju- de ·n atureza alimentar, falimentar, fiscal e
ridicidade, técnica legislativa e, no mé- de interesse daJ Fazenda Pública, nlem às
rito, pela aprovação da de n.o 1, com relativas a :acidentes do trabalho, a ll'esÍ-
subemenda e rejeição da de n.o 2. duos e ao estado e capacidade das p·eSlSOas,
(Projeto de Lei n.O 1.950-A, de 1983, ainda que de cunho patrimonial.
emendado em Plenário, a que se refere
o parecer.) § 2.° A opção pelo procedimento pnevis-
to 'n esta lei importalrá 'em renúncia ao cré-
O CongnMSO Nacional decreta: dito excedente ao limitle estabelecido neste
I artigo, excetuada a hipóbese doe conciliação.
Disposições Gerais II
• Art. 1.0 Os Juizado~ Especiais de Peque- Do Juiz, dos Conciliadores e
nas Oausas, órgãos da Justiça ordiná,ri'a, dos Arbitros
poderão Iser criados nos Estados, no Distri-
to Fe<i'erale !nOS' Territórjos, para proceSlSo Art. 4.° O juiz dirigirá o processo com
e julgamento, por opção do autor, das cau- ampla liberdade para determm3ir as provas
sas de reduzido v·a lor econômico. a serem ,p roduzidas, pa,ra a,predá-Ias e .p a-
1Arl. 2.° O processo, perante o Juizado ra dar especIal vMor &s regr.as de experiên-
Especial doe P1equenas Ca·u.sas, ortentar-se-á cia comum ou ,t écnica.
pelos cri'térios da onalidade, simplicidade, A.rt. 5.° O juiz adotará lem cada caso a
informalidade, lOOonomia processual 'e Clele- deci-são que reputa:r mais justa e 'equânime,
rtdade, buscando sempre que ,possível a 3!tendendo aos fins sociais da lei e à.s exi-
conciliação das .partes. gências do bem comum.
Art. 3.° COnsideram-se causas de !l".edu-
z1do valor econômico :as que versem sobre Ant. 6.° Os conciUadores são auxiliares
direitos patrimoniais e decorram de pedido da Justiça pa'r a os f-ins do a ,r t. 22, l'ecruta-
que, à data do .ajui~amento, não exceda a dos preferentemen1Je d'entre bacharéis em
20 (vinte) vezes o maior salá:rio mínimo Di,r:eito, na forma da lei local.
vigente no País e :tenha por objeto: Art. 7.° Os árbitroS' serão escolhidos den-
I - a condenação em dinhei'ro; tre advogados indicados .p ela Ordem dos Ad-
Lote: 59 Caixa : 69
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Brasil e aprovados pelo Conse- HI - do domicílio do 'lliutor ou do local
lho Superior da Magistratura, na forma da do ato ou fa'to, nas ações pllil1a r,eparação
lei local, ouvido o Ministério Público. de dano de qualquer natureza.
Parágrafo único. Em qualquer hipóte&e,
IH poderá a ação ser proposta no foro previs-
Das Partes to no inciso I deste artigo.
Art. 8.° Não po<Ierão ser partes no pro- V
cesso instituído lI1esta lei o incapaz, o preso, Dos Atos Processuais
as pessoas jurídicas de direito público, as
empresas públicas da União, a massa fali- Art. 13. Os atos processuais serão pú-
da e o insolvente civil. blicos e poderão realiza'r -se em horário no-
turno, conforme dispuserem as normas de
§ 1.0 Somente as pessoas físicas capazes organização judiciária.
serão admitidrus a propor ação perante o
Juizado Especial de Pequenas Cau&a.s, ex- A,r t. 14. Os atos processuais serão váli-
cluídos os cessionários de direito de pes- dos sempre que preencherem as finalida-
soas jurídicas. des prura as quais forem realizados, lliteA
didos os critérios indicados no art. 2.° . .
§ 2.° O maior de 18 (dezoito) anos pode-
rá ser autor, independentJemente de assis- § 1.0 Não se pronunciará qualquer nuli-
tência, inclusive para fins de concmação. dade sem que tenha havido prejuízo.
Art. 9.° As partes comparecerão sempre § 2.° A prática de atos processuais em
pessoalmente, podendo ser assistidas por outras comarcas poderá ser solicitada por
advogado. qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 3.° Serão objeto de r,e gistro escrito ex-
§ 1.0 Se uma das partes compareoe~ as-
sistida por advogado, ou se o :réu por pes- clusivamente os llitos havidOS J>OIl." ~elI1ciais.
soa jurídica ou firma individual, terá a ou- Os atos ~ealizados em audiência de instru-
tra, se quiser, assistência Judiciária presta- ção e julgamento poderão ser gravados em
da por órgão instituído junto ao Juizado fita magnéticru ou equivalente, que será inu-
Especial de Pequenas Causas, na forma da tilizada após o trânsito em julgado da de-
lei local. cisã·o.
§ 4.° As normas locais disporão 50bre __
§ 2.° Se a causa apres-entar questões COII1Se.r vação das peças do processo e d~
comp~exas, o juiz a;lertará 'a s partes da con- mais documentos que o instruem.
veniência do patrocínio por advogado.
§ 3.° O mandaJto ruo ,a dvogado poderá ser VI
verbal , salvo quanto aos ,p oderes especiais. Do Pe'dhio
§ 4.° O réu, sendo pessoa jurídica ou ti-
tular de firma individual, poderá ser re- Art. 15. O processo instaurar-se-á com
pr,e sentado por preposto credenciado. a apresentação do pedido, esorito ou verbal,
à Soecret3)ria do Juizado.
A,r,t. 10 . Não se admitirá, no processo,
§ 1.0 Do pedido constaxão, de forma s.
qualquer fo,rma de intervenção de tercei,ro.
Admitir-se-á o litiSlConsórcio. pIes e em linguagem aoelSsível:
Art. 11. O Ministério Público intervirá I - o nome, a quaJificação e o endereço
nos casos previstos em lei. das paxtes;
Ir - os fatoo e fundamentos, em forma
IV
sucinta;
Da Competência IH - o objeto e &eu valor.
Art. 12. l!: competente para as causas § 2.° l!: licito formular pedido genenco
previstas nesta lei o Juizado do foro: quando não for possível determinar, desde
I - do domicílio do réu ou, a cri,tério do
logo, a extensão da obrigação.
autor, do local ondle aquele exerça llitivida- § 3.0 O pedido V'erbal será ~eduzido a es-
des profissionais ou econômicas o~ mante- crito pela Seoretaria do Juizado, podendo
nha e\Sltabelecimento, filial, agência, sucur- ser utilizado o sistema de fichas ou Jormu __
sal ou escritório; lários impressos. ..
H - do lugar onde a obrigação deva ser Art. 16. Os pedidos mencionados no art.
satisfeita; 3.° ,p oderão ser alternativos ou cumulados;
-3

nesta última hipótese, desde que oonexos e IX


a soma não ultrapasse o limite fixado na-
quele di.sJpositivo. Da Conciliação e d
Juízo Arbitral
Art. 17. Registrado o pedido, indepen-
dentemente de distJribuição e autuação, a Art. 22 . Aberta a sessão, uiz esc are-
Secl"etaria do Juizado dle signa,r á a sessão de cerá as 'partes presentes sobre as vantagens
conciliação, a realizar-SIe dentro d'e 10 (dez) da conciliação, mostrando-lhes os riscos e
di,as. as conseqüências do litígio, especialmente
All't. 18. Comparecendo inicialmente am- quanto ao dis.posto no art. 3.°, § 2.°
bas as partJes, instaurar-s.e-á, desdre logo, a Art. 23. A conciliação será conduzida
sessão de conciUação, dispensados o regis- pelo juiz ou por conciliador sob sua orien-
tro prévio do ;pedido e a citação. tação.
Parágrafo único. Havendo pedidos con- Parágrafo único. Obtida a conciliação,
trapostos, podrerá ser dispensada a contes- será reduzida a escrito e homologada pelo
tação formal e ambos serão apreciados na juiz mediante sentença com eficácia de tí-
mesma sentença. tulo executivo .

• VII
Das Citações e Intimações
Art. 19. A citação br-se-á por co.rres-
pondência com aviso de rtecebimento em
Art. 24. Não comparecendo o deman-
dado, o juiz proferirá sentença.
Art. 25 . Não obtida a conciliação, as
partes poderão optar, de comum acordo,
pelo juízo arbitral, na forma prevista nesta
mãos próprias ou, tra,tando-se de pessoa
jurídica ou firma individua,l, mediante en- lei.
trega a,o encarl1eg,ado da recepção, que se- ParágrafO único. O juízo arbitral con-
rá obrigatoriamente identificado, ou ainda, siderar-se-á instaurado, independentemente
sendo necessário, por oficial de justiça, in- de termo de cQmpromisso, com a escolha
dependentementJe de mandado ou carta do árbitro pelas partes, dentre aqueles que
precatória. estiverem presentes à sessão.
§ 1.0 A citação conterá cópia do pedido Art. 26. O árbitro conduzirá o processo
inicial, dia le hOl'a para comparecimento do segundo as necessidades da instrução, sem
cLtando e advertência de que, não compa- sujeição ao critério da legalidade estrita

~ recendo, considerar-se-ão verdadeiras as e estando autorizado a julgar por eqüidade.
alegações iniciais e será profe-rido julga-
mento de pl,a no. Art. 27. Ao término da instrução, ou nos
5 (cinco) dias subseqüentes, o árbitro apre-
§ 2.0 Não se fará citação por ed1tal. sentará o laudo ao juiz para homologação
§ 3.° O compal1ecimento espontâneo su-
por sentença irrecorrível.
prl'r á a falta ou nulidade da citação.
Art. 20. As intimações se,r ão feitas na
x
forma prevista para a citação, ou por qual- Da Instrução e Julgamento
. .quer outro meio idôneo de comunicação.
Art. 28 . Não instituído o juízo arbitral,
. , § 1.0 Dos atos pra,ticados na audiência proceder-se-á imediatamente à audiência
conside,r ar-se-ão desde logo cientes as par- de instrução e julgamento, desde que não
tes. resulte prejuízo para a defesa.
§ 2.° As pal'tes romunicarão ao juízo as Parágrafo único. Não sendo possível a
mudanças de end1ereço ocorridas no curso realização imediata, será a audiência de-
do processo, reputando-se eficazes as inti- signada para um dos dez dias subseqüen-
mações enviooas ao local a.nteriol1ffi'ente in- tes, cientes desde logo as partes e teste-
dicado, na ausência da comunicação. munhas eventualmente presentes.
VIII Art. 29. Na audiência de instrução e
Da Revelia julgamento serão ouvidas as partes, colhi-
da a prova e, em seguida, proferida a sen -
Art. 21. Não comparecendo o demanda- tença.
do à sessão de conciliação ou à audiência
dJe ÍllS'trução e julgamento, reputar-se-ão § 1.0 Serão decididOS Gle plano todos os
verdadeiroo os fatos alegados no pedido ini- incidentes que possam interferir no regular
cial, SMVO se o contrário res'u ltar da convic- prosseguimento da audiência. As dem ais
ção do juiz. questões serão decididas na sentença.
lote: 59 Caixa : 69
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Art. 36. Quando a prova do fato exigir,
o juiz poderá inquirir técnicos de sua con-
fiança, permitida às partes a apresentação
de parecer técnico.
Parágrafo único. No curso da audiência,
poderá o juiz, de ofício ou a requerimento
das partes, realizar inspeção em pessoas ou
§ 1.0 Obtida a conciliação entre as par-
coisas, ou determinar que o faça pessoa de
tes, será proferida a sentença homologa- sua confiança, que lhe relatará informal-
tória prevista no art. 23, parágrafo único. mente o verificado.
§ 2.° Não comparecendo o devedor, será Art. 37. A prova oral não será reduzida
proferida sentença prevista no art. 24. a escrito, devendo a sentença referir, no
essencial, os informes trazidos nos depoi-
§ 3.° A sentença valerá como título exe- mentos.
cutivo judicial.
XIII
XI
Da resposta do réu
Art. 31. A contestação, que será verbal
Da sentença
Art. 38. A sentença mencionará os ele-
e
ou escrita, conterá toda a matéria de de- mentos de convicção do juiz, com breve re-
fesa, exceto argüição de suspeição ou im- sumo dos fatos relevantes ocorridos em au-
pedimento do juiz, que se processará na diência, dispensado o relatório.
forma da legislação em vigor. ParágrafO único. Não se admitirá sen-
Art. 32. Não se admitirá a reconvenção. tença condenatória por quantia ilíquida,
É lícito ao réu, na contestação, formular ainda que genérico o pedido.
pedido em seu favor, nos limites do art. 3.°, Art. 39. É ineficaz a sentença condena-
desde que fundado nos mesmos fatos que tória ' na parte que exceder a alçada esta-
constituem objeto da controvérsia. belecida nesta lei.
Parágrafo único. O autor poderá res- Art. 40. A execução da sentença será
ponder ao pedido do réu na própria audiên- pro~essada no juizo ordinário competente.
cia ou requerer a designação de nova data,
que será desde logo fixada, cientes tcdos os XIV
presentes.
XII
Dos embargos infringentes
Das provas Art. 41. Da sentença, excetuada a ho-
mologatória de conciliação ou laudo arbi-
Art. 33. Todos os meios de prova mo- tral, caberão embargos infringentes para o
ralmente legítimos, ainda que não especi- próprio Juizado.
ficados em lei, são hábeis para provar a
veracidade dos fatos alegados pelas partes. § 1.0 Os embargos infringentes serão
Art. 34. Todas as provas serão produzi- julgados por turma composta de 3 (três)
das na audiência de instrução e julgamen- juízes, em exercício no primeirO grau de ju-, a
to, ainda que não requeridas previamente, risdição, reunidos na sede do Juizado. •
J.)Odendo o juiz limitar ou excluir as que § 2.° Nos embargos infringentes as par-
.::onsiderar excessivas, impertinentes ou pro- tes serão obrigatoriamente representadas
tela tórias. por advogado.
Art. 35. As testemunhas, até o máximo
de três para cada parte, comparecerão à Art. 42 . Os embargos infringentes serão
audiência de instrução e julgamento espon- opostos no prazo de 10 (dez) dias, contados
taneamente ou, se 2.ssim for requerido, me- da ciência da sentoença, por petição escrita,
diante intimação. d'a qual constarão as razões e o pedido do
embargante.
§ 1.0 O requerimento para intimação
das testemunhas será apresentado à Secre- § 1.0 O preparo será feito, independen-
taria no minimo 5 (cinco) dias antes da temente de intimação, nas 48 (quarenta e
audiência de instrução e julgamento .. oito) horas seguintes à interposição, sob
pena de deserção.
§ 2.0 Não CClmparecendo a testemunha
intimada, o juiz poderá determinar sua ime- § 2.0 Após o preparo, a Secretaria inti-
diata condução, valendo-se, se necessário, mará o embargado para oferecer resposta
do concurso de força pública. escrita no prazo de 10 (dez) dias.
- 5

Art. 43. Os embargos infringentes terão XVII


somente efeito devolutivo, podendo o juiz
dar-lhes efeito suspensivo, para evitar dano Das despesas
irreparável paTa a parte. Art. 51. O acesso ao JuizadO de Peque-
Art. 44. As partes poderão requerer a nas Oausas independerá do pagamento de
transcrição da gravação da fita magnética custas, taxas ou despesas em primeiro grau
a que alude o § 3.° do art. 13, correndo 'p or de jurisdição.
conta da requerente as despesas respecti- Art. 52. O preparo dos embargos infrin-
vas. gentes, na fOiI1IlJa do art. 42, § 1.0, compre~m­
Art. 45. As partes serão 'intimadas da derá todas as despesas processuais, inclusi-
data da sessão de julgamento. ve aquelas dispensadas em primeiro grau
Art. 46. Se a sentença for confirmada de jurisdição, ressalvada a hipótese de as-
pelos próprios fundamentos, a súmula do sistência judiciária gratuita.
julgamento servirá de acórdão. Art. 53. A sentença de primeiro grau
não condena.rá o vencido em custas e ho-
e xv
Dos embargos de declaração
Art. 47. Caberão embargos de declara-
noráriOs do advogadO do vencedor, ressal-
vados os caros de litigânCia de má fé. Em
segundo grau, o apelante vencido pagará as
custas e honorários de advogado, que serão
ção quando, na sentença ou acórdão, hou- fixados entre 10% e 20% do valor da con-
ver obscuridade, contradição, omissão ou denação ou, não havendo condenação, do
dúvida. valor corrigido da causa.
ParágrafO único. Os erros materiais po- Parágrafo único. O litigante de má fé
dem ser corrigidos de ofício. será condenado a pagar multa à parte con-
Art. 48 . Os embargos de declaração se- trária, a qual não excederá o valor da causa.
rão opostos por escrito o'u oralmente, no
prazo de 5 (cinco) dias, contados da ciência XVIII
da. decisão.
Disposições finais
Art. 49. Quando opostos contra senten-
ça., os embargoes de declaração suspende- Art. 54. Não se instLtuirá o Juizado de
_ rão o prazo para os embargos infringentes. Pequenas Causas sem a correspondente im-
plantação das curadorias necessárias e do
XVI serviço de assistência judiciária.
Da extinçã.o do processo Att. 55. O acordo extrajudicial, de qual-
sem julgamento do mérito quer na.tureza ou valor, poderá ser homolo-
gado, no juízo competente, independente-
Art. 5.° Extingue-se o processo, além dos mente de termo, valendo a sentença como
casos previstos em lei: título executivo judicial.
I - qua.ndo o autor debcar de comparecer Parágrafo único. Valerá como título
• qualquer das audiência:s do processo; e:lOOOU!tivo e~rajudicial o acordo celebrado
. . l i - quando inadmissível o procedimen- pelias partes, por instrumento escrito, refe-
to instituído ;por esta. lei ou seu prossegui- rendado IPClo órgão competente do MinIsté-
menrto após a conciliação; rio Público.
lir - quando for reconhecida a incompe- Art. 56. As normas de organização ju-
tência temtorlal; . diciária l<x:al poderão:
IV - quando sobrevier qualquer dos im- I - estender a conciliação prevista nos
pedimentos previstos no aITt. 8.°; al'ÍlS. 22 e 23 a causas não abrangidas nesta
lei;
V - q1.liaIlldo, falecido o autor, a habili-
tação depender de sentença ou não se der l i - orlar colegiados constiltuídos por
no IPl'Szo de 30 (trinta) dias; jUízes em exercício no primeiro grau de ju-
risdição e atribuir-lhes competência para os
VI - quando, flalecido o réu, o autor não reowrsos intez,po.stos contra decisões profe-
promover a clta.ção dos sucessores em trin- ridas em pequenas causas não processadas
ta. dias da ciência do fato. na !Corma desta lei.
1P8Il'ágrafo único. A extinção do proces- Al1t. 57. Não se ad.ntiJti,rá ação Ifescisórla
so 1ndependexá, em qualquer hipótese de nas causas sujeitas ao procedimento insti-
prévia. hlJt1mação !pessoal dgs panbes. ' tuído nesta leI.
Lote : 59 Caixa : 69
PL N° 1950/1983
- 6
120
em vigor na 3. Os problemas mais prementes, que
prejudicam o desempenho do Poder Judi-
de ,1983. ciário, no campo civil, podem ser analisados
Brasília, de sob, pelos menos, três enfoques distintos, a
saber: (a) inadequação da atual estrutura
MENSAGEM N.O 313, DE 1983 do Judiciário para a solução dos litígios que
DO PODER EXECUTIVO a ele já afluem, na sua concepção clássica
d~ litígios individuais; (b) tratamento l~­
'Ex~eleIlltíssimos Senhores Membros do
Congresso Nacional: gisl!lJtivo insuficiente, tanto no plano mate-
rial como no processual, dos conflitos de in-
Nos termos do art. 51 da Constituição, te- teresses coletivos ou difusos que, por en-
nho a honra de submeter à elevada delibe- quanto, não dispõem de tutela jurisdiCional
ração de Vossas. Excelências, acompanhado eS'Pecífica; (c) tratamento processual ina-
de Exposição de Motivos do Senhor Minis- dequa:do das causas de reduzido valor eco-
tro de Estado Orientador e Cooroenador do nômico e conseqüente inaptidão do Judi-
Programa Naciona-l de Desburocratização, o ciário atual para a solução barata e rápida
anexo projeto de lei que "dispõe sobre a desta espéCie de controvérsia.
m1ação e o funcionamento do Juizado Es- 4. A ausência de tratamento jUdiCia_
pecial de !Pequenas Causas". !lJd~quado para as pequenas causas - o
Brasília, 24 de agosto de 1983. - Aurelia- terceiro problema acima enfocado - afeta,
no Chaves. em regra, gente humilde, desprovida de ca-
pacidade econômica para enfrentar os custos
EXPOSIÇAO DE MOTIVOS N.o 007, DE e a demora de uma demanda judicial. A
17 DE MAIO DE 1983, DO SENHOR garantia meramente formal de acesso ao
MINISTRO DE 'ESTADO ORIENTADOR E Judiciário, sem que se criem as condições
COORDENADOR 'DO PROGRAMA NA- básicas para o efetivo exercício do direito
CIONAL DE DESBUROCRATIZAÇAO. de postular em Juízo, não atende a um dos
princípios basilares da democracia, que é o
Excelentíssimo Senhor Presidente da Re- da proteção judiciária dos direitos indivi-
pública. duais.
Tenho a honra de submeter à consideTa- 5. A elevada concentração populacional .
ção de Vossa Excelência o anteprojeto de nas áreas urbanas, aliada ao desenvolvimen- ~
lei, rem anexo, que dispõe sobre a oriação to acelerado das formas de produção e con- .
do Juizado Especial de Pequenas Causas, sumo de bens e serviços, atua como fator
integrado na Justiça ordinária dos Estados, de intensificação e multiplicação de confli-
e regula o processo a ser oootado para o tos, principalmente no plano das relações
julgamento dos litígios de na1lUreza patri- econômi'cas. Tais conflitos, quando não 50-
monial e de reduzido valor levados à sua lucionados, consti.tuem fonte geradora de
apreciação. tensão social e podem facilmente transmu-
dar-se em comportamento anti-social.
2. A elaboração do texto final do ante-
projeto de lei foi precedida de ampla con- 6. Impõe-se, portanto, facilitar ao cida- _
sulta à opinião pública. e aos setores en- dão comum o acesso à Justiça, l'emovendo ,.r
volvidos na implMlltação e funcionameDJto todos os obstáculos que a isso se antepõem.
do Juizado de Pequenas CaUlSas. Em setem- O alto custo da demanda, a lentidão e a
. bro de 1982, o Ministério da iDesburocrati- quase certeza da inviabilidade ou inutili-
zaç.ã o publicou o esboço do Mlltepr'ojeto que, dade do ingresso em Juízo são fatores res-
juntamerute com as sugestões ll1ooebidas, foi tritivos, cuja eliminação constitui a base
revisto por uma comissão, coordenada pelo fundamental da criação de novo procedi-
Secretário Exeoutivo do Programa NaJCional mento judicial e do próprio órgão encarre-
de Desburocratização, e imJtregrada pelos ju- gado de sua aplicação, qual sej a o Juizado
ristas: Nilson Vital Naves, do Gabinete Ci- Especial de Pequenas C'ausas.
vil da Rresidência da República; Kazuo
Watanabe e Cândido Dinrunrurco, da Asso- 7. Pelo sistema previsto no anteprojeto,
ciação PaJulista de Magistrados; Luiz Melí- o Juizado Especial de Pequenas Causas com-
bio Machado, da Associação dos Juízes do
Rio Grande do Sul; Paulo Salvador FronJti-
ni e Mauro José Ferraz Lopes, do Ministério
bina os dois regimes tradicionais de SOlução
de conflitos, atrarvés da conjugação de me-
canismos e~trajudiciais de composição (con-
e-'
Público de São !Paulo e Rio de Janeiro, res- ciliação e arbitragem) e de solução judicial
peclivamente; e Ruy Oarlos de Ba1TOS Mon- propriamente dita (prestação jurisdiCional
teiro, do Ministério da Desburocra.tização. específica) .
7
t~Z~+~
8. Para atingir seus objetivos primor- o que inspirou vanos dispo vos tO
diais, () anteprojeto idealizou o Juizado Es- tes do anteprojeto. A luz r
pecial de Pequenas Causas e o processo a limitou-se a competência 11 au-
ser nele seguido, com obediêncIa a vários sas patrimoniais, de val até 20 vezes o
princípios básicos e específicos, a saber (a) Maior Salário Mínimo, e, dentre estas, pela
faculta:tividade; (b) busca permanente de razão prática da eliminação de dúvidas
conciliação; (c) simplicidade; (d) celerida- quanto a valor, às causas que Objetivassem
de; (e) economia; (f) amplitude dos pode- condenação a. quantia certa, entrega de
res do juiz. coisa certa ou cumprimento de obrigação
de fazer derivada de relação de consumo
!l.. A facultativid·ade está presente não de bens ou serviços e, finalmente, às que
só na previsão de criação do Juizado Espe- visassem à desconstituição ou declaração de
cial de Pequenas Causas à opção dos Esta- nulidade de contrato relativo a coisas mó-
dos, como ainda na sua utilização faculta- veis ou semoventes (art. 3.°, I, II e lU).
tiva, a critério exclusivo do autor da ação, Igual princípio inspirou a exclusão do Jui-
titular do direito violado ou exigivel. zado para o julgamento de causas de natu-
10. Preocupa-se o anteprojeto com a dis- reza alimentar, falimentar, fiscal e de inte-
• tinção entre as normas de processo civil, resse da Fazenda Pública, bem como as re-
inseridas na competência da União, por lativas a acidentes de trabalho, a resíduos
força do disposto no art. 8.°, item XVII, e ao estado e à capacidade das pessoas,
letra b, da Constituição, e as regras ine- estas últimas, mesmo que de cunho patri-
rentes à organização judiciária local, afe- monial (art. 3.°, § 1.°).
tadas à competência da legislação local.
14. Da mesma forma, a necessidade de
11 . Desta forma, além da própria cria- plena disponibilidade dos direitos submeti-
ção do Juizado Especial de Pequenas Cau- dos à apreciação do Juizado teve como con-
sas, foram deixadas para a disciplina da lei seqüência corr·elata a exigência de total ca-
local diversas outras questões de organiza- pacidade civil das partes envolvidas no pro-
ção judiciária, tais como: (a) o horário de cesso, eis que somente estas podem transi-
funcionamento do Juizado; (b) as condi- gir livremente, sem restriões de ordem for-
ções e as formas de recrutamento dos árbi- mal ou procedimental.
tros e conciliadores; (c) a organização da
_ secretaria do Juizado e de seus serviços au- 15. Resulta daí que somente pessoas ca-
xiliares ou correlatos; (d) o uso de meios pazes podem ser parte no processo desenvol-
técnicos, magnéticos ou eletrônicos, para vido perante o Juizado Especial de Peque-
gravação dos atos processuais. nas Causas, excluídos, ainda, o preso, as
pessoas jurídicas de direito público, a mas-
12. Respeitada a competência da lei que, sa falida e o insolvente civil (art. 8.°, ca-
segura:mente, irá atender às peculiaridades put). Excepcionalmente, foi admitida a ca-
regionaIs ou locais, o anteprOjeto disciplinou pacidade processual ativa do menor de 21
o processo, a se desenrolar perante o Jui- e maior de 18 anos, sem necessidade de
zado Especial de Pequenas Causas, de ma- assistência (art. 8.°, § 2.°), sob a conside-
a. neira uniforme, em todo o território nacio- ração de que tais pessoas já dispõem de
. , nal, como não poderia deixar de ser diante discernimento suficiente para, por si sós,
do sistema constitucional vigente; todavia, cuidarem de seus interesses patrimoniais de
é assegurado ao autor da ação o direito de pequeno valor. As empresas públicas da
escolha pelo processo especial e próprio das União não podem ser parte no processo re-
pequenas causas, regulado no anteprojeto, gulado no anteprojeto, porque sujeitas à
ou pelo rito comum, estatuído nas normas jurisdição da Justiça Federal, nos termos
gerais do Código de Processo Civil. A opção do que dispõe o art. 125, I, da Constituição.
do autor pelo Juizado Especial de Pequenas
Causas foi permitida, inclusive, nos casos 16. O Juizado Especial de pequenas Cau-
em que o valor econômico do seu direito sas, objetiva, especificamente, a defesa de
individual supere o limite fixado no art. 3.°, direitos individuais do cidadão, pessoa fí-
mas esta opção importará, sempre e auto- sica, motivo pelo qual somente este pode
maticamente, na renúncia do titular do di- ser parte ativa no respectivo processo. As
reito ao crédito excedente a esse limite (ar- pessoas jurídicas têm legitimidade exclusiva


tigo 3.0, § 2.°). no pólo passivo da relação processual. Pos-
síveis fraudes a esta regra foram evitadas
13. O Juizado Especial de Pequenas Cau- com a proibição inserta na parte final do
sas, por outro lado, tem por objetivo per- art. 8.°, § 1.0, segundO o qual estão excluí-
manente a busca da conciliação das partes, dos do direito de propor ação, no Juizado,
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de direitos pertencentes a vogado do vencedor (art. 53), Idêntica me-


urídicas. dida é aplicada ao litigante de má fé, em
qualquer grau de jurisdição. Acrescente-se
17. A simplicidade do processo foi obtida que o desestímulo ao recurso funciona, tam-
através da adoção dos critérios de informa- bém, como fator de celeridade do processo.
lidade e oralidade. O artigo 14 do antepro-
jeto dispõe que os atos processuais serão 21. Considerações de economia ou ba-
válidos sempre que preencherem as finali- rateamento de custos levaram o antepro-
dades para as quais forem realizados, inde- jeto a prever a facultatividade de assistên-
pendentemente da forma de que se revis- cia das partes por advogado (art. 9.°). Não
tam. Preferentemente, estes atos serão orais, se desconhece o valor da assistência judi-
não se materializando em registros esc'r itos ciária, por advogado, às partes envolvidas
e não se formarão autos, bastando o uso de em litígio judicial, mas certo é que a obri-
fichas ou formulários especiaiS. gatoriedade de tal assistênda, nas causas
de pequeno valor econômico e reduzida
18. A celeridade do processo motivou o complexidade jurídica, pode impedir o in-
es,t abelecimento de ato único, onde se de- gresso da parte em juízo afrontando o pre. -
vem desenvolver todas ou quase todas as ceito constitucional que assegura o liv
etapas pertinentes à exposição, instrução e acesso ao Judiciário para a satisfação de
julgamento da causa, isto é, a sessão de dir.eitos individuais injustamente lesados.
conciliação e julgamento. Nesta sessão úni- As pequenas lesões de direitos sacrificam,
ca as partes são ouvidas e é tentada a sua indistintamente, os pobres e os mais afor-
conciliação; são colhidas todas as provas e, ,tunados. Quando a parte é pobre, é a ela
enfim, é proferida a sentença. Praticamen- assegurado o direito a assistência judiciá-
te, só se realizam fora desta sessão os atos ria gratuita. Todavia, a parte que não é
concernentes à apresentação da petição ini- pobre bastante para obter este direito pas-
cial e à citação do réu ou intimação de sa a não dispor de conçUções para buscar,
testemunhas, os quais se passam perante no Judiciário, a realização do seu pequeno
a Secretaria do Juizado, sem necessidade direito lesado, uma vez que o seu reduzido
de intervenção do juiz. Tudo mais é exe- valor econômico não comporta o pagamen-
cutado como parte integrante da sessão de to dos honorários profissionais de quem
conciliação e julgamento, realizada ordina- lhe irá prestar assistência.
riamente num mesmo dia, salvo motivo re-
levante e excepcional. 22. É importante considerar que o JUi-_
zado Especial de Pequenas Causas só irá
19. Em respeito ao mesmo princípio de processar e julgar causas patrimoniais de
celeridade, foram reduzidas as hilpóteses pequeno valor, do interesse de partes ca-
possíveis de inddentes processuais, proi- pazes, ou sej a, só se cuidará de direitos
bindo-se, definitivamente, a intervenção de disponíveis entre partes que podem livre-
terceiros e reduzindo-se os prazos proces- mente transigir, o que, por si só, permite a
suais. Foi admitido o litisconsórcio que, na dispensa da assistência técnica por advo-
prática, só irá existir à opção do autor, uma gados.
vez que, tratando-se de causas limitadas,
de cunho patrimonial, dificilmente poderá 23. Por outro lado, se bem que facult~
configurar-se o litisconsórcio unitário ou tiva, a intervenção do advogado, como as-
nece51Sário. sistente ou representante-preposto da par-
te, não é proibida. O anteprojeto prevê, in-
20. A gratuidade do processo no primei- clusive, que, se uma parte comparecer as-
ro grau de jurisdição, consistente na isen- sL~tida por advogado ou, ainda, se for pes-
ção de custas e ,taxa judiciária, teve como soa jurídica ou firma individual, terá a ou-
fundamento o princípio de economia, aqui tra, se quiser, direito à assistência judiciá-
entendido como barateamento de custos pa- ria (art. 9.°, § 1.0). Assegura-se, com isso,
ra os litigantes. A isenção, porém, não tem perfeita equivalência ou igualdade jurídica
aplicação em caso de recurso, que é sujeito entre as partes litigantes, sem qualquer pre-
a preparo específico (art. 52). Por outro la- juízo para o ideal de Justiça que continua
do, se a parte sucumbente recorrer e per- subsistente, apesar da simpllcidade dos pro-
manecer sucumbente, será condenada a pa- cedimentos idealizados no anteprojeto.
gar as custas e a taxa judiciária, inclusive
as que foram dispensadas no primeiro grau 24. A facultatividade da assistência da . -
de jurisdição, como se isenção nenhuma parte, por ,advogado, no primeiro grau de
houvesse existido (art. 53). Nesta úLtima hi- jurisdição, não prevalece na fase recursal
pótese, o vencido no segundo grSlU de ju- (art. 41, § 2.°), seja porque há interesse em
risdição pagará ainda os honorários do ad- desestimular o oferecimento de recursos
- 9

meramente protelatórios, seja porque a par- ao juiz decidir o caso, dand


ticipação técnica de profissionais hablllta- mais justa e equânime.
dos passa a ser necessária para permtir o OM
oferecimento, quando for o caso, de recurso 29. As questões que possamN'~~
eficaz contra sentença judicial injusta, que na realização normal da audiência serão
a parte não poderia combater por seus pró- decididas de plano pelo juiz (art. 29, § 1.0).
prios meioo. Qualquer outra questão deve ser decidida
na sentença.
25. Princípio fundamental seguido pelO
anteprojeto é, também, o da ampliação dos 30. Por questões de ordem prática, não
poderes do juiz. A ele se reservou posição se previu, no anteprojeto, a execução da
de extrema relevância, através da atribui- sentença proferida, a qual será realizada
ção de dirigir o processo com ampla liber- em qualquer juízo competente da justiça
dade: (a) para determinar as provas a se- comum (art. 40). A impossibilidade do es-
rem produzidas; (b) para apreciar aque- tabelecimento de atos exclusivamente orais
las que , efetivamente, o forem; e (c) para na fase de execução torna inconveniente
~ ar especial valor às regras de experiência a sua realização no próprio Juizado Especial
- =omum ou técnica, ainda que não expressas de Pequenas Causa, onde se desenvolveu o
em qualquer ato material do proc€SSO (art. processo de conhecimento. Assim, excep-
4.°). Além disso, desde que atendidos os fins cionamlente, a execução da sentença passa
sociais da lei e as exigências do bem co- a ficar a cargo de outro juízo que não o
mum, ao juiz foram conferidos poderes pa- seu próprio prolator. A excepcionalidade,
ra dar a cada caso a solução que reputar todavia, não traz consigo inconvenientes
mais justa e equânime (art. 5.°). absolutos, nem invalidam as inovações in-
26. Observadoo os princípios fundamen- troduzidas pelO anteprojeto, as quais cons-
tais acima expostos, o anteprojeto adotou tituem, apenas, o instrumento legal neces-
esquema procedimental bastaIllte simples. sário para a criação efetiva do Juizado Es-
Supõe ele, após a apresentação do pedido pecial de Pequenas Causas que irá atender,
e a ettação do réu, o desenvolvimento de em cada unidade da federação, as peculia-
fase prévia de conciliação, anunciada às ridades e as necessidades ali verificadas.
partes pelo juiz, que as advertirá dos riscos 31. As sentenças homOlogatórias de con-
.a e das conseqüências do litígio (art. 22). A ciliação ou laudo arbitral são irrecorríveis .
'. tentativa de conclllação será conduzida ou Contra as demais cabem embargos infrin-
- pelo próprio juiz ou por conciliador, sob gentes a serem julgados no próprio Juizado
sua orientação (art. 23). (art. 41 ). Os julgadores do recurso serão
27. Obtida a concillação, será ela reduzi- três juízes em exercício no primeiro grau
da a escrito e imediatamente, homologada de jurisdição que se reunirão na sede do
por sentença judicial, com força de título Juizado para proferir sua decisão (art. 41,
§ l.0 ) . Desta forma, acelera-se o julgamen-
executivo (art. 23, parágrafo único). Não
;;endo possível a conclllação, dupla alterna- to dos embargos infringentes, sem conges-
tiva é apresentada às partes: ,(a) ou optam tionamento dos Tribunais de 2.8. Instância,
a l.mbas, por acordo, pela instauração do juí- ao mesmo tempo em que se assegura às
.., ~o anbitral, o que é efetivado pela escolha pal1tes a revisão da sentença por outros
10 árbitro, independentemente de termo de juízes que não o seu original prolator.
!ompromisso (art. 25); ou (oh) são elas en- 32. Os embargos infringentes, em regra,
:aminhadas ao juiz para a realização da terão efeito meramente devolutivo e seu
mdiência de instrução e julgamento (art. processamento independe de despacho do
:8) . juiz, cabendo à própria Secretaria do Jui-
28. Na audiência, o juiz ouve as partes, zado receber a petição escrita do embar-
olhe as provas e, enfim, prol ata a sen- gante (art. 42) e providenciar o preparo
ença (art. 29). O a.Il!teprojeto não estabe- do recurso (art. 42, § 1.0), bem como a In-
~ce qualquer ordem para a realização des-
timação do embargado para a devida res-
ao audiência que é dirigida, exclusivamen-
posta (art. 42, § 2.°). Excepcionalmente, o
e, pelo juiz. Não foi prevista expressamen- juiz poderá dar aos embargos efeito sus-
e a hipótese de sustentação oral do direito pensivo, para evitar dano irreparável à
a parte, quando estiver ela assistida por parte (art. 43).
dvogado, eis que esta assistência é facul- 33. Os casos de obscuridade, contradi-
ltiva. Além disso, a exposição feita pela ção, omissão ou dúvida, na sentença ou no
rópria parte, com simplicidade e singe- acórdão que julgar os embargos infringen-
'za, é elemento impor.tante para permitir tes, serão solucionados por meio de em-
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dade, simplicidade, informalidade, econo-


mia processual e celeridade, buscando sem-
pre que possível a conciliação das partes.
34. Não t>e admitem quaisquer outros Consideram-se de reduzido valor econô-
recursos, sendo, inclusive, inadmitida a ação mico as causas que versem sobre direito
rescisória (art. 57), esgotando-se, assim, to- patrimonial e decorram de pedido que, à
da a prestação Jurisdicional no próprio data do ruqjuizamento, não exceda a vinte
J'uizado Especial de Pequenas Causas. Dian- vezes o maior salário mínimo vigente no
te disso, foi necessário prever a ineficácia Pais e tenha por objeto:
da sentença condenatória deste Juizado, na I - a condenação em dinheiro;
parte que exceder a sua alçada legal (art.
39). II - a condenação à entrega de coisa
certa móvel ou ao cumprimento de obriga-
35. Por fim, o anteprojeto previu a ho- ção de fazer, a cargo de fabricante ou for-
mologação judicial ou o referendo do Mi- necedor de bens e servi~os para consumo;
nistério Público aos acordos ou transações
extrajudiciais, para dar-lhes eficácia de tí- III - a desconstituição e a declaração ela
tulo executivo (art. 55), bem como autori- nulidade de contrato relativo a coisas mdW
zou a legislação local a: (a) estender a fase veis e semoventes.
de conciliação a causas não rubrangidas na IA. projetada lei não se aplica às causas
competência jurisdicional do Juizado e (b) de natureza alimentar, falimentar, fiscal
criar colegiados compostos de juízes em e de interesse da Fazenda Pública, nem às
exercício no primeiro grau de jurisdição, relativas a acidente do traJbalho, a resí-
dando-lhes competência para julgar os re- duos e ao estado e capacidade das pessoas,
oursos de decisões proferidas em pequenas ainda que de cunho patrimonial .
causas não processadas perante o Juizado A opção pelo procedimento acima impor-
Especial de Pequenas Causas (art. 56, I e tará em renúncia ao crédito excedente ao
m. limite estabelecido, excetuada a hipótese de
36. A implantação efetiva das curado- conciliação.
rias necessárias e do serviço de assistência O projeto encontra-se dividido em vários
judiciária foi, ainda, erigida em condição Capítulos (embora inominados), a saber: *-
indispensável para a própria instituição do
Juizado (art. 54>' I - Disposições Gerais; . '
37. Enfim, assegurar justiça ampla e II - Do Juiz, dos conciliadores e dos ár-
eficaz constitui o dever maior do Estado e bitros;
o anteprojeto de lei destina-se precisamen- III - Das partes;
te a dar cumprimento a esse dever. Na me- IV - Da competência;
dida em que estende a proteção judiciária,
hoje insuficiente, ao homem comum, inse- V - Dos atos processuais;
re-se ele, por inteiro, no processo de de- VI - Do pedido;
mocratização ora conduzido por Vossa Ex-
celência com o apoio de todos os brasileiros. VII - Das citações e intimações;
Aproveito a oportunidade para renovar VIII - Da revelia;
a Vossa Excelência os protestos do meu IX - Da conciliação e do juíw arbitral;
mais prof·u ndo respeito. - Hélio Beltrão, X - Da instrução e julgamento;
Ministro Coordenador e Orientador do Pro-
grama Nacional de Desburocratização. XI - Da resposta do réu;
XII - Das provas;
PARlEOEm DE COMISSAO
DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA XIII - Da sentença;
I - Relatório XIV - Dos embargos infringentes;
IEsta proposição tem por objetivo dispor XV - Dos embargos de declaração;
sobre a criação e o funcionamento dos Jui- XVI - Da extinção do processo sem j ul-
zados Especiais de Pequenas Causas que gamento do mérito;
poderão ser criados nos Estados, no Distri- XVII - Das despesas; _
to Federal e no Territórios, para processo
e jUlgamento, por opção do autor, das cau- XVIII - Disposições finais.
sas de reduzido valor econômico. Esse pro- Acompanha a Mensagem presidencial Ex-
cesso orientar-se-á pelos critérios de oral1- posição de Motivos do Dr. Hélio Beltrão,
-11

Ministro Coordenador e Orientador do Pro- judicial e do próprio órgão en


grama Nacional de Desburocratização. Tra- do de sua aplicação, qual sej
ta-se de longa, minuciosa e bem elaborada zado Especial de Pequenas C
peça em que são abordados os motivos que
levaram à instituição do Juizado de Peque- 7. Pelo sistema previsto no ante-
nas Causas. Permito-me transcrever alguns projeto, o Juizado Especial de Peque-
dos trechos mais significativos: nas Causas combina os dois regimes
tradicionais de solução d'e conflito,
"3. Os problemas mais prementes, através da conjugação de mecanismos
que prejudicam o desempenho do Po- extrajudiciais de composição (concilia-
der Judiciário, no campo civil, podem ção e arbitragem) e de solução Judicial
ser analisados sob, pelo menos três en- propriamente dita (prestação judicial
foques distintos, a saber: (a) inade- específica) .
quação da atual estrutura do Judiciá- 8. !Para atingir seus objetivos pri-
rio para a solução de litígios indivi- mordiais, o anteprojeto idealizou o
duais; (b) tratamento legislativo in- Juizado Especial de Pequenas Causas e
a uficente, tanto no plano material co- o processo a ser nele seguido, com obe-
~ o no processual, dos conflitos de in- diência a vários princípios básicos e
teresses coletivos ou difusos que, por específicos, a salber: (a) facultativida-
enquanto, não dispõem de tutela juris- de; (b) busca permanente de concilia-
dicional específica; (c) tratamento ção; (c) simplicidade; (d) celeridade;
processual inadequado das causas de (e) economia; (f) amplitude dos pode-
reduzido valor econômico e conseqüen- res do Juiz.
te inaptidão do Judiciário atual' para
a solução barata e rápida desta espé-
cie de controvérsia. 37. !Enfim, assegurar justiça ampla
e eficaz constitui o dever maior do Es-
4. A ausência de tratamento j-udi- tado e o anteprojeto de lei destina-se
cial adequado para as pequenas causas precisamente a dar cumprimento a es-
- o terceiro problema acima enfocado se dever. Na medida em que estende
- afeta, em regra, gente humilde, des- a proteção judiciária, hoje insuficiente,
provida de capacidade econômica pa- ao homem comum, insere-se ele, por
e ra enfrentar os custos e a demora de
uma demanda judicial. A garantia me-
ramente formal de acesso ao Judiciá-
'inteiro. no processo de democratiza-
ção ... "
rio, sem que se criem as condições bá- ~ o relatório.
sicas para o efetivo exercício do direi- 11 _ Voto do Relator
to de postular em Juízo, não atende a
um dos princípios basilares da demo- lEste órgão Técnico deverá expender pro-
cracia, que é o da prestação judiciária nunciamento quanto às preliminares de ad-
dos direitos individuais. missibilidade além de manifestar-se sobre
o mérito da proposição.
5. A elevada concentração popula-
a cionaI nas áreas urbanas, aliada ao IA proposição guarda conformidade com
. desenvolvimento acelerado das formas o estabelecido na Constituição Federal re-
de produção e consumo de bens e ser- lativamente ao processo legislativo (art. ~,
viços, atua como fator de intensifica- item lU) , à iniciativa presidencial (art. 56)
ção e multiplicação de conflitos, prin- e à competência da União para legislar a
cipalmente no plano das relações eco- respeito de processo civil (art. .8.°, 1tem
nômicas. Tais conflitos, quando não so- XVII, alínea b).
lucionados, constituem fonte geradora Ao projeto foram oferecidas várias emen-
de tensão social e podem facilmente das, por parte do nobre Deputado Fran-
transmudar-se em comportamento an- cisco Amaral'. Por seu turno, este Relator
ti-social. manteve contatos com o Conselho Federal
6. Impõe-se, portanto, facilitar ao da Ordem dos Advogados e com inúmeroS
cidadão comum o acesso à Justiça, re- colegas que lhe transmitiram várias suges-
movendo todos os obstáculos que a isso tões.
se antepõem. O alto- custo da deman- Devo declarar que, em princípio, a inten-

