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ETAPAS PARA ELABORAÇÃO

DE PROJETO –SISTEMA DE
ABASTECIMENTO DE ÁGUA
DISCIPLINA: SANEAMENTO BÁSICO
CURSO: ENGENHARIA CIVIL
PROFESSORA: Me Débora Baumgarten
Ementa
 Saneamento básico e sua importância para a saúde ambiental
 Sistemas de abastecimento de água; Captação, adução
 Características das águas de abastecimento
 Etapas de elaboração de projetos
 Estações elevatórias e redes de distribuição
 Tratamento de água
 Sistemas de esgoto
 Rede de esgoto sanitário
 Tratamento de esgoto sanitário
 Drenagem urbana
 Sistemas de resíduos sólidos
 Gerenciamento e tratamento de resíduos sólidos
Elementos condicionantes

 Porte da localidade
 É importante ter conhecimento sobre o tamanho da comunidade, pois assim,
iremos determinar diferentes portes de sistema.

População (hab.) Consumo per capita Vazão de produção Diâmetro (mm)


(L/hab.dia) (L/s)
2.000 100 4,17² 75
20.000 200 55,56³ 250
200.000 250 694,44³ 1.000
Fonte: Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.
Fonte: Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.
Fonte: Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.
 Densidade demográfica
 Mananciais
 Características topográficas
 Características da adutora
 Necessidade de estações elevatórias e o correspondente consumo de energia
 Possível ocorrência de golpe de aríete e a necessidade de seu controle
 Características geológicas e geotécnicas
 Instalações existentes
 Energia elétrica

Fonte: Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.


 Até que ano o projeto será concebido e dimensionado. Sob o ponto de vista
econômico, diferentes alcances podem determinar diferentes desempenhos
financeiros.

 Em casos e projetos de menor porte, normalmente o valor oscila entre 8 e 12 anos,


com média de 10 anos, analisando-se as taxas de crescimento populacional.
Normas
 NBR 12.211/1992 da ABNT
 Configuração topográfica local
 Características geológicas da região
 Consumidores a serem atendidos
 Quantidade de água exigida e vazões de dimensionamento
 Integração do sistema existente, com o novo sistema (caso exista)
 Pesquisa e definição dos mananciais abastecedores
 Demonstração que o sistema proposto apresenta total compatibilidade entre suas partes
 Método de operação do sistema
 Definição das etapas de implantação
 Comparação técnico-econômica das concepções.
 Estudo de viabilidade econômico-financeira da concepção básica.
1. Levantamento das
características físicas
(topografia,
geologia...)

2. Levantamento das
4. Levantamento do 5. Pesquisa de
características
socioeconômicas sistema existente mananciais

3. Levantamento
das características
demográficas

6. Calculo da Estimativa das


demanda vazões mínimas
8. Definição do alcance 9. Definição das vazões 10. Formulação das 11. Anteprojeto e pré-
do projeto de projeto alternativas dimensionamento

Para o sistema
Para unidades especificas

13. Avaliação das


12. Avaliação
vantagens e
econômica das
desvantagens das
alternativas
alternativas

15. Estudo econômico


16. Descrição da 14. Escolha da
e determinação das
solução adotada concepção do projeto
necessidades tarifárias

Fonte: Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016, adaptado pela autora


Diagrama hipotético das fases para implantação de um sistema de abastecimento de água

Fonte: Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016, adaptado pela autora


Demanda para abastecimento Legenda:
P: população (hab)
qpc: consumo per capita (L/hab.dia)
t: período de funcionamento da produção (h)
𝒒𝑬𝑻𝑨 : consumo de água na ETA (%)
𝑲𝟏 : coeficiente do dia de maior consumo
𝑃 ℎ𝑎𝑏 .𝑞𝑝𝑐(𝐿/ℎ𝑎𝑏.𝑑𝑖𝑎) 𝑲𝟐 : coeficiente da hora de maior consumo
 𝑄(𝐿/𝑠)=
86.400(𝑠/𝑑𝑖𝑎) 𝑸𝑺 : vazão singular de grande consumidor (L/s)

Fonte: Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.


Coeficientes utilizados

 K1: consiste na razão entre o maior consumo diário verificado em um ano e o consumo médio
diário no mesmo ano. Na ausência de determinações específicas a ABNT recomenda a adoção
de 1,2 para K1.

Autor/Entidade-Ano Local K1
Cetesb (1978) Valinhos 1,25-1,42
Tsutiys (1989) São Paulo 1,08-3,08
Saporta et. Al (1993) Barcelona 1,10-1,25
Walski et al. (2001) EUA 1,2-3,0
Hammer (1996) EUA 1,2-4,0
AEP (1996) Canadá 1,5-2,5
Fonte: Tsutiya, 2004, apud Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.
 K2: coeficiente da hora de maior consumo é a razão entre a máxima vazão
horária e a vazão média diária do dia de maior consumo. Na ausência de
determinações específicas, a ABNT recomenda a adoção de 1,5, para K2.

