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CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DO LESTE DE MINAS GERAIS

PROJETO INTEGRADOR
GRAVICAR

JÚLIA SOARES DRUMOND


MARESSA REIS ALVES
PEDRO HENRIQUE SILVA SOARES VARGAS
ROBERT THALES ALMEIDA SILVA ALVES
RONYE KENNEDY SOUZA

CORONEL FABRICIANO
2020

1
CENTRO UNIVERSITÁRIO CATÓLICA DO LESTE DE MINAS GERAIS

GRAVICAR

Projeto Integrador apresentado ao


Centro Universitário Católica do
Leste de Minas

CORONEL FABRICIANO
2020

2
Sumário
SUMÁRIO DE FIGURAS ............................................................................................ 5
1 RESUMO .............................................................................................................. 6
2 OBJETIVOS ......................................................................................................... 7
2.1 Objetivo Geral ................................................................................................. 7
2.2 Objetivos Específicos ...................................................................................... 7
3 INTRODUÇÃO ..................................................................................................... 8
4 CRONOGRAMA .................................................................................................. 9
5 FUNDAMENTOS TEÓRICOS ........................................................................... 10
5.1 Trabalho ........................................................................................................ 10
5.2 Energia Cinética ............................................................................................ 13
5.3 Energia Potencial Gravitacional .................................................................... 15
5.4 Queda livre.................................................................................................... 17
6 TRANSFORMANDO ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL EM
ENERGIA CINÉTICA ................................................................................................ 18
6.1 Energia Potencial Gravitacional em Energia Cinética .................................... 18
6.1.1 O Berço de Newton ................................................................................ 21
6.1.2 O Desafio do Looping ............................................................................ 24
6.1.3 Ping-Pong .............................................................................................. 28
7 ISAAC NEWTON ............................................................................................... 31
8 MATERIAIS UTILIZADOS ............................................................................... 33
8.1 Tábua de madeira e Cabo de Vassoura .......................................................... 33
8.2 Rodas de patins ............................................................................................. 34
8.3 Dobradiças de guarda roupa .......................................................................... 35
8.4 Nylon (linha de pesca) ................................................................................... 36
8.5 Parafusos e buchas ........................................................................................ 37
8.6 Pedaço de 100mm de tubo PVC 3/4............................................................... 38
8.7 Papelão ......................................................................................................... 39
9 DESENVOLVIMENTO ...................................................................................... 40
9.1 O Carro Gravitacional ................................................................................... 40
9.2 GraviCar ....................................................................................................... 42
9.3 Deslocamento................................................................................................ 43
9.4 Velocidade Média ......................................................................................... 44
9.5 Aceleração Média.......................................................................................... 45
9.6 Trabalho ........................................................................................................ 47
9.7 Energias ........................................................................................................ 48
9.7.1 Energia Cinética ..................................................................................... 48
9.7.2 Energia Potencial Gravitacional ............................................................. 48
9.7.3 Energia Mecânica ................................................................................... 48
9.8 Massa do Objeto Associado a Força Gravitacional ........................................ 49
9.9 Diagrama de corpo livre na descrição das forças do sistema .......................... 51
10 TABELA ............................................................................................................. 52
10.1 Deslocamento por Tempo .......................................................................... 52
10.2 Aceleração por Tempo ............................................................................... 53
10.3 Força Peso ................................................................................................. 54
11 RESULTADOS E DISCUSÃO ........................................................................... 55
12 CONSIDERAÇÕES FINAIS ............................................................................... 56

3
13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ................................................................. 57

4
SUMÁRIO DE FIGURAS

FIGURA 1 15
FIGURA 2 19
FIGURA 3 19
FIGURA 4 20
FIGURA 5 21
FIGURA 6 22
FIGURA 7 22
FIGURA 8 24
FIGURA 9 25
FIGURA 10 26
FIGURA 11 27
FIGURA 12 27
FIGURA 13 28
FIGURA 14 29
FIGURA 15 29
FIGURA 16 30
FIGURA 17 33
FIGURA 18 33
FIGURA 19 34
FIGURA 20 36
FIGURA 21 42
FIGURA 22 51