• da, a lentidão e a quase certeza da in-


viabilidade ou inutilidade do ingresso
em Juízo são fatores restritivos, cuja
eliminação constitui a base fundamen-
tal da criação de novo procedimento
ção minha é não oferecer mudanças subs-
tanciais na sistemática constante do pro-
jeto. ~ que, sendo um novo passo na ten-
tativa de se oferecer justiça mais ráJpida,
certamente só a prática determinará as
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O
,
"!!aQ nças necessárias. Assim, não obstan- tar demandas, aceitar soluções interme-
'a~ er recebido inúmeras sugestões, animei- diárias.
~_.. e a endossar apenas algumas delas, den-
tro desse es,pirito enunciado. A população saberá valorizar a Justiça,
através da utilização do Juizado de Peque-
Entendo que efetivamente o projeto em nas Causas. E essa valorização, conseqüen-
exame deve merecer o nosso integral apoio. temente , acabará por dignificar todo o Po-
Alguma cO'isa deve ser feita para que não der Judiciário, hoj e tãO' mal visto por sig-
subsista a situação atual, triste e àepri- nificativa parte do povo, devido à lentidão
mente, de falta de credibilidade na atua- ou, até mesmo, à sua ausência, aí entendi-
ção da Justiça. Hoje, quem não possui ins- da a impossibilidade material de acioná-
trução suficiente, dificilmente entende a lo.
morosidade da prestação jurisdicional. E as
causas de pequeno valor, aquelas que dizem Essas considerações, entendi necessário
respeito mais de perto com o dia-a-dia, fazê-las para manifestar o meu contenta-
com as agruras do cidadão. essas causas mento e a minha esperança nesse novo
não sãO' mais levadas ao Judiciário porque instrumen to jurídico.
o povo perdeu a esperança. A seguir, passo a analisar as sug~ s
que me foram formalmente encamin. as
Uma justiça lenta é uma injustiça cla- e que solicito seja,m anexadas a este Pa-
morosa, já procla,mava o grande Rui Bar- recer.
bosa.
A qJrimeira sugestão foi-me encaminha-
A Justiça do Trabalho, em seu início, da por diversos Juízes de Paz do Distrito
mais eficiente do que hoje , ainda funciona Federal. Solicitam sua equiparação a juí-
de modo satisfatório. O trabalhador não zes classistas (tal como existentes na Jus-
se arreceia de bater às suas portas. Dela tiça do Trabalho), para efeito de remune-
esperl!- solução e, geralmente, acolhe o seu ração, e seu aproveitamento no Juizado de
veredIto. Pequenas Causas preferencialmente, desde
Tenho a certeza de que este Proj eto é que bacharéis em direito.
uma ,tentativa séria, honesta e factível. Por Entendo que se trata de questão a ser
isso mesmo, sendo uma solução nova, deve apreciada pela lei local. O Juizado de Pe··
ser experimentada. E, tenho a certeza, sua quenas Causas é facultativo. Assim, parece-
a,plicação resultará vitoriosa. Esta é uma me intromissão indevida do legisladolA-
modalidade bem típica nossa, uma solução deral prever o aproveitamento de Juíze_ e
de raízes brasileiras. A escolha de um ár- Paz.
bitro para as desavenças pessoais, patri-
moniais e, até mesmo, domésticas é da tra- Outra sugestão que recebi foi da Asso-
dição pacifista do povo brasileiro. Ela ain- ciação dos Juízes do RiO' Grande do Sul -
da persiste, nos pequenos núcleos urbanos AJURIS. Trata-se de trabalho bem elabo-
e no méio rural, presente no "Coronel" e rado mas que, concluindo por Substitutivo,
nO' Vigário. Inúmeras são as causas que não deve merecer nossa aprovação. É que
esses árbitros , homens de confiança do po- as modificações, no meu entender, modifi-
vo, dirimem. E o fazem de modo bastante cam tanto o texto original que acabaIW or
singular, presos àquilo que deve ser o apa- desfigurá-lo. •
nágio do Direito: o bom senso. Este pro- Recebi, ainda, em contatos mantidos com
jeto apresenta, como um plus, a sempre os nobres Deputados Lúcio Alcântara e
desejada isenção de quem vai decidir as Leorne Belém, sugestão que foi enviada
questões. pelo Dr. Sérgio Ferraz, ilustre jurista que
Vivemos hoj e uma época de tecnicismos, milita no Rio de Janeiro. Dela recO'lhi a
de fórmulas rebuscadas, de soluções pom- parte relativa ao art. 7.° que estranha a
posas. Estamos distanciados, por vã glória, necessária audiência do Ministério Público
daquele enunciado tão simples do direito e a aprovação do Conselho Superior de Ma-
romano: "Os preceitos do direitO' são estes: gistratura para que os árbitros, indicados
viver honestamente, não lesar a terceiros pela Ordem dos Advogados do Brasil, qJO'S-
e dar a cada um o seu direito". sam ser efetivados em sua função. Efeti-
vamente, a OAB afigura-se-me suficiente-
O Juizado de Pequenas Causas é alta- mente idônea para indi·c ar membros. seus
mente válida enquanto procura restabele- afiliados, para tão importante misSão. A
cer a conciliação entre as partes como sua interferência do Ministério Público ~
meta primordial. A função daqueles que se Conselho Superior da Magistratura é:.
dedicam ao DireLto é, principalmente a de mesmo, afrontosa. Essa ponderação, aliás,
compor litígios. E, a vida diária nos ensina, constituiu-se na única restrição ao projeto
sempre é possível acomodar pendência, evi- que me foi apresentada pelO ilustre Presi-
- 13

dente do Conselho Federal da OAB, confor- mo, é fator de confiabilidade


me contato pessoal que mantivemos. de Pequenas Causas.
Quanto ao art. 31 do projeto, também
acolho a sugestão seguinte: não se deve Emenda n.O 4
falar que a contestação pode ser "verbal Dá nova redação ao art. 9.°
ou escrita". Verbal não é sinônimo de oral.
Verbal significa "através de palavras". Ora, Pretende esta proposição estabelecer a
escrita ou não, a contestação só poderá ser obrigatoriedade de a parte ser representa-
verbal. Assim, deve ser utilizada "oral", a da por advogado, o que afronta a própria
exemplo do que se verifica nos arts. 37 e essência do projeto.
48. Emenda n.o 5
O ilustre jurista Sérgio Ferraz adverte Dá nova redação ao caput do art. 19.
para um grave j)roblema que, no seu dizer,
consumirá tinta, tempo, papel e dinheiro, ,P retende-se excluir a pessoa jurídica da
além de tempo. Trata-se de saber se o pro- citação por carta com aviso de recebimen-
jea em seu art. lO, falando apenas em to, em mãos pró.prias, sob o argumento de
li ~ nsórcio, omitindo a questão da as- que o encarregado de uma portaria, por
sistência, acolheu-a ou rejeitou-a. Enten- exemplo, poderia constituir uma aberração.
de que é necessário esclarecer esse ponto,
no que concordo. Assim, embora o Código Não comungo desse entendimento: esta
de Processo Civil trate desses dois insti- prática é adotada, há longo tempo e sem
tutos jurídicos em um mesmo Capítulo, inconvenientes, pela Justiça Trabalhista.
tenho para mim que só deve ser admitido
o litisconsórcio. A pretendida simplicidade Emenda n.O 6
do Juizado de Pequenas Causas não deve Dá nova redação ao art. 22.
admitir a assistência nem a intervenção de
terceiro: é questão da estrutura do projeto, Retira-se do texto o alerta que o juiz de-
que cumpre respeitar. Posteriormente, se verá proferir relativamente às vantagens da
a experiência demonstrar, os ajustes serão conciliação.
realizados.
A conciliação é uma das metas preten-
so agora a analisar, uma a uma, as
IEe ndas formalmente apresentadas pelo
re Deputado Francisco Amaral.
Emenda n.o 1
didas pelo projeto. Assim, deve ser mantida
a atual redação.
Emenda n.o 7
Dá nova redação ao art. 6.0 Nova redação ao parágrafo único do art.
Estabelece a obrigatoriedade de concurso 23.
para o aproveitamento de bacharéis em di- Pretende que a conciliação sej a homolo-
reito para a função de conciliadores. gada pelo conciliador e, não, pelo juiz.
hO que se trata de medida burocrati-
z e que a própria natureza do Juizado Entendo que a homologação deve ser ato
d equenas Causas deve alheiar-se judicial, eis que o concmador é mero au-
xiliar da Justiça, não devendo assumir o
' Emenda n.o 2 papel do magistradO.
Suprime os arts. 6.° e 23. Emenda n.o 8
A emenda acaba com a função do con-
ciliador. Nova redação ao art. 25, parágrafo único.
Esse auxiliar da justiça desempenha fun- Cuida-se de retirar a exigência de o ár-
ção importante e deve, pois, ser mantido. bitro somente poder ser escolhido se est1-
Emenda n.O 3
ver presente à sessão.
Suprime o § 2.0 do art. 9.0 Aceito a ponderação. Efetivamente, po-
derá ocorrer, freqüentemente, que o bom ár-
Este parágrafo estabelece que o juiz, bitro esteja desempenhando atividades li-
que a causa apresentar questões gadas ao Juizado de Pequenas Causas na
ll~l-1!".hi:L", alertará as partes sobre a con-
da contratação de um advogado. hora da sessão. Assim, ficaria impedido de
ser escolhido. Nada adviria de prejuízo àa
A norma deve permanecer pois configura partes se esse bom árbitro fosse escolhido
at1tude legitima do magistrado e, até mes- e realizasse sua tarefa em data posterior.
lore: 59
Pl N° 1950/1983 Caixa : 69

- 14- 124
Emenda n.O 9 Emenda n.o 14
redação ao art. 26. Nova redação ao art. 37.
Pretende-se que o árbitro conduza o pro- O objetivo é fazer com que os depoimen-
cesso com os mesmos critérios do juiz, po- tos das partes e das testemunhas sejam
dendo ser autorizado pelas partes a deci- reduzidos a termo, do qual constará apenas
dir por eqüidade, fora das regras e formas o essencial.
de direito. Pelo projeto, a prova oral não será re-
O projeto prevê que o árbitro conduzirá duzida a termo, devendo a sentença referir,
o processo dentro das necessidades da Ins- no essencial, os informes trazidos nos de-
trução, sem sujeição ao critério da legali- poimentos.
dade estrita, estando autorizado a julgar Trata-se de assunto a ser examinado com
por eqüidade. cautela, eis que, conforme bem observa a
Entendo que se pode aproveitar parte da justificativa da emenda, 'a se manter a re-
emenda. O árbitro, efetivamente, dave COn- dação original, perderia sentido a interpo-
duzir o processo segundo os mesmos crité- sição de embargos infringentes q~ dO
rios do juiz. Mas entendo ser desnecessária apreciados pelO Colegi!lido de Juízes La
a autorização das partes para que julgue instância, previsto no art. 41 , § 4.0, do ro-
por eqüidade. jeto.
Se, admitida a redução a termo, estaria
Emenda n.O 10 afrontada a oralidade do processo, ponto
Nova redação ao art. 27. importante. O direito ao duplo grau de ju-
risdição parece-me importante. Todavia, o
Insurge-se a emenda contra o caráter de projeto oferece solução satisfatória a esse
irrecorribilid!lide conferido à sentença que ponto quandO prevê, no § 3.° do art. 13, a
homologar o laudo. manutenção das fitas magnéticas dos de-
Deve ser refletido que uma das principais poimentos até ocorrer o trânsito em jul-
características desse Juizado é exatamente gado da sentença.
ess'a, tanto que sequer admite ação rescisó- Emenda n.o 15
ria.
Emenda n.o 11
Nova redação ao caput do art. 32.
Nova redação ao art. 38.
Pretende-se que o Juiz faça sucinto
tório ao proferir a sentença. Não obstante
e.-
a emérita lição do Ministro Mário Guima-
Pretende a proposição impedir que o réu, rães. trazida à colação pela emenda, entan-
na contestação, formule pedido em seu fa- de que se deve, inicialmente, manter o texto
vor, desde que fundado nos mesmos fatos original. O tempo dirá se o relatório efeti-
que constituem objeto da controvérsia. vamente é tão essencial.
Parece-me que essa norma deve ser man- Desejo, ao encerrar este Parecer, relem-
tida, por elementar questão de justiça. brar trecho da Exposição de Motivos por
mim já referido logo ao início, que ~a­
Emenda n.o 12 rece as intanções e os objetivos dest~o­
Nova redação ao art. 35, caput. jeto de Lei que cria e disciplina o funcio-
namento do Juizado de Pequenas Causas:
A emenda aperfeiçoa a linguagem uti- "Impõe-se, portanto, facilitar ao cl-
lizada pelo projeto, merecendo ser acatada. dadão comum o acesso à Justiça, remo-
vendo todos os obstáculos que a isso
Emenda n.o• 13 se antepõem. O alto custo da demanda,
Nova redação ao parágrafO único do art. a lentidão e a quase certeza da inviabi-
36. lidade ou inutilidade do ingresso em
Juízo são fatores restritivos, cuja eli-
:Pretende-se que a pessoa de confiança minação constitui a base fundamental
do juiz, que realizar inspeção, faça relató- da criação do novo procedimento judi-
rio escrito informando o que tiver verifi- cial e do próprio órgão encarregado de
cado. sua aplicação, qual seja o Juizado Es-
Creio que o relatório escrito é burocra- pecial de Pequenas Causas." ..
tizante e desnecessário. Uma das caracte- Em face do exposto, voto pela const~­
risticas do Juizado é exatamente a orall- cionalidade, jurldicidade, boa técnica legis-
da.de. lativa e, no mérito, pela aprovação deste
- 15
Projeto de Lei n .o 1.950/83 sendo que, quan- Redação do Vencido
to às emendas apresentadas e às sugestões
oferecidas, entendo que se deve: Relatório
I - aprovar as emendas de n. o , 8 e 12; Ao ser apreciado pela Comissão o Pare
n - rejeitar as Emendas n. o , 1, 2, 3, 4, que elaborara, relativamente ao projeto em
5, 6, 7, 10, 11, 13, 14 e 15 ; tela, o nobre Deputado VaI mor Giavarina
ofereceu voto apresentando duas emendas.
III - aprovar a ,E menda n .o 9, na forma Analisando o conteúdo das mesmas, enten-
de Subemenda; di que a Emenda n .O 1, refer·e nte à obriga-
IV - oferecer Emendas do Relat<lr, em toriedade da gravação dos atos, seria me-
número de quatro. dida aceitável. Por isso, opinei por sua apro-
vação. Quanto à idéia da n. O 2, relativa-
Sala da Comissão, 21 de novembro de mente à ausência do autor, por motivo jus-
1983. - Gorgônio Neto, Relator. tificado, manifestei-me por sua aprovação.
Porém, entendi que seria mais aconselhável
Subemenda à Emenda D.o que esta ressalva constasse de um pará-
grafo e, não, conforme se expressou o autor,
~ ao art. 26 do projeto esta redação: mediante acréscimo ao item I do art. 50 do
"Art. 26. O árbitro conduzirá o pro- projeto.
cesso com o.s mesmos critérios do Juiz, No mais, o Par ecer que ofereci foi inte-
na forma dos arts. 4.° e 5.°, p<ldendo gralmente aceito pela Comissão, razão pela
decidir p<lr eqüidade." qual remeto o.s nobres colegas à sua leitura.
Sala da Comissão, 21 de novembro de
1983. - Gorgônio Neto, Relator. Voto
Face ao exp<lsto, voto pela constitucio-
Etnenda n.O nalidade, juridicidade, boa técnica legisla-
Dê-se ao art. 7.0 do projeto esta redação: tiva e, no mérito, pela aprovação deste Pro-
deto de Lei n. O 1.950, de 1983, com adoção
"Art. 7.0 Os árbitros serão escolhi- de nov·e emendas.
do.s dentre advogados indicados pela
Ordem dos Advogados do Brasil." Sala da Comissão, 112 de abril de 1984. -
a da Comissão, 21 de novembro de Gorgônio Neto, Relator.
1li - Gorgônio Neto, Relator.
m - Parecer da Comissão
Emenda N.o
A Comissão de Constituição e Justiça, em
Acrescente-se ao art. 15 do projeto neste reunião ordinária p!enária realizada hoje,
§ 4. 0 : opinou unanimemente, nos termos da re-
"Art. 1,5 . dação do vencido oferecida pelo relator, pela
constitucionalidade, juridicidade, técnica
O Secretário será necessaria-
§ 4.0 legislativa e, no mérito, pela aprovação do
mente bacharel em direito." Projeto de Lei n. o 1.950/83, com nove emen-
a
da Comissão, 21 de novembro de 1983 .
-~gônio Neto, Relator.
das. O Deputado Valmor Giavarina apre-
sentou voto em separado.

Emenda N.O 'Estiveram presentes os Senhores Depu-


tados: Leorne Belém, Presidente; Gorgõnio
Substitua-se, no art. 15, caput e 31 do Neto e José Tavares, Vice-Presidentes;
projeto, a expressão "verbal" p<lr "oral". Djalma Bessa, Gerson Peres, Hamilton Xa-
Sala da Comissão. 21 de novembro de vier, Guido Moesch, Joacil Pereira, Jorge Ar-
1983. - Gorgônio Neto, Relator.
bage, Jiúlio Martins, Mário Assad, Osvaldo
Melo, Rondon Pacheco, Aluízio Camp<ls, Ar-
Emenda N.o naldo Maciel, Brabo de Carvalho, Elquisson
Soares, Jorge Carone, Raimundo Leite, Ray-
Dê-se ao art. 10 do proj eto esta redação: mundo Asfóra, Sérgio Murilo, Theodoro
"Art. 10. Não se admitirá, no pro- Mendes, Valmor Giavarina, Walter Casa-
cesso, qualquer forma de intervenção de nova, Gomes da Sllva, Matheus Schm1dt e
A!erceiro nem de assistência. Admitir- Amadeu Geara.
~ o litisconsórcio."
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. -
Sala da Comissão, 21 de novembro de Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
1983. - Gorgônio Neto, Relator. R-elator.
Lote: 59 Caixa : 69
PL N° 1950/1983
- 16 125
AS:~~IDAS ADOTADAS IPELA OOMISSAO §4.° O Secretário será necessaria·
mente bacharel em direito."
N .o 1
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. -
Dê-se ao parágrafo único do art. 25 a Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
seguinte redação: Relator.
"Art. 25. . . . .. .. ...... .. ... .... . . .. . N.o 6

!Parágrafo único. O juízo arbitral Substitua-se, no art. 15, caput, e 31 do


projeto, a expressão "verbal" por "oral".
considerar-se-á instaurado, indepen-
dentemente de termo de compromisso, Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. -
com a escolha do árbitro pelas partes, Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
fazendo o Juiz, caso não estej a o mes- Relator.
mo presente, sua convocação, e a ime- N.O 7
diata designação de data para a audi-
ênCia de instrução." Dê-se ao art. 10 d.o projeto esta redação:
Sala da Comissão, 12 de abril de 1983. - "Art. 10. Não se admi.tirá, no pro-
Leome Belém, Presidente - Gorgõnio Neto, cesso, qualquer forma de intervA ão
Realtor. de terceiro nem de assistência. ~­
tir-se-á o litisconsórcio."
N.o 2
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. -
Dê-se ao caput do art. 35 do proj eto a Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
seguinte redação: Relator.
N.o 8
"Art. 35. As testemunhas, até o má-
ximo de três para cada parte, compa- Acrescente-se, no art. 5.° do projeto, o
recerão à audiência de instrução e seguinte § 2.°, transformando-se o atual
julgamento, levadas pela parte que as parágrafO único em § 1.0 :
tenha arrolado, independentemente de "Art. 50. . .. . ..... . .. . . . . .... ... . .. .
intimação, ou mediante esta, se assim
for requerido." § 1.0 . . ....... . . . .. .... .. .. ......... .
§ 2.° No caso do inciso l , quando
Sala da Oomissão, 12 de abril de 1984. - comprovar que a ausência decorra.le
Leome Belém, Presidente - Gorgônio Neto, força maior, a parte poderá ser . -
Relator. tada pelo Juiz do pagamento das
N.O 3 custas."
Dê-se ao art. 26 do projeto esta redação: Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. -
Leorne Belém, Pres1dente - Gorgônio Neto,
"Art. M . O árbitro conduzirá o pro- Relator.
cesso com os mesmos critérios do Juiz, N.O 9
na forma dos arts. 4 .0 e 5.°, podendo
decidir por eqüidade." Substitua-se no § 3.° do art. 14 do Pio t
eto
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. - a expressão "os atos poderão ser gra "
Leome Belém, Presidente - Gorgônio Neto, pela seguinte: "os atos deverão ser g a-
Relator. dos".
N.O 4 Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. -
Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
Dê-se ao art. 7.° do projeto esta redação: Relator.
"Art. 7.° Os árbitros serão escolhi- VOTO EM SEPARADO DO DEPUTADO
dos dentre advogadoo indicados pela VALMOR GIAVARlNA
Ordem do<: Advogados do Brasil."
Li, com especial cuidado, o alentado Pa-
Sala da Comissão, 12 de abril de 1984. - recer oferecido pelo nobre Relator, Depu-
Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto, tado Gorgônl0 Neto. Trata-se de trabalho
Relator. ao mesmo tempo simples e seguro, cujas
N.O 5 conclusões acolho, com duas ligeiras res-

§
Acrescente-se ao art. 15 do projeto este
4.° :
"Art. 15.
salvas.
Refiro-me ao texto constante do §
art. 14 bem como ao enunciado do inciso I
do art. 50 do proj eto. Creio que se pode
3._
~~ WlAN "'r-
- 17- I•
melhorar; substancialmente, o projeto com bargos Infringentes, promovendo '

pequenas modificações que, certamente, evi- conseqüência, as seguintes alteraçõ
tarão dúvidas futuras.
1.8. alteração - O art. 38 passa vig'(Tr,~"­
Diz, presentemente, o § 3.0 do art. 14: acrescido do seguinte § 2.0, transformado
"§ 3.° Serão objeto de registro escri- o atual parágrafo único em § 1.0:
to exclusivamente os atos havidos por "Art. 38. . ......................... .
essenciais. Os atos realizados em au-
diência de instrução e julgamento po- § 1.0 .................. .. .... .. ..... .
derão ser gravados em fitas magnéti- § 2.° Em qualquer caso a sentença
cas ou equivalente, que será inutiliza- será irrecorrível."
da após o trânsi·to em julgado da de-
cisão." 2.8. alteração - O caput do art. 47 'Passa
Entendo que se deve substituir a expres- a vigorar com esta redação:
são "os atos poderão ser gravados" por "os
atos deverão ser gravados" para que seja "Al"'~. 47. Caberão embargos d·e de-
assegurado o princípio da oralidade. claração quando, na sentença, houver
obscuridade, contradição, omissão ou
~eu turno, o inciso I do art. 50 esta- dúvida."
bel.
3.8. alteração - ~ suprimido o art. 49.
"Art. 50. Extingue-se o processo,
além dos casos previstos em lei: 4.0. alteração - A parte final do art. 51
I - quando o autor deixar de com- é suprimida:
parecer a qualquer das audiências do "em primeiro grau de jurisdição."
processo."
5.0. alteração - O art. 52 é suprimido.
Existem hipóteses de força maior que im-
pedem a presença do autor em audiência. 6.8. alteração - O caput do art. 53 passa
~ fato ;por demais conhecido e reconhecido a ter este texto:
pelos Tribunais. Todavia, inteI'lpretaçães
meramente gramaticais poderão criar, nu- "Art. 53. A sentença não condenará
ma primeira fase sérios transtornos ao au- o vencido em custas e honorários do
tor se não ficar' claramente expresso que advogado do vencedor, ressalvados os
essa ausência deve derivar de ato de von- asos de litigência de má fé."
taae não de evento fortuito.
Justificação
~ mais, adoto as canclusães do nobre
Relator, resssalvados os pontos acima en- Com relação ao teor do projeto, impõe-se
focados, que são objeto de emendas. a apresentação de uma emenda supr·essiva
Sala da Comissão, . - Valmor do Título XIV, que trata dos Embargos In-
Giavarina. fringentes.
Emenda N.O Assim é por que, em se tratando de um
Substitua-se, no § 3.° do art. 14 do pro- juizado que prima pela celeridade de suas
je ~ expressão "os atos poderão ser gra- decisõ·es, envolvendo direitos disponíveis de
va pela seguinte: "os a tos deverão ser pequena monta, haveria uma valorização
gra os". em suas decisões, desde que não houvesse
recurso à instância ad quem.
Sala da Comissão.
Emenda n.o A Constituição Federal não obriga a
·e xistência do duplo grau de jurisdição, ra-
Dê-se ao item I do art. 50 do projeto este zão pela qual a pr,e sente Emenda não po-
texto: derá ser inquinada de inconstitucional ou
"Art. 50. . ..................... .. .. . injurídica. Além do mais, a denominação
do recurso escolhida pelos au:ores do an-
I - quando o autor deixar de com- teprojeto, data vênia, não corresponde à
parecer a qualquer das audiências do finalidade do mesmo recurso previsto no
processo, salvo motivo de força maior." art. 530 do Código de Processo Civil.
Sala da Comissão.
A persistir tal denominação, além da fla-
EMENDAS OFERECIDAS EM PLENARIO grante confusão que iria ser gerada no melo
jurídico, é absolutamente inconseqüente a.
. ' _ N.o 1 - existência de dois recursos, com a mesma.
São suprmidos os arts. 41 e 46 do projeto, denominação, no sistema jurídico, porém
que constituem o Título XIV - Dos Em- W:r1 finalidad·es diferentes.
- 18
ndo-se o Título XIV, forçoso é Parágrafo único. O juiz, entendendo
li!fE!l6m feitas algumas outras alterações que o maior lance ofertado é conside-
de suprimir qualquer referência a rado vil, em relação ao valor da ava-
embargos infringentes. liação, não permitirá a alienaçãeo do
bem, determinando novo leilão.
Sala das E·essões, . - Pedro
Sampaio. ADt. Na execução para entr·ega de
_ N.O 2
coisa certa, o executado será intimado
a proceder à entrega, em cinco dias,
Acrescente-se ao projel ~o o seguinte Tí- ou no prazo fixado na sentença, caso
tulo XVII, renumerados os subseqüentes Tí- con trário será realizada a busca e apre-
tulos e Artigos: ensãe do bem, independentemente de
mandado judicial.
"TíTULO XVII
Parágrafo único. Sendo impossível a
Da Execução apreensão, a execução será feita a re-
querimento verbal do exeqüente, pela
Art. A execuçãe, nos casos de com-
petência do juizado especial de peque-
nas causas, será processada no próprio
sa, fixada na sentença.
Art. Na execução pela obri
I
quantia correspondente ao valor da coL

ão
juizado e iniciar-se-á por solicitação
verbal do interessado, independente- de fazer, o executado ser.á intimado a
mente de nova citação do réu. ~restar c' fato, no prazo fIxado na sen-
tença.
Parágrafo único. A execução somen- AI" ~. Não cumprida a obrigação nO
te terminará a pedido do exeqüente eu prazo, proceder-se-á na forma do pa-
com o pagamento do débito. rágrafo único do artigo anterior."
Art. Na execução por quantia cer-
ta o prazo para pagamell'~o será de vin- Justificação
te e quatro horas, a contar: É de todo injustificável que o projeto
I - da homologação da conciliação; não tenha cuidado da execução. A celeri-
dade obtida com o procedimento de nada
II - do trânsito em julgado da sen- adiantaria. Cr·eio, pois, ser da maior im-
tença condenatória. portância disciplinar o tema, no prÍlill0
§ 1.0 V,e ncido o prazo . o juiz deter-
corpo do projeto. .,
minará a realização da 'penhora. Remeter-se a execução ao Código de Pro-
§ 2.0 O Oficial de Justiça, munido cesso Civil não me parece conveniente.
d·e mandado de penhora, dará ciência Afinal, estamos criando um procedimento
ao executado do início da execução, cél·ere e devemos, por isso mesmo, dotá-lo
procedendo a imediata penhora e apre- de factibilidade.
ensão de tantos bens quantos bastem Sala das Sessões, - Pedro
ao pagamento do débito, atribuindo o Sampaio.
valor aos bens, cuj o valor poderá ser
modificado pelo juiz, a seu prudente ar- P AREC:ER DA COMISSAO
bí, ~rio, podendo este determinar refor-
ço, redução ou substituição da penhora . DE CONSTI'I'UIÇAO E JUSTIÇA
.....
§ 3. 0 O Oficial de Justiça fornecerá I - Relatório
comprovante da apreensão ao devedor.
Em plenário, o nobre Deputado Pedro
§ 4. 0 Os bens apre·endidos serão ime- Sampaio ofereceu duas emendas ao Projeto
diamente entregues ao Depositário Pú- de Lei n. o 1.950-A/83, a saber:
blico e o leiloeiro cr·ed·enciado junto ao
juizado os venderá em público leilão. - a de n. o 1 suprime os .arts. 41 a 46 do
projete>, qu,e constituem o Titulo XlV - Dos
§ 5. 0 O valor apurado no leilão. que Embargos Infringentes, promovendo-se, em
exceder ao preço 'do débito, será devol- conseqüência, alt·erações nos arts. 38, 47,
vico ao devedor. 49, 51, 52 e 53;
Art. O leilão realizar-s'e -á em data - a de n. o 2 acresc ~ nta um Título -~a
predeterminada, no local de funciona-
mento do juizado, sendo apregoado pelo Execução. '. .,
leiloeiro, com arrematação pelo melhor Nas Justtificações, o autor das emend:u
lance of·e rtado oralmente. salienta qu'e "em se tratando de um juizad<
19 -

'que prima pela celeridade d·e suas decisões, gicamente demonstrado que
envolvendo direitos disponíveis de pequena primeiro grau cerca de maior
monta, haveria uma valorização em suas dos seu julgamento, quand sa ~
decisões, desde que não houvesse recurso à sua decisão poderá ser revist·a pc o
instância ad quem". E que "é de todo injus- tribunais de "jurisdição superior".
tificável que o projeto não tenha cuidado
da execução. A ozleridooe obtida com o O duplo grau de jurisdição é, assim,
procedimento de nada adiantaria". acolhido pela generalidade dos siste-
mas processuais contemporâneos, inclu-
É o relatório. sive pelo brasileiro" (in "Os Princípios
Constitucionais e o Código de Processo
n - Voto do Relator Civil", São Paulo, Bushatsky, 1975, p.
As Emendas de Plenário são constitu- 139) .
cionais e jurídicas eis que, a exemplo da Outrossim, nessa linha de raciocínio. deve
proposição principal, cuidam de matéria ser dito que a índOle do povo braSileiro
processual reservada à compztência legis- ainda não está afeiçoada ao sistema de jul-
l _ a da União pelo art. 8.°, item XVII, gamento em uma só instância, o que po-
a. a b, da Lei Maior. A competência para deria acarretar o descrédito de todo o Jui-
apreciá-las é do Congresso Nacional, me- zado proposto. Tal como previsto, o re-
diante lei ordinária, em face dos textos dos curso não trará demora mais significativa
arts. 43, caput, e 46, item m, do mesmo pois s'eu julgamento é feito por um Colegia-
texto fundamental. do formado por juízes de primeira instância,
O poder de emendar é inerente ao da que se dirige à s.ede do próprio Juizado e,
iniciativa, estando pois resguardado pelO por isso m zsmo, não haverá aquele todo
art. 56 do Estatuto Político. formalísmo, demanda de tempo e dispêndio
monetário que o sistema recursal comum
A técnica legislativa é a que se recomenda. exige. Ademais, é matéria a ser regulada
Quanto ao mérito, cabe analisar cada uma pela lei local que poderá instituir centros
regionais de julgamento.
das emendas ofer,ccidas.
Emenda n.o 2
Emenda n. 0 1
Esta propOSição cuida de estabelecer o
a ta Emenda suprime o duplo grau de processo de execução .
• isdição.
Entendo que deve S€r mantida a siste- Inicialmente deve ser dito que, conforme
mática do projeto, porém com correção que depoimentos a mim prestados pelo ilustre
se impõe fazer, aliás bzm lembrada pela Desembargador Presidente do Tribunal de
emenda: deve-se mudar o nome de Embar- Justiça do Estado do Paraná poucas têm
g{)S Infringentes para o recurso previsto. É sido as reelamações quanto à execução das
que, no Código de Processo Civil, existe essa sentenças de Juizados de Pequenas Causas,
modalidade recursal porém com outros pres- instalados naquele Estado. Cerca de oitenta
sJIIklstos. Bem lembrou o autor da emenda: por cento das causas são liquidadas imedia-
tamente, sem necessidade de serem exe-
. . "A persistir tal denominação, além cutadas.
da flagrante confusão que iria ser ge-
rada no meio jurídico, é absolutamente A celeridade da parte cognitiva já é, em
inconseqüente a existência de dois re- si mesma, uma grande conquista. Durante
cursos, com a mesma denominação, no a fase de estudos e de sugestões as grandes
sistema jurídico, porém COm finalida- objeções opostas referiram-se exatamente,
des diferentes." à fas·e de execução. Ente·ndo que, se aceita
a emenda em questão, ter-se-ia grandes di-
Permito-me transcrever, para justificar ficuldades na implantação do Juizado eis
a minha posição contrária à supressão do que, sabidamente, os seus custos se eleva-
roecurso, a seguinte lição de Ada Pellegrini riam sobremodo com a instalação de um
Grinover: aparelhamento bem mais complexo. É claro
"De qualquer modo, parece sempre que a existência de um sistema próprio de
mais conveniente dar-se ao vencido uma execução seria o dtsejável; porém, manten-


oportunidade para o reexame da sen- do o meu ponto de vista, já por inúmeras
tença com a qual não se conformou. Os vezes expendido durante a tramitação deste
tribunais de segundo grau, formado em Projeto, entendo que não se deve mutilar a
geral por juízes mais experientes, ofe- idéia proposta pelo Poder Executivo. De-
recem maior Segurança; e está psicolo- vemos aceitá-la, tanto quanto possível, na
- 20-

reza. Assim, teremos condições de José Carlos Fonseca, José Penedo e Jorge
t~ novo sistema, sem que, contudo, Medauar.
"~o. emos de futuramente, face às expe- Sala da Comissão, 30 de maio de 1984. -
r encias do dia-a-dia, adaptá-lo à reali- Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
dade. Relator.
Face ao exposto, manifesto-me pela cons-
titucionalidade, juridicidade e boa técnica Subemenda adotada pela Comissão à
legislativa das Emendas de Plenário ao Emenda n.O 1, oferecida em Plenário ao
Projeto de Lei n.O 1. 950-A, de 1983. Projeto de Lei n.o 1. 950-A/83
Quanto ao mérito, sou: Substitua-se, no Título XIV - a expres-
a) pela aprovação da Emenda n.O 1, na são "Dos Embargos Infringentes" por "no
forma da anexa Subemenda; Recurso" e, em conseqüênCia, promovam-se
as seguintes alterações:
b) pela rej eição da Emenda n. ° 2. 1. 8 ) no art. 41, caput, substitua-se "ca-
Sala da Comissão, - Gorgônio Neto, ,berão embargos infringentes" por "caberá
!Relator. recurso'"
Parecer da Comissão
IH - 2. 8 ) n~ § 1.0 do art. 41, SUbstitua-_ 'os
embargos infringentes serão" por "o recurso
A Comissão de Constituição e Justiça, em será'" ,
r.eunião plenária realizada hoje, opinou,
unanimemente, pela constitucionalidade, 3. 8 ) no § 2.° do art. 41, substitua-se "nos
juridicidade, técnica legislativa e, no mé- embargos infringentes" por "no recurso";
rito, pela aprovação da Emenda n.o 1, com 4. 8 ) no art. 42, caput, substitua-se "os
subemenda, e pela rejeição da de n.O 2, nos 'e mbargos infringentes serão opostos" por "o
tennos do parecer do Relator às emendas recurso será oposto";
of;e'recidas em plenário ao Projeto de Lei n.O
1. 950-A/83. 5. 8 ) no § 2.° do art. 42, substitua-se "em-
bargado" por "recorrido";
Estiveram presentes os Senhores Depu-
tados: Leorne Belém, Presidente; G()fgô- 6. 8 ) no art. 43, substitua-se "os embargos
nio Neto e José Tavares, Vice-presidentes; infringentes terão" por "o recurso terá";
Armando Pinheiro, Gerson Peres, Guido 7.8 ) no art. 49, substitua-se "os eIilllli.r-
Moesch, Hamilton Xavier, Jorge Arbage, gos infringentes" por "o recurso"; e . .
José Burnett, otávio Cesário, Mário Assad,
Nilson Gibson, Osvaldo Melo, Amadeu Gea- 8.8 ) no art. 52, substitua-se "dos embar-
ra, João Gilberto, Jorge Carone, José Melo, gos infringentse" por "do recurso".
Pimenta da Veiga, Raimundo Leite, Ray- Sala da Comissão, 30 de maio de 1984. -
mundo Asfora, Theodoro Mendes, Valmor Leorne Belém, Presidente - Gorgônio Neto,
Giavarina, Gastone Righi, Gomes da Silva, Relator.

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Centro Gráfico do Senado Federal - Brasília - DF


CÂMARA DOS DEPUTADOS
t0/tl111 SSÃO IIU: IREIJ)H\çiO
PROJETO DE LEI nº 1.950-8, de 19 83
REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI nº 1.950-C, de 19 8 3

Dispoe sobre a cr ia çao e o funcio


namento do Juizado Especial de Pe
quenas Causas.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

Ar t . 1º - Os J uizados Especiais de Pequ e nas Causas,


, , - no
o rg aos G2 J ustiça or dinari a , poderao ser criados nos Es t ados,
,
Distri to Fede ral e no s Te rr i t orios , para processo e jul g amento,
-
por opçao do autor, das causas de reduzido valor economico.
~

Art. 2º - O processo, perante o Juizado Especial de


Pequenas Causas, orien ta r-se-a pelos criterios da oralidade, s l m-
p I i c i dade, i nforma I i dade, econom i a processua I e ce I er i dade, buscan
,
do sempre que possivel a conc i I i açao das partes .

• Art. 3º - Con s id eram-se causas de reduzido


econom lco as que versem sobre d ir eitos patrimoniais e decorram de
valor

pedido que, a data do ajuizamento, nao exceda a 20 (vinte) vezes


, ,
o salario-minimo vigente no Pais e tenha por objeto:
- a condenaçao em dinheiroi
,
II - a condenaçao a entrega de cOisa certa mov e I ou
ao cumprimento de obrigaçao de fazer, a cargo de fabr i cante ou

forn eced or de bens e serv i ços para consumo i


III - a descons t i tu i çao e a dec I araçao de nu I i dade
de contrato relativo a cO i sas moveis e semoventes.
§ 1º - Esta lei
- ,
nao se ap I i ca as causas de na t ure-

GE A 20.01.0050.5

..

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CO~ISSAO DE REDAÇÃO 2.
,
za a I i mentar, fa I i mentar, f i sca I e de i nteresse da Fazenda Pu
,
blica, nem as relativas a acidentes do trabalho, a residuos e ao
estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
§ 2º - A opçao pelo procedimento previsto nesta
, ,
Ie i importara em renuncia ao credito excedente ao imite estabe-
,
lecido neste artigo, excetuada a hipotese de conci la ça0 .

11
_ JID!!I W
lL, lIM5 mK mIl W.ila IES IE 1mi6 ÍÁIlIIm ru -rmms

Art. 4º - O Juiz dirigira o processo com ampla Ii


berdade para determinar as provas a serem produzidas, para apre-_
, ' -
cia-Ias e para dar especia l valor as regras de experiencia comum
,
ou tecnica .
,
Art. 5º - O Juiz adotara em cada caso a decisao
que reputar mais justa e equanlme, atendendo aos fins sociais da
lei e as exigencias do bem comum.

Art. 6º - Os conci iadores sao auxl lar es da Justi-


ça para os fins do art. 22 desta l ei , recrutados preferentemen
,
te dentre bachareis em Direito, na forma da l ei lo ca l.

Art. 7º -
, -
Os arbitros ser ao esco lhido s dentre ad
vogados i nd i cados pe I a Ordem dos Advogados do Bras i I .

Art. 8º - -
Nao poderao ser partes, no processo in st i
,
tu ido nesta l ei , o In capaz, o preso, as pessoas juridicas de direi
to p~b I i co , as emp r esas p~b I i cas da Un i ~o, a massa fa I i da e o In
so I vente c i v i I .

GE R 20.01.0050.5

CÂMARA DOS DEPUTADOS


co~ossio ~[ RE~AÇAO 3.
,
§ 1º - Somente as pessoas fisicas capazes serao ad

mitidas a propor açao perante o Juizado Especial de Pequenas Cau


" ,
sas, excluidos os cessionarios de direito de pessoas juridicas.

§ 2º - O maior de 18 (dezoito) anos poder~ ser au

tor, i ndependentemente de ass i stenc i a,


- i nc I us i ve para f i ns de con-

c i I i aç~o.

Art. 9º - As partes comparecerao sempre pessoalmen-

te, podendo ser assistidas por advogado.

§ 1º - Se uma das partes comparecer assistida por


, ,
advogado, ou se o reu for pessoa juridica ou firma individual,tera

a outra parte, se qUiser,


- ,
assistencia judiciaria prestada por or
,
gao instituido junto ao Juizado Especial de Pequenas Causas,na for

ma da Ie i loca I .

§ 2º - Se a causa apresentar questoes complexas,


- o

Juiz alertara as partes da conveniencia do patrocinio por


- ,
advo-

gado.
,
§ 3º - O mandato ao advogado podera ser verbal, sal

vo quanto aos poderes especiais.


, ,
§ 4º - O reu, sendo pessoa juridica ou titular de

firma individual, podera ser representado por preposto credencia

do .

• ma de
Art. 10 - Nao se admitira,

intervençao de terceiro nem de assistencia.


,
no processo,qualquer for

Admitir-se-~ o

itisconsorcio.

" ,
Art. 11 - O Minister i o Publico intervira nos casos

previstos em lei.

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS _
t~~OSSAO DE REDAÇAO

DV
BIID/à ~ltID1~ IlbIETlÊnmtK: II IA

,
Art. 12 - E competente, para as causas previstas

nesta lei, o Juizado do foro:


, ,
- do dom i c i I lodo reu ou, a cr i ter i o do autor, do

lo ca l onde aquele exerça atividades prof i ssionais ou eco nomica s


- ou
,
mantenha estabe l ecimento, fi I ial, agencia, sucursa l ou escritorio;

II - do lu gar onde a obrigaçao deva ser satisfeita;


,
III - do domici I io do autor ou do lo ca l do ato ou fa

to , nas açoes para reparaçao de dano de qualquer natureza .


,
.Par~grafo ~ni co - Em qualquer hipotese, podera a
. .
açao ser proposta no foro previsto no IncIso deste artigo.

,
Art. 13 - Os atos processua I s serao pub I I cos e pod e
,
rao real izar-se em horario noturno, conforme dispuserem as normas

de organizaç~o judici~ria.
,
Art. 14 - Os atos processua I s serao va I i dos sempre

que preencherem as f i na I i dades para as qua i s forem rea I i zados, aten

didos os cr i ter i os indicados no art. 2º desta l ei .

§ 1º - N~o se pronunc i ara qua I quer nu I i da de sem

que tenha havido prejuizo.

§ 2º - A pratica de atos processuais em outras co

marcas podera ser so l icitada por qualquer meio idoneo de comun i ca

çao.

§ 3º - Serao objeto de registro escrito exc lu s iva

mente os atos havidos por essencia i s. Os atos real izados em audi-

encla de instruçao e
- -
julgamento deverao ser gravados em fita mag

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS _
C~~~SSA~ ~E RE~AÇAO 5.

, ~

n et i ca ou eq u i va I e n te , que se ra i nu t i I i zada apos o trans i to e m j u l

gado da decisao.

§ 4º - As norm as lo ca i s
-
disporao sob r e a c on serva

çao da s peças do processo e demais documentos qu e o in st ru e m.

Art. 15 - O processo in sta urar- se -a com a aprese~

-
taçao do pedido, escr ito ou oral, a Secretaria do Juizado.

§ 1 º - Do p ed ido constarao, d e forma s impl es e em

Inguag e m acessivel:

- o nom e , a qua I i f i caça0 e o e nd e r eço da s pa~

tes ;
I I - os fatos e f undam e n tos , e m forma s u c in ta ;

III - o objeto e se u valor.


, ,
§ 2º - E I i c i to formu I ar ped i do g e n e r I co quando

nao for
,
possivel d ete rminar, desde logo,
-
a exte n sao da obriga çao .

§ 3º - O p e dido oral se ra r e duzido a esc rito pela

Secretaria do J u izado , podendo ser u t i I izado o s i ste ma d e fichas

o u formul~rios


Impr ess os ;

§4º - O S ec r et~ rio se r a n ecessa riam e nt e bacharel em

Direito.

Art. 16 - Os p ed ido s mencionados no art. 3º desta


, ,
l e i poderao ser alternativos ou cumulados; n esta ul t im a hipo tese ,

desde que co n exos e a so ma na o ultrapasse o I i m i te f i xado naque

l e dispositivo.

Ar t . 17 - Reg i strado o pedido, ind epe nd e n te me n te de

distribuiçao e autuaçao,
- a Secretaria do Juizado designara a s e s
'

- - ,
sao d e co n c i I i açao a real iz a r- se no prazo dé 10 (dez) dias.

GER 20 .01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS
CO~ISSAO DE REDAÇÃO

Art. 18 - Comparecendo inicialmente ambas as pa~


,
tes, i nstaurar-se-a, desde log o, a sessao de conc i I i açao, dispensa

dos o registro previo do pedido e a citaçao .


-
,
Paragrafo unico - Havendo pedidos contrapostos,pode

ra ser dispensada a contestaçao formal e ambos serao apreciados na

mesma sentença.

VII
~AS ({C U-1r~QmIES IIE UllIlf 11~&çõlES

- ,

• Art. 19 - A citaçao far-se-a por correspondencia,

com aVIso de recebimento em mao s proprlas, ou, tratando-se de pe~


,
soa juridica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado

da recepçao, que sera obrigatoriamente id entificado , ou ainda, sen

do necessarlO, por oficial de justiça, indep endentemente de manda

do ou carta precatoria.
,
§ 1º - A citaçao contera copIa do pedido inicial,

dia e hora para comparecimento do citando e advertencia de - que,


. .
nao comparecendo , considerar-se-ao verdadeiras as alegaç;es I n I

ciais e ser a proferido julgamento de plano .


- ,
§ 2º - Nao se fara citaçao por edita l
-

,
§ 3º - O comparecimento espontaneo suprira a falta

ou nul idade da c ita çao .

Art. 20 - As intimaçoes ser ao feitas na forma pre

vista para a c i taçao , ou por qua lqu er outro meio -


idoneo de comun l

caça0.

§ 1º - Dos atos praticados na audiencia considerar- -


se-ao desde logo cientes as partes.
,
§ 2º - As partes comunicarao ao JUIZO as mudanças

de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se ef i ca-

zes as intimaçoes env iada s ao lo ca l anteriormente indi cado,na au

sencla da comunicaçao.

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS
COriailSSÃO DE REDH\Çh\O 7.

VI I I
DI Ii",ELU~

Art. 21 - Nao comparecendo o demandado a sessao de


, ~

conc i I i açao ou a audiencia de instruçao e julgamento, reputar-se -

ao verdadeiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o con

tr~rio resultar da convicç~o do Juiz.

Dl
9~ mlJK: UIIl m~çi@ E mM1J) JIllIJ ÍJ Z~ 8911 -nUUL

• ,
Art. 22 - Aberta a sessao, o Juiz esclarecera as

partes presentes sobre as vantagens da conci I iaçao,mostrando- lhes


~

os r I scos e as conseqüenc i as do I i ti g i o, espec i a I mente quanto ao

disposto no § 2º do art. 3º desta lei.

Art. 23 - A conc i I i aç~o ser a conduz i da pe I o Ju i z ou

por conc I i ador sob sua or i entaçao.


, ,
Paragrafo unico - Obtida a conci I iaçao, sera redu-

zida a escrito e homologada pelo Juiz, mediante sentença com efi


, ,


cacia de titulo executivo .

Art. 24 - Nao comparecendo o demandado, o Juiz pro

ferira sentença.

Art. 25 - N~o obt i da a conc i I i açao, as partes pode

rao optar, de comum acordo, pelo juizo arbitral, na forma prevls

ta nesta lei.

Paragrafo unlco - O juizo arbitral considerar-se -a

instaurado, independentemente de termo de compromisso, com a esco


,
lha do arbitro pelas partes, fazendo o Juiz, caso nao esteja o mes

mo presente, sua convocaçao e a imediata designaçao de data para a


~

audiencia de instruçao.

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS


tO~ISSAO DE REDAÇAO 8.

, ,
Art. 26 - O arbitro conduzira o processo com os
,
mesmos criterios do Juiz, na forma dos arts. 4º e 5º desta Ie i ,

podendo decidir por eqüidade .


,
Art. 27 - Ao term ino da instruçao, ou nos 5 (cinco)
, ,
dias subseqüentes, o arbitro apresentara o laudo ao Juiz para homo
,
lo gaçao por sentença irr ecorrive l.

, ,
Art. 28 - Nao instituido o JUIZO arbitral,proceder-

se-a imediatamente a audiencia de


~
instruçao e
- julgamento,desde que

nao resulte prejuizo para a defesa.


,. , ...... ,.
Paragrafo unico - Nao sendo possivel a rea I i zaç~o

imediata, sera a audiencia designada para um dos 10(dez)dias subse

qüentes, cientes desde logo as partes e testemunhas eventualmen

te presentes.
~

Art. 29 - Na audiencia de instruçao e ju l gamento se

rao ouvidas as partes, co lhid a a prova e , em seguida,proferida a

sentença .

• tes que possam


§ 1º - Serao decididos de plano todos
in terfe rir no regular prosseguimento da
os inciden

audiencia.
- -
As demais questoes serao decididas na sentença.

§ 2º - Sobre os documentos apresentados por uma


,
das partes, manifestar-se-a imediatamente a parte contraria , sem In
~

terrupçao da audiencia.
,
Art . 30 - O disposto neste cap i tu lo ap I i ca-se tam
, ,
bem quando se tratar de credor munido de t i t ulo exec utivo extraj~

dic ia I.

§ 1 º - Obt i da a conc I I açao entre as partes, sera

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS
tO~ISSÃO DE REDAÇÃO

proferida a sentença homologat~ria prevista no par~grafo unlco do

art. 23 desta l e i. <A..

§ 2º - N~o comparecendo o devedor, sera profer i da V


sentença prevista no art. 24 desta lei.
,
§ 3º - A sentença valer~ como titulo executivo judi

c ia I .

XI

• ,
Art.
,
31 - A contestaçao,
- que ser a oral ou escrita,

suspelçao
contera toda a materia de defesa, exceto argüiçao de

ou impedimento do Juiz, que se processar~ na forma da legisla ça o

em vigor.
, , ,
Art. 32 - Nao se admitira a reconvençao. E I i c i to

ao reu, na contestaçao,
- formular pedido em seu favor, nos imites

do art. 3º desta lei, desde que fundado nos mesmos fatos que cons
,
tituem objeto da controversia.
" ,
Paragrafo unico - O autor podera responder ao pedi-
-
do do reu na proprla audiencia ou requerer a designaçao de nova

data, que sera desde logo fixada, cientes todos os presentes.

XI I
liAS ~VA5

,
Art. 33 - Todos os meios de prova moralmente legiti
,
mos, ainda que nao especificados em lei, sao habeis para provar a

veracidade dos fatos alegados pelas partes.

Art. 34 - Todas as provas ser~o produzidas na au

GE R 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS _
CON~SSAO DE REDAÇÃO 10.

diencia de instruçao e julgamento, ainda que nao requeridas pre-

viamente, pod e ndo o juiz I imitar ou exc luir as que considerar ex-
,
ceSSlvas, imp e rtinentes ou protelatorias.
,
Art. 35 - As testemunhas, ate o maxlmo de 3
, ~

para cada parte, comparecerao a audienc ia de instruçao e julgame~

to , I evadas pe I a parte que as tenha arro I ado, i ndependentemente de

intimaçao, ou mediante esta, se assim for requerido.

§ 1º - O requerimento para intimaçao das testemu


,
nhas sera apresentado a Secretaria no minimo 5 (cinco) dias antes
~

da audiencia de instruçao e julgamento.

§ 2º - N~o comparecendo a testemunha intimada, o


,
Juiz poder a determinar sua im ed ia ta conduçao , valendo-se, se neces
,
sar 10, do concurso de força pub I i ca.

Art. 36 - Quando a prova do fato exigir , o Juiz po


,
dera inquirir tecnicos de sua confiança, permitida as partes a
- ,
apresentaçao de parecer tecnico.
, , ,
Paragrafo unico - No curso da audiencia, podera o
,
Juiz, de oficio ou a requerimento das p a rtes, realizar In speçao

em pessoas ou CO i sas, ou determinar que o faça pessoa de sua con


,
fiança, que lh e r e latara informalmente o verificado.

Art. 37 - A prova oral nao ser a reduzida a escr i to,


devendo a sentença referir, no essencia l, os inform es trazidos

nos depoimentos.

xlla
1Dl~ SIEINITIEINIÇA

Art. 38 - A se nt ença mencionara os e l ementos de con

vlcçao do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos

GER 20.01.0050.5
.'

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CO~~SSAO DE REDAÇio 11.

