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sem a permissão da editora e/ou autor.

Revisão: Márcia Santos

Capa: Larissa Codogno

Diagramação: Vinicius Torquato

Edição em Versão Impressa: 2021

Edição em Versão Digital: 2021

Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

L649 Letramento digital: o futuro da educação - de professor para professor / Fábio Gomes da
Índice para catálogo sistemático

I. Letramento digital
Conselho Editorial

Profa. Dra. Andrea Domingues (UNIVAS/MG) (Lattes)

Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi (FATEC-SP) (Lattes)

Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna (UNESP/ASSIS/SP) (Lattes)

Prof. Dr. Carlos Bauer (UNINOVE/SP) (Lattes)

Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha (UFRGS/RS) (Lattes)

Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa (FURG/RS) (Lattes)

Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO/SP) (Lattes)

Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira (UNICAMP/SP) (Lattes)

Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins (UNICENTRO-PR) (Lattes)


Prof. Dr. Romualdo Dias (UNESP/RIO CLARO/SP) (Lattes)

Profa. Dra. Thelma Lessa (UFSCAR/SP) (Lattes)

Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt (UNIPAMPA/RS) (Lattes)

Prof. Dr. Eraldo Leme Batista (UNIOESTE-PR) (Lattes)

Prof. Dr. Antonio Carlos Giuliani (UNIMEP-Piracicaba-SP) (Lattes)

Paco Editorial

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Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Salas 11, 12 e 21

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Dedicamos esta obra a todos os que fazem parte do desenvolvimento da
educação pública através das lutas diárias, aos que acreditam e dedicam seu
tempo para a educação pública de qualidade. Ao dedicar seu tempo para
educação, todos plantam sementes preciosas para o futuro.

Agradecemos a Deus, que é o Senhor de todas as coisas e detentor de todo o


conhecimento.
Agradecemos à Equipe Conectando Saberes Nacional, por apoiar e acreditar que
juntos podemos transformar a educação pública do Brasil.

Agradecemos a todos os membros do Núcleo Conectando Saberes (Beruri-AM)


e aos professores convidados por aceitarem compartilhar suas Boas Práticas
através deste livro.

Agradecemos à Universidade do Estado do Amazonas (UEA), cuja realização da


Especialização em Letramento Digital foi a base de pesquisa para a produção
dos capítulos de livros.

A todos, nosso muito obrigado


SUMÁRIO

FOLHA DE ROSTO

DEDICATÓRIA

AGRADECIMENTOS

APRESENTAÇÃO

1. EDUCAÇÃO E PODER: A INFLUÊNCIA DO ENSINO HÍBRIDO NA


DISCIPLINA DE FILOSOFIA

Adailson Nascimento Souza

2. O STOP MOTION APLICADO NO ESTUDO DE PERÍMETRO E ÁREA


NO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA ESCOLA DA REDE
ESTADUAL DE BERURI

Aleson Araújo Dantas


3. A ARTE NA ESQUELETIZAÇÃO DE FOLHAS COM O USO DO
APLICATIVO PLANTNET

Ausanira dos Santos Dantas

4. AS MÍDIAS E TECNOLOGIAS APLICADAS NA SALA DE AULA COMO


PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Cláudio Magalhães Ayres

5. O USO DO FACEBOOK COMO FERRAMENTA PEDAGÓGICA

Ester Lima de Oliveira

6. O USO DO APLICATIVO MOVIE MAKER COMO FERRAMENTA


DIDÁTICA NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Francisca Ferreira Cordeiro

7. USO DO SOFTWARE AUDACITY

Francimara Pacheco Pereira


8. A LUDICIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA UTILIZANDO
O SOFTWARE EDUCATIVO HAGÁQUÊ NO PROCESSO ENSINO-
APRENDIZAGEM EM UMA TURMA DO 6º ANO DO ENSINO
FUNDAMENTAL

Gesse Ferreira Marinho

9. A UTILIZAÇÃO DAS METODOLOGIAS ATIVAS EM SALA DE AULA


PARA A PROMOÇÃO DA AUTONOMIA E O PROTAGONISMO DO
EDUCANDO

Joseane de Brito Bezerra Nunes

10. O USO DA TECNOLOGIA DIGITAL NO CONTEXTO ESCOLAR

Zaqueu da Silva Albuquerque

SOBRE OS AUTORES

PÁGINA FINAL
APRESENTAÇÃO

Compreendemos letramento digital como sendo um conjunto de competências


ou habilidades obrigatoriamente utilizadas por um cidadão ou comunidade para
poder entender e usar as informações que surgem de diferentes fontes de forma
crítica, utilizando letramento/tecnologia digital. Não como um mero reprodutor
de notícias descontextualizadas, vindas pela internet, como se fossem únicas e
verdadeiras.

Na concepção de Freitas (2010), as tecnologias são de fundamental importância


no processo de desenvolvimento de regiões que tiveram a colonização por
exploração e de forma tardia foram incluídas num processo capitalista
exacerbado de exploração e desigualdade. Essa condição põe em questão os
vários tipos de letramentos, e, nomeadamente, o letramento digital posto em
prática na Região Amazônica, frente às perspectivas de desenvolvimento
ambiental, social e econômico que o novo milênio exige dos povos amazônicos,
se é que esses, com todas as potencialidades que possuem, pretendem estar
incluídos nos novos modelos digitais de letramento, e por seguinte de
competitividade na construção de um desenvolvimento sustentável histórico nos
lugares mais remotos do vale amazônico.

O letramento digital, ou as tecnologias instaladas de forma tardia e aleatória na


Amazônia, não resolvem os problemas educacionais, de educação ambiental,
sociais e econômicos da maior área de floresta do planeta. Para que isso aconteça
é de fundamental importância que se pontue alguns aspectos iniciais.

Por conta da vontade política dos governantes e empresariado da capital do


estado do Amazonas e dos Municípios, o letramento e as tecnologias terão que
ser oferecidos à população como um recurso que os nativos possam utilizar de
maneira autônoma e democrática para dialogar e realizar parcerias intelectuais,
econômicas e familiares no contexto amazônico e para além deste. Pois em
pleno século XXI nenhum cidadão da floresta jamais poderá ser prisioneiro das
tecnologias e das informações. Por termos plena convicção crítica de que as
informações, o conhecimento, já diziam os antigos egípcios, podem libertar os
seres humanos.

A formação dos professores é um aspecto imprescindível para que se possa obter


o desenvolvimento em qualquer área social. Tendo em vista que esses
profissionais são detentores de muitos conhecimentos, como tais, apesar das
muitas carências pedagógicas e didáticas enfrentadas nas escolas, são nas
instituições de ensino por todo o interior da Amazônia que os servidores são
capazes de desenvolver conhecimentos robustos sobre os gêneros discursivos e a
linguagem digital utilizada pelos estudantes.

Os professores tornam-se capazes de decodificar a linguagem, de certo modo


rústica do aluno que vem do meio rural do Amazonas. E com auxílio dos
computadores, da internet, podem integrar a linguagem digital globalizada com a
linguagem da atualidade regional, sem discriminar a local. Promovendo cenários
dialógicos, e por seguinte a transformação da sociedade local, tornando a escola
amazonense do meio florestal mais construtiva e criativa. Pois as tecnologias
digitais podem abrir perspectivas até então inéditas nas regiões ou territórios
onde a geografia se constitui em obstáculo à comunicação. Assim, podemos
perspectivar que o letramento digital pode alterar a organização do território
Amazônico promovendo o desenvolvimento educacional e na floresta
amazônica.

Os autores, deste e de outros projetos de letramento digital nessa Região, são


pesquisadores com visão acadêmica e científica imensurável, que não veem as
centenárias limitações como barreiras, capazes de continuar impedindo uma
implementação com maior evidência do letramento digital nas escolas por todo o
Estado do Amazonas.

Pois todos os professores, pesquisadores, estudantes e demais cidadãos estão


convictos de que o letramento digital na região não pode mais ser retardado.
Esse fato pode colocar muitas localidades interioranas desse Estado numa
condição de décadas de atraso em relação ao Sul, Sudeste e até alguns Estados
do Nordeste brasileiro. Portanto, a publicação deste livro é oportuna à
emergência do letramento digital e o futuro da educação em toda a Amazônia.

Ademar Vieira dos Santos (Professor da Universidade Federal do Amazonas –


Faced)
Fábio Gomes da Silva (Professor do Ensino Médio)
1.
EDUCAÇÃO E PODER: A INFLUÊNCIA DO ENSINO
HÍBRIDO NA DISCIPLINA DE FILOSOFIA

Adailson Nascimento Souza

Introdução

Este capítulo, baseado em uma proposta de trabalho de conclusão de curso tem


como finalidade explanar a prática da docência a partir do uso do Ensino Híbrido
na disciplina de Filosofia com os alunos do 3º ano 3 de uma Escola Estadual no
município de Beruri - AM.

Diante dos grandes desafios vividos dentro de sala de aula, muitos docentes têm
se sentido limitados em suas práticas do ensino, impedindo a qualidade desse
processo, certo de que se faz necessária uma ressignificação na prática docente,
mas o que está em questão não é somente a prática da docência, mas o sistema
que a rege, isso tem implicado de maneira direta no processo de ensino-
aprendizagem de muitos alunos, não proporcionando a possibilidade de o(s)
mesmo(s) conseguir(em) entrar em uma universidade pública.

É pensando na problemática desse trabalho que, pensamos em estudar uma


proposta que facilite o aprendizado do aluno, foi quando tivemos o privilégio de
conhecer o Ensino Híbrido como uma ferramenta didática no processo
educacional, invertendo os papéis dentro da sala de aula, onde agora, o aluno
passa a ser o protagonista, tal possibilidade acarretará mais responsabilidade ao
aluno além de levá-lo a uma profunda reflexão sobre o conhecimento em si.

Com isso, resolvemos desenvolver uma pesquisa qualitativa e quantitativa com


os alunos, para identificarmos o grau de conhecimento deles em relação à
proposta do Ensino Híbrido e sua historicidade, a importância do mesmo no
processo de ensino-aprendizagem e por fim, aplicar o Ensino Híbrido na
disciplina de Filosofia com os alunos do 3º ano 3 do ensino médio de uma
Escola Estadual, analisando a sua evolução e avaliação em relação à prática do
ensino tradicional.

Portanto, este capítulo visa descobrir até que ponto a prática do ensino Híbrido é
importante no processo de ensino-aprendizagem e onde corroborará na formação
do discente possibilitando a entrada na universidade pública.

1. Fundamentação teórica e/ou trabalhos relacionados

Diante de um assunto muito atual e relevante para a educação é que


pretendemos, a partir das problemáticas apresentadas, analisar os fatores que
possivelmente podem ter sido o motivo de transformação ou não da sociedade a
partir da educação, tendo sido percebido que a educação até se desenvolveu, mas
não tanto quanto em outros países que surgiram depois do Brasil e que hoje tem
a educação como o fator principal nesse crescimento.

Essas e outras problemáticas se dão a partir dos impactos científicos na


identidade, levando consigo as alterações na formação da identidade, Hall vem
afirmar que essas modificações na formação da “identidade está relacionado ao
caráter da mudança na modernidade tardia; em particular, ao processo de
mudança conhecido como globalização” (2011, p. 14), entretanto, Marx já
afirmava que a modernidade iria trazer essa mudança afirmando que,

O permanente revolucionar da produção, o abalar ininterrupto de todas as


condições sociais, a incerteza e o movimento eterno... Todas as relações fixas e
congeladas, com seu cortejo de vetustas representações e concepções, são
dissolvidas, todas as relações recém-formadas envelhecem antes de poderem
ossificar-se. Tudo que é sólido se desmancha no ar... (1973, p. 70)
Marx, com tal afirmação, estava se preparando para o futuro onde, tanto a
sociedade, como também o ser, seria uma sociedade de constantes mudanças
rápidas e permanentes, que Bauman (2001) vai definir como “Sociedade
Líquida”, essa tal sociedade é aquela flexível, onde a fluidez é seu caminho para
a resolução de problemas.

Quando nos aprofundamos dentro dessa problemática, descobrimos que as


hipóteses são muito mais complexas do que imaginamos. Diante das
preocupações no âmbito do sustento familiar, muitos pais têm deixado de
acompanhar os filhos por não terem tempo o suficiente, esse contexto tem
levado o processo de ensino-aprendizagem ao fracasso devido “[...] aos pais cada
vez mais distantes da vida social dos filhos, a escola e outros agentes diretos
deve[re]m assumir mais e mais a obrigação de conviver com as crianças”
(Kilpatrick, 2011, p. 66).

Na modernidade, podemos ver claramente que a responsabilidade dos pais tem


sido transferida para a escola e os mesmos têm esquecido que “[...] a escola
agora passou a ser, cada vez mais, um lugar em que a vida se processa [...]”
(Kilpatrick, 2011, p. 66) em vez de acharmos que está beneficiando o processo
de ensino-aprendizagem do aluno, na maioria das vezes, está sendo interrompido
por isso, e que os pais precisam acompanhar os filhos nesse processo.

Tais problemas têm sido presenciados diuturnamente nas escolas atrapalhando de


forma direta o processo de ensino, resultando numa consequência negativa do
desenvolvimento da educação e na formação e aprovação dos discentes em
avaliações em que necessitam do conhecimento básico.

1.1. O Ensino Híbrido

Como possibilidade de ser uma saída para a educação e de fato o usarmos como
poder transformador na sociedade, analisaremos o Ensino Híbrido como uma
ferramenta desse processo de ensino-aprendizagem na disciplina de Filosofia
com os alunos do 3º ano 3 do ensino médio de uma Escola Estadual no
Município de Beruri, tendo em vista que o mesmo pode auxiliar de maneira
direta, desde que o discente seja o protagonista nesse processo.

Mas pode se perguntar o que vem a ser o ensino Híbrido. De acordo com Bacich,
o conceito vem do inglês “blended, significa misturado, mesclado” (2015, p. 27),
para ele, “a educação sempre foi misturada, híbrida, sempre combinou vários
espaços, tempos, atividades, metodologias, públicos” (Bacich 2015, p. 27), a
educação híbrida dá a possibilidade para que a mesma possa ser utilizada nas
mais variadas áreas sociais, oportunizando os conhecimentos às classes mais
baixas.

Um dos fatores principais nessa forma de ensino está na condição de que “[...]
todos somos aprendizes e mestres, consumidores e produtores de informação e
de conhecimento [...]” (Bacich 2015, p. 28), nesse caso, todos têm
conhecimentos, uns diferenciados dos outros, mas não deixa de ser
conhecimento, sendo que ambos são compartilhados e aprendidos.

Em várias instituições de ensino da atualidade estão colocando o Ensino Híbrido


em seus PPP’s – Projeto Político Pedagógicos, além de colocar em prática esse
método de ensino, o mesmo está contido no projeto de vida de cada aluno, nos
seus valores e competências, além da capacidade de ser equilibrado entre as
aprendizagens pessoal e grupal.

As principais condições para a transformação de uma sociedade são a partir do


ensino híbrido, tais condições trazem esperança para essa influência, a qual tanto
temos refutado nessa proposta, diante das constantes mudanças sociais diárias,
vemos no ensino híbrido essa possibilidade, pois,

[...] uma sociedade em mudança, em construção, contraditória, com profissionais


em estágios desiguais de evolução cognitiva, emocional e moral, tudo e mais
complexo e difícil. Uma escola imperfeita e a expressão de uma sociedade
imperfeita, hibrida e contraditória. (Bacich; Neto; Trevisani, 2015, p. 28)

Nesse caso, vemos que o ensino Híbrido é uma das poucas formas de
metodologia que poderá ser utilizada nessa proposta, devido à flexibilidade que
o mesmo pode oferecer no processo de ensino-aprendizagem.
A educação é um processo em constante e eterno movimento humano que ocorre
na aprendizagem, e a mesma deve ser ampla, conectada, incentivadora,
esclarecedora e pluralista, buscando compreender a(s) diversidade(s) do contexto
educacional apresentado nos dias de hoje, “no mundo complexo de hoje, a escola
precisa ser pluralista, mostrando visões, formas de viver e diferentes
possibilidades de realização pessoal, profissional e social, que nos ajudem a
evoluir sempre mais na compreensão, vivência e prática cognitiva, emotiva, ética
e de liberdade” (Bacich; Neto; Trevisani, 2015, p. 32).

Nesse caso, fica clara a demonstração de que as pessoas mudaram e o mundo


também, essa(s) mudança(s) têm forçado o sistema educacional a mudar a sua
forma de execução, ou seja, o aprender é um processo ativo, constante e
progressivo, de acordo com Peter Senger (2006 apud Bacich; Neto; Trevisani,
2015, p. 32): “Aprender é se tornar capaz de fazer o que antes não
conseguíamos”.

A partir das observações apresentadas, as quais até então não estão concluídas,
pelo contrário, estamos iniciando uma proposta que está sujeita a alterações
devidas e necessárias pelo bem do objeto do estudo, vimos que, para que a
proposta tenha sucesso, é necessário

[...] criar um ambiente onde o poder é compartilhado, onde os indivíduos são


fortalecidos, onde os grupos são vistos como dignos de confiança e competentes
para enfrentar os problemas – tudo isto é inaudito na vida comum. Nossas
escolas, nosso governo, nossos negócios estão permeados da visão de que nem o
indivíduo nem o grupo são dignos de confiança. Deve existir poder sobre eles,
poder para controlar. O sistema hierárquico é inerente a toda a nossa cultura.
(Rogers, 1992, apud Bacich, Neto; Trevisani, 2015, p. 32)

Tal prática denomina-se por comunicação afetiva, que tem a finalidade de


contribuir no processo de ensino-aprendizagem, tendo como protagonistas as
práticas vividas e os projetos de vida de cada aluno.

Podemos falar que o acolhimento dos alunos nas escolas pode ser um fator
colaborador nesse processo, devido às desestruturações familiares e o apoio dos
mesmos na busca de seus objetivos muitos tem desistido, “se as pessoas são
aceitas e consideradas, tendem a desenvolver uma atitude de mais consideração
em relação a si mesmas” (Rogers, 1992, p. 65).

Temos aprendido que no processo de ensino-aprendizagem, a motivação pode


ser uma grande amiga do ensino, e dentre as tais, podemos encontrar dois tipos,
“a intrínseca e a extrínseca, a primeira, a pessoa depende de controle externo,
premiação ou punição, já a segunda, o indivíduo depende de reforços externos:
nota, remuneração, medo” (Rogers, 1992, p. 65).

É com esse equilíbrio entre a elaboração coletiva, onde entram várias formas de
colaboração, a personalizada, em que se busca trilhar caminhos diferenciados,
onde há comunicação grupal de pessoas motivadas e a pessoal, com diálogo de
cada um consigo mesmo, que poderemos chegar no resultado proposto por essa
pesquisa.

Essas características têm sido aplicadas pelas instituições mais inovadoras, onde

propõem modelos educacionais mais integrados, sem disciplinas. Na qual


organizam o projeto pedagógico a partir de valores, competências amplas,
problemas e projetos, equilibrando a aprendizagem individualizada com a
colaborativa. (Bacich, Neto; Trevisani, 2015, p. 34)

Vale ressaltar que as instituições que têm proporcionado esse modelo de ensino
têm adaptado a sua metodologia aos espaços físicos e às novas tecnologias
digitais, facilitando ainda mais os docentes no transmitir o conhecimento e os
discentes no aprender por parte do auxílio da tecnologia.

Tal tecnologia tem sido uma das influenciadoras nesse processo de modificação
do ensino-aprendizagem, pois

[...] as tecnologias móveis e em rede permitem conectar todos os espaços e


elaborar políticas diferenciadas de organização de processos de ensino e
aprendizagem adaptada a cada situação, aos que são mais proativos e aos mais
passivos; aos muito rápidos e aos mais lentos; aos que precisam de tutoria e
acompanhamento e aos que sabem aprender sozinhos... (Bacich; Neto; Trevisani,
2015, p. 34)

Essa condição de experiência já estamos vivenciando, o que a(s) instituição(ões)


juntamente com os seus docentes precisam entender é que o século presente traz
consigo uma necessidade por parte dos mesmos, uma mudança de configuração
do currículo, da participação dos professores, da organização das atividades
didáticas e da organização dos espaços e do tempo, acompanhada de
metodologias com objetivos pretendidos.

Nesse caso, toda a sociedade precisa viver em equilíbrio. Caso isso não
aconteça, é uma forte candidata à falência como afirma Gadotti (2012, p. 97)

toda sociedade sobrevive graças a esse equilíbrio de forças opostas


(contradições). Quando uma classe detém a direção de uma sociedade necessita
usar da violência, da repressão, é um sinal de que esse equilíbrio está se
rompendo, que forças novas emergentes, estão nascendo […].

Na maioria das vezes se torna uma luta pelo poder e não pelo bom
desenvolvimento da educação coletiva, nesse caso, visam mais o bem individual
do que o social, atrapalhando de forma direta aqueles que serão os usuários do
ensino.

Diante do exposto podemos chegar a uma consideração parcial, em que os vários


desafios que existem no processo de ensino-aprendizagem, a educação tem por
obrigação decidir tomar uma decisão de rompimento, mesmo que a classe
dominante, diante da gravidade da problemática, possa tomar decisões em que
use o poder de influência, mas mesmo assim faz necessário romper os
paradigmas, pois, por muito tempo, a tradição da pedagogia brasileira tentou
esconder tal realidade. É pensando nessa questão que necessitamos de um olhar
cuidadoso nas revisões críticas da nossa tarefa de educar, caso esse movimento
não aconteça, permaneceremos embutidos em um sistema educacional em que os
discursos não são mais do que meros discursos, perdendo-se ao vento.
2. Metodologia

Nesta sessão, pretendemos desenvolver um pouco mais sobre a temática acima


apresentada, tendo em vista o objetivo geral dessa proposta, na qual busca-se
apresentar o Ensino Híbrido como uma ferramenta na prática do ensino da
disciplina de Filosofia na turma do 3º ano 3 do ensino médio de uma Escola da
Rede Estadual de Ensino no município de Beruri.

2.1. O público-alvo e o contexto de aplicação da intervenção


pedagógica

Pretendemos desenvolver tal pesquisa visando contribuir sobre o uso do Ensino


Híbrido e suas tecnologias na disciplina de Filosofia com 24 alunos matriculados
no 3º ano 3 do ensino médio na forma integrada de uma instituição de ensino da
Rede Estadual no município de Beruri. Vale ressaltar que na pesquisa foram
utilizadas também a metodologia qualitativa e quantitativa, visando enfatizar a
descrição, indução, a teoria fundamentada e os estudos das percepções pessoais
conforme preconiza Bogdan e Biklen (1994).

As metodologias citadas foram utilizadas no acompanhamento prático de campo,


através de projetos com o auxílio dos alunos da respectiva turma no período de
quatro aulas, sendo que a primeira, apresentada pelo professor-tutor, na qual o
mesmo explanou de forma sucinta as temáticas apresentadas aos alunos e ao
mesmo tempo, tirando todas as dúvidas relacionadas à metodologia que os
mesmos utilizarão na aplicação das aulas. As faixas etárias destes alunos variam
entre 16 a 18 anos. Toda essa proposta visa desenvolver no aluno a melhor forma
prática de os mesmos adquirirem conhecimentos e repassá-los utilizando o
Ensino Híbrido.
2.2. O plano de ação da intervenção pedagógica

Diante do exposto acima, podemos ver a sequência didática aplicada na


intervenção pedagógica, onde os alunos, utilizaram a aplicação do ensino híbrido
e suas tecnologias na disciplina de filosofia. Tal intervenção se deu a partir da
elaboração de um plano de aula detalhado que apresenta o(s) diagnóstico(s) e
recursos utilizados na prática da proposta apresentada.

2.3. A descrição da aplicação da intervenção pedagógica

A aplicação da intervenção pedagógica na disciplina de Filosofia com os alunos


desenvolve-se em quatro aulas, tendo cada aula o tempo de cinquenta minutos,
sendo que, na primeira, o professor apresentou as temáticas com um breve
resumo de cada, logo após realizou um sorteio de todos os alunos separando-os
em três equipes de oito pessoas. Além disso, o professor-tutor apresentou as
diversas práticas pedagógicas que podem ser aplicadas na prática das
apresentações dos temas divididos, ficando na responsabilidade dos alunos a sua
forma de explanação, protagonizando-os nesse processo, ficando certo que, ao
fim de cada apresentação, seriam feitas por cada equipe ouvinte, no mínimo,
duas perguntas sobre o assunto apresentado pela equipe expositora, implicando
pontos na somatória geral da avaliação.

Tal proposta fez com que as equipes prestassem atenção na apresentação e


conhecessem sobre o assunto, resultando em um emaranhado de discussão
epistemológica sobre o assunto e sentimento de realização, aprendizado e dever
cumprido.

2.3.1 Descrição da aplicação da Aula 01


Na primeira aula, o professor-tutor iniciou com a apresentação dos temas, os
quais são, Grande Racionalismo, Empirismo e Iluminismo, explanando os
pontos principais de cada período e sua importância para o desenvolvimento da
filosofia na história e os principais pensadores de cada época, visando de forma
clara e sucinta levar à compreensão dos alunos sobre o tema selecionado.

2.3.2. Descrição da aplicação da Aula 02

Na apresentação da primeira equipe, os alunos estavam bem cientes do que


precisavam explanar. No primeiro momento iniciaram falando sobre o conceito
histórico do Período conhecido como o Grande Racionalismo e sua importância
para o desenvolvimento histórico desse pensamento, havendo envolvimento de
todos os participantes podemos ver que a dedicação e o interesse dos alunos em
relação à temática levou-os a conhecerem muito mais do que foi solicitado,
deixando a apresentação mais rica e envolvente, finalizando com uma paródia
sobre os principais pensadores desse período como René Descartes e outros,
além da caracterização desses pensadores.

2.3.3. Descrição da aplicação da Aula 03

A terceira aula foi marcada por uma apresentação com o uso de um datashow e
celulares, nela os alunos demonstraram, de forma clara, a importância da
tecnologia no auxílio do processo de ensino-aprendizagem, o que levou aos
alunos ouvintes uma compreensão melhor com as imagens apresentadas, além
do aprendizado adquirido dos mesmos na pesquisa por parte dos alunos que
apresentaram e dos que assistiram, levando a vários questionamentos por parte
da turma, onde as dúvidas eram indagadas pelos ouvintes e respondidas pelo
explanador, se tornando uma aula envolvente e instigadora para aqueles que a
assistiam.
2.3.4. Descrição da aplicação da Aula 04

Na quarta e última aula, os alunos ousaram superar a normalidade do ensino,


rompendo com a prática tradicional. Os mesmos estiveram apresentando a
temática do Iluminismo, e apresentaram de forma poética um breve histórico
sobre o tema, levando a turma a questionarem sobre a importância na mudança
da forma do pensar humano.

Em seguida, realizaram uma encenação com os principais pensadores e suas


teorias, trazendo toda a classe a maravilhar-se com a explanação do tema, essa
apresentação resultou em aplausos calorosos e perguntas de muita relevância
para o aprendizado, finalizando nossas aulas com sucesso. Após as
apresentações foi realizado um questionário com todos os alunos da turma,
apresentando sua opinião sobre a prática do Ensino Híbrido no processo de
ensino-aprendizagem. Nesse caso, em especial na disciplina de filosofia.