5
1 RESUMO

Este relatório tem por objetivo descrever as atividades desenvolvidas pelo


grupo durante a elaboração do projeto integrador com a finalidade de
aperfeiçoar os conhecimentos adquiridos durante o semestre de ensino atual. A
finalidade do projeto integrador é proporcionar ao estudante experiência prática
na sua linha de formação, concedendo-lhe complementação do ensino e da
aprendizagem, ressaltando as principais características do perfil profissional de
cada membro do grupo, sendo elas tanto sociais, profissionais e culturais,
tendo como resultado uma reflexão real e futurista dos novos cenários
socioeconômicos. O Projeto é a oportunidade para que os estudantes
coloquem em prática os conhecimentos adquiridos em sala de aula, de maneira
que possam vivenciar a teoria, absorvendo melhor os conhecimentos.
O grupo entrou em comum acordo do objeto selecionado, um carro
gravitacional, nomeado pelo grupo como GraviCar. Um carro gravitacional é um
veículo sem motor que se move usando a força criada pela gravidade. Sua
estrutura é projetada de tal forma que pode se mover com a ajuda de forças
gravitacionais. Ele se move devido à força criada pela gravidade. Em física, a
energia potencial gravitacional do carro de gravidade é convertida em energia
mecânica.

6
2 OBJETIVOS

2.1 Objetivo Geral

Este projeto tem como objetivo apresentar o protótipo, definido pelo grupo,
construído com materiais recicláveis e de fácil acesso, que utilizam os
conceitos de energia mecânica na produção de trabalho e que atenda os
objetivos propostos, bem como atenda o solicitado pelas disciplinas do
semestre: Cálculo II, Física I e Química e Materiais.
Tendo como principal foco aprimorar os conhecimentos já adquiridos através
das aulas realizados ao longo do período, demonstrando a eficiência
acadêmica resultante da parceria entre alunos, professores e instituição de
ensino.

2.2 Objetivos Específicos

O protótipo deve ter obrigatoriamente os seguintes padrões:


 Materiais de fácil acesso e recicláveis;
 Massa limite de (1,5 ± 0,1) kg;
 Distância mínima percorrida (2,0 ± 0,1) m;
 Cálculos das grandezas físicas associadas;
 Construção de gráficos e tabelas;
 Interpretações dos resultados;
 Cálculo de área a partir de funções matemáticas;
 Descrever estruturas dos materiais;
 Descrever as ligações químicas dos materiais utilizados;

7
3 INTRODUÇÃO

A formação profissional de um estudante requer diversos processos que são


cobrados de acordo com o nível de formação. Durante o semestre atual foi
solicitado a elaboração de um Projeto Integrador. O projeto integrador se
constitui no âmbito estratégico de ensino e aprendizagem, com o objetivo de
proporcionar a interdisciplinaridade dos temas abordados nos módulos
estudados ao longo do curso. Por isso, esse projeto é considerado o método de
pesquisa e extensão de cada módulo integrando toda a disciplina estudada de
um modo geral.
Foi escolhido pelo grupo a criação de um protótipo que demonstre de forma
clara a transformação de energia potencial gravitacional em energia cinética,
onde todos os integrantes do grupo se uniram para que pudessem, através da
troca de conhecimentos e esforço conjunto, criar um carro onde a gravidade é
quem controla a velocidade, a aceleração e a direção da força da gravidade do
carro e com as atividades desenvolvidas possibilitaram o confronto entre o
conhecimento teórico e a prática, compreendendo a grande importância das
disciplinas cursadas neste semestre bem como auxiliando o desenvolvimento
profissional, agregando valores aos processos exercidos, percebendo-os como
um elo facilitador no sentido de melhor receber adequação e entendimento de
nossa futura área de atuação.

8
4 CRONOGRAMA

9
5 FUNDAMENTOS TEÓRICOS

5.1 Trabalho

Do ponto de vista da Física o conceito de Trabalho é diferente daquele usado


diariamente, onde qualquer tipo de serviço ou tarefa é designado trabalho.
Fisicamente, trabalho é a grandeza que mede a energia de um corpo. Para
conceituar energia, busca - se definir trabalho e uma maneira de fazê-lo é
observar o efeito de uma força ou da resultante de várias forças sobre um
corpo, provocando seu deslocamento. Se uma força constante (F) age sobre
um corpo e produz um deslocamento (d), o trabalho realizado é expresso por:

Onde θ é o ângulo entre os vetores força e deslocamento. Considerando a


força e o deslocamento na direção x, teremos para o trabalho:

Graficamente, o trabalho realizado por uma força constante na mesma direção


e sentido do deslocamento (de x 1 para x 2) é a área sob a reta, destacada em
azul n o gráfico abaixo.