-
em audiencia, dispensado o relatorio.
,

Paragrafo unico -
, -
Nao se admitira sentença condena
, , ,
toria por quantia I iquida, ainda que generico o pedido.
, ,
Art. 39 - E ineficaz a sentença condenatoria na

parte que exceder a alçada estabelecida nesta lei


. ,
Art. 40 - A execuçao da sentença sera processada no
,
JUIZO ordinario competente.

,
Art. 41 - Da sentença, excetuada a homologatoria de

concl laça0 ou laudo arbitral, caber a recurso para o proprlo Juiza

do.

§ 1º - O recurso sera julgado por turma composta de


. . ,
JUizes, em exerclclo no primeiro grau de jurisdiçao, reu

nidos na sede do Juizado.

§ 2º - No recurso as partes ser ao obrigatoriame~

te representados por advogado.

Art. 42 - O recurso ser a oposto no prazo de 10


(dez) dias, contados da ciencia da sentença, por petiçao escrita,

da qual
-
constarao as razoes e o pedido do embargante.
,
§ 1º - O preparo sera feito, independentemente de

intimaçao, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ~ interposi

çao, sob pena de deserçao.


,
§ 2º - Apos o preparo, a Secretaria intimara o re

corrido para oferecer resposta escrita no prazo de 10 (dez) dias.

GER 6.07
,

CÂMARA DOS DEPUTADOS


0)111 ssio DE REDAÇÃO 12.

,
Art. 43 - O recurso tera somente efe ito devolu-

t ivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo , para ev itar dano


,
irreparavel para a parte.

Art. 44 - As partes poderao requerer a transcriçao

da gravaçao da fita magn ~t i ca a que alude o § 3º do art. 14 desta

l e i, correndo por conta da requerente as d espesas respectivas.

Art. 45 - As partes serao intimada s da data da ses

sao de julgamento.

xv
UlIDOS HE~~~ 8®E IIl»JBECllLlm~.ÇI.1)

Art. 46 - Caberao emba rgo s de declaraçao quando ,

na sentença, houver obscuridade, contrad i çao ,


- -
omissao ou duvi-

da.
,
Paragrafo unl co - Os erros materiais podem ser cor
,
rigidos de oficio.

Art. 47 - Os e mbargo s de declaraçao serao opostos

por escr ito ou oralmente, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da


-
ciencia da decisao.

Art. 48 - Quando opostos co ntra sentença, os embar

• - -
gos de declaraçao suspenderao o prazo para o recurso.

XVI
IJIA REXr 111 n~1) llM1)) lfillmlJClltSSlm SD~ JOOIIIl"~HEnHI) _ ~Ím lUlfl)

,
Art. 49 - Extingue-se o processo, alem dos casos

previstos em l ei :

GER 20.01.0050.5
,•

CÂMARA DOS DEPUTADOS _


CO~!SSAO DE RE~AÇÃO 13.

- quando o autor deixar de comparecer a qual-

quer das audiencias do proc esso ;


,
I I - quando inadmis s iv e i s o procedimento in st i tu ido
,
po~ esta l e i ou seu prosseguimento apos a conci I iaçao;

III - quando for reconhecida a


-
incompetencia territo

r ia I;

IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos pre

vistos no art. Sº desta l e i;

V - quando, falecido o autor, a habi I itaçao depen

der de sentença ou n~o se der no prazo de 30 (trinta) dias;

VI - quando, falecido o reu,


, -
o autor nao promover
. .
a c ita çao dos sucessores no prazo de 30 (trinta) dias da clencla

do fato.
,
§ l º - A extinçao do processo indep e nd era , em qual

quer hipot ese , de previa in t imaçao pessoal das partes.

§ 2º - No caso do inciso I, quando comprovar que

a ausencla decorre d e força maior, a parte podera ser isentada, pe

lo Juiz, do pagamento das custas.

Ar t . 50 - O acesso ao Juizado de Pequ e nas Causas

independera do pagamento de custas, taxas ou desp esas .

Art. 51 - O preparo do recurso, na forma do § l º do


,
art. 42 desta l e i, comp reendera todas as despesas proc e ssuaiS , In-

c lu s iv e aquelas dispensadas e m primeiro grau de jurisdiçao, r essa l


-
vada a hipotese de assistencia judiciaria gratuita.
,

Ar t . 52 - A sentença n~o condenar~ o vencido em

GER 20 .01 .0050.5



f'

CÂMARA DOS DEPUTADOS


tO~lssio ~E RE~AÇio 14.

,
c u stas e honorario s do advogado do vencedor, ressalvados os casos
~ , ,
de I i ti ganc i a de ma f fe.
Par~grafo un I co - O I i t i gante de m~ -"f~ sera conde
.... , ...... ,
nado a pagar mul ta a parte contraria, a qual nao excede ra o valor
da ca usa.

XV DII

IlliU SlN5II Q®IES FD nlVUS

Art. 53 - Nao se in st ituira o Juizado de Peq u e na s


,
Causas se m a correspo nd e nt e implanta çao d as c uradorias n ecessar ia s
,
e do serviço de assistencia judiciaria.

Art. 54 - O acor c o extraj udi c ial, de qualquer natu-


reza ou valor, poder~ se r homoiogado "no j u izo competente, ind epe~
,
dentemente de termo, valendo a sentença como titulo executivo judi
c ia I .

Paragrafo unl co - Val era como titulo exec utivo ex


trajudicial o acordo celebrado pelas partes, por in str um e nto es
cr i to , referendado pelo ;rg~o compe te nte do Minist~rio P ~ b l ico.

Ar t . 55 - As normas de o r ganizaç~o judici~ri a lo ca l


pod erao:
- este nder a conc i I i açao prev i sta no s arts. 22 e
23 a ca u sas nao abrangidas nesta I e i ,.
, ,
II - c riar co l eg iado s constituidos por JUizes em
~

exercic io no primeiro grau de jurisdiçao e atribuir-lhes competen


c la para os r ec ursos int e rpostos contra decis;es prof er idas em
pequenas ca u sas nao proc essa das na for ma desta lei

56 - N~o se admitir~ açao rescl sor la


, ,
Art. na s
,
causas s uj e itas ao procedimento in st ituido n esta lei.

Art. 57 - Es ta lei e ntra em vigor na data de s ua

GER 20,01,0050,5
CÂMARA DOS DEPUTADOS
cO~lssio DE REDAÇio 15.

pub I i caça0.
,
Art. 58 - Revogam-se as disposiço es em contrario.
COMISSAO DE REDAÇAO, 6 de junho de 19 84.

GER 6.07
Bras ília, li de junho de 1984 .

N? -i't 1./
Encaminha Projeto de Lei
n? 1 . 950 - C , de 1983 .

Senhor Secretário,

Tenho a honra de enviar a Vossa Exce -


lência, nos termos do Art . 134 do Regimento Comum , o Pro
jeto de Lei n? 19 5 0- C, de 1983, que "dispõe sobre a cria -
çao e o funcionament o do Juizado Especial de Pequenas Cau
sas ", aprec iado pela Câmara dos Deputados, nos termos do
Art . 51 da Constituição Federal.

Aproveito a oportunidade para reno var


a Vossa Excelência os protestos da minha alta estima e
mais distinta consideração .

• ARI KFFURI
~ . .. .
Segundo Secretarlo no ex~lClO da
Primeira Secretaria

A Sua Excelência o Senho r


Senador HENRIQUE SANTILLO
DD . Primeiro Secret á ri o do Senado Federa l
l

EMENDAS DO SENADO AO PROJETO


DE LEI DA CÂMARA n9 126, de
1984 (n9 1.950/83, na Casa de
origem), que "dispõe sobre a
criação e o funcionamento do
Juizado Especial de Pequenas
Cau sas" .

N9 1
(Corresponde à emenda n9 l-CCJ)

No art. 42 do Projeto

onde se lê: "embargante"


leia-se: "recorrente"

N9 2
(Corresponde à emenda n9 2-CCJ)

Acrescenta ao Projeto o seguinte art. 46, renumeran-


do-se os demais:

"Art. 46 - Se a sentença for confirmada -


pelos
pro-
prios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de
acórdão. "

N9 3
(Corresponde à emenda n9 3-CCJ)

Acrescente-se ao art. 46 do Projeto, a ser renumerado


2.

corno art. 47, logo apos -


- a expressa0 "na sentença" a expressa0
- "ou
acórdão" .

N9 4
(Corresponde à emenda n9 4-CCJ)

Acrescente-se ao art. 50, in fine, do Projeto, a ser


renumerado corno art. 51, a expressão "em primeiro grau de jurisdi-
ção" .

N9 5
(Corresponde à emenda n9 5-CCJ)

o art. 52 do Projeto, a ser renumerado corno art. 53,


passa a vigorar com a seguinte redação:

"Art. 53 - A sentença de primeiro grau não condenará


o vencido em custas e honorários de advogado, ressal-
vados os casos de litigância de má-fé. Em segundo
grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e hono-
rários de advogado, que serão fixados entre 10% (dez
por cento) e 20% (vinte por cento) do valor de conde-
nação ou, não havendo condenação, do valor corrigido
da causa."

SENADO FEDERAL, EM ~O DE SETEMBRO DE 1984

SENADOR MOACYR DALLA


PRESIDENTE

MTB.
. - :-.-,.: . -:'.-' . ,t'.,
• ' ..... .._- - - -- ----_
_'_________. __ 1Sij., _-
e . '__ .
..

_ _ _ _ o - . - - - - - l'

. '~L' -~ • • >

/ / .•. .. . . ..... '.' - ' - " ~.~


~
~ -'
. '.
~
:~ CAMAR~E~~~ ~N:~~TADOS PROJETO DE LEI N," 1. 950 .. I. de 19 83
AUTOR

í,-
EMENTA "
,).

Dispõe sobre a criação e o funcionamento do Juiztdo Espe cial de Pequenas Causas.


f
PODER EXECUTIVO
(abrangendo as causas de pequeno valor, querela).
l ,
,
.-
.

Nr,> 313 j 83
Í1. MENSAGEM
i
'1\
ANDAMENT O Sancionado ou promulgado
AVISO Nr,> 3l9-SUPARj83(DA PRESIDENCIA DA REPÜBLlCA)-PROTOCOLO Nr,> 000066 - 25 . 8.83

Publicado no Diário O fi ciai de


MESA
Despacho: A Comissão de Constituição e Justiça.

Vetado

PLENÃRIO ..
, .(

t - - - - - - -.--.- - - - - - - - - ----'
Razões do veto-publicadas no
25.08.83 S lido e vai a imprimir.
DCN 26.08.83, 80 13, col. 01. J

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA ~


>fi
01.09.83 Distribuído ao relator, Dep. GORGaNIO NETO. "
-\-
(,1,
- ,<
DCNlO.09.83, pag .......:.: 8878, colo 03 .
i'
't
.~. "
I·tESA ~
.~.

Ao Presidente do Conselho Feder-al da OAB, atravésldo Of , SGN-816, de 03.10.83,


i!i:
s61ic i tando audiincia sobre este 9 ro jeto . Y~"
['CN 14.10.83, pa~, l 0944 , . col~ 01.
~ . .

~
COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO
,
E JUSTIÇA
'I
!J. + . ~"
29.11.83 Parecer do relator, Dep. GORGONIO NETO, pela con~tit uci on~lidade, juridicidade, .A

" -.. "
técnica legisl at iv a e, no mérito, pela aprovação :id o proje to, com 8 emendas . Con-
cedida 'vista conjunta aos Del) . ELQUISSON SOARES , ,i 'lAUlOR GIAVARINA, GASTONE RI- I ,
• #, o
,, ~

GHI e MATHEUS SCIIMI DT . -I;;'

J, 'vI8,S
!-;~.
'';
DCN 24 .0 3 . 84, P G-g. tl49 , col. 01.
~.' VIDU VI.lRSO ••• .
'\ .
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~ :­ ,.,
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CO~ ISSÃO DE CONSTITUI ÇÃO' E' ''''''UGT.TÇA' , Par e cer do
ped ira v i st a ' conj un t é'. , d e Y oi~ o pro j ,~t o -ap r es ent ando voto em sepa r ad o.
o Dep ., V:ll mo r G i 3 v a r inéi ~ que ,-. .....
4 , tecn i c a le gi sl a t i v a' e , no lIIé rit o , pel a apr o
re l a t o r, Dep . G O~CO ; lIO NETO ,
vaç io , com 08 eJllen das .
pela con sti tu c iona l i dade , j u \i cli c id
.t:J d~

., ~ .
'.;
~ - .,
, •
DCN "'' '' r
"', \.
.~

,;
I ÇÃO E J UST I ÇA ~~~ '., . ~ '

COM IS SÃO DE CO NSTITU ... ·r. , '

do r e l a toir, Dep . GO RGON IO NETO, p~la con stitu c"iona lida tle ,- j uric ii-
Ap r ov éldo unani me m ent ~ pa r e ~e! . ora refo rmu l ado,
e , no -m~r ito ,pe la apro va çio, l com 07 emen da s e adoç ão de 02 (dua s) emen das su geri das
c i da de , t éc nic a le gisl a tiva ~"!.

no vo to em sep a r a do do Dep. Va l m or Gia vari na .

DCN
PRONTO PARA A ORDE :-1 DO DIA ij, ,.
- CQDstit~ição e Jus tiça , pela con stitu cion alid
dde , juri cti
84 t; lido e vai a imp rimi r,' tend o pare c e ~, da Com issão de
- ,~t com 21ilerrdas e voto em' 7sepa rad o do De? V~!-10~ GIAVA-
tiva e, no mér ito, nela apro vat:; ao,;""
cic.a de, t é cnic a leg isla , ' ,:t

RI NI\. (PL . 1 9Sü ~ A / S3) -l


,~t 4 5 , col. ( 03

DCN 25.0 4.84 , pago

JU b,
PLENJ; RIO
O Sr . Pre side nte a nun cia a Disc ussã o ~nica.
'i ,l
•.
84 ~ • .r
,, .
'
.,
Ence rr a da a disc uss ã o.
Jpre s enta ção de 02 Eli1endas p'elo Dep. PEDP.O SAivlPA IO. ,
:f
'",
,.,-
,
Vol t a ã CCJ. • DCN 01.0 5.84 , pág . . . 9~
2f.7
. ..
";
,~
c olo 'f ,0 2

de Ple'n hio l
COMISSAO- UE 'CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA (Em enda s
05.8 4 Dis t r ibui do ao rela tor, Dep . GORGONIO NETO.
,.. ,: 1,
1-
DCN

PLENÁRIO ~t
• #..,;
,

erim ento dos Dep. N elso n H arcJ í ~zan , líde r cffi PDS , Cels o Peça nha, líde r do PTB, Bran dão Mont eiro , li
. 84 Ap rov ad o requ
de r do PDT, Airt on Soa res, lid e r do PT e Paul o Lust
.
os a, .
~
. . . i der do ,PNDB , sol icit ando ur gênc ia para a trar.lita ção ....- ....

te p roje to. j':\.,


DC N ~ (,
1' · .~.~ .
..__ .. _-----""': .. -_ . . --'"' - -'
CO'-"[
J • I •~ · U ~
-'
• l

--;
t

_.-... - _ ___ -n -~- '- .. • 1L. .. -.-.,..,...,- ............ -~ . -_....,.--- ---~-_


.
• ,'"
. 1.950/83
. C~inUaçd.O ' fl s. 02
i.
A~A DOS DEPUTADOS PRO.JETO N.o •
'~'
S.ção d. Slnópse

ANDAMENTO i.

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA (Emendas cf;


«
Plenário)
30.05.84 Aprovado unanimemente o parecer do relator, ~~p. GORGCNIO NETO, pela constitucionalidade, juridicidade, técnica
~ ,

le g islati va e, no mérito, pela aprovaçao da e~enda ~ 01, com sub emenda e rejeiçio da de n9 02.
,~ .-,\
DCN ./if
,I" '


~:'
PRONTO PARA A OPDEM DO DIA .'i \" '

31.05.84 t lido e vai a imprimir, tendo parecer, da COn\fssão de Constituiçio e Justiça, pelâ constitucionalidade, juridici
dade, técnica l e gislativa e, no mérito, pela àlrov açi o ~ com emendas e voto em separado do Dep. Valmor Giavarina.
Parecer da Comissão de Constituiçio e Justiça is Emendas de Plenário: pela constitucionalidade, juridicidade, téc
nica legislativa e, no mérito, pela aprovaçao ~:a de n9 01, com sub emenda e rej eição da de n9 02. T
....
(PL 1. 950-B/83) .~\~.

DCN ,'o
."

PLENÁRIO .'.
'~ <.

31.05.84 O Sr. Presidente anunC1a a Votaçio em discus s i 01'lúni ca . o"

:.:") ~
, da CCJ ã emenda n9 01 de~Plenario: , PDS=SIM, PMDB=SIM, PDT=SIM, PTB=SIM, PT=SIM - APROVADA.
Em votaçio a sub emenda
,

" ,."
Em votação a emenda n9 01 de Plenálio: PDS=SIM, :~PMDB";SIM, ~ PTB=SIM, PT=SIM, PDT=SIM - APROVADA.
Em votação e emenda n9 02 de Plenário: PDS=NÃO ..f.p~1DB=NÃO . PDT=NÃO, PTB=NÃO, PT=NÃO - REJEITADA.
,~
>
Em votação as emendas da CCJ: PDS=SIM, PMDB=SIM~ PDT=SIM, PTB=SIM, PT=SIM - APROVADAS.
, iIl
Em votaçio o projeto: PDS=SIM, PMDB=SIM, PDT=SI~
.•..
pTB=SIM; PT=SIM - APROVADO .. ,
Vai ã Redação Final. -
DCN' o
t- ,-
COMISSÃO DE REDAÇÃO
"
06.06.84 Aprovada unanimemente a Redaçio Final oferecida , lo relator,
,. Dep. DILSON FANCHIN.
DCN '.
"

"

VIDE VERSO

- - _.- - -- '-""""'-- -" - --~~~~ ..


'7 -·-~' - ·-'-~·..,.r-'---- -' ....
--~
"

• . " .
PLENÁRIO
07 . 06.84 Aprovada ,a Redaçã o Final.
Vai ao Senado Federal.
(PL 1. 950-C/83)
DCN
'.-
AO SENADO FEDERAL, PELO OF . j (/ O

<
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ij..
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.",
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.
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...
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" ,
"

I
Aviso n9 548- SUPAR.

Em 07 de novembro de 1 984.

Excelentissimo Senhor Primeiro Secretário:

Tenho a honra de encaminhar a essa Secretaria a


Mensagem com a qual o Excelentissimo Senhor Presidente da Repú
blica restitui dois autógrafos do texto que se converteu na
Lei n9 7.244, de 07 de novembro de 1984.

Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa


Excelência protestos de elevada estima e consideração .

• , .......

----....~tTa/ ;i
JOÃO LEITÃO DE ABREU
Ministro Chefe do Gabinete Civil

A Sua Excelência o Senhor


Deputado FERNANDO LYRA
DD. Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados
BRASíLIA-DF.
/

MENSAGEM N<? 412

• EXCELENT!SSIMO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS:

Tenho a honra de comunicar a Vossa Excelência


que acabo de sancionar o projeto de lei que "dispõe sobre a
criação e o funcionamento do Juizado Especial de Pequenas Cau
sas". Para o arquivo do Congresso Nacional, restituo, nesta
oportunidade, dois autógrafos do texto ora convertido na Lei
n9 7.244, de 07 de novembro de 1984.

• Brasilia, em 07 de novembro de 1 984 .


LEI NQ 7.244, de 07 de novembro de 1984.

Dispõe sobre a criação e o funcionamen


to do Juiza do Especial de Pequenas Cau
sas.

o P RE S I DE NT E DA R E P UBL I CA
-
Fa ç o s a b e r que o Co n g r e s s o Na c i o n a 1 d e c y. e t a e e usa n c i o no a
segui nte Lei:

DISPOSIÇOES GERAIS

Art. 19 - Os Juizados Especiais de Pequen as Ca~


sas, órgãos da Justiça ordinãria, poderão ser criados nos Est~
• dos, no Distrito Federal e nos Territótios, para processo e
julgam e nto, por opção do autor, das causas de reduzido valor 4
econômico.

Art. 29 - O proces s o, perante o Juiz ado Esp~


cial de Pequenas Causas, orientar-se-ã pelos criterios da ora
lidade, simplicidade, informalidad e, economia processual e c~
lerida de, buscando sempre que posslvel a conciliação das pa~
teso

Art. 3Q - Consideram-se causas de redu z ido va


lor econ6micc as que vers em sobre direitos pa trimoniais e de
- 2 -

corram de pedido que, ã data do ajuizamento, não exceda a 20


(vinte) vezes o salãrio~mlnimo vigente no Pais e tenha por ob
jeto:
I - a condenação em dinheiro;
11 - a condenação ã entrega de coisa certa móvel
o u a o c ump r i me n to de o br i g a ç ã o d e f a z e r , a c a t' go d e f a b r i c a n
te ou fornecedor de bens e serviços para consumo;
111 - a desconstituição e a declaração de nulida
de de contrato relativo a coisas móveis e semoventes .

§ 19 - Esta Lei não se aplica


causas de na -as
tureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazen
da Publica, nem às relativas a acidentes do trabalho, ares,'
duos e ao estado e capacidade das· pessoas, ainda que de cunho
patrimonial.
- pelo procedimento
§ 29 - A opçao previsto ne~
ta Lei importarã em renuncia ao credito excedente ao 1 imite

• estabelecido ne ste artigo, excetuada a hipótese de concilia


-
çao.

II

DO JUIZ, DOS CONCILIADORES E DOS ARBITROS

Art. 49 - O Juiz dirigirã o processo com ampla


liberd a de para determinar as provas a serem produzidas, para
apreciã-·las e pata dar especial valor às regras de experiência
comum ou tecnica.

Ar t. 5 Q - O J u i z a d o t a r ã em ca da c a s o a de c i são
- 3 -

que reputar mals justa e equini me , atendendo aos fins sociais


~

da lei e às exigências do bem comum.

Ar t. 69 - Os c o nc i 1 i a d o r e s s a- o a uxi 1 i are s d a Jus


tiç a para os fins do art. 22 desta Lei, recrutados preferent~
mente dentre bachareis em Direito, na forma da lei local .

• Art. 79 - Os ãrbi tros serão escol hi dos dentre ad


vogados indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil.

III

DAS PARTE S

Art. 89 - Não poderão ser partes, no processo


instituldo nesta Lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurldicas
de direito pGblico, as empresas pGblicas da União, a massa fa
lida e o insolvente civil.

• § 19 - Somente as pessoas fTsi cas capazes ser ão


admitidas a propor ação perante o Juizado Especial de Pequen as
Caus as, exc1uldos os cessionãrio s de direito de pessoas jurl
dicas.
§ 29 - O malor de 18 (dezoito) anos podera ser
autor, independ e ntemente de assistência, inclusive para fin s
de conciliação.

- sempre pesso al
Art. 99 - As par tes compar e cerao
mente, podendo ser assistidas por advogado.

§ 19 - Se uma das partes


comparecer assistida
por advogado, ou se o reu for pe ss oa jurldica ou firma indivi
- 4 -

dual, terã a outra parte, se quiser, assistência judiciãria


pr estada por õrgão in stituido junto ao Juizado Especial de Pe
que nas Caus as, na forma da lei local.

§ 29 - Se a causa apresentar questões compl exas,


o Juiz alert arã as partes da conveniência do patrocinio por ad
vog ado.
§ 3Q - O mandato ao advogado poderã ser verbal,
salvo quanto aos poder e s especiais.

§ 49 - O reu, sendo pessoa juridica ou titular


de firma individual, poderã ser representado por preposto cre
denciado.

Art. 10 - Não se admitirã, no process o, qualquer


for ma de intervenção de terceiro nem de assistência . Admitir-
se-ã o lit isconsõrcio.

• Art. 11 - O Ministerio Publico intervirã nos ca


so s previstos em lei.

IV
DA CO~1PET t N CIA

Ar t. 1 2 - r c o mp e t e n te, pa r a a s c a usa s p l~ e v i ~
tas nesta Lei , o Juiz ado do foro:
I - do domicllio do reu ou, a criterio do au
tor, do lo ca l onde aquele exerça atividades profissionais ou
econômicas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, sucu ~
sal ou escri tório;
- 5 -

II - do ll!gar onde a obri gação deva ser sati sfei


ta;
III - do domicllio do autor ou do local
do ato ou
-
fato, nas açoes - de dano de qualquer natureza.
para reparaçao
Par ãgrafo unico - Em qualquer hipótese, poderã
- ser proposta no foro previsto no incisQ I deste artigo.
a açao

DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 13 - Os atos processuais serão publicos e


poderão realizar-se em horãrio noturno, conforme dispuseremas
normas de organização judiciãria.

Art. 14 - Os atos processu ais serão vãl idos sem


pre que preencherem as finalidades para as quais forem real~
zados, atendidos os criterios indicados no art. 29 desta Lei .

• § 19 - Não se pronunciarã qualquer nulidade sem


que tenha ha vido prejulzo.

§ 29 - A prãtica de atos processuais em outras


comarcas poderã ser solicitada por qualquer meio id&neo de co
. -
munlcaçao.
§ 39 - Serão obje t o de registro escrito exclu
sivamente os atos havidos por essenciais.. Os atos realiz ados
em audi~ncia de in s trução e julgamento deverão ser gravados em
fita magn et ica ou equivalente, que serã inutili zada após o trân
sito em julgado da decisão.

§ 4 Q - As no r mas 1 o c a i s d i s Po r ã o sob re a c o ti s e r
- 6 -

- das peças do processo e demais documentos que o instruem.


vaçao

VI
DO PEDIDO

Art. 15 - O processo instaurar-se-ã com a apr~


sentação do pedido, escrito ou oral, ã Secretaria do Juizado.

§ 19 - Do pedido cons ta rão, de forma simples e


em 1 i nguagem acesslvel :
I - o nome, a qual ific a ção e o endereço das pa.c.
tes;
11 - os fatos e funda ment os, em forma sucinta;
111 - o objeto e seu val or.

§ 29 - t 11cito formular pedido generico qua~


do não f o r pos s 1 ve 1 de t e r mi na)' , de s de 1 o 9 o, a e x te n ç ã o da o b r i
- .
gaçao

• § 39 - O pedido oral serã redu zid o a escrito p~


la Secretada do Juizado, podendo ser utiliz ado o sist ema de
fichas ou formulãrios impres sos .

§ 49 - O Secr etã ric serã necessariamente bacha


rel em Direito.

Art. 16 - Os pedoidos mencionados no art. 39 desta


Lei po derão ser alternativos ou cu mulad os; nesta ~ltim a hipõ
tese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o li~it e fixa
do naqu ele dispositivo.

Art. 17 - Re gistrado o pedido, independenteme~


. I.J

- 7 -

te de distribuição e au tuação , a Secretaria do Juizado design~


rã a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de la (dez)
dias.

Art. 18 - Comparecendo inicialmente ambas as par


tes, in sta urar-s e -ã, desde logo, a sessão de conciliação, dis
pensados o registro previo do pedido e a citaç ão .

Parãgrafo unico - Havendo pedidos contr apost os,


pOderã ser disp ensa da a contestação formal ' e ambos sel~ ão apr~
ciados na mesma sentença.

VII
DAS CITA ÇOES E INTIMAÇOES

Art. 19 - A citação far-se-ã por cor respondê~


Cla, com aviso de recebimento em mãos própria s, ou, tratando-
se de pessoa ju rld ica ou firma individual, mediante entrega ao

• encarregado da recepção, que serã obrigatoriamente id ent ific~


do, ou ainda, sendo neces sãr io, por oficial de justiça, inde
penden temente de mandado ou carta precatória.

§ 19 - A citação conterã cópia do pedido ini


cial, dia e hora para comparecimento do citando e advertência
de qu e, não co mpare cendo, considerar-se-ão verdadeiras as ale
gações iniciais e serã proferido julgamento de plano.

§ 29 - Não se farã citação por edital.

§ 39 - O comparecimento espontãneo . -
supnra a
falta ou nulid ade da citação.

Art. 20 - As intim ações ser ão feitas na forma


- 8 -

previ sta para a citação, ou por qualquer outro meio id5neo de


~

comunicação.

§ lQ - Dos atos praticados na audiência consi


. derar-se-ão desde logo cientes as partes.

§ 2Q - As partes comunicarão ao jUlzo as mudan


ças de endere ço ocorrid as no curso do processo, r eputa ndo -se
eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente indic a
do, na ausência da comunicação.

VI I I
DA REVELIA

Art. 21 - Não co mpare cendo o demand ado ã sess ao


de concilia~ ão ou ã audiência de instruç ão e julg amento , rep~
tar -se-ã o ve rdad~ir os os fatos alegados no pedido inicial, sal
vo se o contr ãrio res ul tar da convicção do Juiz.

IX
DA CONCILIAÇAO E DO JU1Z0 ARBITRAL

Jl,r t. 22 - Aber ta a sessão , o Juiz esclarecera


as partes pr esentes sobre as vantage ns da conciliação, mostra~
do-lh es os riscos e as conseqUências do litlgio, especialmen
te quanto ao disposto no § 2Q do art. 39 desta Lei.

Art. 23 - A conci 1 i açã o s erã conduzida pelo Jui Z

ou por conciliador sob sua ori entaçã o.

Parãgrafo unico - Obtida a concili ação , -


s era
- 9 -

reduzida a escrito e homologada pelo Juiz, mediante sentença


com eficãcia de titulo executivo.

Art. 24 - Não co mparecendo o demandado, o Juiz


proferirã sentença.

Art. 25 - Não obt i da a conc i 1 i ação, as pa rtes


poderão optar, de comum acordo, pelo juizo arbitral, na forma
prevista nesta Lei.

Parãgrafo ~nico - O juizo afbitral considerar-


se-a- instaurado, ind epen dente mente de termo de compromisso,
com a escolha do ãrbitro pelas partes, fazendo o Juiz, caso não
e s te j a o me s mo p r e s e n te, sua c o n v.o c a ç ã o e ' a i me d i a ta de s i g n~
ção de data para a audiência de instrução.

Ar t. 26 - O ã r bit r o c o nd u z i r a o p r o c e s s o com os
mesmos criterios do Juiz, na for ma dos arts. 49 e 59 desta Lei,
pod e ndo decidir por eqOidade.

Art. 27 - Ao tê rm i no da instrução, ou nos 5 (ci~


co) dias subseqUentes, o ãrbitro apresentarã o laudo ao Juiz
para homolog açã o por sentença ir r ecorrivel.

X
DA INSTRUÇAO E JULGAMENTO

Art. 28 - Nãu instituido o juizo arbitral, pr~


ceder- se-ã imediata mente â audi ênc ia de instruç ão e julg ame ~
to, desde que não resulte prejuizo para a defesa.
Par ãgraf o unico - Não s endo possivel a reali za
- 10 -

ção imediata, sera a audiência designada para um dos lO (dez)


dias subseqOentes, cientes desde logo as partes e testemunhas
eventualmente presentes.

Art. 29 - Na audiência de instrução e julga me~


- ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida,
to serao
proferida a sentença.
. .
§ 19 - Serão decididos de plano todos os lnCl
dentes que possam interferir no regular prosseguilnento da au
diência. As demais questões serão decididas na sentença.

§ 29 - Sobre os documentos apresentados por uma


das partes, manifestar-se-a im ed iatam ente a parte contrari a,
sem interrupç ã o da audiência.

Art. 30 - O disposto neste capltulo aplica -se


tambem quando se tratar de cr edor munido de tltulo executivo
extrajudicial.

§ 19 - Obtida a conciliaç ã o entre as partes, s~

ra proferida a sentença homolo gat5ria prevista no paragr afo


unico do art. 23 desta Lei.

§ 29 - Não com parec endo o devedor, s e r -a proferi


da a sent ença prevista no art. 24 desta Lei.

§ 39 - A sent ença valera como tltulo execu tivo


judi cial.

XI
DA RES POSTA DO RtU
- 11 -

Al~t.31 - A contestação, que serã oral ou escri


#

ta, conterã toda a matéria de defesa, exceto argüição de sus


peição ou impedimento do Juiz, que se processarã na forma da
legislação em vlgor.

Art. 32 - Não se adroi ti rã a reconvenção. r li


cito ao réu, na contestação, formular pedido "em seu favor, nos
1 imi tes do art. 39 desta Lei, desde que fund ad o nos mesmos fa
tos que constituem objeto da controvérsia.

Parãgrafo ~nico - O autor poderã responder ao


pedido do réu na pr6pria audi~ncia ou req"uerer a designação de
nova data, que serã des de logo fixada, cient es todos os prese~
teso

XII
DAS PROVAS

Art. 33 - Todos os meios de prova moralmente 1~


gTtimo s, ainda que não especificados em lei, são hãbeis para
provar a vera cidade dos fatos alegados pelas partes.

Art. 34 - Todas as provas ser ão produzidas na


audi encia de in st rução e julgamento, ainda que não requerida s
previa mente , podendo o Juiz limit ar ou excluir as que conside
rar excessivas, impertinentes ou protelat6rias.

Art. 35 - As testemunhas, ate o máximo de 3


(tr ~s) para c ada parte, comparecerão ã audi~ncia de instrução
e julgamento, levadas pela parte que as tenha arrolado, ind e
pend entenlente de intimaç ão, ou mediante est a) se assim for r e
- 12 -

querido.

§ 19 - O requerimento para intimação .das test!


munhas serã apresentado a Secretaria no mlnimo 5 (cinco) dias
antes da audiência de instruç ão e julgamento.

§ 29 - Não comparecendo a teste munh a inti mada,


o Juiz poderã deter mina r sua imediata condução, valendo-se, se
necessãrio, do concurso de força publica .

Art. 36 - Qu ando a· prova do fato exigir, o Juiz


pode rã inquirir t~cnicos de sua confiança, per mitida as partes
a apresentação de parecer tecnico .

Parãgrafo unico - No curso da audiência, pod!


rã o Jui z, de oflcio ou a requerimento das partes, realizar in~
peção em pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de
sua confi ança, que lhe relat arã i nformalmente o verificado.

• Art. 37 - A prova oral não serã red uzi da a es


crito, devendo a sentença referir, no essencial, os informes
trazidos nos depoimentos.

XI I I

DA SENTENÇA

Art. 38 - A sentença men cionarã os elementos de


co~vicção do Juiz, com br eve resumo dos fatos relevantes ocor
ridos em aud iênci a , dispensado o rel ató rio .

Parãgraf o unico - Não se admitirã senten ça co~


denatõria por quantia illqui da , ainda que gen ~rico o pedido.
- 13 -

Ar t. 39 - r i n e f i c a z a se n te nç a c o n d e n a t õ r i a na
#

parte que exceder a alçad a estabelecida nesta Lei.

Art. 40 - A execução da sentença serã process~


da no jUlzo ordinãrio competente .

• XIV
DO RECURSO

Art. 41 - Da sentença, excetuada a homologatõ


na de conciliaç ão ou laudo arbitral, cabe)~ã recurso para o prõ
prio Juizado.

§ 19 - O r e curso serã julgado por turm a co mp o~


ta de 3 (três) jUl zes , e m exerc lcio no prim e iro grau de juris
dição, reunidos na sede do Juizado.

§ 29 - No recurso -
as partes serao obrig ato ri~

• mente representadas por advogado .

Art. 42 - O recurso sera- oposto no prazo de 10


(dez) dias, cont ados da ciência da sente nça, por petição escri
ta, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 19 - O preparo serã feito, independent emen te


de inti mação , na s 48 (quarenta e oito) horas seguintes ã inter
posiç ão, sob pena de des erção .

§ 29 - Após o prep aro, a Secretaria inti marã o


recorrid o para of erece r resposta escrita no prazo de 10 (dez)
dias.

Ar t. 43 - O recurso terã som ente efeito devolu


- 14 -

tivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar da


no irreparivel para a parte.

Art. 44 - As partes poderão requerer a transcri


ção da gravação da fita magnetica a que alud e o § 39 do art .

• 14 dest a Lei, correndo por conta da requerent e as despesas res


pectivas.

Art. 45 - As partes serão intilna das da da ta da


sessão de j .ulga men to.

Art. 46 - Se a sen tença for confirmada pelos .pró


prios fundamentos, a sG mu l a do julg ame nto s ervir i d~ acõrdão.

XV

DOS EMBARGOS DE DECLARAÇAO

• Art. 47 - Caberão embarg os de declaraç ã o qua ~


do, na sentença ou acõrdão, houv e r obscuridade, contr ad ição,
omiss ão ou duvi da.

Parãgrafo Gnico - Os erros materiais pod em ser


corri gidos de ofic io.

Art. 48 - Os embargos de decl ara ção ser ão OPO!


tos por e scrit o ou oral mente , no prazo de 5 (cinco) aias, con
tado s da ci~nci a da deci sã o.

Art. 49 - Quando oposto s contr a sen tença , os em


barg os de decl araçã o su spende r ão o prazo para o recu rs o.
- 15 -

XVI
DA EXTINÇ~O DO P~OCESSO SEM JULGAM ENTO DO MrRITO

Art. 50 - extingue-se o processo, alem dos ca


sos previstos em lei:

I - quando o autor deixar de comparecer a qual


qu er das audiências do processo;
11 - quando inadmis sl veis o procedimento insti
, tuld o por est a Lei ou seu prosseguimento ap5s a conciliação;
111 - quando for reconhecida a incompetência ter
ritorial;
IV - qu ando sobrevier qualq uer dos impedimentos
previstos no art. 89 desta Lei;
v - qu ando, falecido o autor, a habilitação de
.
pend er de sentença ou não se der no prazo de 30 (trinta) dias;
VI - qu ando, falecido o reu, o autor não pro m~

• ver a citaç ão dos suc essore s no prazo de 30 (trint a) dias da


ciên c i a do fato.
4
§ 19 - A extinção do proc esso inde pender ã, em
qu a lquer hip otese, de previa intimação pessoal das partes.

§ 29 - No caso do inciso I, quando co mpro var que


a ausência decorre de força maior, a part e pode rã ser isent ada,
pelo Juiz, do pagamento das custas.

XVII
DAS DESPESAS

Art. 51 - O acesso ao Jui zado de Pequenas Cau


, ...

- 16 -

sas independerã, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento


de custas, t axas ou despesas.

Art. 52 - O prep ar o do recurso, na forma do §


19 do art. 42 desta Lei, compreenderã todas as despesas proce~
suais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de juri~
dição, ressalvada a hip5tese de assist~ncia judiciãria gratul
ta.

Art. 53 - A sent e nça de primeiro grau não con


den arã o vencido em cust a s e honorãrios de advogado, ressalv a
dos os casos de litigância de mã-f e. Em segundo gr au , o reco~
ren te , vencido, pagarã as cust as e honorã ri os de advogado,que
ser ão fixados entre 10 % (dez por 'ce nto) e 20%(vinte por cento)
do valor de condenação 'ou, não have ndo condenação, do valor cor
rigido da causa.

XVIII
• DISPOSIÇO ES FINAIS

Art. 54 - Não s e instituirã o Juizado de Pequ ~


nas Ca usas sem a correspondent e i mp lantação das cur a dorias ne
cessãrias e do serviço de assi st~ ncia judiciãria.

Art. 55 - O aco rdo extrajudicial, de qualqu er


natur eza ou valor, poderá ser homologado, no jUlzo competente,
ind ependentemente de termo, valendo a sent en ça como tTtulo e xe
cutivo judici a l.

Parágr af o unico - Valerá como tTtulo executivo


extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento
- 17 -

escrito, referendado pelo órgão com pete nte doMinisterio Publi


co.

Art. 56 - As normas de organizatão judiciãria


local poderão:
I - estender a conc i liação pr~vista nos arts .
22 e 23 a causas não abrangidas nesta lei;
I I - c r i a r c o 1 e g i a dos c o n s ti tu; dos po r j u; z e sem
exerc;cio no primeiro grau de juri sdiçã o e atribuir -lhes com
pet~nci a para os recursos interpo stos contra decisões proferi
das em pequenas causas não processadas na form a desta lei.

Art. 57 - Não se admitirã ação resciso ria nas


causas sujeitas ao procedimento ins titu; do nest a Lei.

Art. 58 - Esta Lei entra em . vigor na data de


sua publicação.

Art. 59 - Revogam-se as disposições em contrã


r i o.
Bras;lia, em 07 de nove mbro de 1 984;
1639 da Independência e 969 da RepubU ca.
f
Dispoe sobre a criação e o funcionamen-
to do Juizado Especial de Pequenas Cau-
sas.

o CONGRESSO NACIONAL decreta:

DISPOSIÇOES GERAIS

Art. 19 - Os Juizados Especiais de Pequenas Causas, órgãos da


Justiça ordinãria, poderão ser criados nos Estados, no Distrito Federal e
nos Territõrios, para processo e julgamento , por opçao do autor, das causas
de reduzido valor econômico.
Art. 29 - O processo, perante o Juizado Especial de Pequenas
Causas, orientar-se-ã pelos criterios da oralidade, simplicidade, informali
dade, economia processual e celeridade, buscando sempre que poss;vel a con-
ciliação das partes.
Art. 39 - Consideram-se causas de reduzido valor econômico as
que versem sobre direitos patrimoniais e decorram de pedido que, à data do
ajuizamento, não exceda a 20 (vinte) vezes o salãrio-mlnimo vigente no Pais
e tenha por objeto:
I - a condenação em dinheiro;
11 - a condenação à entrega de coisa certa móvel ou ao cumpri-
mento de obrigação de fazer, a cargo de fabricante ou fornecedor de bens e
serviços para consumo;
111 - a desconstituição e a declaração de nulidade de contrato
relativo a coisas móveis e semoventes.
§ 19 - Esta lei nao se aplica às causas de natureza alimen-
tar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, nem as relativas
a acidentes do trabalho, a reslduos e ao estado e capacidade das pessoas,
ainda que de cunho patrimonial.

GER 6.14
..

2.

§ 29 - A opção pelo procedimento previsto nesta lei importarã


em renuncia ao credito excedente ao limite estabelecido neste artigo, exce-
tuada a hipótese de conciliação.

Ir

DO JUIZ, DOS CONCILIADORES E DOS ARBITRaS

Art. 49 - O Juiz dirigirã o processo com ampla liberdade para


determinar as provas a serem produzidas, para apreciã-1as e para dar especi
al valor às regras de experiência comum ou tecnica.
Art. 59 - O Juiz adota rã em cada caso a decisao que reputar
mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exigências do
bem comum.
Art. 69 - Os conciliadores são auxiliares da Justiça para os
fins do art. 22 desta lei, recrutados preferentemente dentre bachareis em
Direito, na forma da lei local.
Art. 79 - Os ãrbitros serao escolhidos dentre advogados indi-
cados pela Ordem dos Advogados do Brasil.

!I!

• DAS PARTES

Art. 89 - Não poderão ser partes, no processo institu;do nes-


ta lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurldicas de direito publico, as em-
presas publicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 19 - Somente as pessoas f;sicas capazes serão admitidas a
propor ação perante o Juizado Especial de Pequenas Causas, exc1u;dos os ces
sionãrios de direito de pessoas jurldicas.
§ 29 - O maior de 18 (dezoito} anos pode rã ser autor, indepe~
dentemente de assistência, inclusive para fins de conciliação.
Art. 99 - As partes comparecerão sempre pessoalmente, podendo
ser assistidas por advogado.
3.

§ 19 - Se uma das partes comparecer assistida por advogado,


ou se o r~u for pessoa jurldica ou firma individual, teri a outra parte,
se quiser, assistência judiciãria prestada por õrgão instituIdo junto ao
Juizado Especial de Pequenas Causas, na forma da lei local.
§ 29 - Se a causa apresentar ~uestões complexas, o Juiz
alertari as partes da conveni~ncia do patroclnio por advogado.
§ 39 - O mandato ao advogado poderã ser verbal, salvo quan-
to aos poderes especiais .

• § 49 - O reu, sendo pessoa jurldica ou titular de firma in-


dividual, poderi ser representado por preposto credenciado.
Art. lO - Nao se admitira, no processo, qualquer forma de
intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-i o litisconsórcio.
Art. 11 - O Ministerio Público intervirã nos casos previ~
tos em lei.

IV

DA COMPETtNCIA

Art. 12 - t competente, para as causas previstas nesta lei,


o Juizado do foro:

• I - do domicIlio do reu ou, a criterio do autor, do local


onde aquele exerça atividades profissionais ou economicas ou mantenha es-
tabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritório;
II - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
III - do domicIlio do autor ou do local do ato ou fato, nas
- - de dano de qualquer natureza.
açoes para reparaçao
Parãgrafo único. Em qualquer hipótese, pode rã a ação ser
proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.

DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 13 - Os atos processuais serão públicos e poderão rea-

GER 6 .14
4.

lizar-se em horario noturno, conforme dispuserem as normas de organização


judiciari a.
Art. 14 - Os atos processuais serão validos sempre que pre-
encherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os cri-
terias indicados no art. 29 desta lei.
§ 19 - Não se pronunciara qualquer nulidade sem que tenha
havido prejul'zo .

• § 29 - A pratica de atos processuais em outras comarcas po-


dera ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 39 - Serão objeto de registro escrito exclusivamenteos
atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiencia de instru-
ção e julgamento deverão ser gravados em fita magnetica ou equivalente,
que sera inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.
§ 49 - As normas locais disporão sobre a conservação das p~
ças do processo e demais documentos que o instruem.

VI

DO PED IDO

• Art. 15 - O processo instaurar-se-ã com a apresentação


pedido, escrito ou oral, ã Secretaria do Juizado.
§ 19 - Do pedido constarão, de forma simples e em linguagem
do

acessivel:
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;

Ir - os fatos e fundamentos, em forma sucinta;


IIr - o objeto e seu valor.
§ 29 - r
licito formular pedido generico quando não for po~
slve1 determinar, desde logo, a extensão da obrigação.
§ 39 - O pedido oral sera reduzido a escrito pela Secreta-
ria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formularios
impressos.
§ 49 - O Secretario serã necessariamente bacharel em Direi-
to.

GER 6 .14
5.

Art. 16 - Os pedidos mencionados no art. 39 desta lei poderão


ser alternativos ou cumulados; nesta ültima hipótese, desde que conexos e a
soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
Art. 17 - Registrado o pedido, independentemente de distribui
ção e autuação, a Secretaria do Juizado designara a sessão de concil i ação~
a realizar-se no prazo de lO (dez) dias.
Art. 18 - Comparecendo inicialmente ambas as partes, instau-
rar-se-a, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o registro pre-
• vio do pedido e a citação.
Paragrafo unico. Havendo pedidos contrapostos, podera ser
dispensada a contestação formal e ambos serao apreciados na mesma sentença.

VII

DAS CITAÇOES E INTIMAÇOES

Art. 19 - A citação far-se-a por correspondência, com aviso


de recebimento em maos próprias, ou, tratando-se de pessoa jur;dica ou fir-
ma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção, que sera obriga
toriamente identificado, ou ainda, sendo necessario, por oficial de justi~
ça, independentemente de mandado ou carta precatória.
§ 19 - A citação contera cópia do pedido inicial, dia e
hora
• para comparecimento do citando e advertência de que, não comparecendo, con-
siderar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais e serã proferido julgamento
de plano.
§ 29 - Não se fara citação por edital.

§ 39 - O comparecimento espontâneo suprira a falta ou nulida-


de da citação.
Art. 20 - As intimações serão feitas na forma prevista para a
citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.
§ 19 - Dos atos praticados na audiência considerar-se-ão des-
de logo cientes as partes.
§ 29 - As partes comunicarao ao juizo as mudanças de endereço
ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as intimações envia-
das ao local anteriormente indicado, na ausência da comunicação.

GER 6.14
..

6.

VIII

DA REVELIA

Art. 21 - Não comparecendo o demandado ã sessão de concilia-


ção ou ã audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os
fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrãrio resultar da convic-
ção do Juiz.

IX

DA CONCILIAÇAO E DO JUIZO ARBITRAL

Art. 22 - Aberta a sessão, o Juiz esclarecerã as partes pre-


sentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lnes os riscos e as
conseq~ências do litigio, especialmente quanto ao disposto no § 29 do art.
39 desta lei.
Art. 23 - A conciliação serã conduzida pelo Juiz ou por con-
ciliador sob sua orientação.
Parãgrafo unico. Obtida a conciliação, serã reduzida a es-
crito e homologada pelo Juiz, mediante sentença com eficãcia de titulo exe

• cutivo .

tença.
Art. 24 - Não comparecendo o demandado, o Juiz proferirã sen

Art. 25 - Não obtida a conciliaçao, as partes poderão optar,


de comum acordo, pelo juizo arbitral, na forma prevista nesta lei.
Parãgrafo unico. O juizo arbitral considerar-se-ã instaura-
do, independentemente de termo de compromi sso, com a escolha do ãrbitro pe
las partes, fazendo o Juiz, caso não esteja o mesmo presente, sua convoca~
ção e a imediata designação de data para a audiência de instrução.
Art. 26 - O ãrbitro conduzi rã o processo com os mesmos cri-
terios do Juiz, na forma dos arts. 49 e 59 desta lei, podendo decidir por
eq~idade.

Art. 27 - Ao termino da instrução, ou nos 5 (cinco) dias sub


seq~entes, o ãrbitro apresentarã o laudo ao Juiz para homologação por sen-
tença irrecorrivel.

GER 6.14
7.

DA INSTRUÇAO E JULGAMENTO

Art. 28 - Não instituldo o jUlzo arbitral, proceder-se-á ime


diatamente a audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte
prejuízo para a defesa.

• Parágrafo unico. Não sendo posslvel a realização imediata,


serã a audiência designada para um dos 10 (dez} dias subseqaentes, cientes
desde logo as partes e testemunhas eventualmente presentes.
Art. 29 - Na audiência de instrução e julgamento serão ouvi-
das as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.
§ 19 - Serão decididos de plano todos os incidentes que pos-
sam interferir no regular prosseguimento da audiência. As demais questões
serão decididas na sentença.
§ 29 - Sobre os documentos apresentados por uma das partes,
manifestar-se-ã imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audi-
enci a.
Art. 30 - O disposto neste capltu10 aplica-se tambem quando
se tratar de credor munido de tltulo executivo extrajudicial.
§ 19 - Obtida a conciliação entre as partes, será proferida

• a sentença homologatõria prevista no parãgrafo unico do art. 23 desta lei .