3. Resultados e discussão

3.1. Aplicar o Ensino híbrido na disciplina de Filosofia com os


alunos da turma do 3º ano 3 do Ensino Médio de uma Escola
Estadual no município de Beruri

Com base na proposta desta pesquisa, a qual busca aplicar o Ensino Híbrido na
prática pedagógica da disciplina de filosofia, com uma turma de alunos do 3º ano
3 do ensino médio Integral de uma Escola Estadual no município de Beruri,
chegamos a uma conclusão baseada numa pesquisa qualitativa e quantitativa,
realizada pelo professor-tutor no dia 11 de novembro de 2019, com os 24 alunos
da turma escolhida para a pesquisa. Ela foi realizada por meio do Formulário
Google¹, um meio tecnológico de obtermos um resultado mais rápido e definido,
foram elaboradas 8 perguntas relacionadas ao conhecimento, à prática, à
avaliação e à importância do Ensino Híbrido na aplicação em sala, na disciplina
de filosofia.

Quando iniciamos o questionário nos preocupamos em saber se os mesmos


gostam da disciplina de filosofia, do total, 66,7% afirmaram que sim, 16,7%
mais ou menos, 12,5% talvez e somente 4,1% afirmaram que não gostam da
disciplina. Ao avaliarmos sobre o conhecimento sobre esta prática, 91,7% dos
alunos já conhecia e somente 8,3% já tinham ouvido falar, mas não tinham
tantos conhecimentos relacionados às práticas, demonstrando que os alunos têm
conhecimento prévio da metodologia de ensino.

Após a prática do Ensino híbrido em sala de aula, mais precisamente na


disciplina de filosofia, realizamos a pesquisa e 100% da turma achou que a
prática do Ensino Híbrido é positiva e necessária, pois incentiva o discente a se
interessar pelos assuntos ministrados.

Comparando com a prática do Ensino Tradicional, 87,5% afirmaram que é mais


fácil utilizar o Ensino Híbrido e somente 12,5% são favoráveis ao ensino
tradicional, demonstrando alguns que o tradicionalismo da educação ainda existe
no processo de ensino-aprendizagem em pleno século XXI. Quando
perguntamos sobre a prática deles em relação ao Ensino Híbrido, 91,7%
disseram que sim e somente 8,3% não haviam praticado a utilização do Ensino
Híbrido, 50% votaram que o Ensino Híbrido é ótimo para se aprender melhor os
conteúdos ministrados, além de facilitar para quem apresenta, 29,2% afirmaram
que é bom e 20,8% avaliaram o Ensino Híbrido como excelente.

Tal resultado implica que o método de ensino apresentado nesta pesquisa é bem
aceito pelos alunos da disciplina de filosofia de uma turma do 3º ano do ensino
médio Integral de uma escola da Rede Estadual de Ensino, motivando de
maneira direta sua vontade de estudar. Pensando no quesito motivação, muitos
alunos não vão à escola por ausência dela, isso é resultado das suas expectativas
não serem correspondidas. Moran vem afirmar que, “[...] o conhecimento
acontece quando algo faz sentido, quando é experimentado, quando pode ser
aplicado de alguma forma ou em algum lugar” (2012, p. 23). Isso precisa
conscientizar aos colegas docentes que, assim como existem alunos que não dão
o valor necessário, também existem aqueles que se dedicam ao extremo.

Conclusão
O objetivo desta pesquisa busca desenvolver dentro da disciplina de filosofia
com os alunos do 3º ano 3 do ensino médio Integral de uma Escola da Rede
Estadual de Ensino no município de Beruri, a importância da prática do Ensino
Híbrido na disciplina, com base nos dados acima apresentados, resultado de uma
pesquisa realizada via Formulário Google, com o qual pudemos obter resultados
devidos e precisos. Diante do exposto afirmamos que o histórico do Ensino
Híbrido no Brasil tem sido de grande relevância para o desenvolvimento da
educação brasileira, sabemos também que precisa melhorar, mas, para um bom
começo, tal pesquisa está satisfatória diante dos objetivos almejados, além de
realizarmos um questionário com os alunos, no qual os mesmos avaliavam a
importância do Ensino Híbrido na disciplina de filosofia e nas demais áreas,
resultando numa avaliação positiva por parte dos discentes.

Portanto, podemos afirmar com base nas respostas dos alunos que o Ensino
Híbrido contribui diretamente para o processo de ensino-aprendizagem na
disciplina de filosofia.

Referências

APPLE, Michael W. A educação pode mudar uma sociedade? Petropólis, RJ:


Vozes, 2017.

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transformação. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
ROGERS, Carl. Um jeito de ser. São Paulo: EPU, 1992.

Nota

1. O Formulário Google é um recurso digital para coleta de dados, armazenado


na nuvem e que pode ser acessado de qualquer lugar e a qualquer tempo. É uma
ferramenta de criação de questionários, com questões de vários formatos e com
recursos de personalização. Assim, possibilita a criação de instrumentos
avaliativos flexíveis e automatiza a coleta e manipulação dos dados.
2.
O STOP MOTION APLICADO NO ESTUDO DE PERÍMETRO
E ÁREA NO 9º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM UMA
ESCOLA DA REDE ESTADUAL DE BERURI

Aleson Araújo Dantas

Introdução

As tecnologias digitais surgem como alternativas metodológicas para a inovação


no ensino da matemática, assim, em uma aula, o quadro branco e o pincel se
tornam recursos secundários neste novo processo em que todos os conteúdos são
constituídos a partir de informações obtidas através de pesquisas, assim, cabe
direcionar a realização de uma atividade prática sobre perímetro e área em que a
primeira ação acontecerá baseada em situações da realidade, para posteriormente
serem apresentados na sala de aula por meio dos recursos digitais para o
aprofundamento do conteúdo, ocorrendo a transposição didática do
conhecimento.

O estudo sobre o tema surgiu de uma problemática detectada no interior da


prática escolar, em que no processo de ensino as tecnologias digitais não são
utilizadas ou são utilizados de forma equivocada na escola pesquisada.

O principal objetivo deste trabalho foi investigar de que forma as tecnologias


digitais podem contribuir na prática docente e na aprendizagem da matemática.
Nos objetivos específicos se procurou saber se os professores dominam as
tecnologias digitais utilizando-os para o ensino de conteúdos matemáticos,
verificando se os professores de matemática já utilizaram em suas práticas as
tecnologias digitais para fins de ensino e analisando se a partir das propostas
metodológicas dessas tecnologias digitais os professores manifestam vontade de
ensinar matemática utilizando esses recursos tecnológicos na sua prática
docente.

Para fundamentar este estudo foram realizadas pesquisas bibliográficas e de


campo, em que foi possível refletir a partir das ideias dos autores afins e coletar
dados e informações a respeito da temática. Nos procedimentos metodológicos
utilizou-se a pesquisa participante, a abordagem dialética, natureza qualitativa,
como o universo de uma escola da rede estadual, como amostra de uma turma do
9º ano do ensino fundamental, como sujeitos alunos e professores, tendo como
objeto de estudo as tecnologias digitais aplicadas no estudo de perímetro e área,
consistindo assim em estudo voltado ao ensino da matemática pelo viés da
tecnologia. Como técnicas de pesquisas foram utilizados questionários fechados
e abertos para obtenção de dados que foram apresentados e analisados, como
técnica digital o Stop Motion, que permite a criação de animações como vídeos
editados utilizando o MovieMaker, tendo como recurso uma máquina fotográfica
ou um computador.

Percebendo a necessidade de uma inovação metodológica no ensino da


matemática na escola pesquisada, foi aplicado um plano de intervenção
envolvendo as tecnologias digitais para o estudo de perímetro e área, assim, foi
aplicada uma atividade didática, tendo como título “Estudando Perímetro e Área
com Stop Motion” e tendo como principal proposta intermediar a comunicação
de medidas obtidas no ambiente da escola para o interior da sala de aula para a
abordagem dos conteúdos pelo professor.

Por conseguinte, o presente capítulo é resultado de uma pesquisa sobre as


tecnologias digitais aplicadas no estudo de perímetro e área, em que foram
desenvolvidas diversas etapas, assim, nele está contido todo o processo de
planejamento, intervenção e resultados obtidos durante o estudo, que servirá de
material para posteriores estudos a respeito da temática e que apresenta de forma
analítica a realidade do uso das tecnologias digitais na prática docente nas
escolas de Beruri. Este capítulo também baseou-se na atividade avaliativa final
para conclusão do curso de Especialização em Letramento Digital, oferecido
pela Universidade do Estado do Amazonas – UEA, no município de Beruri-AM.

1. Fundamentação teórica
O uso das tecnologias digitais na atualidade se apresenta como um processo
cultural ao qual o mundo está submetido, a oportunidade de ensinar matemática
a partir da gama de tecnologias existentes no contexto social possibilitará a
professores e alunos agregarem novos conhecimentos ao processo de ensino-
aprendizagem, uma vez que tendo consciência dos benefícios dessa cultura
compreenderão a linguagem e os impactos diante do processo de construção
desses conhecimentos, com isso, a introdução de metodologias tecnológicas para
o ensino da matemática busca proporcionar a formação por meio da cultura
digital.

Com relação ao desenvolvimento de competências na educação pela cultura


digital, a BNCC afirma ser:

Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação


de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais
(incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações,
produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na
vida pessoal e coletiva. (Brasil, 2017, p. 34)

Na área da matemática as tecnologias digitais devem ser utilizadas como meio


para produzir informações e conhecimentos, neste processo é necessário que os
docentes tenham um olhar crítico, significativo, reflexivo e ético acerca destes
avanços, principalmente nas práticas escolares onde o uso das tecnologias exerce
papel direcionado à formação.

As tecnologias digitais possibilitam novas formas de estudar conteúdos, sendo


que se inserem diante de um novo contexto educacional, assim, a prática ganhará
novos rumos saindo de um ensino arbitrário e permitindo o envolvimento
dinamizado sugerido nas tecnologias, assim, não são apenas os conteúdos das
disciplinas que contam, mas também novas experiências que as tecnologias
proporcionam tanto para o docente quanto para o discente. A respeito dessa
discussão,
a tecnologia digital deixa de lado a estrutura vertical e hierárquica na articulação
dos conhecimentos e se abre para o estabelecimento de novas relações entre
conteúdos, espaços, tempos, e pessoas diferentes. (Kenski, 2012, p. 32)

Como discute o autor, através das tecnologias as relações no processo de ensino-


aprendizagem se articulam de forma diferente daquelas em que o ensino é
tradicional e mecanizado, fazendo com que os discentes não interajam e não
tenham espaço para atuar diante do seu aprendizado, assim o estudo, através da
tecnologia digital, influenciará em toda dinâmica do ensino dos conteúdos por
meio de alguma ferramenta tecnológica, sendo necessário um cenário de estudo
diferente do tradicional.

As tecnologias digitais agregam metodologias do estudo de qualquer conteúdo


nas mais diversas disciplinas, assim, exercem uma função importante no
processo de ensino-aprendizagem, as tecnologias fazem com que os discentes
percam a passividade e interajam melhor com o professor, conteúdos e com os
demais colegas de turma, assim, tornam-se sujeitos ativos desenvolvendo a sua
própria criticidade e criatividade, deste modo, estudando de forma diferente
pelos meios digitais a prática pedagógica torna-se inovadora.

Para Bettega, (2010), as tecnologias digitais além de enriquecer o ambiente


educacional com novas experiências de aprendizagens envolvendo docentes e
discentes das diversas áreas do conhecimento, os direcionando para a prática da
construção de conhecimento, faz com que seja promovida nos participantes
desse processo o despertar da sua função ativa como sujeitos que contribuem
com o processo de estudo, e das suas funções críticas e criativas buscando
realizar as atividades com êxito, questionando os percalços e melhorando as suas
próprias ações diante do seu desenvolvimento durante a aula proposta pelo
docente.

Um dos pontos centrais a respeito do uso das tecnologias digitais para o ensino-
aprendizagem está relacionado ao seu manuseio, em que os docentes precisam
passar por capacitação para saber como aplicá-los na prática da sala de aula, para
isso precisam conhecer todos os fundamentos do uso das tecnologias na
educação e aprender os comandos dos equipamentos. Colaborando nessa
reflexão:
Os professores precisam saber como usar os novos equipamentos e softwares e
também qual é o seu potencial, quais seus pontos fortes e fracos. Essas
tecnologias mudam o ambiente em que os professores trabalham e o modo como
se relacionam com, outros professores, têm um impacto importante na natureza
do trabalho do professor e, desse modo, na sua identidade profissional. (Valente,
2008, p. 76)

Como acentua Valente, não adianta o professor pensar em introduzir tecnologias


digitais na sala de aula se não domina os equipamentos e não sabe o potencial da
tecnologia que utilizará como metodologia na sua prática docente, conhecendo
todos esses aparatos pode aplicar atividades que proporcionarão resultados
positivos causando impacto metodológico no ambiente em que atua, esses
impactos podem formar uma nova concepção do docente em relação aos colegas
de trabalho e sua própria identidade enquanto docente, assim, estará diante de
uma situação condicionada pelo uso das tecnologias digitais nas atividades que
desenvolve com os seus discentes, otimizando a sua atuação diante do ensino de
algum conteúdo.

Diante de tantas metodologias é notório que os docentes na sua prática sempre


recorrem aos métodos tradicionais, não abrindo espaço para novas experiências
de ensino. É preciso que o docente tenha consciência de que a sociedade está em
constante processo de transformação e que por isso sua prática deve ser
atualizada, não tem como abrir mãos das tecnologias digitais, porque têm que ser
utilizadas dentro do processo educacional a partir do uso de todos os aparatos
metodológicos que permitem ao professor manusear, dominar e administrar,
assim, ensinar a partir das tecnologias proporciona novas experiências com o
conhecimento no processo de ensino-aprendizagem.

Em concordância com Perrenoud (2002), o professor tem que refletir a sua


prática e não deve ficar apenas na zona de conforto enquanto poderia oferecer
algo mais pela sua prática docente, afirmando que pela sua ação, o docente tem
que acompanhar as transformações da sociedade, uma vez que a formação
acontece de forma dinâmica, acompanhando as mudanças espaciais. Assim
como a sociedade vive a era da tecnologia, as práticas educacionais têm que
recorrer às tecnologias digitais. Para introduzir no processo escolar as
metodologias devem estar integradas com as tecnologias, possibilitando um
novo modelo de estudo dos conteúdos das diversas áreas do conhecimento.

Nesse contexto, refletir sobre a prática pode fazer com que o docente reformule
seus pensamentos e metodologias, podendo perceber que a partir da evolução
das tecnologias é necessário utilizá-las na sala de aula, uma vez que a sociedade
está em transformação e a educação deve acompanhar as inovações que ocorrem
com o passar do tempo. Não é possível, atualmente, ensinar conteúdos na escola
sem utilizar as tecnologias, não apenas ao manuseio de equipamentos, mas ao
mundo de conhecimentos tecnológicos explorados para fazer educação, assim, as
ferramentas digitais aplicadas no ensino pelo professor atendem à demanda da
constante transformação social e evolução tecnológica, desse modo, as
tecnologias serão trabalhadas aliadas ao ensino pelos docentes.

Atualmente, as tecnologias surgem como uma forma de melhorar o processo


educacional, no qual os docentes têm que recorrer a outras metodologias para
melhorar a sua prática, alcançando seu objetivo, que é ensinar e o do discente,
que é aprender. Então, nesse contexto a tecnologia se apresenta como uma
alternativa para o professor repensar a sua prática docente, percebendo que a
partir do uso das tecnologias digitais é possível atingir seus objetivos
educacionais e formativos.

Em consonância com Maltempi, (2008), existe uma grande preocupação entre os


docentes de aderir às tecnologias para melhorar a sua prática na sala de aula,
afirmando que a partir de uma prática metodológica envolvendo os
conhecimentos tecnológicos os objetivos dos docentes e discentes são realmente
alcançados, percebendo que as tecnologias podem transformar o processo
educacional, tem a consciência de que suas metodologias têm que estar
relacionadas aos conhecimentos tecnológicos para a abordagem dos conteúdos
na sala de aula.

Por essas razões, tais autores indicam as principais contribuições das tecnologias
digitais utilizadas como metodologia para o ensino da matemática, e
concomitantemente apontam os cuidados que o docente tem que ter ao trabalhar
com esta nova área de conhecimento integrada à prática da sala de aula,
contanto, por agregar positivamente no ensino-aprendizagem da matemática, a
escola deve oferecer condições para que os alunos tenham acesso às tecnologias
pela prática do professor conforme sugerem os teóricos e a nova Base Nacional
Comum Curricular, bem como todas as normas e diretrizes que aludem às novas
formas de trabalhar a matemática considerando o contexto digital escolar.

2. Metodologia

Como ações para o desenvolvimento deste estudo foram utilizados dois tipos de
procedimentos, um voltado à pesquisa e outro voltado ao ensino. Com relação à
pesquisa recorreu-se a alguns dos seus elementos como o estudo de caso, a
técnica do questionário aberto e fechado, abordagem dialética, à natureza
qualitativa, ao universo escolar, à amostra da turma, aos sujeitos professores e
alunos, assim como o objeto tecnologias digitais aplicadas no estudo de
perímetro e área consistindo em um tipo de pesquisa participante. Com relação
ao ensino, foi aplicado um plano de intervenção utilizando tecnologias digitais
para o ensino da matemática, assim foi realizada a atividade “Estudando
Perímetro e Área com Stop Motion” através de um programa denominado
MovieMaker.

A pesquisa se deteve sobre estudo de caso envolvendo metodologias de ensino


de matemática na escola, onde foi possível perceber que o ensino é tradicional e
que mesmo existindo equipamentos tecnológicos não são utilizadas práticas
digitais para o ensino da matemática. Na entrevista de alunos e professores foi
possível apurar informações sobre formação tecnológica para professores, a
utilização de ferramentas digitais para o ensino pelos professores para ensinar
matemática aos alunos, e sobre a importância dada pelos professores a respeito
das tecnologias na educação.

Na abordagem dialética, foi possível dialogar com a realidade apresentada em


defesa de que as tecnologias digitais surgem como uma proposta metodológica
motivadora e que alcançam melhores resultados em relação ao ensino e
aprendizagem da matemática. Quanto à natureza, foi possível refletir e discutir
sobre a prática metodológica do professor, na perspectiva de demonstrar que a
prática tradicional não alcança os mesmos resultados que as metodologias pelas
tecnologias são as que têm mais poder de despertar o interesse do estudante para
o aprendizado da matemática.

Sobre o universo onde a pesquisa foi desenvolvida uma vez que possibilitou a
experiência em conhecer as metodologias utilizadas para o ensino da matemática
e que revelou que as tecnologias digitais não são praticadas no seu contexto de
ensino. Com relação à amostra, foi utilizada uma turma para a realização de
experimentos de metodologias e para observações a respeito do seu interesse
pela disciplina de matemática.

Os sujeitos da pesquisa estiveram diretamente envolvidos na investigação, sendo


que se pretendia saber se os professores dominavam as tecnologias digitais, e se
utilizavam na sua prática docente, e os alunos, para saber da sua satisfação com
relação aos tipos de ensino oferecidos na área da matemática.

Com relação ao objeto, foi utilizado a partir de novas experiências de ensino,


saindo do ensino meramente mecânico, em que envolveu atividade prática,
tratamento pelas tecnologias e de transposição didática para uma abordagem do
conteúdo de matemática. Pela pesquisa participante, foi importante a integração
de professores, alunos e pesquisador no desenvolvimento das atividades
aplicadas pelo plano de intervenção, uma vez que todos tiveram uma nova
experiência no ensino da matemática pelo envolvimento nas atividades
apresentadas.

A respeito da intervenção didática foi desenvolvido um plano de ação sobre a


temática, proporcionando uma nova forma de aprendizagem para os alunos da
turma e pensando em introduzir os conceitos de perímetro e área a partir de uma
nova linguagem. Para a identificação dos valores medidos pensou-se em
produzir um filme legendado explicando as ações daquilo que os estudantes
mediram a partir do Stop Motion, sendo que seria produzido pelas próprias
equipes do trabalho de campo.

Para que o presente estudo se sustentasse foi necessário fazer uma


experimentação didática a partir da aplicação de uma atividade envolvendo o
tema proposto, assim, houve a integração entre modelagem, tecnologia e
transposição didática.

A modelagem concentrou-se numa situação prática do cotidiano do aluno, que é


o ambiente escolar, a parte tecnológica consistiu no domínio da técnica do Stop
Motion utilizando o MovieMaker para a edição de imagens, textos relacionados
à pesquisa, e a transposição didática ocorreu quando as informações matemáticas
foram extraídas pelos alunos e foram convertidas em filme pelos mesmos e
posteriormente na sala de aula, ao explorar as informações tecnológicas a partir
do novo canal de comunicação, foram utilizadas para trabalhar os conceitos do
tema da pesquisa.

Assim, conforme planejamento do pesquisador o experimento foi realizado,


sendo que na primeira etapa da atividade os alunos em equipe tinham a função
de medir determinados lugares das repartições da escola, e como foram divididas
em quatros equipes, a primeira mediu a largura e a altura da porta de acesso do
ginásio poliesportivo, a segunda mediu parte da parede lateral do mesmo
ginásio, a terceira mediu o corredor do pavilhão em que ficam as salas de aulas,
e a quarta equipe mediu a passarela que dá acesso do pavilhão um para o
pavilhão dois da escola, lembrando que todas as equipes extraíram as medidas
dos lugares e respectivamente anotaram as informações nos seus cadernos.

Adentrando a segunda parte do experimento, os alunos foram transformar as


informações obtidas na etapa anterior em tecnologia, utilizando a técnica do Stop
Motion para editar imagens e textos através do programa MovieMaker, essa
conversão apresentava como proposta levar as informações extraídas pelos
alunos a partir de uma nova linguagem e uma nova forma de comunicação, em
que com as informações visualizadas pelos alunos, os conceitos matemáticos
poderiam ser trabalhados usando as informações transmitidas pelo canal
tecnológico, assim, todo material da primeira etapa foi convertido em tecnologia
na segunda etapa.

O professor orientou os alunos na edição das informações extraídas nos


ambientes medidos, sendo que utilizavam o MovieMaker para produzir
tecnologia como etapa do trabalho em que eram protagonistas, assim, ao
produzir tecnologia construíram uma nova forma de interação e comunicação a
respeito das informações obtidas por eles, dessa forma, tais alunos produzem
conhecimentos, sendo que estão, a partir da primeira etapa e da segunda etapa
construindo o conceito matemático a respeito dos conteúdos, em especial,
perímetro e área.

A partir dos vídeos produzidos pelas equipes, iniciou-se a terceira etapa do


experimento, que foi desenvolvido dentro da sala de aula. Estes filmes que
continham as imagens dos espaços medidos, os textos com as informações
extraídas, assim como, o cálculo numérico exibindo os resultados de perímetros
e área dos ambientes medidos, foram exibidos no interior da sala de aula com a
finalidade de explorar as informações tecnológicas produzidas pelos próprios
alunos.
Os filmes editados pelos alunos continham os registros fotográficos das
atividades durante a extração das medidas no ambiente escolar, assim como a
edição de legendas contendo as informações de cada ambiente medido, dessa
forma, a partir dessas informações comunicadas à turma é que foram trabalhados
os conceitos de perímetro e área, e com as informações disponíveis no filme
foram desenvolvidos todos os cálculos númericos pelo professor.

Os cálculos foram referentes às informações extraídas pelos alunos ao medir os


ambientes da escola, que foram repassados para a turma de forma tecnológica
assumindo uma linguagem de comunicação diferente da inicial, assim, de posse
das informações, o conceito de perímetro e área foi abordado pelo professor a
partir das informações fornecidas pelos vídeos produzidos pelos alunos.

Participaram do experimento 27 alunos do 9º ano 01 Vespertino de uma escola


da rede estadual de ensino de Beruri com faixa etária entre 13 e 15 anos de
idade.

No dia seguinte à conclusão do experimento, os alunos responderam aos


questionários relacionados ao uso das tecnologias no ensino da matemática, um
dos questionários com alusão às metodologias utilizadas pelo professor do
componente curricular da turma e outro a respeito do experimento que
participaram.

Com relação aos professores de matemática, foram cinco que responderam aos
questionários, sendo três do turno matutino e dois do turno vespertino.

Com suma, esses foram os procedimentos metodológicos aplicados ao estudo da


temática, sendo que seguiram um protocolo de execução, em que foi possível
desenvolver todas as etapas desejadas.

3. Resultados e discussão

Em relação ao primeiro questionário os alunos responderam cinco questões


fechadas e no segundo questionário responderam oito questões fechadas. A
respeito dos resultados desses questionários ressaltam-se as tabelas a seguir.
OPÇÕES ALUNOS %
SIM 8 29,6
NÃO 15 55,6
TALVEZ 4 14,8
TOTAL 27 100
Tabela 1. Estudaram matemática através de alguma tecnologia digital com
seu professor?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 25 92,6
NÃO 2 7,4
TALVEZ 0 0
TOTAL 27 100
Tabela 2. Gostariam de estudar matemática a partir de alguma tecnologia
digital?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 9 33
NÃO 8 30
TALVEZ 10 37
TOTAL 27 100
Tabela 3. Aprovam a forma como o professor ensina matemática?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 5 18,5
NÃO 14 51,9
TALVEZ 8 29,6
TOTAL 27 100
Tabela 4. Sentem motivação em estudar matemática da forma que o
professor ensina?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 20 74
NÃO 2 7
TALVEZ 5 19
TOTAL 27 100
Tabela 5. Gostaria que seu professor utilizasse as tecnologias digitais para
ensinar matemática?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 20 74
NÃO 0 0
TALVEZ 7 26
TOTAL 27 100
Tabela 6. Gostou do filme sobre as informações obtidas na atividade prática
para o estudo da matemática?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 22 81,5
NÃO 0 0
TALVEZ 5 18,5
TOTAL 27 100
Tabela 7. Gostou de transformar as informações das atividades práticas em
tecnologia?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 21 77,8
NÃO 2 7,4
TALVEZ 4 14,8
TOTAL 27 100
Tabela 8. Gostou de visualizar as informações e cálculos a partir da
tecnologia digital?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 26 96,3
NÃO 0 0
TALVEZ 1 3,7
TOTAL 27 100
Tabela 9. Gostou da comunicação das informações por meio da tecnologia
para o estudo da matemática?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 19 70,4
NÃO 0 0
TALVEZ 8 29,6
TOTAL 27 100
Tabela 10. Gostou de estudar matemática a partir das informações
tecnológicas?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 25 92,6
NÃO 0 0
TALVEZ 2 7,4
TOTAL 27 100
Tabela 11. Gostou de usar informações do cotidiano para transformar em
tecnologias como forma de comunicação para o estudo de temas
matemáticos?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 24 88,9
NÃO 0 0
TALVEZ 3 11,1
TOTAL 27 100
Tabela 12. Gostou de participar das etapas de construção do conhecimento
matemático?

Fonte: Própria (2020).

OPÇÕES ALUNOS %
SIM 23 85,2
NÃO 0 0
TALVEZ 4 14,8
TOTAL 27 100
Tabela 13. Gostou do uso da tecnologia no estudo da matemática?

Fonte: Própria (2020).