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Diz –se que uma força é conservativa quando o trabalho por ela realizado é
independente da trajetória, ou seja, para um corpo que se move de um ponto A
para outro ponto B sob ação dessa força, o trabalho é independente da
trajetória percorrida entre esses dois pontos.
Para o caso de trabalho realizado por uma força variável, atuando na mesma
direção do deslocamento provocado, o gráfico da força versus posição é
mostrado abaixo.

Onde a curva F x d foi dividida em pequenas regiões de força constante, que


provocam um deslocamento infinitesimal ∆xi. O trabalho é obtido pela soma de
todos os retângulos de área Fx.∆xi:

No limite de ∆x i tendendo a zero.

A definição de trabalho acima elaborada é uma forma ou maneira de se


representar matematicamente esta grandeza. Ela não fornece o significado de

11
trabalho, mas decorre do modelo matemático que descreve de maneira mais
adequada possível a situação física em que essa grandeza está envolvida. O
conceito de energia pode agora ser explorado.

12
5.2 Energia Cinética

Energia Cinética é a capacidade que os objetos, partículas ou corpos possuem


para realizar Trabalho, capacidade esta devida ao movimento. A segunda Lei
de Newton relaciona a força FR resultante sobre um corpo de massa m, com
aceleração a que ele adquire sob a ação desta força:

A aceleração adquirida pelo corpo é uma medida da variação da sua


velocidade; assim se V0 for a velocidade inicial, V a velocidade final e ∆S o
deslocamento sofrido, a equação de Torricelli relaciona estas grandezas como:

Substituindo a relação da aceleração que está acima na relação da força


resultante obteremos que:

O Trabalho realizado pela força ao longo do deslocamento é:

13
Logo:

A relação à cima é conhecida como Teorema da Energia Cinética, e afirma que


“O trabalho da resultante das forças que atuam sobre um corpo é igual a
variação da Energia Cinética sofrida pelo corpo”. A relação que envolve a
produto do fator (1/2) pela massa e pelo quadrado da velocidade é conhecida
como Energia Cinética Ec do corpo.

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5.3 Energia Potencial Gravitacional

Esse tipo de energia é uma propriedade de dois corpos, ou seja, está


relacionada à atração gravitacional entre corpos. Na interação gravitacional
entre a Terra e um dado corpo, energia é armazenada devido à posição do
corpo em relação a superfície terrestre, assim ele tem energia potencial
gravitacional. Seja o caso ilustrado na figura a seguir, em que um guindaste
sustenta um carro de massa M a uma altura H do solo.

FIGURA 1 – Guindaste segurando um carro a uma altura H do solo, nesta situação associa-se ao carro uma
energia potencial gravitacional MgH.

Neste processo, o carro foi deslocado na vertical a partir do solo, e, portanto,


houve realização de trabalho. A tração do cabo de aço é igual (em intensidade)
e contrária (em sentido) à força gravitacional (Peso) que a Terra exerce no
carro. Deste modo, o trabalho realizado foi:

Como trabalho é a medida da energia do corpo, nesta situação o trabalho é a


medida da energia armazenada no carro enquanto se encontra à altura H do
solo. Portanto, a Energia Potencial Gravitacional é expressa matematicamente
como:

15
A energia potencial gravitacional de um corpo depende da origem do
referencial em relação ao qual se mede a distância ou altura H.

