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Kellogg começou a desprezar suas Eilen White redigiu duas ou três car- A grande lição que fica é a de que,

mensagens e conselhos, perdendo de tas, mas hesitou em enviá-las ao des- na obra de Deus, brilho profissional e
vista os objetivos da obra médico- tinatário, temendo suas reações. inteligência não nos eximem de uma
missionária. Embora amargurada, A Igreja, hoje, sofre pelo fato de ha- vida de fé, abnegação e humildade.
continuou a trabalhar e orar por ele, ver em seu meio algumas pessoas in- Caráter fala mais alto do que repu-
comunicando-se com ele por meio submissas aos conselhos divinos. A tação. Caráter é o que realmente so-
de cartas. esses diz a Palavra de Deus: "Porque mos à vista de Deus, ao passo que re-
Em nossos dias, há indivíduos que o mandamento é lâmpada, e a instru- putação é o que as pessoas pensam
também procuram agir por conta ção, luz; e as repreensões da disciplina sobre nossos feitos.
própria no âmbito da igreja. "Há de- são o caminho da vida" (Pv 6:23). Em nossa esfera de ação, subme-
masiada condescendência com a in- Quando era jovem, Kellog aca- tamo-nos diariamente a Deus e tra-
dependência de espírito entre os men- tava os conselhos de Eilen White, e balhemos unidos para cumprir a
sageiros. Isto tem que ser posto de até morou por algum tempo na casa missão que Ele nos confiou. Diz a
lado, e cumpre que os servos de Deus dela. Anos depois, "ao ela adverti-lo Bíblia: "Os que forem sábios, pois,
se unam mais uns aos outros." 14
contra o panteísmo, excesso de tra- resplandecerão como o fulgor do
balho e de ambição, e instá-lo a dar firmamento; e os que a muitos con-
3. Imubmissão. Pessoas arrogan- mais atenção à vida espiritual, bem duzirem à justiça, como as estrelas,
tes não gostam de conselhos, pois se como ao organismo de seus pacien- sempre e eternamente" (Dn 12:3).
consideram auto-suficientes. Essa foi tes, ele se distanciou mais e mais de Nada, neste mundo, excede o bri-
uma das facetas de john H . Kellogg. sua influência." 16
lho dos que servem a Deus com re-
Obviamente, ele tinha vasto conhe- De modo geral, indivíduos que ensi- verência e humildade. A
cimento em sua área. Pesquisador in- nam doutrinas contrárias aos postula-
cansável, debruçava-se sobre livros dos bíblicos, não gostam de conselhos. Rubens Lessa é redator-chefe da Casa Publicadora
até altas horas da noite, após u m dia Apesar das atitudes questioná- Brasileira e editor da Revista Adventista.
de múltiplas atividades. Mas, na obra veis que ofuscaram a vida de john H .
de Deus, não aprendeu a lição de casa: Referências
Kellogg, ele deixou um exemplo digno 1. Richard W. Sdwanjohn Harvey Kellogg (Hagerstown: Review and

a humildade. Sem essa virtude, nin- de imitação: amor pelas crianças e jo- Herald, 2006),p. 231.
2. Citado por Herbert E. Douglass, Mensageira ao Senhor (Tatuí: Casa
guém aceita conselhos e, muito me- vens carentes. Schwarz enfatiza que Publicadora Brasileira, 2001), p. 295.

nos, advertências. "a generosidade de Kellogg em prover 3. Seventh-dayAdventistEncyclopedia


1976J.V. 10, p. 722.
(Washington: Review and Herald,

No contexto do debate a respeito um lar para mais de quarenta crian- 4. LeRoy Edwin Froom, Movement of Destiny (Washington: Review and
Herald,1978),p.349.
de conceitos panteístas, Arthur ças carentes tornou-se amplamente S.lbid.

L. White escreveu: "Nessa época, conhecida. O impacto de seu exem- 6. Ellen G.White, Testemunhos Para a Igreja (Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2006), v. 8, p. 155.

Kellogg não se sentia inclinado a re- plo jamais poderá ser avaliado plena- 7. General Conference Bulletin, 12 de fevereiro de 1893, p. 83.
8. Citado por Herbert E. Douglass, op. cit., p. 295.
ceber mensagens de advertência e re- mente" ^ nessa missão, ele e a esposa
1
9. Ellen G.White.Cd/tt 725,1902.

provação. Ele se ofendeu com as ad- Ella não faziam acepção de pessoas. 10. Citado por Enoch de Oliveira, A Mao de Deus ao Leme (Tatuí: Casa
Publicadora Brasileira, 1988), p. 191,192.

moestações e declarou que ela [Eilen U . C . Mervyn Maxwell, História doAdventismo (Santo André: Casa
Publicadora Brasileira, 1982), p. 226.
White] se havia insurgido contra ele. Conclusão - Do ponto de vista profis- 12. Richard W. Schwarz, op. cit. p. 144.

Ameaçou pedir demissão de seu tra- sional e secular, john H. Kellogg foi uma
13. Arthur L. White, Ellen White, A Woman of Vision (Hagerstown: Review
and Herald, 2000), p. 351.
balho e romper sua conexão com os estrela de primeira grandeza. lá no con- 14. Ellen G. White, léstemunhosPara a Igreja (Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2000),v. 1,p. 113.
adventistas do sétimo dia. Isso quase texto da Igreja e do relacionamento com 15. Arthur L. White, op. cit., p. 352.

a deixou prostrada." Nessa ocasião,


15
seus líderes, deixou muito a desejar. 16. C. Mervyn Maxwell,op. cit., p. 227.
17. Richard W. Schwarz, op, cit,. p. 160.

Revista Adventista I AGOSTO -2007 11

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