Analisando os quantitativos das perguntas do primeiro questionário aplicado aos


alunos, é possível perceber que as tecnologias como metodologia ainda não são
uma realidade presente na vida dos alunos, sabendo que apesar de existirem
aparatos tecnológicos na escola, não são usados na prática do ensino dos
conteúdos matemáticos.

Com base na leitura dos dados das respostas fornecidas pelos alunos do segundo
questionário aplicado, o impacto positivo pode ser observado de imediato, uma
vez que os dados por si revelam que a maioria dos alunos gostou de estudar
matemática utilizando uma nova linguagem tecnológica.

Aos professores foram aplicados três questionários relacionados ao uso das


tecnologias na escola e na sala de aula, sendo que o primeiro foi aberto.

Em análise das respostas fornecidas pelos professores é importante salientar que


com unanimidade todos pensam que a tecnologia no ensino da matemática pode
facilitar o estudo dos conteúdos, pois os professores e alunos lidam com uma
nova forma de interação em relação à abordagem dos conceitos matemáticos.

Para os professores, existem várias formas de melhorar a prática docente no


ensino da matemática, deixando claro que as tecnologias surgem como
alternativas para a melhoria da prática da matemática na escola em estudo.

Já o segundo e o terceiro questionário aplicados aos professores de matemática


foram com perguntas fechadas, como exibem os gráficos a seguir.
Gráfico 1. Tem acesso a algum tipo de tecnologia na escola em que
trabalha?

Fonte: Própria (2020).


Gráfico 2. Sente-se preparado para manusear equipamentos tecnológicos na
sala de aula?

Fonte: Própria (2020).


Gráfico 3. Conhece alguma tecnologia voltada para o ensino da
matemática?

Fonte: Própria (2020).


Gráfico 4. Já ensinou matemática a partir de alguma tecnologia digital?

Fonte: Própria (2020).


Gráfico 5. Pretende aplicar tecnologias digitais no ensino da matemática?

Fonte: Própria (2020).


Gráfico 6. Gostou da experiência realizada com seus alunos em estudarem
matemática a partir das tecnologias digitais?

Fonte: Própria (2020).


Gráfico 7. Gostou do programa utilizado na atividade aplicada no estudo da
matemática?

Fonte: Própria (2020).


Gráfico 8. Gostou de utilizar a técnica do Stop Motion no estudo da
matemática?

Fonte: Própria (2020).


Gráfico 9. Gostou da metodologia aplicada no ensino da matemática?

Fonte: Própria (2020).


Gráfico 10. Gostou da integração entre tecnologia e estudo da matemática?

Fonte: Própria (2020).

Analisando os dados desses questionários aplicados aos professores, é possível


inferir que apesar dos professores terem acesso à tecnologia na escola, a mesma
não é usada em favor do ensino-aprendizagem, isso ocorre por diversos fatores,
dentre eles a insegurança dos professores em lidar com as tecnologias e a falta de
capacitação para introduzirem a tecnologia de forma didática na prática docente.

A partir da repercussão positiva do experimento feito no 9º ano 01 Vespertino e


da apresentação do trabalho de matemática envolvendo o estudo da matemática
pelo viés das tecnologias digitais, os professores responderam ao terceiro
questionário, que conforme dados quantificados, gostaram da experiência
realizada com os alunos da turma, utilizando o programa MovieMaker a partir da
técnica do Stop Motion, afirmando que esta metodologia aplicada no ensino da
matemática melhoraria o processo de formação matemática na escola.

O experimento desenvolvido permitiu observar e verificar in lócus tais


benefícios da construção dos conceitos perpassando pelo ditame da tecnologia,
os alunos durante o experimento puderam ser agentes da construção dos
conceitos e definições dos conteúdos matemáticos estudados a partir da
colaboração da tecnologia.

Percebe-se que ao partir de informações do cotidiano do aluno da própria escola,


e da orientação dada a eles para a utilização da técnica do Stop Motion,
momento em que produziram os filmes a partir das medidas obtidas utilizando o
MovieMaker, e no momento da sua exibição na sala de aula, verifica-se que os
alunos produziram conhecimentos a partir da mudança de linguagem desde o
momento em que optaram por outra forma de comunicar as informações da
atividade em campo, assim, na sala de aula, o professor apenas utilizou as
informações comunicadas por seus alunos para abordar os conteúdos que se
pretendia estudar.
A Técnica do Stop Motion utilizada neste experimento demonstrou como utilizar
tecnologia de forma didática e pedagógica, assumindo um papel de fonte de
comunicação de informações de uma atividade prática que foi levada para a sala
de aula para a abordagem dos conteúdos de perímetro e área.

Em síntese, por meio da atividade aplicada foi possível demonstrar de forma


prática como se utiliza as tecnologias digitais para o ensino da matemática e
pelas observações e coleta de dados foi possível compreender a importância das
tecnologias digitais como metodologia desempenhando função inovadora na
prática docente do professor e oportunizando aos alunos a aprendizagem dos
conteúdos por outra fonte de comunicação condicionando-os a aderirem a uma
nova postura à frente dos novos desafios, com essa proposta de estudo dos
conteúdos matemáticos, integrado às tecnologias e exigindo dos alunos que
sejam protagonistas do aprender matemática.

Conclusão

Este estudo sobre as tecnologias digitais aplicadas no estudo de perímetro e área


revelou muitas informações no decorrer do seu processo de investigação, no
campo da observação surgiu o primeiro sinal da falta de integração das
tecnologias como recurso pedagógico na escola investigada, assim, sem essa
prática, nenhuma contribuição de cunho tecnológico é proporcionada aos
estudantes durante o processo formativo.

Ao sair de uma rotina mecanizada a respeito do conhecimento matemático, a


partir da atividade didática aplicada foram trabalhados muitos dos conceitos
positivos que os teóricos refletem nos seus textos a respeito da tecnologia e
matemática, além da confirmação de que a proposta levada para a turma teria
muita aceitação, fazendo com que os estudantes pudessem desenvolver os seus
potenciais com postura proativa diante da construção do conhecimento.

Da análise da realidade a respeito do ensino da matemática na turma, do estudo


sobre os teóricos que refletem sobre a temática e de uma leitura particular e
subjetiva, no ensino da matemática é preciso que o professor se integre à cultura
digital para que seus processos metodológicos possam melhorar e acompanhar as
transformações que impactam os alunos e a escola, para que possam usufruir e
até produzir ainda mais tecnologia, sendo que tecnologia não é equipamento,
mas informações que perpassam por eles em forma de comunicação para serem
transformados em conhecimento.

Com a prática a partir da técnica do Stop Motion em que se verificou por


experimento o uso correto das tecnologias digitais na sala de aula para o estudo
da matemática, afirma-se que a tecnologia utilizada pelo professor poderá ajudar
na sua prática pedagógica, ao mesmo tempo em que causam impactos positivos
diante da formação e da aprendizagem, sendo que o ensino-aprendizagem resulta
de novas dinâmicas de produção de ciência e tecnologia.

Como resultado da pesquisa, pode-se afirmar que os objetivos traçados no


projeto de pesquisa foram alcançados e que para a problemática foram
encontradas diversas respostas que podem servir de norte para a melhoria da
metodologia dos professores de matemática e até mesmo de uma nova postura da
escola, na forma de conceber a tecnologia garantindo que possam agregar
valores na vida escolar, permitindo seu uso de forma pedagógica, com isso, o
cenário pode melhorar com professores inovando na forma de ensinar e os
alunos interessados em aprender com uma nova proposta de estudo oferecida
pelos professores.

Portanto, utilizar as tecnologias digitais como metodologia no estudo da


matemática pode melhorar significativamente o processo de ensino e
aprendizagem, uma vez que proporciona uma nova forma de aprendizagem
alterando a dinâmica do ambiente e permitindo que os alunos sejam agentes da
construção do conhecimento e sujeitos do seu próprio processo de formação,
atuando assim, o professor oferece uma nova didática, contribuindo para que os
estudantes estejam conectados com o mundo digital, como estabelece a Base
Nacional Comum Curricular.

Referências

BETTEGA, Maria H. S. Educação continuada na era digital. 2 ed. São Paulo:


Cortez, 2010.
BRASIL. Ministério da Educação. Base Nacional Comum Curricular: Versão
Final. Secretaria da Educação Fundamental. Brasília, 2017.

KENSKI, Vani Moreira. Educação e tecnologias: o novo ritmo da informação. 8


ed. Campinas: papiros, 2011.

MALTEMPI, Marcus Vinicius. Educação matemática e tecnologias digitais:


reflexões sobre a prática e formação docente. Revista de Ensino e Ciências e
Matemática, Acta Scientiae (ULBRA), v. 10, n. 1, p. 59-67, 2008.

PERRENOUD, Philippe. As competências para ensinar no século XXI: a


formação dos professores e o desafio da avaliação. Porto Alegre, Artmed editora,
2002.

VALENTE, José Armando. As tecnologias digitais e os diferentes letramentos.


Revista pátio, Porto Alegre, RS, v. 11, n. 44, 2008.
3. A ARTE NA ESQUELETIZAÇÃO DE FOLHAS COM O USO
DO APLICATIVO PLANTNET

Ausanira dos Santos Dantas

Introdução

Uma das causas mais efetivas da degradação ambiental é a ausência de


fiscalização por parte do poder público das atividades humanas, principalmente
nas cidades. Nos dias atuais, o rápido crescimento das cidades tem aumentado o
desmatamento. Para Fogliatti et al. (2004), impacto ambiental é qualquer
alteração das propriedades físicas, químicas e/ou biológicas do meio ambiente
causada direta ou indiretamente por ações humanas, podendo afetar a saúde, a
segurança e/ou a qualidade dos recursos naturais.

Já Bolea (1984), define o impacto ambiental como a diferença entre o meio


ambiente futuro alterado pela realização de um projeto e a situação do meio
ambiente futuro, sem a realização do mesmo. Para Canter (1977), o impacto
ambiental é qualquer alteração no sistema ambiental físico, químico, biológico,
cultural e socioeconômico atribuído às atividades humanas, relativas às
alternativas em estudo para satisfazer as necessidades de um projeto.

Esse processo de desmatamento vem aumentado ao longo dos anos na cidade de


Beruri - AM. Pode-se conceituar assim o impacto ambiental como a alteração no
meio ou em algum de seus componentes por determinada ação ou atividade. As
alterações precisam ser dimensionadas, podendo ser positivas ou negativas,
grandes ou pequenas dependendo da qualidade da intervenção desenvolvida e de
acordo com o tipo de alteração, pode ser ecológica, social e/ou econômica.

A ciência e a tecnologia podem ser utilizadas corretamente, contribuindo para


que o impacto humano sobre a natureza seja positivo. A exemplo disso,
apresentamos a confecção de artesanato como alternativa, uma vez que o Brasil
possui a maior biodiversidade e uma vasta cultura, apresentando características
marcantes pela sua beleza e criatividade, suas cores e formas encantam e
garantem o sustento de muitas famílias e comunidades.

O artesanato faz parte do folclore e revela usos, costumes, tradições e


características de cada região, enfim, é sinônimo de identidade cultural, é fruto
da diversidade cultural de seu povo, decorrente da influência do índio, negro e
europeu, que com sua história contribui para valorizar e aprimorar cada vez mais
o trabalho de integração do brasileiro ao ambiente e matéria-prima,
transformando-a em uma pura e primorosa forma de artesanato.

Nessa perspectiva o projeto se tornou uma proposta positiva uma vez que os
alunos do ensino médio, do 1º ano, adquirem mais conhecimentos das plantas
regionais e possibilita mais uma alternativa de obter no presente ou futuro mais
uma fonte de renda sustentável.

1. Fundamentação teórica

Usar a arte para esqueletização de folhas é uma forma de contribuir com a


conscientização sobre os riscos socioambientais que decorrem da relação
homem/natureza. Com essa proposta acreditamos ser capazes de levar os
indivíduos a reverem suas concepções e seus hábitos (Trevisol, 2003, p. 93).
Como se pode perceber, os problemas ambientais não são recentes e o que temos
hoje é o agravamento dos mesmos, gerados pela humanidade (Dias, 2004).

Nesse sentido, pode-se dizer que, de certa forma, isso se relaciona ao


Enquadramento Crítico (Kalantzis; Cope, 2000; 2008), uma vez que os
estudantes, ao produzir sua animação, tiveram que interpretar o contexto social e
cultural no qual estão inseridos, o que faz com que eles vejam o significado de
forma crítica em relação a esse contexto, procurando, assim, reestruturar o que
foi aprendido em um contexto mais amplo.

No processo de esqueletização de folhas, uma abordagem para a representação


da forma de um objeto é reduzi-lo a uma estrutura mais simples, chamada de
esqueleto, que pode ser obtido através de técnicas, como transformada do eixo
médio, transformada a distância, diagrama de Voronoi e afinamento de objetos
(Costa; Cesar Jr., 2001).

2. Metodologia

Para atingir os objetivos propostos, as atividades foram organizadas em


bimestres desenvolvidos na Escola Estadual de Ensino Integral Euclides Correa
Vieira na cidade de Beruri - AM: No segundo bimestre, foram realizadas
reuniões com os componentes da equipe para planejar as estratégias de execução
do projeto e o cronograma de trabalho em equipe.

Os componentes da equipe do projeto foram capacitados através da transmissão


de conhecimentos teóricos sobre a esqueletização de folhas, práticas de campo,
elaboração dos materiais dos experimentos e execução dos mesmos para melhor
entendimento do assunto. Além de apreciar a importância da natureza no
desenvolvimento das artes sem agredi-la.

No terceiro bimestre foram feitas visitas para conhecer plantas regionais e


coletas das folhas para o processo de esqueletização com as técnicas apropriadas.

E, para finalizar, no quarto bimestre dedicou-se à elaboração e confecção dos


artesanatos das folhas coletadas e a utilização do aplicativo PlantNet, que é um
desenvolvimento a partir de um consórcio envolvendo cientistas do Cirad, Inra,
Inria, IRD e da rede Tela Botânica, num projeto financiado por
AgropolisFondation.

O app integra um sistema de ajuda para a identificação automática de plantas a


partir de fotos comparadas com as imagens de um banco de dados botânico. Os
resultados permitem encontrar o nome botânico de uma planta, se essa for
suficientemente ilustrada na base de referência.

Tanto o número de espécies processadas como o número de imagens utilizadas


evoluem com as contribuições neste projeto. A aplicação não permite a
identificação de plantas ornamentais ou de horticultura. Funciona ainda melhor
se as imagens submetidas focalizarem um órgão ou uma parte bem determinada
da planta. As fotos de folhas de árvores sobre um fundo uniforme fornecem os
resultados mais relevantes.

Se identificar corretamente uma espécie procurada, pode participar nesse projeto


submetendo a sua observação com o botão “Contribuição”. Estas contribuições
são sujeitas a um processo de moderação que serão validadas de forma
colaborativa.

3. Resultados e discussão

A esqueletização de folhas se apresenta como um produto final que tem


aparência muito delicada, algumas se assemelhando a rendas de finíssima trama,
outras a organzas de seda, outras ainda lembrando o oriental papel-arroz. Na
natureza é um processo que ocorre espontaneamente, pela ação de larvas e
insetos, que extraem da planta toda a clorofila, deixando aparentes suas
complexas e fascinantes estruturas vasculares.

As folhas esqueletizadas são superduráveis, flexíveis e moldáveis, emprestando


sua beleza a um sem-número de aplicações. Elas podem ser usadas
individualmente, para decoração e revestimento, em embalagens, luminárias,
móveis, paredes, para a arte floral, na confecção de flores dos mais variados
formatos, para aplicação em artigos de papelaria e scrapbooking, e várias outras
utilidades, variando a criatividade de cada artesão que as manipula.

Objetivando a sustentabilidade ambiental através da esqueletização visando


contribuir para a conferência da ONU sobre o Meio Ambiente de
Desenvolvimento (Rio - 92) através da Agenda 21, um Plano de ação para o
século XXI, com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável, a
estratégia mais viável para enfrentar esse desafio. Reconhece também que o
desafio fundamental para a construção de uma sociedade sustentável é a
Educação. A Educação Ambiental foi identificada como o elemento crítico para
a promoção desse novo modelo de desenvolvimento (Dias, 2004).
Para contribuir com a sustentabilidade ambiental na Cidade de Beruri - AM
foram coletadas e identificada pelo aplicativo PlantNet oito espécies de plantas
regionais.

Para obter o resultado, o serviço utiliza um banco de dados botânico com


milhões de registros – o que possibilita dar respostas com bastante precisão.
Além disso, os usuários podem contribuir no aperfeiçoamento do app ao
confirmar se a sugestão apresentada corresponde com a foto enviada. Como foi
citado na metodologia acima.

As escolhas e confecção das artes foram selecionadas pelos estudantes com


orientação do pesquisador, portanto tais artes confeccionadas são de
responsabilidades e criatividades dos alunos. Na tabela abaixo constam as
espécies coletadas para a realização desse trabalho.

ESPÉCIES UTILIZADAS NO PROCESSO DE ESQUELETIZAÇÃO


NOME POPULAR NOME CIENTÍFICO
Buchuchu Tococa guianensis Au
Castanha Bertholletia excelsa
Girassol selvagem Helianthus
Goiaba Psidium guajava
Jambo Syzygium malaccense
Urtiga Urtica – comum ou U
Urucum Bixa orellana
Tabela 1. Espécie coletadas para esqueletização

Fonte: Própria.

A seleção de cada espécie de folhas se deu pela nervura de cada uma, por essas
folhas coletadas apresentarem uma excelente forma e textura esqueletizada, não
quebrando ou rasgando após o processo de esqueletização. Foi constatado
também que essas espécies são ideais para realizar os trabalhos de arte, a
exemplos dos que foram feitos pelos estudantes: quadros e brincos.

Sobre qual tipo de folhas foram mais utilizadas pelos estudantes, as principais
foram as folhas da castanheira, que são espécie de plantas em abundância no
município de Beruri, o Buchuchu e a goiaba, pela facilidade de encontrar e a
qualidade.
Gráfico 1. Espécies mais utilizadas de plantas

Fonte: Própria.

Conclusão

O projeto contribuiu com os estudantes da Escola Estadual Euclides Correa


Vieira na evidência e importância de educar os cidadãos para que ajam de modo
responsável e com sensibilidade, conservando o ambiente saudável no presente e
para o futuro, modificando-se tanto interiormente, como pessoa, quanto nas suas
relações com o ambiente.

Ressaltando que no ensino e aprendizagem há necessidade de conscientização e


principalmente uma mudança de comportamento, e essa mudança precisa
acontecer através da autoconsciência, com cada um fazendo a sua parte em
cuidar e respeitar o ambiente em que vivemos, cujas relações de
interdependência são intrínsecas. A escola possui um papel importante nesse
cenário na aquisição de conhecimentos interdisciplinares.

A participação na busca de alternativas sustentáveis, nesse caso, o artesanato


pela esqueletização de folhas, considera-se o fator mais relevante neste trabalho,
pois estimulou a motivação dos estudantes ao empreendedorismo local
sustentável, no município de Beruri.

Referências

BOLEA, Maria Tereza Estevan. Evolucion del impacto Ambiental. Madrid:


Fundação Mapfre, 1984.
CANTER, Larry W. Environmental Impact Assessment. Oklahoma: McGraw
Hill, 1977. 331p.

COSTA, Luciano da. Fontoura; CESAR JR. Roberto Marcondes. (2001) Shape
analysis and classification: Theory and practice, CRC, Boca Raton, Fla.

DIAS, Genebaldo Freire. Educação Ambiental: princípios e práticas. 9. ed. São


Paulo: Gaia, 2004. p. 551.

FOGLIATTI, Maria Cristina; FILIPPO, Sandro; GOUDARD, Beatriz. Avaliação


de impactos ambientais: aplicação aos sistemas de transporte - Rio de Janeiro:
Interciência, 2004.

KALANTZIS, Mary. COPE, B.; (Orgs.) Multiliteracies: Literacy Learning and


the Design of Social Future. New York: Routledge, 2000.

KALANTZIS, Mary. Language Education and Multiliteracies, in Stephen May


and Nancy H. Hornberger (Eds), Encyclopedia of Language and Education, v. 1,
Nem York, Springer, 2008, p. 195-211.

MANOVICH, Lev. Language of New Media. Cambridge: MIT Press, 2007.

TREVISOL, Joviles Vitório. A educação em uma sociedade de risco: tarefas e


desafios na construção da sustentabilidade. Joaçaba: UNOESC, 2003. p. 166.
4.
AS MÍDIAS E TECNOLOGIAS APLICADAS NA SALA DE
AULA COMO PROCESSO DE ENSINO-APRENDIZAGEM

Cláudio Magalhães Ayres

Introdução

As novas tecnologias estão inseridas na atual sociedade, e seu desenvolvimento é


acompanhado por crianças, jovens e adolescentes. Observa-se esse fato com
naturalidade, quando utilizam celulares, câmeras, computadores, tabletes,
equipamento de som, entre outros objetos tecnológicos. Diante dessa realidade,
encontram-se as escolas com seus métodos pedagógicos que de certa forma
necessitam se contextualizar aos novos instrumentos de comunicação que
possam favorecer a busca de um conhecimento mais eficaz e novos métodos de
ensino-aprendizagem.

São as dificuldades dos professores em utilizar em suas salas de aula as Mídias e


a Tecnologia no desenvolvimento do ensino-aprendizagem dos discentes. Essas
ferramentas tecnológicas importantes muitas vezes não são utilizadas em
práticas metodológicas, possibilitando aulas cansativas e tradicionais para os
educandos, o que não contribui para uma nova geração tecnológica.

A importância da utilização da temática Mídias e Tecnologias: uma nova


perspectiva dentro do processo ensino-aprendizagem caracteriza-se pela
justificativa de observar entre os docentes as maneiras como eles veem o uso das
mídias e tecnologias no seu cotidiano na instituição de ensino, utilizando
ferramentas metodológicas inovadoras.
Ferramentas de Mídias podem elevar os métodos de ensino a outro patamar,
muito mais eficaz. Com a Tecnologia em intensa modificação passamos a ter
algumas alternativas interessantes para a dinâmica do aprendizado nas
instituições de ensino. A sala de aula que antes se resumia a discentes, docentes,
quadro, pincel, mesas e cadeiras, pode agora contar com novos elementos de
multimídia. O notebook, tablet, datashow, celulares e a Internet como uma
ferramenta que permite inúmeras possibilidades de tornar a didática mais
envolvente e assimilativa.

A Educação, entusiasmada pela globalização, avança no desenvolvimento dos


indivíduos. As novas tecnologias, como a Internet, forçam a adaptação dos
estudantes e professores ao meio e ao ambiente social. O professor se torna um
elo de conhecimento dessas tecnologias inovadoras, transformando o processo
de aprendizagem.

As mídias e tecnologias são aplicadas em sala de aula, como processo de ensino-


aprendizagem. A partir da relevância da pesquisa, buscamos entender como os
docentes se comportam estimulados a adaptar-se à era do mundo digital, romper
paradigmas e buscar um novo olhar sobre sua formação e práticas pedagógicas.
Analisar se a utilização da Mídia e Tecnologias está sendo aplicada em sala de
aula pelos professores da rede Estadual.

1. Referencial teórico

1.1. Mídias e tecnologias na educação

Desenvolver metodologias de ensino utilizando as novas mídias e tecnologias


tem sido um grande desafio para os educadores, mas as experiências com a
utilização dessa ferramenta têm alcançado resultados positivos no processo de
ensino-aprendizagem. A utilização das mídias e tecnologias como ferramenta de
auxílio na prática pedagógica requer, através de formação continuada, uma
atualização constante do docente.
Formação essa que habilite o docente a operar e a manipular as novas
tecnologias, para tornar o seu uso acessível em sua prática docente, pois é
natural que os docentes tenham medo do desconhecido e demonstrem certa
resistência na inserção das novas tecnologias em sala de aula, pois como se pode
ensinar através de algo que se desconhece? Seria uma falta de comunicação com
a realidade.

Quando nos referimos a Educomunicação, estamos fazendo uma ligação de


educação com comunicação, que é ensinar e aprender com os meios de
comunicação, que nos rodeiam através da tecnologia digital, como forma de
expressão do que sentimos e pensamos.

A questão da educomunicação busca ressignificar os movimentos comunicativos


inspirados na linguagem... no âmbito da educação como formas de reprodução
de organização de poder da comunidade, como um lugar de cidadania, aquele
índice do qual emerge novas esteticidades e eticidades (modo de perceber e estar
no mundo). (Schaun, 2002, p. 15)

Hoje, a escola é o segundo lar para os educandos, pois passam muito tempo
nesse local; a Educomunicação deve ocorrer, trabalhada pelos professores com
atividades de leituras críticas, midiáticas e com a própria mensagem que o aluno
produz, sendo oferecido a ele o desejo de aprender e de expressar-se com maior
destreza no que pensa e sente sobre o que está ocorrendo em sua volta. Além
disso, não basta apenas saber se comunicar bem, mas saber utilizar os recursos
oferecidos para enriquecer esse aprendizado, como as mídias digitais e
tecnológicas.

[...] Há a necessidade de orientar de forma apropriada o que as crianças já sabem


sobre a mídia, de forma que elas possam desenvolver sua própria consciência
crítica daquilo que as mensagens da mídia estão tentando dizer, da informação
que a mídia não está dando, ou que está tentando esconder ou desviar, daquilo
que a mídia quer dizer com o uso de certas palavras e mesmo de quais são as
orientações gerais da mídia [...] (Arnaldo, 2002, p. 439-440)
A escola carece de repensar uma melhor forma de abordar a importância das
mídias no ensino, trabalhando a construção do senso crítico: Com isso, uma
relação mais estreita é estabelecida entre a mídia e a comunidade escolar. Um
exemplo resulta da união do rádio e da Internet.

A partir daí, viu-se a probabilidade de levar a tecnologia para a sala de aula


como forma de melhorar interação entre professor, aluno e comunidade. Para
que isso aconteça é necessário buscar opções tecnológicas que sirvam de apoio
no aprendizado e façam com que o aluno reflita sobre o que está acontecendo na
sociedade em que vive. Os meios digitais potencializam o ensino em sala de aula
e quanto mais acessível, rápida e dinâmica for à ferramenta, melhores serão os
resultados obtidos.

1.2. Vantagens do uso das mídias e tecnologia na sala de aula

Um dos fenômenos que mais impressiona nos dias de hoje é o avanço das mídias
digitais que adentram as escolas muito rapidamente. Estão cada vez mais
presentes no cotidiano do aluno: em sua casa, nas relações sociais e também na
escola, por sua vez, com o objetivo de facilitar as práticas pedagógicas, exigindo
do professor uma nova postura frente as tais.

A construção do conhecimento do aluno deve ocorrer por meio de um processo


interativo deste com o professor, no qual o professor será o mediador do
processo ensino-aprendizagem através da midiatização das tecnologias de
informação e de comunicação, principalmente o computador e a internet.
(Straub, 2009, p. 60)

O professor é o ser intermediário do processo de ensino-aprendizagem usando as


mídias digitais. O aluno é um ser social e a escola faz parte desta sociedade. Faz-
se necessário averiguar novas opções no processo de ensino-aprendizagem, com
atividades criativas e atraentes, em que o aluno possa participar e interagir cada
vez mais com as mídias digitais, dando, assim, sentido ao uso das tecnologias na
educação.

O uso das mídias e tecnologias em sala de aula muda a forma de relacionamento


discente/conhecimento, ou seja, o discente constrói o seu conhecimento através
dos hipertextos, fazendo uma grande viagem pela rede através de links
interconectados.