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5.4 Queda livre

Queda livre é um movimento vertical que consiste na queda dos corpos sem o
efeito da força de atrito. Aqui na Terra alguns corpos que caem de pequenas
alturas em relação ao chão fazem-no de maneira próxima a uma queda livre
ideal.
O movimento de queda livre foi estudado pelo físico italiano Galileu Galilei. De
acordo com os seus estudos, Galileu mostrou que corpos em queda livre,
mesmo os de massas diferentes, chegariam ao chão ao mesmo tempo, pois
estariam sujeitos à mesma aceleração.
A queda livre é, portanto, um movimento descrito pelos corpos, abandonados a
uma certa altura, que acontece exclusivamente pelo efeito da gravidade local.
Nesse tipo de movimento, desconsideramos o efeito das forças de arraste ou
atrito.
A queda livre é um movimento uniformemente variado, ou seja, um corpo em
queda livre tem a sua velocidade aumentada a taxas constantes. Quando um
corpo é abandonado em alturas próximas à superfície da Terra, a velocidade
em que ele cai aumenta a uma taxa de 10 m/s, o que é o mesmo que dizer que
a aceleração da gravidade terrestre é de 10 m/s², cerca de 36 km/h a cada
segundo.

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6 TRANSFORMANDO ENERGIA POTENCIAL GRAVITACIONAL EM

ENERGIA CINÉTICA

Apresenta-se dois brinquedos que em seu funcionamento envolvem


transformação de Energia Potencial Gravitacional em Energia Cinética, são
eles: o Carrinho Saltador e o Berço de Newton. Na segunda parte apresenta-
se aqueles onde há transformação de Energia Cinética para Energia Potencial
Gravitacional, que serão: Desafio do Looping e o Ping-Pong.

6.1 Energia Potencial Gravitacional em Energia Cinética

O Carrinho Saltador: é um brinquedo facilmente achado no mercado e está


mostrado na figura 2. Ele consta de uma pista, um elevador, carrinhos e um
arco por onde o carrinho poderá passar ao deixar a pista.
Para a montagem do experimento é necessário seguir os passos sugeridos no
manual que vem junto com o brinquedo. A pista plástica flexível é presa a uma
porta e na sua extremidade superior encaixa-se o elevador que leva
manualmente o carrinho até o topo da pista, liberando-o em seguida. Na
extremidade inferior, em frente a ela, coloca–se um aro ou anel de papelão por
onde o carrinho poderá ou não passar. Esta extremidade pode ficar paralela ao
chão ou em angulo com ele, o que se ajusta facilmente. A figura abaixo mostra
a montagem do brinquedo (Figura 2), a altura da rampa no final da pista e o
anel em frente desta.

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FIGURA 2 – Montagem da pista do elevador do brinquedo – Carrinho Saltador, uma das extremidades da pista
na porta e outra livre no chão.

O funcionamento do brinquedo passa pelas seguintes etapas:

1. Colocar o carrinho no elevador.


2. Elevá-lo até o topo puxando a cordinha (Fig. 3).

FIGURA 3 – Em vermelho mostra-se o elevador do carrinho e em azul a base de onde o carrinho é abandonado.

3. Ao atingir a altura máxima, o carrinho é liberado para percorrer a pista


iniciando sua descida.
4. Ao termino da pista o carrinho passa pela rampa d e lançamento e
ocorre o salto.

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5. O carrinho poderá ou não passar pelo anel, dependendo da distância
anel/pista e da altura que o carrinho foi abandonado.
6. Caso o carrinho não atravesse o anel, a regulagem deverá ser
modificada, mudando - se a altura d da rampa e/ou a distância D do anel
até ela (Figura 4).

FIGURA 4 – A extremidade inferior da pista e sua regulagem que permite leva-lo a uma altura máxima D em
relação ao solo. As diferentes alturas ou ângulos com que o carrinho deixa a pista determinam o seu alcance, o
aro por onde o carro pode passar é livre para ser posicionado a qualquer distancia D do final da pista.

Quando o carrinho é elevado até a extremidade superior da pista (topo da


porta), conforme ele vai ganhando altura vai também armazenando Energia
Potencial Gravitacional até que atinja a altura h em relação ao solo. Após
atingir a altura h, o carrinho é liberado para descer a pista e então vai
ganhando a energia de movimento ou Energia Cinética. À medida que ele vai
perdendo altura, perde a Energia Potencial Gravitacional e ganha Energia
Cinética ficando cada vez mais rápido até atingir o ponto mais baixo da pista.
Nesta posição ele encontra uma pequena rampa que o faz saltar podendo
atravessar ou não o aro.
A massa M do carrinho pode ser aferida em uma balança e a altura h em que é
abandonado pode ser medida com um metro. O produto dará o valor da
energia potencial gravitacional do carrinho. Admitindo-se que não há perda por
atrito com o ar e a pista, pode -se determinar a velocidade do carrinho ao
chegar à rampa. Usando a lei de conservação de energia para o sistema que é

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o carrinho, tem - se

Com este brinquedo o professor torna mais concreto o estudo das


transformações de energia potencial gravitacional em cinética. Em outro
contexto, poderá também explorar as questões do movimento em duas
dimensões e a independência do movimento em cada uma delas. O estudo do
alcance do carrinho, em função da altura que ele é abandonado e da inclinação
da extremidade final da pista também pode ser ilustrado e avaliado com este
mesmo brinquedo.