§ 29 - Não comparecendo o devedor, será proferida a sentença
prevista no art. 24 desta lei.
§ 39 - A sentença valerã como tltulo executivo judicial.

XI

DA RESPOSTA DO REU

Art. 31 - A contestação, gue serã oral ou escrita, conterá


toda a materia de defesa, exceto arg~içao de suspeição ou impedimento do
Juiz, que se processara na forma da legislação em vigor.

GER 6 .14
8.

Art. 32 - Nao se admitirã a reconvenção. r licito ao reu,


na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art. 39 desta
lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da controver-

Sla.

Parãgrafo ünico. O autor poderã responder ao pedido _do reu


na própria audiência ou requerer a designação de nova data, que sera desde
logo fixada, cientes todos os presentes.

XII

DAS PROVAS

Art. 33 - Todos os meios de prova moralmente legitimos, ainda


que não especificados em lei, sao hãbeis para provar a veracidade dos fatos
alegados pelas partes.
Art. 34 - Todas as provas serão produzidas na audiência de
instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente, podendo o
Juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinentes ou pro-
telatórias.
Art. 35 - As testemunhas, ate o mãximo de 3 (três) para cada
parte, comparecerão i audiência de instrução e julgamento, levadas pela par
te que as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou mediante esta~

• se assim for requerido.


§ 19 - O requerimento para intimação das testemunhas serã a-
presentado i Secretaria no minimo 5 (cinco) dias antes da audiência de ins-
trução e julgamento.
§ 29 - Nao comparecendo a testemunha intimada, o Juiz poderã
determinar sua imediata condução, valendo-se, se necessãrio, do concurso de
força publica.
Art. 36 - Quando a prova do fato exigir, o Juiz poderã inqui-
rir tecnicos de sua confiança, permitida às partes a apresentaçao de pare-
cer tecnico.
Parãgrafo unico. No curso da audiência, poderã o Juiz, de
oficio ou a requerimento das partes,real i zar inspeção em pessoas ou coisas,
ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe relatarã informal
mente o verificado.

GER 6.14
9.

Art. 37 - A prova oral não serã reduzida a escrito, devendo a


sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.

XIII

DA SENTENÇA

Art. 38 - A sentença mencionarã os elementos de convicção do


Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiencia, dispen-
sado o relatõrio.
Paragrafo unico. Não se admitirã sentença condenatõria por
quantia il;quida, ainda que generico o pedido.
Art. 39 - t ineficaz a sentença condenatõria na parte que ex-
ceder a alçada estabelecida nesta lei.
Art. 40 - A execução da sentença serã processada no jUlzo or-
dinãrio competente.

XIV

DO RECURSO

• Art. 41 - Da sentença, excetuada a homologatória de concilia-


ção ou laudo arbitral, caberã recurso para o próprio Juizado.
§ 19 - O recurso serã julgado por turma composta de 3 (três)
juizes, em exerc;cio no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do
Juizado.
§ 29 - No recurso - obrigatoriamente represen-
as partes serao
tadas por advogado.
Art. 42 - O recurso serã oposto no prazo de 10 (dez) dias,
contados da ciência da sentença, por pet i ção escrita, da qual constarão as
razoes e o pedido do recorrente.
§ 19 - O preparo serã feito, independentemente de intimação,
nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ã interposição, sob pena de deser
çao.

GER 6.14
10.

§ 29 - Após o preparo, a Secretaria intimarã o recorrido pa-


ra oferecer resposta escrita no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 43 - O recurso terã somente efeito devolutivo, podendo
o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparãve1 para a par-
te.
Art. 44 - As partes poderão requerer a transcrição da grava-
-
çao da fita magnetica a que alude o § 39 do art. 14 desta lei, correndo
por conta da requerente as despesas respectivas.
Art. 45 - As partes serão intimadas da data da sessão de ju1
gamento.
Art. 46 - Se a sentença for confirmada pelos próprios funda-
mentos, a sumula do julgamento servirá de acórdão.

xv

DOS EMBARGOS DE DECLARAÇAO

Art. 47 - Caberão embargos de declaração quando, na sentença


ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou duvida.
Parágrafo unico. Os erros materiais podem ser corrigidos de

• oflcio .
Art. 48 - Os embargos de dec1araçao serão opostos por escri-
t~ ou oralmente, no prazo de 5 (cinco) di as, contados da ciência da deci-
sao.
Art. 49 - Quando opostos contra sentença, os embargos de de-
claração suspenderão o prazo para o recurso.

XVI

DA EXTINÇAO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MtRITO

Art. 50 - Extingue-se o processo, alem dos casos previstos


em lei:
I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer das audi-
ências do processo;

GER 6 .14
11.

rI - quando inadmisslveis o procedimento institu1do por esta


lei ou seu prosseguimento apõs a conciliação;
rIr - quando for reconhecida a incompetência territorial;
rv - quando sobrevier qualquer dos impedimentos previstos no
art. 89 desta lei;
_ V - quando, falecido o autor, a habilitação depender de se~
tença ou nao se der no prazo de 30 (trinta} dias;
VI - quando, falecido o reu, o autor não promover a citação
dos sucessores no prazo de 30 (trinta) dias da ciência do fato.
§ 19 - A extinção do processo independerá, em qualquer hipó
tese, de prêvia intimação pessoal das partes.
§ 29 - No caso do inciso r, quando comprovar que a ausência
decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz, do paga-
mento das custas.

XVII

DAS DESPESAS

• Art. 51 - O acesso ao Juizado de Pequenas Causas independe-


rá, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou des-
pesas.
Art. 52 - O preparo do recurso, na forma do § 19 do art. 42
desta lei, compreenderá todas as despesas processuais, inclusive aquelas
dispensadas em primeiro grau de jurisdiçao, ressalvada a hipótese de as-
sistência judiciária gratuita.
Art. 53 - A sentença de primeiro grau não condenará o venci
do em custas e honorários de advogado, ressalvados os casos de litigância
de má-fê. Em segundo grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e ho-
norários de advogado, que serão fixados entre 10% (dez por cento) e 20%
(vinte por cento) do valor de condenação ou, não havendo condenação, do
valor corrigido da causa.

GER 6 .14
'. ..

12.

XVIII
DISPOSIÇOES FINAIS

Art. 54 - Não se instituirã o Juizado de Pequenas Causas sem


a correspondente implantação das curadorias necessãrias e do serviço de
assistência judiciãria.
Art. 55 - O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou va
1or, poderã ser homologado, no jUlZO competente, independentemente de ter~
mo, valendo a sentença como tltulo executivo judicial.
Parágrafo unico. Valerá como tltulo executivo extrajudicial
o acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo
órgão competente do Ministerio Público.
Art. 56 - As normas de organização judiciãria local poderão:
_ I - estender a conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a cau-
sas nao abrangidas nesta lei;
II - criar colegiados constituldos por jUlzes em exerclcio no
primeiro grau de jurisdiçao e atribuir-lhes competência para os recursos
interpostos contra decisões proferidas em pequenas causas não processadas
na forma desta lei.
Art. 57 - Não se admitirá ação rescisória nas causas sujei-
tas ao procedimento instituldo nesta le i .
Art. 58 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação.
Art. 59 - Revogam-se as disposições em contrãrio.
CAMARA DOS DEPUTADOS, em ~? de outubro de 1984.

---~)~~~~ . ~
,/

GER 6.14
, -- - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -- - - -- - --

Aviso n9 548-SUPAR.

Em 07 de novembro de 1 984 .

Excelentissimo Senhor Primeiro Secretário:

Tenho a honra d e encami nhar a essa Secretaria a


Mensagem com a qual o Excelentissimo Senhor Presid ente da Repú
blic a restitui dois aut6grafos do texto que se c onverte u na
Lei n9 7.24 4 , de 07 de novembro de 1984.

Aproveito a opo rtunidade para renovar a Vos sa


Excelência protestos de elevada estima e consideração.

~. ___.t/-a /~ ~
JOÃO LEITÃO DE ABREU
Ministro Chefe do Gabinete Civil

A Sua Excelência o Senhor


Deputado FERNANDO LYRA
DO. Primeiro Secret5rio da C~ mara dos Deputados
BRAS íLIA-DF.

'.

.,,
MENSAGEM N9 412

EXCELENTl sSIMO SENHOR PRESIDENTE DA CÂMARA DOS DEPUTADOS:

Tenho a honra de comunicar a Vossa Exc e lência


que acabo de sancionar o projeto de lei que "disp6e sobre a
criação e o funcionamento do Jui ~ad o Especial de Pequenas Cau
sas". Para o arquivo do Congresso Nacional, restituo, nesta
oportu nidade , dois autógrafos do texto ora convertido na Lei
n9 7 .244 , de 07 de novembro de 198 4.

Brasilia, em 07 de novembro de 1 984 .


LEI NQ 7.244, de 07 de novembro de 1984.

Dispõe sobre a criação e o funcionamen


to do Juizado Especial de Pequenas Cau

• sas.

o
-
P R E S I DE NT E DA R E P UB L I CA
Faço saber que o Con gresso Nacional decreta e eu sanciono a
seguinte Lei:

DISPOSIÇOES GERAIS

Art. 19 - Os Juizados Especiais de Pequenas Cau


sas, órgãos da Justiça ordinãri a, poder ão ser criad os nos Est~

• do s, no Distrito Federal e nos Territórios, para processo e


julgamento, por opção do autor, das causas de reduzido valo r
econômico.

Art. 29 - O proc ess o, perante o Juizado Esp!


cial de Pequenas Cau sas, orient ar- se-ã pelos crit~rios da or a
lidade, simplicidade, informalidade, economia processual e C!
lerid a de, buscando sempre que posslvel a conciliação das p a~
t es o

Art. 39 - Consi dera m-se causas de reduzido va


lor ec onômico as que versem sobre direitos patrimoniais e de
2

corram de ped ido que, ã data do ajuizamento, nao exceda a 20


(vinte) ve zes o salãrio~mlni mo vigente no Pals e tenha por ob
jeto:
I - a condenação em dinheiro;
II - -
a condenaç ão a entrega de coisa certa móvel
ou ao cumprim e nto de obrigação de fazer, a cargo de fabric an
te ou fornecedor de bens e serviços para consumo;
III - a desconstituição e a declaraç ã o de nu1 i da
de de cont rato relativo a coisas móveis e semoventes.

§ 19 - Esta Lei não se aplica -as


causas de na
tureza alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Faz en
da Publica, nem às relativas a acidentes do trabalho, a resl
duos e ao esta do e capacidade das pesso as , ainda que de cunho
patrimonial.
- pelo pro cedim ento
§ 29 - A opçao previsto ne~
ta Lei i mportarã em renunci a ao credi to excedente ao 1 i mi te
estabelecido neste artigo, excetuada a hipotese de concili a

• -
çao.

II

DO JUIZ, DOS CONCILIADORES E DOS J\RBITROS

Art. 49 - O Juiz dirigirã o processo com ampla


liberdade para de term inar as provas a serem produzidas, para
apreciã- 1as e par a dar especial valor às regras de experiencia
comum ou tecn ica.

Ar t. 5 Q - O J u i z a d o t a r ã e m cada c a s o a de c i são
1

- 3 -

que reputar mais justa e equãnime, "atendendo aos fins sociais


...
da lei e às exigências do bem comum.

Art. 69 - Os concil i adores são auxiliares da Jus


tiça para os fins do art. 22 desta Lei, recrutados preferent~
mente dentre bachar~is em Direito, na forma da lei local.

Al~t.
79 - Os arbi tros serão escol hi dos dentre ad
vogados indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil.

III

DAS PARTES

-
Art. 89 - Não poderão ser partes. no processo
instituido nesta Lei, o incapa z , o preso, as pesso a s juridicas
de direito publico, as empresas publicas da Uni ã o, a massa fa
lida e o insolvente civil.

§ 19 - Somente as pessoas flsi cas capazes serão

• admitidas a propor ação perante o Juizado Especial de Pequ enas


Causas, excluidos os cessionarios de direito de pessoas juri
dicas.
§ 29 - O maior de 18 (dezoito) anos poder a ser
autor, i ndep endent emen te de assistência, inclusi ve para fins
de concili a ção.

Art. 99 - As partes comparecerão sempre pessoal


mente, podendo ser ass istid as por advogado.

§ 19 - Se um a das partes compar ecer assi stida


por advogado, ou se o r~u for pes so a juridica ou firma indivi
I
I

- 4 -

dual, terã a outra parte, se quis er, assistência judiciãria


prestada por órgão instituldo junto ao Juizado Especial de Pe
quenas Causas, na forma da lei loc al .

§ 29 - Se a causa apresentar questões complexas,


o Juiz alertarã as partes da conveniência do patroclnio por ad


-.
vogado .
§ 39 - O mandato ao advogado poderã ser verbal,
salvo quanto aos poderes especiais.

§ 49 - O ré u, sendo pessoa jurldica ou titular


de firma individual, poderã ser representado por preposto cre
denciado.

Art. 10- Não se admitirã, no processo, qualquer


forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-
se-ã o litisconsõrcio.

Art. 11 - O Ministério Publico intervirã nos ca

• sos previstos em lei.

IV
DA COMPETtNCIA

Art. 12 - r competente, para as causas previ~


tas nesta Lei, o Juizado do foro:
I - do domicllio do réu ou, a critério do aLi
tor, do local onde aquele exerça atividades profissionais ou
econômi ca s ou ma ntenha estabelecimento, fil ial, agência, sucu!.
sal ou escr itório;
- 5 -

II - do ly,gar onde a obrigação deva ser satisfel


ta;
III - do domicl1io do autor ou do local do ato ou
-
fato, nas açoes - de dano de qualquer natureza.
para rep ar açao
Parãgrafo unico - Em qualquer hipótese, poderã
- ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo .

a açao

V
DOS ATOS PROC ESSUAIS

Art. 13 - Os atos pr ocessuais serão publicos e


poder ão realiz ar- se em horãrio not urn o, conforme dispuseremas
norma s de organiz aç ão judiciãria.

Ar t. 1 4 - Os a tos p r o c e s sua i s s e r ã o vã 1 i dos sem


pre que preench ere m as finalidades para as quais forem reall
zados, atendidos os crit e rios indicados no art. 29 desta lei.

• § 19 - Não se pronunciarã qualquer nulidade se m


que t enha havido prejul zo.

§ 29 - A prãtica de atos processuais em outras


coma rcas poderã ser soli citada por qualquer mei o idôneo de co
municaç ã o.
§ 39 - Serão objeto de registro escrito excl~
sivamente os atos havidos por essenciai~. Os atos realizados
em 3udi~ncia de instrução e julga ment o dever ã o ser gravados em
fita magnética ou equiv a lente, qu e serã inutilizada após o trân
sito em julgado da decis ão .

§ 49 - As normas locais disporão sobre a conser


- - - - - - - - - - - ~---~- -

- 6 -

- das peças do processo e dema -i s documentos que o instruem.


vaçao

VI
DO PEDIDO

Art. 15 - O processo instaurar-se-ã com a apr~

• sentação do pedido , escrito ou oral, ã Secretaria do Juizado.

§ 19 - Do pedido constarão, de forma simples e


em 1 i nguagem acessivel :
I - o no me, a q u a 1 i f i c a ç ã o- e o e n de r e ç o das p a.!::.
tes;
II - os fatos e fundamentos, em forma sucinta;
111 - o objeto e seu valor.

§ 29 - r
licito formular pedido generico qua~
do não for possivel determinar, desde logo. a extenção da obri
-
gaçao.

• § 39 - O pedido oral serã I~eduzido a escrito p~


la Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado
fichas ou formulãrios impressos.
o sistema de

§ 49 - O Secretãrio serã necessariamente bacha


rel em Direito.

Art. 16 - Os pedidos mencionados no art. 39 desta


Lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta Ultima hip5
- ultrapasse o limite fixa
t ese, desd e que conexos e a soma nao
do naquele dispositivo.

Art. 17 - Regi strad o o pedido, ;nd epe ndente me~

1
".

- 7 -

te de distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado desig n~


r ã a se s são d e c o nc i 1 i a ç ã o, a r e a 1 i z a r - se no p r a z o de 10 (d e z )
d i as.

Art. 18 - Comparecendo inicialmente amba s as pa.!:.


tes, instaurar-se-ã, desde logo, a sessão de conciliação, dis
pensados o registro previo do pedido e a citação.

Parãgrafo unico - Havendo pedidos contrapostos,


poderã ser dispensada a contestação formal e ambos serão apr~
ciados na mesma sentença.

VII
DAS CITAÇOES E INTIMAÇOES

Art. 19 - A citação far - se-ã por correspond~~


cia, com aviso de recebimento em mãos pr6prias, ou, tratando -
se de pesso a juridica ou firm a individual, mediante entreg a ao
encarregad o da recepção, que serã obrig a toriamente identific ~

• do, ou ainda, sendo necessãrio, por oficial de justiça, inde


pend e ntem ente de mandado ou c ar ta prec at 6ria.

§ 19 -
A cit a ção conterã c6pia do pedido inl
cial, dia e hora para compar ec i me nto do citando e advert~ncia
de que, não cOlnparecendo, considerar-se-ão verdad e iras as ale
gaç6es inici a is e ser ã proferido julgamento de plano .

§ 29 Não se farã citaç ão por edital .

§ 39 - O comp arec imento espontineo suprirã a


falta ou nulidade da citação.

At' t. 2O - As i n t i ma ç 6 e s s e r ã o f e i tas n a f o r ma
- 8 -

prevista para a ci tação , ou por qualquer outro melO idôneo de


. _. #

com un lcaç ao .

§ 19 - Dos atos praticados na audiência consi


derar-se-ão desde logo cientes as partes.

§ 29 - As partes comunic arã o ao jUlzo as muda n


ças de endereço ocorridas no curso do processo, reputando -se
eficazes as inti mações enviadas ao local ant eriorme nte indica
do, na ausência da comunicação.

VI Ir

DA REVELIA

Ar t. 21 - Não comparecendo o de manda do ã sessão


de conciliação ou ã audiência de instrução e julgamento, rep~
tar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido . inicial, sal
vo se o contrãrio resu ltar dã convicção do Juiz .

• IX
DA CONCILIAÇAO E DO JUIZO ARBITRAL

Art. 22 - Aberta a sessão, o Jui z esclarecerã


as partes presentes sobre as vantagens da concili ação, mostra~
do-lhes os riscos e as cons eqOên cias do litlgio, especialme~
te quanto ao disposto no § 29 do art. 39 desta Lei.

Art. 23 - A conciliação serã conduzida pelo Juiz


ou por conciliador sob sua orientação.

Parãgrafo unico - Obtida a co nciliação, -


se ra
..,

- 9 -

reduzida a escrito e homologada pelo Juiz, mediante sentença


com eficãcia de titulo exe cut ivo.

Art. 24 - Nio compar ecend o o de ma ndado, o Juiz


proferirã sentença.

Art. 25 - Nio obtida a conciliaçio, as partes


poderão optar, de comum acordo, pelo juizo arbitral, na forma
.prevista nesta Lei.

Parãgr afo único o juizo arbitral considerar-


se-a- instaurado, independentemente de termo de compro miss o,
-
com a escolha do ãrb itro pelas partes, fazendo o Juiz, caso nao
- · e a imediata design~
esteja o mesmo presente, sua convo caçao
çio de data para a audiência de instrução.

Ar t. 26 - O ã r bit r o c o nd u z i r ã o p r o c e s s o com os
mesmos criterios do Juiz, na forma dos arts. 4ge 59 des ta Lei,
podendo decidir por eqüidade .

• Art. 27 - Ao termino da instru çi o, ou nos 5 (ci~ ~


co) d ias subseqOentes, o ãrbitro apresenta rã o laudo ao Juiz
para homologação por sentença irrecorrivel.

X
DA INSTRUÇAO E JUL GAME NTO

Art. 28 - Não instituido o juizo arbitral, pro


ceder-se-ã ime diatamente ã audiência de instruç io e julgame~
to, desde que nio resulte prejuizo para a def e sa.
Parágrafo único - Não sendo posslvel a realiza
- 10 -

ção imediata, serã a audiencia des i gnada para um dos 10 (dez)


dias subseqaentes, cientes desde logo as partes e testemunhas
eventualmente presentes.

Art. 29 - Na audiência de instrução e jul game~


- ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida,
to serao
proferida a sentença.
. .
os 1nC1
§ 19 - Serão decididos de plano todos
dentes que possam interferir no regular prosseguimento da au
.
diência. As demais quest ões serão decididas na sentença.

§ 29 - Sobre os docu me ntos a p r e s e n t a dos po rum a


das partes, manifestar-se-ã imediatamente a parte contrãria,
sem interrupção da audiência.

Art. 30 - O disposto neste capTtulo aplica -se


tambem quando se tratar de credor munido de titulo executivo
extrajudicial .

• § 19 - Obtida a conciliação entre as partes,


rã prof er ida a sentença homologat5ria prevista no parãgrafo
s~

~
unico do art. 23 desta Lei.

§ 29 - Não comparec endo o devedor, sera - profer~

da a s ente nça prevista no art. 24 desta L e i .

§ 39 - A sentença valerã como titulo executivo


judici al .

XI
DA RESPOSTA DO RrU
,./.,

- 11 -

Art. 31 - A contestação, que sera oral ou escri


'"
ta, conter a toda a matéria de defesa, exceto argOição de sus
peição ou impedimento do Jui z, que se processara na for ma da
legislação em vlgor.

Art. 32 - Não se admitira a reconvenção. r li


cito ao réu, na contestação, formular pedido "em seu favor, nos
1 imites do art . 39 desta Lei, desde que fundado nos mesmos fa
tos que constituem objeto da controvérsia .

Paragrafo unico - O autor podera responder ao


pedido do reu na pr6pria audi~ncia ou req"uerer a designaç ão de
nova data, que sera desde logo fixada, cientes todos os pr ese ~
teso

XI I

DAS PROVAS

Art. 33 - Todos os melaS de prova mo ralmen te 15:.

• gitimos, ainda que não especi fi cados em lei, são habeis para
provar a vera cidade dos fatos a legados pelas partes.

-
Art. 34 - Tod as as provas serao produzidas na
audiencia de instrução e julg ame nto, ainda que não requeridas
previament e, podendo o Juiz li mi tar ou excluir as que conside
r a r excessivas, impertinente s ou protelat6rias.

Art. 35 - As testemunhas, ate o maximo de 3


(tr~s) para cada parte, comp are cerão ã audi~ncia de instruç ã o
e julgamento, lev ada s pela part e que as tenha arrolado, inde
pendentem e nte de intimação, ou mediante esta, se ass im for re
- 12 -

queri do .

§ 19 - O requerim ento para intimação das test~


munh as serã apresen tado â Secretaria no mlnimo 5 (cinco) dias
antes da audiência de instrução e julgamento.

§ 29 - Não comparecendo a testemunha intimad a ,


o Juiz pode rã determinar sua imediata condução, valendo-se, se
necessãrio , do concurso de força publica.

Art. 36 - Quando a prova do fato exigir, o Jui z


pode rã inquirir t~cnicos de sua confiança, permitida ãs partes
a apresentação de parecer t~cnico.

Parãgrafo unico - No curso da audiência, pod~


rã o Juiz, de oflcio ou a requerimento das partes, realizar in~
peção em pessoas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de
sua confiança, que lh e relatarã informalmente o verificado.

Art. 37 - A prova oral não serã reduzida a es

• cri to, devendo a sentença referir, no essencial, os informes


trazidos nos depoimentos.

XI I I
DA SENTENÇA

Art. 38 - A sentença mencionarã os elementos de


convicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relev antes oco r
ridos em audi ~n cia, dispensado o relat6rio.

Parãgrafo unico - Não se admitirã sentença con


denat6ria por quantia illquida, aillda que gen~rico o pedido.

."
..

- 13 -

Art. 39 - r ineficaz a sentença condenatória na


~

parte que exceder a alçada estab e l ecida nesta Lei.

- da sentença sera-
Art. 40 - A execuçao process~
da no juizo ordinãrio competente.

XIV
DO RECURSO

Art. 41 - Da sentença, excetuada a homologatô


r l a d e c o n ci 1 i a ç ã o ou 1 a u d o a r bit r a 1, c a be r ã r e c u r sopa ra o pró
prio Juizado.

§ lQ - O recurso ~erã julg ad o por turma campos


ta de 3 (tr ~s) juizes,em exer cic io no primeiro grau de juri~
diç ão, reunidos na sede do Juizado.

§ 29 - No recurso - abri
as partes serao gator ·i ~
mente representadas por advogado.

• Art. 42 - O recurso sera- oposto no prazo de 1 O


(d ez ) dias, contados da ci~ncia da sentença, por petição escri
ta, da qual constarão as razões e o pedido do recorrente.

§ 19 - O preparo serã feito,


independentemen te
de intimaç ão, nas 48 (qu arenta e oito) horas segu intes ã inter
posiç ão, sob pena de deserção.

§ 29 - Apôs o preparo, a Secretaria intimarã o


recorrido para oferec er resposta escrita no prazo de 10 (d ez)
dias.

Art. 43 - O recurso terã sonlente efe ito devolu


·.

- 14 -

tivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar da


no irrepar~vel para a parte.

Art. 44 - As partes poderão requerer a transcri.


ção da grav a ção da fita magn~tica a que alude o § 39 do art.
14 desta Lei, correndo por conta da requerente as despesas res
pectivas.

- intimadas da data da
Art. 45 - As partes serao
- de julgamento.
sessao

-
Art. 46 - Se a sentença for confirmada pelos pr~
prios fund amentos, a s~mula do julgamento servirã de acórd ã o.

XV

DOS EMBARGOS DE DECLARAÇAO

Art. 47 - Cab e rão embargos de declaração qua~


do, na sen te nça ou acórdão, houver obscuridade. contradiç ã o,
omissão ou duvida.

Parãgrafo ~nico - Os erros materiais podem s e r


corrigid os de oficio.

Art. 48 - Os emb a rgos de declaraç ã o serão opo~


tos por e scrito ou or almente, no prazo de 5 (cinco) dias, con
tados da c ie ncia da decisão.

Art. 49 - Qu a ndo opostos contra sentença, os em


bar gos de de claraç ão suspend erã o o prazo para o recurso.
- -- - - -- - - -

, ,

- 15 -

XVI
DA EXTINÇAO DO P~OCES S O SEM JULGAMENTO DO MER I TO

Art. 50 - ex t ingue-se o processo, a l em dos ca


sos previstos em lei:

I - quando o autor deix a r de com pa recer a qual


quer das audiências do proc esso ;
11 - quando in adm issiveis o procedimento insti
tuido po r esta Lei ou seu prosseguimento ap6s a concili ação;
111 - quando for reconhecida a incompetência ter
ritorial;
IV - quando sobrevier qualquer dos impedi mentos
previstos no art. 89 desta Lei;
V - quando, f a l e cido o autor, a habilit ação de
pender de sentença ou não s e der no prazo de 30 (trinta) dias;
VI - quando, f a l e cido o reu, o a utor não prom~
ver a ci ta ç ã o dos sucessores no pra zo de 30 (trinta) di as da
ciênci a do fato.

§ 19 - A extinção do processo ind ep end erã , em


qu a lqu er hip5tese, de previ a intima ção pessoal das parte s .

§ 29 - No caso do i nci so I, quando comprovar que


a ausência decorre de for ça maior, a parte pode rã ser is entada ,
pe lo Jui z, do pagamento das custas .

XVII
DAS DESPESAS

Art. 51 - O acess o ao Juizado de Peque na s Cau


, ,

- 16 -

sas independerã, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento


de custas, taxas ou despesas.

Art. 52 - O preparo do recurso, na forma do §


19 do art. 42 desta Lei, co mpree nderã todasas despesas proce~
suais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de juri~
dição, ressalvada a hipõtese de assist~ncia judiciãria gratu!
ta.

Art. 53 - A sentença de primeiro grau nao - con


denarã o ve~cido em custas e honorãrios de advo gad o, ress a lva
dos os casos de litig~ncia de mã-f~. Em segundo grau, o reco~
rente, vencido, pagarã as custas e honorãr i os de advogado, que
serão fixados ent re 10% (de z por cen to ) 'e 20%(vinte por cento)
do valor de cond enaçã o ou, não havendo condenação, do valor cor
rigido da causa .

XV I II
DISPOSrçDES FINAIS

Ar t . 54 - Não se instituirã o Juizado de Pequ~


nas Causa s sem a correspondente implantação das curadorias ne
cessãri as e do serviço de assist~ncia judiciãria.

Art. 55 - O acordo extrajudicial, de qualquer


nature za ou valor, poderã ser homologado, no jui zo competente ,
independentemente de termo, vale ndo a sentença como titulo exe
cutivo judicial.

Parãgrafo Gnico - Valerã como titulo executivo


extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instru ment o

, .

- 17 -

escrito, r efere ndado pelo órg ão com pet ente doMinisterio Públi
A

co.

Art. 56 - As normas de organização judiciãria


local poderão:
I - estender a conciliação prevista nos arts.
22 e 23 a causas não abrangidas nesta Lei;
rI - criar colegiados constituidos po r juizes em
'exercTcio no primeiro grau de jurisdição e atribuir -lhes com
pet~ncia para os recursos interpoitos contra decisões proferi
das em pequ enas causas n~o processadas na forma desta Lei.

Art. 57 - Não se admitirá ação rescisória nas


cau sas sujeitas ao proc ed imento instituTdo nesta Lei.

Art. 58 - Esta Le i entra em. vlgor na data de


sua publica çã o.

Art. 59 - Revog am-se as disposiçõ es em contrá


rio.
BrasTli a, em 07 de novembro de 1 98 4;
1639 da Ind epen dência e 969 da RepubU ca.
.
--~-


,

Oficio SGM Brasilia~ ,'f de novembro de 1984

, ~

Senhor Secretario ~

Tenho a honra d e encaminhar a Vossa Excelência


um aut5grafo do Projeto de Lei n9 1.950~ de 19 83 ~ que " disp5e so -
bre a criação e o funcionamen to do Juizado Especia l de Pequenas Cau
sas"~ sancionado pelo Excelentissimo Senhor Presidente da República .
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa
Exc e l ência protestos de apreço.

A Sua Excelência o Senho r


• Senador Henrique Santillo
Pri meiro Secret&rio do Senado Federal
vra
GER 6,14

)
- - '1; -.. 1 ..

I .-
,
O i- 03. S:;-

..

Oficio SGM Brasilia ~ I 'f de novembro de 1984

Senhor Secretário ~

Tenho a honra de encaminhar a Vossa Excelência


um aut6grafo do Projeto de Lei n9 1 . 950~ de 1983 ~ que " disp5e so -
bre a cria ção e o funcionamento do Juiz ado Especial de Pequenas Cau
sas"; sanci onado pelo Excelentissimo Senhor Presidente da Repúbli ca .
Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa
Excelência pr ote stos de apreç o.

1:.

A Sua E:rC'e Z. rnl! z:a o Senho r


Senador h6J,rique Sant illo
Pri meiro Secret~Y'io do Senado Federal
vra
GER 6 ,14

--o .,
CÂMARA DOS DEPUTADOS
• PROJE'lO D.J Ll.:JI NQ 1 . 95",,; c.e 1983


,',o
o
oJ , CO
(DO PODER EXECUTIVO) ."."..

MENSAGEM NQ 313/83

Dispõe sobre a criação e o funcionamento do Jui


-
zado Especial de Pequenas Causas.

( ÇO ISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA) .

••
GER 1.10
" •
• \

REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

CÂMARA DOS DEPUTADOS


(D O PODER EXECUTIV O)
ME N SAGEM N º 3 1 3/ 83

ASSUNTO: PROTOCOLO N,o_ __ I


J
Di s p õ e sobre o f u ná onamen t o do J u i z ado Es pe cial de Pe quenas
Causas .

-----------------------------------------------------------------------------, "

DESPACHO: __~
J~U=
ST=I
~Ç~A~.____________________ __________________________

COM . DE CONSTITUIÇÃO E .JUSTI ÇA em 25 de _____----'h


:...;::.G;;;.;...O
,;;;....S::....;T;;;.;...O~_____ de 19---0.,
8=3 ___

o Presidente da Comissão de

, em
29,11 , g_
't)
' _
Ao Sr. 1

O Presi dente da Comissão de



Ao Sr. _________________________________________________________ , em_ __ 19_ __

O Presidente da Comissão de

Ao Sr. _________________________________________________________ , em ___ 19 ~ __

O Pres idente da Comissão de


1,

-
C
Ao Sr._________________________________________________________ , em ___ 19 _ _
•t
•• O Presidente da Comissão de
_________________________________________________________ , em ___ 19____
Ao Sr.

O Presidente da Comissão de

Ao Sr. __________________ ~ _____________________________________ , em ____ 19____

O Presidente da Comissão de
_________________________________________________________ , em ____ 19___
Ao Sr.

O Presidente da Comissão de
_________________________________________________________ • em____ 19____
Ao Sr.

O Presidente da Comissão de

GER 2 , 04

r
--~ -- ~--- - - - ~
-- -

I
• <

SINOPSE

Projeto n,o_ _ _ _ __ de _ _ __ de ________________________________________de 19__ ~

Ementa,' ____________________._______________________________+ ~_

Autor:. _ _ __ _________________________________________________ ~_

Discussão única
'-~------~----~--------------- ------------------------------~----------~

Discussão inicial _________~__~____________________________________________________________4

Discussão final _____________________________________________________________________________~ -,~

- Re d a~ão final ______________________________________________________________________________~

Remessa ao Senado ________________________________________________________________________-1

Emendas do Senado aprovadas em, ____ de ___________________________________________ de 19__--+

Sancionado em, _____ de,__________________________________ de 19_ _ _


1

PllDmulgado em. ______ de,_____~___________________________________________________ de 19__---i

Vetado em, ____ de,_________________________________________________ de 19__-+,---""

Publicado no "Diário Oficial" de,______ de,____________________________________ de 19,_-+_

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CÂMARA DOS DEPUTADOS
BOLETIM DE AÇÃO LEGISLATIVA
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, - - - - - - - - --::---- - - - - -- - - DESCRiÇÃO DA AÇÁO-------------=~-~-----_,

SGM 20.32 .0014 .4

CÂMARA DOS DEPUTADOS


BOLETIM DE AÇÃO LEGISLATIVA

~cCAsD'~lr---LOCAL-----,r=:-;,;;;=~I~DE~NT~IF1CAÇÃO
Tl O [D~A~M~AT~É~R'~A~~===lL_ __L_DA_TA_DAL_AÇA_-_O_ _ __.J1iRESPOIISAilEL
~._ l t .~.. ItO~IMb
pl PREENCHI]
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, - -- - - - - - - - - - - - - -- -- --DESCRIÇÃO OA AÇÃO - - - - - - - - - - - - - - . - - - - - ---,

SGM 20 .32 .0014 .4

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CÂMARA DOS DEPUTADOS


BOLETIM DE AÇÃO LEGISLATIVA

SGM 20.32 .00 14 .4

, - -- - BAL N2 - - --,
CÂMARA DOS DEPUTADOS
BOLETIM DE AÇÃO LEGISLATIVA

[;;JLI___L_O_CA_L~~~~~~I Lt__ T_"O_--L-I_ID_EN_T_IF_I',;A'_,.Ç_.!o_O_D_A_M_AT--I.I_RI_A__ _ _---'I


AIIO Lt_..._I--1._D_M~_TA__.Ji_AÇ_Ã_O_'NO
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,-- - - - - - - - - - - - - - - - - ---DESCRIÇÃO DA AÇÃo - - -- - - -- - - - - - - - - -- - - -_,

SGM 20.32.0014 .4
/ .

EMENDA N9

ao Projeto de Lei n9 1 950 , de 1 983 , au


toria do Poder Executivo (Mensagem n9

318/83) , que "dispõe sobre a criação

e o funcionamento do Juizado Es pecia l de

Pequenas Causas" .

Do Deputado FRANCISCO AMARAL

O art . 69, do Projeto de Lei n9 1 950


~

de 1 983 , sera assim redigido :

-
" Art . 69 - Os conciliadores sao auxiliares da

Justiça para os fins do art . 22 , recrutados median

te concurso dentre bacharéis em Direito com boa re-

putação e comprovada experiência , na forma da lei

local " .

/'
,

- 2

JUS T I F I C A ç Ã O

A proposta de criação dos Juizados de Pe-

• quenas Causas, segundo a opinião de respeitados juristas

que já a examinaram desde a fase em que era anteprojeto (v. -

"Uma figura esdn!xula, o conciliador", de MIGUEL REALE Jr.) ,

mal consegue esconder a sua atitude preconceituosa para com o

advogado, eis que não somente sustenta a sua desnecessidade

sob a falsa impressão de que assim estaria agilizando a Justi

ça, como não exige que o recrutamento do conciliador se faça

entre bacharéis em Direito .

• congruente,
Ora, isto chega a beirar as raias do in-

para dizer o menos, já que o conciliador tem ,


no projeto, a tarefa precípua de ser auxiliar da Justiça e

de conduzir entendimentos que, uma vez homologados pelo juiz,

terão efic~cia de título executivo (v. arts. 22 e 23).

Daí a necessidade da emenda que, além de

exigir seja o conciliador recrutado dentre advogados, determi


.. -
na que so podera ocupar o posto aquele que possuir boa reputa

ção e comprovada experiência, aliás, quanto a esses dois uI

timos requisitos, nos termos que constavam da redação do an-

/

- 3

teprojeto e estranhamente foram suprimidos.

o novo texto sugerido pela emenda obriga,

ainda, à realização de concurso para recrutamento de concili


ador .,0 que é providência õbvia, especialmente destinada a

evitar os favoritismos que costumam ocorrer em casos que tais .

• Sala das Sessões, em



CÂMARA DOS DEPUTADOS

EMENDA Nº J
AO PROJETO DE LEI Nº 1.950/83
(Do Poder Executivo)
"Dispõe sobre a criação e o funcionamento
do Juizado Especial de Pequenas Causas" .

Autor : Deputado FRANCISCO AMARAL

Art . lº - Suprimam- se os artigos 6º e 23º.

JUS T I FI C A ç Ã O

Julgar com rapidez, não significa julgar a


pressadamente . Tão nociva é a justiça tarda, quanto a que se
faz " no bater do martelo ". E a "just i ça rapida " concebida
no Projeto tende a realizar com desprezo de atos que asseguram
a certeza do que se está a decidir ( vg. , quando admite sen
tença sem relatório - art . 38 ) e erige o "laude arbitral" , e'ia
borado por advogados não habituados a julgar , em peça que deva
ser simplesmente "homologada pelo Juiz " ( arte 27), e ainda
mais, "por sentença irrecorrivel" (art . 27 ).
O Projeto busca a brevidade na realização da
justiça, mas deixa de lado a segurança. Cumpre ponderar que , se
se considera o litígio do ponto de vista do Autor , que reclama
o direito, o processo jamais será suficientemente simples e
rápido. Para ele, toda forma e todo prazo será um mal . Mas,se
se encara o litígio do legítimo ângulo de visão do Réu , contra
quem o direito é reclamado , o mérito da rapidez , e da simplici
da já não serão primordiais . a que prevalece é o sentido da s~
, • • • f"'oJ A •

gurança . O que cumpre e conclllar estas poslçoes antagonlc as,


das partes . Lembrou o egrégio CALAMANDREI, que "não se deve
esquecer que toda lei processual deve representar o ponto de
equilíbrio entre duas exigências que em cada campo de ativida
de humana muitas vezes se acham em conflito, o r á pido e o bom ;
a exigência de uma decisão pronta, e a exigência frequenteme~
te contrastante, de uma decisão justa ••• ".
Em que pesem suas boas intenções, o Projeto
tem muito de demag6gico , ao atribuir a falhas do Poder Judiciá
rio a inviabilidade atual , das causas de reduzido valor econ~-I
mico . Os magistrados cumprem as leis processuais existentes,e
laboradas em época.: di ta dCDJ'Ü alo Existe o "procedimento sumarí~
simo" para o que se presume sejam "pequenas causas" - tanto
que, com critério idêntic o ao do Projeto , impõe seja tal rito
observado " nas causas cujo valor não exceda 20 vezes o maior
salário mínimo vigente no país " ( art. 275 n . I do CPC ).Se não
GER 20.01.0050.5
~ .

CÂMARA DOS DEPUTADOS

logram os magistrados abreviar malS o andamento das causas des


sa natureza, nas grandes comarcas, é exclusivamente pelo ex
cesso de serviço .
O Juizado de Pequenas Causas suplanta todas a s
formalidades processuais, e as dispensa, para que o 3ulgamento
seja , quanto possível, pronto e imediato. O que vige é a ideia
fixa da "eficiência" . Como lembra o prof . MIGUEL REALE Jr., "a
tecnocracia , que também existe no âmbito jurídico, olvida ID
real para adotar soluções que contrariamoos ensinamentos da
experiência. O eficientísmo põe por terra quaisquer outros va
lores, e a preocupação fundamental passa a ser a de produzir
sentenças em série, mesmo a preço de ser desatendida a justi
ça ".
De qualquer forma, não precisaria, nesse ln

• tento, crlar a figura espúria do "conciliador", que se


carregará , à ilharga do Juíz, de tentar a conciliação em cada
causa ( art. 23 ). Como não é Juíz, mas,mero auxiliar da Ju,2.
en
-
tiça ( art . 6Q ), não terá a se~enidade, nem a prudência da
quele , e buscará das realce às suas funções , com a concilia
ção " a todo custo" - o que é um erro. Ninguém deve ser força
do a semelhante disposição de seus interesses, somente para
que se dispense a interferência direta do Juí zo .
Ailustre ASSOCIAÇÃO DOS ADVOGADOS DE SÃO PAULO
manifestou-se publicamente contrária à ideia do "conciliador".
Observou que - " é evidente que a conc i liação deve sempre ser
objetivada, como instrumento de paz social •
"No entanto , é uma forma de compeeição de lití
gio, sendo ato eminentemente jurisdicional. Sua delegação ~ a
pessoas estranhas ao Poder Judiciário é inconstitucional.
" Note-se , ainda que desprovido de conhecimento
técnico e não comprometido com a ideia de Justiça o conciliador
no afã de cumprir a sua missão,poderá forçar uma composição /
sacrifício total ou parcial ao direito das partes .
"A eventual identificação profissional do co!!,
ciliador emm uma das partes, principalmente tendo em vista a
matéria contida no inciso 11 do art . 3 Q , poderá ensejar a
corrupção e o nepotismo , vindo a constituir-se, com certeza,
em fator de aviltamento do Poder Judiciário" .
Acresce que, se o "conciliador" deverá promo
ver a conciliação sob a "orientação" do Juíz ~ art. 23), de
duas uma - ou o Juíz , para alívio do encargo que lhe é peculiar
( po i s se trata de ato jurisdicional" , não sabe , ou não quer
ter o encargo oneroso de conciliar, t r ansformando-se o " conc2:,
liador " num super magistrado? ou o Juíz ori entará a concilia
ção, como magistrado que é, e nesse caso será desnecessário õ
'comziliador" •

GER 20.01.0050.5

<
I
• • •

CÂMARA DOS DEPUTADOS


a~
Con8tit~
Verifique-se, aliás, que se o Juíz de Dl ltO
é quem procede à conciliação das partes no processo trabalhis
ta ( Cons . Leis do Trabalho, art. 847), renovando a proposta-
de conciliação antes da sentença ( art. 850 ) ;' se o Juíz de
Direito é quem deve buscar a conciliação no procedimento suma
ríssimo, do Cod. Proc. Civil ( art. 278 ,§ lQ ), assim como na
Ação de Alimentos ( Lei n Q 5.478/68 , art. 9 Q ), na Separação
Consensual dos conjuges ( Lei nQ 6 . 515/ 77, art . 3 Q, §§ 2Q e 3 Q)
e até nas Ações de Separação Judicial ( Lei nQ 968/49,art.6 Q),
- não se vê por que haja de instituir-se como que um interme-
diário, na pessoa do "conciliador ". I

Quem pagará o serviço do " conciliador " ?Será


o Estado, ou a unidade federativa, que assimile a Lei do Juiza
do das Pequenas Causas? Pode a União criar semelhante ônus,pa-


ra os Estados, impondo a existência de um "tercium genus" (es
tranho à lide, e que não é Juíz ) como "figura nova", que lhe
competirá remunerar?
E para que existirá semelhante aberração , se
o Juíz deve ouvir as partes ( art . 22 ) e pode tentar pessoal
mente, mesmo sem comprometer-se,a conciliação, tal como o fa
zem o Juíz Trabalhista , o Juíz da Famíl ia e o Juízo Civel , nas
causas de rito sumaríssimo? •.
Conclliue-se portanto, que devem ser eliminados
do Projeto o art i go 6Q ( que prevê os "conCiliadores)' e o
artigo 23 , que faculta a conciliação através deles . A possibi
lidade da conciliação pelo pr6prio Juíz já está contida no ar
tigo 22 - com a vantagem de que , sem o "conciliador" ( que põ
derá fracassar ), o Juí z , já tendo ouvido as partes , estará -
desde logo plenamente ciente da pretensão do Autor , e da defe
sa ( ou desculpa ) do Réu , e assim ficará em condições de pro
ceder imediatamente à audiência de instrução e julgamento (ar
tigo 28 ) e decidir desde logo. A figura do " conciliador ",
por ' exdruxula, deve ser abolida do Projeto.
~

Sala das Sessoes, setembro de 1. 983 .

u ado FRANCISCO AMARAL

GE R 20.01.0050.5
/

E M E N D A N 9

ao PROJETO DE LEI N9 1 950, de 1 983, au

toria do PODER EXECUTIVO (- Mensagem n9

31 8/83 -), que "dispõe sobre a criação e

o funcionamento do Juizado Especial de Pe

q uenas Causas".

Do Deputado FRANCISCO AMARAL


- ~ suprimido o § 29 do art. 99 e renume-

rados os remane scentes.

JUS T I F I C A ç Ã O

Diz o art. 99 , em seu "caput", que as


-
partes comparecerao sempre pessoalmente, podendo ser assisti

das por advogado , com o que se buscou eliminar a exigência -


r , •

. ):,;. ....

- 2

da dedução em juizo por profissional habilitado (vale dizer,

por bacharel em Direito), num procedimento que aos idealiza-

dores do projeto pareceu agilizador.

Entretanto, pelo § 29, desse mesmo arti

go, deixou-se ao juiz, além de uma clara indução a pré-jul-

gamento, a possibilidade de fazer avaliação pessoal, subje-

tiva , acerca das dificuldades jurrdicas que terá pela fren-

te, para cuj o deslinde não poderá prescindir do concurso de

advogados.

Ademais, o dispositivo pode dar margem -

ao surgimento de conluio entre juizes e advogados, eis que

•e aos primeiros será dado sobreporem_se ~ vontade das partes

quanto a necessidade ou não de contratação de advogados. Quer

dizer, mesmo que a parte deseje comparecer pessoalmente e


~

dispensar advogado, não estará livre de ter que fazê-lo, so

porque o juiz assim o determine.

Sala das Sessões, em

Deputado FRANCISCO AMARAL


- -- - - - -- - - -- - - - - - - - - - -

EMENDA N9

ao PROJETO DE LEI N9 1 950, de 1 983, au

• toria do Poder Executivo

318 / 83 -),
(- Mensagem n9

que "dispõe sobre a criação

oe funcionamento do Juizado Especial de

Pequenas Causas".

Do Deputado FRANCISCOAMARAL


- O art. 99, do Projeto de Lei n9 1 950/

83, terá a seguinte redação:

" Art. 99 - A parte seri representada por advo

gado que, todavia, estando a acompanhá-la, -


nao
. ..
p reclsara exibir ou juntar instrumento de mandato .

..
Par.un. - Aplicam-se ao procurador, no que

couberem e não contrariarem esta lei, as disposi--

ções pertinentes do Cõdigo de Processo Civil. "

4'

- 2

JUS T I F I C A ç Ã O

Restabelece-se, com a nova redação aqui

dada ao art. 99, a necessidade de intervenção de advogado y

• que o projeto injustificadamente quer abolir.

- - esclarecidas pela exposi--


Por razoes nao
-
çao diz o Conselho da Associação dos Advogados de são
Paulo não será obrigatória a presença de advogado nos
Juizados de Pequeno Valor.


Mais uma vez continua a mencionada
instituição procura-se afastar o advogado da atividade

jurisdicional, como se ele fosse o responsável por suas defi


ciências.

" A tentativa nao -


- e nova. Afonso IV, em
Portugal, proibiu o exerci cio profissional, recuando, no en
.-
tanto, pouco tempo apos, pois verificou que a Justiça era

ruim com os advogados, pior sem eles.

Os exemplos da Justiça do Trabalho e das

ações acidentárias reforçam a tese da imprescindibilidade do

profissional do direito, -
em face do escasso numero de recla-


- 3

-
- e açoes propostas diretamente pelas partes.
maçoes

Ademais, a facultatividade naqueles ca-

sos é extensiva a todas as ações da respectiva matéria , ao

passo que, com os Juizados, teremos a absurda situação de e

xigir-se advogado em uma causa de duzentos e cinquenta mil

• - em uma de duzentos e vinte mil cruzeiros.


cruzeiros e nao

mais do que isso, aumentando o valor-de-referência, -


a açao
E,

que em uma semana necessitava de bacharel, na seguinte pres-

cindirá do mesmo .

Evidente iniquidade ocorrerá quando os li

igantes forem de nível cultural diverso. o menos informado


não terá condições sequer de expor sua pretensão ou de contes

• tar a ação com a clareza necessária."

Por outro lado, a ausência de advogado -

ensejará um grande número de postulações inviáveis, fato Que


~

aliás, - passou despercebido aos autores do projeto


nao dos

Juizados.

Sala das Sessões, em

AMARAL
,

EMENDA N9

ao PROJETO DE LEI N9 1 950, de 1 983, au

toria do Poder Executivo (Mensagem n9

• 318/83), que 'dispõe sobre a criação


o funcionamento do Juizado Especial de Pe
e

quenas Causas " .

Do Deputado FRANCISCO AMARAL


- Ao art. 19, I caput " , do proj eto de Lei

n9 1 950 / 83, dê-se a seguinte redação :

i. Art. 19 - A citação far-se-á por correspon--


dência com aviso de recebimento em mãos próprias ou,
sendo necessário, a critério do juiz, por oficial
de justiça, independentemente de mandado ou carta
precatória.

• • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • "
r ,.
. ..

- 2

JUS T I F I C A ç Ã o

Em nome do "princípio da simplicidade pr~

cessual " , a citação recebeu, no projeto do Juizado de Pequ~

nas causas, conforme observado pelo Conselho da Associação -

dos Advogados de são Paulo, um tratamento nem sempre consen-

tâneo com sua relevância.

Considerar_se feita a citação, por exem-

plo, com a entrega da carta ao encarregado da recepção, no

caso de pessoa jurídica ou firma individual, é uma verdadei-


ra temeridade, tanto mais que, pelo disposto no art. 21, o

não comparecimento importar~ confissão quanto à matéria de fa

• to.

Impõe-se, pois, a alteração aqui plei--

teada, que elimina do texto do projeto a possibilidade da ci

tação através da entrega da carta a encarregado de recepção.

Aliás, é da natureza do Aviso de Recebi--

mento (AR) que a sua entrega se faça somente ao próprio des-


.
tlnatarlO.
...

Sala das Sessões, em

Deputado FRANCISCO AMARAL


.
~

I
EMENDA N9 O

ao Projeto de Lei n9 1 950, de 1 983, au

toria do Poder Executivo (-Mensagem n9

• 318/83), que "dispõe sobre a criação e o

funcionamento do Juizado Especial de Pe-

quenas Causas".

Do Deputado FRANCISCO AMARAL

- Ao art. 22 do Projeto de Lei n9 1 950 /

83 dê-se a seguinte redação :

-
" Art. 22 - Aberta a sessao, -
as partes serao

esclarecidas quanto à possibilidade da conciliação,


#

que se processara na forma dos artigos seguintes. "


• ,
,

{
- 2

JUS T I F I C A ç A O

Impor ao juiz a tarefa de esclarecer às -

• partes sobre as vantagens da conciliação,

riscos e consequências do li tIgio ,


mostrando-lhes

parece não ser mui to ade-


os

q uado, e q uivalendo mesmo a pedir ao distribuidor de Justiça


q ue negue a excelência ou eficácia do seu mistér.

- quadra
Penso que tal cometimento nao bem
com a função do j ui z, nem, tampouco, com a respeitabilida-
de de que deve estar cercado o seu cargo, daI a nova redação
aqui dada ao art. 22. Se a conciliação será conduzida pelo
conciliador , esse que se desincurnba da tarefa.

Sala das Sessões, em

Deputado FRANCISCO AMARAL


, .
( )~

EMENDA N9 t

ao Projeto de Lei n9 1 950, de 1 983 , au

toria do Pode r Exec u tivo , (MENSAGEN N9

318/ 83 ), que "dispõe sobre a criação e o

funcionamento do Juizado de Pequenas Cau-

sas " •

Do Deputado FRANCISCO AMARAL

--e
- O parágrafo úni c o do art . 23 , do Proj~

to de Lei n9 1 950 / 83 , terá a seguinte redação :

" Art . 23 - • • • • • • • • • • • • • • • • • •• • • • • • • • • • • • • • • •

Parág r afo único - Obtida a c onciliação , s e r á

reduzida a escrito e homologada pelo conciliador , a

pós o que terá eficácia de título executivo . "


, ...

- 2

JUS T I F I C A ç Ã O

Diz o parágrafo único do art . 23 , em sua

redação original, que "obtida a conciliação , será reduzida

e a escrito e homologada pelo juiz mediante sentença com eficá-

cia de titulo executivo".

e
Mas , como bem pondera MIGUEL REALE Jr. ,

a providência ou a exigência não tem sentido , eis que o juiz

já está assoberbado com a colheita de provas em outros proces

sos, nos quais ainda deve sentenciar .

e Ademais, tal homologação apenas poderia

e limitar-se a examinar a regularidade formal da conciliação

nunca sua substância , já que condu zida, provocada , dirigi-


e

da e reduzida a escrito pelo conciliador.

Se assim é , o conciliador que fique tam

bém com o encargo de homologar a conciliação .

Sala das Sessões, em

Deputado FRANCISCO AMARAL


,
,. í
CÂMARA DOS DEPUTADOS

EMENDA N<;
AO PROJETO DE LEI N<; 1.950/83
(Do Poder Executivo)
"Dispõe sobre a criação e o funcionamento
do Juizado Esp ~cial de Pequenas Caúsas".

Autor: Deputado FRANCISCO AMARAL

Art. I? - Dê-se ao artigo 25, § único J a seguinte redação:

• "Art. 25 - .................................. .
Parigrafo ' Onico - O juizo arbitral considerar-se-i
instaurado, independente mente de termo de compr~ . .

misso, com a escolha do irbitro pelas partes, fa


zendo o Jufz, caso não esteja p mesmo presente,
sua convocação, e a imediata designação de data
para a audiência de inst r ução."

JUS T I F I C A ç AO

Quanto ao Jufzo Arbi traI, sua inserção no Projeto


do Juizado de Pequenas Causas, para ser desempenhado por dete!
minados advogados, previamente escolhidos, na forma do art. 7<;,
não haveria inconveniente, se não fossem as disposições dos
arts. 25,§ único e 27. Não há razão para a escolha do ár b itro
somente poder recair "d entre aqueles q ue estiverem presentes à
sessão " (art. 25,§ u.), como que "se oferecend o " •• •
A escolha deve ser li~re, embora haja de recair
num daqueles do Qu adro de Arbitros, que se fixar na s forma do
arte 7? Aliás, nunhum árbitro poderá redi g ir desde logo o
seu " laudo "; e assim, não há razão para açodamento, nem para
que se apresse a escolha, limitando-a a um dentre " aqueles que
estiverem presentes à sessão~, e at~ poderão não merecer a con
fiança de alguma ( ou nenhuma) das partes.
A redação do art. 25,§ único deve, portanto, ser
alterada, na forma acima ~r-i

Sal a d a~s~S~~~~, de 1.9 8 3.


De p u t ~~~R~Ar,N~C;:""jI~S~C:-;O; A MARAL
l GER 20.01.0050.5
CAMARA DOS DEPUTADOS
.
..
o.

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,
. ~.~
'·' 11
- ..
.:::
..,""
EMENDA Nº
AO PROJETO- DE LEI Nº 1.950/83
(Do Poder Executivo)
" Dispõe sobre a criação e o funcionamento
do Juizado Especial de Pequenas Causas".

Autor: Deputado FRANCISCO AMARAL

Dê-se ao artigo 26 a seguinte redação:

"Art. 26 - O árbitro conduzirá o processo com os mesmos


critérios do Juíz, na forma dos ats. 4º e 5º. E pOderá ser
autorizado pelas partes, expressamente, a decidir por e
quidade, fora das regras e formas de direito".

JUS T I F I C A ç Ã O

Não é cabivel conferir-se ao árbitro - que


nao e JU1Z experlente - o poder de proferir laudo " sem sujeição
t'V " •

ao critério da legalidade estri ta", como se diz no art. 26 do


Projeto.
~ dar-se demasiado elastério à função, e
uma faculdade de decidir que não se concebe nem mesmo em relação
ao Juiz de Direito, que é "servum legis". Se o proprio Juíz há
de considerar-se adstrito às regras legais, pois, como dizia PE
DROSO LESSA, "sem esse acatamento ao direito existente, o que
temos é o arbítrio, o pior dos despot i smo, a falta de garantia
para todos os direitos, porque nenhum é protegido por uma lei;
visto como todas as leis são alteráveis inopinadamente no mo
mento da aplicação", - é inadimissivel dispositivo que dispense
literalmente o árbitro da observância da legalidade estrita,ai~
da quando esteja autorizado a "julgar por equidade" (art. 26).
Não pode o Juiz em hip6tese alguma, conforme acentuou o egrégio
Ministro MARIO GUIMARÃES, decidir por equidade contra o direito.
Muito menos poderá fazê-lo o leigo, que é o árbitro.
Mesmo no Cod. Proc. Civil, quando se prevê
a possibilidade do árbitro decidir "por equidade, fora das re
gras e formas de direito" ( art.l075 n.IV ), nunca se impôs às
partes aceitem tal procedimento oriundo daquele. Exige-se seja
o árbitro expressamente autorizado pelas partes a decidir nessa
conformidade. Trata-se de faculdade excepcional, e como exceção
precisa ser expressa. Aliás, julgar "fora das regras e formas
de direito" não si nifica decidir contra o direito ositivo,vi-
o-ente.
~

Sala das Sessoes, em


GER 20.01.0050.5 Dep.
CÂMARA DOS DEPUTADOS

EMENDA NQ Iv
AO PROJETO DE LE I NQ 1.950/ 83
(Do Poder Exe cutivo )

" Dispõe sobre a criação e o funcionamento


do Juizado Espec i a l de Pequenas Causa".

Autor: Deputado FRANCISCO AMARAL

Dê-se ao artigo 27, e seu parágrafo único do Projeto , a segul~


te redação :

" Art . 27 - Ao térmi no da instrução , ou nos 5 ( cinco )

• dias subsequent es , o árbitro apresentará o l audo ao


Juíz para a homologação .
Parágrafo único - O Ju í z homol ogará o l audo , se verifi
-
car a sua regul ari dade , nos termos do art . 1 .100 , inc i sos
11 a VIII, do Código de Processo Civil".

JUS T I F I C A ç Ã O

O l audo do árbitro não poderá ser simp l es


mente " homologado " e p or sentença irrecorríve l ( art . 27 ). No
Co ~ . Proc . Civil preveem- se as hipóteses em que o l audo poderá
ser declarado nul o ( art . 1.100 ), - muitas das quais poderã o o
correr no Juizado das Pequenas Causas . E além disso, a leiprõ
cessual civil facu l ta recurso , mesmo quando haja c l ausul a " sem
recurso", pela óbvi a razão de que podem ocorrer os casos de v í

• cios enumerados no a l udido art . 1 . 100 - o que e stá de a c ordo cõm


o art . 1046 do Cod. Civil . Consulte-se o art . 1.101, § ún i co ,
do Cod . Proc . Civ il.
Da í por que se propõe nova redação ao art .
27 do proj e to .

Sala das Sessões, em

Deputado FRANCISCO AMARAL

GE R 20.0 1. 0050.5
EMENDA NQ '/ I

ao PROJETO DE LEI NQ 1 950, de 1 983, au

• toria do Poder Executivo

318/83 -) I que "dispõe sobre a criação e


(-Mensagem nQ

o funcionamento do Juizado Especial de Pe

quenas Causas " .

Do Deputado FRANCISCO AMARAL


O art. 32, " caput" I
. ~

vlgorara com a se

guinte modificação :

" Art. 32 - No processo de que trata esta lei

não se admitirá a reconvenção.

Par. uno - • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • • "


- 2

JUS T I F I C A ç Ã O

Conforme observação inteiramente procede~

• te da Associação dos Advogados de são Paulo ,

put" , do projeto,
o art. 32 ,

consubstancia apenas uma das muitas con--


"ca-

tradições agasalhadas n a pretendida criação de Juizados Espe-

ciais de Pequenas Causas .

De fato, ao mesmo tempo que inadmite a -


-
reconvençao, permite ao réu formular pedido fundado nos
mesmos fatos, -
o que e uma forma de reconvir. Portanto , ao

• mesmo tempo que o instituto foi abolido, foi adotado .

Impõe-se a emenda , ao menos em homenagem


~ -.
a · coerenCla .

Sala das Sessões, em

Deputado FRANCISCO AMARAL


CÂMARA DOS DEPUTADOS

EMENDA NQ 12..
AO PROJETO DE LEI NQ 1.950/83
(Do Poder Executivo)

"Dispõe sobre a criação e o funcionamento


do Juizado Especial de Pequenas Causas".

Autor: Deputado FRANCISCO AMARAL

"'-
De-se ao art. -r:,f!=seguinte redação:

"Art. 35 - As testemunhas, até o máximo de três para ca


da parte, comparecerão à audiência de instrução e julga -
mento, levadas pela parte que as tenha arrolado , indepen -
dentemente de intimação, ou mediante esta , se assim for-
requerido'.' •

JUS T I F I C A ç ÃO

Há uma impropriedade na redação do arti.35


do Projeto. Nenhuma testemunha, em caso algum, comparece a Juízo
" espontaneamente ", para depor. Se o faz, é por ter sido intima
da, ap6s a inclusão de seu nome no rol apresentado por a l guma -
das partes, ou por haver sido convidada pelo Autor, ou pelo Réu,
comparecendo, então , "independente de intimação". O Cod. Proc.Ci
vil, art. 412 , § lQ, prevê que a parte pode comprometer-se a le-
var à audiênc ia ates temunha, "independen temen te de in timã
~
çao .•• " •
Eis por que deve o referido art . 35 sofrer

• emenda .

Sala das Sessões, em

Deputado FRANCISCO AMARAL

GER 20.01.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS

\
EMENDA NQ I}
AO PROJETO DE LEI NQ 1 . 950/83
(DO Poder Executivo)

"Dispõe sobre a criação e o funcionamento


do Juizado Especial de Pequenas Causas " .

Autor : Deputado FRANCISCO AMARAL

Dê-se ao parágrafo úllico, do artigo 36 , a seguinte redação :

"Art . 3 6 - • • •••••• • •••••••••• • •••••••••••••••••••••••••


Parágrafo ~nico - No curso da audiência , poderá o Juiz,

• de ofício ou a requerimento das partes, realizar inspe


ção em pessoas ou coisas, ou determinar que o f a ça pes
soa de sua confiança, a qual relatará por escrito,info~
.
-
-
malmente , o que tiver verificado" .

JUS T I F I C A ç Ã O

Quanto ao § único, do art. 36, em que se


faculta ao juiz , no curso da audiência de instrução e julgamento,
realizar inspeção em pessoas ou coisas, " ou determinar que o fa
ça pessoa de sua confiança , que lhe relatará informalmente o ve -
rificado " , - cumpre tornar-se mais exp l ícito, e mais prudente, (;'
dispositivo, estabelecendo o dever do " perito" ouvido ( a pessoa
da confiança do magistrado ) informar por escrito o que tiver ~

• purado . O julgamento p oderá não se consumar com a sentença, dada


a possibilidade da interposição de recurso . Com0 irá a Instância
recursal apreciar a matéria , se o informante do Juizo t i ver trans
mitido ao magistrado julgador apenas " informalmente " , quiçá, ver-
balmente, ou de forma não fidedi gna, o resultado de sua ins -
peçao
""
..• •
f') -
Deve , portanto, esse texto do Projeto ser
alterado, conforme aClma sugerlmos.

Sala das ""


Sessoes, em

FRANCISCO AMARAL

GE R 20 .0 1.0050.5

j
I '

CÂMARA DOS DEPUTADOS

EMENDA NQ 14 ' '. v


AO PROJETO DE LEI NQ 1.950/83 '-...:..-....
(DO Poder Executivo)

"Dispõe sobre a criação e o funcionamento


do Juizado Especial de Pequenas Causas".

Autor: Deputado FRANCISCO AMARAL

Dê-se ao artigo 37 a seguinte redação:

Art. 37 - Os depoimentos das partes e das testemunhas se

• rão reduzidos a termo, do qual constará apenas o essen


cial" •
-


JUS T I F I C A ç Ã O

No afã de simplificar o procedimento, no


Juizado de Pequenas CaRsas, dispõe-se no Projeto, art. 37, que

" a prova oral não será reduzida a escrito , devendo a sen


tença referir, no essencial, os informes trazidos nos -
de
poimentos ". -
~
um êrro. Se se faculta a interposição
de embargos infringentes para o proprio Juizado (art.41), não te
rá o Juizo "ad quem" ou seja, aquele colegiado de Juizes de lª -
• Instância que irá decidir o recurso (art. 41 , §lQ ), e l emento
formativo, com que julgue o feito.
A prova oral deve ser registrada, ainda que
ln
-
de ~aneira suscinta, e somente no essencial , como se dispõe no Co
digo Processo Civil, art. 279, em relação aos feitos submetidos -
ao procedimento sumaríssimo. Observou a ilustre ASSOCIAÇÃO DOS
ADVOGADOS DE SÃO PAULO, em seu pronunciamento a respeito do An
te-Projeto do Juizado de Pequenas Causas, que - "flagrantemente -
prejudicada estará a prova oral, uma vez que não constarão de ter
mos os depoimentos prestados pelas partes e pelas testemunhas.Em -
atenção ao princípio da simplicidade processu~l , essa omissão
não s6 fere o princípio da documentação dos atos es s enciais _ do
procedimento, como dificultará sobremaneira o exercício do direi
to de recorrer, como o proprio exame da matéria pelo juízo : "ad
:z
quem".
" Também, como consequência, as sente as
conterão omissões, e obscuridades, ensejando a interposição de
embargos declarat6rios, que terão efeito suspensivo · ( art . 49 ).As
sim, conclue-se que a simplicidade e o informalismo acabarão por -
provocar o retardamento dos feitos, frustrando um dos objetivos
GER 2O .01 .005tl.5

,
• •

CAMARA DOS DEPUTADOS

do anteprojeto, que é a celeridade processual ~.


Deve, consequentemente, o art. 37 do Pro j e
-
to t e r nova redação , inspirada, aliás , no texto do Cod. Proc. Ci
vil , art. 279 , como acima fica sugerido. -
Sala das Sessões, em

Deputa o FRANCISCO AMARAL

GER 20.01.0050.5

"

CÂMARA DOS DEPUTADOS

EMENDA Nº I r
AO PROJETO DE LEI Nº 1 . 950/ 83
(Do Poder Executivo,)

" Dispõe sobre a criação e o funcionamento


do Juizado Especial de Pequenas Causas ".

Autor: Deputado FRANCISCO AMARAL

Dê-se ao artigo 38 a seguinte redação:

"Art. 38 - A sentença fará suscinto relat6rio , contendo


o nome das partes, a suma dos pedidos e da resposta do
réu , bem como breve resumo dos fatos relevantes ocorrl
dos em audiência". -

JUS T I F I C A ç Ã O

Sempre na ansia de simplificar o julgamento


das " pequenas causas " , o Projeto autoriza o J uiz a proferir sen
tença " sem relat6rio" (art . 38) . -
~ uma erronia , supor-se o relat6rio uma par
dispiciênda, ou superflua, na sentença . Ao reverso, é ele indispen
sável, mesmo quando resumido , porque fixa os pontos de litígio, -
revela a extensão deste e demonstra a compreensão da causa, pelo
julgador. Comentou o egrégio Ministro MARIO GUIMARÃES , em sua

• obra "O Juiz e o Poder Jurisdicional " :

"Trazendo a confronto as pretensões dos litigantes e re

• lacionando as provas carreadas para os autos, o relat6-


rio deixa indicados os pontos sobre os quais há de pro
ver a sentença e os elementos postos à disposição do -
julgador.
" Num âmbito moral, serve o relat6rio, ainda, para mos
trar que o juiz leu o processo e fixou-lhe as circunst~
cias capitais . Bem haver estudado a causa é uma das con-
dições para bem a julgar. As sentenças, no estilo habi-
tual, começam com a declaração : " Vistos e examinados es
tes autos ..• ". JOÃO MONTEIRO considera o relat6rio, de
valor inestimável como instrumento 16gico" .

GER 20.01. 00 50.5


•,

CÂMARA DOS DEPUTADOS

Não se há de dispensar, portanto, o relat6


-
rio nas sentenças , somente por se tratar de " causas de reduzido
valor econômico". Pode-se , prescrever. seja resumido , tal como se
dispõe no Cod. Processo Civil, art . 458 .

Sala das Sessões , em

Deputado FRANCISC AMARAL

GER 20 .0 1.0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS
COMISSAO DE CONSTITUIÇAO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1.950, DE 1983

PARECER DA COMISSAO

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunlao or


dinária plenária realizada hoje, opinou unanimemente,nos ter
mos da redação do vencido oferecida pelo relator, pela cons-
titucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no mé-
rito, pela aprovação do Projeto de Lei n9 1.950/83, com nove
emendas. O Deputado Valmor Giavarina apresentou voto em sepa
rado.
Estiveram presentes os Senhores Deputados:
Leorne Belém - Presidente, Gorgônio Neto e José Ta-
vares - Vice-Presidentes, Djalma Bessa, Gerson Peres, Hamil-
ton Xavier, Guido Moesch, Joacil Pereira, Jorge Arbage, Jú-
lio Martins, Mário Assad, Osvaldo Melo, Rondon Pacheco, Aluí
Z10 Campos, Arnaldo Maciel, Brabo de Carvalho, Elquisson Soa

res, Jorge Carone, Raimundo Leite, Raymundo Asf6ra, Sérgio


Murilo, Theodoro Mendes, Valmor Giavarina, Walter Casanova,
Gomes da Silva, Matheus Schmidt e Amadeu Geara.

Sala da Comis~- em 12 de abril de 1984

GEA 20.01 .0050.5


r

CÂMARA DOS DEPUTADOS

COMIssAo DE CONSTITUICAo E JUSTICA

Of. n9 99/83 Brasilia, 27 de setembro de 1983

Senhor Presidente,

• Em atenção ao requerimento do Deputado Nilson


Gibson, solicito a Vossa Excelência .seja ouvido o Conselho Fede
ral da Ordem dos Advogados do Brasil sobre o Projeto de Lei n9
1.950/83 - do Poder Executivo - que "dispõe sobre a criação e o
funcionamento do Juizado Especial de Pequenas Causas".
Aproveito a oportunid -de para renovar a Vossa
Excelência protestos de consideração e apreço.

~
Deputado BONIFAcIO DE ANDRADA
Presidente

A Sua Excelência o Senhor


Deputado FLAVIO MARC!LIO
DO. Presidente da Câmara dos Deputados

GER21jW
CÂMA RA DOS DEPUTADOS

COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

Excelentissimo Senhor Presidente,

Requeiro, com fundamento nos parágrafos


19 e 29 do art. 22 do Regimento Interno, seja constitui
da uma Subcomissão, com 13 membros, com a finalida
de de estudar , o Projeto de Lei que "dispõe sobre a
criação e o f uncionamento do Juizado Especial de Peque-
nas Causas" , inclusive, de logo peticionando seja o~

vida a Ordem dos Advogados do Brasil sobre o assun


to •

DEP.

GER 20.01 .0050.5


REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASI

CÂMARA DOS DEPUTADOp


/("'\ f:"
\-1 '
( DO PODER EXECUTIVO )
Mensagem n9 313/83 .

ASSUNTO: PROTOCOLO N.o_ __

EMENDAS OFERECIDAS EM PLENÁRIO AO PROJETO DE LEI N9 1 . 950 - A, DE 1983 ,


que lI dispõe sobre o func i onamento do Juizado Especial de Pequencis Causas ll •

< DESPACHO: COM . CONST . E JUSTIÇA

• 1.1 '
A CO~ . CONST . E JUSTIÇA
----------------------~---------
em
'- ---
2 de malO
'---------------------- de 19 84

IÇA0
-
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Ao Sr. I) -,
\..v-- 'O , em i\~ 19

O Presidente da Comissão de ~
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• Ao Sr. , em 19

O Presidente da Comissão de

- ~... Ao Sr. ,em 19
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O Presidente da Comissão de

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O Presidente da Comissão de

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O Presidente da Comissão de

Ao Sr. ,em 19

O Presidente da Comissão de

Ao Sr. ,em 19

O Presidente da Comissão de

GER 2 . 04
SINOPSE

Projeto n.o_ _ _ _ __ de ______ de __________________________________________ de 19______

Ementa: ________________________________________________________________________________

Autor:, _______________________________________________________

Discussão única
----------------------------------------------------------------------~

Discussão inicial ________________________________________

Discussão final __________________________________________

Redação final _________________________________________________________

Remessa ao Senado _________________________________________

Emendas do Senado aprovadas em, ____ de,_________________________________de 19,______

Sancionado em _____ de,-'-.,________________________________de 19_ _ __

Promulgado em ____ de,______________________________________ de 19_ _ __

Vetado em _ _ _ de ___________________________________________________ de 19_ __

Publicada no "Diário Oficial" de ____ de ____________________________ de 19 _____

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OBSERVAÇOES

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DOCUMENTOS ANEXADOS: ________________________ ._ _ _ _ _ ___


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OBSERVAÇOES

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-

DOCUMENTOSANEXADOS:, _____________________________________
REPÚBLICA FEDERATIVA DO BRASIL

CÂMARA DOS DEPUTADOS

I \

ASSUNTO: PROTOCOLO N.o_ _ _

EMENDAS DO SENADO AO PROJETO DE B~ IJ N Q 1 . 950- C , de 1 9 8 3 , que


" dispõe sobre a criação e o func i onamento do Juizado Esp e cial de Pe

quenas C aus as " .

DESPACHO: __~.I~U~S~
T~IÇ
~A_._________________________________

COM . DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA em 25 de SETEMBRO de 19 84


---------------------- --~--

DIST
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O Presidente da Comissão de

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O Presidente da Comissão de

Ao Sr. ,em 19

O Presidente da Comissão de

GER 2 . 04
SINOPSE

Projeto n.o_ _ _ _ _ _ de ____ de _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ de 19_ _ _ _

Ementa: _ _ _ __ __ __ _________________.___ __._ _____________________________

Autor: _______________

Discussão única_ __ ________________________________________________________________

Discussão inicial ____ _________________________________________________ ________.____

Discussão fi nal ________________________________________ __________________ ________



Redação final ___________________ ________________________________________

Remessa ao Senado _____________________________________________________________________

Emendas do Senado aprovadas em _____ de_______________________________________ de 19_ __ _

Sancionado em ______ de ____ .______________.____________________________________ de 19______

Promu lgado em ______ de ______________________.______________________ ______ de 19______

Vetado em _____ c!e __________________________________________________________ de 19______

Publicado no "Diário Oficia/" de _______ de __________________________________ de 19 _ _ __

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CÂMARA DOS DEPUTADOS


PROJETO DE LEI NQ 1.950-D, de 1983

EMENDAS DO SENADO AO PROJETO DE LEI NQ l . 950-C,de

1983, que "dispõe sobre a criação e o funcionamen

to do Juizado Especial de Pequenas Causas" .

(À COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA) .

{,
• •
GER 1.10

Dispõe sobre a criação e o funcionamen-


to do Juizado Especial de Pequenas Cau-
sas.

o CONGRESSO NACIONAL decreta:

DISPOSIÇOES GERAIS

Art. 19 - Os Juizados Especiais de Pequenas Causas,


órgãos da Justiça ordinãria, poderão ser criados nos Estados, no Distrito
Federal e nos Territórios, para processo e julgamento, por opção do au-
tor, das causas de reduzido valor econômico.
Art. 29 - O processo, perante o Juizado Especial de
Pequenas Causas, orientar-se-ã pelos criterios da oralidade, simplicida-
de, informalidade, economia processual e celeridade, buscando sempre que
poss;vel a conciliação das partes.
Art. 39 - Consideram-se causas de reduzido valor
econômico as que versem sobre direitos patrimoniais e decorram de pedido
que, à data do ajuizamento, não exceda a 20 (vinte) vezes o salãrio m;ni-
mo vigente no Pais e tenha por objeto:
I - a condenação em dinheiro;
II - a condenação à entrega de coisa certa móvel ou
ao cumprimento de obrigação de fazer, a cargo de fabricante ou fornecedor
de bens e serviços para consumo;
III - a desconstituição e a declaração de nulidade
de contrato relativo a coisas móveis e semoventes.
§ 19 - Esta lei não se aplica às causas de natureza

GER 6.14
2.

alimentar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Publica, nem às


relativas a acidentes do trabalho, a residuos e ao estado e capacidade

-
das pessoas ? ainda que de cunho patrimonial.
§ 29 - A opção pelo procedimento previsto nesta lei
importarã em renuncia ao credito excedente ao limite estabelecido neste
artigo, excetuada a hipótese de conciliação.

!I

DO JUIZ, DOS CONCILIADORES E DOS ARBITROS

Art. 49 - O Juiz dirigirã o processo com ampla li-


berdade para determinar as provas a serem produzidas, para apreciã-las e
para dar especial valor às regras de experiência comum ou tecnica.
Art. 59 - O Juiz adotarã em cada caso a decisão que
reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e às exi
gências do bem comum.
Art. 69 - Os conciliadores são auxiliares da Justi-
ça para os fins do art. 22 desta lei, recrutados preferentemente dentre
bachareis em Direito, na forma da lei local.
Art. 79 - Os ãrbitros serão escolhidos dentre advo-
gados indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil.

!II

DAS PARTES

Art. 89 - Não poderão ser partes, no processo insti


tuido nesta lei, o incapaz, o preso, as pessoas juridicas de direito
publico, as empresas publicas da União, a massa falida e o insolvente ci-
vi 1.
§ 19 - Somente as pessoas fisicas capazes serão ad-
mitidas a propor ação perante o Juizado Especial de Pequenas Causas, ex-
cluidos os cessionãrios de direito de pessoas juridicas.

GER 6.14
-.

3.

§ 29 - O maior de 18 (dezoito) anos poderá ser au-


tor, independentemente de assistência, inclusive para fins de concilia-
çao.
- sempre pessoalmen-
Art. 99 - As partes comparecerao
te, podendo ser assistidas por advogado.
§ 19 - Se uma das partes comparecer assistida por
advogado, ou se o reu for pessoa jur;dica ou firma individual, terá a ou-
tra parte, se quiser, assistência judiciária prestada por ôrgão institu;-
do junto ao Juizado Especial de Pequenas Causas, na forma da lei local.

• § 29 - Se a causa apresentar questões complexas,


Juiz alertará as partes da conveniência do patroc;nio por advogado.
§ 39 - O mandato ao advogado poderá ser verbal, sal
o

vo quanto aos poderes especiais.


§ 49 - O reu, sendo pessoa jur;dica ou titular de
firma individual, poderá ser representado por preposto credenciado.
Art. 10 - Não se admitirá, no processo, gualquer
forma de intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-a o 1i-
tisconsôrcio.
Art. 11 - O Ministerio Público intervirá nos casos
previstos em lei.

IV

• DA COMPETtNCIA

Art. 12 - r competente, para as causas previstas


nesta lei, o Juizado do foro:
I - do domicilio do reu ou, a criterio do autor, do
local onde aquele exerça atividades profissionais ou econõmicas ou mante-
nha estabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritôrio;
11 - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
111 - do domicilio do autor ou do local do ato ou fa-
to, nas açoes para reparação de dano de qualquer natureza.

GER 6.14
- - -- - - -- -- -- - - ----------- -

4.
,

Parãgrafo unico - Em qualquer hipótese, poderã a


ação ser proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.

DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 13 - Os atos processuais serão publicos e pod~


rão realizar-se em horãrio noturno, conforme dispuserem as normas de org~
nização judiciária.
Art. 14 - Os atos processuais serão vãlidos sempre
que preencherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos
os criterios indicados no art. 29 desta lei.
§ 19 - Não se pronunciará qualquer nulidade sem que
tenha havido preju;zo.
§ 29 - A prãtica de atos processuais em outras co-
marcas poderã ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 39 - Serão objeto de registro escrito esclusiva-
mente os atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de
instrução e julgamento deverão ser gravados em fita magnetica ou equiva-
lente, que será inutilizada após o trânsito em julgado da decisão.
_ § 49 - As normas locais disporão sobre a conserva-
çao das peças do processo e demais documentos que o instruem.

VI

• DO PEDIDO

Art. 15 - O processo instaurar-se-ã com a apresenta


ção do pedido, escrito ou oral, ã Secretaria do Juizado. -
§ 19 - Do pedido constarão, de forma simples e em
linguagem acessivel:
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
11 - os fatos e fundamentos, em forma sucinta;
111 - o objeto e seu valor.

(
GER 6.14
5.

§ 29 - r
licito formular pedido generico quando não
for possivel determinar, desde logo, a extensão da obrigação.
§ 39 - O pedido oral serã reduzido a escrito pela
Secretaria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formu
lãrios impressos;
§ 49 - O Secretãrio serã necessariamente bacharel
em Di reito.
Art. 16 - Os pedidos mencionados no art. 39 desta
lei poderão ser alternativos ou cumulados; nesta ultima hipótese, desde
que conexos e a soma não ultrapasse o limite fixado naquele dispositivo.
Art. 17 - Registrado o pedido, independentemente de
distribuição e autuação, a Secretaria do Juizado designarã a sessão de
conciliação, a realizar-se no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 18 - Comparecendo inicialmente ambas as par-
tes, instaurar-se-ã, desde logo, a sessão de conciliação, dispensados o
registro previo do pedido e a citação .
Parãgrafo unico - Havendo pedidos contrapostos, po-
derã ser dispensada a contestação formal e ambos serão apreciados na mes-
ma sentença.

VII
DAS CITAÇOES E INTIMAÇOES

• Art. 19 - A citação far-se-ã por correspondência,


com aviso de recebimento em mãos próprias, ou, tratando-se de pessoa juri
dica ou firma individual, mediante entrega ao encarregado da recepção,que
serã obrigatoriamente identificado, ou ainda, sendo necessãrio, por ofi-
cial de justiça, independentemente de mandado ou carta precatória.
§ 19 - A citação conterã cópia do pedido inicial,
dia e hora para comparecimento do citando e advertência de que, nao compa
recendo, considerar-se-ão verdadeiras as alegações iniciais e serã profe~
rido julgamento de plano.
§ 29 - Não se farã citação por edital.

GER 6.14
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6.

§ 39 - O comparecimento espontâneo suprirã a falta


ou nulidade da citação.
Art. 20 - As intimações serão feitas na forma pre-
vista para a citação, ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.
§ 19 - Dos atos praticados na audiência considerar-
se-ão desde logo cientes as partes.
§ 29 - As partes comunicarão ao juizo as mudanças
de endereço ocorridas no curso do processo, reputando-se eficazes as inti
m~ções enviadas ao local anteriormente indicado, na ausência da comunica~
çao.

VIII
DA REVELIA

Art. 21 - Não comparecendo o demandado ã sessão de


conciliação ou ã audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verda
deiros os fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrãrio resultar
da convicção do Juiz.

IX
DA CONCILIAÇAO E DO JUrZO ARBITRAL

Art. 22 - Aberta a sessão, o Juiz esclarecerã as


partes presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os ris
cos e as conseq~ências do lit;gio, especialmente quanto ao disposto no ~
29 do art. 39 desta lei.
Art. 23 - A conciliação serã conduzida pelo Juiz ou
por conciliador sob sua orientação.
Parãgrafo unico - Obtida a conciliação, serã reduzi
da a escrito e homologada pelo Juiz, mediante sentença com eficãcia de ti
tulo executivo.
Art. 24 - Não comparecendo o demandado, o Juiz pro-
ferirã sentença.

GER 6.14
~ - -

7.

Art. 25 -Não obtida a conciliação, as partes pode-


rão optar, de comum acordo, pelo juizo arbitral, na forma prevista nesta
1ei .
Parãgrafo unico - O juizo arbitral considerar-se-ã
instaurado, independentemente de termo de compromisso, com a escolha do
ãrbitro pelas partes, fazendo o Juiz, caso não esteja o mesmo presente,
s~a convocação e a imediata designação de data para a audiência de instru
çao.
Art. 26 - O ãrbitro conduzirã o processo com os mes
mos criterios do Juiz, na forma dos arts. 49 e 59 desta lei, podendo decT
dir por eqaidade.
Art. 27 - Ao termino da instrução, ou nos 5 (cinco)
dias subseqaentes, o ãrbitro apresentarã o laudo ao Juiz para homologação
por sentença irrecorrivel.

DA INSTRUÇAO E JULGAMENTO

Art. 28 - Não instituido o juizo arbitral, proce-


der-se-ã imediatamente ã audiência de instrução e julgamento, desde que
não resulte prejuizo para a defesa.
Parãgrafo unico - Não sendo possivel a realização
imediata, serã a audiência designada para um dos 10 (dez) dias subseq~en­
tes, cientes desde logo as partes e testemunhas eventualmente presentes.
Art. 29 - Na audiência de instrução e julgamento se
rão ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a senten
ça.
§ 19 - Serão decididos de plano todos os inciden-
tes que possam interferir no regular prosseguimento da audiência. As de-
mais questões serão decididas na sentença.
§ 29 - Sobre os documentos apresentados por uma das
partes, manifestar-se-a imediatamente a parte contrãria, sem interrupção
da audiência.
Art. 30 - O disposto neste capitulo aplica-se tam-
bem quando se tratar de credor munido de titulo executivo extrajudicial.

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8.

§ 19 - Obtida a conciliação entre as partes, sera -


proferida a sentença homologatória prevista no parãgrafo único do art.
23 desta lei.
§ 29 - Não comparecendo o devedor, serã proferida a
sentença prevista no art. 24 desta lei.
§ 39 - A sentença valerã como titulo executivo judi
ci a 1 .

• XI
DA RESPOSTA DO RtU

Art. 31 - A contestação, que serã oral ou escrita,


conterã toda a materia de defesa, exceto argaição de suspeição ou impedi-
mento do Juiz, que se processarã na forma da legislação em vigor.

Art. 32 - Não se admitirã a reconvenção. r licito
ao reu, na contestação, formular pedido em seu favor, nos limites do art.
39 desta lei, desde que fundado nos mesmos fatos que constituem objeto da
controversia.
Parãgrafo único - O autor poderã responder ao pedi-
do do reu na própria audiência ou requerer a designação de nova data, que
serã desde logo fixada, cientes todos os presentes .

• XII
DAS PROVAS

Art. 33 - Todos os meios de prova moralmente legiti


mos, ainda que não especificados em lei, são hãbeis para provar a veraci~
dade dos fatos alegados pelas partes.
Art. 34 - Todas as provas serão produzidas na audi-
ência de instrução e julgamento, ainda que não requeridas previamente, po
dendo o juiz limitar ou excluir as que considerar excessivas, impertinen~
tes ou protelatórias.
Art. 35 - As testemunhas, ate o mãximo de 3 (três)

GER 6.14
--
0,//

9.

para cada parte, comparecerão à audiência de instrução e julgamento, leva


das pela parte qu e as tenha arrolado, independentemente de intimação, ou
mediante esta, se assim for requerido.
§ 19 - O requerimento para intimação das testemu-
nhas serã apresentado a Secretaria no minimo 5 (cinco) dias antes da au-
diência de instrução e julgamento.

• § 29 - Não comparecendo a testemunha intimada, o


Juiz poderã determinar sua imediata condução, valendo-se, se necessãrio,
do concurso de força publica.
Art . 36 - Quando a prova do fato exigir, o Juiz po-
derã inquirir tecnicos de sua confiança, permitida às partes a apresenta-
ção de parecer tecnico.
Parãgrafo unico - No curso da audiência, pode rã o
Juiz, de oficio ou a requerimento das partes, realizar inspeção em pes-
soas ou coisas, ou determinar que o faça pessoa de sua confiança, que lhe
relatarã informalmente o verificado.
- sera- reduzida a escrito,
Art. 37 - A prova oral nao
devendo a sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos depoi-
mentos.

XIII
DA SENTENÇA

Art. 38 - A sentença mencionarã os elementos de con


vicção do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiên
cia, dispensado o relatório.
Parãgrafo unico - Não se admitirã sentença condena-
tória por quantia i liquida, ainda que generico o pedido.
Art. 39 - r ineficaz a sentença condenatória na pa!
te que exceder a alçada estabelecida nesta lei .
Art. 40 - A execução da sentença serã processada no
juizo ordinãrio competente.

GER 6.14
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10.

XIV

DO RECURSO

Art. 41 - Da sentença, excetuada a homologatória de


conciliação ou laudo arbitral, caberã recurso para o próprio Juizado.

• § 19 - O recurso serã jul gado por turma composta de


3 (três) juizes, em exercicio no primeiro grau de jurisdição, reunidos na
sede do Juizado.
-
§ 29 - No recurso as partes serao obrigatoriamente
representados por advogado.
Art. 42 - O recurso serã oposto no prazo de 10
(dez) dias, contados da ciência da sentença, por petição escrita, da qual
cons t arão as razões e o pedido do embargante.
§ 19 - O preparo serã feito, independentemente de
intimação, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ã interposição, sob
pena de deserção.
§ 29 - Após o preparo, a Secretaria intimarã o re
corrido para oferecer resposta escrita no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 43 - O recurso terã somente efeito devolutivo,

• podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparãvel p~


ra a parte.
Art. 44 - As partes poderão requerer a transcrição
da gravação da fita magnetica a que alude o § 39 do art. 14 desta lei,
correndo por conta da requerente as despesas respectivas.
Art. 45 - As partes serão intimadas da data da ses-
-
sao de jul gamento.

XV

DOS EMBARGOS DE DECLARAÇAO

Art. 46 - Caberão embargos de declaração quando, na

GER 6,14
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11.

sentença, houver obscuridade, contradição, omissão ou duvida.


Parágrafo unico - Os erros materiais podem ser cor-
rigidos de oficio.
Art. 47 - Os embargos de declaração serão opostos
por escrito ou oralmente, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da ciência
da decisão .

• Art. 48 - Quando opostos contra sentença, os embar-


gos de declaração suspenderão o prazo para o recurso.

XVI
DA EXTINÇAO DO PROCESSO SEM
JULGAMENTO DO MtRITO

Art. 49 - Extingue-se o processo, alem dos casos


previstos em lei:
I - quando o autor deixar de comparecer a qualquer
das audiências do processo;
11 -quando inadmissiveis o procedimento instituido
por esta lei ou seu prosseguimento após a conciliação;
111 - quando for reconhecida a incompetência territo-
ri a 1 ;
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos pre-
vistos no art. 89 desta lei;
V - quando, falecido o autor, a habilitação depen-
der de sentença ou não se der no prazo de 30 (trinta) dias;
VI - quando, falecido o reu, o autor_não promover a
citação dos sucessores no prazo de 30 (trinta) dias da ciencia do fato.
§ 19 - A extinção do processo independerá, em qual-
quer hipótese, de previa intimação pessoal das partes.
§ 29 - No caso do inciso I, quando comprovar quea
ausência decorre de força maior, a parte poderá ser isentada, pelo Juiz,
do pagamento das custas.

GER 6,14
12.

XVII
DAS DESPESAS

Art. 50 - O acesso ao Juizado de Pequenas Causas in


dependerã do pagamento de custas, taxas ou despesas.
Art. 51 - O preparo do recurso, na forma do § 19 do
art. 42 desta lei, compreenderã todas as despesas processuais, inclusive
aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipõte-
se de assistência judiciãria gratuita.
Art. 52 - A sentença não condenarã o vencido em cus
tas e honorãrios do advogado do vencedor, ressalvados os casos de litigan
cia de mã fe.
Parãgrafo unico - O litigante de mã fe serã condena
do a pagar multa ã parte contrãria, a qual não excederã o valor da causa~

XVIII
DISPOSIÇOES FINAIS

Art. 53 - Não se instituirã o Juizado de Pequenas


Causas sem a correspondente implantação das curadorias necessãrias e do
serviço de assistência judiciãria.
Art. 54 - O acordo extrajudicial, de qualquer natu-
reza ou valor, poderã ser homologado, no juizo competente, independente-
mente de termo, valendo a sentença como titulo executivo judicial.
Parãgrafo unico - Valerã como titulo executivo ex-
trajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito, re-
ferendado pelo õrgão competente do Ministerio Publico.
Art. 55 - As normas de organização judiciãria local
poderão:
I - estender a conciliação prevista nos arts 22 e
23 a causas não abrangidas nesta lei;
II - criar colegiados constituidos por juizes em

GER 6.14
"",,'."
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13.

exerclcio no primeiro grau de jurisdição e atribuir-lhes competência pa~a


os recursos interpostos contra decisões proferidas em pequenas causas nao
processadas na forma desta lei.
Art. 56 - Não se admitirã ação rescisõria nas cau-
sas sujeitas ao procedimento instituldo nesta lei.
Art. 57 - Esta lei entra em vigor na data de sua p~
blicação.
Art. 58 - Revogam-se as disposições em contrario.
C~MARA DOS DEPUTADOS, em )~ de junho de 1984.

GER 6.14
,
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ól0~q . óV.
,

EMENDAS DO ENADO AO PROJETO


DE LEI A CÂMARA n9 126, de
1984 (n 1.950/83, na Casa de
origem, que "dispõe sobre a
criação e o funcionamento do
Juizado Especial de Pequenas
Causas" .

N9 1
(Corresponde à emenda n9 l-CCJ)

No art. 42 do Projeto

onde se lê: "embargante"


leia-se: "recorrente"

N9 2
(Cor responde à emenda n9 2-CCJ)

Acrescenta ao Projeto o seguinte art. 46, renumeran-


do-se os demais:

"Art. 46 - Se a sentença for confirmada


...
pelos pro-
prios fundamentos, a súmula do julgamento servirá de
acórdão. "

N9 3
(Corresponde à emenda n9 3-CCJ)

Acrescente-se ao art. 46 do Projeto, a ser renumerado


2•
como art. 47, logo apos a expressão "na sentença" a expressão "ou
acórdão" .

N9 4
(Corresponde à emenda n9 4-CCJ)

Acrescente-se ao art. 50, in fine, do Projeto, a ser


renumerado como art. 51, a expressão "em primeiro grau de jurisdi-
ção" .

N9 5
(Corresponde à emenda n9 5-CCJ)

o art. 52 do Projeto, a ser renumerado como art. 53,


passa a vigorar com a seguinte redação :

"Art. 53 - A sentença de primeiro grau não condenará


o vencido em custas e honorários de advogado, ressal-
vados os casos de litigância de má-fé. Em segundo
grau, o recorrente, vencido, pagará as custas e hono-
rários de advogado, que serão fixados entre 10 % (dez
por cento) e 20 % (vinte por cento) do valor de conde-
nação ou, não havendo condenação, do valor corrigido
da causa."

SENADO FEDERAL, EM JO DE SETEMBRO DE 1984

SENADOR MOACY
PRESIDENTE

MTB.
~-

S I N O P S E

Projeto de Lei n9 126, de 1984, Senado Federal


(n9 1.950-C, de 1983, na Câmara dos Deputados)

Dispõe sobre a criação e o funciona-


mento do Juizado Especial de Peque-
nas Causas.

Lido no expediente da Sessão de 25/06/84, e publicado no DCN (Seção


11) de 26/06/84.
Distribuído à Comissão de Constituição e Justiça.
Em 29/08/84, e- lido o Parecer n9 431/84, da CCJ.
Em 29/08/84, aguardando inclusão Ordem do Dia.
~

Em 05/09/84, e aprovado o Projeto e as Emendas n9s. 1 a 5-CCJ.


~

Em 12/09/84, e lido o Parecer n9 471/84, da Comissão de Redação re


latado pelo Senhor Senador Saldanha Derzi, apresentando a redação
final das emendas do Senado ao Projeto.

Em 12/09/84, aguardando inclusão Ordem do Dia .
Em 19/09/84, é incluido em Ordem do Dia, discussão turno único da
redação final das emendas do Senado ao PLC n9 126/84.
Em 19/09/84, é aprovada a redação final.
 Câmara dos Deputados com o Ofício n9 SM/N9.2~0. de 20.09.84

MGS.
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Em ~O de setembro de 1984

Senhor primeiro Secretário,

Tenho a honra de comunicar a Vossa Exce-


tt lência, a fim de que se digne levar ao conhecimento da Câmara
dos Deputados, que o Senado Federal aprovou, com emendas, o
Projeto de Lei (n9 1950-C, de 1983, na Câmara dos Deputados, e
126, de 1984, no Senado) que "dispõe sobre a criação e o fun-
cionamento do Juizado Especial de Pequenas Causas".
2. Em anexo, encaminho a Vossa Excelência os
autógrafos referentes às emendas em apreço, bem como, em devo-
lução, um da proposição primitiva, oriunda dessa Casa .
Aproveito a oportunidade para renovar a
Vossa Excelência os protestos de minha perfeita estima e mais
distinta consideração.

.
Primelro - . em exerC1ClO
Secretarlo, . ~

A Sua Excelência o Senhor Deputado FERNANDO LYRA


DD. Primeiro Secretário da Câmara dos Deputados
\
-"

SENADO FEDERAL
PROJETO DE LEI DA CÂMARA
N9 126, de 1984
De iniciativa do Senhor
Presidente da República

Dispõe sobre a criação e o funcionamento do Jui- estado e ca pacidade das pessoas, ainda que de cunho pa-
zado Especial de Pequenas Causas. trimonia l.
§ 29 A opçào pelo procedimento previsto nesta lei im-
o Congresso Naci ona l decreta:
portará em renúncia ao crétito excedente ao limite esta-
I
belecido neste artigo, excetuada a hipótese de conci-
Disposições Gerais liação.

