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E há sempre um senhor que acorda, 3) Como se pode observar pela

A MORTE DO LEITEIRO resmunga e torna a dormir. questão anterior, o interesse do


narrador não é identificar
Há pouco leite no país, Mas este entrou em pânico
detalhadamente a vítima, nem
é preciso entregá-lo cedo. (ladrões infestam o bairro),
não quis saber de mais nada. relatar as consequências do crime.
Há muita sede no país,
O revólver da gaveta O que pretende então?
é preciso entregá-lo cedo.
Há no país uma legenda, saltou para sua mão. 4) Transcreva uma passagem do
que ladrão se mata com tiro. Ladrão? se pega com tiro. poema onde o poeta diz que a
Os tiros na madrugada identificação da vítima não é
Então o moço que é leiteiro liquidaram meu leiteiro. importante.
de madrugada com sua lata Se era noivo, se era virgem,
5) O leiteiro, inconscientemente,
sai correndo e distribuindo se era alegre, se era bom,
não sei, deixa em cada manhã uma
leite bom para gente ruim.
é tarde para saber. mensagem. Segundo o poeta, como
Sua lata, suas garrafas
e seus sapatos de borracha ele consegue transmitir essa
vão dizendo aos homens no sono Mas o homem perdeu o sono mensagem?
que alguém acordou cedinho de todo, e foge pra rua. 6) Transcreva do poema versos
e veio do último subúrbio Meu Deus, matei um inocente. onde o poeta mostra qual a
trazer o leite mais frio Bala que mata gatuno
mensagem que o leiteiro vai
e mais alvo da melhor vaca também serve pra furtar
a vida de nosso irmão. deixando de madrugada.
para todos criarem força
Quem quiser que chame médico, 7) O poeta, nos versos 36 a 38, se
na luta brava da cidade.
polícia não bota a mão inclui no trabalho do leiteiro, pelo
Na mão a garrafa branca neste filho de meu pai. uso da 1ª pessoa do plural. Que
não tem tempo de dizer Está salva a propriedade. demostra tal atitude?
as coisas que lhe atribuo A noite geral prossegue, 8) O texto, por ser uma história,
nem o moço leiteiro ignaro. a manhã custa a chegar,
compõe-se de sequências. Ordene-
morador na Rua Namur, mas o leiteiro
estatelado, ao relento, as identificando a estrofe
empregado no entreposto
perdeu a pressa que tinha. correspondente:
Com 21 anos de idade,
sabe lá o que seja impulso a) O leiteiro entregando de
de humana compreensão. Da garrafa estilhaçada. madrugada o leite.
E já que tem pressa, o corpo no ladrilho já sereno b) O leiteiro procura não fazer
vai deixando à beira das casas escorre uma coisa espessa barulho.
uma apenas mercadoria. que é leite, sangue… não sei
Por entre objetos confusos, c) Mas sempre se faz barulho
mal redimidos da noite, naquela hora.
E como a porta dos fundos
duas cores se procuram, d) O homem arrependido ao redor
também escondesse gente
que aspira ao pouco de leite suavemente se tocam, do morto.
disponível em nosso tempo, amorosamente se enlaçam, e) A expectativa inicial.
avancemos por esse beco, formando um terceiro tom f) O moço entrega depressa sua
peguemos o corredor, a que chamamos aurora.
mercadoria.
depositemos o litro…
Carlos Drummond de Andrade g) A mistura do leite com o sangue
Sem fazer barulho, é claro, da vítima.
que barulho nada resolve.
Responda: h) O crime trágico.
Meu leiteiro tão sutil 1) O leitor conseguiu criar uma
de passo maneiro e leve, expectativa inicial ao redor de uma Produção de texto
antes desliza que marcha. tradição. Qual é? O poema “A morte do leiteiro” pode
É certo que algum rumor 2) O poema narra um crime. não ser um caso verdadeiro, porque
sempre se faz: passo errado, é uma criação poética. Transforme-
Especifique então:
vaso de flor no caminho,
a) a identidade da vítima: o num caso de crime autêntico e
cão latindo por princípio,
ou um gato quizilento. b) o local do crime: faça o relato detalhado, ao estilo de
c) a hora do crime: uma reportagem policial.

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