Neste tipo de relação o discente se torna mais autônomo e ativo, desenvolvendo


competências e habilidades específicas do mundo digital, trazendo às aulas
acontecimentos próximos ou distantes em tempo e espaço, despertando seu
interesse em um determinado tema ou conteúdo. A nova geração chega com a
possibilidade de poder interagir, visto que antes as mídias de massa tinham
apenas o intuito de criar audiência, não dando espaço para a interatividade.

[...]. Essas possibilidades podem ser potencializadas na educação para


proporcionar aos sujeitos sociais, nos seus diferentes espaços e territórios, a
oportunidade de deixar de serem meros receptores de informações emitidas pelo
professor, por um televisor ou um sistema multimídia. [...]. Na rede, como na
escola, e principalmente na escola em rede, a meninada poderá interferir nas
mensagens, nos conteúdos, nas imagens, nos sons e dar novos direcionamentos à
ação educativa. Isso garantirá as condições de concretização da interatividade
que permite a multidirecionalidade / hibridação, necessária à construção coletiva
de conhecimento e da cultura, em uma forma de participação/intervenção
necessária à formação de cidadãos críticos e participativos. (Lima et al., 2005, p.
250-251)

É admissível perceber que levando para a sala de aula ferramentas de


comunicação, o professor poderá garantir uma espécie de produção mais crítica
do conhecimento. Discutir questões sociais divulgadas por meio de programas
de rádio, TV, jornais, internet entre outros, é uma opção interessante para que os
educadores promovam conhecimento interligado com as tecnologias da
informação.

Uma sala de aula mediada por recursos tecnológicos deveria estimular o


professor a se beneficiar das demandas que a inserção de novas tecnologias na
educação proporciona, ou seja, a inserção das mídias digitais na escola deve
objetivar grandes conquistas.

A incorporação de uma tecnologia aos processos educacionais passa pela


compreensão das características constitutivas desse novo meio, de suas
potencialidades e limitações em relação às formas de interação e construção de
significados. Assim, torna-se necessário que o professor utilize a tecnologia na
condição de sujeito ativo, protagonista da ação, de modo que possa analisar a
efetividade das contribuições desse suporte para a criação de experiências
educativas significativas e relevantes para os aprendizes. (Almeida, 2007, p.
159)

É necessário que o professor seja capaz de transpor todas as


barreiras/dificuldades. Mesmos com as responsabilidades e problemas dessa
inserção na escola, não podemos nos esquecer de que a tecnologia é mediadora
para o desenvolvimento. São grandes os desafios em trabalhar as mídias digitais
em sala de aula, assim, precisamos refletir sobre todas as melhorias que essa
inserção pode trazer para os alunos, ensino e aprendizagem e não se omitir
diante das dificuldades. Infelizmente o professor encontra-se, ainda, permeado
pelo medo de inovar, achando que será substituído.

O professor precisa introduzir as tecnologias na sua prática profissional. Sendo


assim, é possível lecionar usando as mídias digitais, desde que o professor não
saia do foco do seu ensino, ou seja, tenha um plano prévio, mas que também não
perca o desejo de fazer a diferença, proporcionando assim uma aula mais
divertida e estimulante para os alunos e seus pares.

1.3. A internet como recurso do processo de

ensino-aprendizagem
A internet no processo de ensino-aprendizagem é para o docente uma grande
ferramenta indispensável de auxílio na prática pedagógica, facilitando a
aprendizagem do discente e proporcionando a interação com o conteúdo a ser
estudado no processo de construção do conhecimento.

As tecnologias estão cada vez mais presentes na educação e o Estado tem criado
vários programas de incentivo a inserção das mesmas nas escolas. Um desses
programas é o ProInfo (Programa Nacional de Tecnologia Educacional), criado
pela Portaria nº 522/MEC, de 9 de abril de 1997 e regulamentado pelo Decreto
6.300, de 12 de dezembro de 2007, para promover o uso pedagógico de
Tecnologias de Informática e Comunicações (TICs) na rede pública de ensino
fundamental e médio. O Brasil vem ao longo do tempo, buscando uma maneira
de informatizar a educação.

De acordo com Araújo (2009) a Internet é uma condução comunicacional que


admite a troca de experiências sociais, culturais e pessoais, além de permitir o
esclarecimento de dúvidas sobre diversos assuntos. Como instrumento de ensino
é que ela cria outras possibilidades para o professor trabalhar, dentro de cada
área de ensino, não somente conteúdos, mas a formação de habilidades e
competências que são vistas como objetivos de ensino mediante a Base Nacional
Comum Curricular – BNCC.

Ao considerar a importância da Internet como mídia que pode contribuir para o


processo de construção da aprendizagem do aluno na escola, vale ressaltar os
sentidos e formas em que essa pode ser vista no contexto de uma proposta com
esse caráter escolar da sala de aula. “A Internet é um novo meio de comunicação
que pode nos ajudar a rever, a ampliar e a modificar muitas das formas atuais de
ensinar e de aprender” (Moran, 2000, p. 63).

Abordando as formas, há de se compreender que as variedades de meios, de


ambientes, de informações, ícones e linguagens fazem dessa rede um espaço em
que o professor, junto com seus alunos possam criar várias maneiras de formar
projetos de ensino que permitam trabalhar com o conhecimento, ora na obtenção
de informações, ora no uso das linguagens e códigos que são permitidos para a
comunicação na rede. A Internet oferece várias qualidades que contribuem para
que haja melhores resultados numa aula: pode auxiliar o professor a preparar
melhor a sua aula, amplia as formas de lecionar, modifica o processo de
avaliação e de comunicação, tanto de professor para aluno, quanto do aluno para
com os seus colegas. É, portanto, um instrumento que oferece infinitas formas e
probabilidades, mesmo sem a rede, e com ela, as vias de acesso ao conhecimento
se ampliam.

[...] os textos na internet se apresentam formando uma cadeia de informações,


com seqüência livre para o usuário (ou aprendiz) ligada de maneira criativa por
meio de links. Esses textos podem ser modificados, ampliados e reconstruídos a
partir da pesquisa em diferentes áreas do conhecimento, encontradas no “mundo
virtual” rompendo com a forma hierárquica da estrutura escolar tradicional.
(Lévy, 1993, p. 25 apud Sloczinski; Chiaramonte, 2005, p. 10)

A utilização dos recursos das tecnologias de informação e comunicação


proporcionam uma nova forma de escrita, levando a pensar sobre o próprio
pensar, podendo gerar o máximo de conhecimento sobre o assunto. Os ambientes
imaginários de aprendizagem admitem a interatividade entre o aprendiz e o
objeto de seu interesse e representam uma motivação despertando no aluno a
vontade de interagir e de organizar seu conhecimento, expandindo o seu saber e
a sua visão de mundo.

2. Metodologia

O trabalho foi realizado com um estudo de caso na disciplina de Física, na


Escola Estadual Euclides Correa Vieira, no município de Beruri-AM, onde foi
utilizada a seguinte metodologia: O projeto foi desenvolvido em duas fases.
Primeira: pesquisa exploratória, com a aplicação de um questionário, procurou-
se verificar se algum tipo de mídia estava sendo utilizado e de que maneira, na
prática docente dos educadores da referida escola, este questionário foi aplicado
aos docentes; Segunda: Estudo de caso e aplicação de questionário envolvendo a
utilização da mídia (computador, notebook, tablete, celular, projetores e
internet), no qual foi possível observar a sua influência no processo de
construção do conhecimento e aprendizagem.

2.1. Primeira fase da pesquisa exploratória

Nesta primeira fase, utilizou-se um questionário, o qual se encontra na pesquisa,


que foi aplicada a 23 (vinte e três) docentes da instituição de ensino pesquisada,
onde foi possível observar que todos os docentes dessa instituição de ensino já
utilizam algum tipo de mídia e tecnologia em sua prática docente, entre elas as
mais utilizada são: notebook, celular, projetor e internet, sendo que uns docentes
não estão sabendo utilizá-las corretamente como ferramenta de auxílio no
processo de ensino-aprendizagem.

2.2. Segunda fase da pesquisa, estudo de caso

Coleta de dados:

O início desta etapa de coleta de dados deu-se através de uma pequena entrevista
com o docente da disciplina de Física, onde o mesmo relatou sobre sua
metodologia de ensino e como ele vê o uso das mídias e tecnologias em sua
prática pedagógica.

Afirma o docente ao responder às seguintes perguntas:

Entrevistador: Como você vê o uso do computador, notebook e internet em


sua prática pedagógica?

Docente: O computador, notebook e internet são utilizados por mim como


ferramenta para o processo de ensino-aprendizagem, pois desperta maior
interesse aos jovens do que as monótonas aulas expositivas. Lembrando que
esse recurso requer algumas regras, pois é somente um meio de um processo
geral, que tem por objetivo a formação do conhecimento.

Entrevistador: Como você utiliza as mídias e as tecnologias em sua


metodologia?

Docente: Nas minhas aulas de Física procuro disponibilizar oportunidades


que despertem a autonomia da turma em um primeiro momento,
oferecendo os diversos meios para que estes entendam os inúmeros
caminhos que se pode tomar para a formação de uma verdade subjetiva,
que muitas vezes pode ser distorcida por outro modo de pesquisa. Embora
os recursos sejam utilizados frequentemente na referida disciplina, deixo
muito claro aos discentes que as mídias e tecnologias são consideradas
ferramenta de apoio ao ensino e que não será depositada toda a
responsabilidade nelas.

3. Resultado e discussão

Ao analisar as informações obtidas, a partir da coleta de dados realizada na fase


da pesquisa, constatou-se que infelizmente, nesta instituição de ensino não é
hábito de alguns docentes desenvolver as atividades nas quais os discentes
possam fazer uso de mídias e de tecnologias como ferramenta de ensino.

Pode-se dizer que o trabalho realizado, através do estudo de caso desenvolvido


na segunda fase da pesquisa, despertou uma participação efetiva dos discentes,
onde os mesmos demonstraram-se engajados na construção do conhecimento
através do uso do computador, notebook, tablete, celular e internet.

Para alguns dos discentes foi a primeira vez que realizaram uma atividade
envolvendo mídias e tecnologias, onde o docente é apenas o mediador do
processo ensino-aprendizagem, pois foram instigados a buscar o novo, através de
novos métodos de ensino.

Os discentes demonstraram grande interesse na realização dessa atividade e os


resultados dos trabalhos por eles apresentados foi muito satisfatório,
demonstrando com certeza que o aprendizado do conteúdo através do uso das
mídias e tecnologias na prática docente é muito relevante. Para verificar os
resultados do aprendizado o docente realizou um teste para verificar o
conhecimento dos discentes sobre o tema do trabalho, e nessa avaliação toda a
turma obteve aprovação, confirmando assim o aprendizado do conteúdo
estudado utilizando as mídias e tecnologia em sala de aula.

Foi possível concluir que o uso das mídias e tecnologias na prática docente
contribuiu de forma significativa para o processo de ensino-aprendizagem.
Porém, é fundamental que o docente esteja capacitado e, principalmente,
disposto a utilizá-las de uma maneira planejada e organizada, de forma que os
discentes, ao usufruir dessas ferramentas de ensino, possam fazer parte ativa da
construção do conhecimento.

Observou-se que as mídias e as tecnologias digitais trazem para a prática docente


novos desafios, precisa-se repensar e modificar a metodologia de ensino
tradicional, de forma a dar lugar a novas formas de ensino-aprendizagem.

Constatou-se também que a maioria dos docentes da instituição de ensino


pesquisada não está devidamente capacitada para utilizar, de maneira eficaz, as
mídias e as tecnologias. A partir de seu Projeto Político Pedagógico ‒ PPP, a
escola deverá investir e incentivar a capacitação de seus docentes para que os
mesmos possam utilizá-las sem nenhum receio, e com uma visão mais crítica de
sua metodologia, atendendo assim às novas demandas de uma geração que já
nasce em contato com a tecnologia.

Verificou-se através deste trabalho que o uso das mídias e das tecnologias, de
ferramentas como: computador, notebook, tablete, celular e internet,
modificaram para melhor a relação docente-discente no processo do ensino e da
aprendizagem, onde o discente, através de sua autonomia e criatividade pode
participar ativamente na construção do conhecimento, fazendo com que as aulas
da disciplina de Física fossem vistas com outros olhos, uma aula mais
interessante, menos cansativa e muito produtiva.

A metodologia de ensino utilizada pelo docente, através de uma atividade


pioneira com esses discentes, resultou numa significativa mudança no processo
de ensino-aprendizagem dos mesmos, tornando-os mais participativos,
receptivos, interativos e entusiasmados com o conteúdo ministrado.

O grande desafio passa a ser a introdução da utilização das mídias e tecnologias


na prática docente de todos os docentes da instituição de ensino.

Conclusão

Apesar das dificuldades apresentadas no uso das ferramentas tecnológicas, temos


condições, nem que sejam mínimas, de planejar o ensino utilizando as novas
tecnologias. Ressalta-se ainda a importância que têm para a instituição de ensino
e seus docentes os cursos e especializações promovidos pelos setores de
informática. É principalmente a partir deles que os docentes têm acesso, uso e
capacitação adequados na introdução das novas mídias e tecnologias em sala de
aula, seja por meio de projetos, pesquisas ou produção de trabalhos midiáticos.

Referências

ALMEIDA, Maria Elizabeth Bisnconcini de (Org.). Formação de educadores à


distância e integração de mídias. São Paulo: Avercamp, 2007.

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Norte – UFRN, Natal. Disponível em: https://bit.ly/3aEmZLV. Acesso em: 21
jan. 2013.

ARNALDO, Carlos A. Meios de comunicação: a favor ou contra a educação? In:


CARLSSON, Ulla; FEILITZEN, Cecilia von (orgs.). A criança e a mídia.
Imagem, Educação, Participação. São Paulo: Cortez; Edições UNESCO Brasil,
1999. Disponível em: https://bit.ly/3lLyIyk. Acesso: 02 fev. 2019.
BRASIL. MEC. Decreto nº 6.300, de 12 de dezembro de 2007. Disponível em:
https://bit.ly/3u0XvjG. Acesso em: 18 maio 2013.

FERREIRA, Simone Lucena de; LIMA, Maria de Fátima M.; PRETO, Nelson
de Luca. Mídias digitais e educação: tudo ao mesmo tempo agora o tempo todo...
In: BARBOSA FILHO, André; CASTRO, Cosette; TOME, Takashi (Org).
Mídias digitais: convergência tecnológica e inclusão social. São Paulo: Paulinas,
2005, p. 225-255.

LÉVY, P. As tecnologias das inteligências: o futuro do pensamento na era da


informática. Rio de Janeiro, 1993.

MORAN, J. M. Novas tecnologias e mediação pedagógica. Campinas, SP:


Papirus, 2000.

SLOCZINSKI, H.; CHIARAMONTE, M. S. Ambiente virtual: interação e


aprendizagem. Informática na Educação - teoria & prática, v. 8, n. 1, Porto
Alegre: UFRGS, 2005.
5. O USO DO FACEBOOK COMO FERRAMENTA
PEDAGÓGICA

Ester Lima de Oliveira

Introdução

A proposta deste capítulo é destacar que a utilização direcionada da rede social


Facebook como ferramenta pedagógica é possível, desde que sua utilização seja
realizada de forma direcionada pelo professor, com inserção de atividades
voltadas àquilo que se pretende alcançar visando dinamizar a prática de ensino e
aprendizagem, pois nos últimos tempos vivemos grandes avanços tecnológicos e
é possível afirmar que não podemos de nenhuma forma dissociar o uso dessas
tecnologias das práticas pedagógicas considerando que grande parte dos nossos
jovens tem acesso e domínio pleno de tais recursos e isso torna-se atrativo pois
motiva as diferentes formas de relacionamento, aprendizagem e entretenimento.

É importante que se coloque em destaque a rede social Facebook como um


mecanismo que potencializa a participação de alunos, pois para ter um perfil no
Facebook, considerada uma das redes sociais mais populares do mundo, é
necessário ter, no mínimo, 13 anos o que propicia a inclusão de grande parte dos
jovens como usuários da rede.

Portanto, com relação à idade mínima, o Facebook é bem criterioso com essa
determinação, pois é exigido para quem cria um perfil na rede deve concordar
com a chamada Declaração de Direitos e Responsabilidades e esse documento
está disponível para o usuário no ato da inscrição, assim, o usuário afirma que
tem a idade mínima para se cadastrar.

Para Matos e Schrainer (2010, p. 50) as redes sociais podem atuar na educação
como uma janela para o mundo e o Facebook apresenta uma “infinidade de
alternativas de comunicação e busca de informação que fazem parte do contexto
de adolescentes” e incorporá-las ao processo de ensino-aprendizagem representa
uma inovação na prática de ensinar e aprender.

Em uma turma de 2º ano 01, turno vespertino, com 39 alunos com idades que
variam entre 16 anos a 21 anos e que, como toda instituição que atende a este
público, vem enfrentando um problema que de epidêmico tornou-se endêmico:
as várias tecnologias que os alunos levam e usam na escola. Não é novidade que,
durante as aulas, os estudantes atualizam seus perfis, curtem fotos de amigos,
comentam publicações, assistem a vídeos, e tudo isso enquanto o professor
explica o assunto. A proibição feita em muitos momentos chega a causar até
situações conflituosas em sala de aula, o que termina por desgastar professores e
alunos.

As relações sociais contemporâneas estão sendo estabelecidas tendo como


princípio básico o agrupamento social no ciberespaço, associadas ao uso da
internet como dispositivo de comunicação. Avançam as reflexões e as
perspectivas atuais sobre aprendizagem social e gestão do conhecimento. Nesse
sentido, como parte integrante da cultura social determina largamente os
processos que envolvem sociabilidade, fornecendo através das tecnologias da
informação uma forma básica de inserção na sociedade moderna.

1. Fundamentação teórica e/ou trabalhos relacionados

O Facebook é uma das redes sociais que mais crescem no mundo. Ele foi criado
pelo universitário Mark Zuckerberg, em fevereiro de 2004, com o objetivo de
criar um espaço de conexão e comunicação entre os estudantes da Universidade
de Harvard (EUA). O sucesso da rede foi tão grande que rapidamente se
expandiu para todo o mundo. Além de possibilitar a conexão entre pessoas de
diferentes espaços geográficos, o compartilhamento de informações e a
interatividade de forma dinâmica e envolvente, ele agrega variados recursos
digitais.

Nunca na história da humanidade a informação esteve tão presente e tão


disponível quanto neste início do século XXI, nossos alunos, como parte
integrante e ativa desta sociedade altamente conectada, recebem diariamente
uma carga muito pesada de informações e muitas vezes não têm um claro
discernimento do que é útil. E é nesse contexto que o papel do professor torna-se
indispensável para o bom uso das tecnologias disponíveis, propondo atividades
interessantes, educativas e que propiciem a reflexão, pois o aluno já sabe buscar
informações, o que precisa ser despertado é a capacidade de pensar com
criticidade, levando-o a pensar que o uso da internet vai muito além de somente
curtir, descurtir e compartilhar informações supérfluas.

Temos cada vez mais informação, e não necessariamente mais conhecimentos.


Quanto mais fácil for achar o que queremos, mas fácil tendemos a nos acomodar
na preguiça dos primeiros resultados, na leitura superficial de alguns tópicos, na
dispersão de muitas janelas que abrimos simultaneamente. (Moran, 2008, p. 6)

Para despertar o interesse dos alunos é necessário trazer a realidade deles para o
ambiente de trabalho pedagógico, pois sabemos que existem nas escolas
resistências aos novos métodos e mudança dos antigos métodos. A adesão às
novas tecnologias com fins pedagógicos ainda são barreiras que precisam ser
vencidas. É importante que os espaços escolares na atualidade acompanhem os
novos métodos e, como afirma Almeida (2008, p. 74) sobre a aprendizagem:

A aprendizagem é um processo de construção do aluno – autor de sua


aprendizagem, mas nesse processo o professor, além de criar ambientes que
favoreçam a participação, a comunicação, a interação e o confronto de ideias dos
alunos, também tem a sua autoria. Cabe ao professor promover o
desenvolvimento de atividade que provoquem o envolvimento e a livre
participação do aluno, assim como a interação que gera a co–autoria e a
articulação entre informações e conhecimentos, com vistas a construir novos
conhecimentos que levem á compreensão do mundo e á atuação critica no
contexto.
O aproveitamento das redes sociais como recurso pedagógico é uma alternativa
viável para ensinar e aprender na atualidade, mas faz-se necessário o
planejamento criterioso de tal recurso para que as tecnologias sejam aproveitadas
de forma consciente e responsável e que o seu uso possa ser produtivo tanto para
o professor quanto para os alunos. E se a proposta é a troca de saberes e de
experiências, o Facebook se apresenta como um recurso adequado, pois faz parte
do cotidiano dos jovens e adolescentes, portanto é um espaço que o aluno vai
utilizar com facilidade.

Os alunos cobram aulas diferenciadas, querem compartilhar ideias com os


colegas e professores, querem ser consultados, querem ouvir e serem ouvidos.
As vantagens principais dos sites de redes sociais é que eles propiciam aos seus
usuários liberdade de acessibilidade às informações em tempo real a partir do
compartilhamento e da produção ou reprodução de informações, garantindo com
isso uma maior capacidade de aprendizagem.

Tomando emprestadas as palavras de Gilberto Gil, consiste em “promover um


debate” acerca das possibilidades educativas das redes sociais, e nesse momento,
limitamo-nos a travar o debate a partir do Facebook. Na Web tudo se encontra no
mesmo plano. E, no entanto, tudo é diferenciado. Não há hierarquia absoluta,
mas cada site é um agente de seleção, de bifurcação ou de hierarquização
parcial. Longe de ser uma massa amorfa, a Web articula uma multiplicidade
aberta de pontos de vista, mas essa articulação é feita transversalmente, em
rizoma, sem o ponto de vista de Deus, sem uma unificação sobrejacente (Lévy,
2010).

2. Metodologia

Criação de uma página na rede social Facebook com a inclusão dos alunos de
ensino médio em uma turma de 2º ano 01, turno vespertino em uma Escola
Estadual em Beruri, fazendo o levantamento das biografias dos principais
geógrafos brasileiros, a saber: Aziz Nacib Ab’Saber, Caio Prado Junior, Mellen
Adas, Josué de Castro e Milton Santos.

É importante frisar que para estabelecer e estimular um ambiente de


aprendizagem social e dinâmico que mostre o uso responsável do Facebook
como ferramenta educacional é imprescindível a elaboração de um projeto
pedagógico que esteja em consonância com a estrutura e cultura organizacional
da escola, que estabeleça uma política de privacidade e segurança, pautada na
ética educacional e que elabore diretrizes bem criteriosas sobre o uso da rede
social para professores, estudantes e seus responsáveis.

Reconhecendo a presença das crianças na rede, a existência do protagonismo


juvenil no Facebook e a facilidade de criação de um espaço virtual de
aprendizagem para ampliar as discussões iniciadas em sala de aula criaram a
página “Conhecendo os geógrafos brasileiros” com a finalidade de compartilhar
informações sobre a vida e obra desses profissionais. Foi também criado um
formulário no Google Forms com questões sobre os geógrafos Milton Santos e
Ab’Saber.

3. Resultados e discussão

Este trabalho atingiu o objetivo quando constatou-se a associação da rede


Facebook ao processo de ensino de Geografia, por meio de pesquisas
bibliográficas e trabalhos de campo. Através das pesquisas, comprovou-se a
popularidade da rede social Facebook e a eficácia desta ferramenta usada como
suporte na prática pedagógica de Geografia.

Utilizar, em sala de aula, recursos advindos das redes sociais pode significar uma
maneira de motivar não só estudantes, mas também professores, pois esta prática
permite desenvolver a colaboração e a interação entre os alunos, e com isso a
construção do conhecimento. Não obstante, docentes e discentes devem
conhecer bem seus papéis e evitar transpor totalmente o ensino tradicional para o
ambiente virtual.

É inegável a contribuição das redes sociais para a mobilização dos saberes e


reconhecimento das diferentes identidades e a articulação dos pensamentos que
compõem a coletividade. Por isso, é possível a escola fazer uso dessas redes
sociais levando em consideração as intervenções intencionais dos professores,
que podem funcionar como agentes capazes de contribuir para o aprofundamento
dos conhecimentos sobre os geógrafos do Brasil.

Constataram-se também as muitas dimensões a serem observadas ao tratar da


eficácia do uso dessas ferramentas tecnológicas, devido à grande quantidade de
variáveis presentes na aplicação das mesmas. Espera-se ainda, neste cenário cada
vez mais dependente das novas tecnologias, que este trabalho possa estimular
novos estudos sobre a utilização das redes sociais no contexto de prática de
ensino de Geografia.
Figura 1. Criação de uma página denominada “Conhecendo os geógrafos
brasileiros”

Fonte: Oliveira (2019).


Figura 2. Criação de um formulário no Google Forms com divulgação na
página em que foram levantadas duas questões de múltipla escolha para
que os alunos possam pesquisar e responder o questionário

Fonte: Oliveira (2019).


Figura 3. Movimentação da página “Conhecendo os geógrafos brasileiros”

Fonte: Oliveira (2019).


Figura 4. Visita à sala de aula do 2º ano 01, turno vespertino, em uma escola
estadual em Beruri, realizando a solicitação de amizade virtual – Facebook
– para posteriormente convidá-los a seguir a página “Conhecendo os
geógrafos brasileiros”

Fonte: Oliveira (2019).

Conclusão

Hoje a escola necessita de profissionais que estejam dispostos a buscar novas


informações e que saibam utilizar as mídias sociais como recurso pedagógico. É
necessário pensar na distribuição dos tempos de aula na carga horária de trabalho
desse professor. Nesta nova configuração de escola que emerge na Cibercultura é
importante que seja prevista uma jornada de trabalho que garanta espaço para a
realização do planejamento individual e em equipe, da pesquisa, das aulas
presenciais e à distância. Entendemos que as tecnologias estão presentes tanto no
cotidiano dos discentes como no dos docentes, e é necessária a mediação de
recursos que, inegavelmente, invadem as escolas e as salas de aula e dialogar
com esses novos atores que estão constantemente conectados considerando que
não é possível no atual contexto social ignorarmos a realidade em que muitos de
nossos alunos estão inseridos.

A rede social Facebook, quando usada de forma responsável e com o


direcionamento do professor em sala de aula, propicia aulas mais dinâmicas,
além de promover atividades mais integradoras e estimulantes e pode, a partir de
seu suporte dinâmico e agregador de informações, servir como espaço para troca
de mensagens instantâneas, constituindo-se, assim, como lugar prático para
experiências prazerosas e significativas de pesquisas, já que essas
potencialidades permitem aos seus usuários o encontro constante e contínuo para
o estabelecimento de comunicação entre seus pares a fim de consultá-los para os
mais diversos interesses e necessidades.
Os ambientes virtuais podem ser empregados como facilitadores das práticas de
pesquisa sobre a biografia dos grandes geógrafos brasileiros, para isso faz-se
necessário que o professor possua habilidade para empregá-la de forma ordenada
e, principalmente fazer sua utilização de forma planejada e aberta a serem
conduzidas pelos interesses dos alunos, pois no atual contexto social fica
bastante evidenciado o papel relevante que as redes sociais ocupam na vida de
jovens e adolescentes, muitas vezes até demasiadamente em virtude de seus
variados recursos, cabendo ao docente delineá-las ao contexto e às finalidades
educacionais.