Art . 19 Os j uiza dos Especiais de Pequenas Causas,


órgãos da Ju stiça ordin á ria, poderão ser criados nos Es-
tados, no Distrito Federa l e nos Territórios, para proces-
"
Do Juiz, Dos Conciliadores
e Dos Árbitros
so e julga ment o, por opção do autor, das causas de redu-
zid o va lo r econômico. Art. 49 O Juiz dirijirá o processo com ampla liberda-
de para determinar as provas a serem produzidas, para
Ar!. 29 O processo , perante o Juizado Especial de
apreciá-Ias e para dar especial valor às regras de expe-
Pequenas Causa'. o ri en tar-se-á pelos critérios da orali-
riência comum ou técnica.
dade, simpli ê i dad~. informalidade, economia processual
Art. 59 O Juiz adotará em cada caso a decisão que
e celeridade. buscando sempre que possível a conciliaçào
reputar mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais
da s partes.
da lei e às exigências do bem comum.
Art.)9 Considera m-se causas de reduzido valor eco-
Art. 69 Os conciliadores são auxiliares da Justiça
nô mico as que versem sobre direitos patrimoniais e de-
para os fins do art. 22 desta lei, recrutados preferente-
corram de pedido que, à data do ajuizamento, não exce-
mente dentre bacharéis em Direito, na forma da lei local.
da a 20 (vinte) vezes o salário mínimo vigente no País e
Art. 79 Os árbitros serão escolhidos dentre advoga-
tenha por objeto:
dos indicados pela Ordem dos Advogados do Brasil.
I - a condenação em dinheiro;
11 - a condenação à entrega de coisa certa móvel ou IIJ ·
ao cumprimento de obrigação de fazer, a cargo de fabri- Das Partes
cante ou fornecedor de bens e serviços para consumo;
Art. 89 Não poderão ser partes, no processo instituí-
111 - a desconstituição e a declaração de nulidade de do nesta lei, o incapaz, o preso, as pessoas jurídicas de
contrato relativo a coisas môveis e semoventes. direito público, as empresas públicas da União, a massa
§ 19 Esta lei não se aplica às causas de natureza alimen- falida e o insolvente civil.
tar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Pública, § 19 Somente as pessoas físicas capazes serão admitidas
nem às relativas a acidentes do trabalho, a resíduos e ao à propor ação perante o Juizado Es;>ecial de Pequenas
l ote: 59
i aixa : 69
PL N° 1950/1983
I -2
260
Causas, excluídos os cessionários de direito de pessoas § 29 A prática de atos processuais em outras comar-
jurídicas. cas poderá ser solicitada por qualquer meio idôneo de
§ 29 O maior de 18 (dezoito) anos poderá ser autor, in- comunicação.
dependentemente de assistência, inclusive para fins de § 39 Serão objeto de registro escrito esclusivamente
conciliação. os a tos ha vidos por essenciais. Os atos realizados em au-
Art. 99 As partes comparecerão sempre pessoalmen- diência de instrução e julgamento deverão ser gravados
te, podendo ser assistidas por advogado. em fita magnética ou equivalente, que será inutilizae
§ 19 Se uma das partes comparecer assistida por advo- apôs o trâsito em julgado da decisão.
gado, ou se o réu for pessoa jurídica ou firma individual, § 49 As normas locais disporão sobre a conservação
terá a outra parte, se quiser, assistência judiciária presta- das peças do processo e demais documentos que o ins-
da por órgão instituído junto ao Juizado Especial de Pe- truem.
quenas Causas, na forma da lei local.
§2 9 Se a causa apresentar questões complexas, o Juiz
alertará as partes da conveniência do patrocínio por ad- VI
vogado .
Do Pedido
§3 9 O mandato ao advogado poderá ser verbal, salvo
quanto aos poderes especiais. Art. 15. O processo instaurar-se-á com a apresen-
§49 O réu, sendo pessoa jurídica ou titular de firma in- tação do pedido, escrito ou oral, à Secretaria do Juizado.
dividuaI, poderá ser representado por preposto creden- § 19 Do pedido constarão, de forma simples e em
ciado. linguagem acessível: " ,

Ar!. I(}I> Não se admitirá, no processo, qualquer for- I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
ma de intervenção de terceiro nem de assistência. 1/ - os fa tos e fundamentos, em forma sucinta;
Admitir-se-á o litisconsórcio. III - o objeto e seu valor.
Ar!. 11 9 O Ministério Público intervirá nos casos § 29 É lícito formular pedido genérico quando nã6
previstos em lei. for possível determinar, desde logo, a extensão da obri-
gação.
IV § 39 O pedido oral será reduzido a escrito pela Secre-
Da Competência taria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fi-

Ar!. 129 É competente, para as causas previstas nes-


chas ou fomulários impressos; a
§ 49 O Secretário será necessariamente bacharel erW
ta lei, o Juizado do foro:
Direito.
I - do domicílio do réu ou, a critério do autor, do lo-
Ar!. 16. Os pedidos mencionados no art. 39 desta lei
cai onde aquele exerça atividades profissionais ou econô-
poderão ser alternativos ou cumulados; nesta última hi-
micas ou mantenha estabelecimento, filial, agência, su-
pótese, desde que conexos e a soma não ultrapasse o li-
cursal ou escritôrio;
mite fixado naquele dispositivo.
1/ - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita:
Ar!. 17. Registrado o pedido, independentemente
11/ - do domicílio do autor ou do local do ato ou fa-
de distribuição e autuaçào, a Secretaria do Juizado de-
to. nas ações para reparação de dano de qualquer natu-
signará a sessão de conciliação, a realizar-se no prazo de
reza.
10 (dez) dias.
Parágrafo único . Em qualquer hipótese, poderá a Ar!. 18 . Comparecendo incialmente ambas as par-
açào ser proposta no foro previsto no inciso I deste arti- tes. instau rar-se-á, desde logo, a sessão de conciliaçào,
go . dispensados o registro prévio do pedido e a citação.
Parágra fo único. Havendo pedidos contrapostos,
V
poderá ser dispensada a contestação formal e ambos se-
Dos Atos Processuais rào apreciados na mesma sentença.

Ar!. 13. Os atos processuais serão públicos e pode-


VI/
rão realizar-se em horário noturno, conforme dispuse-
rem as normas de organização judiciária. Das Citações e Intimações
Art. 14. Os atos processuais serão válidos sempre
que preencherem as finalidades para as quais forem rea- Ar!. 19. A citação far-se-á por correspondência,
!izados, atendidos os critérios indicados no art. 29 desta com a viso de recebimento em mãos próprias, ou,
It>i. trantando-se de pes~oa jurídica ou firma individual, me-
§ 19 Não se pronunciará qualquer nulidade sem que diante entrega ao encarregado da recepção, que será
tenr.a havido prejuízo. obrigatoriamente identificado, ou ainda. sendo neces-
3-

sário, por oficial de justiça, independentemente de man - Art. 27. Ao términ o da instrução, ou nos 5 (cinco)
dado ou carta precatória . dias sub seqiientes, o árbitro apresentará o laudo ao Juiz
§ 19 A citação conterá cópia do pedido inicial, dia e para humologação por sentença irrecorrível.
hora para comparecimento do citado e advertência de
que, não comparecendo, considerar-se-ão verdadeiras as X
a legações iniciais e será proferido julgamento de plano. Da Instrução e Julgamento
~ § 29 Não se fará citação por edital.
§ 3- O comparecimento espontâneo suprirá a falta Art. 28. Não Instituído o juízo arbitral, proceder-se-
ou nulidade da citação. á imedi a tamente à audiênci a de instrução e julgamento.
Ar!. 20. As intimações serào feitas na forma previs- de:;de que nào resulte prejuízo para a defesa.
ta para a citaçào, ou por qualquer outro meio idôneo de Parágrafo ún ico. Não sendo possível a realização
comunicação. imediata, será a audiência designada para um dos 10
§ 19 Dos atos praticados na audiência considerar-se- (dez) dias subseqüentes, cientes desde logo as partes e
ão desde logo cientes as partes. testemunhas eventualmente presentes.
§ 2y As partes comunicarão ao juízo as mudanças de Ar!. 29 . Na audiência de instrução e julgamento se-
endereço ocorridas no curso do processo, refutando-se rào ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida,
eficazes as intimações enviadas ao local anteriormente proferida a sentença .
indicado, na ausência da comunicação.
§ 19 Serão dec ididos de plano todos os incidentes
VIII que possam interferir no regular prosseguimento da au-
diência . As demais questões serão decididas na sentença.
Da Revelia
§ 29 Sobre os documentos apresentados por uma das
• Ar!. 21. ào comparecendo o demandado à sessão partes. manifestar-se-á imediatamente a parte contrária,
de conciliação ou ~ aud iência de instrução e julgamento, sem interrupção da audiência.
reputar-se-ão verdadeiros os fatos alegados no pedido
inicial, salvo se o contrário resultar da convicção do Juiz. Art. 30. O disposto neste capítulo aplica-se também
quando se tratar de credor munido de título executivo
IX extrajudicial.

Da Conciliação e do Juízo Arbitral § I ~ Obtida a conciliação entre as partes, será profe-


rida a sentença homologatória prevista no parágrafo ú-
Art. 22. Aberta a sessão , o Juiz esclarecerá as partes nico do art. 23 desta lei .
presentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-
lhes os riscos e as conseqüências do litígio. especialmente § 2- Nào comparecendo o devedor, será proferida a
quanto ao disposto no § 2- do art. 3- desta lei . sentença prevista no art. 24 desta lei.
Art. 23. A conciliaçào será conduzida pelo Juiz ou
por conciliador sob sua orientação. § 3~ A sentença valerá como título executivo judi-
Parágrafo único. Obtida a conciliação. será reduzida cial.
a escrito e homologada pelo Juiz, mediante sentença com
XI
eficácia de título executivo.
Ar!. 24. Não comparecendo o demandado, o Juiz Da Resposta do Réu
proferirá sentença .
Art. 31. A contestação, que será oral ou escrita,
A r!. 25. Não obtida a conciliação, as partes poderào conterá toda a matéria de defesa, exceto argüição de sus-
optar, de comum acordo, pelo juízo arbitral, na forma peição ou impedimento do Juiz, que . e precessará na for-
prevista nesta lei. ma da legislação em vigor.
Parágrafo único. O juízo arbitral considerar-se-á ins-
taurado, independentemente de termo de compromisso, Ar!. 32. Nào se admitirá a reconvenção. t:: lícito ao
com a escolha do árbitro pelas partes, fazendo o Juiz, réu. na conte~taçào, formular pedido em seu favor, nos
caso não esteja o mesmo presente, sua convocação e a limites do art. 3Qdesta lei, desde que fundado nos mes-
imediata designação de data para a audiência de ins- mo, fato, que constituem objeto da controvérsia .
trução .
Parúgrafo único. O autor poderá responder ao pedi-
Ar!. 26. O árbitro conduzirá o processo com os mes- do do ri:u na própria audiência ou requerer a designação
mos critérios do Juiz, na forma dos arts. 49 e 5- desta lei, de nova data, que será desde logo fixada. cientes todos os
podendo decidir por eqüidade. presentes.
I Lote: 59
PL N° 1950/1983
Caixa : 69

4- 261
XII § 19 O recurso será julgado por turma composta de 3
(três) juí7es, em exercício no primeiro grau de jurisdição,
Das Provas reunidos na sede do juizado.
§ 29 No recurso as partes serão obrigatoriamente re-
Ar!. 33. Todos os meios de prova moralmente legíti-
presentadas por advogado .
mos, ainda que nào especificados em lei, são hábeis para
provar a veracidade dos fatos alegados pelas partes. Art . 42. O recurso será oposto no prazo de 10 (dez.
dias. contados da ciência da sentença. por petição escrita
Art. 34. Todas as provas serão produzidas na au- da qual constarão as razões e o pedido do embargan te.
diência de instruçào e julgamento. ainda que nào reque-
ridas prc\iamente, podendo o juiz limitar ou excluir as
* 19 O preparo será feito, independentemente de in-
timaçào. nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes à inter-
que considerar excessivás, impertinentes ou protela- posição. sob pena de deserção .
tórias.
Art. 35. As testemunhas, até o máximo de 3 (três)
* 2~ Após o preparo, a Secretaria intimará o recorri -
do para oferecer resposta escrita no prazo de 10 (dez)
para cada parte, comparecerão à audiência de instrução
dias.
e julgamento. levadas pela parte que as tenha arrolado,
Art. 43. O recurso terá somente efeito devolutivo,
independentemente de intimação, ou mediante esta, se
podendo o Jui7 dar-lhe efeito suspensivo , para evi ta r
aSSIm, for requerido.
dano ierreparável para a parte.
§ 19 O requerimento para intimação das testemu- Art. 44. As partes poderão requerer a transcrição da
nhas será apresentado à Secretaria no mínimo 5 (cinco) gravação da fita magnética a que alude o §3~ do a r!. li
dias antes da audiência de instrução e julgamento. desta lei, correndo por conta da requernte as despesas
S 2y Nào comparecendo a testemunha intimada, o respectivas.
Juiz poderá determinar sua imediata condução, valendo- Ar!. 45. As partes serão intimadas da data da sessão
se. se necessário, do concurso de força pública. de julgamento. •

Ar!. 36. Quand o a prova do fato exigir. o Juiz pode- XV


rá inqu irir técnicos de sua confiança, permitida às partes
a apresen tação de parecer técnico. Dos Embargos de Declaraçào
Parágrafo único. No curso da audiência, poderá o
!~:z. de o fício ou a requerimento das partes, realizar ins- Ar!. 46. Caberão embargos de declaração qUand .
pen\ào em pessoas ou coisas, ou determinar que o faça na sentença houver obscuridade, contradição omissão
pessoa de SU d confiança, que lhe relatará informalmente ou dúvida.
o ve rifi cado. Parágrafo único. Os erros materiais podem ser corri-
gidos de ofício .
.'\ n. 37 A prova oral não será reduzida a escrito,
Art. 47. Os embargos de declaração serào opostos
de\ cnd o a sentença referir, no essencial, os informes tra-
por escrito ou oralmente, no prazo de 5 (cinco) dias, con-
ZIdo s no s depoimentos .
tados da ciência da decisão.
XIII Art. 48 . Quando opostos contra sentença, os embar-
gos de declaração suspenderão o prazo para o recurso.
Da Sentença
XVI
Ar! 3&. A sentença mencionará os elementos de
convicçào do Jui/.. com breve resumo dos fatos relevan- Da Extinçào do Processo Sem Julgamento do Mérito
tes oco rridos em audiência, dispensado o relatório .
Parágrafo único. Não se admitirá sentença condena- Ar!. 49. Extingue-se o processo, além dos casos p re-
tória por quantia ilíquida, ainda que genérico o pedido. vistos em lei:
Ar!. 39. É ineficaz a sentença condenatória na parte I - quando o autor deixar de comparecer a qual quer
que exceder a alçada estabelecida nesta lei. das audiências do processo;
Ar!. 40. A execução da sentença será processada no II - quando inadimissíveis o procedimento instituído
juízo ordinário competente. por esta lei ou seu proseguimento após a conciliação;
III - quando for reconhecida a incompetêcia territo-
XIV
rial;
Do Recurso
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos
Ar!. 41. Da sentença, excetuada a homologatória de previstos no art. 89 desta lei;
conciliaçào ou budo arbitral, caberá recurso para o pró- V - quando, falecido o autor a habilitação depender
prio juizado. de sentença ou não se der no pra70 de 30 (trinta) dia .,;
-5

VI -quando falecido o réu, o autor não promover a MENSAGEM N9 313, DE 1983


citação
dos sucessores no prazo de 30 (trinta) dias da
Excelentíssimos Senhores Membros do Congresso Na-
ciência
do fato.
§ 19 A extinção do processo independerá, em qual- cional :
Nos termos do art. 51 da Constituição, tenho a honra
quer hipótese, de prévia intimação pessoal das partes.
de submeter à elevada deliberação de Vossas Excelên-
. § 29 No caso do inciso I, quando comprovar que a
~ usência decorre de força maior, a parte poderá ser isen- cias, acompanhado de Exposição de Motivos de Senhor
tada, pelo Juiz, do pagamento das custas. Ministro de Estado Orientador e Coordenador do Pro-
grama Nacional de Desburocratização, o anexo projeto
de lei que "dispõe sobre a criação e o funcionamento do
XVII Juizado Especial de Pequenas Causas".
Du Despesas Brasília, 24 de agosto de 1983. - Aureliano Chaves.
Art. 50. O acesso ao Juizado de Pequenas Causas
EXPOSIÇÃO DE MOTIVOS N9 007, DE
independerá do pagamento de custas, taxas ou despesas.
17 DE MAIO DE 1983, DO SENHOR
Ar!. 51. O preparo do recurso, na forma do § 19 do
MI ISTRO DE ESTADO ORIENTADOR E
art. 42 desta lei, compreenderá todas as despesas proces-
COORDENADOR DO PROGRAMA NA
suais, inclusive aquelas dispensadas em primeiro grau de
CIO;\lAL DE DESBUROCRATIZACA.O
jurisdição, ressalvada a hipótese de assistência judiciária
gratuita. Excelentíssimo Senhor P re ~ idente dn República.
I Art. 52. A sentença não condenará o vencido em Tenho a hon ra de ~llhmeter à consideraçào de Vossa
custas e honorários do advogado do vencedor, ressalva-
Excdência o anteprojeto de lei. em anexo. que dispõe
dos os casos de litigancia de má fé. sobre a criação do Juizado Especial de Pequenas Causas,
Parágrafo único. O litigante de má fé será condena- integrada na Justiça ordinária dos Estados, e regula o
' do a pagar multa à parte contrária, a qual não excederá o processo a ser adotado para o julgamento dos litígios de
valor da causa. natureza patrimonial e de reduzido valor levados à sua
apreciação.
XVIII 2. A elaboração do texto final do anteprojeto de lei
foi precedida de ampla consulta à opinião pública e aos
DisposIções Flnals
setores envolvidos na implantação e funcionamento do
• Art. 53. Não se instituirá o Juizado de Pequenas Juizado de Pequenas Causas. Em setembro de 1982, o
Causas sem a correspondente implantação das curado- Ministério da Desburocratização publicou o esboço do
rias necessárias e do serviço de assistência judiciária. anteprojeto que, juntamente com as sugestões recebidas,
Art. 54. O acordo extrajudicial, de qualquer nature- foi revisto por uma comissão, coordenada pelo Secre-
za ou valor poderá ser homologado, no juízo competente tário Executivo do Programa Nacional de Desburocrati-
independentemente de termo. valendo a sentença como zação, e integrada pelos juristas: Nilson Vital Naves, do
título executivo judicial. Gabinete Civil da Presidência da República; Kazuo Wa-
Parágrafo único. Valerá como título executivo ex- tanabe e Cândido Dinamarco, da Associação Paulista de
traj udicial o acordo celebrado pelas partes, por instru- Magistrados; Luiz Melíbio Machado da Associação dos
mento escrito, referendado pelo órgão competente do Juízes do Rio Grande do Sul; Paulo Salvador Frontini e
Ministério Público . Mauro José Ferraz Lopes, do Ministério Público de São
A rt. 55. As normas de organização judiciária local Paulo e Rio de Janeiro, respectivamente; e Ruy Carlos
poderão: de Barros Monteiro, do Ministério da Desburocrati-
I - estender a conciliação previ~r.a nos arts. 22 e 23 a zação.
causas não abrangidas nesta lei:
11 - criar colegiados constituídos por juízes em 3. Os problemas mais prementes, que prejudicam o
exercício no primeiro grau de jurisdição e atribuir-lhes desempenho do Poder Judiciário, no campo civil, podem
competência para os recursos interpostos contra decisões ser analisados sob, pelos menos, três enfoques distintos,
proferidas em pequenas causas não processadas na for- a saber: (a) inadequação da atual estrutura do Judiciário
ma desta lei. para a solução dos litígios que a ele já afluem, na sua
Art. 56. Não se admitirá ação recisória nas causas concepção clássica de litígios individuais; (b) tratamento
sujeitas ao procedimento instituído nesta lei . legislativo insuficiente, tanto no plano material como no
Art. 57. Esta lei entra vigor na data de sua publi- processual, dos conflitos de interesses coletivos ou difu-
cação. sos que, por enquanto, não dispõem de tutela jurisdicio-
Art. 58. Revogam-se as disposições em contrário. nal específica: (c) tratamento processual inadequado das
lote: 59
\ Caixa : 69
\ PL N° 1950/1983
6- 262

c'aus~ de reduzido valor econômico e conseqüente inap- 11. Desta forma, além da própria criação do Juizado
tidão do Judiciário atual para a solução barata e rápida Especial de Pequenas Causas, foram deixadas para a des-
desta espécie de controvérsia . ciplina da lei loca l diversas outras questões de organi-
zação judiciária, tais como: (a) o horário de funciona-
4. A ausência de tratamento judicial adequado para
mento do Juizado; (b) as condições e as formas de recru-

0e
as pequenas causas - o terceiro problema acima enfoca-
tamento dos árbitros e conciliadores; (c) a organização .
do - afeta , em regra , gente humilde, desprovida de ca-
da secretaria do Juizado e de seus serviços auxiliares
pacidade econômica para enfrentar os custos e a demora
correlatos; (d) o uso de meios técnicos, magnéticos ou
de uma demanda judicial. A garantia meramente formal
eletrônicos, para grav~ào dos atos processuais.
de acesso ao Judiciário, sem que se criem as condições
básica~ para o efetivo exercício do direito de postular em 12. Respeitada a competência da lei que, seguramen-
Juízo, nào atende a um dos princípios basilares da demo- te, irá atender às peculiaridades regionais ou locais, o an-
cracia, que é o da proteção judiciária dos direitos inidivi- teprojeto disciplinou o processo, a se desenrolar perante
duais. o Juizado Especial de Pequenas Causas, de maneira uni-
5. A elevada concentração populacional nas áreas forme, em todo o território nacional, como nào poderia
urbanas, aliada ao desenvolvimento acelerado das for- deixar de ser diante do sistema constitucional vigente; to-
davia, é assegu rado ao autor da ação o direito de escolha
mas de produção e consumo de bens e serviços, atua
pelo processo especial e próprio das pequenas causas, re-
como fator de intensificação e multiplicação de connitos,
gulado no anteprojeto, ou pelo rito comum, estatuído
principalmente no plano das relações econômicas . Tais
nas normas gerais do Código Civil. A opção do autor
connitos, quando não solucionados, constituem fonte
pelo Juizado Especial de Pequenas Causas foi permitid ~ ,
geradora de tensão social e podem facilmente
inclusive, nos casos em que o valor econômico do seu di-
transmudar-se em comportamento anti-social.
reito individual supere o limite fixado no art. )9, mas esta
6. I mpõe-se, portanto, facilitar ao cidadão comum o
opção importará, sempre e automaticamente, na renún-
acesso à Justiça, removendo todos os obstáculos que a
cia do titular do direito ao crédito excedente a esse limit!
isso se antepõem. O alto custo da demanda, a lentidão e
(artigo )9, § 29).
a quase certeza da inviabilidade ou inutilidade do ingres- I). O Juizado Especial de Pequenas Causas, por ou-
so em Juízo são fatores restritivos, cuja eliminação cons-
tro lado, tem por objeti~o permanente a busca da conci-
titui a base fundamental da criação de novo procedimen- liação das partes, que inspirou vários dispositivos cons-
to judicial e do próprio órgão encarregado de sua apli- tantes do anteprojeto. À luz deste princípio, limitou-se A
cação, qual seja o Juizado Especial de Pequenas Causas. competência do Juizado às causas patrimoniais, de val ~
7. Pelo sistema previsto no anteprojeto, o Juizado até 20 vezes do Maior Salário Mínimo, e, dentre estas,
Especial de Pequenas Causas combina os dois regimes pela razão p rática da eliminação de dúvidas quanto a va-
tradicionais de solução de connitos, através da conju- lor, às causas que objetivassem condenação a quantia
gação de mecanismos extrajudiciais de composição (con- certa, entrega de coisa certa ou cumprimento de obri-
ciliação e arbitragem) e de solução judicial propriamente gação de fazer derivada de relação de consumo de bens
dita (prestação jurisdicional específica). ou serviços e, finalmente, às que visassem à desconsti-
tuiçào ou declaraçào de nulidade de contrato relativo a
8. Para atingir seus objetivos primordiais. o antepro- coisas móveis ou semoventes (art. )9, I, 11 e III). Igu al
jeto idealizou o Juizado Especial de Pequenas Causas e o princípio inspirou a exclusão do Juizado para o julga-
processo a ser nele eguido , com obediência a vúrios mento de causas de natureza alimentar, falimentar, fiscal
princípios búsicos c específicos, a saber (a) f~cultativida­ e de interesse da Fazc!lda Pública, bem como as relativas
de; (b) busca perman~nte de conciliaçiio; (c) simplicida- a acidentes de trabalho, a resíduos, ao estado e à capaci-
de; (d) celeridade; (e) economia; (f) amplitude dos pode- dade das pessoas, estas últimas, mesmo que de cunho pa-
res do juiz. trimonial (art. )9, § 19).
9. A facultatividade está presente não só na previsão 14 . Da mesma forma, a necessidade de plena dispo-
de criação do juizado Especial de Pequenas Causas à nibilidade dos direitos submetidos à apreciação do Juiza-
opção dos Estados, como ainda na sua utilização facul- do teve como conseqüência correlata a exigência de total
tativa, a critério exclusivo do autor da ação, titular do di- capaci dade civil das partes envolvidas no processo, eis
reito violado ou exigível. que somente estas podem transigir livremente, sem res-
10. Preocupa-se o anteprojeto com a distinção entre trições de ordem formal ou procedimental.
as normas de processo civil, inseridas na competência da 15. Resulta daí que somente pessoas capazes podem
União, por força do disposto no art. )9, item XVII, letra ser partes no processo desenvolvido perante o Juizado
b, da Constituição, e as regras inerentes à organização Especial de Pequenas Causas, excluídos, ainda, o preso,
judiciária local, afetadas à competência da legislação lo- as pessoas juridicas,de direito público, a massa falida e o
caI. insolvente civil (art. 89 , caput). Excepcionalmente, foi ad-
7-
mitida a capacidade processual ativa do menor de 21 e tigantes. A isenção, po rém , não tem aplicação em caso
maior de 18 anos. sem necessidade de assistência (art. 89 , de recurso, que é sujeito a preparo específico (art. 52).
§2 9 ), sob a con sideração de que tais pessoas já dispõem Por outro lado, se a pa rte sucumbente recorrer e perma-
de di scernimento suficiente para, por si sós, cuidarem de necer sucumbente, será condenada a pagar as custas e a
seus interesses pa trimoniais de pequeno valor. As empre- taxa judiciária, inclusive as que foram dispensadas no
sa s públi cas da União não podem ser parte no processo primeiro grau de jurisdição, como se isenção nenhuma
& ulado no anteprojeto, porque sujeitas à jurisdição da houvesse existido (art. 53). Nesta última hipótese, o ven-
~tiça Federal, nos termos do que dispõe o art. 125, I, cido no segundo grau de jurisdição pagará ainda os ho-
da Constituição . norários do advogado do vencedor (art. 53). Idêntica
16. O Juizado Especial de Pequenas Causas objetiva, medida é aplicada ao litigante de má-fé, em qualquer
especialmente, a defesa de direitos do cidadão, pessoa grau de jurisdição. Acrescente-se que o desestímulo ao
física , motivo pelo qual somente este pode ser parte ativa recurso funciona , também, como fator de celeridade do
no respectivo processo. As pessoas jurídicas têm legitimi- processo.
dade exclusi va no pólo passivo da relação processual. 21. Considerações de economia ou barateamento de
Possíveis fraudes a esta regra foram evitadas com a proi- custos h;varam o anteprojeto a prever a facultatividade
bição inserta na parte final do art. 89 , § 19 , segunda o de assistência das partes por advogado (art. 99). Não se
qual estào excluídos do direito de propor ação, no Juiza- desconhece o valor da assistência judiciária, por advoga-
do, os cessionários de direitos pertencentes a pessoa jurí- do , às partes envolvidas em litígio judicial, mas certo é
dica . que a obrigatoriedade de tal assistência, nas causas de
pequeno valor econômico e reduzida complexidade jurí-
. 17. A simplicidade do processo foi obtida através da dica, pode impedir o ingresso da parte em juízo, afron-
adoção dos critérios de informalidade e oralidade. O arti- tando o preceito constitucional que assegura o livre aces-
go 14 do anteprojeto dispõe que os atos processuais se- so ao Judiciário para a satisfação de direitos individuais
rão válidos sempre que preenherem as finalidades para injustamente lesados. As pequenas lesões de direitos sa-

as quais forem realizados, independentemente da for!l1a crificam, indistintamente, os pobres e os mais afortuna-
de que se revistam . Preferentemente, estes atos serão dos. Quando a parte é pobre, é a ela assçgurado o direito
orais, não se materializando em registros escritos, e não a assistência judiciária gratuita. Todavia, a parte que não
se formarão autos, bastando o uso de fichas ou formu- é pobre bastante para obter este direito passa a não dis-
lários especiais. por de condições para buscar, no Judiciário, a realização
A 18. A celeridade do processo motivou o estabeleci- do seu pequeno direito lesado, uma vez que o seu reduzi-
~ento de ato único , onde se devem desenvolver todas ou do valor econômico não comporta o pagamento dos ho-
quase todas as etapas pertinentes à exposição, instrução norários profissionais de quem lhe irá prestar assistência.
e julgamento da causa, isto é, a sessão de conciliação e 22 . É importante considerar que o Juizado Especial
julgamento . Nesta sessão única as partes são ouvid'as e é de Pequenas Causas só irá processar e julgar causas pa-
tentada a sua conciliação; são colhidas todas as provas e, trimoniais de pequeno valor, do interesse de partes capa-
enfim, é proferida a sentença. Praticamente, só se reali- zes, ou seja, só se cuidará de direitos disponíveis entre
zam fora desta sessão os atos concernentes à apresen- partes que podem livremente transigir, o que, por si só,
tação da petição inicial e à citação do réu ou intimação perm ite a dispensa da assistência técnica por advogados .
de testemunhas. os quais se passam perante a Secretaria 23 . Por outro lado, se bem que facultativa, a inter-
do Juizado, sem necessidade de intervenção do juiz. venção do advogado, como assistente ou representante
Tudo mais é executado como parte integrante da sessão preposto da parte, não é proibida. O anteprojeto prevê,
de conciliação e julgamento, realizada ordinariamente inclusive, que, se uma parte comparecer assistida por ad-
num mesmo dia, salvo motivo relevante e excepcional. vogado ou, ainda, se for pessoa jurídica ou firma indivi-
19. Em respeito ao mesmo princípio de celeridade, duai, terá a outra, se quiser, direito à assistência judi-
foram reduzidas as hipóteses possíveis de incidentes pro- ciária (art. 99 , § 19 ). Assegura-se, com isso, perfeita equi-
cessuais, proibindo-se, definitivamente, a intervenção de valência ou igualdade jurídica entre as partes litigantes,
terceiros e reduzindo-se os prazos processuais. Foi admi- sem qualquer prejuízo para o ideal de Justiça que conti-
tido o litisconsórcio que, na prática, só irá existir à opção nua subsistente, apesar da simplicidade dos procedimen-
do autor, uma vez que, tratando-se de causas limitadas, tos idealizados no anteprojeto .
de cunho patrimonial, dificilmente poderá configurar-se 24. A facultatividade da assistência da parte, por ad-
o litisconsórcio unitário ou necessário. vogado, no primeiro grau de jurisdição, não prevalece na
20. A gratuidade do processo no primeiro grau de ju- fase recursal (art. 41, § 29), seja porque há interesse em
risdição, consistente na isenção de custas e taxa judi- desestimular o oferecimento de recursos meramente pro-
ciária, teve como fundamento o princípio de economia, telatórios, seja porque a participaçãó técnica de profis-
aqui entendido como barateamento de custos para os li- sionais habilitados passa a ser necessária para permitir o
Lote: 59 Caixa : 69
PL N° 1950/1983
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1
ferecimento, quando for o caso, de recurso eficaz con- conveniente a sua realização no próprio Juizado Especial
tra sentença judicial injusta, que a parte não poderia de Pequenas Causas, onde se desenvolveu o processo de
combater por seus próprios meios. con hecimento. Assim, excepcionalmente, a execução da
sentença passa a ficar a cargo de outro juízo que não o
25. Princípio fundamental seguido pelo anteprojeto
seu próprio prolator. A excepcionalidade, todavia, não
é, tam bém, o da ampliação dos poderes do juiz. A ele se traz consigo inconvenientes absolutos, nem invalidam as
reservou posição de extrema relevância, através da atri-
inovações introduzidas pelo anteprojeto, as quais con a
buiçào de dirigir O processo com ampla liberdade: a)
tuem, apenas, o instrumento legal necessárío para'tllllp"
para determinar as provas a serem produzidas; b) para
criaçào efetiva do Juizado Especial de Pequenas Causas
apreciar aquelas que, efetivamente, o forem; e c) para
que irá atender, em cada unidade da Federação, as pecu-
dar especial valor às regras de experiência comum ou téc-
liaridades e as necessidades ali verificadas.
nica. ainda que não expressas em qualquer ato material
31. As sentenças homologatórias de conciliação ou
do processo (art. 4 9). Além disso, desde que atendidos os laudo arbrital são irrecorríveis. Contra as demais cabem
fins sociais da lei e as exigências do bem comum, ao juiz
embargos infringentes a serem julgados no próprio Jui-
foram conferidos poderes para dar a cada caso a solução
zado (art. 41). Os julgadores do recurso serào três juízes
que reputar mais justa e equânime (art. 59).
em exercício no primeiro grau de jurisdição que se reuni-
26. Observados os princípios fundamentais acima
rào na sede do Juizado para proferir sua decisão (art. 41,
expostos, o anteprojeto adotou esquema procedimental
§ 19 ). Desta forma, aeelara-se o julgamento dos embar-
bastante simples. Supõe ele, após a apresentação do pe-
gos infringentes, sem congestionamento dos Tribunais
dido e a citação do réu, o desenvolvimento de fase prévia
de 2- Instância, ao mesmo tempo em que se assegura às
de conciliação, anunciada às partes pelo juiz, que as ad-
partes a revisào da setença por outros juízes que nã o
vertirá dos riscos e das conseqüências do letígio (art. 22).
seu original prolator.
A tentativa de conciliação será conduzida ou pelo pró-
32. Os embargos infringentes, em regra, terão efeito
prio juiz, ou por conciliador, sob sua orientação (art.
meramente devolutivo e seu processamento indepenile
23).
de despacho do jlliz, cabendo à própria Secretaria do
27. Obetida a conciliação, será ela reduzida a escrito
Juizado receber a petição escrita do embargante (art. 42)
e. imediatamente, homologada por sentença judicial,
e providenciar o preparo do recurso (art. 42, § 19 ), bem
com força de título executivo (art. 23, parágrafo único). como a intimação do embargado para a devida resposta
Nào sendo possível a conciliação, dupla alternativa é
(art. 42, § 29 ). Excepcionalmente, o juiz poderá dar a. ,
apresentada às partes: a) ou optam ambas, por acordo, embargos efeito suspensivo, para evitar dano irrepará.
pela instauração do juízo arbitral, o que é efetivado pela à parte (art. 43).
escolha do árbitro. independentemente de termo de com-
promisso (art. 25); ou b) sào elas encaminhadas ao juiz 33. Os caos de obscuridade, contradição, omissão ou
para a realização da audiência de instrução e julgamento divída, na setença ou no acórdão que julgar os embarcos
(art. 28). infringentes, serão solucionados por meio de embargos
28. Na audiência, o juiz ouve as partes, ouve as pro- declaratórios (art. 47). Os erros materiais podem ser cor-
vas e, enfim, prolata a sentença (art. 29). O anteprojeto rigidos de ofício (art. 47, parágrafo único).
nào estabelece qualquer ordem para a realização dessa
34. Nào se admitem quaisquer outros recursos, sen-
audiência que é dirigida, e"clusivamente, pelo juiz. Não
do, inclusive, inadmitida a ação rescisória (art. 57),
foi prevista expressamente a hipótese de sustentação oral
esgotando-se, assim, toda a prestação jurisdicional no
do direito à parte, quando estiver ela assistida por advo-
próprio Juizado Especial de Pequenas Causas. Diante
gado, eis que esta assistência é facultativa. Além disso, a
disso, foi necessário prever a ineficácia da sentença con-
exposição feita pela própria parte, com simplicidade e
denatória deste Juizado, na parte que exceder a sua alça-
singeza, é elemento importante para permitir ao juiz de-
da legal (art. 39).
cidir o caso, dando-lhe a solução mais justa e equânime.
35. Por fim, o anteprojeto previu a homologação ju-
29. As questões que possam interferir na realização
dicial ou o referendo do Ministério Público aos acordos
normal da audiência serão decididas de plano pelo juiz
ou transações extrajudiciais, para dar-lhes eficácia de
(art. 29, § 19 ). Qualquer outra questão deve ser decidida
título executivo (art. 55), bem como autorizou a legis-
na sentença.
laçào local a: a) estender a fase de conciliação a causas
não abrangidas na competência jurisdicional do Juizado;
30. Por questões de ordem prática, não se previu, no e b) criar colegiados compostos dejuízes em exercício no
anteprojeto, a execução da sentença proferida, a qual se- primeiro grau de jurisdição, dando-lhes competência
rá realizada em qualquer juízo competente da justiça co- para julgar os recursos de decisões proferidas em peque-
mum (art. 40). A impossibilidade do estabelecimento de nas causas não processadas parante o Juizado Especial
atos exclusivamente orais na fase de execução torna in- de Pequenas Causas (art. 56, I e 11).
- 9--

36. A implantação efetiva das curadorias necessárias cesso de democratização ora conduzindo por Vossa Ex-
e do serviço de assistência judiciária foi, anida, erigida celência com o apoio de todos os brasileiros.
em condiçào indispensável para a própria instituição do Aproveito a oportunidade para renovar a Vossa Exce-
Juilado (art. 54). lência os protestos do meu mais profundo respeito . -
Hélio Deltrão, Ministro Coordenador e Orientador do
37. Enfim, assegurar justiça ampla e eficaz constitui
Programa Nacional de Desburocratização.
A ever maior do Estado, e o anteprojeto de lei destina-se
Trecisamentc a dar cumprimento a esse dever. Na medi- (A Comissão de Constituição e Justiça.)
da em que estende a proteção judiciária, hoje insuficien-
te. ao homem comum, insere-se ele, por inteiro, no pro- Pu blic,do no DCN (Seçào 11 ). de 26-6-K4

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HOO/ S/ 84
SENADO FEDERAL
PARECER
N.o 431, de 1984
Da Comissão de Constituição e Jus- No mérito, a matéria visa a dar t rata-
• t iça, sob.re o Projeto de Lei d a Câmara mento adequado às causas de reduzido va-
n. O 126, de 1984 (n.o 1.950-C/83 Câma- lor econômico, por meio de solução judiciá-
ra dos Deputados, que "dispõe sobre a ria rápida e barata, uma vez que - como
criação e o funcionamento do Juizado conclui a Exposição de Motivos - tais con-
Especial de Pequenas Causas". flitos, quando não solucionados devidamen-
Rela tor : Senador P assos Pôrto te, constituem fonte geradora de tensão so-
cial que deve ser sempre evitada.
O proj eto em exame, originário do Poder Na Câmara, o proj eto foi aprovado com
Executivo, estabelece a possibilida de d e cria- emendas que aperfeiçoaram o projeto origi-
-0, nos Estados, Distrito Fed eral e Territó-
n Jl, vindo a matéria ao exame desta Casa.
" dos Juizados Especiais de Pequenas
• usas, definidos como órgãos da Jus tiça or- Voto do Relator •
dinária, para processo e julgam ento, por
opção do autor, de certas causas de reduzi- Do ponto de vista de conveniência e opor-
do valor econômico, excluídos litígios que, tunidade, n ão ten ho dúv' da em reconhecer
em razão da matéria. continuam s uj eitos que, realmente , a proposta de criação e fun-
ao regime p roceos ual comll m independente- cionamento do Juizado Especial de Peque-
mente do seu valor. t ais como. as causas de nas Causas antede aos inter esses da Nação
natureza alimentar, falim entar , fiscal e de e. em especi al. da população carente d e J us-
interesse da Fazenda P ública, bem como as tiça efetiva e eficaz. De fato , é notório que.
relativas a acidentes do trabalho, fi resíduos se o Judiciário é, hoje, deficiente para re-
e ao es tado e capacidade (l.as pe,,;,o as , ainda solver sati fatoriamente os litígios de m aior
que de cunho patrimonial. valor econômico, (:om rel:?ção à , pequenas
Na Exposição de !'."-otiv'Ü's que acompanha causas é possível afirmar a própria inexis-
a Mensagem Pr, sid e:lcial, é a~ sinalaido que tência de aparelhamento judicial próprio
o .~istema previsto no projeto combina os para solucioná-las. Dessa forma. os peque-
dois regimes tradicionais de solucão de con- nos litígios ou ficam sem solução alguma,
d c.~ :1pontando ou recalcando máguas e des-
flitos , mediante mecanismos extrajudiciais
de composição (conc'liacão e arb'tragE'm) e contentamentos que. acumulados, poderão
de solucão judici "l nrop..-hml"llte dita (pres- gerar conseqüências danosas à sociedade, ou.
tacií.o jurisdicional e.~uecífica ) . Adiante. des- ainda, são esses litígios solucionados d e for-
t aca que, para atingir .seus ob.i etivos primor- ma i.nl'l deouarl a. sei::\. pf'~O 1'.· 0 de violência,
diaL~ , o projeto idealizou o Juizado Especial
se.ia pela intervencão d e terceiros Que não
de Pequenas Causas e o processo a ser nele estão preparados para arbitrar conflitos e
seguido. com obediência a vá,rios princí- terminam, s empre, por coagir alguma das
pios básicos, a saber: (a) facultatividade; partes a aceitar as imposicões da outra.
(b) busca permanente Qe conciliacâo: Administrar 9. Justiça constitui dever pri-
(c) simnIícidade: (d) celeridad'e ; (e) econo- mordial do Estado e assim, o projeto disci-
P'!i; ' ? (f) amplitude dos poderes do juiz. plinador do Juizado Especial de Pequenas
I
, .,

. °l ) -2
I

Causas deve ser aprovado por sua relevante cutivo no sentido de impor ao recorrente,
finalidade de permitir que também os lití- vencido, o ônus dessa condena.ção no caso
g:os d,e pequena monta, nos quais são inte- de o recurso vir a ser desprovido.
ressados, em regra, as pessoas de poucas Diante do exposto, como inexistem óbices
posses, tenham solução judicial adequada. constitucionais ou de tecnicalidade legisla-
Quanto aos aspectos jurídicos e técnicos tiva, m eu parecer é p.ela aprovação do pro-
do projeto, entendo que o projeto se compa- .i etc, com as seguintes emendas:
Ubiliza com as normas constitucionais vi-
gente e não merece reparos, a não ser em EMENDA N.o 1 - CCJ
alguns pontos, nos quais deve er emendado Substitua-se, no art. 42, o termo "embar-
para melhor aclaramento e compreensão. gan te" por "recorrente".
Assim é que, no art. 42, que trata do re- EMENDA N.o 2 - CCJ
curso, foi usado o termo "embargante", ina-
dequado à hipótese porque não foram pre- Inclua-se novo artigo com o n.o 46, renu-
vi tes embargos à sentença do primeiro grau merando-se os sub.~eqüentes, vigorando o
de jurisdição. Daí, ser necessário substituir preceito adicionado com a seguinte redação:
esse termo por "recorrente". "Art. 46. Se a sentença for confirma-
O art, 46 do projeto original do Ex·e cut;va Ca pelos próprios fundamentos, a súmu-
dispunha que "se a sentença for confirmada la do julgamento servirá de acórdão."
por seus próprios fundamentos, a sÚmul:J.
do julgamento servirá de aJcórdão" . oendo es- EMENDA N.o 3 - CCJ
sa disposição suprimida, por emenda, na Acres·c ente-se ao art. 46 (numeração
Câmara. Todavia, parece-nos ser convenien- atual) do projeto, logo após a expressão
te manter o dispositivo suprimido, porquan- "na sentença" a expre.ssão "ou acórdão".
to, havendo recurso contra a sentença de
primeiro grau a ser julgado por um colegia- EMENDA N.o 4 - CCJ ,
co, deverá haver, também, o acórdão julga- Acrescente-se, no final do art. 50 do pro-
dor do r ecurso e, nessas condições, a súmula jeto, a expreosão: "em primeiro grau de ju-
do julgamento na fase recursal poderá ser risdição" .
s uficiente para a decisão, quando a sentença
for confirmada por seus próprios funda- EMENDA N.o 5 - CCJ
mentos. O art. 52 do projeto passa a ter a segu.·
Também porque é possível a interposição te redação:
de recur so, parece-me nece sário prever o "Art. 52. A sentença de primeiro
cabimento de embargos de declaração para grau não condenará o vencido em custas
uprir dúvidas, emis sões, contradições ou e honorários de advogado, res,salvados
obscuridades do acérdão do colegiaàD julga- os casos de litigânCia de má fé. Em se-
dor, motivo pelf' qual deve ser a matéria
objeto de previsão específica no art. 46 d':> gundo grau o recorrente, vencido, paga-
projeto, na versão aprovada pela Câmara, rá as cU.3 ~as e honorários de a '°'1ogado
artigo esse que deve er renumerado. em que serão fixados entre 10 % (dez por
funcii0 co arréocimo da regra anteriormen- cento) e 20% (vinte por cento) do valor
te indicada, no que concerne à súmula do da condenação ou, não havendo con-
julgam nto do recurso. denação, do valor corrigido da causa."
Por fim, no art. 52, o projeto, em sua re- Sala das Comissõe,s, 22 de agosto de 1984.
dação atual, ó prevê a condenação do ven- - Helvíd'io Nunes, Presidente - Passos Pôr-
cido ao pagamento de custas e honorários to, !Relator - Octávio Cardoso - Odacir
.de advogado, quando for litigante de má fé, Soares -- Enéas Faria - Hélio Gueiros
parecendo-me ser conveniente, neste parti- ,'lmnral Furlan - José Fragelli.
cular, re taurar a proposta inicial do Exe- Publicado no DCN (Seção II) de 30-8-84

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800/8/84
SENADO FEDERAL
PARECER
N.o 471, de 1984
(Da Comissão de Redação)

Redaçã.o final das emendas do Sena- mula do julgamento servirá de acór-


do ao Projeto de Lei da Câmara n.O 126, dão."
de 1984 (n. o 1 .950/83, na Casa de ori-
gem) . EMENDA N.o 3

Relator: Senador Saldanha Derzi (Corresponde à Emenda n. o 3-CCJ )
A Comissão apresenta a redação final das Acrescente-se ao art. ~6 do Projeto, a ser
emendas do Senado ao Projeto de Lei da renumerado como art. 47, logo após a ex-
Câmara n,o 126, de 1984 (n. o 1 .950/8'3, na pressão "na sentença" a expressão "ou acór-
Casa de origem ), que dispõe sobre a criação dão".
e o funcionamento do Juizado Especial de
Pequenas Causas. EMENDA N.o 4
Sala das Comissões, 12 de s etembro de (Corresponde à Emenda n.O 4-CCJ )
....984. - João Lobo, Presidente - Saldanha
. erzi, Relator - Jorge Kalume. Acrescente-se ao art. 50, in fine, do Pro-
jeto, a ser renumerado como art. 5.1 . a ex-
ANEXO AO PARECER pressão "em primeiro grau de jurisdição".
N.o 471, DE 1984
Redação final das emendas do Sena- EMENlDA N.o 5
do ao Projeto de Lei da Câmara n. O 126, (Correspondente à Emenda n.o 5-CCJ)
de 1984 (n.o 1. 950/83, na Casa de ori-
gem), que d'ispõe sobre a criação e o O art. 502 do Projeto, a ser renumerado
funcionamento do Juizado Especial de como art. 53, passa a vigorar com a s'e guin-
Pequenas Causas. te redação :
EMENDA N° 1 "Art. 53 . A sentença de primeiro
(Corresponde à Emenda n.o l-CCJ ) grau não condenará o vencido em
custas e honorários de advogado, res3al-
No art. 42 do Projeto vados os casos de litigáncia de má fé.
Onde se lê: "embargante" Em segundo grau, o recorrente, vencido,
Leia-se: "recorrente" pagará as custas e honorários de advo-
EMENDA N.o 2 gado, que serão fixados entre 10 % (dez
(Correspondente à Emenda n.o 5-CCJ) por cento ) e 20 % (vinte por cento ) do
valor de 'c ondenação ou, não havendo
Acrescenta ao Projeto o seguinte art. 46, condenação, do valor corrigido da cau-
renumerando-se os demais: sa."
"Art. 46 . Se a sentença for confir-
mada pelos próprios fundamentos , a sú- Publicado no DCN (Seçã.o lI ) de 13-9-84

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800/9/84
/ i)

CONGRESSO NACIONAL

PROPOSTA DE EMENDA A CONSTlTUIÇAO


N.o 3, de 1984
Altera o art. 42 da Constituição Fe- fica ainda mais patente que o Senado Fe-
deral em seu inciso m, estendendo a deral tenha poderes de inquirir, aprovar ou
competência do Senado Federal para mesmo rejeita:r, se for o c a.so , o nome indi-
aprovar previamente a indic~ã.() do ca:do pelo Presidente da República para
• Ministro-Chefe do ISNI. ocupar tão importante posto no Aparelho
de ,Estado. Essa justificativa encontra ainda
As Mesas da Câmara dos DeputadOs e do forte defesa se levarmos em consideração
Senado Federal promulgam a seguinte que o Congresso Nacional representa ver-
emenda à Constituição 7 dadeiramente os interesses da sociedade
Artigo único . O inciso III do art. 42 da como um todo. Os parlamentares eleitos pelo
Oonstituição F1ederal passa a vigora.r com a voto são os verdadeiros representantes dos
seguinte redação: . cidadãos e com eles têm um compromisso

_n-rt. 42 . . . ..... . .. . ....... ..... . . ... . . .