6.1.1 O Berço de Newton

Não é apenas um brinquedo, mas também um objeto de decoração. É


composto por duas hastes presas em uma base de madeira ou plástico, e
nelas estão presos fios de nylon de mesmo comprimento e que sustentam
esferas metálicas (um fio de cada lado da haste, ou seja, cada esfera é presa
por dois fios de nylon) de mesma massa e volume, como mostra a figura 5 a
seguir.

FIGURA 5 – Fotografia do brinquedo do Berço de Newton.

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A interação com o brinquedo e seu “funcionamento” acontece da seguinte
maneira: desloca - se a primeira ou a última esfera do conjunto até uma
determinada altura h abandonando -a em seguida. Após a primeira esfera
entrar em contanto com a segunda, a última esfera inicia seu movimento de
subida com a velo cidade praticamente igual à da primeira esfera e assim ela
consegue subir a uma altura muito próxima de h, como se ilustra nas figuras 6
e 7. É interessante observar que as demais esferas permanecem em repouso.

FIGURA 6 – A elevação da esfera 1 a uma altura h em relação a posição de repouso das demais esferas.

FIGURA 7 – Na posição de contato da esfera 1 com a 2, a esfera 1 tem energia potencial gravitacional nula
(h=0) e energia cinética máxima. Esta energia cinética é transferida até a esfera 6, que por ser livre, transforma
esta energia em potencial gravitacional, elevando-se à altura h.

Se ao invés de uma única esfera forem elevadas as duas primeiras até a altura
h, observa - se que as duas últimas esferas vão se deslocar e ganhar altura
equivalente a h.

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No início quando se eleva a primeira esfera até a altura h estamos fornecendo
a ela Energia Potencial Gravitacional; quando ela é solta e vai perdendo altura
passa a ganhar velocidade, ou seja, a Energia Potencial Gravitacional é
transformada gradativamente em Energia Cinética, até que ao voltar à sua
posição inicial junto ás demais esfera s toda a Energia Potencial Gravitacional
é transformada em Energia Cinética. Como esta primeira esfera colide com a
segunda, há transferência de energia cinética e momentum para ela e na
sequência para a terceira e assim por diante, até chegar à última esfera que
não possui mais nenhuma outra ao seu lado e então toda essa Energia
Cinética é transformada novamente em Energia Potencial Gravitacional
elevando-a a altura próxima de h. O processo se repete, invertendo o sentido
de deslocamento das esferas, da primeira para a última e da última para a
primeira. No caso ideal, sem atrito dos fios e esferas com o ar ou dos fios com
as hastes de suspensão, o movimento será perpetuado e tanto a altura h como
a velocidade das duas esferas opostas no conjunto, serão sempre iguais.
Como há perda de energia pelo atrito, chegará o momento em que as esferas
ficarão em repouso, cessando todo o movimento. O fato da última esfera atingir
uma altura h equivalente à altura de lançamento da primeira, mostra que ela
ganhou praticamente toda a energia e quantidade de movimento da primeira
esfera. Deste modo, houve conservação de energia e de quantidade de
movimento.
Além de ilustrar e favorecer discussões sobre transformação e conservação de
energia, este brinquedo permite explorar também a conservação da quantidade
de movimento, o estudo de colisões e o coeficiente de restituição de um corpo
ou superfície.
Outros brinquedos permitem entender a transformação inversa à descrita
acima, ou seja, a transformação de Energia Cinética em Energia Potencial
Gravitacional são eles: O Desafio do Looping e o Ping -Pong.

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6.1.2 O Desafio do Looping

Consiste de um carrinho, um disparador de plástico que permite fornecer para


o carrinho até sete diferentes velocidades iniciais e uma pista com dois
caminhos sendo um deles o looping interno com um raio aproximado de seis
centímetros e o outro caminho pelo lado externo ao looping. Segue foto dos
elementos que compõem esse brinquedo.

