A

UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS

FACULDADE DE ENGENHARIA AGRÍCOLA

FA 679 - Pós Colheita

Grupo 11 - Laranja Pêra

Fabrício Colombo 169098

Vinicius dos Santos Ferreira 245309
Vitor José Duarte 195229
Alessandro Cagliari Sarzi 265603
Vinicius Henrique Boschini 206797

Campinas
2022
IMPORTÂNCIA ECONÔMICA

A história da citricultura brasileira está intimamente ligada à própria história

do país. Poucos anos após a descoberta do Brasil, entre 1530 e 1540, os
portugueses introduziram as primeiras sementes de laranja doce nos Estados da
Bahia e São Paulo. Desde de então, a cultura da citricultura vem crescendo no
Brasil, apresentando atualmente cerca de 1 milhão de hectares e a produção supera
19 milhões de toneladas.
Na contemporaneidade, a preocupação com a alimentação mais saudável e
com a pandemia do Covid-19, alimentos com alta quantidade de vitamina C, vem
sendo muito procurados. Um dos principais produtos consumidos, no Brasil, é o
laranja e seus derivados, sendo o mesmo, o maior produtor mundial de laranja.
Grande percentual do produto é destinado a indústria; dessa forma, é também o
maior produtor de suco de laranja no mundo, possuindo 75% da produção mundial.
A concentração de citros no Brasil, está localizada em São Paulo e no triângulo
mineiro, mas, é na região do Sergipe, onde 90% da produção de laranja está
concentrada.
O atual maior produtor de citros no mundo é a China, seguido pelo Brasil e
pela União Europeia . A laranja é o produto cítrico mais cultivado no mundo, onde
46 milhões de toneladas nas safras de 2019/2020.
A produção de laranja possui elevada importância na geração de empregos e
renda nas áreas produtoras, principalmente em Sergipe e na Bahia. Todavia, grande
parte deste empregos gerados, são temporários. Isso acontece devido a produção
ser desenvolvida por médios e pequenos produtores, nos quais a força de trabalho
é principalmente familiar. Conforme o atual censo agropecuário, 77% dos
estabelecimentos produtores de laranja possuem mão de obra familiar e cerca de
80% das propriedades possuem menos de 10 hectares onde.(IBGE, 2017)

Tabela1 : Vínculo empregatício no cultivo de laranja.

 O comércio da laranja movimenta o mercado interno, pois, os produtores
comercializam sua produção para empresas beneficiadoras e para a indústria de
suco. Existe também, a venda para mercados e feiras livres, que são abastecidos,
em sua maioria, pelos pequenos produtores. Assim, pode-se notar fatores que
alteram os preços do fruto, diminuindo seu consumo, sendo estes informados na
tabela a seguir:

Tabela 2: Fatores que afetam os preços do prouto

Quanto ao mercado externo, pode-se observar que a exportação de frutos

cítricos in natura pelo Brasil são irrelevantes quando comparados com a exportação
de suco de laranja para os países estrangeiros. Em 2020, a exportação da laranja in
natura faturou cerca de US$ 4,3 milhões, enquanto a exportação de suco de laranja
gerou uma renda de US$ 1,4 bilhão.

Tabela 3: Exportação e importação brasileira da fruta e do suco de laranja.

VARIEDADES

A laranja possui muitas variedades, no qual podemos citar a pêra, natal, folha
murcha, valência, seleta, laranja lima, piralima, baía, baianinha

Variedade pesquisada: Laranja Pêra

 Figura 1: Laranja pêra

CARACTERÍSTICAS FÍSICAS, QUÍMICAS E NUTRICIONAIS

A laranja pêra tem como características físicas básicas uma casca lisa, fina e
de coloração laranja amarelada e tem um formato elíptico, apresentam entre 0 e 16
sementes. Essa variedade tem seu diâmetro equatorial variando entre 50mm a
100mm com o seu peso podendo variar entre 130-200g, ambos a depender do
cultivar selecionado. A laranja pêra apresentar uma porcentagem de suco (%suco)
de 45%, sendo este um valor ligeiramente acima de outras variedades de laranja,
também apresenta um Brix de 10,0, outras características químicas e nutricionais
sobre a laranja pêra estão contidas na tabela abaixo:

Nutrientes Quantidade
Carboidratos 36.8kcal=154

Proteínas 9,0g

Fibra alimentar 0,8g

Fibras solúveis 0,0g

Cálcio 21,9mg

Vitamina C 53,7mg

Piridoxina B6 0,0mg

Fósforo 22,7mg

Manganês 0,1mg

Magnésio 8,6mg
 Lipídios 0,1g

Ferro 0,1mg

Potássio 162,8mg

Cobre 0,0ug

Zinco 0,1mg

Riboflavina B2 0,0mg

Tiamina B1 0,0ug
Tabela 4: Informações quimica e nutricional da laranja pêra
Fonte: https://www.tabelanutricional.com.br/laranja-pera-crua

Práticas culturais (do cultivo à colheita), a operação de preparo do solo, para o

plantio de novos pomares, é comum o uso da aração seguida de uma ou duas
gradeações. Aração e a gradeação são realizadas com tração mecanizada e pelo
tratorista. Também é viável a tração animal em propriedades menores.
Os citros podem ser cultivados em qualquer época do ano, desde que haja
irrigação. Alguns produtores fazem o plantio da seca, realizando irrigação a cada 4
semanas, de setembro até novembro ou dezembro.
Depois de ajustar as linhas de plantio, um sulcador abre os sulcos onde
serão colocadas as mudas, de acordo com o espaçamento adotado. Em SP, são
320 por ha. Também deve ser feita uma adubação química no sulco ou com
calcário.
Nos tratos culturais, uma das operações de maior importância para a
produtividade do pomar é a capina, que pode ser realizada manualmente, com trator
e implementos (grade e roçadeira).
A principal preocupação dos citricultores com a disseminação de pragas,
além dos aspectos de conservação do solo, também pode ser notada relativa
diminuição do uso de tratores e implementos, sendo freqüente a realização das
grades no período seco do ano (março a agosto) e a roçada na estação chuvosa
(setembro a fevereiro).
 O uso da enxada para produzir a copa (somente ao redor da perna) perdeu
sua expressão porque os produtores passaram a preferir outros tratamentos,
principalmente a aplicação do herbicida na coroa e nas engrenagens do trator ou
mesmo em outros locais da área.
A adubação é composta por importantes procedimentos de cultivo para a
manutenção de laranjais e a dosagem varia de acordo com as características do
solo. No estado de São Paulo, notou-se um aumento na proporção de plantas
adubadas, pois na safra 1997/98 esse valor foi de 6,5%, enquanto em 2000/2005 foi
de 64,5 % a 69,5%. A redução de blocos de plantas adubadas ocorreu apenas em
unidades produtivas acima de 500 hectares, enquanto o aumento na quantidade de
adubo em e quilos por planta.
O uso de agrotóxicos em culturas diferentes é projetado para garantir a
produtividade de outros insumos utilizados na produção. Os problemas
fitossanitários de citros variam por região e ao longo dos anos. É por isso que o
programa pulverização deve ser flexível e facilmente intercambiável. em-se adotado
nos pomares em produção um programa de 4 ou 5 aplicações por ano.
A colheita é uma atividade de mão-de-obra intensiva, aproximadamente 80%
de todos os dias-homem, com pequena variação entre 1997/98 a 2005/05, ou seja,
79,7 0,8%, aumentando esse percentual à medida que o tamanho de unidades de
produção aumenta. O cultivo da laranja é uma atividade agrícola onde o fruto é
colhido manualmente, com foco nos meses de setembro, outubro e novembro.