Autor/Entidade-Ano Local K2
Cetesb (1978) Valinhos 2,08-2,35
Tsutiys (1989 São Paulo 1,5-4,3
Saporta et. Al (1993) Barcelona 1,3-1,4
Walski et al. (2001) EUA 3,0-6,0
Hammer (1996) EUA 1,5-10,0
AEP (1996) Canadá 3,0-3,5
Fonte: Tsutiya, 2004, apud Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.
Projeção populacional

 Qual será a população final? E como será sua evolução?


 Crescimento aritmético
 Crescimento geométrico
 Regressão multiplicativa
 Taxa decrescente de crescimento
 Curva logística
 Comparação gráfica entre cidades similares
 Método da razão e correlação
 Previsão com base nos empregos.
Projeção populacional Crescimento
populacional
função da
população
existente a
cada instante

Método geométrico Método aritmético Método taxa decrescente


𝑃𝑡 = 𝑃0 . 𝑒 𝑘𝑔 (𝑡−𝑡0) 𝑃𝑡 = 𝑃0 + 𝐾𝑎 (𝑡 − 𝑡0 ) 𝑃𝑡 = 𝑃0 + 𝑃𝑠 − 𝑃0 1 − 𝑒 −𝑘𝑑 (𝑡−𝑡0)
𝑙𝑛𝑃2 −𝑙𝑛𝑃0 𝑃2 −𝑃0 2.𝑃0 .𝑃1 .𝑃2 −𝑃12 (𝑃0 +𝑃2 )
𝐾𝑔 = 𝐾𝑎 = 𝑃𝑠 = Premissa de que,
𝑡2 −𝑡0 𝑡2 −𝑡0 𝑃0 .𝑃2 −𝑃12 na medida em
que a cidade
(𝑃 −𝑃 )
𝑷𝒕 : População total 𝑷𝒕 : População total −ln (𝑃𝑠 −𝑃2 ) cresce, a taxa de
𝑠 0
𝑷𝟎 : População inicial 𝑷𝟎 : População inicial 𝐾𝑑 = crescimento
Kg: Coeficiente de proporcionalidade Ka: Coeficiente de proporcionalidade 𝑡2 −𝑡0 torna-se menor.
t:Tempo final t:Tempo final
𝒕𝟎 :Tempo inicial 𝒕𝟎 :Tempo inicial 𝑷𝒕 : População total
e: Constante de Euler 𝑷𝟎 : População inicial
𝑷𝒔 : População de saturação
Kd: Coeficiente de proporcionalidade
t:Tempo final
𝒕𝟎 :Tempo inicial

Crescimento
populacional
segundo uma
taxa constante
Condições necessárias:
𝑃0 < 𝑃1 < 𝑃2 e
𝑃0 . 𝑃2 < 𝑃12
Método Crescimento logístico Para aplicação das equações,
os dados devem ser
2. 𝑃0 . 𝑃1 . 𝑃2 − 𝑃12 . (𝑃0 + 𝑃2 ) equidistantes no tempo.
𝑃𝑠 =
𝑃0 . 𝑃2 − 𝑃12

𝑃𝑠 − 𝑃0 𝑃𝑠
𝐶= 𝑃𝑡 =
𝑃0 1 + 𝑐. 𝑒 𝑘1 .(𝑡−𝑡0)

ln(𝑐)
𝑇𝑒𝑚𝑝𝑜 𝑑𝑒 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 = 𝑡0 −
𝐾1
1 𝑃0 . (𝑃𝑠 − 𝑃1 )
𝐾1 = . 𝑙𝑛 𝑃𝑠
𝑡2 − 𝑡1 𝑃1 . (𝑃𝑠 − 𝑃0 ) 𝑃𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑖𝑛𝑓𝑙𝑒𝑥ã𝑜 =
2
Exemplo
 Com base nos dados censitários apresentados a seguir, elaborar a projeção populacional
para o ano de 2010, utilizando-se os métodos baseados em equações matemáticas
(geométrico, aritmético, taxa decrescente de crescimento e crescimento logístico).

Ano População (hab.)


1980 10.585 P0
1990 23.150 P1
2000 40.000 P2
2010 77.351
Loteamentos

 Analisar áreas com características similares em outros locais;


 Definir o ano zero do loteamento
 Estimar a população de saturação (densidade média de ocupação)
 Fixar a população no ano 0; ano em que a população de saturação é atingida.
 Analisar diferentes cenários de crescimento (lento, intermediário e rápido)
 Para cada cenário de ocupação, escolher modelos populacionais com o melhor
ajuste de dados.
População flutuante

População
Carnaval

Férias Semana Férias Fim de


janeiro Santa julho ano

Ocupação normal

Jan Jul Dez


Meses do ano
Fonte: Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016, adaptado pela autora
 Alcance de projeto

Alcances
pequenos

Vantagem: menores investimentos


Desvantagem: menor período de tempo para arrecadação de tarifas e novos
investimentos em curto prazo

Alcances
longos

Vantagem: menores investimentos


Desvantagem: maior período de tempo para arrecadação de tarifas e novos
investimentos em longo prazo
Consumo per capita

 Crucial para determinação das capacidades das várias unidades de uma


instalação de abastecimento de água.