FIGURA 8 - A figura mostra em primeiro plano o disparador e em segundo Plano os carrinhos e a pista com
suas duas possíveis entradas: a entrada preta (que leva ao percurso interno ou looping) e a entrada verde
(percurso externo).

Para o funcionamento deste brinquedo basta encaixar o disparador junto à


pista e no seu interior colocar o carrinho. O disparador tem sete dentes que
significam diferentes compressões da mola no seu interior e, portanto, sete
diferentes valores da energia potencial elástica. Ao acionar o botão apropriado,
libera-se o carrinho em contato com a mola dentada e praticamente toda a
energia da mola é transferida para o carrinho na forma de energia cinética.
Pode-se escolher a entrada da pista na qual se colocará o disparador/carrinho.
Na figura 8, a entrada preta permite que o carrinho venha a descrever o looping
se tiver energia cinética suficiente para tanto. Na entrada verde, o carrinho fará

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um percurso externo ao looping, que equivale a uma forma semiesférica. Os
dois diferentes percursos serão analisados a seguir.
Caminho externo: Para que o carrinho complete o percurso externo é
necessário que sua Energia Cinética na entrada, seja suficiente para ele
chegar ao topo da curva onde essa energia será transformada em Energia
Potencial Gravitacional, equivalente a Mg (2R), onde 2R é o diâmetro da pista
circular. A partir desta situação, a Energia Potencial Gravitacional é
transformada em Energia Cinética pois o carrinho vai perdendo altura e,
portanto, ganhando velocidade.
Caso a Energia Cinética inicial seja insuficiente, o carrinho atingirá uma altura
menor que 2R e assim retorna há pelo caminho que ele veio, invertendo o
sentido de sua velocidade. Como já mencionado anteriormente, Energia
Cinética do carrinho é decorrente da Energia Potencial Elástica da mola com a
qual ele estava em contato no disparador, sendo assim, cabe a nós descobrir
qual é o menor nível (dos sete níveis existentes) para o qual o carrinho consiga
essa velocidade mínima e assim supere essa altura 2R em relação ao solo de
onde foi disparado (figura 8). As considerações sobre a altura feitas nestes dois
últimos parágrafos, levam em conta que o sistema de referência se encontra na
base do looping, como é mostrado na figura 9.

FIGURA 9 – O carrinho na sua posição 2R (em relação ao solo) de máxima energia potencial gravitacional.

Caminho interno: O caminho interno corresponde ao chamado “looping” e nesta


situação valem as mesmas considerações sobre energia e suas
transformações feitas para o caminho externo.

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Pode- se destacar, no entanto, que ao descrever o “looping” uma interessante
questão pode surgir. Por que o carrinho não cai quando está na parte mais alta
do looping, mas continua o seu movimento até completá-lo? A resposta
envolve a análise das forças atuantes no carrinho e para tanto consideremos
as figuras 10, 11 e 12.
Para facilitar a visualização de alguns vetores sobre o carrinho nestas figuras,
utiliza - se a cor azul para representar a direção e o sentido da aceleração
gravitacional e a cor vermelha para a direção e o sentido do vetor velocidade.

FIGURA 10 – O carrinho se aproximando do looping e em seguida no ponto mais alto do looping. Os vetores de
velocidade e aceleração gravitacional são mostrados nas duas posições do carrinho.

Na parte esquerda da figura acima observa -se o carrinho se aproximando da


curva com a velocidade no sentido e direção do movimento e a aceleração
gravitacional que está apontando “para baixo”. No ponto mais alto da curva,
desenho do lado direito da figura, estes mesmos vetores são mostrados em
suas respectivas direções.
Após atingir a curva e começar a percorrê-la, o carrinho começa a sofrer a
ação da força centrípeta ganhando, portanto, aceleração centrípeta
(representada na próxima figura por um vetor verde). Essa aceleração tem
sempre direção radial em relação a curva descrita pelo corpo e possui o
sentido de fora para dentro da curva, como mostrado na figura 11.

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FIGURA 11 - Vetores velocidade, aceleração centrípeta e aceleração gravitacional na posição 2R do carrinho.