Referências

ALMEIDA, Maria Elizabeth Biancocini. Tecnologia na escola: criação de redes


de conhecimentos. Salto para o Futuro. Brasília, 2008.

BECKER, Fernando. Educação e construção do conhecimento. Porto Alegre.


Artmed, 2001.

CANCLINI, Néstor. Consumidores e Cidadãos: conflitos multiculturais da


globalização. 8. Ed. Rio de Janeiro: Editora UFRJ, 2010.

CASTELLS, Manuel. A Sociedade em Rede - A era da informação: economia,


sociedade e cultura. São Paulo: Paz e Terra, 1999.

LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Ed. 34, 2010.


MAGDALENA, Beatriz Corso; COSTA, Iris Elisabeth Tempel. Internet em sala
de aula: com a palavra, os professores. Porto Alegre, Artmed, 2003.

MATOS, Elizete Lúcia Moreira; SCHRAINER, Juliana. Professor, Educação,


Sociedade e a Inclusão das Redes Sociais. In: BONETI, Lindomar Wessler;
ALMEIDA, Nizan Pereira; HETKOWSKI, Tania Maria. P. 47-60. Curitiba, PE:
Imprensa Oficial, 2010.

MORAN, José Manuel. Novas tecnologias e ore – encantamento do mundo. Rio


de Janeiro. Revista Tecnologia Educacional, 2008.

PERRNOUD, Phelippe. Dez novas competências para ensinar. Porto Alegre.


Artmed, 2000.

SANTOS, Milton. Por uma outra globalização. Livro vira-vira 2, Rio de Janeiro:
BestBolso, 2011.
6.
O USO DO APLICATIVO MOVIE MAKER COMO
FERRAMENTA DIDÁTICA NAS PRÁTICAS PEDAGÓGICAS

Francisca Ferreira Cordeiro

Introdução

No âmbito escolar os saberes se internalizam constantemente, trazendo várias


manifestações do conhecimento científico, por isso os docentes precisam
dominar o uso das tecnologias digitais como o notebook e o celular para atender
às modalidades de conhecimento, possibilitando novas descobertas a partir das
circunstâncias, promovendo a aprendizagem por meios das mídias digitais que
vêm contribuir com uma aula mais dinâmica e motivando-os à aprendizagem por
meio de novas metodologias.

Neste sentido, questiona-se qual o aprimoramento docente no uso do aplicativo


MovieMaker? Quais interesses dos alunos frente a esse aplicativo? Quais
resultados como uso do aplicativo MovieMaker no 7º ano 1 em uma escola
municipal do município de Beruri - AM?

Neste estudo buscou-se analisar como o aplicativo MovieMaker pode ser


utilizado para o ensino de ciências naturais, nas aulas de educação ambiental, na
turma do 7º ano, em uma escola municipal do Município de Beruri – AM.

A problemática em questão relacionava-se com o acúmulo de lixo nas salas de


aula e no entorno na escola. Para a pesquisa definiu-se como público-alvo 5
(cinco) professores da turma, que se propuseram a participar e 27 (vinte e sete)
alunos que foram observados no período de 5 (cinco) dias.
O processo de aprendizagem no cotidiano escolar vem se inovando em todos os
aspectos no sentido de possibilitar desenvolvimento científico e tecnológico,
bem como acompanhar esses mesmos avanços tão presentes na sociedade atual.

Os trabalhos foram desenvolvidos nas seguintes estratégias, por fase


exploratória, formulação do problema, construção de hipóteses, realização de
seminário com intenção de socializar essa tecnologia no contexto escolar da
forma como vem sendo utilizada pelos docentes, seleção da amostra, coleta de
dados com a intenção de implementar o uso do MovieMaker na disciplina de
ciências, com os alunos do 7º ano 1 ensino fundamental II, no município de
Beruri.

Sensibilizando os alunos para a preservação do âmbito escolar, através do uso do


aplicativo MovieMaker, apresentando os tipos de aplicativos que os docentes
utilizam em sala de aula. Analisando se essas ferramentas tecnológicas são
utilizadas no ensino e aprendizado pelos professores e se os mesmos as utilizam
com seus alunos. Tendo em vista os avanços tecnológicos que estimulam a
sociedade a viver de maneira diversificada, é preciso utilizarmos o aplicativo
MovieMaker com o intuito de cuidar e preservar o ambiente escolar. Utilizando
os meios de comunicação, faz-se necessário que o docente acompanhe o
desenvolvimento dos seus alunos nas práticas pedagógicas, atualize-se
profissionalmente e aproprie-se destas ferramentas para integrar o conhecimento
das mídias que estão disponíveis ao processo de ensino-aprendizagem, bem
como o bom uso das mesmas. Pretende- se desenvolver com este trabalho a
mobilização das autoridades para implementação de laboratório nas escolas
municipais.

1. Fundamentação teórica

Tal como em outros tempos, desde o início do século XXI a educação passa por
diversas mudanças, entre elas as científico/tecnológicas, obrigando assim o
docente a acompanhar esses avanços com o intuito de melhorar a sua prática
pedagógica. É tarefa da escola encontrar meios utilizando a mídia para facilitar o
processo de ensino, que possa tornar suas aulas mais atrativas despertando o
interesse ao ato de aprender, usando as tecnologias disponíveis ao âmbito
escolar, para uso pedagógico tanto do docente quanto do discente, os mesmos
precisam conhecer e obter os domínios dos aplicativos para preservarmos o
ambiente escolar, por exemplo.

De acordo com Sato (2004):

[...] a educação ambiental é fundamental para efetivar mudanças e atitudes,


comportamentos e procedimentos para jovens, crianças e comunidades. O
aprendizado ambiental é um componente vital, pois oferece motivos que levam
os alunos se reconhecerem como parte integrante do meio em que vivem e faz
pensarnas alternativas para soluções dos problemas ambientais e ajudar a manter
os recursos para as futuras gerações.

Nesse contexto, entedemos que o uso da mídia serviu para subsidiar a questão da
preservação ambiental em sala de aula, podendo facilitar o apredizado dos
discentes, usando o computador ou o celular, para uma filmagem em mp4 com
nossos alunos em uma aula de ciências, considerando o ato de preservar a
natureza, mostrando muita atratividade por conta de ser algo que é do convívio e
o ambiente do qual eles fazem parte. Como estudamos na disciplina
Ambientação e letramento digital, que ressalta a importância do aplicativo
MovieMaker na sala de aula, onde podemos complementar os conteúdos de
forma diversificada, logo após a coleta dessas fotos ultilizamos esse aplicativo
para comparar ou socializar um ambiente com lixo e sem lixo.

O MovieMaker é um software que serve para edição de vídeo da Microsoft, é


um programa simples e de fácil utilização, o que permite às pessoas manusearem
com eficiência qualquer temática.

O modelo da sala invertida², quando utilizadas as metodologias ativas, por meio


do ensino híbrido o aluno se torna o centro de conhecimento. O trabalho dos
docentes ocorre em equipe, possibilitando autonomia nas habilidades que os
discentes exercem em determinada atividade, proporcionando reflexão do
conhecimento adquirido de forma construtivista, nesse sentido o professor não é
a única fonte de conhecimento, aprendemos de várias maneiras por diversas
técnicas de progressão quando atuamos com projetos inovadores, não estamos
transmitindo somente informações, a aprendizagem se torna mais ampla quanto
às práticas do dia a dia em sala de aula.

A principal característica das metodologias ativas é permitir que o aluno obtenha


autonomia nas atividades práticas, onde o professor se torna o mediador do
conhecimento. No método tradicional o detentor do conhecimento era o
professor, nesse sentido o aluno muitas vezes não desenvolvia a oralidade por
conta de a fonte de informação partir do docente e o aluno ser somente o
receptor.

Já na sala de aula invertida o professor possibilita as técnicas das metodologias


ativas, o docente se torna o mediador do conhecimento, possibilitando
autonomia para o aluno desenvolver e expor suas ideias no processo de
aprendizagem, com isso ele adquire conhecimentos em várias tecnologias
disponíveis ao seu alcance, tanto nas dependentes como nas independentes.

Com inversão dessa interação do educador e discentes, que passa a circular na


sala de aula durante as atividades, os envolvidos absorvem e proporcionam
saberes diversos sobre determinado tema conforme suas ideias são expostas
durante a execução do conteúdo. Embora as mídias utilizadas pelo docente
venham a falhar a conexão com a internet, existem tecnologias dependentes que
podem contribuir com essas trocas de saberes. Os docentes precisam se apropriar
dos diversos saberes universal tecnológico, para que eles possam subsidiar o
conhecimento circunstancial em sala de aula.

Entendemos que devido aos avanços tecnológicos a comunicação ocorre de


forma assíncrona e síncrona³, “a cibercultura surgiu a partir do uso das redes de
computadores, como outras mídias por exemplo o smartphone e o tablet”,
possibilitando aos leitores utilizarem a comunicação virtual das mensagens,
vídeos e imagens a qualquer hora e em qualquer lugar, que a sociedade esteja
reconectada nos contextos diferentes, essa universalidade de acesso às
informações possibilita-nos as vinculações pelas tecnologias digitais a qual se
configura na evolução da cultura moderna, onde a sociedade virtual está
conectada nas mídias dependente e independente, os leitores e internautas, com
suas práticas de absorverem o conhecimento, viajam no mundo sem sair dos
lugares onde estão inseridos.

Segundo Costa et al. (2003, p. 7):


Os Estudos Culturais podem auxiliar no entendimento das mudanças em campo
pedagógico, oportunizando uma ressignificação de questões como identidade,
discurso e representação, que passam a ocupar o primeiro plano, e também na
extensão das noções de educação, pedagogia e currículo para além do ambiente
escolar.

Nesse sentido, as novas tecnologias com inserção de aplicativo para


trabalharmos no ambiente escolar vêm dinamizar a prática pedagógica a ponto
de despertar o interesse pelas aulas, sabemos que tudo depende da infraestrutura
da conexão de banda larga, em que o laboratório de informática de determinada
escola está conectado ou até mesmo os celulares e suas configurações com a
internet, que tenha potência ao acesso à informação compartilhada, com
conteúdos interativos on-line e de planejamento direcionado a uma temática,
aproveitando as inovações da cibercultura que possam pluralizar o conhecimento
tecnológico online, evidenciando a aprendizagem por meio de aplicativos que
socializem o ensino. “A tecnologia, realidade diária é constante de alunos e
professores, não pode ficar de fora do processo de ensino-aprendizagem, já que
ela tem provado ser um rico recurso pedagógico” (Costa; Lopes, 2015; Prensky,
2010, p. 243; entre outros); entre essa realidade dos recursos tecnológicos da
cibercultura o processo de aprendizagem e criação ocorre com frequência em
todo o contexto da sociedade democratizando os diversos saberes daquela
região, com tantas mídias disponíveis em forma de interação da cultura digital,
inovando a percepção do mundo todo por meio da comunicação. Essas
comunidades tecnológicas estão se ampliando e tornando-se populares, por conta
dos usuários da internet em uma construção de inteligência colaborativa das
multimodalidades ou hipertextualidades, capazes de promover a comunicação
digital em tempo real.

Mortimer (2006, p. 6) reitera que essas mudanças giram em torno de três


exigências básicas:

Conceber o estudante como o centro do processo de ensino e aprendizagem: eles


são ativos, constroem seu conhecimento por meio do diálogo entre as novas
formas de conhecer que lhes são apresentadas no espaço da sala de aula e aquilo
que eles já sabiam de sua vivência cultural (conhecimento prévio) mais ampla; 2.
Propor um ensino que prepare o cidadão para participar do debate e da tomada
de decisões na sociedade sobre problemas ambientais, sociais, políticos e
econômicos que envolvam a ciência e a tecnologia: o estudante deve ser capaz
de ler e interpretar textos e informações científicas divulgadas pela mídia e de
usar o conhecimento científico no seu cotidiano; 3. Propor um ensino em que o
estudante aprenda não só os conceitos científicos, mas também como funciona a
ciência e como os cientistas procedem para investigar, produzir e divulgar
conhecimentos.

Essa sede de adquirir conhecimento tecnológico no espaço cibernético tem


permitido que qualquer usuário com habilidades digitais básicas e acesso rápido
à internet se expressem de diversas maneiras criativas, independente do nível
social em que se encontre. Não importa as formas de expressão como se
reportam, sobre determinada temática, mas o impacto sobre o modo em que as
culturas passam a ser entendidas nessa percepção cultural virtual global. Vale
ressaltar que a cultura digital cibernética nos possibilita a autoria de produção
principalmente em expor suas percepções quanto às questões de impactos
ambientais, oportunizando as informações e criações autorais dos conteúdos
acessados, contribuindo para o protagonismo da inclusão digital, que precisa
estar disponível a qualquer faixa etária de ensino, favorecendo e ampliando a
aprendizagem dentro e fora da escola em ambientes dinâmicos e motivadores
para comunidade escolar, conhecendo e adaptando-se à realidade virtual.

Na perspectiva da proposta das tecnologias digitais e uso de aplicativos, os


docentes poderão subsidiar aos alunos no desenvolvimento dos conteúdos,
usando como ferramentas educacionais para o processo de ensino-aprendizagem
nas práticas de leituras. Faz-se necessário que o educador acompanhe os avanços
tecnológicos das mídias disponíveis na sociedade virtual e insira em seu
planejamento novas práticas de ensino das tecnologias assistivas⁴, que passam
aproveitar o currículo que os alunos já trazem consigo do seu cotidiano, vale
ressaltar que o docente precisa dominar as mídias dependente e independente.

Como afirma Pierre Lévy (1994, p. 28).

Todos os estudantes tem uma habilidade extraordinária para usar esse tipo de
ferramenta. Agora, que os professores têm que conhecer tão bem quantos as
crianças. Sobretudo, isso tem que ser utilizado numa ótica de aprendizagem
colaborativa.

Nesse sentido, os professores poderão ensinar somente aquilo que eles dominam,
caso contrário o ensino poderá ficar fragmentado em face a esse novo contexto
educacional de transferirmos conhecimento. Há inúmeros desafios no
desenvolver das habilidades com as mídias sociais, com isso há urgência em
explorarmos o ambiente escolar com hábitos de preservação por meio de
aplicativo em um contexto educativo para disseminar o processo de ensino das
redes digitais, para Castells (1999, p. 7), e Ugarte (2008, p. 8): “A cultura digital
está relacionada à comunicação e à conectividade global, ao acesso e à produção
de conteúdo de forma veloz, interconectada, autônoma e mediada pelo digital,
através das redes distribuídas”.

Neste contexto das redes distribuídas na sociedade, possibilita-nos criarmos um


ambiente de aprendizagem que favoreça o ensino com as novas metodologias
assistivas por meio de um planejamento que conduza os alunos ao
enriquecimento curricular e domínio aos ambiente virtuais educativos. Conforme
afirmam Bannell et al. (2016, p. 33), “os ambientes virtuais caracterizam um
novo significado da presença do sujeito, abrindo espaço para sensações,
experiências e possibilidades inéditas, e para novas formas de aprendizagem”.
Com isso o professor poderá ser o mediador e orientador frente a essas novas
modalidades de ensino com as tecnologias digitais como instrumento
educacional.

2. Metodologia

Nosso campo de pesquisa foi uma escola do município de Beruri no estado do


Amazonas, os sujeitos a serem observados foram professores e alunos.

Propomos atividades dentro do projeto através do tipo de mídias ou aplicativo


que são utilizados pelo docente e alunos como ferramenta no processo de ensino-
aprendizagem na turma do 7º ano 1, turno vespertino.

Quanto à linha de pesquisa optou-se pelas ciências naturais aplicadas ao ensino


de ciências humanas, que possibilitam o uso metodológico qualitativo e
quantitativo, como preconiza Bogdan e Bilklen (1994) com questionário aberto
onde a investigação acontece pelo processo de descrição indutiva, a teoria é
fundamentada na observação de fatos e fenômenos dos envolvidos.

2.1. O público-alvo e o contexto de aplicação da intervenção


pedagógica

Houve a necessidade da aplicação do plano de ação, devido ao mal uso do


ambiente, foi levado em consideração que havia falta de conscientização para os
alunos com relação ao uso do ambiente escolar, a turma era composta por 27
discentes do 7º ano 1 do ensino fundamental, e no plano envolvemos todos os
cômodos da escola, dentro e fora e em outros recintos dos quais faz parte este
convívio. Esses alunos possuíam uma faixa etária entre 12 a 14 anos.

O grupo era composto por 15 (quinze) meninas e 12 (doze) meninos, com 14


(quatorze) anos de idade média. Neste grupo, 27 (vinte e sete) alunos afirmaram
em diagnóstico não terem usado qualquer tipo de aplicativo para preservar o
meio ambiente.

2.2. A descrição da aplicação da intervenção pedagógica


Imagem 1. Momento de observação antes da conscientização

Fonte: Arquivo pessoal.

A. E. 1 - Mostrar os objetivos do projeto (quanto à preservação do ambiente


escolar). Nesta atividade, os alunos receberam a explicação sobre como
manter e cuidar do ambiente escolar. Houve momento sobre como
conservar e manter o ambiente escolar sempre limpo:

I – Observação do ambiente: Como poderíamos obter o local se todos


cuidássemos do mesmo.

II – Passeio em volta da escola e corredores: mostrando o quanto é


importante mantermos o ambiente organizado.

Nesta atividade, foi apresentado aos alunos o cenário onde trabalharíamos com a
coleta seletiva.

A turma foi dividida em quatro equipes. Na primeira ação foi utilizado


smartphone. O smartphone serviu para registrar as imagens antes da
sensibilização. Esta atividade teve a duração de 45 minutos. Na Imagem 2 é
apresentada a professora fazendo uma demonstração do cuidado padrão no
ambiente escolar.

A. E. 1 - 02: Desenvolvemos uma coleta seletiva com as equipes dos alunos


do 7º ano 1:

I – Visitas aos ambientes demarcados pelas equipes: coleta específica dos


lixos aos arredores da escola;

II – Mutirão das coletas: equipes em ação da coleta seletiva.


Nesta atividade, todas as equipes de alunos estiveram no cenário onde
precisamos manter o ambiente bem conservado.
Imagem 2. Professora executando a coleta seletiva com uma das equipes de
alunos

Fonte: Arquivo pessoal.

3. Resultados e discussão

3.1. Títulos secundários

Nas observações que realizamos antes da execução do plano, percebeu-se que


em todos os cômodos e nos arredores da escola não havia cuidado com o
ambiente escolar por parte dos alunos, quando entrávamos nas salas de aula
percebíamos um quantitativo de acúmulo de lixo muito grande entre as cadeiras,
próximo do quadro em que os professores faziam uso daquele complexo.
Algumas vezes foi necessário coletar o lixo antes do início da aula.

Diante das atividades e sensibilização sobre como usar o ambiente escolar e


mantermos sempre limpo, com o aplicativo MovieMaker, obtivemos êxito pois
os alunos demonstraram mais cuidados com sua saúde, cuidando do meio
ambiente, os alunos ficaram sempre atentos à questão de como manusear as
diversidades de lixo no âmbito escolar para não comprometer a saúde de outras
pessoas.

Quantos aos questionários com os docentes foi realizado um questionário aberto


e fechado sobre suas práticas pedagógicas, com questões sobre formação
acadêmica, aplicativos e que tipo de mídia e se essas ferramentas facilitariam o
processo de ensino e aprendizagem. Todos eles possuem especialização, mas
apenas um comentou que utiliza o aplicativo MovieMaker e mídia na sala de
aula para subsidiar sua prática, todos ressaltaram ainda que até o momento não
puderam realizar nenhuma tarefa com as tecnologias dependentes devido às
escolas municipais não disponibilizarem nenhum laboratório que venha dar
suporte às atividades pedagógicas. Julgam que seria de fundamental importância
se a escola oferecesse recursos pedagógicos para o currículo escolar com as
novas tecnologias, sendo que a sociedade já convive no mundo virtual.

Partindo dessa vivência das práticas midiáticas que implica no desenvolvimento


da tecnologia educacional, podendo ser compreendida como opção de
ferramenta ao processo de ensino-aprendizagem, como produção científica no
mundo atual e meios de expressão dos diferentes saberes do contexto escolar,
com isso a escola deve ser um espaço aberto de interações diversificadas que
promovam competências e habilidades democratizando os quatros pilares no
mundo virtual onde alunos aprendem, fazem, criam e inventam soluções para
cada desafio proposto a eles.

Conclusão

Nas investigações sobre as tecnologias inseridas na sala de aula, os dados da


pesquisa foram coletados por meio de questionários e aplicação do plano de ação
com o aplicativo MovieMaker, feita com os professores e os alunos que atuam
na turma do 7º ano, em uma escola municipal no município de Beruri. Para
exemplificar o campo das tecnologias utilizadas no contexto escolar da
instituição onde o plano de ação foi desenvolvido. Após aplicarmos o mesmo,
observamos que os lixos nas salas de aulas reduziram e os resultados foram
satisfatórios com a sensibilização em mantermos o ambiente escolar sempre
limpo.

Dos cinco professores observados, detectamos em seus discursos que a educação


precisa ser inovada constantemente, não só na teoria, mas nos espaços físicos
também, investimentos em laboratórios de informática para as escolas
municipais, manutenção, internet banda larga, disponíveis tanto para professores
e alunos nos momentos das práticas diárias planejadas junto ao pedagogo da
instituição, profissionais qualificados com formação continuada, habilidades
específicas para manusear esses equipamentos que os alunos trazem,
conhecimentos além dos que o docente domina. Ressaltaram que não usam a
mídia ou aplicativo porque a escola não oferece suporte e nem dispõe de
laboratórios.

Para vivenciarmos as novas formas de ensinar e aprender, expomos aqui


inovações para o contexto escolar, enfatizando a relação da educação com a
tecnologia educacional quando ela se torna parte do planejamento e atividades
pedagógicas, levando em consideração os objetivos e competências que foram
alcançados com seus alunos.

Referências

A IMPORTANCIA DA EDUCACAO AMBIENTAL NAS ESCOLAS.


Pedagogia ao pé da letra. Disponível em: https://bit.ly/3tYXvAL. Acesso em: 13
dez. 2019.

BANNELL et al. (2016) Sociedade, tecnologia e educação e cultura digital –


slide – UEA.

CASTELLS, 1999; UGARTE, 2008 Sociedade, tecnologia e educação e cultura


digital - slide – UEA.

COSTA, Marisa Vorraber, (1998). Currículo e política cultural. In: COSTA,


Marisa Vorraber, (org.). O currículo nos limiares do contemporâneo. Rio de
Janeiro: DP&A.

COSTA; LOPES, 2015; PRENSKY, 2010 Sociedade, tecnologia e educação e


cultura digital - slide – UEA.
JOAQUIM, Bruno. Pierre Lévy: conceitos-chave no estudo da cibercultura. Cafe
com Sociologia, 2013. Disponivel em: https://bit.ly/3vf2YVC. Acesso em: 14
dez. 2019.

MENEZES, Ana Paula Sa; TEIXEIRA, Ana Frazao; KALHIL, Josefina Barrera.
O software Windows MovieMaker no ensino de química: relato de experiencia.
Educ. quím., v. 21, n. 3, p. 219-223, 2010. Disponível em: https://bit.ly/3xsinm1.
Acesso em: 14 dez. 2019.

MORTIMER (2006). Disponível em: https://bit.ly/3eALbQL. Acesso em: 14


dez. 2019.

BEMBEM, Angela Halen Claro; COSTA, Plácida Leopoldina Ventura Amorim


da. Inteligência coletiva: um olhar sobre a produção de Pierre Lévy. Perspectivas
em Ciência da Informação, v. 18, n. 4, p. 139-151, out./dez. 2013. Disponível
em: https://bit.ly/3xshJoB.

Notas

2. (Do inglês, flipped classroom) significa a inversão desta lógica: primeiro o


aluno faz a internalização dos conceitos essenciais antes de aula e depois, junto à
turma, discute os conhecimentos adquiridos e tira possíveis dúvidas de conteúdo
com a ajuda e orientação do professor.

3. Comunicação síncrona refere-se ao contato imediato entre o emissor (quem


envia a mensagem) e o receptor (quem recebe a mensagem), a comunicação
assíncrona é atemporal. Ou seja, na comunicação assíncrona o emissor envia a
mensagem, mas não necessariamente o receptor irá recebê-la imediatamente.

4. É uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba


produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam
promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas
com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia,
independência, qualidade de vida e inclusão social (Brasil, 2008 p. 09).
7.
USO DO SOFTWARE AUDACITY

Francimara Pacheco Pereira

Introdução

Nos dias atuais convivemos com as facilidades de acesso à informação, onde


tudo ocorre de forma rápida devido à enorme quantidade de meios de
comunicação, computadores, televisão, celulares, rádios entre outros. Diante
desse cenário é de suma importância que a escola esteja inserida nesse contexto,
para que a mesma não seja considerada arcaica pelos estudantes, ou então seja
vista como um ambiente distante do mundo considerado “real” cercado por
tecnologias.

Desta forma a escola, bem como seu representante, o educador, tem uma missão
importante que é mediar o conhecimento para que seus alunos se tornem
cidadãos críticos buscando sempre aprimorar seus conhecimentos. Porém, vale
ressaltar que essa é uma missão árdua e é necessário que o professor esteja
disposto a enfrentar estas mudanças visando aprimorar o aprendizado de seus
alunos.

Atualmente a educação enfrenta várias dificuldades, tanto no que diz respeito à


capacitação dos professores quanto no comportamento dos alunos que estão
imersos nas tecnologias. Há um distanciamento entre o ensino e o interesse em
aprender. O que se observa são muitos estudantes apresentando dificuldades em
aplicar os conhecimentos adquiridos na escola, nas mais variadas situações de
seu cotidiano.
Com o avanço das Tecnologias da Informação e da Comunicação (TICs), esse
distanciamento, no processo de ensino-aprendizagem, ficou ainda mais
perceptível. Há uma nova realidade subliminarmente imposta dentro da sala de
aula e com isso as exigências relacionadas às tecnologias estão cada vez mais
presentes.

Desse modo o presente artigo aborda como tema “O uso do software Audacity
como ferramenta de apoio no ensino da história da geometria espacial no 2º ano
do ensino médio”, e tem como objetivo principal utilizar o software Audacity
como ferramenta de apoio no ensino da história da geometria espacial, visto que
para alcançar tal objetivo é necessário apresentar este instrumento de apoio aos
estudantes, incentivar a participação dos alunos através do Audacity, visando
identificar as contribuições dessa ferramenta no aprendizado dos estudantes
participantes da pesquisa.

Esta pesquisa justifica-se pelo fato de que ainda hoje, em plena era digital, pouco
se incluem as tecnologias digitais nas metodologias utilizadas nas aulas de
matemática. Desse modo, a proposta de trabalhar com o software Audacity e a
técnica do podcast pode trazer uma nova opção de se trabalhar com os alunos,
tornando-os sujeitos ativos e participativos na construção do seu conhecimento,
uma vez que os mesmos deverão ser os principais atores no processo de ensino-
aprendizagem.