Tabela 5: Percentual de Plantas Adubadas em Cobertura e Tratadas com Defensivos

COLHEITA E PÓS-COLHEITA

A colheita da laranja ocorre de acordo com os ciclos, tem-se o precoce, em

que as safras são entre os meses de março a abril, meia estação, nos meses de
maio a julho e tardias, nos meses de agosto até o fim do ano e pode estender até o
ano seguinte. Os tipos de colheita são: manual, semimecanizada e mecanizada.
Cada processo com seus prós e contras que depende do produtor segundo sua
demanda e custo. Os pontos de colheita são feitos no estado de maturação ideal
para consumo, é considerado maduro o fruto que apresenta características
definidas para cada variedade. A colheita manual é o processo à mão em que a
laranja é cortada com alicate e tesouras, tomando cuidado para não danificar a
fruta.
Já a colheita semimecanizada consiste na utilização de equipamentos como
colhedora e colheitadeiras. Dessa forma, reduz a mão de obra e otimiza o trabalho.
Porém é um modelo que também traz suas desvantagens como a maior incidência
de danos mecânicos. E por último temos a colheita mecanizada, com 100% das
máquinas em todo o processo abrangendo tratores, colhedoras e armazena todos
os frutos para o processo da pós-colheita. Visa a máxima produtividade com
redução de tempo. Os equipamentos para a colheita são tratores, colheitadeiras,
caminhões. Existem os cuidados na pós-colheita com relação a higienização e
avaliação das laranjas. É feita a lavagem e a descontaminação, logo após, são
devidamente identificados e embalados.
É feito a recepção dos frutos com identificação e procedência para
rastreabilidade a fim de avaliar possíveis pragas quarentenárias (como a mosca das
frutas), a lavagem é feita com sanitizantes e depois a seleção dos frutos retirando os
danificados mecanicamente, frutos verdes, ou afetados por doenças e pragas. A
classificação é feita para a unificação da linguagem de mercado e é colocado em
embalagens como caixas plásticas. É armazenado com temperatura média de 5ºC
com umidade relativa do ar entre 90 e 95% por até quatro semanas.

Seleção:
Classificação:

Grupo de Denominação Denominação Classe de Diâmetro

 mercado cotação mercado valoração (mm)
CEAGESP atacadista

Pera A 9 a 12 dz na A Maior que 70

cx M

Pêra B 13 a 15 dz na B 65 a 70
cx M

Pêra C 16 a 21 dz na C Menor que 65

caixa M

EMBALAGEM

As embalagens e a rotulagem devem seguir a normativa conjunta

SARC/ANVISA/INMETRO/009 que diz que as embalagens não devem causar danos
aos frutos e devem ter dimensões que permitam a paletização conforme o PBR -
Palete Padrão Brasileiro, de 1,00 x 1,20m. Podem ser recicláveis ou retornáveis.
Para esse último caso, devem ser limpas e desinfectadas em cada utilização.
Quando comercializado em sacos, devem ser acondicionados em embalagens que
atendam tais requisitos de paletização. Devem ser armazenadas obrigatoriamente
em locais que não possuam entrada de pragas e animais, separando as novas das
usadas, e sendo rotuladas de acordo com a legislação vigente para identificação do
produto e fins de rastreabilidade. O rótulo precisa ser visível ao comprador, mesmo
quando as embalagens estiverem paletizadas empilhadas ou em exposição.

ARMAZENAMENTO

O armazenamento depende das condições da variedade, do local de cultivo e

do estádio de maturação do fruto. De modo geral, são armazenadas a 5ºC com
90-95% de umidade relativa por cerca de dois meses. As temperaturas mais baixas
podem ocasionar manchas de coloração vermelha ou marrom e depressões na
casca. A umidade também precisa ser controlada para não favorecer a incidência de
doenças.
TRANSPORTE

O transporte do produto deve ser realizado em veículos e equipamentos adequados,

limpos e higienizados. Frutos da PIC devem ser transportados separadamente, em
alguns casos podem ser transportados juntamente com frutas de outros sistemas de
produção, desde que embalados em caixas separadas e devidamente identificados.
As caixas devem preferencialmente serem plásticas e estarem limpas para evitar
contaminação e danos aos frutos por amassamento. Durante o transporte deve-se
evitar o pisoteio da carga e a sobrecarga para não causar dano aos produtos.

https://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Citros/CitrosNordeste/c
olheita.htm

https://ceagesp.gov.br/hortiescolha/hortipedia/laranja/
https://www.bnb.gov.br/s482-dspace/bitstream/123456789/1041/1/2021_CDS_198.pdf

https://pt.slideshare.net/agriculturasp/manual-de-classificacao-de-citros-de-mesa
(link classificação)
https://monografias.brasilescola.uol.com.br/agricultura-pecuaria/contextualizacao-da-laranja-
de-industria.htm