Aprovar ,previamente, por voto g'e-
ereto, a escolha de magistrados, nos casos
de1Jerminadoo pela Constituição, dos Minis-
que é o de honrar o mandato conquistado,
compromisso este firmado em jura:mento
público no início de cada legislatura. Assim,
sendo a Segurança Nacional um princípiO
que envolve todos os cidadãos, seria a maior
tros do Tribunal de Contas da União, do das contradições do direito democrático ne-
Ministro-Chefe do Serviço Nacional d'e In- gar a:o Poder Legislativo, atraNés do Senado
formações, do Governador do Distrito Fe- Federal, a atrilbuição que pl1eceitua nossa
deral, bem como dos Conselhei;ros do Tri- proposta de Emenda Constitucional.
bunal de Contas do Distrito Federal e dos Em tereefu.'o lugar, existe a necessidade de
Chefes de Missão diplomática de caráter se evitar a l'~etição de tantos excessos
permanente. cometidos pelo SNI, no passa:do e no pre-
Justific~ão sente e tantos outros episódios que até hoje
presente Emenda Constitucional tem peI'lmanecem em segredo e sem nenhum es-
por objetivo contribuir para o processo de clarecimento. Essa intocabilldade, onde so-
redemocratização do Pais, principalmente mente o PTesidente da República e mais
no que tange ~ prerrogativas do Congresso ninguém tem o dir,e lto de interferir, ao in-
Nacionrul anuladas dl.L1"ante todos esses anoo V'és de cri9ir uma boa imagem ,p ara o SNI
pelos diversos governos autoritários. manchou o seu nome e desmoralizou-o pe-
rante a opinião pública. Portanto, nada
Levando-se em consideração que em qual- mais justo do que procurar impedir que
quer regime democrático o Oongresso Na- esses fatos continuem se repetindo e isto só
cional tem, como uma de suas atrihuições, será possível atr9ivés da adoção de critérios
o direito de .fiscalizar os atos do Executivo, mais democráticos de escolha. Dessa ma-
sem que isto quebre o prinCípio fundamen- neira, estaremos oon tribuindo para que o
tal da divisão dos poderes, entendemos que SNI cumpra realmente o seu papel e não
nossa proposta de Em-enda Constitucional distancie de sua tarefa fundamental que
é plenamente satisfatória. é a salvaguarda da defesa e dos interesses
Por outro lado, no que se refere à questão do País.
da Segurança Nacional, da informação e da Finalmente, não podemos mais entender
contra-informação, que ·envolve cidadãos; o conceito de Segurrunça 'como ele tem sido
,
\

Lote: 59 Caixa : 69
PL N° 1950/1983
-2 268
definido até hoje pelos diversos governos Dja1ma Falcão - JG de Araújo Jorge
desde 1964. O sistema de segurança numa Raimundo Urbano - Carlos Cotta -
sociedade democrática existe para servir aos Marcos Lima - Randolfo Bittencourt -
cidadãos e não para policiá-los. Definir a Miguel Arraes - Argilano Dario - Ciro
Segurança como sendo um principto de Nogueira - Fernando de Santana - Alen-
combate à tão apregoada "guerra subversi- car Furtado - Francisco Dias - José Car-
va" é reduzi-la a mais perigosa condição los Vasconcelos - Aldo Arante.s - Iran a
do maquiavelismo. Além d~ ser um conceito Saraiva - Henrique Eduardo Alves - Crt:>'W
ultrapassado de segurança que atendia a tina Tavares - Mário Frota - Pimenta da
interesses bem determinados em uma época Veiga - DUson Fanchin - Beth Mendes
também já superada, ele só gerou o ódio, - Manoel COsta - José Melo - Dante
a corrupção, a impunidade e a própria in- Oliv.eira - Márcio Macedo - paulo Borges
segurança. O SNI, filho dessas idéia.s absur- - Wagner Lago - Carlos WiLson - Mar-
das, tornou-se onipotente e enveredou por celo Cordeiro - Mário Hato - Wnson Vaz
caminhos que não eram os seus. - H3lio Manhães - Celso Sabóia - Airton
Soares - Jorge Leite - Abdias Nascimento
No Brasil de hoje, onde a passagem d~ - Ooutinho Jorge - Gastoni Righi - Wal-
um longo período antidemocrático marca o bel' Guimarães - Oarlos Sant'Ana - Man-
renascimento da democracia, se faz neces- sueto de Lavor - Heráclito Forte - Bran-
sário, desde já, pre,p a.rar o seu caminho. l!: dão Monteiro - Orestes Muniz - Wall
com essa intenção que encaminho ao Con- Ferraz - Manuel Viana - Paulo Zarzur
gresso Nacional uma proposta que conside- - Josué de Souza - Sérgio Ferrara -
ro como imbuída do mais elevado sentimen- Olavo Pires - Francisco Pinto - Egidto F.
to democrático. Lima - Samir Acllôa - Ibsen Pinheiro !-
Nadir Rosseti - Clemir Ramos - NUton
SENADORES: Henri'q ue Sa,ntillo - Alv~ro Alves - Geovani Bo,r ges - Iturival Nas-
Dias - Saldanha Derzi - José Fragelli - cimento - Brabo de Carvalho - José Ta.-
Gastão Müller - Humberto Lucena - Al- vares - Jacques D'Ornellas - paulo Mar-
berto Silva - Enéas Faria - Itamar Fran- ques - Daso Coimbra - Moacir Franco
co - Marcelo Miranda - Hélio Gueiros - - Renato Bueno - Renato Vianna - Fer-
Alf.redo Campos - Mário Maia - Maura nando Cunha - Oswaldo Lima Filiho -
Borges - Alexandr'e Cos,t a - Fábio Lucena João Divino - Jorge Vianna - Antônio
- Jaison Barreto - Severo Gomes - Pe- Câmara - Hélio Duque - Vic'e nte Queir<]i.
dro Simon - Fernando H. Cardoso - José - Marcondes pereira - Juarez Batista •
Ignácio - Nelson Carneiro - Roberto Sa- Airton Sandoval - LeopOldo Bessone -
turnino. Alberto Goldman - Walmor de Luca -
DEPUTADOS: Genebaldo Correia Fernando Gomes - João Seixas Dória - '
Francisco Amaral - WUdy Vianna - Myr- Juarez Bernardes - José Eudes - José
thes Bevilacqua - José Fogaça - Raimun- Frejat - Haroldo Sanford - Sebastião Ro-
do Leite - Eduardo Matarazzo Suplicy - drigues Jr. - Jorge Carone - Luiz Dulci
Raymundo Asfora - Sebastião Nery - Luiz - Carlos Peçanha - Roberto IRollemberg
Guedes - Ruy Codô - Jorge Medauar - - João Herl1Illann - Ohagas Vasconcelos
Anselmo Perara - Jonas Pinheiro da Silva - Sérgio Cruz - Luiz Henrique - cardoso
- Valmor Giavarina - Sebastião Athalde Alves - José Genoino - Tobias Alves -
- Theodoro Mendes - Mozarildo Cavalcan- Aurélio Peres - Amaury Müller - Do-
te - Alcides Lima - Octacílio Almeida - mingos Leonel - Jesse Freire Filiho -
Luiz Baptista - Ralph Biasi - Albino Moysés Pimentel - Celso Peçanha -
Coimbra - Rosa Flores - João Bastos - Siegfried Heuser - Odilon Salmoria -
Mário d'e Oliveira - José Maranhão - Agnaldo Timóteo - Djalma Bom - OUvir
Márcio Braga - Matheus Schmidt - Már- ' Gabardo - Gilson de Barros - José Men-
cio Lacerda - José Ulisses - Elqulsson donça Bezerra - Lrma Passoni - Jarbas
Soares - Cid Carvalho - Renan Calheiros Vasconcelos - Jackson Barreto - JOsé Ma-
- João Herculino - Epitácio Cafeteira - ria Magalhães - Paulo Mincarone - Lud-
João Gilberto - Jorge l...·equed - Irajá gero Raulino - Joaquim Roriz - Euclides
Rodrigues - Sérgio Murilo - Iranildo Pe- Scalco - Geraldo Fleming - Floriceno
reira - Mário Juruna - Roberto Freire Paixão.

Centro Gráfico do Senado Federal - Brasília. - DF


2.500/3/84
CONGR·ESSO NÀCIONAL

PROPOSTA DE EMENDA A CONS'fITUIÇÃO


N,o 4, de 1984

Altera art. 43 da Constituição Fe- monetário serão enviados pelo Presi-


deral em seu inciso fi; o art. 65 em dente da República ao Congr-esso Na-
, seu § 2.° e o art. 66 e seus §§ 1.°, 4.° cional, para votação conjunta das duas
e 5.°, para permitir ao Congresso Na- Casas, ,até 4 (quatro) meses antes do
cional discutir e votar a proposta. do início do exercício financeiro seguin-
orçamento monetário. te; se, até 30 (trinta) dias antes do
As !Mesas d,a Câmara dos Deputados e do encerramento do exercício f1nanceiro,
Senado Federal pr9mulgam a seguinte o Poder Legislativo nlio o devolver pa-
Emenda à Constituição: ra sanção, será promulgado como lei.
·A rt. 1.0 00 inciso II do art. 43 da Cons- § 1.0 Organizar-se-á comissão mista
~l tuição Federal pa&a a vigorar com a se- de Sen lidores e Deputados paar exami-
. ,uinte redação: nar o projeto de lei orçamentária e o
projeto do orçamento monetário e so-
"Art. 43 . . .. . . .... .... . .... . . . . . .. . bre ele emitir parecer.
l i - orçamento anual e plurianual; .. ... .. . ... .. . .. ..... .... ... . .... . . ..
orçamento monetário; abertura de ope-
ração de crédito; dívida pública; emis- § 4.° Aplicam-se ao projeto de lei
sões de curso forçado." orçamentária e ao projle to do orça-
mento monetário, no que não contra-
Art. 2.0 O § 2.° do art. 65 da Constitui- r iem o disposto nesta seção, as de-
ção Federal passa a vigorar com a seguin- mais normas relativas à elaboração
te redação: legislativa.
"A·r t. 65. . .. . ..... .. . . .. . .... . . . . . .
§ 5.° O Presidente da República po-
§ 2.° Observado, quanto ao projeto de doe rá enviar mensag>em ,a o Congresso
lei orçamentária anual e ao projeto do or- Nacional par,a propor a modificação do
çamento monetário, o disposto nos §§ 1.0, projeto de lei orçamentária e do pro-
2.° e 3.° do artigo seguinte, os projetos de jeto do orçamento monetário, enquan-
lei mencionados neste artigo somente re- to não estiver concluída a votação da
ceberão emendas nas Comissões do Con- parte cuja alberação é proposta."
gresso Nacional sendo final o pronuncia~
mento das Comissões, salvo se um terço Justificação
. dos membros da Câmara respectiva, pe-
dir ao seu 'Presidente a votação em ple- No momento em que o Gove.rno pensa na
nário, que se fará sem discussão, de emen- criação de um estatuto para disciplinar as
da aprovada ou rejeitada nas Comissões. normas de funcionamento das empresas
Art. 3.° O caput do art. 66 e seus §§ 1.0, estatais, desde o investimento até a políti-
4.° e 5.°, passam a vigorar com a seguin- ca de salários, uma questão d·eve ser co-
te redação: locada para o próprio Gorverno: desde
quando já se cumpriu as meta.<> do orça-
"Art. 66. O projeto de lei orçamen- mento mQnetário? A bem da 'Verdade, tu-
tária anual e o projeto do orçamento do ,p arece muito estranho ihoje porque são
Cai.a : 69
Lote : 59
PL W 1950/1983
-2-
269
os próprios executores da política econô- o orçamento monetário, torna- ~, portanto,
miia, governamental que vem afirmar a uma medida urgente que deve ser reivin-
necessidade de se conter a expansão mo- dicada pelo Legislativo como parte de suas
netária sem que ninguém interfira em sua atribuições mais legItimas.
ex·ecução. O Governo fala forte e fala em
"cortar 00 descalabros existentes atual- SENADORES : Henrique Santillo - Al-
varo Dais - Fernando H. Cardoso - Se-
mente nas empresas públicas". Pois bem,
de que adiantam os decretas-lei "discipli- vero Gomes - Al1lredo Campos -
Fragelli - Marcondes Gadelha - Guilher-
Jos'é4t
nares" baixados por um Governo que in-
siste em deciidir sozinho a.s metas e-co- me Palmeira - Passos Pôr to - Nelson
nômioas? Carneiro - Hélio Gueiros - !Altevir Leal
- Jorge Bornhausen - Marcelo iM1randa
No que se refere ao orçamento mone- - Luiz Cavalcante - Mário !Maia - Mar-
tário, propri amente dito, alguns economis- tins Filho - Aliberto Silva - Itamar Fran-
tas do Governo até já chegaram a defen- co - Dinarte Mariz - Affonso Camargo
der sua extinção pura e simples propondo - - Pedro Simon - Gastão Müller.
sua inclusão no Orçamento da União. Ago-
ra, pergunto eu, seria uma solução? Acre- DEPUTADOS: Sérgio PhHomeno - José
dito que não. No nosso modo de enten- Frejat - Fernando Gomes - Luiz Bac-
der, a verdadeira solução estaria sim na carini - Leopoldo Bessone - Sérgio Fer-
demoiratizacão das decisões econômicas. ra.ra -' Theodoro Mendes - José Tavares
Assim, a ch'ave do problema não é extin- - Raimundo Urbano - Airton Soares -
guir o orçamento monetário mas discipli- Casildo Maldaner - Paulo Guerra - Alui-
nar a competência do seu executor que é sio Bezerra - Wlldy Vianna - José Ulil-
o Conselho Monetário Nacional. Como ór- ses - Sebastião R. Júnior - Alfredo Mar-
gão máximo do sistema financeiro nacio- ques - Hélio Duque - França Teixeira
nal, cabe ao Conselho, formular a política - Jorge lCury lAroldo Moletta - Harr,Y
da moeda e do cl'édito em todo País. To- Amorim - Ralph Biasi - Oelso lPeçanha
davia, durante todos esses anos de autori- - José MaJranhão - Raymundo Asfora -
ts..rismo político e econômico, o Conselho Elquisson Soares - Fernando Santana -
Monetário foi assumindo poderes e atri- Arthur Virgilio Neto - João Bastos - Car-
buições cada vez maiores, transformando- doso Alves - Carlos Mosooni - Nosser
se assim num verdadeiro conselho nacio- Almeida - WaU Ferraz - Sérgio Cruz
nal de economia, extrapolando mesmo o Edme Tavares - Tarclsio Buriti - J _
âmbito original da competência para a de Araújo Jorge - Sérgio Lomba - Már-
qual foi criado. O resultado de toda essa cio Lacerda - Paulo Borges - Epitácio
política são as distorções que se acumula- Cafeteira - José '!1homaz Nonô - Walber
ram no sistema econômico e social, a Guimarães - Tobias Alves - Aércio Bor-
acumulação de um déficit público de cer- ba - José Carlos Vasconcelos - Orestes
ca de 10 (dez) trflhões de cruzeiros e a Muniz - Valmor Giavarina - José Eu-
completa desestruturação financeira das des - Manoel Costa - Francisco Sales -
empresas estatais. O caso da PETROBRAS Jiulio Oaruso - Geraldo Renault - Mar-
serve oomo exemplo. Apresentando na rea- cos Lima - Sinval Guazzelll - Roberto
lidade um prejuízo de oitenta bilhões de Rollemberg - Jorge Carone - Nadk Ros-
cruzeiros, este foi anulado pelos artifícios setti - Clemir Ramos - Brandão Montei-
criados pelos tecnocratas e o resultado é ro - Vicente Queiroz - Jacques D'Ornel-
que o prejuízo se transformou em lucro las - Moisés Pimentel - Francisco Erse
"simbólico" de dez a quinze bilhões de cru- - Abdias Nascimento - !Manoel lRibeiro
zeiroo. - Matheus Schmidt - Arildo Tele·s - João
Herculino - Francisoo Amaral - Gasto-
Desta forma, o que não é mais possível ne Righi - Luis Guedes - Antônio Pon-
é que o orçamento monetário continue tes - Domingos Leonelli - Djalma Fal-
atuando oomo o caixa dois do orçamento cão - Saulo Queiroz - RIalmundo Leite
fiscal fonte de recursos para qualquer gos- - Ronaldo Campos - Dionísio Hage -
to de prioridade até duvidosa. Doreto Campanari - Luis Leal - Ri'car-
do Ribeiro - Stélio Dias - Carlos Sant'Ana
Nossa Proposta de Emenda à Constitui- - Iram Saraiva - Leorne Belém - Car-
ção visa, portanto; corrigir essas distor- los Eloy - Mário Juruna - Ochacil1o de
ções através da democratização das deci- Almeida - João Hermann - Alcides Lima
sões econômica.s em um momento em que - Daso Coimbra - Walmor de Luca -
o Congresso Nacional acha que é chegada Haroldo Sanford - Márcio Braga - Ge-
a hora de fiscalizar a competência de 'a l- n ebaldo Correia - Aldo Arantes - Dilson
guns órgãos do Executivo. Discutir e votar Fanchin - !Renato Vianna - Cid Carva-
- 3
_ r
lho - Wolney Siqueira - Albino Coimbra do Matarazzo Sipllcy - Ruy Côdo - 'r-
- Ibsen Pinhei["o - Jorge Uequed - Gui- Ios Vinagre - Celso Sa;boia - ~aulo Mar-
do Moesch - Joaquim Roriz - Heráclito ques - Carlos Wilson - Sérgio Murilo -
Fortes - Geovani Borges - Francisco Dias Oswaldo Lima Filho - Gilson Garci,a -
- Theodorico Ferraço - Marcondes Pe- Mozarildo Cavalcanti - José Mendonça de
reira - Nilton Alves - Seb~tião Nery - Morais - Eduardo Gal1l - José Lourenço
. ,dl Pereir,a - Mário de Oliveira - San- -- Julio Martins - Cristina Tavares -
~o Furtado - !Euclides Scalco - lAlen- Híél10 Manhã es - lDante Olilveira - Ro-
car Furtado - Mansueto de Lavor Israel berto Jefferson - Hermes Zaneti - lMar-
IP1nheiro - Gorgônio Neto - Ludgero Rau- ceIo Linhares - Domingos Juvenil - João
Uno - Alberto Gold~an - Henrique E. Gilberto - José Ma.ria Magalhães - João
Alves - Jorge Medauar - José Fogaça - Agripino - Rosa Flores - Irajá Rodrigues
Jorge Vianna - Pedro Germano - José - Márcio Santilli - Aloysio Teixeira -
Ribamar Machado - Siegfried Heuser - Luiz Baptista - Pedro Sampaio - Fran-
Iranildo Pereira - Osvaldo Melo - Eduar- cisco Pinto - Leônfdas Sampaio.

Centro Gráfico do Sena.do Federal - Brasília - DF


2.500/4184
CONGRESSO NACIONAL

::: PROPOSTA DE EMENDA A CONSTITUIÇÃO


N.o 5, de 1984
Altera a redação e revoga dispositivos o chama de "direito de greve", ao gal'antir
- da Constituição Federal, que contém no caput e inciso XX do art. 165:
• -restrições à exercitl!ção do direito de "A Constituição assegura aos traba-
greve. lhadores os seguintes dIreitos, além de
As Mesas da Câmara dos Deputados e do outros que, nos termos da lei, visem à
Senado Federal, nos ,tel'mos do disposto no melhoria de sua condição social:
art. 49 da COnstituIção, promulgam a se- ...... ... ................ .. ........ . ...
guinte emenda ao texto constitucional. XX - greve, salvo o disposto no art.
Art. 1.0 ll: revogado o art. 162 da ConstI- 162."
ÇãO Federal.
I .rt. 2.° O inciso XX do art. 165, da
Constituição Federal, passa a viger com a
O art. 162, contém as restrições atuaIs à
exercItação desse direito: "Não será permi-
tida grev>e nos serviços públicos e atividades
seguinte redação: essenciais, definIdas em lei".
"Art. 165. . ........................ . O nosso Estatuto Supremo assegura aos
trabalhadores - com a limitação citada -,
xx - greve." o direito de greve. Todavia, a greve conti-
nua sendo considera'da e tratada como "ca-
.Justificação so de políGia". A eclosão dos movimentos
grevistas, não raro ocorrem mortes. COnti-
Buscamos, com a presente emenda à nuam os trabalhadores a serem sacrifica-
Constituição eliminar todos e quaisquer en- dos, pelo sImples fato de tentar fazer valer
traves ao livre e pleno exercício do direIto seu legítimo direito.
de greve.
E, quanto a isto recomenda, com a auto-
Presentemente, por greve entende-se a ridade que ninguém lhe nega, Pe. Fernando
paralização voluntária e temporária do tra- Bastos de Avila S. J., Sacerdote e Professor,
balho, pela totalidade ou por um oons;<ierá- ex-Presidente do Conselho Nacional de Edu-
vel número de empregados de uma empresa, cação:
ou de determinada atividade profissional,
visando à obtenção de melhorias nas condi- "O exercício do direito de greve deve
ções de trabalho, ou à def~sa de interesses ser legalmente reguladO de tal forma
profissionais, econômIcos e 'SocIais comuns. que >ela permaneça como um recurso de
que possam valer-se os operários, para
Mas, existe no meio oficial VIel'dadeira obter justas reivindicações - após to-
prevenção contra o exercício do direIto de das as tentativas conciliatórias terem
greve. Esse desvirtulilmento haverá de ser sido utilizadas sem sucesso -.até o pro-
reipel1do, com veemêneia, eis que não somos nunciamento definitivo dos órgãos ju-
nós, mas é a Constituição que classlfica e dIciários competentJes."
• Refeito por Incorreções no anterior.
-2-
Para que os trabalhadores não depen- ráclito Fortes - Sebastião Nery - Sinval
dam de lei alguma para cercear-lhes o exer- GuazzelU - Abdias do Nascimento - Joa-
citamento do direito de greve, para qu~ o quim Ror!z - Evandro Ayres de Moura. -
direito de greve seja auto-aplicável, é que Airon Rios - Del Bosco Amaral - José
apresentamos a presente Proposta d~ Emen- Melo - Genésio de Barros - Márcio Braga
da à Constituição. - Roberto Freire - José Ulisses - Rosa
Transmutada 'Em texto constitucional, no Flores - José Mendonça de Morais - va
art. 165 irá constar, sem quaisquer condi- son Vaz - João Gilberto - Mansueto ....
ções ou limitações, que a nossa Carta Magna Lavor - Aloisio Teixeira - Roberto Rol-
assegura aos trabalhadores o direito de lemberg - Henrique Eduardo Alves - Cel-
greve. so Sabóia - Paulo Borges - Paulo Guerra
- Wildy Vianna - Geovani Borges - Re-
DEPUTADOS: Dante de OliVieira - Pi- nan CaIheiros - Chagas Vasconcelos -
menta da Veiga - Wagner Lago - Carlos Marcelo Linhares - Djalma Falcão - Mau-
Mosconi - Plinio Martins - Elquisson Soa-~ rício Campos - Estevam Galvão - Ricardo
res - José Genoino - Ivo Vanderlinde - Ribeiro - José Machado - Wall Ferraz -
Orestes Muniz - Israel Dias-Novaes - Egí- Jorg·e Leite - Adroaldo Campos - Iram Sa-
dio Ferreira Lima - Jorge Vianna - José raiva - Gastone Righi - Dilson Fanchin -
Carlos Vasconcelos - Jorg>e Medauar - Hé- Bete Mendes - Domingos Juvenil - MáriO
lio Duque - José Maranhão - Melo Freire Hato - Hélio Manhães - Argilano Dario-
- Cristina Tavares - Miguel Arraes - Ma- Brandão Monteiro - Carlos Sant'Anna -
noel Costa Jr. - Sérgio Cruz - Arthur Vír- José Fogaça - ' Carlos Wilson - Irajá Ro-
gilio Neto - Brabo de Carvalho - Ademir drigues - Jorge Uequed - Carlos Cotta -
Andrade - Coutinho Jorge - Dionísio Hage Marcos Lima - Celso Barros - Aluízio cam-
- Vicente Queiroz - Márcio Lacerda - pos - Sebastião Rodrigues Jr. - Luiz Gue-
Mário Juruna - Darcy Passos - Marcondes des - Fernando de Sant'Anna - José l'a-
Pereira - Jackson Barreto - Aroldo Mo- vares - Walter Batista - Luiz Henrique -
letta - Agenor Maria - Djalma Bom - Epitácio Cafeteira - Lélio Souza - OsWal-
Aurélio Peres - Myrthes Bevilacqua - do Lima Filho - Flávio Bierrenbach - Na-
Marcelo Cordeiro - Francisco Dias - Al- dir RoSSJe:ti - Anselmo Peraro - João Al-
berto Goldman - Márcio Santil1i - Paulo berto de Souza - Walmor de Luca - Nilton
Zarzur.- Nelson Wed'e'k in - JG de Araújo Alves - Raimundo Leite - Leônidas Ja
Jorge -' Roberto Jefferson - Haroldo Lima chid - Albérico Cordeiro - João Cm...,
- Iranildo Pereira - João Herrmann - - Bent o PôrtO - Magno Bacelar - G1lton
Cardoso Alves - Luiz Dulci - Randolfo Garcia - Vivaldo Frota - Aluizio ~zerra
Bittencourt - Francisco Pinto - Gene- - Gomes da Silva - Afríslo Vieira Lima
baldo Correia - Sérgio Lomba - João Bas- - Moisés Pimentel - Jonas Pinheiro.
tos - Airton Soares - Jarbas Vasconeelos
- Iturival Nascimento - Pllies de Andrade SENADORES: Humberto Lucena - Al-
- Fernando Lyra - Walber Guimarães - berto Silva - Murilo Badaró - Henrique
Mário Frota - Carlos Alberto de Car11 - Santillo - Alfredo Oampos - Itamar Fra.n-
Cid Carvalho - Domingos Leonelli - José co - Fábio Lucena - Mário Maia - Fer-
Burnett - Odilon Salmoria - Jorge Carone nando Henrique Cardoso - Benedito Oanel-
- Fernando Gomes - lvete Vargas - las - Pedro Simon - José Fragelli -
Harry Amorim - Daso Coimbra - Leôn!- Affonso Camargo - Marcondes Gadelha -
das Sampaio - Virgildásio de Senna - José Gastão Müller - Roberto Saturnino - Mar-
Ribamar Machado - Leorne Belém - Celso tins Filho - Alvaro Dias - Jor~e Bornhau-
Peçanha - Renato Vianna - Casildo Mal- sen - Carlos Chiarelli (a~iamento) - Car-
daneI' - Ronaldo Campos - Paulo Lustosa los Alberto (apoiamento) - EnélliS Fiaria -
- Jacques D'Ornellas - Geraldo Bulhões Mauro Borges - Guilherme Palmeira -
- José Fernandes - João Hercullno - He- Odacir Soares.

~~.~~ 1950/1983
27'\

Centro Gráfico do Senado Federal - Brasília - DF


2.500/4/84
.- )
.,
.

CÂMARA DOS DEPUTADOS



COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

PROJETO DE LEI N9 1 950-D, DE 1 983

EMENDAS DO SENADO AO PROJETO DE LEI N9

1.950-C, de 1983, que "dispõe sobre a

criação e o funcionamento do Juizado Es

pecial de Pequenas Causas . "

Relator: Deputado GORGÔNIO NETO

R E L A T 6 R I O

- o turno constitu-
Retorna do Senado Federal, apos

• cional de revisão previsto no art. 58 da Lei política, o proje

to de Lei n9 1 950 que institui o Juizado Especial de Pequenas

Causas.

Na Cãmara Alta, a proposição recebeu cinco emendas,

a saber :

- a de n9 1 substitui, no art. 42, "embargante"por

"recorrente" ;

- a de n9 2 acrescenta artigo a respeito da sfimula


. - de acorda0;
do julgamento, que serVlra ~ -

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS

2.

- a de n9 3 inclui a expressa0 "acórdão", ao cui-

dar dos embargos de declaração;

a de n9 4 esclarece que a gratuidade do Juizado

sera apenas em primeiro grau de jurisdição;

- a de n9 5 também é sobre o mesmo assunto ante-

rior.

É o relatório.

VOTO DO RELATOR

- modificam o meu
As emendas do Senado Federal nao

anterior pronunciamento quanto à constitucionalidade, juridi-

cidade e boa técnica legislativa.

Relativamente ao mérito, cabe-me acentuar, preli

• minarmente, que essas emendas em boa hora suprimem lamentável

erro de redação final do projeto, nesta Câmara. Efetivamente,

esta Comissão de Justiça admitira que, ao invés de Embargos In

fringentes, corno constava do projeto originário do Executivo,

se desse o nome genérico de recurso. Assim, no art . 42, a ex-

pressão efetivamente correta é "recorrente." As demais emendas

são necessárias pois esta Câmara aceitou, apenas em parte, urna

emenda que extinguia o duplo grau de jurisdição. Todavia, na

GER 20.01 .0050.5


CÂMARA DOS DEPUTADOS

3.

ocasião de ser votada a redação final, houve dúvidas e a maté-

ria acabou dando margem a imprecisões, que agora, em bom momen

to, o Senado esclarece.

DIANTE DO EXPOSTO, voto pela constitucionalidade,

juridicidade, boa técnica legislativa e, no mérito, pela apro-

vação das Emendas do Senado ao Projeto de Lei n9 1 950-C, de

1 983, que "dispõe sobre a criação e o funcionamento do Juiza-

do Especial de Pequenas Causas."

NETO

GER 20.01.0050.5
- -- - - - - - -- - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - - -

,
. ,

CAMARA DOS DEPUTADOS


• COMISSÃO DE CONSTITUIÇÃO E JUSTIÇA

EMENDAS DO SENADO AO PROJETO


DE LEI N9 1. 950-C, DE 1983

PARECER DA COM I SSÃO

A Comissão de Constituição e Justiça, em reunlao ordi


nária de sua Turma "B" reali zada hoje, opinou unanimemente pela
constitucionalidade, juridicidade, técnica legislativa e, no me -
rito, pela aprovação das Emendas do Senado ao Projeto de Lei n9
1.950-C/83, nos termos do parecer do relator.
Estiveram presentes os Senhores Deputados:
Leorne Belém - Presidente, Gorgônio Neto e José Tava
res - Vice-Presidentes, Erna ni Sátyro, Guido Moesch, Hamilton Xa
vler, Joacil Pereira, José Burnett, Júlio Martins, Osvaldo Melo,
Otávio Cesário, Rondon Pacheco, João Divino, João Gilberto, José
Melo, Raimundo Leite, Valmor Giavarina, José Ge noíno, Darcílio
Ayres, Gomes da Silva e Francisco Amaral.
Sala ~-
-~, 27 de setembro de 1984

"___ _- 'JOo:.: -- -

ss
GER 20 .01 .0050.5
CÂMARA DOS DEPUTADOS
PROJETO DE LEI NQ 1.950-E, de 1 983

EMENDAS DO SENADO AO PROJETO DE LEI

à e 1983 , que 11 dispõe sobre a criação eo o funciona

mento do Juizado Especial de Pequenas Causas"; te~

do parecer, da Comissão de Constituição e Justiça,

pela constituciona1idade,juridicidade, técnica 1e

gis1ativa e, no mérito, pe la aprovação.

(PROJETO DE LEI NQ 1. 950-0 , de 1983 , a que se re-

" ferem o '; parecer) .


GER 1.10
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CÂMARA DOS DEPUTADOS

PROJETO DE LEI
N.o 1. 950-E, de 1983

Emendas do Senado ao Projeto de Lei ção de fazer, a cargo de fabricante ou for-


n.O 1.950-C, de 1983, que "dispõe sobre necedor de bens e serviços para consumo;
a criação e o funcionamento do Juizado
Especial de Pequenas Causas"; tendo III - a desconstituição e a declarção de
parecer, da Comissão de Constituição e nulidade de contrato relativo a coisas mó-
Justiça, pela constitucionalidade, juri- veis e semoven teso
dicidade, técnica legislativa e, no mé- § 1.0 Esta Lei não se aplica às causas dê
rito, pela aprovação. natureza alimentar, falimentar, fiscal e de
_ (Projeto de Lei n.O 1.S50-D, de 1983, interesse da Fazenda Pública, riem às re-
. , a que se refere o parecer.) lativas a acidentes do trabalho, a resíduos
e ao estado e capacidade das pessoas, ainda
O Congresso Nacional decreta: que de cunho patrimonial.
I § 2.° A opção pelo procedimento previsto
nesta lei importará em renúncia ao crédito
Disposições Gerais excedente ao limite estabelecido neste ar-
tigo, excetuada a hipótese de conciliação.
Art. 1.0 Os Juizados Especiais de Peque-
nas Causas, órgãos da Justiça ordinária, II
poderão ser criados nos Estados, no Distrito
Federal e nos Territórios, para processo e Do Juiz, dos Conciliadores e dos Arbitros
julgamento, por opção do autor, das causas
de reduzido valor econômico. Art. 4.° O Juiz dirigirá o processo com
ampla liberdade para determinar as provas
Art. 2.° O processo, .p erante o Juizado a serem produzidas, para apreciá-las e para
Especial de Pequenas Causas, orientar-se-á dar especial valor às regras de experiência
pelos critérios da oralidade, simplicidade, comum ou técnica.
informalidade, economia processual e cele-
ridade , buscando sempre que possível a con- Art. 5.° O Juiz adotará em cada caso a
ciliação das partes. decisão que reputar mais justa e equânime,
Art. 3.° Consideram-se causas de redu- atendendo aos fins sociais da lei e às exi-
zido valor econômico as que versem sobre gências do bem comum.
direitos patrimoniais e decorram de pedido Art. 6.° Os conciliadores são auxiliares
que , a data do ajuízamento, não exceda a da Justiça para os fins do art. 22 desta lei,
(vinte) vezes o salário mínimo vigente recrutados preferentemente dentre bacha-
P ais e tenha por objeto: réis em Direito, na forma da lei local.
I - a condenação em dinheiro; Art. 7.° Os árbitros serão escolhidas den-
' II - a condenação à entrega de coisa tre advogados indicados pela Ordem dos
certa móvel ou ao cumprimento de obriga- Advogados do Brasil.
Lote : 59 Caixa : 69
PL N° 1950/1983
- 2
277
III Parágrafo único. Em qualquer hipótese,
pOderá a ação ser proposta no foro previsto
Das Partes no inciso I deste artigo.
Art. 8.° Não poderão ser partes, no pro- V
cesso instituído nesta Lei, o incapaz, o pre-
so as pessoas jurídicas de direito público, Dos Atos Processuais
as' -e mpresas públicas da União, a massa Art. 13. Os atos processuais serão públi-
falida e o insolvente civil. cos e poderão realizar-se em h orário no-
§ 1.0 Somente as ;pessoas físicas capazes turno, conforme dispuserem as normas de
serão admitidas a propor ação perante o organização judiciária.
Juizado Especial de Pequenas Causas, ex- Art. 14 . Os atos processuais serão váli-
cluídos os cessionários de direito de pessoas dos sempre que preencherem as finalidades
jurídicas. para as quais forem realizados, atendidos
§ 2.° O maior de 18 (dezoito) anos po- os critérios indicados no art. 2.° desta lei.
derá ser autor, ind-ependentemente de as- § 1.0 Não se pronunciará qualquer nu-
sistência, inclusive para fins de conciliação. lidade sem que tenha havido prejuízo.
Art. 9.° As partes comparecerão sempre § 2.° A prática de atoo processuais em
pessoalmente, podendo ser assistidas por outras comarcas poderá ser solicitada por
advogado. qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 1.0 Se uma das partes comparecer as- § 3.° Serão objeto de registro escrito es-
sistida por advogado, ou se o réu for pessoa clusivamente os atos havidos por essenciais.
jurídica ou firma individual, terá a outra Os atos realizados em audiência de instru-
parte, se quiser, assistência judiciária pres- ção e julgamento deverão ser gravados em
tada por órgão instituído junto ao JUlzad'Ü fita magnética ou equivalente, que será inu-
Especial de Pequenas Causas, na forma da tilizada após o trânsito em julgado da de-
lei local. cisão.
§ 2.° Se a causa apresentar questões § 4.° As normas locais disporão sobre a
complexas o Juiz alertará as part ~ s da con-
veniência 'do patrocínio por advogado.
§ 3.° O manda-t o ao advogado poderá. s~r
conservação das peças ào processo e demais
documentos que o instruem. e
verbal, salvo quanto aos poderes espeCIaIS. VI
§ 4.° O réu, sendo pessoa juríd~ca ou ti-
tular de firma ind-ividual, podera ser re- Do Pedido
presentado por preposto credenciado. Art. 15. O processo instaurar-se-á com
Art. 10. Não se admitirá, no processo, a apresentação do pedido, escrito ou oral,
qualquer forma de intervenção de terceiro à Secretaria do Juizado.
nem de assistência. Admitir-se-á o litiscon- § 1.0 Do pedidO constarão, de forma
sórcio. simples e em linguagem acessível:
Art. 11. O Ministério Público intervirá I - o nome, a qualificação e o endereço
nos casos previstos em lei. das partes;
IV li - os fatos e fundamentos, em forma
sucinta;
Da Competência
IH - o objeto e seu valor.
Art. 12. É competente, para as causas
previstas nesta lei, o Juizado do foro: § 2.° É lícito formular pedido genérico
I - do domicílio do réu ou, a critério do quando não for possível determinar, desde
autor do local onde aquele exerça ativi- logo, a extensão da obrigação.
dades' profissionais ou econômicas ou man- § 3.° O pedido oral será reduzido a es-
tenha estabelecimento, filial, agência, su- crito pela Secretaria do Juizado, podendo
cursal ou escritório; ser utilizado o sistema de fichas ou formu-
II - do lugar onde a obrigação deva ser lários impressos;
satIsfeita; § 4.° O Secretário será necessariamene
HI - do domicílio do autor ou do local bacharel em Direito.
do ato ou fato, nas ações para reparação de Art. 16. Os pedidos mencionados no art.
dano de qualquer natureza. 3.° desta lei poderão ser alternativos ou
3-
cumulaidos; nesta úItima hipótese, desde cial, salvo se o contrário
que conexos e a S<lma não ultrapasse o li- vicção do Juiz.
mite fixado naquele dispositivo.
IX
Art. 17. Registrado o pedido, indepen-
dentemente de distribuição e autuação, a Da Conciliação e do Juízo Arbitral
Secretaria do Juizado designará a sessão de Art. 22. Aberta a sessão, o Juiz €Scla.-
conciliação, a realizar-se no prazo de 10 recerá as ,p artes presentes sobre as vanta-
(dez) dias. gens da conciliação, mostrando-lhes 00 ris-
Art. 18. Comparecendo inicialmente am- cos e as conseqüências do litígio, especial-
bas as partes, instaurar-se-á, d'esde logo, a mente quanto ao disposto no § 2.° do art. 3.°
sessão de conciliação, dispensados o regis- desta Lei.
tro prévio do pedido e a citação. Art. 23. A conciliação será conduzida
Parágrafo único. Havendo pedidos con- pelo Juiz ou por conciliador sob sua ori-
trapostos, poderá ser dispensada a contes- entação.
tação formal e ambos serão apreciados na Parágrafo único. Obtida a conciliação,
mesma sentença. será reduzida a escrito e homologada pelo
VII Juiz, mediante sentença com eficácia de
t.ítulo eX'ecutivo'.
Das Citações e Intimações
Art. 24. Não comparecendo o demanda-
Art. 19. A citação far-se-á por corres- do, o Juiz proferirá sentença.
pondência, com aviso de recebimento em Art. 25. Não obtida a conciliação, as
mãos próprias, ou, tratando- e de pessoa partes poderão optar, de comum acordo,
jurídi'c a ou firma indh:idual, mediante en- pelo juízo arbitral, na forma prevista nes-
trega ao encarregado da recepção, que será ta lei.
obrigatoriamente identificado, ou ainda,
sendo necessário. por oficial de justiça, in- Parágrafo único. O juízo arbitral con-
dependentemente de mandado ou carta pre- siderar-se-á instaurado, independentemen-
catória. te de termo de compromisso, com a escolha
a 1.0 A citação conterá cópia do pedido
. cial, dia e hora para comparecimento do
do árbitro pel~"s partes, fazendo o Juiz, CaS<J
não esteja o mesmo presente, sua convo-
cação e a imediata designação de data para
citando e advertência de que, não compa- a audiência de instrução.
recendo, considerar-se-ão verdadeiras as
alegações iniciais e será proferido j ulga- Art. 26. O árbitro conduzirá o processo
mente de plano. com os mesmos critérios do Juiz, na forma
dos arts. 4.° ,e 5.° desta Lei, podendo decidir
§ 2.° Não s'e fará citação por edital.
por eqüidade.
§ 3.° O comparecimento espontâneo su-
prirá a falta ou nulidade da citação. Art. 27. Ao término da instrução, ou nos
5 (cinco) dias subseqüentes, o árbitro apre-
Art. 20 . As intimações serão feitas na sentará o laudo ao Juiz para homologação
forma prevista para a ,ci,t ação, ou por qual- por sentença irrecorrível.
quer outro meio idôneo de comunicação.
§ 1.0 Dos atos praticados na audiência
considerar-se-ão desde logo cientes as par- Da, Instrução e Julgamento
tes.
Art. 28. Não instituído o juízo arbitral,
§ 2.° As partes comunicarão ao juízo as proceder-se-á imed'iatamente à audiência
mudanças de endereço ocorridas no curso de instrução e julgamento, desde que não
do processo, reputando-se eficazes as inti- re-sulte prejuízo para a defesa.
mações enviadas ao. local anteriormente in-
di'cado, na ausência da comunicação. ParágrafO único. Não sendo possível a
realização imediata, será a audiên cia de-
VIII signada para um dos 10 (dez) dias subse-
qüentes, cientes desde logo as partes e tes-
• Da Revelia temunhas eventualme:lte presentes.
. ,rt. 21. Não comparecendo o demanda- Art. 29. Na audiência de instrução e
do à sessão de conciliação ou à audiência julgamento serão omidas as partes, colhi-
de instrução e julgamento, reputar-se-ão da a prova e, em seguida, proferida a sen-
verda;deiros os fatos alegados no pedidO ini- tença.
Lote: 59 Ca ixa : 69
PL N° 1950/1983
4 278
Serão decididos de plano todos os vadas pela parte que as tenha arrolado, in-
incidentes que possam interferir no regular dependentemente de intimação, ou median-
prosseguimento da audiência. As demais te esta, se assim for requerido .
questões serão decididas na sentença. § 1.0 O requerimento para intimaçã0 das
§ 2.° Sobre os documentos apresentados testemunhas será apresentado à Secretaria
por uma das partes, manifestar-se-á ime- no mínimo 5 (cinco) dias antes da audiên-
diatamente a parte contrária, sem inter- cia de instrução e julgamento.
rupão da audiência. § 2.° Não comparecendo a ,testemunha
Art. 30. O disposto neste capítulo apli- intimada, o Juiz poderá determinar s,:a
ca-se também quando se tratar de credor imediata condução, valendo-se, se necessa-
munido de título executivo extrajudicial. rio, dO' concurso de força pública.
§ 1.0 Obtida a conciliação entre as par- Art. 36. Quando a prova do fato exigir,
tes, será proferida a sentença homologató- o Juiz poderá inquirir técncos de sua con-
ria prevista no parágrafo único do art. 23 fiança, permitida às partes a a,presentação
desta lei. de parecer técnico.
§ 2 ° Não comparecendo o devedor, será Parágrafo único. No ·c urso da audiência,
prof-erída a sentença prevista no art. 24 poderá o Jui21, de ofício O'U a requerimento
desta lei. das partes, realizar inspeção em pessoas ou
§ 3..0 A sentença valerá como título exe-
coisas, ou determinar que o faça pessoa de
sua confiança, que lhe relatará informal-
~'..itivo judicial,
mente o verificado.
XI Art. 37. A prova oral não será reduzida
a escrito, devendO' a sentença referir, no
Da Resposta do Réu essencial, os informes trazidos nos depoi-
Art. 31. A contestação, que será oral ou mentos.
escrita, conterá toda a matéria de defesa, XIII
exceto argüição de suspeição ou impedi-
mento do Juiz, que se processará na forma Da Sentença
da legislação em vigor.
Art. 38. A sentença mencionará os _
Art. 32. Não se admitirá a reconven ~ão . mentos de convicção do Juiz, com breve , . -
É lícito ao réu, na ,c ontestação, formúlar
sumo dos fatos relevantes ocorridos em au-
pedido em seu favo~ , nos limites do art. 3.° diência, dispensado o relatório.
desta lei, desde que fundado nos mesmO's
fatos que constituem objeto da controvér- Parágrafo único. Não se admitirá sen-
sia. t ença condenatória por quantia ilíquida,
Parágrafo único. O autor poderá res- ainda que genériCO o pedido.
ponder ao pedido do réu na própria au Art. 39. É ineficaz a sentença condena-
diência ou requerer a designação de nova tória na parte que exceder a alçada esta-
data, que será desde 100go fixada, cientes belecida nesta Lei.
todos os presentes. Alt. 40. A execução da sentença será
processada nO' juízo ordinário competente.
XII
Das Provas XIV
Art. 33. Todos os meios de prova moral- Do Recurso
mente legítimos, ainda que não especifica- Ar,L 41. Da sentença, excetuada a ho-
dos em lei, são hábeis para provar a vera- mOlogatória de conciliação ou laudo arbi-
cidade dos fatos alegados pelas partes. tral, caberá recurso para o próprio Juizado.
Art. 34. Todas as provas serão produzi- § 1.0 O recurso será julgado por turma
das na audiência de instrução 'e julgamen- composta de 3 (três) juízes, em exercício
to, ainda que não requeridas previamente, no primeiro grau de jurisdição, reunidos na
podendO o juiz limitar ou excluir as que sede do Juizado.
considerar excessivas, impertinentes ou pro-
telatórias. § 2.° No recurso as partes serão obri a
toriamente representadas por advOgado~
Ar,t. 35. As testemunhas, até o máximo
de 3 (três) para cada parte, comparecerão Art. 42. O recurso será OPeASto no prazo
à audiência de instrução e julgamento., le- de 10 (dez) dias, contados da ciência da
5
sentença, por petição escrita, da qual cons- VI - quando, falecido o réu, o Im~:l~
tarão as raz.ões e o pedido do embargante. promover a citação doo sucessores no pra-
§ 1.0 O pl'eparo será feito, independen-
zo de 30 (trinta) dias da ciência do fato.
temente de intimação, nas 48 (quarenta e § 1.0 A extinçãO' do processo indepen-
oito) horas seguintes à interposição, sO'b derá . em qualquer hipótese, de prévia in-
pena de deserção. timação pessoal das partes.
§ 2.° Após o preparo, a Secretaria inti- § 2.° No caso do inciso I, quando com-
mará o recorrido para oferecer resposta es- provar que a ausência decorre de força
crita no prazo de 10 (dez) dias. maior, a parte poderá ser isentada, pelO
Art. 43. O recurso terá somente efeito Juiz, do pagamento das custas.
devolutivO', podendo o Juiz dar-lhe efeito
stt®ens4vq', para ev,i tar dano irreparávtel XVI!
para a parte. . Das Despesas
Art. 44. As partes poderão requerer a Art. 50. O acesso ao Juiza,do de Peque-
transcrição da gravação da f1ta magnética nas Causas independerá dO' pagamento de
a que alude o § 3.0 do art. 14 desta lei, cor- clliStas, taxas ou despesas.
rendo por conta da requerente as despesas
respectivas. Art. 51. O preparo do recurso, na forma
do § 1.0 do arrt. 42 desta lei, comprenderá
Art. 45. As partes serão intimadas da todas as despesas processuais, inclusive
data da sessão de julgamento. aquela,s dispensadas em primeiro grau de
jurisdição, ressalvada a hipótese de asis-
xv t ência judiciária gratuita.
Art. 52. A sentença não condenará o
Dos Embargos de Declaração vencido em custas e -honorários dO' advoga-
Art. 46. CaberãO' embargos de declara- do do vencedor, ressalvados os casos de li-
ção 'q uando, na sentença, houver qbscuri- tigânCia de má fé.
da,de, contr,a dição, omissão ou dúvida. Parágrafo único. O litigante de má fé
Parágrafo único. Os erros materiais po- será condenado a pagar multa à parte con-
~em ser corrigidos de ofício. trária . a qual não excederá o valor da
Art. 47. Os embargoo de declaração serãO' causa.
opostos por escrito ou oralmente, no prazo
de 5 (cinco) dias, contados da ciência da XVII!
decisão. Disposições Finais
Ar.t. 48. Quando opostos contra sentença,
00 embargos de declaração suspenderão o Art. 53, NãO' se instituirá o Juizado de
prazo para o recurso. Pequenas Causas sem a correspondente im-
plantação das curadorias necessárias e do
serviço de assistência judiciária.
XVI
Ar,t. 54. O acordo extrajudicial, de qual-
Da Extinção do Processo sem Julgamento quer natureza ou valor, poderá ser homo-
do Mérito logado, no juízo competente, independente-
Art. 49. Extingue-se O' processo, além dos mente de termo, valendO' a sentença como
casos previstos 'e m lei: título executivo judicial.
I - quando o autor deixar de compare- Parágrafo único. Valerá como título
cer a qualquer das audiências do processo; executivo extrajudiCial o acordo celebrado
I! - quando inadmissíveis o procedimen- pelas partes, por instrumento escrito, refe-
to instituído por esta lei ou seu prossegui- rendado pelo órgão competente do Minis-
mento após a conciliação; :ério Público.
lI! - quando for reconhecida a incom- Art. 55. As normas de organização ju-
petênCia territoria.l; diciária local poderão:
& _ IV - quando sobrevier qualquer dos im- I - estender a conciliação prevista nos
~edimentos previstos no art. 8.° desta Lei; arts. 22 e 23 a ,c ausas não abrangidas nesta
L,ei;
V - quando, falecido o autor" a hablli-
,:ação depender de sentença ou nãO' se der II - Cl'iar colegiados constituídos por
no prazo de 30 (trinta) dias; juízes em exercício no primeiro grau de
Lote : 59 Caixa : 69
PL N° 1950/1983
279
-6

~11~~ e atribuir-lhes competência para honorários de advogado, ressalvados os


"'I; sos interpostos contra decisões pro- casos de litigância de má-fé . Em se-
feridas em pequenas causas não processa- gundo grau, o recorrente, vencldo, pa-
das na forma desta Lei. gará as custas e honorários de advoga-
Art. 56. Não se admitirá ação rescisória do, que serão fixados entre 10% (dez
n a~ causas sujeitas ao procedimento insti-
por cento) e 20% (vinte por cento) do
t l' ído nesta Lei. valor de condenação ou, não havendo
condenação, do valor corrigido da cau-
Ant. 57. Esta Lei entra em vigor na d ata sa ."
de sua publicação.
Senado Federal, 20 de setembro de 1984.
Art. 58. Revogam-se as disposições em - Senador Moacy Dalla, Presidente.
contrário.
Câmara dos Deputados, 18 de junho de SINOPSE
1984.
PROJETO DE LEI N.o 126, DE 1984
EMENDA DO SENADO SENADO FEDERAL
Ao Projeto de Lei dia Câmara n.O 126, m .o 1. 950-C, de 1983, na Câmara dos
de 1984 (n.o 1.950/83, na Casa de ori- Deputados)
gem), que "dispõe sobre a criação e o
funcionamento do Juizado Especial de Dispõe sobre a criação e o funciona-
Pequenas Causas". mento do Juizado Especial de Pequenas
Causas.
- N.o 1 -
<Corresponde à Emenda n.O 1-CCJ) Lido no expediente da Sessão de 25-6-84,
e publicado no DCN (Seção lI) de 26-6~84.
No art. 42 do Projeto Distribuído à Comissão de Constituição I€
onde se lê: "embargante" Justiça.
leia-se: "recorrente" Em 29-8-84, é lido o Parecer n.O 431/84,
- N.o 2 - da CaJ.
(Corresponde à Emenda n .o 2-CCJ) Em 29-8-84, aguardando inclusão Orden a
do Dia. •
Acrescenta ao Projeto o seguinte art. 46,
renumerando-se os demais: Em 5-9-84, é aprovado o Projeto e as
"Art. 46. Se a sentença for confir- Emendas n. Os 1 a 5-CCJ.
mada pelos próprios fundamentos, a Em 12-9-84, é lido o Parecer n.O 471/84,
súmula do julgamento servirá de acór- da Comissão de Redação rela;tado pelo Se-
d ao.
- " nhor Senador Saldanha Derzi, apresentan-
- N.o 3 - do a nedação final das Emendas do Senado
ao Projeto.
(Corresponde à Emenda n.o 3-CCJ)
Em 12-9-84, aguardandO inclusão Ordem
Acnescente-se ao art. 46 do Projeto, a ser do Dia.
renumerado como art. 47, logo após a ex-
pressão "na sentença" a expressão "ou Em 19-9-84, é incluido ·e m Ordem do Dia,
acórdão". discussão turno único da redação final das
Emendas do Senado ao PLC n.o 126/84.
- N.o 4 -
Em 19-9-84, é aprovada a redação final.
(Corr.esponde à Emenda n.o 4-COJ)
A Câmara dos Deputados com o Ofício
Acrescente-se ao art. 50, in fine, do Pro- n. O SM/N.o 290, de 20-9-84 .
jeto, a ser nenumerado como art. 51, a ex-
pressão "em primeiro grau de jurisdição" . PARECER DA COMISSAO DE
- N.o 5 - aONSTITUIçAO E JUSTIÇA
<Corresponde à Emenda n.o 5-COJ) I - Relatório
O art. 52 do Projeto, a ser renumerado Retorna do Senado Federal, após o turn<A
como art. 53, passa a vigürar com a seguinte constitucional de revisão previsto no art. 5~
redação: da Lei Política, o Projeto de Lei n.O 1.950
"Art. 53. A sentença de primeiro grau que institui o Juizado Especial de Pequenas
não condenará o vencido em custas e Causas.
",\SSO~"

ça \
• CO ...