Nesse sentido, acredita-se que quando o aluno é estimulado a aprender fazendo,


o mesmo pode ter um aprendizado muito mais eficaz e dessa maneira desvia-se
do processo espectador, de somente observar e memorizar como acontece nas
aulas tradicionais, para um processo mais protagonista. Com isso, espera-se
aumentar a atração, atenção e despertar o encanto no aluno em relação aos
estudos, aguçando o empenho e o interesse pela aprendizagem, para que dessa
forma possa alcançar os objetivos educacionais desejados.

Não se pretende com este estudo solucionar todos os problemas identificados


acerca do uso das tecnologias, ou do software Audacity, mas sim promover
ampla discussão sobre a possibilidade de introduzir novas práxis, ideias pautadas
na criticidade dos conteúdos apresentados em sala de aula aos alunos, e a postura
de alguns professores frente ao ensino no âmbito escolar, além de sua
aplicabilidade na aprendizagem dos alunos.
1. Fundamentação teórica e/ou trabalhos relacionados

Estamos vivenciando um período especial na história da humanidade, os avanços


tecnológicos, as transformações indicam que estamos evoluindo a cada dia,
vivemos em constante descoberta, evoluindo e sempre aprimorando nosso
conhecimento, onde o inesperado e o novo estão presentes em nosso cotidiano,
ao alcance de todos, seja em casa, no trabalho, na escola e até mesmo nas ruas.

E assim, Correia (1999, p. 250) nos afirma que tecnologia, “É um conjunto de


conhecimentos e informações organizados, provenientes de fontes diversas como
descobertas científicas e invenções, obtidos através de diferentes métodos e
utilizados na produção de bens e serviços”.

Por outro lado, Dertouzos (1997, p. 153), enfatiza que essa tecnologia:

Está transformando a maneira de como vivemos, trabalhamos e nos divertimos,


como acordamos pela manhã, fazemos compras, investimos dinheiro,
escolhemos nossos entretenimentos, criamos arte, cuidamos da saúde, educamos
os filhos, trabalhamos e participamos ou nos relacionamentos com as instituições
que nos empregam, vendem algo, prestam serviços à comunidade.

De acordo com o autor estamos cercados pelos meios tecnológicos, e essa


transformação faz parte de nosso dia a dia, porém cabe a cada um saber utilizá-
los da melhor forma possível, ou seja, como ferramenta colaboradora,
motivadora e incentivadora da aprendizagem, ou apenas distração e passatempo,
e vale lembrar que tudo o que fazemos nos dias atuais está ligado à tecnologia.

E a escola como espaço formador deve acompanhar essa transformação


tecnológica, oportunizando aos discentes a possibilidade de avançarem seus
conhecimentos, através de equipamentos que lhes permitam buscar informações,
tirar dúvidas e avançar seu nível de entendimento no processo de ensino-
aprendizagem. E nesse contexto, Bernardino (2015, p. 50 apud Kenski, 2010, p.
101) salienta que:
A escola não se acaba por conta das tecnologias. As tecnologias são
oportunidades aproveitadas pela escola para impulsionar a educação, de acordo
com as necessidades sociais de cada época. As tecnologias se transformam,
muitas caem em desuso, e a escola permanece. A escola transforma suas ações,
formas de interação entre pessoas e conteúdo, mas é sempre essencial para a
viabilização de qualquer proposta de sociedade. (...) As tecnologias da
Informação e Comunicação exigem transformações não apenas nas teorias
educacionais, mas na própria ação educativa e na forma como a escola e toda a
sociedade percebem sua função na atualidade.

Diante disso, percebe-se que o ensino não acaba com a chegada dos recursos
tecnológicos, pois esses devem servir para estimular, motivar a aprendizagem
dos alunos obedecendo às necessidades e de acordo com a realidade de cada
escola, cidades e municípios. Compreende-se, assim, que o ambiente escolar
deve contribuir para a aprendizagem dos estudantes, e os professores devem
estar inseridos nessa etapa de transformação.

Desta forma, o uso da tecnologia vem chegando ao cotidiano das pessoas,


tornando-as cada vez mais dependentes dessas ferramentas. Os recursos
tecnológicos trazem a ideia de rapidez e praticidade, suas renovações são ágeis,
obrigando-nos a viver em constante obtenção de habilidades para utilizá-las.
Enfatizando o que foi mencionado, Lévy (2005, p. 171) complementa:

[...] ao comentar o novo papel do professor, traz a noção da aprendizagem


cooperativa, citando os novos campi virtuais, nos quais os “[...] professores
aprendem ao mesmo tempo que os estudantes e atualizam continuamente tanto
seus saberes ‘disciplinares’ como suas competências pedagógicas.”

E assim, o professor precisa buscar informações que contribuam no processo


educativo de seus alunos, fazendo com que este seja motivador e desperte o
gosto pelo aprender, oportunizando novas experiências, novos desafios. É
necessário compreender que tudo que é diferente e inovador precisa ser ajustado
para que os resultados, sejam eles positivos ou negativos, possam contribuir para
o aprendizado dos estudantes.

Constantemente vão aparecendo novos recursos e necessidades em nossa


sociedade e no âmbito escolar isso não ocorre de forma diferenciada. Invenções
cada vez mais sofisticadas nos ajudam e deixam evidente que não há
possibilidade de continuar ensinando sempre com os mesmos recursos didáticos
utilizados há anos. Enfim, tudo isso se dá pela necessidade de incentivar, trazer
de volta nossos alunos para a escola, acabar com a desistência e o abandono
escolar. Dando ênfase ao foi anteriormente citado, Soares (2011, p. 27) afirma:

(...) a tecnologia vem se transformando na grande aliada da juventude, por outro,


o uso fluente e especializado dos recursos da comunicação tem modificado
alguns conceitos de aprendizagem, dando destaque a uma dinâmica em que o
estudante demonstra maior autonomia para a experimentação, o improviso e
autoexpressão. Neste sentido, se torna, igualmente, uma aliada do educador
interessado em sintonizar-se com o novo contexto cultural vivido pela juventude.

Nossos alunos assistem às aulas todos os dias, mas não ficam lá atentos e muitas
vezes não se mostram interessados nos conteúdos, e por esse motivo é
imprescindível trabalhar com diferentes ferramentas que facilitem e também
auxiliem no processo do conhecimento dos educandos. O processo de
assimilação que o aluno deve alcançar ou ter em determinados momentos é
essencial para o entendimento, aquisição e organização dos significados nesta
fase de diversas transformações.

E quanto maior o número de recursos conseguidos, maiores são as


oportunidades, pois aprender significativamente é integrar o conhecimento já
adquirido ao que ainda está por se aprender. Desta forma, assim como diversos
softwares que nos auxiliam nas horas de lazer, devemos pensar em uma tarefa
dinâmica e pautada em objetivos que farão com que se alcance os resultados
almejados. Com relação a essas novas tecnologias e às mudanças por elas
ocasionadas, Lévy (1999, p. 157) salienta:
A mutação contemporânea da relação com o saber, nos deixa várias
constatações: a velocidade de surgimento e renovação dos saberes e savoir-faire:
a necessidade de constante atualização, nada está terminado, tudo está sendo
aperfeiçoado; à nova natureza do trabalho: trabalhar consiste em aprender,
transmitir saberes e produzir conhecimentos; o ciberespaço e suas tecnologias
intelectuais amplificam, exteriorizam e modificam numerosas funções cognitivas
humanas: memória (banco de dados, hiperdocumentos, arquivos digitais de
todos os tipos, imaginação ( simulações), percepção (sensores digitais, tele
presença, realidades virtuais), raciocínios (inteligência artificial).

Neste sentido propõe-se o uso do software Audacity, que vem para resgatar uma
das funções mais educativas (rádio) a partir da edição de áudios, o Audacity é
um software que pode ser usado com fins educativos e pedagógicos, seu uso
permite promover e construir pequenos programas de rádio através da
elaboração de um roteiro, gravação de voz e incorporar um fundo musical. Uma
das razões para o uso deste software é a prática oral durante as aulas,
melhorando nos educandos a habilidade de leitura e expressão oral, facilitando a
compreensão do conteúdo que está sendo abordado.

Os educadores devem ir à busca de metodologia formativa, que os possibilitem a


utilização adequada dos meios tecnológicos que possam estar a seu dispor, pois
sem uma preparação apropriada o resultado almejado não será o alcançado,
Araújo (2005, p. 23-24) assegura que:

O valor da tecnologia na educação é derivado inteiramente da sua aplicação.


Saber direcionar o uso da Internet na sala de aula deve ser uma atividade de
responsabilidade, pois exige que o professor preze, dentro da perspectiva
progressista, a construção do conhecimento, de modo a contemplar o
desenvolvimento de habilidades cognitivas que instigam o aluno a refletir e
compreender, conforme acessam, armazenam, manipulam e analisam as
informações que sondam na Internet.

O educador tem a obrigação de procurar consolidar a independência de seus


alunos, pois cada um tem seu tempo de aprendizagem e cabe ao professor
reconhecer esse universo utilizando toda a tecnologia possível para que os
estudantes compreendam os conteúdos a eles repassados.

O Audacity é um software utilizado para gravação e edição de áudios. Além de


ser gratuito e possuir versões para diferentes sistemas operacionais (Windows,
Linux e MacOS), está disponível em mais de cinquenta idiomas e conta com
diversos recursos sonoros que justificam a grande utilização dentro da finalidade
educacional. Por contar com a vasta gama de recursos aplicáveis de um software
gratuito, começou a se utilizar desse para a construção de ferramentas educativas
a fim de ser utilizado como mais um recurso para auxiliar no processo de
aprendizagem em salas de aula.

2. Metodologia

Para a realização desta pesquisa de abordagem transversal, que visa descobrir e


solucionar problemas associados a determinado tema, em um curto período de
tempo. Para Thomas et al. (2012), de cunho quanti-qualitativa e Nascimento
(2016) apresenta dados estatísticos e descritivos, estabelecendo uma relação
entre ambos a partir de argumentações que serão demonstradas, refutadas ou
confirmadas. Utilizaram-se procedimentos técnicos bibliográficos, realizados
através de um levantamento de dados embasados a partir da análise de artigos,
monografias, livros etc.

Utilizando autores que discorrem sobre o tema abordado, visando contribuir para
a concretização do estudo em questão. E quanto à sua natureza classifica-se
como pesquisa de campo, realizada do dia 23 a 26 de julho de 2019 com 30
alunos do 2º ano do ensino médio, de uma Escola Estadual do Município de
Beruri - AM. Para a concretização da proposta em pauta seguiu-se os
procedimentos abaixo.

No primeiro encontro foi apresentado o objetivo da pesquisa e a necessidade da


participação dos alunos para o bom desempenho da atividade. Foi distribuído o
tema e o objetivo do trabalho. O plano interventivo foi elaborado e desenvolvido
em quatro aulas alternadas, cumprindo com os objetivos propostos para cada
uma das aulas, conforme apresentado a seguir.
Inicialmente foi feito um levantamento dos conhecimentos prévios dos
estudantes por meio de questionamentos sobre o tema proposto e discutido em
sala de aula. A Geometria Espacial. As questões a serem levantadas foram:
Quais noções você tem sobre geometria espacial? Para que serve o estudo da
Geometria Espacial? Como podemos observar a Geometria Espacial no nosso
cotidiano?

A Geometria Espacial (euclidiana) funciona como uma ampliação da Geometria


plana (euclidiana) e trata dos métodos apropriados para o estudo de objetos
espaciais, assim como a relação entre esses elementos. Na sequência, foram
introduzidos alguns conceitos sobre o conteúdo abordado onde foi explorado um
pouco da história da Geometria Espacial, como podemos observá-la no cotidiano
e suas aplicações dentro do estudo da matemática e concluiu-se essa etapa com a
apresentação de um vídeo com a mesma abordagem.

No segundo momento, foi realizada uma explanação aos estudantes sobre


software Audacity, o qual iria ser utilizado como apoio na abordagem deste
conteúdo, nessa explanação foi também apresentado um tutorial do mesmo
indicando os passos a serem seguidos na utilização do software. Os estudantes
foram então conduzidos ao laboratório de informática da escola para conhecerem
de forma prática o programa Audacity. Foi instalado em cada computador o
referido programa e fez-se uma explanação de como se emprega o programa na
gravação de áudios.

Dando prosseguimento às atividades elaboradas para este trabalho, num terceiro


momento encaminhou-se os grupos pré-formados para o trabalho de composição
de paródias como forma de fixar os conceitos ora estudados, as quais seriam
gravadas posteriormente utilizando o software Audacity. Cada grupo foi
motivado a escolher a letra e a música que tivesse mais afinidade e interesse. O
quarto momento se deu com a elaboração e gravação dos áudios com o software
Audacity no laboratório de informática da escola, utilizando as paródias
compostas pelos discentes.

Este momento oportunizou aos estudantes explorar o software e a terem outro


olhar acerca da Geometria Espacial, principalmente do ponto de vista histórico.
Com os áudios prontos, foi proposto que os mesmos fossem publicados em
formato de podcast, o qual podemos encontrar em vários formatos de publicação
na web. Para que esta pesquisa fosse desenvolvida foram utilizados alguns
instrumentos de apoio: computadores, datashow, celular entre outros, e foi
elaborado um plano de ação, contendo todas as intervenções desenvolvidas com
a turma.

Os dados foram coletados através de um questionário semiestruturado


(elaborado pela autora e seu orientador), com sentenças fechadas, aplicado ao
término da intervenção com os estudantes, visando verificar o desempenho dos
alunos, a participação e o nível de aceitação do software aplicado na pesquisa,
bem como os benefícios por ele acarretados na aprendizagem do conteúdo
repassado.

Todas as questões respondidas pelos estudantes foram analisadas detalhadamente


e a partir daí retirou-se o percentual de cada resposta, que foram traduzidas em
porcentagens. Após o levantamento dos dados, a tabulação dos mesmos foi
desenvolvida com o auxílio do programa Microsoft Word 2010 na confecção de
tabelas, e calculadora científica para encontrar o percentual a partir das respostas
encontradas, buscando facilitar a compreensão dos resultados obtidos através da
pesquisa.

3. Resultados e discussão

Esta etapa da pesquisa tem a finalidade de expor e discutir os dados obtidos


através da pesquisa de campo realizada com trinta alunos do 2º ano do ensino
médio de uma Escola Estadual do município de Beruri, visando confrontá-los
com informações encontradas em outros estudos. Após analisarem-se as
respostas dadas pelos alunos, pôde-se constatar que o nível de conhecimento dos
mesmos acerca do tema abordado é razoável, pois alguns não faziam ideia do
que realmente é a Geometria Espacial, por outro lado houve alunos que
discorreram com propriedade sobre o tema.

O diagnóstico prévio do conhecimento dos alunos acerca de um determinado


conteúdo nos possibilita, como professor, desenvolver um olhar mais sensível
em relação à formação e entendimento antecipado dos conceitos dos estudantes.
Desta forma procurou-se levantar previamente as concepções dos alunos sobre o
conteúdo que iria ser tratado ou que tivesse relação com ele. Enfatizando o que
foi mencionado, Zabala (1998, p. 90) complementa:
[...] podemos falar da diversidade de estratégias que os professores podem
utilizar na estruturação das intenções educacionais com seus alunos. Desde uma
posição de intermediário entre o aluno e a cultura, a atenção à diversidade dos
alunos e das situações necessitará, às vezes, desafiar; às vezes dirigir; outras
vezes propor, comparar.

Quando se fala a respeito das facilidades de adicionar diversos aplicativos na


construção e no desenvolvimento de trabalhos na escola, logo se imagina como
se pode fazer esta junção e originar um nível de conhecimento expressivo. As
atividades propostas pelo educador vão muito além de um simples aplicativo de
uso cotidiano. Bzuneck, (2001, p. 13) ressalta que: “É importante que o
professor incentive seus alunos através de atividades dinamizadas que lhes
permitam aprimorar seus conhecimentos”.

Para compreender melhor a pesquisa, realizaram-se questionamentos aos


estudantes. Os dados dos mesmos estão apresentados na tabela abaixo, onde se
verificam as seguintes situações, os dados foram coletados com base no estudo
abordado, procurando conhecer o nível de conhecimento e compreensão dos
alunos sobre os questionamentos, e assim obteve-se o seguinte resultado:

Questionamentos
SIM
1º Questão: você gosta das aulas de matemática? (sim) ou (não)
2º Questão: você considera importante o uso da tecnologia nas aulas de matemática? (sim) ou
3º Questão: o uso do software Audacity como apoio nas aulas de matemática contribui para o
4º Questão: após a aplicação da atividade interventiva, você considera importante a inserção d
Quadro 1. Referente ao Questionário Entregue aos alunos

Fonte: Pesquisa de Campo Realizada em julho de 2019.

Na explanação do software Audacity para os alunos, observou-se que a maioria


não conhecia e nunca tinha ouvido falar do mesmo e estes mencionaram que
apesar de estarem sempre cercados pelas tecnologias desconhecem muitas
ferramentas tecnológicas e principalmente os softwares educacionais. No
encaminhamento ao laboratório para a instalação do software, detectou-se certa
dificuldade no manuseio do computador, devido a muitos alunos não saberem
utilizar o mesmo, porém, este foi um momento muito interessante para os
discentes, pois estavam aprendendo algo novo para a maioria deles.

Para a elaboração das paródias, os alunos foram divididos em cinco grupos de


seis componentes, e orientados quanto à execução da atividade para que a
mesma fosse confeccionada com liberdade de escolha da melodia, sem imitações
e com abordagem dos conceitos que foram trabalhados. Nesta atividade houve
certo impasse, primeiro porque os componentes dos grupos tinham pensamentos,
ideias e gostos distintos. Segundo foi que a atividade deveria ser realizada em
sala de aula e a internet local nem sempre ajuda, devido à lentidão e até mesmo
por motivo dos alunos não terem internet disponível no momento.

Porém, mesmo com esses percalços os discentes mostraram-se motivados e


entusiasmados e conseguiram executar o que foi solicitado. Corroborando com
isso, Silveira e Kiouranis (2008, p. 29) destacam que: “A música e a letra podem
ser uma importante alternativa para estreitar o diálogo entre alunos, professores e
conhecimento científico, uma vez que abordam temáticas com grande potencial
de problematização e está presente de forma significativa na vida do aluno”.

Neste sentido, salienta-se que a música é um importante instrumento de


desenvolvimento além de se tratar de um recurso facilitador no processo ensino-
aprendizagem, pois quando trabalhada de forma correta a mesma desenvolve o
raciocínio e a criatividade e torna-se uma aliada na abordagem de conceitos,
auxiliando os alunos a sanarem suas dúvidas, além de fugirem do método
tradicional.

Com o uso do software Audacity na gravação dos áudios originados das


paródias, obteve-se os seguintes resultados, inicialmente verificaram-se alguns
entraves, pois apesar dos alunos acharem-se os dominadores das tecnologias, não
estavam conseguindo entender como funciona o software Audacity, o que
ocasionou erro por diversas vezes no manuseio do mesmo, apagando o que já
haviam feito. Após algumas tentativas puderam concluir a gravação, com os
áudios já gravados. Sugeriu-se aos alunos que disponibilizassem e
compartilhassem em formato de podcast em um momento oportuno.

Apesar das dificuldades apresentadas pelos alunos, pode-se dizer que esta
atividade foi concluída de forma satisfatória, pois os estudantes gravaram seus
áudios utilizando software Audacity e tiveram a oportunidade de participar de
forma ativa na construção de seus conhecimentos atuando como protagonistas
neste processo. Vale ressaltar que a tecnologia é uma grande aliada no processo
de ensino-aprendizagem, claro que se utilizada como ferramenta pedagógica, do
contrário será apenas um passatempo, uma distração momentânea.

E assim, ficou evidente que a confecção das paródias, com o apoio do software
Audacity na gravação de áudios podendo ser posteriormente disponibilizados em
formato de podcast pode ser considerado um recurso que proporciona o
desenvolvimento de habilidades e competências além da criatividade,
promovendo a assimilação dos conteúdos. Tais paródias aproximaram a
linguagem científica da linguagem cotidiana desses alunos, o que pode ser
fundamental para a apropriação dos conceitos científicos.

Conclusão

No referido estudo buscou-se investigar o uso do software Audacity como


ferramenta de apoio no ensino da história da geometria espacial no 2º ano do
ensino médio, frisando a importância dessa ferramenta como estratégia de ensino
durante as aulas, observando quais as contribuições desse software no processo
ensino-aprendizagem dos estudantes.
Ao final deste estudo verificou-se que todos os objetivos propostos foram
alcançados, pois os alunos tiveram a oportunidade de aprenderem um conteúdo
que muitos acham difícil e complicado, de uma maneira diferenciada e
utilizando recursos tecnológicos, o que lhes possibilitou interagirem e
socializarem com os outros colegas e com o professor no decorrer do estudo.
Durante a aplicação do estudo foi possível notar as contribuições desta
ferramenta na aprendizagem dos saberes adquiridos pelos alunos através do tema
abordado pelo estudo, pois a utilização do software Audacity no ensino da
Geometria Espacial proporcionou aos alunos usarem a criatividade na criação
das atividades propostas.

Como professores, somos sabedores que devemos atrair a atenção de nossos


alunos através de aulas diferenciadas, sempre buscando estar por dentro das
atualidades, usando a tecnologia a favor do ensino, e para que esta mudança nas
aulas aconteça é emergencial buscar conhecer ferramentas como o Audacity, que
podem auxiliar os professores durante as aulas, facilitando o entendimento dos
estudantes em determinado conteúdo aplicado durante as aulas. Por meio desta
pesquisa foi possível observar que o software Audacity aliado aos podcasts pode
ser uma estratégia que contribui para o processo de ensino-aprendizagem dos
conceitos matemáticos em questão.

No entanto, sugere-se que todo e qualquer educador que busque utilizar a


tecnologia em suas aulas leia as teorias de Lévy (2005, p. 27), Heidelmann
(2009, p. 25) entre outros, pois são estudiosos que ajudarão os professores a
entender melhor o tema, pois a participação do professor neste processo é de
suma importância, enquanto mediador do conhecimento, pois são os professores
que instigam no educando o prazer em alcançar os saberes ensinados.

Dessa forma, almeja-se que este estudo possa ter contribuído para ampliar a
compreensão sobre o uso da tecnologia no contexto escolar, principalmente na
disciplina de matemática, tendo em vista que os conteúdos da mesma são muitas
vezes complexos e os alunos sentem dificuldade em entendê-los, se fazendo
necessário que os educadores proponham aulas mais dinamizadas, para estimular
a participação e a compreensão de seus alunos facilitando a aprendizagem dos
mesmos.

Enfim, acredita-se que a inclusão da tecnologia no ambiente escolar exige um


comprometimento dos docentes, algo que não é apenas obtido em cursos e
capacitações, almeja-se que os educadores possam ir além, fazendo a junção
entre ambas. O professor precisa compreender e discutir como ensinar e
aprender para assim repassar o que se pretende. Deve também ter a oportunidade
de incluir a própria metodologia pedagógica exigida pelo sistema e de
transformá-la sempre que houver necessidade.

Referências

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Processo de letramento dos alunos nas séries iniciais no Ensino Fundamental. In:
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BZUNECK, José Aloyseo; BORUCHOVITCH, Evely. A motivação do aluno:
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1998. p. 90.
8.
A LUDICIDADE NO ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA
UTILIZANDO O SOFTWARE EDUCATIVO HAGÁQUÊ NO
PROCESSO ENSINO-APRENDIZAGEM EM UMA TURMA
DO 6º ANO DO ENSINO FUNDAMENTAL

Gesse Ferreira Marinho

Introdução

Atualmente, não basta apresentar a informação ao aluno, é necessário ir além


dessa perspectiva. O professor, mediador do processo de ensino-aprendizagem,
deve propor atividades para que a informação seja transformada em
conhecimento significativo para o aluno, ou seja, aquilo que ele aprender
realmente atinja outras dimensões de sua vida, vivenciando o conhecimento na
prática. Assim, o educador deve ser um sujeito reflexivo, com responsabilidade e
entusiasmo, que não proponha ações estereotipadas, mas saiba criar, recriar e ter
originalidade, além de buscar estratégias para possibilitar aos alunos a
construção de conhecimento com autonomia.

Nesse contexto, o uso de atividades lúdicas pode ajudá-lo na construção do


conhecimento e, ao mesmo tempo, contribuir para um ensino de qualidade.
Muitos são os pesquisadores que apontam a ludicidade como ferramenta
importante na mediação do conhecimento.

A educação tem por objetivo principal formar cidadãos críticos e criativos com
condições para construírem conhecimentos e atuarem na sociedade em prol de
todos. O processo de ensino-aprendizagem está constantemente aprimorando
seus métodos de ensino para a melhoria da educação. O lúdico é um desses
métodos para a prática pedagógica, contribuindo para o aprendizado do alunado,
pois a vontade de aprender cresce, o interesse ao conteúdo aumenta e, dessa
maneira, o aluno realmente aprende o que foi proposto, estimulando-o a ser
pensador, questionador e não um repetidor de informações.

O termo etimologicamente é derivado do latim ludus, que significa jogo,


divertir-se, e que se refere à função de brincar de forma livre e individual, de
jogar utilizando regras referindo-se a uma conduta social, da recreação, sendo
ainda maior a sua abrangência.

1. Fundamentação teórica e/ou trabalhos relacionados

Nas séries iniciais do ensino fundamental II, em diferentes disciplinas, a


ludicidade pode e deve ser um dos recursos na programação do professor para
atingir os objetivos de sua sequência didática. De acordo com os PCNs, a escola
deve ser um espaço de informação para que o aluno possa construir o
conhecimento a partir da interação com o objeto e da mediação do professor;
nesse sentido, pode ser inserida e tornar-se um instrumento eficiente na
formação do aluno.

No entanto, o professor deve saber que tipos de jogos e software podem ser
usados em sua matéria, para que eles realmente ajudem no processo de ensino-
aprendizagem. Na contemporaneidade, com os avanços tecnológicos a partir da
informática, principalmente no campo educacional, trouxeram inovações no
processo de ensino e aprendizagem em todas as modalidades de ensino,
auxiliando nas atividades desenvolvidas pelos professores.

Acerca do uso das tecnologias como mediação para o trabalho docente, Kenski
(2011) nos esclarece que:

O uso criativo das tecnologias pode auxiliar os professores a transformar o


isolamento, a indiferença e a alienação com que costumeiramente os alunos
frequentam as salas de aula, em interesse e colaboração, por meio dos quais eles
aprendam a aprender, a respeitar, a aceitar, a serem pessoas melhores e cidadãos
participativos. (p. 103)

É necessário que o ensino seja promovido de maneira interacionista, onde o


professor, o aluno e as tecnologias, “dialoguem”, e assim haja o
desenvolvimento de novos aprendizados e descobertas. Assim, o professor deixa
de assumir o papel de “detentor do saber” e passa a ser facilitador do ensino,
abrindo o campo das possibilidades e estimulando o aprendizado.

Assim, analisa-se que a revolução tecnológica logo trouxe à tona uma nova
forma de aprendizagem/comunicação, a partir de softwares educativos, como o
HagáQuê, que auxiliam o professor no desenvolvimento cognitivo dos alunos,
visto que esse editor surgiu com o objetivo de facilitar a criação das histórias em
quadrinhos (HQs).