𝑚é𝑑𝑖𝑎 𝑑𝑖á𝑟𝑖𝑎 𝑑𝑜 𝑣𝑜𝑙𝑢𝑚𝑒 𝑎𝑛𝑢𝑎𝑙 𝑐𝑜𝑛𝑠𝑢𝑚𝑖𝑑𝑜 𝑝𝑜𝑟 𝑢𝑚𝑎 𝑑𝑎𝑑𝑎 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑚3 𝑋1.000
qcp(L/hab.dia)= 𝑝𝑜𝑝𝑢𝑙𝑎çã𝑜 𝑎𝑏𝑎𝑠𝑡𝑒𝑐𝑖𝑑𝑎 (ℎ𝑎𝑏)

 Consumo doméstico
 Podemos compreender o consumo doméstico dividindo entre fora e dentro do
domicílio. Quantidades mínimas giram em torno de 15L/hab.dia e 50L/hab.dia
 Consumo comercial
 Demanda de água em hotéis, bares, restaurantes, escolas, hospitais, postos de
gasolina e oficinas mecânicas.

Tipo de estabelecimento Consumo


Bar 5-15 L/freguês
Cinema, teatro e igreja 2,0 L/assento
Garagem 50-100 L/automóvel
Lavanderia 30 L/kg de roupa seca
Posto de gasolina 150 L/automóvel
Restaurante 15-30 L/refeição
Shopping center 30-50 L/empregado
Fonte: MACINTYRE (2003), apud, Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.
 Consumo público
Estabelecimento Consumo
Aeroporto 8-15 L/passageiro
Banheiro público 10-25 L/usuário
Clinica de repouso 200-450 L/paciente, 20-60 L/empregado
Prisão 200-500 L/detento, 60L/empregado
Quartel 150 L/soldado
Rega de jardim 1,5 L/m²
Fonte: MACINTYRE (2003), apud, Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.

 Consumo industrial
 Dependem da atividade industrial.
 Matéria prima, limpeza, resfriamento, instalações sanitárias, cozinhas, e refeitórios.
Perdas
 Conceitual: Correspondem à diferença entre o volume de água produzido e o
volume entregue nas ligações domiciliares.
 Operacional: perdas nos volumes não contabilizados, perdas físicas e não
físicas.

Perdas físicas ou reais Perdas não físicas ou aparentes


Vazamentos nas tubulações de distribuição e das Ligações clandestinas
ligações prediais
Extravasamento de reservatórios By-pass irregular no ramal das ligações (“gato”)

Operações de descargas nas redes de distribuição e Problemas de micromedição (hidrômetros inoperantes ou com
limpeza de reservatórios submedição, fraudes, erros de leitura, entre outros.)

Fonte: Heller L. e Pádua, V. L. de org., 2016.


Consumo de água em um sistema

 A operação dos sistemas de abastecimento de água implica consumos, estes


devem ser previstos na produção da água, como por exemplo nas estações de
tratamento.

 Na década de 1980, eram consumidas 5% da vazão produzida, atualmente este


consumo reduziu para 2%.
Exemplo
 Calcular a vazão das unidades de um sistema de abastecimento de água, considerando os
seguintes parâmetros:
P para dimensionamento das unidades de produção, exceto adutoras
(alcance=10anos)=20.000hab;
P para dimensionamento de adutoras e rede de distribuição (alcance = 20 anos)=25.000hab;
qpc=200L/hab.dia.
t= 16h
𝑞𝐸𝑇𝐴 =3%
𝑘1 =1,2;
𝑘2 =1,5;
𝑄𝑠 =1,6L/s
Bibliografia

 ANA e MINISTÉRIO DO MEIO AMBIENTE. Enquadramento dos corpos d’água. [s,d.], Agencia nacional de águas e
Ministério do meio ambiente. Disponível em: http://pnqa.ana.gov.br/Publicacao/CursoEnquadramentoPortal2010.pdf

 BRASIL. Portaria SDS N° 51, de 02 de outubro de 2008. Estabelece os critérios de natureza técnica para outorga de
direito de uso de recursos hídricos para captação de água superficial, em rios de domínio do Estado de Santa Catarina
e dá outras providências. Disponível em:
http://www.sirhesc.sds.sc.gov.br/sirhsc/conteudo_visualizar_dinamico.jsp?idEmpresa=12&idMenu=717&idMenuPai=33
3

 Heller L. e Pádua, V. L. de org. Abastecimento de água para consumo humano. 3. ed. 2 v. Belo Horizonte, Editora
UFMG, 2016.

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