~
7- ~ ",
~
Na Câmara Alta, a proposição recebeu ~odavia, na ocasião de ser vot o
,,"
cinco Emendas, a slliber: fmal, houve dúvidas e a matéria acabou
- a de n.O 1 substitui, no art. 42, "em- dando margem a imprecisões, que agora, em
bargante" por "recorrente"; bom momento, o Senado esclarece.
- a de n.O 2 acresoenta artigo a respeito Diante do Exposto, voto pela constitu-
da, sú.:nula do julgamento, que servirá de Cio?alidade, juri~i?idade, boa técnica legis-
acorda0; latIva e, no mento, pela a1)rovação das
Emendas do Senado ao Projeto de Lei n. O
- a de n.O 3 inclui a expressão "acórdão" 1.950-C, de 1983, que "dispõe sobre a cria-
ao cuidar dos embargos de declaração; , °
ção e funcionamento do Juizado Especial
- a de n.o 4 esclarece que a gratuidade de Pequenas Causas".
do Juizado será apenas em primeiro grau Sal~ da Comissão, 27 de setembro de 1984.
de jurIsdição; Gorgonio Neto, Relator.
- a de n.O 5 também é sobr,e o mesmo
assunto anJterior. 111 - Parecer (l'a Comissão
É o relatório. A Comissão de Constituição e Justiça em
reunião ordinária de sua Turma "B" reali-
11 - Voto do Relator zada hoje, opinou, unanimemente, pela
constitucionalidade, j uridicidade ,t écinca
As Emendas do Senado Federal não mo- legislativa e, no mérito, pela a1)ro~ação das
dficam o meu anterior pronunciamento Emendas do Senado ao Projeto de Lei n.o
quanto à constitucionalidade, juridicidade e 1950-C/83, nos termos do pareoer do Re-
boa técnica legislativa. lator.
Relativamente ao mérito, cabe-me acen- Estiveram presentes os Senhores Depu-
tuar, preliminarmente, que essas emendas tados: Leorne Belém, Presidente; Gorgônio
em boa hora suprimem lamentável erro' de Neto e José Tavares, Vice-Presidentes' Et-
redação final do projeto, nesta Câmara. nani Sátyro, Guido Moesch, Hamilton' Xa-
Efetivamente, esta Comissão de Justiça ad- vier, Joacil Pereira, José Bumett, Júlio
mitira que, ao invés de Embargos Infrin- Martins, Osvaldo Melo, otávio Cesário, Ron-
. ntes, como constava do projeto originário don Pacheco, João Divino, João Gilberto
~ Executivo, se desse o nome genérico de
José Melo, Raimundo Leite, Valmor Gia~
recurso. Assim, no art. 42, a expressão ef,e - vatina, José Genoíno, Dareílio Ayl1es, Go-
tivamente correta é "recorrente". As de- mes da Silva e Francisco Amaral.
mais emendas são necessárias pois esta Câ- Sala da Comissão, 27 de setembro de 1,984.
mara aceitou, apenas em parte, uma emenda - Leorne Belém, Presidente - Gorgônio
que extinguia o duplo grau de jurisdição. Neto, Relator.

Centro Gráfico do Senado Federal - Brasília - DF


._-

CÂMARA DOS DEPUTADOS


tO~ISSÃO DE REDAÇÃO
PROJETO DE LEI nº 1.950-E, de 19 83
REDAÇÃO FINAL DO PROJETO DE LEI nº 1.950-F, de 1983

Dispoe sobre a criaçao e o funciona-


mento do Juizado Especial de Peque
nas Causas.

O CONGRESSO NACIONAL decreta:

DISPOSiÇÕES GERAIS

Art. 1º - Os Juizados Especiais de Pequenas


, -
Causas, orgaos da Justiça ordinaria, poderao ser criados nos Esta
,
dos, no Distrito Federa l e nos Territor ios, para processo e julg~

mento, por opçao do autor, das causas de reduzido valor econOlnlco .

Art. 2º - O processo, perante o Juizado Espe


, ,
cia l de Pequenas Causas, orientar-se-a pelos criterios da orali d a
de, si mp I i c idade, i nforma I idad e , econom i a processua I e ce I er idade,
, -
buscando sempre que possivel a conci I iaçao das partes.

Art. 3º - Consideram-se causas de reduzido


valor econom l co as que versem sobre direitos patrimoniais e decor
ram de pedido que, a data do ajuizamento, nao exceda a 20 (vinte)ve
, , ,
zes o salario-minimo vigente no Pais e tenha por objeto:
- a condenaçao em dinheiro;
,
I I - a condenaçao a entrega de co I sa certa mo
velou ao cumprimento de obrigaçao de fazer, a cargo de fabricante
ou fornecedor de bens e serviços para co nsumo;
-
I I I - a desconst i tu i çao e a dec I araçao de nu I i da
de de contrato relativo a coisas moveis e semoventes .
§ 1º - Esta lei nao se ap l ica as causas de na

GER 6.07
CAMARA DOS DEPUT.AD_OS - - 2.
CO/JllllSSh\O OE REOh\Çh\O

tureza a I i mentar, fa I i mentar, f i sca I e de i nteresse da Fazenda


, , ,
Pub I i ca, nem as re I at i vas a ac i dentes do traba I ho, a res i duos e ao
estado e capacidade das pessoas, ainda que de cunho patrimonial.
§ 2º - A opç~o pelo procedimento previsto nes
,
ta Ie i importara em renuncia ao credito excedente ao I imite estabele
,
cido neste artigo, excetuada a hipotese de conci I iaçao.

I I
,
DO J U I Z , DOS CONCI L I ADOR ES E DOS ARBIT ROS

,
Art. 4º - O Juiz dirigira o processo com am
pia I iberdade para determinar as provas a serem produzidas, para
, , . .
aprecia-Ias e para dar especial valor as regras de experlenc l a co
,
mum ou tecnica.
,
Art. 5º - O Juiz adotara em cada caso a deci

sao que reputar mais justa e equanlme, atendendo aos fins sociais da
lei e as exigencias do bem comum.

Art. 6º - Os conc i I i adores sao aux i I i ares da


Justiça para os fins do art. 22 desta lei, recrutados preferenteme~
,
te dentre bachare i s em Di re i to, na forma da Ie i loca I.
,
Art. 7º - Os arbitros serao escolhidos dentre
advogados indicados pela Ordem dos Advogados do Bras i I . \

III
DAS PARTES

Art. 8º - Nao poderao ser partes, no proces


, ,
instituido nesta lei, o Incapaz, o preso, as pessoas juridicas de
, , -
direito publ ico, as empresas publ icas da Uniao, a massa fal ida e O

insolvente civi I

GER 6.07
CAMARA DOS DEPUTADOS
C~~ISSA~ ~E REDAÇAO 3.
,
§ 1º - Somente as pessoas fisicas capazes serao

admitidas a propor açao perante o Juizado Especial de pequenas Cau


" ,
sas, excluidos os cessionarios de direito de pessoas juridicas.
,
§ 2º - O maior de 18 (dezoito) anos poder a ser

autor, i ndependentemente de ass i stenc i a, i nc I us i ve para f i ns de con /

c i 1 ia çao .

Art. 9º - As partes comparecerao sempre pessoal

mente, podendo ser assistidas por advogado.


§ 1º - Se uma das partes comparecer assistida por
, , ,
advogado, ou se o reu for pessoa juridica ou firma individu a l, ter a

a outra parte, se qUiser,


- '
assistencia judiciaria prestada por orgao
,
instituido junto ao Juizado Especial de Pequenas Causas, na forma da

Ie i loca I .
§ 2º - Se a causa apresentar questoes
- complexas,

o
-
Juiz alertara as partes da conveniencia do patrocinio por
'
advoga

do.
,
§ 3º - o mandato ao advogado poder a ser verba I,

salvo quanto aos poderes especiais.


,
§ 4º - O reu, sendo pessoa juridica ou titular
,
de firma individual, podera ser representado por preposto credencia

do.

Art. 10 - Nao se admitira, no processo, qualquer

forma de intervençao de terceiro nem de assist~ncia. Admitir-se-~ o


,
I i ti sconsorc i o.
" ,
Art. 11 - O M i n i ster i o Pub I I co i nterv i ra nos ca

sos previstos em lei.

GER 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS _
tO~ISSAO DE REDAÇÃO 4.

IV

DA COMPETENCIA
-

,
Art. 12 - E competente, para as causas previstas

nesta lei, o Juizado do foro:


, ,
- do dom i c i I lodo reu ou, a cr i ter i o do autor,

do local onde aquele exerça atividades profissionais ou economlcas


,
ou mantenha estabelecimento, fi I ial, agencIa, sucursal ou escrito-

rIo;

II - do lugar onde a obrigaçao deva ser satisfei

ta;
,
III - do dom i c i I lodo autor ou do loca I do ato

ou fato, nas açoes para reparaçao de dano de qualquer natureza.


" ,
Paragrafo unico - Em qualquer hipotese, podera a
. .
açao ser proposta no foro previsto no IncIso deste artigo.

V
DOS ATOS PROCESSUAIS

,
Art. 13 - Os atos processuaIs serao pub I I cos e

poderao real izar-se em horario noturno, conforme dispuserem as nor-

mas de organizaçao judiciaria.


,
Art. 14 - Os atos processua I s ser ao va I i dos sem-

pre que preencherem as final idades para as quais forem real izados ,

atendidos os criterios indicados no art. 2º desta lei.

§ 1º - N~o se pronunciar~ qualquer nu I i da de sem

que tenha havido prejuizo.


,
§ 2º - A pratica de atos processuaIs em outras
,
comarcas poder a ser sol icitada por qualquer meIo idoneo de comunl-

GER 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS
CO~ISSAO ~E REDAÇÃO 5.

caça0.

§ 3º - Serao objeto de registro escrito exclusi

vamente os atos havidos por essenciais. Os atos real izados em audi-


-
encia de instruçao e julgamento dev e rao ser gravados em fita magne

tica ou equivalente, que ser a


, -
inuti I izada apos o transito em ju l g~

do da decisao.

§ 4º - As normas locais disporao sobre a conserva

çao das pe ças do processo e demais documentos que o instruem.

VI

DO PEDIDO

,
Art. 15 - O processo instaurar-se-a com a apre
- ,
sentaçao do pedido, escrito ou oral, a Secretaria do Juizado.

§ 1º - Do pedido constarao, de forma simples e


,
em linguagem acessivel:

- o nome, a qual ificaç~o e o endereço das par-

tes;

II - os fatos e fundamentos, em forma sucinta;

III - o objeto e seu valor.


,
§ 2º - É I icito formular pedido generlco quando

nao for possivel


,
determinar, desde logo,
- -
a extensao da obrigaçao.
,
§ 3º - O pedido oral sera reduzido a escrito pe-

la Secretaria do Juizado, podendo ser uti I izado o sistema de fichas

ou formularios Impressos;
,
§ 4º - O Secretario sera necessariamente ba cha r e l
em Direito.

GER 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS
CO~ISSAO DE REDAÇÃO 6.

Art. 16 - Os pedidos mencionados no art. 3º des


,
ta I e i poderao ser alternativos ou cumulados; nesta ultima hipote-

se, desde que conexos e a soma nao ultrapasse o I imite fixado naque

le dispositivo.

Art. 17 - Registrado o pedido, independentemente

de distribuiçao e autuaçao,
- a Secretaria do Juizado designara a s e s

s~o de conci Ilaçao, a real izar-se no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 18 - Comparecendo inicialmente ambas as par


,
tes, instaurar-se-a, desde logo, a sessao de conci I iaçao,dispensados

o registro previo do pedido e a citaçao.


, ,
Paragrafo unico - Havendo pedido contrapostos, po

dera ser dispensada a contestaçao formal e ambos serao apreciados

na mesma sentença.

VI I
DAS CITAÇÕES E INTIMAÇÕES

, ~

Art. 19 - A citaçao far-se-a por corresponden-


- ,
Cla, com aVIso de recebimento em maos proprias, ou, tratando-se de
,
pessoa juridica ou firma individual, mediante entrega ao encarrega

do da recepçao, que sera obrigatoriamente identificado, ou ainda,

sendo necessarlO, por oficial de justiça, independentemente de man-

dado ou carta precatoria.


, . .
§ 1º - A citaçao contera copia do pedido I n I
~

cial, dia e hora para comparecimento do citando e advertencia de


. .
que, nao comparecendo, considerar-se-ao verdadeiras as alegaçoes I n I
,
ciais e ser a proferido julgamento de plano.

GER 6.07

CAMARA DOS DEPUTADOS


CO~ISSÃO ~[ REDAÇAO 7.

§ 2º -
,
Nao se fara citaçao por ed i ta l.
-
§ 3º -
-
O co mpar ec im e nto espo n ta n eo s uprir a
,
a fal

ta o u nul idad e da c i taçao.

Art. 20 - As intimaçoes ser ao feitas na forma

prevista para a citaçao, ou por qualquer outro me io


-
idon eo de co mu-

nl caçao .

§ 1 º - Dos atos praticados na audiencia - co n s id e

rar- se -ao desde lo go c i e nt es as partes.


,
§ 2º - As partes com uni ca rao ao JUIZO as mudan

ças de endereço ocorridas no c ur so do processo, reputando-se ef i ca

zes as -
in timaçoes e nviada s ao lo ca l anteriormente indi cado , na a u se n

c la da comunlcaçao.

VI I I

DA REVELIA

Art. 21 - Nao compa r ece ndo o demandado a sessao


- ......-
d e co n c i I ia çao ou a audiencia de
-
in str u çao e julgamento, r ep utar- se-

ao verdadeiros os fatos alegados no p e dido inicial, sa l vo se o co n


, -
trar io resultar da co nvi cçao do Juiz.

IX

DA CONCILIAÇÃO E DO Juízo ARBITRAL

Ar t . 22 - Ab e r ta a sess ao, o Juiz esc lar ece ra as

part es presentes sob r e as vantagens da co nci I l aça0 , mostra ndo-lh es


-
os riscos e as co n seqüe n c i as do
,
I itigio, espec ialm e n te quanto ao dis

GER 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS
tO~ISSAO ~E REDAÇAO 8.

posto no § 2º do art. 3º desta lei.

Art. 23 - A conc i I i açao sera condu z i da pelo

Juiz ou por concl iador sob sua orientaçao.


,
Paragrafo unico -
,..
Obtida a conci I iaçao,sera
- ,
redu
,
zida a escrito e homologada pelo Juiz, mediante sentença com efica
,
cia de titulo executivo.

Art. 24 - Nao comparecendo o demandado,o Juiz


,
proferira sentença.

Art. 25 -
-
Nao obtida a conci I iaçao, as partes po
,
derao optar, de comum acordo, pelo juizo arbitral, na forma prevls

ta nesta lei
,
Paragrafo unlco - O juizo arbitral considerar-

se-a instaurado, independentemente de termo de compromlsso,com a es


,
colha do arbitro pelas partes, fazendo o Juiz, caso nao esteja o mes

mo presente, sua convocaçao e a imediata designaçao de data para a

audiencia de instruçao.
,
Art. 26 - O arbitro conduzira o processo com os

mesmos criterios do Juiz, na forma dos arts. 4º e 5º desta lei, po

dendo decidir por eqüidade.

Art. 27 - Ao termino da instruçao, ou nos 5 (cin


, ,
co) dias subseqüentes, o arbitro apresentara o laudo ao Juiz para

homologaçao por sentença irrecorrivel.

x
DA INSTRUÇÃO E JULGAMENTO
, ,
Art. 28 - N~o instituido o juizo arbitral, proce

der-se-a -
imediatamente a audiencia de - instruçao e julgamento, desde

GER 6.07
CAMARA DOS DEPUTADOS
CO~ISSAO ~[ RE~AÇio

,
que nao resulte preJulzo para a defesa.
, , -
Paragrafo unico - Nao sendo possivel a rea I i za

çao imediata,
, -
sera a audiencia designada para um dos 10 (dez) dias

subseqüentes, cientes desde logo as partes e testemunhas eventual

mente presentes.

Art. 29 -
-
Na audiencia de instruçao e julgame~

to serao ouvidas as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida

a sentença.

§ 1º - Serao decididos de plano todos os inciden

tes que possam interferir no regular prosseguimento da audiencia.


- As

demais questoes serao decididas na sentença.

§ 2º - Sobre os documentos apresentados por uma


,
das partes, manifestar-se-a imediatamente a parte contraria,sem In

terrupçao da audiencia.
,
Art. 30 - O disposto neste capitulo ap I I ca-se
,
tambem quando se tratar de credor munido de titulo executivo extra

judicial.

§ 1º - Obt i da a conc i I i açao entre as partes, se


, ,
ra proferida a sentença homologatoria prevista no paragrafo unlco

do art. 23 desta lei.


- comparecendo o devedor,
§ 2º - Nao ser a proferi

da a sentença prevista no art. 24 desta lei.


, ,
§ 3º - A sentença valera como titulo executivo J~

d ic ia I .

GER 6.07
CAMARA DOS DEPUTADOS
tO~nSSAO DE ~EDAÇAO 10.

XI
DA RESPOSTA DO REU

Art. 31 - A contestaçao,
- que sera oral ou escrl
, ,
ta, conter a toda a materia de defesa, exceto argulçao de suspelçao

ou impedimento do Juiz, que se processara na forma da legislaç~o em

vigor.
, , ,
Art. 32 - Nao se adm i tira a reconvençao. E I i c i to

ao reu, na contestaçao,
- formular pedido em seu favor, nos imites

do art. 3º desta lei, desde que fundado nos mesmos fatos que cons
,
tituem objeto da controversia.
" ,
Paragrafo unico - O autor podera responder ao pe-
, ~

dido do reu na propria audiencia ou requerer a designaçao de


- nova

data, que sera desde logo fixada, cientes todos os presentes.

XI I

I
DAS PROVAS
I

I
Art. 33 - Todos os meios de prova moralmente
, ,
legitimos, ainda que nao especificados em lei, sao habeis para pro I

var a veracidade dos fatos alegados pelas partes. I

Art. 34 - Todas as provas ser~o produzidas na I


audiencia de instruçao e julgamento, ainda que nao requeridas previa

mente, podendo o Juiz I imitar ou excluir as que considerar exces


,
SI vas, i mpert i nentes ou prote I ator i as.

Art. 35 - As testemunhas, at~ o maxlmo de 3(tr;s)


~

para cada parte, comparecerao a audiencia de instruçao e julgame~

GER 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS
tO~ISSÃO DE REDAÇAO 11.

to, I evadas pe I a parte que as tenha arro I ado, i ndependentemente de

intimaçao, ou mediante esta, se assim for requerido.

§ 1º - O requerimento para intimaçao das tes-


,
temunhas ser a apresentado a Secretaria no minimo 5 (cinco) dias an
-
tes da audiencia de instruçao e julgamento.

§ 2º - N~o comparecendo a testemunha intimada, o


Juiz podera determinar sua imediata conduçao, valendo-se, se neces

sarlo, do concurso de força publ ica.

Art. 36 - Quando a prova do fato exigir,o Juiz


, ,
podera inquirir tecnicos de sua co nfi ança, permitida as partes a
,
apresentaçao de parecer tecnico.
,
Paragrafo unico -
,
No curso da
-
audiencia, podera
,

,
o Juiz, de oficio ou a requerimento das partes, real izar Inspeçao

em pessoas ou CO i sas, ou determinar que o faça pessoa de sua con


,
fiança, que lhe relatara informalmente o verificado.
- ,
Art. 37 - A prova oral nao sera reduzida a es-

crito, devendo a sentença referir, no essencial, os informes trazi

dos nos depoimentos.

XI I I

• DA SENTENÇA

Art. 38 - A sentença mencionara os elementos de

convlcçao do Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos


,
em audiencia, dispensado o relatorio.
,
Paragrafo unico -
, -
Nao
,
se admitira sentença con
, , ,
denatoria por quantia i I iquida, ainda que generico o pedido.

GER 6.07
CÂMARA DOS DEPUTADOS_
CO~ISSAO DE RE~AÇio
,
Art. 39 - E ineficaz a sentença condenatoria na

parte que exceder a alçada estabelecida nesta lei.

Art. 40 - A execuçao da sentença sera processada


,
no JUIZO ordinario competente.

XIV
DO RECURSO

Art. 41 - Da sentença, excetuada a homologatoria


, ,
de concl laça0 ou laudo arbitral, caber a recurso para o proprlo J ui

zado.

§ 1º - O recurso sera julgado por turma composta


, ,
JUizes, em exerclclo no primeiro grau de juri s diçao,re~

nidos na sede do Juizado.

§ 2º - No recurso as partes ser ao obrigatoriamen


te representadas por advogado.
,
42 - O recurso ser a oposto no prazo de
Art. 10
. .
(dez) dias, contados da clencla da sentença, por petiçao escrita,

da qual
-
constarao as razoes e o pedido do recorrente.

§ 1º - O preparo ser a feito, ind epe nd e nt e mente

de intimaçao, nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ~ interposi

ta çao, sob pena de deserçao.


,
§ 2º - Ap~s o preparo, a Secretaria intimara o

recorrido para oferecer resposta escrita no prazo de 10 (dez) dias.

Art. 43 - O recu r so tera somente efeito devolu-

tivo, podendo o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano

irreparavel para a parte.

Art. 44 - As partes poderao requerer a transcri-

GER L~
CAMARA DOS DEPUTADOS
CC~RSSAC DE REDAÇAC 13.

,
çao da gravaçao da fita magnetica a que alude o § 3º do art. 14 des

ta lei, correndo por conta da requerente as despesas respectivas.

Art. 45 - As partes ser~o intimadas da data da

sessao de julgamento.

Art. 46 - Se a sentença for confirmada pelos


, ,. ,. ....
proprlos fundamentos, a sumula do julgamento servira de acorda0.

XV
DOS EMBARGOS DE DECLARAÇAO

Art. 47 - Caber~o embargos de declaraçao quan-

do, na sentença ou acorda0,


, - houver obscuridade, contradiçao,
- omls
,
sao ou duvida.
Paragrafo unlco - Os erros materiais podem ser
,
corrigidos de oficio.

Art. 48 - Os embargos de declaraçao serao opos-

tos por escrito ou oralmente, no prazo de 5 (cinco) dias, contados


-
da ciencia da decisao.

Art. 49 - Quando opostos contra sentença,os em


- -
bargos de declaraçao suspenderao o prazo para o recurso.

• XVI
DA EXTINÇÃO DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MÉRITO

,
Art. 50 - Extingue-se o processo, alem dos ca

sos previstos em lei:


I - quando o autor deixar de comparecer a qual

quer das audiencias do processo;

GER 6.07
cAM A RA O O S O E P U T t&~ ~SÃO DE REDAÇÃO 14.

II - quando inadmissiveis o procedimento insti


tuido por esta lei ou seu prosseguimento apos a conci I iaçao;
III quando for reconhecida a incompetencia ter

r i tor i a I ;
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos

previstos no art. 8º desta l ei;


V - quando, falecido o autor, a habi I itaçao - de

pender de sentença ou nao se der no prazo de 30 (trinta) dias;


VI - quando, falecido o reu, o autor nao
- promo
ver a citaçao dos sucessores no prazo de 30 (trinta) dias da clen
c la do fato.
,
§ 1º - A extinçao do processo independera, em
, ,
qualquer hipotese, de previa intimaçao pessoal das partes.
§ 2º - No caso do inciso I, quando comprovar que
,
a ausenc la decorre de força maior, a parte podera ser isentada, pe

lo Juiz, do pagamento das custas.

XV I I

DAS DESPESAS

Art. 51 - O acesso ao Juizado de Pequenas Cau


sas independera, em primeiro grau de jurisdiçao, - do pagamento de

• custas, taxas ou despesas.

Art. 52 - O preparo do recurso, na forma do § 1º


,
do art. 42 desta l ei , compreendera todas as despesas processuais, i~

c lu sive aquelas dispensadas em primeiro grau de jurisdiçao,ressalv~


,
da a hipo tese de
-
assistencia
,
judiciaria gratuita.

Art. 53 A sentença de primeiro grau nao con


,
denara o vencido em c u stas e honorarios de advogado , ressalvados os
, ,
c a s os de I i t i g a n c i a de ma - f e . Em se g u n do g r a u, o r e c o r r e n te, ve n c i do,

GER 20.01.0050.5
- - - - - - - - - - - - - ------ -----

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CO~ISSAO DE REDAÇAO 15, .

pagara as custas e honorarios de advogado, que serao fixados entre

10% (dez por cento) e 20% (vinte por cento) do valor de condena

çao ou, nao havendo condenaçao, do valor corrigido da causa.

XV I I I

DISPOSiÇÕES FINAIS

,
Art. 54 - Nao se instituira o Juizado de Peque

nas Causas sem a correspondente implantaçao das cura d orias necessa


~ ,
rias e do serviço de assistencia judiciaria.

Art. 55 - O acordo extrajudicial, de qualquer n~


, ,
tureza ou valor, podera ser homologado, no juizo competente, inde

pendentemente de termo, valendo a sentença como titulo executivo J~

dic ia I .
, ,
Paragrafo unlco - Valera como titulo executivo

extrajudicial o acordo celebrado pelas partes, por instrumento es-

crito, referendado pelo ;rg~o competente do Minist~rio P~bl ico.

Art. 56 - As normas de organizaç~o judici~ria lo


cal poderao:

- -
estender a conc i I i açao prev i sta nos arts.

22 e 23 a causas nao abrangidas nesta lei;


, ,
II - criar colegiados constituidos por JUizes em
~

exerc;clo no primeiro grau de jurisdiç~o e atribuir-lhes competen

GER 20.01 .0050.5


,--------------------- - - -- - -

CÂMARA DOS DEPUTADOS


CO~ISSAO ~[ RE~AÇAO 16.

cla para os recursos interpostos contra decisoes proferidas em pe-

quenas causas nao processadas na forma desta lei.

. .
Art. 57 - N~o se admitir~ açao resclsorla nas

causas sujeitas ao procedimento instituido nesta lei.

Art. 58 - Esta lei entra em vigor na data de sua


pub I I caça0.
,
Art. 59 - Revogam-se as disposiçoes em contrari~

COMISSÃO DE REDAÇÃO, 17 de outubro de 1984.

C\
~ i dente _ ' .. 'ú-
\)J'"""-
~~v .

i/

GER 20.01.0050.5
Brasília, )"' de outubro de 19 8 4 .

"j"- ?
N 9 --- I::
Comunica remessa do Projeto de Lei
n9 1 . 950 - F , de 1983, à sanção .

Senhor Secretário ,

Tenho a honra de comunlcar a Vossa Ex


celência , para que se digne levar ao conhecimento do Senado
Federal, que a Cãmara dos Deputados aprovou as emendas des
sa Casa do Congresso Nacional ao Projeto de Lei n9 1.950 - F ,
de 1983 , que "dispõe sobre a criação e o funcionamento do
Juizado Especial de Pequenas Causas ".

Outrossim , comunic o a Vossa Excelê n-


Cla que a referida proposição foi , nesta data , enviada à san
çao .

Aproveito a oportunidade para renovar


a Vossa Excelência os protestos da minha alta estima e malS
distinta consideração .

. FE~

rI
rlme

A Sua Excelência o Senhor


Senador HENRIQUE SANTILLO
DD . Primeiro Secretário do Se nado Fe deral

GER 6 .14
MENSAG EM N9 I -/~ ;;-'1
./

EXCELENT1sSIMO SENHOR PRESIDENTE DA REPOBLICA

o PRESIDENTE
DA C~MARA DOS DEPUTADOS tem a honra de
enviar a Vossa Excelência, para os fins constitucionais, o incluso Pro
jeto de Lei que "dispõe sobre a criação e o funcionamento do Juizado
Especial de Pequenas Causas", submetido ã apreciação do Congresso Na-
cional nos termos do Art. 51 da Constituição Federal.
CAMARA DOS DEPUTADOS , EM ~; DE OUTUBRO DE 1984.
~ .
./

----
- -I

-- / ./

GER 6.14
Dispõe sobre a criação e o funcionamen-
to do Juizado Especial de Pequenas Cau-
sas.

o CONGRESSO NACIONAL decreta:

DISPOSIÇOES GERAIS
I I
Art. 19 - Os Juizados Especiais de Pequenas Causas, õrgaos da
Justiça ordinãria, poderao ser criados nos Estados, no Distrito Federal e
nos Territõrios, para erocesso e julgamento, por opção do autor, das causas
de reduzido valor economico .
Art. 29 - O processo, perante o Juizado Especial de Pequenas
Causas, orientar-se-ã pelos criterios da oralidade, simplicidade, informali
dade, economia processual e celeridade, buscando sempre que poss lvel a con-
ciliação das partes.
Art. 39 - Consideram-se causas de reduzido valor econõmico as
que versem sobre direitos patrimoniais e decorram de pedido que , à data do
ajuizamento, não exceda a 20 (vinte) vezes o salãrio-mlnimo vigente no Pals
e tenha por objeto :
I - a condenação em dinheiro;
II - a condenação à entrega de coisa certa móvel ou ao cumpri-
mento de óbrigação de fazer, a cargo de fabricante ou fornecedor de bens e
serviços para consumo;
III - a desconstituição e a declaração de nulidade de contrato
relativo a coisas mõveis e semoventes.
§ 19 - Esta lei não se aplica às causas de natureza alimen-
tar, falimentar, fiscal e de interesse da Fazenda Publica, nem às relativas
a acidentes do trabalho, a reslduos e ao estado e capacidade das pessoas,
ainda que de cunho patrimonial.
)~

/
/
,

2.

§ 29 - A opção pelo procedimento previsto nesta lei importarã


em renü ncia ao credito excedente ao limite estabelecido neste artigo, exce-
t uada a hipõte se de conciliação.

II

DO JUIZ, DOS CONCILIADORES E DOS ~RBrTROS

Art. 49 - O Juiz dirigirã o processo com ampla liberdade para


determinar as provas a serem produzidas, para apreciã-las e para dar especl
al valor ãs regras de experiência comum ou tecnica.
Art. 59 - O Juiz adotarã em cada caso a decisão que reputar
mais justa e equânime, atendendo aos fins sociais da lei e ãs exigências do
bem comum.
· Art. 69 - Os conciliadores são auxiliares da Justiça para os
f in s do art. 22 desta lei, recrutados preferentemente dentre bachareis em
Direito, na fo rma da lei local.
Art . 79 - Os ãrbitros serão escolhidos dentre advogados indi-
cados pela Ordem dos Advogados do Brasil.

IrI

DAS PARTES

Art . 89 - Não poderão ser pa r tes, no processo instituido nes-


ta lei~ o incapaz, o preso, as pessoas juridicas de direito publico, as em-
presas publicas da União, a massa falida e o insolvente civil.
§ 19 - Somente as pess oas fisicas capazes serão admitidas a
propor ação perante o Juizado Especial de Pequenas Causas, excluidos os ces
sionãrios de direito de pessoas juridicas.
§ 29 - O maior de 18 (dezoito} anos pode rã ser autor, indepe~
denteme nte de assistência, inclusive para fins de conciliação.
Art. 99 - As partes comparecerão sempre pessoalmente, podendo
ser assistidas por advogado.

GER 6.14
3.

§ 19 - Se uma das partes compar ecer assistida por advogado,


ou se o reu for pessoa juridica ou firma individual, terã a outra parte,
se quiser, assistência judiciãria prestada por orgão institu;do junto ao
Juizado Especial de Pequenas Cau sas, na fo rma da lei local.
§ 29 - Se a cau~a apresentar suestões complexas, o Juiz
alertarã as partes da conveniencia do patroclnio por advogado.
§ 39 - O mandato ao advogado poderã ser verbal, salvo quan-
to aos poderes especiais.
§ 49 - O reu, sendo pessoa jur;dica ou titular de firma in-
dividual, poderã ser representado por preposto credenciado .

• Art. lO - Não se admitirã, no processo, qualquer forma de


intervenção de terceiro nem de assistência. Admitir-se-ã o litisconsorcio.
Art. 11 - O Ministerio Público intervirã nos casos previ~
tos em lei.

IV
I
I

DA COMPETÊNCIA

Art. 12 _or competente, para as causas previstas nesta lei,


o Juizado do foro:
I - do domicllio do reu ou, a criterio do autor, do local
onde aquele exerça atividades profissionais ou economicas ou mantenha es-
tabelecimento, filial, agência, sucursal ou escritõrio;
11 - do lugar onde a obrigação deva ser satisfeita;
111 - do domicilio do autor ou do local do ato ou fato, nas
ações para reparação de dano de qualquer natureza.
Parãgrafo unico. Em qualquer hipotese, poderã a ação ser
proposta no foro previsto no inciso I deste artigo.

DOS ATOS PROCESSUAIS

Art. 13 - Os atos processua is sera- o pub li cos e pode rão r ea-


-- - ,

~
. /
GER 6.14
4.

lizar-se em horario noturno, conforme dispuserem as normas de organização


judiciaria.
Art . 14 - Os atos processuais serão validos sempre que pre-
encherem as finalidades para as quais forem realizados, atendidos os cri-
terios indicados no art. 29 desta lei.
§ 19 - Não se pronunciarã qualquer nulidade sem que tenha
havido prejulzo.
§ 29 - A pratica de atos processuais em outras comarcas po-
dera ser solicitada por qualquer meio idôneo de comunicação.
§ 39 - Serão objeto de registro escrito exclusivamente os

• atos havidos por essenciais. Os atos realizados em audiência de instru-


ção e julgamento deverão ser gravados em fita magnetica ou equivalente,
que serã inutilizada apõs o transito em julgado da decisão.
§ 49 - As normas locais disporão sobre a conservação das p~
ças do processo e demais documentos que o instruem.

VI

DO PEDIDO

Art . 15 - O processo instaurar-se-a com a apresentação do


. escrito ou oral, ã Secretaria do Juizado .
pedido,
§ 19 - Do pedido constarao, de forma simples e em linguagem
acesslve1:
I - o nome, a qualificação e o endereço das partes;
11 - os fatos e fundamentos, em forma sucinta;
I
111 - o objeto e seu valor. I

§ 29 - E 11cito formular pedido generico quando não for po~ I


sivel determinar, desde logo, a extensão da obrigação. I
§ 39 - O pedido oral serã reduzido a escrito pela Secreta- iI
ria do Juizado, podendo ser utilizado o sistema de fichas ou formularios
impressos.
§ 49 - O ecretario sera necessariamente bacharel em Direi-
to .
,/
)
<..
-
~- /
GER 6 .14
5.
Art. 16 - Os pedidos mencionados no art. 39 des ta lei poderão
ser alte rna tivo s ou cumulados; nesta úl t ima hipó tese , desde que
soma não ultr apa sse o lim ite fixado naquele disp osit ivo . conexos e a

Art. 17 - Registrado o pedido, independentemente de dist ribu i


ção e autuação, a Sec reta ria do Juizado desi gna rã a sessão de
a rea liza r-se no prazo de 10 (dez) dias . conc il i ação-;

Art. 18 - Comparecendo inic ialm ente ambas as par tes, inst au-
rar- se-ã , desde logo, a sessão de con cili aça o, dispensados o reg
vio do pedido e a cita ção . istr o pre-

Parãgrafo unico. Havendo pedidos con trap osto s, poderã ser


dispensada a con test ação formal e ambos serão apreciados na mesm
a sentença .

• VII

DAS CITAÇOES E INTIMAÇOES



Art. 19 - A cita ção far- se-ã por correspondência, com aviso
de recebimento em mãos pró pria s, ou, tra t ando-se de pessoa jurl
ma indi vidu al, mediante entr ega ao encarregado da recepção, quedic a ou fir-
toriamente iden tific ado , ou aind a, sendo nec essã rio, por ofic ial serã obriga
ça, independentemente de mandado ou cart a pre cató ria. de justi~

§ 19 - A cita çao con terã cópia do pedido inic ial, dia e


para comparecimento do cita ndo e adv ertê ncia de que, não compare hora I
I
side rar- se-ã o verd ade iras as alegaçoes inic iai? e serã pro feri do cendo, con- '
de plano. julgamento

§ 29 - Não se farã cita ção por edi tal. I

§ 39 - O comparecimento espontâneo sup rirã a falt a ou nuli


de da cita ção . da-

Art. 20 - As intimações serão feit às na forma pre vist a para a


cita ção , ou por qualquer outro meio idôneo de comunicação.
§ 19 - Dos atos prat icad os na audiência con side rar- se-ã
de logo cien tes as par tes. o des-

§ 29 - As part es comunicarão ao juiz o as mudanças de end


oco rrid as no curso do processo, reputando-se efic aze s as intimaçõe ereço
s env ia-
das ao loca l ante rior men te indi cad o, na ausência da comunicação
.
6.

IrI

DA REVELI.A

Art. 21 - Não comparecendo o demandado ã sessão de concilia-


ção ou ã audiência de instrução e julgamento, reputar-se-ão verdadeiros os
fatos alegados no pedido inicial, salvo se o contrario resultar da convi c-
ção do Juiz.

IX

• DA CONCILrAç~O E DO JU1Z0 ARBITRAL

Art. 22 - Aberta a sessao, o Juiz esclarecerã as partes pre-


sentes sobre as vantagens da conciliação, mostrando-lhes os riscos e as
conseqQências do litlgio, especialmente quanto ao disposto no § 29 do art.
39 desta lei.
Art. 23 - A conciliaçao serã conduzida pelo Juiz ou por con-
ciliador sob sua orientação.
Paragrafo unico. Obtida a conciliaçao, sera reduzida a es-
crito e homologada pelo Juiz, mediante sentença com eficãcia de tltulo exe
cutivo.
Art. 24 - Não comparecendo o demandado, o Juiz proferirã sen
tença.
Art. 25 - Não obtida a concili ação, as partes poderão optar,
de comum acordo, pelo jUlzo arbitral, na forma prevista nesta lei.
Paragrafo unico. O jUlzo arbitral considerar-se-ã instaura-
do, independentemente de termo de compromiss o, com a escolha do arbitro pe
las partes, fazendo o Juiz, caso não esteja o mesmo presente, sua convoca~
ção e a imediata designação de data para a audiência de instruçao.
Art. 26 - O arbitro conduzirã o processo com os mesmos cri-
terios do Juiz, na forma dos arts. 49 e 59 desta lei, podendo decidir por
eqQidade.
Art. 27 - Ao termino da instruçao, ou nos 5 (cinco) dias sub
seqQentes, o arbitro apresentarã o laudo ao Juiz para homologaçao por sen-
tença irrecorrlvel.

GER 6 .14
7.

X
DA INSTRUÇAO E JULGAMENTO

Art. 28 - Não instituldo o jUlzo arbitral, proceder-se-á ime


diatamente ã audiência de instrução e julgamento, desde que não resulte
prejulzo para a defesa.
Parágrafo unico. Não sendo posslvel a reali zação imediata,
serã a audiência designada para um dos lO (dez) dias subseqaentes, cientes
desde logo as partes e testemunhas eventualmente presentes.
Art. 29 - Na audiência de instrução e julgamento serão ouvi-
das as partes, colhida a prova e, em seguida, proferida a sentença.
§ 19 - Serão decididos de plano todos os incidentes que pos-
sam interferir no regular prosseguimento da audiência. As demais questões
serão decididas na sentença.
§ 29 - Sobre os do cume ntos apresentados por uma das partes, ·
man ifestar-se-ã imediatamente a parte contrária, sem interrupção da audi-
encia.
Art. 30 - O disposto neste capltulo aplica-se tambem quando
se tra tar de credor munido de tltulo executivo extrajudicial.
§ 19 - Obtida a conciliação entre as partes, será proferida
a sen tença homologatória prevista no parágrafo unico do art. 23 desta lei.
§ 29 - Não comparecendo o devedor, serã proferida a sentença ·
prevista no art. 24 desta lei.
§ 39 - A sentença valera como tltulo executivo judicial.

XI

DA RESPOSTA DO RtU

Art. 31 - A contestação, gue será oral ou escrita, conterá


toda a materia de defesa, exceto argfiiçao de suspeiçao ou impedimento do
Juiz, que se processará na forma da legislaçao em vigor.
r
')
/

GER 6.14
8.

Art. 32 - Não se adm itirã a reconvenção. r lici to ao reu,


na con test açã o, formular pedido em seu favo r, nos lim ites do art.
lei, desde que fundado nos mesmos fato s que constituem obje to da 39 dest a
sia. con trov er-

Parãgrafo unico. O auto r poderã responder ao pedido _do reu


na prõp ria audiência ou requ erer a designação de nova data , que,
logo fixa da, cien tes todos os pres ente s. sera desde

XII

DAS PROVAS

Art. 33 - Todos os meios de prova mor


que não esp ecif icad os em lei, são hãbeis para provaralmente legi tim os, ainda
a veracidade dos fato s
alegados pela s par tes.
Art. 34 - Todas as provas serão produzidas na audiência de
• inst ruçã o e julgamento, ainda 'que não requ erid as previamente, pode
Juiz lim itar ou exc luir as que con side rar exc essi vas , imp erti nen ndo o
tela tõri as. tes ou pro-

Art. 35 - As testemunhas, ate o mãximo de 3 (trê s} para cada


par te, comparecerão à audiência de inst ruçã o e julgamento, leva
te que as tenha arroladO, independentemente de intimação, ou med das pela par
se assim for requ erid o. iante est a:

§ 19 - O requerimento para i ntimação das testemunhas ,sera-


presentado a Sec reta ria no mlnimo 5 (cinco) dias ante s da audiênc a-
trução e julgamento. ia de ins-

§ 29 - Nao comparecendo a testemunha intim ada , o Juiz


determinar sua imediata condução, vale ndo -se, se nec essã rio. do poderã
força pub lica . concurso de

Art. 36 - Quando a prova do fato eXl glr, o Juiz pode rã inqu i-


rir tecn icos de sua con fian ça. permitida às part es a apresentaçao
cer tecn ico. de pare -

Parãgrafo unico. No curso da aud iênc ia, poderã o Juiz , de


ofic io ou a requerimento das par tes, rea liza r inspeção em pessoas ou cois as,
ou determinar que o faça pessoa de sua con fian ça, que lhe re1a tarã informal
mente o ver ific ado .

/'"
/

GER 6.14
9.

Art. 37 - A prova oral não serã reduzida a escrito, devendo a


sentença referir, no essencial, os informes trazidos nos depoimentos.

XIII

DA SENTENÇA

Art. 38 - A sentença mencionarã os elementos de convicção do


Juiz, com breve resumo dos fatos relevantes ocorridos em audiência, dispen-
sado o relatório .
Parâgrafo ~nico. Nao se admitirâ sentença condenatória por
quantia i11quida, ainda que generico o pedido .
Art. 39 - r ineficaz a sentença condenatória na parte que ex-
ceder a alçada estabelecida nesta lei .
Art. 40 - A execução da sentença serâ processada no jUlzo or-
dinãrio competente.

XIV

DO RECURSO

Art. 41 - Da sentença, excetuada a homo10gatõria de concilia-


ção ou laudo arbitral, caberâ recurso para o prõprio Juizado.
§ 19 - O recurso serã julgado por turma composta de 3 (tres )
jUlzes, em exerclcio no primeiro grau de jurisdição, reunidos na sede do
Juizado.
§ 29 - No recurso - obrigatoriamente represen-
as partes serao
tadas por advogado.
Art. 42 - O recurso serã oposto no prazo de 10 (dez) dia s ,
contados da ciencia da sentença, por petiçao escrita, da qual constarão as
razoes e o pedido do recorrente.
§ 19 - O preparo serã feito, independentemente de intimação,
nas 48 (quarenta e oito) horas seguintes ã interposição, sob pena de deser
- .
çao

GER 6,14
,

10.

§ 29 - Após o preparo, a Secretaria intimarã o recorrido pa-


ra of erecer resposta escrita no prazo de 10 (dez) dias.
Art. 43 - O recurso terã somente efeito devolutivo, podendo
o Juiz dar-lhe efeito suspensivo, para evitar dano irreparãvel para a par-
te.
Art. 44 - As partes poderão requerer a transcrição da grava-
ção da fita magnetica a que alude o § 39 do art. 14 desta lei, correndo
por conta da requerente as despesas respectivas.
Art. 45 - As partes serão inti madas da data da sessão de jul
gamento.
Art. 46 - Se a sentença for confirmada pelos próprios funda-
mentos, a sumula do julgamento servirã de acórdão.

xv

DOS EMBARGOS DE DECLARAÇ~O

Art. 47 - Caberão embargos de declaração quando, na sentença


ou acórdão, houver obscuridade, contradição, omissão ou duvida.
Parãgrafo uni co. Os erros materiais podem ser corrigidos de
oflcio.
Art. 48 - Os embargos de declaração serão opostos por escri-
t~ ou oralmente, no prazo de 5 (cinco) dias, contados da ciência da deci-
sao.
Art. 49 - Quando opostos contra sentença, os embargos de de-
claração suspenderão o prazo para o recurso.

XVI

DA EXTINÇ~O DO PROCESSO SEM JULGAMENTO DO MERITO

Art. 50 - Extingue-se o processo, alem dos casos previstos


em lei:
I - quando o autor de i xar de comparecer a qu al quer das audi-
enc i as do processo;

GER 6.14
11.

II - quando inadmisslveis o procedimento instituldo por esta


lei ou seu prosseguimento apôs a conciliação;
III - quando for reconhecida a incompetência territorial;
IV - quando sobrevier qualquer dos impedimentos pr~vistos no
art. 89 desta lei;
V - quando, falecido o auto r, a habilitação depender de sen
tença ou não se der no prazo de 30 (trinta) dias;
VI - quando, falecido o reu, o autor nao promover a citação
dos sucessores no prazo de ~O (trinta) dias da ciência do fato.
§ 19 - A extinçao do processo independera, em qualquer hipô
tese, de previa intimação pessoal das partes.
§ 29 - No caso do inciso I, quando comprovar que a ausência
decorre de força maior, a parte podera ser isentada, pelo Juiz, do paga-
mento das custas .

XVII

DAS DESPESAS

Art. 51 - O acesso ao Juizado de Pequenas Causas independe-


ra, em primeiro grau de jurisdição, do pagamento de custas, taxas ou des-
pesas.
Art. 52 - O preparo do recurso, na forma do § 19 do arte 42
desta lei, compreendera todas as despesas processuais, inclusive aquelas
dispensadas em primeiro grau de jurisdição, ressalvada a hipôtese de as-
sistência judiciaria gratuita.
Art. 53 - A sentença de primeiro grau nao condenarã o venci
do em custas e honorarios de advogado, ressalvados os casos de litigância
de ~a~fe. Em segundo grau, o_recorrente, vencido, pagara as custas e ho-
norarlOS de advogado , que serao fixados entre 10% (dez por cento) e 20%
(vinte por cento) do valor de condenação ou, não havendo condenação, do
valor corrigido da causa.
,
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GER 6.14
l I

. 12.

xvrrr
DrSPOSIçOES FINArS

Art. 54 - Não se instituira o Juizado de Pequenas Causas sem


a correspondente implantação das curadorias necessarias e do serviço de
assistência judiciaria.
Art. 55 - O acordo extrajudicial, de qualquer natureza ou va
lar, pOdera ser homologado, no jUlzo competente, independentemente de ter~
mo, valendo a sentença como tltulo executivo judicial.
Parãgrafo unico. Valera como tltu10 executivo extrajudicial
~ acordo celebrado pelas partes, por instrumento escrito, referendado pelo
orgao competente do Ministerio Publico.
Art. 56 - As normas de organização judiciaria local poderão:
_ I - estender ~ conciliação prevista nos arts. 22 e 23 a cau-
sas nao abrangidas ne sta lei;
II - criar colegiados constituldos por jUlzes em exerclcio no
primeiro grau de jurisdifão e atribuir-lhes competencia para os recursos
interpostos contra decisoes proferidas em pequenas causas não processadas
na forma desta lei.
Art. 57 - Não se admitira ação rescisória nas causas sujei-
tas ao procedimento instituldo nesta l ei.
Art. 58 - Esta lei entra em vigor na data de sua publicação .
Art. 59 - Revogam-se as disposições em contrario.
CAMARA DOS DEPUTADOS, em )'1 de outubro de 1984.
, --) /
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GER 6.14
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OBSERVAÇOES

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DOCUMENTOS ANEXADOS;, _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ _ __
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-
OBSERVAÇOES

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~.i.f:,~"i;L..--....,

DOCUMENTOS ANEXADOS:. _____________________________

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