As HQs são para as crianças um atrativo muito grande, devido à sua diversidade
de histórias, por isso torna-se raro uma criança não gostar. Percebendo essa
grande aceitação das HQs pelos alunos, os professores deveriam utilizar este
instrumento através do Software HagáQuê em suas aulas para alcançar um
melhor rendimento na leitura e na escrita de educandos nas séries iniciais.

Em suma, as HQs apresentam-se como uma sequência de ações em forma de


desenhos, que ocorre no tempo, mostrando ao aluno/leitor a preponderância da
narração, que traz a ficção e a fantasia, interrelacionada a uma reflexão moral ou
ética no final da narrativa. Assim, além do aluno aprender a ler e escrever, ele
também aprende a interpretar.

A utilização das HQs nas práxis pedagógicas do professor torna-se um


importante instrumento que favorece a alfabetização dos alunos nas séries
iniciais, devido ao deslumbre dos alunos pelos personagens, que faz com que
estes tenham interesse pela aprendizagem através do Software HagáQuê. Num
momento em que passamos por grandes transformações sociais no mundo
inteiro, em que a globalização aproxima as informações por meio das
tecnologias, o emprego de Histórias em Quadrinhos nas escolas como mediadora
no processo de ensino-aprendizagem, está sendo utilizada cada vez mais como
forma de superar antigas práticas pedagógicas.
Segundo Ribeiro (2008, p. 1):

Para tanto, o professor deve ter conhecimento sobre os potenciais educacionais


do computador e ser capaz de alternar adequadamente atividades tradicionais de
ensino-aprendizagem e atividades que usam o computador.

Nesse contexto, ao reconhecer as inúmeras possibilidades do uso das histórias


em quadrinhos no ensino por meio do emprego desse software, o professor
possibilitou aos alunos a ferramenta para aprofundarem seus conhecimentos,
criando histórias em quadrinhos.

Nesse sentido, as possibilidades desse ambiente tecnológico não são alheias às


crianças, no decorrer dos primeiros passos de sua infância, é natural que é as
crianças tenham acesso ao mundo digital, passando a conviver com a
multiplicidade, interesses diversificados e multifacetados. Colabora o fato de
que, como elas próprias, as máquinas, programas e linguagens de informática e
comunicação são dinâmicas, velozes, interativas e de fácil acesso. Devido a essa
relação Tapscott (1999) destaca que:

A base das novas gerações é a interatividade, pois elas buscam ser ativas e não
apenas espectadoras ou ouvinte. Não observam apenas, mas participam,
perguntam, discutem, argumentam brincam, compram, criticam, investigam,
ridicularizam, fantasiam, procuram e informam.

Portanto parecem-nos equivocadas as constatações apressadas daqueles que


dizem que as crianças de hoje ficam “grudadas” no computador e não sabem
mais brincar. Consideramos exatamente o inverso: elas ficam “grudadas”,
fascinadas, porque brincam o tempo todo. E o prazer de brincar talvez seja até
mais intenso pois comumente podem experimentar sensações diferentes num
mesmo espaço-tempo digital.
2. Metodologia

Durante a aplicação do Projeto de Pesquisa, os professores responderam dois


questionários. O primeiro foi entregue antes da aplicação do projeto e o segundo
no final da aplicação do projeto.

Ao final, com as respostas dos questionários e das avaliações aplicadas aos


professores, realizaremos o feedback por meio de gráficos que irão delinear a
dinâmica escolar, propondo ações de intervenção na prática educativa buscando
incluir a ludicidade nas praticas pedagógicas.

Desta forma, o Projeto ocorreu como descrito a seguir:

Foram realizadas dinâmicas de socialização e atividades lúdicas, apresentação do


projeto de intervenção pedagógica, vídeo e roda de conversa para leitura,
reflexão e discussão da atualidade escolar sendo uso do software educativo
HagáQuê nas aulas de língua portuguesa.

Telles e Oliveira Júnior (2006) ressaltam que a presença da tecnologia na escola


desperta implícita ou explicitamente a reflexão sobre esses métodos, estratégias
e novas possibilidades de desenvolver uma aprendizagem estimuladora.

Assim, a tecnologia apresenta-se como um instrumento que possibilita diversas


oportunidades de aprendizagem e interação no ambiente escolar, pois de acordo
com Silva (2012, p. 40) “nos vínculos que se estabelecem nas relações humanas
que acontecem dentro dos muros escolares”, destaca-se as metodologias
desenvolvidas pelo professor como um agente fundamental e indispensável para
administrar e aproveitar as inúmeras variáveis interativas que existem dentro de
sala de aula.

Valente (1993) explica o uso das ferramentas tecnológicas na educação através


do Software HagáQuê apresenta-se como uma ferramenta que é executado por
intermédio do computador. Ressalta-se que as HQs são consideradas por muitos
como uma forma de arte. Além de entreter, as mencionadas histórias podem
auxiliar no processo de ensino-aprendizagem dos mais diversos conteúdos, como
geografia, matemática, história, português e idiomas estrangeiros.

Sobre a intenção em construir ambientes de aprendizagem comunicativos, e com


grande potencial interativo, Bim (2001) relata que Software HagáQuê apresenta-
se como editor de HQs eletrônico que facilita o processo de ensino e
aprendizagem da leitura e da escrita.

Assim, baseado nessas características positivas das HQs, surgiu a proposta de


desenvolvimento do Software HagáQuê, um editor de histórias em quadrinhos
com fins pedagógicos. Este software foi desenvolvido com intuito de facilitar o
processo de criação de histórias em quadrinhos por uma criança ainda
inexperiente no uso do computador, mas com recursos suficientes para não
limitar sua imaginação. Como mostram as figuras abaixo:
Figuras 1 e 2. Software HagáQuê

Fonte: Bim (2001).

Assim, pode-se dizer que o Software HagáQuê se apresenta como um editor de


histórias em quadrinhos visando auxiliar os professores no desenvolvimento das
mais diversas disciplinas do ensino fundamental.

Diante disso, analisou-se que a partir da perspectiva educacional o uso do


Software HagáQuê visa apresentar propostas para mostrar que a TIC pode servir
como um auxílio durante o processo de construção do conhecimento e de
habilidades. Nessa concepção, o aluno constrói algo de seu interesse a partir do
uso do computador (Valente, 2001).

Contudo, pôde-se concluir que o uso do Software HagáQuê se apresenta como


uma importante ferramenta propulsora do desenvolvimento da linguagem escrita
pelos alunos, fazendo alusão a uma forma de escrita por meio de imagens de
forma idêntica à linguagem retratada nos processos pré-instrumentais pelos quais
passa a construção escrita.

3. Resultados e discussão

Através dos resultados dos questionários aplicados aos professores de Língua


Portuguesa, o tempo em média de serviços em sala de aula é de 10 a 15 anos de
profissão. Essas experiências e ao mesmo tempo a preocupação dos professores
na busca de formação continuada na docência pode contribuir no processo de
aprendizado dos alunos.

Outro fator positivo é que todos os professores participantes da pesquisa e do


curso de especialização em letramento digital possuem graduação. E todos os
envolvidos na pesquisa já possuem algum tipo de pós-graduação, como demostra
o gráfico abaixo.
Gráfico 1. Professores que possuem pós-graduação

Fonte: Própria.

Os professores foram questionados também se sabiam o que eram tecnologias


digitais, todos responderam que sim.

Na mesma pergunta os professores foram indagados sobre a sua concepção no


uso das tecnologias digitais na formação dos professores da educação básica. O
Professor I respondeu “é de suma importância, pois ao adquirirmos
conhecimento sobre estas novas ferramentas estaremos avançando no processo
de ensino e aprendizagem da sociedade onde estamos inseridos. Fazendo assim
uma troca de experiências com nossos educandos”.

Os professores foram questionados se o projeto político-pedagógico da escola


em que trabalham como docentes, bem como as unidades curriculares do ensino
(nas ementas das disciplinas), promovia alguma articulação didática sobre o uso
das tecnologias digitais. De acordo com o gráfico 2, demostra-se que ainda é um
desafio as tecnologias digitais no projeto político-pedagógico em algumas
escolas do município de Beruri.
Gráfico 2. uso das tecnologias digitais no projeto político pedagógicos nas
escolas de Beruri - AM

Fonte: Própria.

Um dos professores respondeu que as tecnologias digitais são promovidas no


projeto político pedagógico de sua escola. O mesmo (Professor II) destaca: “em
sua ação docente os docentes promovem as atividades com uso das tecnologias a
partir dos recursos disponíveis existentes na escola e conhecimentos sobre o
assunto em tese, é claro que existe exceção entre a prática docente de professor
para professor”.

Quando os professores foram questionados se utilizam as tecnologias digitais em


suas aulas, mais de 90% dos entrevistados foram favoráveis e afirmaram que já
estão utilizando em suas práticas em sala. Quanto ao grau de importância, é
explicitado no Gráfico 3:
Gráfico 3. Grau de importância das tecnologias digitais

Fonte: Própria.

Com esses resultados fica constatado que os professores têm consciência da


importância das tecnologias digitais em suas práticas em sala de aula. Na última
pergunta os professores foram questionados sobre as experiências adquiridas
durante o curso de Especialização em Letramento Digital, ainda em execução
pela Universidade do Estado do Amazonas ‒ UEA, se eles sugeriram esse curso
para outros colegas professores. Em suas respostas todos os que responderam
aos questionários sugerem para seus colegas que o curso é importante para os
procedimentos metodológicos em suas salas de aulas. Assim, contribui
diretamente no processo de ensino-aprendizagem dos mesmos.

Conclusão

Diante do que fora exposto concluiu-se que o lúdico e a brincadeira constituem-


se em uma estratégia importante para o desenvolvimento e aprendizagem de
qualquer criança, pois o lúdico, além de contribuir e influenciar na aprendizagem
dos conteúdos escolares, também auxilia no desenvolvimento dos aspectos
cognitivos, afetivos e psicomotores da criança. No entanto, a partir dos estudos
realizados, percebeu-se o quanto é difícil para os professores, em geral,
aplicarem atividades lúdicas e recreativas com seus alunos. Isso porque o
sistema exige muitos conteúdos e eles não possuem horas-atividade suficientes
para planejar aulas mais lúdicas e com a utilização de brincadeiras, pois estes
elementos precisam de um tempo maior de planejamento para fazerem a devida
conexão com os conteúdos escolares. Mesmo assim os estudos feitos apontam
que professores concordam sobre a importância do aplicativo como ferramentas
metodológicas em suas aulas.
Referências

KENSKI, Vani Moreira. Educação e Tecnologias o Novo Ritmo Da Informação.


8. ed. São Paulo: Campinas, 2011.

TAPSCOTT, Dan. Geração Digital: a crescente e irreversível ascensão da


Geração Net. Tradução de Ruth Gabriela Bahr. São Paulo: Makron Books, 1999.

VALENTE, José Armando. Diferentes Usos do Computador na Educação. In:


Valente, José Armando (Org.), Computadores e Conhecimento: repensando a
educação. Campinas, SP: Gráfica da Única, 1993a, p. 1-23.
9.
A UTILIZAÇÃO DAS METODOLOGIAS ATIVAS EM SALA
DE AULA PARA A PROMOÇÃO DA AUTONOMIA E O
PROTAGONISMO DO EDUCANDO

Joseane de Brito Bezerra Nunes

Introdução

A tecnologia está presente no dia a dia e traz muitas facilidades de acesso à


informação, de serviços e de comunicação. Para os estudantes, então, é parte de
tudo, eles não sabem viver sem ela e não existe separação entre o real e o virtual!
Mas em sala de aula, a situação é outra. Precisa-se adaptar às práticas
pedagógicas para inserir um novo modo de ensinar nesse contexto tão diferente.
Por essa razão, optou-se por um estudo centrado no aluno e que utilize as
tecnologias digitais como ferramenta de promoção do aprendizado autônomo e
protagonista do aluno, tendo como veículo condutor as metodologias ativas que
são aprendizagens baseadas em problemas, utilizando-se a Rotação por Estação.

O estudo sobre o uso das tecnologias digitais no processo de ensino-


aprendizagem remonta ao fim do século passado. Há algum tempo, teóricos
escolanovistas, tais como W. James; J. Dewey; A. Ferrière; E. Claparède (apud
Bacich, 2016, p. 02) apontaram para a importância de práticas inovadoras em
sala de aula. É inconteste afirmar as muitas discussões tecidas em torno das
dificuldades de aprendizagem dos alunos e a falta de interesse por parte dos
mesmos em participar das aulas de forma mais efetiva. Tal cenário vislumbra um
grande desafio para o professor, que é despertar o engajamento dos alunos
durante as aulas. As metodologias ativas através do modelo de ensino híbrido
surgem com essa proposta para a elaboração de práticas pedagógicas que
envolvam a participação dos alunos e garantam a promoção do protagonismo
juvenil, tornando assim a aprendizagem mais significativa. Algumas
considerações importantes sobre os apontamentos acima:

Metodologias ativas com tecnologias digitais: aprendemos melhor por meio de


práticas, atividades, jogos, problemas, projetos relevantes do que da forma
convencional, combinando colaboração (aprender juntos) e personalização
(incentivar e gerenciar os percursos individuais). (Bacich; Tanzi Neto; Trevisani,
2017, p. 42)

O uso dessas novas metodologias tem sido comprovado com muita eficácia em
vários lugares do mundo, pois se traduz em uma forma muito promissora no
processo de ensino-aprendizagem com atividades que devem ser muito bem
planejadas, podendo-se ou não se utilizar as tecnologias digitais. Portanto,
tornam-se adaptáveis às diversas realidades escolares.

O trabalho possui como foco principal uma intervenção pedagógica em sala de


aula, por meio da exploração do processo de ensino-aprendizagem a partir da
utilização das metodologias ativas tendo como um de seus recursos as
tecnologias digitais. Buscou-se identificar as principais dificuldades encontradas
pelos professores e alunos no uso das metodologias ativas, assim como também
promover um planejamento mais eficaz no uso dessas metodologias a fim de que
o aluno possa se tornar mais confiante e capaz na construção do conhecimento.

1. Fundamentação teórica e/ou trabalhos relacionados

Reportando-se ao que foi mencionado na introdução deste capítulo sobre os


primórdios das discussões tecidas em torno da problemática do trabalho em
questão, onde estudiosos como W. James, J. Dewey, A. Ferrière e E. Claparède,
(apud Bacich, 2016, p. 02) que já no final do século passado levantavam
questões instigantes sobre a gritante necessidade de se construir práticas
inovadoras em sala de aula, é perceptível que as metodologias ativas já
sinalizavam como um vislumbre no horizonte, um norte direcionando a uma
possível alternativa para as deficiências que as práticas em sala de aula já
apontavam.

É imperioso pensar o centro do processo de ensino-aprendizagem, o próprio


aluno – ou pelo menos deveria ser – e as transformações sofridas na sociedade
ao longo de décadas. Pesquisas apontam que em alguns países a educação
avançou exponencialmente. Mas não entraremos nesse mérito, a intenção é
pensar a mudança, na cabeça e nos hábitos ocorridas depois de tanto tempo.
Nossos alunos da contemporaneidade são tão diferentes? Em nada lembram seus
pais, quiçá seus avós? Na literatura Nascidos na Era Digital, os autores fazem
uma abordagem curiosa no capítulo identidade:

A identidade pessoal de uma garota de 16 anos não é tão diferente na era digital
do que era no passado. Ela ainda se expressa através de suas características
pessoais, de seus interesses e de suas atividades no espaço real – pelo menos em
parte. Se ela é como a maioria dos jovens que vivem nas sociedades com
instalações elétricas ou telefônicas, para ela o ambiente digital é simplesmente
uma extensão do físico. (Palfrey; Gasser, 2011, p. 29)

O mais interessante da fala do autor se dá pelo fato de os jovens na atualidade


estarem tão familiarizados com as tecnologias digitais que essas se tornaram
uma extensão de sua forma de viver e se comunicar. Assim, é importante que a
escola propicie espaços e vivências que assimilem essa realidade, trazendo para
a sala de aula ações práticas que ajudem os jovens a lidarem com esse mundo
que está cada dia mais digital.

O Professor Doutor José Moran é um dos nomes mais citados quando se fala em
práticas inovadoras em sala de aula. Ele já escreveu diversos artigos e obras
sobre o tema e enfatiza o seguinte:

É possível manter a “sala de aula” se o projeto educativo é inovador, - currículo,


gestão competente, metodologias ativas, ambientes físicos e digitais atraentes -
se a escola tem professores muito bem preparados para saber orientar alunos e
onde estes se sentem protagonistas de uma aprendizagem rica e estimulante.
Sabemos que, no Brasil, temos inúmeras deficiências históricas, estruturais, mas
os desafios são muito maiores porque insistimos em atualizar-nos dentro de
modelos previsíveis, industriais, em caixinhas. Poderemos ter melhores
resultados, sem dúvida, e mesmo assim não estarmos preparados para este
mundo que está exigindo pessoas e profissionais capazes de enfrentar escolhas
complexas, situações diferentes, capazes de empreender, criar e conviver em
cenários em rápida transformação. (Moran, 2015, p. 30)

Moran deixa claro que inovar em sala depende de um conjunto de práticas, se


articular e estar em constante atualização. Ele faz alusão ao Brasil e o modelo
educacional seguido, que apesar das mudanças promovidas pelas legislações e
documentos norteadores, insiste em se manter na estagnação. Na prática do chão
da sala de aula ainda há resistência com relação a mudanças, talvez pela
dificuldade que o ser humano tenha de mudar, de adaptar-se, não que não seja
capaz, mas o senso comum ainda modela muitas mentes. A fala de Moran
permite-nos fazer uma conexão com uma postura educacional muito explorada,
citada por João Mattar (2015) em seu livro Metodologias ativas sobre a educação
bancária, muito contestada por Paulo Freire. Que implica na memorização dos
conteúdos, transformando os educandos em vasilhas, recipientes que deveriam
ser cheios pelo educador.

Para enfatizar a importância das metodologias ativas, que é a aprendizagem


baseada em problemas, onde o aluno faz dois percursos, ele aprende tanto
sozinho como em grupo, através da ação colaborativa o aluno cumpre desafios.
Os autores salientam:

Metodologias ativas com tecnologias digitais: aprendemos melhor por meio de


práticas, atividades, jogos, problemas, projetos relevantes do que da forma
convencional, combinando colaboração (aprender juntos) e personalização
(incentivar e gerenciar os percursos individuais). (Bacich; Tanzi Neto; Trevisani,
2017, p. 42)
Na obra Ensino Híbrido Personalização e tecnologia da educação (2015), os
autores reúnem uma série de compilações de narrativas e exemplos práticos de
como as metodologias ativas têm dado certo em várias escolas do mundo,
inclusive no Brasil. A diversidade de possibilidades de se trabalhar com essas
metodologias as tornam plural e inclusiva, pois permite a exploração das
habilidades e competências dos alunos e um desenvolvimento ontológico do
potencial de cada indivíduo. Eles podem ser bons sozinhos e em grupo, pois se
completam nas tarefas.

Numa abordagem mais explicativa da metodologia escolhida para o


desenvolvimento desta pesquisa, que foi a Rotação por Estação, Bacich (2016)
esclarece que nesse tipo de atividade os alunos são organizados em grupo e cada
grupo realiza as tarefas de acordo com os objetivos que o professor estabeleceu
para aquela aula. Os grupos ficam de certa forma independentes mas integrados,
o que possibilita que todos tenham acesso aos mesmos conteúdos.

2. Metodologia

Como metodologia de pesquisa utilizada, optou-se pelo método Qualitativo, por


ter um caráter flexível e ajustável, o que é importante dadas as circunstâncias
adversas que se apresentam no decorrer do processo de pesquisa. Gunther, em
seu artigo Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É a Questão?
aponta um viés muito interessante da pesquisa qualitativa pois, “ao invés de
utilizar instrumentos e procedimentos padronizados, a pesquisa qualitativa
considera cada problema objeto de uma pesquisa específica para a qual são
necessários instrumentos e procedimentos específicos” (Gunther, 2006, p. 2003).
Figura 1. Alunos no início da metodologia Rotação por Estação

Fonte: Joseane Bezerra, 2019.

2.1. O público-alvo e o contexto de aplicação da intervenção


pedagógica

Na aplicação do plano de ação da intervenção pedagógica relatada neste trabalho


foi levada em consideração a possibilidade de aplicação das atividades apenas no
turno vespertino, o que levou o plano a ser desenvolvido em 8 (oito) aulas,
contemplando 22 (vinte e dois) alunos matriculados no 1º ano do ensino médio
de uma Escola Estadual de Nível Médio no município de Beruri. No período de
aplicação desta pesquisa, estes alunos possuíam idade variando entre 14 e 17
anos.

O grupo era composto por treze meninas e nove meninos, com 15 anos de idade
média.

2.2. O plano de ação da intervenção pedagógica

Na 1ª aula, apresentou-se aos alunos a temática abordada no trabalho, tomou-se


conhecimento sobre o projeto e que seriam objetos de pesquisa. A forma como
as atividades seriam desenvolvidas também foi explanada, a fim de que os
alunos já estivessem familiarizados quando ocorresse a próxima etapa. A partir
da explicação, os alunos receberam como tarefa a construção de um
Brainstorming com as principais ideias sobre o tema.
Figura 2. Alunos no início da metodologia Rotação por Estação

Fonte: Joseane Bezerra, 2019.

Na aula de número 2 fizemos uma simulação de como funciona a Metodologia


Rotação por Estação. Dividimos os grupos e fizemos o percurso a ser cumprido e
trabalhamos mais afundo os conceitos apresentados na aula anterior.
Figura 3. Estudo e simulação da metodologia ativa

Fonte: Joseane Bezerra, 2019.

No terceiro momento foi realizada a aplicação da metodologia ativa com quatro


grupos, sendo dois grupos com seis integrantes e dois com cinco integrantes.
Como a prática era novidade a aplicação teve que se alongar até a aula de
número 4, para que todos os grupos completassem as quatro estações.
Figura 4. Alunos realizando a Rotação por Estação

Fonte: Joseane Bezerra, 2019.

Na 5ª aula foi solicitado que os alunos respondessem ao questionário disponível


no Google Forms, o que levou bastante tempo pela ausência de familiarização da
turma com aquele tipo de atividade.

No penúltimo dia da pesquisa, com a ajuda dos próprios alunos fizemos o


levantamento dos dados informados no questionário. E, para encerrar, na aula de
número 7 foram tecidas as discussões em torno dos resultados das informações
dos questionários, que promoveram uma avaliação prévia de como foram
recebidas pelos discentes as atividades propostas em cada estação.

3. Resultados e discussão

Com a aprendizagem baseada em problemas, torna-se instigante a participação


dos alunos na busca pela resolução dos mesmos. A aplicabilidade dessa
metodologia pode ser diversificada e ajustada à realidade escolar, os alunos
também podem aprender sozinhos e em grupos, o que desenvolve habilidades e
competências fundamentais. Para além de uma prática inovadora que busque
despertar o engajamento dos alunos, a proposta do ensino híbrido através das
metodologias ativas também estimulam o professor a transpor as barreiras que
ora são impostas pelas dificuldades apresentadas em sala de aula. Estas se
tornam facilitadoras do processo de ensino-aprendizagem. E o professor, por sua
vez, entendendo que um bom planejamento é primordial para o sucesso das
aulas, percebe que o aluno se torna o ator principal durante o processo de ensino-
aprendizagem.
3.1. O momento da coleta de dados

Com a intencionalidade de se obter uma dimensão dos resultados do trabalho


desenvolvido em sala de aula, aplicou-se o questionário para coleta de
informações na penúltima fase do processo de pesquisa. Pois o objetivo era saber
como os alunos receberam as atividades propostas a partir da metodologia ativa
Rotação por Estação. O questionário foi formulado na plataforma do Google
Forms e respondido em sala de aula com o auxílio do professor como facilitador
na atividade. Optou-se por esse tipo de questionário com o intuito de levar os
alunos a conhecerem essa ferramenta.

3.1.1. Análise das respostas obtidas nos questionários

Ao observar as respostas obtidas a partir das respostas dos questionários, notou-


se que os alunos consideram importante o uso de tecnologias digitais em sala de
aula, pois parte já está familiarizada com algum tipo dessas e os que não estão
consideram que a escola, por ser um espaço de aprendizado pode oportunizar
esse contato.

Os alunos objetos da pesquisa objetaram que sentem falta da presença mais


frequente dessas tecnologias nas aulas dos professores, para eles o uso das
tecnologias digitais agrega mais dinamismo e inovação.

No tocante à atividade aplicada como prática pedagógica na pesquisa, percebeu-


se que o termo metodologia ativa era novo, sendo conhecido apenas a partir das
aulas de redação, quando a temática foi apresentada aos discentes.

Apesar de ter sido notório o engajamento da turma durante a atividade, quando


indagados sobre se o uso da metodologia ativa Rotação por Estação contribuiu
para despertar o interesse e melhorar o aprendizado, os alunos descreveram que
a atividade exigiu muito esforço e eles sentiram o impacto. Contudo,
conseguiram assimilar de forma muito mais eficaz o conteúdo que já fora visto
em uma aula anterior. Relataram ainda que se sentiram desafiados a realizar algo
novo para eles, mas que se sentiram mais engajados e participativos, e ansiosos
pela próxima atividade.

Conclusão

Frente ao estudo realizado a partir da pesquisa e o desenvolvimento das


atividades em sala de aula, levando em conta a problemática apresentada neste
trabalho, pode-se dizer que as metodologias ativas e em especial a Rotação por
Estação, aplicada nesse trabalho de pesquisa, se constituem como uma
ferramenta importante na busca pela superação do desinteresse dos alunos em
sala de aula.

É importante afirmar que cada escola, professor, aluno, tem suas peculiaridades e
o que deu certo em alguns espaços pode não surtir o mesmo resultado que em
outro. Mas o interessante das metodologias ativas é que podem ser perfeitamente
ajustadas dependo da realidade que se apresenta na comunidade escolar.

Sempre será um desafio despertar o interesse e engajamento do educando dentro


dos espaços escolares, principalmente quando se cria o estereótipo de que a
escola reprime o comportamento dos estudantes. As dificuldades encontradas
são diversas, mas com criatividade e disposição e em suma com a participação
dos alunos é possível superá-las.

Diante do exposto é inconteste afirmar que o uso da metodologia ativa Rotação


por Estação foi determinante para se alcançar a intencionalidade da pesquisa,
pois percebeu-se um interesse muito maior por parte dos discentes no decorrer
da atividade e o mais importante foi notar que eles desenvolveram os trabalhos a
cada estação com autonomia e cooperação dos pares. O professor, por sua vez,
responsável pelo planejamento da atividade concentrou seus esforços nesse
momento de preparação, porém mesmo nessa etapa inicial o aluno é um aliado
poderoso para se obter os objetivos desejados. Pois quando ele se torna
participante de todo o processo, desde a construção, execução e finalização, a
aprendizagem se torna muito mais significativa.
Referências

BACICH, Lilian; Ensino Híbrido: Proposta de formação de professores para uso


integrado das tecnologias digitais nas ações de ensino e aprendizagem. In: V
Congresso Brasileiro de Informática na Educação (CBIE 2016). Anais [...]. XXII
Workshop de Informática na Escola (WIE 2016).

BACICH, Lilian; TANZI Neto, Adolfo; TREVISANI, Fernando de Mello.


Ensino Híbrido: personalização e tecnologia na educação. Porto Alegre: Penso,
2015.

