Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Durante a Revolução Industrial, a beleza não era um padrão que se imperava, mas sim a
força e a capacidade reprodutiva das mulheres, porém com a ascendência de uma classe
burguesa, mulheres letradas e ociosas, o mito da beleza surgiu como um disfarce para
ocupar essas mulheres com algo que podiam controlar. Afinal, se essas mulheres
alfabetizadas e conhecedoras de seus direitos, se juntassem, eram uma ameaça para o
patriarcado.
1980: Mulheres já buscavam ter status por meio da beleza. A beleza desempenha o
mesmo papel que o dinheiro representa para os homens.
Em 1971, um juiz sentenciou uma mulher a perder um quilo e meio por semana ou ser
presa.
1972, a beleza passou a ser validada na contratação ou não das mulheres no mercado de
trabalho.
A QBP se iniciou valendo para profissão como aeromoças, secretárias, depois para as
garçonetes, depois passou valer para qualquer profissão em que a mulher não
trabalhasse em total isolamento.
As neuroses femininas não são fruto do desequilíbrio da mente das mulheres, mas
consequências normais de uma situação em que elas não tem para onde correr.
O uso de uniforme pelas mulheres foi uma estratégia para evitar os abusos, a indústria
da moda não aceitou essa mudança.
O mito da beleza gera nas mulheres uma redução do amor-próprio, com o resultado de
altos lucros para as empresas (seus salários são menores).
Vida útil de uma “mulher linda” – é uma questão de sobrevivência, investem na sua
sexualidade na juventude, pois é quando ela tem o valor máximo, enquanto a velhice é
uma ameaça, por isso se agarram à QBP.
Enquanto os homens mais velhos e bem-sucedidos que aparentam a idade que têm, são
vistos como exemplos pelos mais novos.
Por que as mulheres compram mais produtos para o corpo? De alguma forma, alguém
em algum lugar deve ter imaginado que elas comprarão mais se forem mantidas no
estado de ódio a si mesmas, de fracasso constante, de fome e insegurança sexual em que
vivem como aspirantes à beleza.
“Cada mulher tem de aprender sozinha, a partir do nada, como se sentir um ser sexual
(muito embora ela constantemente aprenda como aparentar sua sexualidade)”.
“Debbie Taylor sugere que o equivalente a cem milhões de meninas "podem estar sendo
estupradas por adultos — geralmente seus pais” (p. 213).
“É quatro vezes mais provável que uma mulher seja violentada por um conhecido do
que por um estranho”. (p.220).
“Quando os homens são mais atraídos por símbolos da sexualidade do que pela
sexualidade das próprias mulheres, eles estão sendo fetichistas”.
A beleza ideal é ideal porque não existe. A ação se situa no espaço entre o desejo e a
satisfação. As mulheres só são belezas perfeitas a alguma distância. Numa cultura de
consumo, esse espaço é lucrativo. O mito da beleza se movimenta para os homens como
uma miragem. Seu poder reside no recuo constante. Quando esse espaço se fecha, o
amante abraça apenas sua própria decepção.
Sobre a violência:
A mulher vitoriana era reduzida aos seus ovários, como a mulher de hoje está reduzida à sua
"beleza". (p.295)
Perseguia-se de forma obsessiva a regularização da menstruação, da mesma forma que se
persegue hoje em dia o controle da gordura.
Uma mulher que se considerasse doente de feminilidade não poderia comprar uma cura
definitiva para o seu problema. Já uma mulher que se acha doente de feiúra feminina é
atualmente convencida de que pode comprar tal cura. (capitalismo=lucro).
“A mulher que grita durante o parto, ou que chora depois, muitas vezes é forçada a sentir que
não devia ter agido assim, que se descontrolou, que seus sentimentos não são naturais, ou que
não deveria se deixar dominar por eles”. (p. 340)
“O mundo é dirigido por homens velhos; mas as mulheres velhas são eliminadas da cultura.” P
346
348