GUNTHER, Hartmut. Pesquisa Qualitativa Versus Pesquisa Quantitativa: Esta É


a Questão? Brasília: Universidade de Brasília, Mai-Ago 2006, v. 22, n. 2, p. 201-
210.

MATTAR, João. Metodologias Ativas para a Educação Presencial, Blendel e a


Distância. São Paulo: Artesanato Educacional, 2017.

MORÁN, José. Mudando a Educação com Metodologias Ativas. [Coleção


Mídias Contemporâneas. Convergências Midiáticas, Educação e Cidadania:
aproximações jovens. Vol. II]
10. O USO DA TECNOLOGIA DIGITAL NO CONTEXTO
ESCOLAR

Zaqueu da Silva Albuquerque

Introdução

O tema abordado neste capítulo tem relação com o uso das tecnologias digitais
no contexto escolar no ensino fundamental I, no colégio onde realizei a pesquisa.
Deste modo, o capítulo visa analisar como pode ser trabalhado o uso da
tecnologia em sala de aula e como a mesma pode incentivar e motivar os alunos
no processo de ensino-aprendizagem.

As tecnologias digitais no contexto escolar têm modificado muitas atividades


educacionais nos dias atuais, modificações que atingem diretamente o processo
de ensino-aprendizagem, levando estudiosos da educação e da linguagem a
refletirem melhor sobre as consequências dessas novas práticas de ensino.
Diante dessa realidade atual, a educação exerce a função de inovar os ensinos
mediados através da tecnologia digital, tendo como uma de suas primícias a
ideia de estimular os estudantes, para que eles indaguem, questionem, debatam
entre si e o professor sobre o processo educativo do qual estão participando,
colocando todos em posição de detentores de conhecimento.

Pensando em tudo isso, pretendo desenvolver neste capítulo alternativas para


que as tecnologias trazidas pelos alunos não sejam apenas uma forma de
entretenimento ou uma forma de distração durante as aulas, mas que ambas
possam caminhar juntas para auxiliar na aprendizagem desenvolvendo nos
alunos reflexões críticas e habilidades na resolução de problemas.

A relevância deste estudo por meio da minha experiência como educador, por
perceber a importância do uso das tecnologias digitais no contexto escolar, o uso
dessas tecnologias é eminente, elas estão transformando as relações humanas em
todas as suas dimensões, por isso visualizei esses recursos para aplicar uma
metodologia propícia e eficaz que gere aprendizado satisfatório respondendo à
nova era tecnológica voltada para o contexto escolar.

A educação deve ser encarada pelo educador e estudantes com o direito do


acesso ao conhecimento, às novas tecnologias digitais e à troca de experiências,
que somente acontecerá através da educação que o homem constrói em um
processo dinâmico globalizado, fundamentado no diálogo permanente e na troca
de saberes e experiências significativas, por isso a educação deve progredir
acompanhando os avanços tecnológicos para assim diminuir as desigualdades
que se originam em função da revolução tecnológica. Assim é um desafio
problematizar e investigar as tecnologias digitais no contexto escolar, a fim de
enriquecê-las, tendo em vista que as novas tecnologias vêm modificando
significamente as relações dos educandos com o mundo, sendo que a cada
avanço social nos deparamos com instrumentos tecnológicos.

Essa metamorfose no ensino provocada pelas tecnologias digitais no contexto


escolar lança proposta de uma visão pedagógica à luz do modelo contemporâneo
e de todas as possibilidades tecnológicas que hoje existem e que podem elevar o
aprendizado a patamares antes nunca alcançados. Mas ele também terá
relevância pedagógica ao estimular a motivação para que os alunos usem essas
ferramentas atualizadas e mecanismos de comunicação globalizados na busca de
trocas de informações, é importante que a escola não fique excluída dessa
realidade, muito pelo contrário, ela deve apropriar-se nos avanços tecnológicos e
incorporá-los à prática educativa.

1. Fundamentação teórica

A educação é a base da formação humana. São utilizados vários instrumentos


durante todo o processo de construção de conhecimento do mundo em que
vivemos, pensando na formação de cidadãos efetivamente agentes de
transformações. A presença da tecnologia digital no contexto escolar é cada vez
mais notória. As grandes mudanças que vêm ocorrendo com a educação estão de
certo modo ligadas às transformações tecnológicas. Contudo, a educação não
acompanha o avanço tão rápido das tecnologias, mas aos poucos ela vem
incorporando cada vez mais e com mais evidência. Desta forma pode-se
observar que a tecnologia é uma necessidade mundial, e que a escola deve estar
preparada para se adequar a esta realidade.

Nós educadores, temos de nos preparar e preparar nossos alunos para enfrentar
exigências desta nova tecnologia, e de todas que estão a sua volta – a TV, o
vídeo, a telefonia celular. A informática aplicada a educação tem dimensões mais
profundas que não aparecem a primeira vista. (Almeida, 2000, p. 78)

A importância da tecnologia digital no contexto escolar, bem como a vida em


sociedade, amplia as possibilidades na construção e aquisição de conhecimentos,
pois o acesso às informações pode ocorrer em qualquer tempo e espaço por meio
da tecnologia digital.

Educar em uma sociedade da informação significa muito mais que treinar


pessoas para o uso das tecnologias de informação e comunicação: Trata-se de
investir na criação de competências suficientemente amplas que lhes permitam
ter uma atuação efetiva na produção de bens e serviços, tomar decisões
fundamentais no conhecimento, operar com fluência os novos meios e
ferramentas em seu trabalho, bem como aplicar criativamente as novas mídias,
seja em usos, simples e rotineiros, seja em aplicações mais sofisticadas. Trata-se
também de formar os indivíduos. (Brasil, 2000, p. 45)

Como sabemos, não basta apenas a presença da tecnologia digital no contexto


escolar, já que o processo ensino-aprendizagem se dá na prática relacionada com
a maneira como esses recursos são utilizados, pois a tecnologia digital deve
servir para enriquecer o ambiente educacional, propiciando a valorização do
educando. É fundamental atentar-se para o fato de que as novas tecnologias, por
si só, não são capazes de desenvolver o conhecimento dos educandos, mas
podem ser facilitadores do aprendizado. Atualmente podem ser utilizadas muitas
ferramentas tecnológicas para auxiliar no aprendizado em sala de aula. Vídeo e a
TV, por exemplo, são recursos comuns em grande parte das escolas e, com eles
pode-se estimular a linguagem oral e escrita, explorar a capacidade visual e
auditiva, porque são recursos que favorecem a motivação dos alunos e o bom
relacionamento entre professores e alunos.

Sobre essa prática desafiadora para inserir a tecnologia digital no contexto


escolar em escola pública, afirma Fantin (2007, p. 4): “É possível educar
interagindo mídia e educação [...] fazer educação usando todos os meios
tecnológicos disponíveis: computador, internet, celular, fotografia, cinema vídeo,
livro, CD, DVD”.

Neste contexto de mudanças rápidas os educandos dependem cada vez mais da


educação midiática e atualizada para a socialização dos saberes a fim de tirar o
individuo da condição de coadjuvante para protagonista, aquele que faz parte e
atua dentro do seu contexto, utilizando a tecnologia como aliada. Em sintonia
com esse mesmo pensamento Valente, Prado e Almeida (2003, p. 8) afirmam:

A utilização de novos recursos, novas formas de aprendizagem transforma os


alunos em agentes críticos, capazes de problematizar e de aprofundar o
conhecimento mediante o diálogo crítico, argumentando e questionando, com
interesse de um mundo de qualidade e melhor para todos.

A sociedade está em transformação permanente e, junto a ela, a escola tenta se


modernizar para acompanhar a era digital e a globalização. Assim faz-se
inegável a necessidade de participação e atualização de novas teorias que
facilitem a construção e transformação do saber.

Mas para que a sala de aula se torne um espaço de aprendizagens significativas é


necessário que os protagonistas, professor e alunos, estejam presentes e atuantes,
desencadeando o processo de ensino-aprendizagem e levando em consideração
que o grande objetivo da tecnologia no contexto escolar é a aprendizagem dos
educandos, na qual o professor que possui um papel importante no processo de
ensino-aprendizagem dos alunos procure fazer uso das tecnologias digitais no
contexto escolar, investigando e buscando caminhos de aprendizagem inovadora,
assumindo papel de facilitador da construção do conhecimento e não um
transmissor de informação.

Com ênfase neste sentido é que para Tajra (1998, p. 12):

Melhorar a qualidade do processo de ensino-aprendizagem, incorporar novas


tecnologias digitais nas escolas por meio de criação de nova ecologia cognitiva,
propiciar uma educação eu busque o desenvolvimento crítico, tecnológico e
educar para a cidadania global numa sociedade mais desenvolvida
tecnologicamente.

2. Metodologia

Este estudo caracteriza-se como uma pesquisa bibliográfica, de caráter


exploratório e descritivo, na qual o pesquisador busca interagir com a finalidade
de atingir os objetivos propostos neste estudo. A abordagem pode ser descrita
como quantitativa, realizada através de aplicação do plano de execução/ação e de
descrição da aplicação de intervenção em seu desenvolvimento e aplicação,
levando-se em consideração a necessidade de aplicação das atividades a serem
desenvolvidas em horários de aula normal e no turno vespertino em uma escola
pública do município de Beruri – AM. A aplicação do plano de ação do plano de
intervenção foi necessária, para que fosse possível entender de que forma a
tecnologia digital no contexto escolar influencia no processo de ensino-
aprendizagem de maneira sólida e bem consolidada.

2.1. O público-alvo e contexto de aplicação da intervenção


pedagógica

Na aplicação do plano de intervenção como relatado neste trabalho, teve como


alvo vinte e cinco alunos do 5º Ano do ensino fundamental I do Turno
Vespertino de uma instituição Pública do Municipal de Beruri – AM.

2.2. O plano de ação da intervenção pedagógica

Na Imagem 1 vamos observar o Fluxograma que representa a sequência de aulas


que foram necessárias para realizar a intervenção pedagógica relatada neste
trabalho.
Na Quadro abaixo vamos observar a descrição detalhada sobre as aulas
desenvolvidas ao longo da intervenção pedagógica.

Nº de Aula: 1º
Duração 2 horas
Objetivo da Aula Levantar conhecimento prévios junto com
Tipo de Atividade Atividade em grupo
Atividade de Aprendizagem - A.A (Alunos) A.A. 01 – Interagir sobre a proposta levant
Resultados Pretendidos de Aprendizagem – RPAs Obs: Esta aula será utilizada apenas para o
Quadro 1. Descrição da sequência de aulas do plano de ação

Fonte: Zaqueu Silva – 2019.

A.1 – Nesta Aula foi apresentada a tecnologia digital e os objetivos que se


pretende alcançar através do uso da tecnologia digital no contexto escolar. A
Atividade voltou-se para questões acerca da incorporação da tecnologia a ações
educativas no contexto escolar. Onde os mesmos devem refletir profundamente
sobre o uso da tecnologia e como associá-la ao objetivo da aprendizagem que se
pretende atingir. Essa foi a proposta de reflexão dessa aula! Vamos lá!

A.A. 2 – Nesta Aula os alunos terão a oportunidade de aprender, a partir de


experiências reais através da tecnologia e dos aparelhos eletrônicos trazidos à
sala de aula. A atividade teve como objetivo a aquisição de vários benefícios no
dia a dia da sala de aula como: aproximação da realidade tecnológica com o
cotidiano escolar do aluno, maior engajamento dos alunos no aprendizado,
transformação da informação em conhecimento, maior aproveitamento do tempo
de aula, ampliação do potencial dos alunos, os aparelhos eletrônicos foram de
suma importância para todos, pois possibilitaram novas maneiras de ensinar e
aprender dentro do contexto educacional.

Nº de Aula: 2º
Duração 2 horas
Objetivo da Aula Levantar conhecimentos prévios junto com
Tipo de Atividade Atividade Individual
Atividade de Aprendizagem - A.A (Alunos) A.A. 03 – Realizar as atividades práticas p
Resultados Pretendidos de Aprendizagem – RPAs - Compreender o processo de utilização do
Quadro 2. Tecnologia digital no contexto escolar

Fonte: Zaqueu Silva – 2019.

Nº de Aula: 3º
Duração 4 horas
Objetivo da Aula Fornecer requisitos básicos e preparar a es
Tipo de Atividade Atividade Individual e em Grupo
Atividade de Aprendizagem - A.A (Alunos) A.A. 05 – Os estudantes devem realizar at
Resultados Pretendidos de Aprendizagem – RPAs - Compreensão e escolhas dos temas. - Co
Quadro 3. Escolha dos temas a serem abordados

Fonte: Zaqueu Silva – 2019.

A.A. 3 – Nesta aula os alunos entraram em cena como protagonistas na escolha


do tema que será abordado. A ideia é mantê-los motivados apresentando temas
que se relacionem àquilo que lhes despertam a atenção e que tenham relação
prática com sua vida, para que assim o aprendizado não fique apenas no campo
abstrato. Esta atividade foi proposta em grupo e individualmente, e nela os
alunos fazem a escolha do tema abordado e o professor propõe que os alunos
estudem sobre este tema, para que os mesmos estejam preparados com
questionamento e inquietações, que serão o ponto de partida para as discussões
em sala de aula, permitindo assim que todo tema abordado seja explorado de
maneira mais ampla.

Nº de Aula: 4º
Duração 3 horas
Objetivo da Aula Realizar discussões sobre os experimentos
Tipo de Atividade Atividade em Grupo e Individual.
Atividade de Aprendizagem - A.A (Alunos) A.A. 06 – Construir e organizar experimen
Resultados Pretendidos de Aprendizagem – RPAs - Compreender as funcionalidades da tecno
Quadro 4. Discussões sobre os experimentos, e conceitos da tecnologia
digital

Fonte: Zaqueu Silva – 2019.

A.A. 4 – Nesta ultima aula professor e aluno fizeram uma análise sobre os
resultados das aulas por meio de discussões e questionário. A atividade proposta
foi individual e em grupo, na qual os mesmos interagiram expondo suas ideias
através de discussões e respondendo a um questionário sobre os resultados
alcançados por meio de estudos com a tecnologia digital no contexto escolar.

2.3. A descrição da aplicação da intervenção pedagógica

I. Descrição da Aplicação da aula 01

II. Descrição da Aplicação da aula 02

III. Descrição da Aplicação da aula 03

IV. Descrição da Aplicação da aula 04

3. Resultado e discussão

O presente trabalho teve como base apresentar a utilização da tecnologia digital


no contexto escolar, com o objetivo de incentivar e motivar as aulas e diminuir
as dificuldades de aprendizado dos estudantes. A apresentação do resultado e
discussão do trabalho de intervenção foi organizada em forma de gráfico. O
resultado dessa investigação procurou verificar como eles utilizam a tecnologia
digital no contexto escolar, também buscou verificar se a mesma proporciona
uma visão mais ampla de conhecimento.

Como sabemos, a tecnologia se faz presente em todo lugar nos oferecendo


inúmeras formas e diversas ferramentas para aquisição de conhecimentos. Dessa
forma, faz-se necessária a integração da tecnologia no contexto escolar, abrindo
mudanças e fazendo novos paradigmas para a aceitação da diversidade,
favorecendo ao educando qualificação imposta pela sociedade, a qual se
comunica cada vez mais através do universo amplo tecnológico. A relação entre
a tecnologia e educação é importante para qualquer estudante e qualquer
professor, pois durante o momento de aprendizagem todas as partes envolvidas
trocam experiências, informações e conhecimentos. Sendo assim, a dinâmica flui
melhor, o aprendizado se torna mais eficiente e passa a existir um maior
engajamento de ambas as partes. Neste sentido Brito; Purificação (2006, p. 25)
ressalta:

A integração das tecnologias com a educação, professor e aluno, deve está aberto
as mudanças e a novos paradigmas, os quais a obrigação de aceitar a
diversidade, com atenção as exigências impostas pela sociedade que se
comunica através de um universo cultural cada vez mais amplo e tecnológico.

Este gráfico apresenta resultados sobre a tecnologia e os recursos eletrônicos


usados no contexto escolar, e também apresenta o desempenho dos alunos
durante a aplicação das aulas.
Vinte e cinco alunos (25) – 100%

Fonte: Zaqueu Silva – 2019.

De um total de 25 alunos, 93% afirmam que as aulas ficam prazerosas e eficazes


quando usam-se meios tecnológicos, além de acreditarem na tecnologia como
forte aliada para o desenvolvimento educacional dos mesmos, e 7% dos alunos
não souberam responder.

O segundo gráfico demonstra o resultado do uso da tecnologia como meio de


incentivo e motivação aos alunos.
Vinte e cinco alunos (25) – 100%

Fonte: Zaqueu Silva – 2019.

O segundo gráfico demonstrou que 98% dos alunos sentiram-se fortemente


incentivados e motivados com os recursos tecnológicos utilizados no
desenvolvimento das aulas, enquanto apenas 2% dos alunos não se sentiram
incentivados e motivados por não demonstrarem os interesses pelos estudos.

Conclusão

As tecnologias digitais são importantes ferramentas no contexto escolar porque


se tornam atrativas para as crianças e auxiliam no desenvolvimento e
aprendizagem das mesmas, ela oferece diversificadas possibilidades de interação
e construção de sentidos. Os conhecimentos práticos e teóricos sobre tecnologias
digitais no contexto escolar foram incorporados no fazer pedagógico dos
estudantes como um processo inovador potencializado pela intervenção,
formando um laço de amizade mais unido e comprometido no processo de
ensino-aprendizagem de todos.

Observou-se nesta investigação a interação aluno e professor, utilizando as


tecnologias digitais, a mesma desencadeou mudanças na estrutura de
convivência dos participantes. Outra transformação foi a inclusão de colegas que
eram excluídos na sala de aula, que foi observada a partir do bate-papo criado
para a proposta de escrever e conversar com os colegas de aula de uma maneira
diferente, isso fez com que os alunos incluíssem os colegas que eram excluídos.
A utilização das ferramentas tecnológicas digitais no contexto escolar permitiu
estimular um processo de mudança de postura tanto no professor quanto no
aprendiz, para isso exigiu-se maior interatividade, cooperação e colaboração
entre os envolvidos no processo, para juntos adotarmos uma postura de
compartilhamento do desejo de construir e aprender e ao mesmo tempo doar-se
na busca de uma construção coletiva e na superação das limitações. Este capítulo
apresentou um convite à reflexão sobre a validação de mudanças significativas
no ensino educacional. Precisamos encarar as tecnologias digitais como grandes
aliadas da educação, por contribuirem nas modificações do universo de
aprendizagem dos educandos. Com ênfase à pesquisa, ficou explícito que as
ferramentas tecnológicas inseridas no contexto escolar dão um suporte muito
rico, possibilitando a construção de novos conhecimentos, devido às várias
probabilidades de aprendizagem.

Conclui-se, portanto, que o referido trabalho abriu um leque de aprendizado,


ampliando assim novos horizontes para pesquisas, sendo a tecnologia um campo
extenso onde está se atualizando a cada instante.

Referências

ALMEIDA, Maria Elizabeth. Informática e formação de professores, Brasília;


Ministério da Educação, 2000.

BRASIL, MINISTÉRIO DA CIÊNCIA E TECNOLOGIA. Sociedade da


Informação no Brasil: Livro Verde. Takahshi. Taclad (Org). Brasilia: Ministério
da Ciência e Tecnologia, 2000, Disponível em: https://bit.ly/3noCWLN. Acesso
em: 30 jun. 2014.

BRITO, Glaucia da Silva. Purificação, I. Educação e Tecnologias: Um (re)


pensar. Curitiba IBPEX, 2006.

FANTIN, Mônica. Alfabetização Midiática na Escola. In: VII SEMINÁRIO


MÍDIA, EDUCAÇÃO E LEITURA. 10 a 13 de julho. Anais [...] Campinas, SP,
2007.
VALENTE, José Armando. Computadores e Conhecimento: Repensando a
Educação. Campinas: Unicamp, 1993.

PRADO, Maria Elisabette Brisola Brito; ALMEIDA, Maria Elizabeth


Bianconcini. Educação a Distância Via Internet, São Paulo: Avercamp, 2003.

TAJRA, Sanmya Feitosa. Informática na Educação Professor na Atualidade. São


Paulo: Ed. Érica. 1998, p. 69-81.
SOBRE OS AUTORES

Adailson Nascimento Souza: Doutorando Educação: Currículo pela


PUC/SP e Bolsista Capes Modalidade I na Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo (PUC/SP). Mestre em Ciências da Religião pela (PUC/SP).
Especialista na área de Metodologia do Ensino Superior (Fase / Manaus);
Ensino Religioso pela FBN (Faculdade Boas Novas); Letramento Digital
(UEA/Seduc). Bacharel em Ciências Teológicas pela Faculdade Boas Novas;
Licenciatura Plena em Pedagogia pela FAK (Faculdade Kúrius). Professor
da Rede Pública de Educação do Estado do Amazonas. Membro do Núcleo
Conectando Saberes – Beruri - AM (Apoiado pela Fundação Lemann). Foi
Membro do corpo editorial da Revista Último Andar do Programa de
Ciências da Religião na PUC - São Paulo. Membro do (Núcleo de Estudo em
Mística e Santidade); ultimamente pesquisa sobre a educação pública no
interior do Amazonas e sua importância na formação do cidadão invisível
como empoderamento social. Atualmente é secretário Municipal de
Educação de Iranduba no Amazonas.
Ademar Vieira dos Santos: Doutorando em Educação na Universidade de
Aveiro – Portugal. Mestre em Gestão Ambiental pela Universidade de León
- Espanha. Mestrando em Educação pelo PPGE da Universidade Federal do
Amazonas (UFAM). Licenciado em Pedagogia. Professor da Faculdade de
Educação da Universidade Federal do Amazonas.
Aleson Araujo Dantas: Especialista em Letramento Digital pela
Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Especialista em Metodologia
de Ensino de Matemática pelo Centro de Especialização Leonardo Da Vinci
(Uniasselvi/SC). Licenciado em Pedagogia e Licenciatura em Matemática
pela Universidade do Estado do Amazonas-UEA. Pedagogo efetivo da Rede
Estadual de Ensino do Amazonas desde o ano de 2017, lotado atualmente na
Escola Estadual Getúlio Vargas - Seduc/AM.
Ausanira dos Santos Dantas: Especialista em Letramento Digital pela
Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Licenciada em Ciências
Biológicas pelo Centro Universitário do Norte (Uninorte). Membro do
Núcleo Conectando Saberes – Beruri - AM (Apoiado pela Fundação
Lemann).
Cláudio Magalhães Ayres: Especialista em Ensino de Física pela
Universidade Candido Mendes - Prominas e Letramento Digital pela
Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Formado em Normal
Superior pela Universidade do Estado do Amazonas (EUA), Licenciado em
Física pelo Instituto Federal de Educação, Ciências e Tecnologia do
Amazonas (IFAM). Professor Estatutário da Rede Pública de Ensino do
Estado do Amazonas desde o ano de 1998, e vem contribuindo com a
educação do Município, na Escola Estadual Euclides Corrêa Vieira.
Ester Lima de Oliveira: Especialista em Geografia da Amazônia Brasileira
e em Gestão Escolar pela Universidade Federal do Amazonas (UFAM).
Especialista em Letramento Digital pela Universidade do Estado do
Amazonas (UEA). Licenciada em Geografia pela (UFAM). A professora é
Efetiva da Rede Pública Estadual de Ensino do Amazonas desde o ano de
1994 e tem contribuído diretamente na coordenação local da Seduc - AM.
Fábio Gomes da Silva: Doutor em Ciências da Educação pela Universidade
– Unades. Mestre em Ciências da Educação pela Universidade Del Este.
Especialista em Metodologia da Pesquisa em Biologia e Química –
Universidade Candido Mendes e especialista em Letramento Digital pela
Universidade do Estado do Amazonas (UEA).

Licenciado em Ciência – Biologia e Química pela Universidade Federal do


Amazonas –UFAM. Segunda graduação em Pedagogia – Universidade Intervale.
Professor Mentor do Programa Ensina Brasil e Coordenador do Núcleo
Conectando Saberes – Beruri - AM (Apoiado pela Fundação Lemann).
Atualmente é professor da Escola Estadual Getúlio Vargas – Beruri - AM.
Francisca Ferreira Cordeiro: Especialista em Arte na Educação pela
Universidade Leonardo da Vinci - Uniasselvi. Gestão Escolar pela
Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Formada em Normal
Superior pela Universidade do Estado do Amazonas - UEA. Membro do
Núcleo Conectando Saberes – Beruri - AM (Apoiado pela Fundação
Lemann). Docente efetiva desde 2002 na rede Semed e 2019 Seduc –
Município de Beruri - AM.
Francimara Pacheco Pereira: Especialista em Metodologia do Ensino de
Matemática pela Uniasselvi e em Letramento Digital pela Universidade do
Estado do Amazonas (UEA). Licenciada em Matemática pela Universidade
Estadual do Amazonas (UEA).

Membro do Núcleo Conectando Saberes – Beruri - AM (Apoiado pela Fundação


Lemann). Professora da rede estadual de ensino no estado do Amazonas desde o
ano de 2013. Tem dado sua contribuição para a educação no município de
Beruri, pois acredita que através da mesma podemos mudar a realidade a nossa
volta.
Gesse Ferreira Marinho: Especialista em Letramento Digital pela
Universidade do Estado do Amazonas (UEA). Formado em Pedagogia com
ênfase em Interculturalidade pela UEA. Membro do Núcleo Conectando
Saberes – Beruri- AM (Apoiado pela Fundação Lemann). Professor da Rede
Municipal desde 2005. Atualmente Apoio Pedagógico na Rede Privada de
Ensino.
Joseane de Brito Bezerra Nunes: Especialista em Educação do Campo pela
Universidade Federal do Amazonas (UFAM). Especialista em Letramento
Digital pela Universidade Estadual do Amazonas (UEA). Formada em
Séries Iniciais - Proformar pela -UEA. Licenciada (Plena) em História pela
UFAM. Especialista em Metodologia do Ensino de História pela Aniasselv.
Membro do Núcleo Conectando Saberes – Beruri - AM (Apoiado pela
Fundação Lemann). A professora é Efetiva da Rede Municipal de Ensino de
Beruri, desde 2003. É Efetiva da Rede Estadual do Amazonas desde 2012, e
tem contribuído na rede municipal na secretaria do CME e na rede estadual
como professora atuante lotada na Escola Estadual Euclides Correa Vieira.
Valtemir Ferrreira Cordeiro: Especialista em Gestão Escolar e em
Coordenação Pedagógica Universidade Federal do Amazonas - UFAM.
Normalista Superior pela Universidade do Estado do Amazonas (UEA).
Profissional da Educação Física pela Universidade Federal do Amazonas
(UFAM).

Possui 15 anos de atuação na Semed/Manaus, na educação básica, seja em


docência, coordenação pedagógica, assessoria técnica e direção escolar.
Atualmente desempenha o trabalho de Gerente Acadêmico no Centro de
Educação Tecnológica do Amazonas -Cetam, no município de Beruri - AM.
Zaqueu da Silva Albuquerque: Especialista em Letramento Digital pela
Universidade Estadual do Amazonas. É formado em Normal Superior pela
Universidade Estadual do Amazonas (UEA), o mesmo possui cargo de
professor efetivo da rede municipal de ensino, desde o ano de 2004, e tem
contribuído de forma positiva no processo de ensino-aprendizagem.
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