Força centrípeta é o nome dado à resultante das forças que atuam sobre
qualquer corpo em movimento circular uniforme. No topo do percurso interno
da pista, duas forças estão agindo sobre o carrinho: a força Peso P e a força de
reação da pista que é a força Normal “N (além da força de atrito que não é
relevante nesta discussão), mostradas na figura 12.

FIGURA 12 – Representação das forças atuantes no carrinho na posição 2 R.

A resultante destas forças é a Força Centrípeta como expressa a relação:

Como P é constante, pois massa do carro e aceleração gravitacional são


constantes, a força centrípeta atingirá seu menor valor quando N for nula, o
que equivale dizer que o carrinho passa pelo topo sem tocar a superfície da
pista apenas acompanhando a sua curvatura. A velocidade neste ponto é
mínima e igual a raiz quadrada do produto do raio pela aceleração da

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gravidade, ou seja, √. Esta é a velocidade mínima que o carrinho precisa ter no
topo da curva para não cair e que fornece o valor da sua energia cinética
mínima de entrada no percurso interno para executar o looping completo.

6.1.3 Ping-Pong

Este brinquedo, que não possui nenhuma semelhança com o esporte Tênis de
Mesa, mas sim com uma catapulta, é um brinquedo de madeira que possui
uma base e uma haste pressa a ela. A haste se fixa à base por dois pontos:
sua parte central elevada por um apoio e uma das suas extremidades. Em
cada extremidade da haste tem-se um copinho e presa ao seu centro encontra-
se uma esfera ligada a um barbante, observe a figura 13.

FIGURA 13 - O brinquedo artesanal conhecido como “Ping-Pong” ou Catapulta.

Na sua posição original, antes do manuseio, a esfera de madeira dentro do


copo na extremidade livre, tem uma Energia Potencial Gravitacional expressa
em termos da sua distância em relação à base do brinquedo. Quando se
pressiona esta extremidade de modo a tocá-la na base, a haste armazena
energia potencial elástica. A esfera perde energia potencial gravitacional mas
ganha com a haste a energia potencial elástica.

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FIGURA 14 - Seta vermelha indica o local onde se pressiona a extremidade livre da catapulta de modo a lançar
a esfera.

Ao eliminar a pressão liberando a haste, ela funciona como uma mola que
deixou de ser comprimida, e então transfere sua Energia Potencial Elástica
para a esfera que ganha movimento e, portanto, Energia Cinética. Com esta
energia ganha, a bola descreve um semicírculo, pois ela está presa ao
barbante, cujo comprimento é calculado de modo que fornecendo -se energia
potencial elástica adequada à haste, a bola em movimento venha a cair
exatamente no segundo copo. No percurso circular a Energia Cinética aos
poucos é transformada em Energia Potencial Gravitacional como consequência
do ganho de altura da bola, altura está limitada ao comprimento do fio (figura
15 e figura 16).

FIGURA 15 - Ilustração da esfera ganhando Energia Potencial Gravitacional à medida que perde Energia
Cinética.

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FIGURA 16 - A altura máxima que a esfera pode atingir é limitada pelo fio esticado.

Os brinquedos aqui apresentados não são os únicos que podem ser usados
para exemplificar as transformações entre energia cinética e potencial
gravitacional. Também o estudo das energias não esgota todas as
possibilidades de temas ou tópicos de Física que podem discutidos de forma
lúdica com estes brinquedos.

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7 ISAAC NEWTON

Isaac Newton nasceu em Woolsthorpe, uma pequena aldeia da Inglaterra,


no dia 4 de janeiro de 1643. Nasceu prematuro e logo ficou órfão de pai.
Com dois anos, quando sua mãe voltou a casar, Isaac foi morar com sua
avó. Desde cedo manifestava interesse por atividades manuais. Ainda
criança, fez um moinho de vento, que funcionava, e um quadrante solar de
pedra, que se acha hoje na Sociedade Real de Londres.
Com 14 anos, foi levado de volta para a casa de sua mãe, cujo marido
acabara de falecer, para ajudar no trabalho da lavoura. Em vez de se
dedicar aos seus afazeres, passa o tempo imerso na leitura. Com 18 anos
foi aceito no Trinity College, da Universidade de Cambridge. Passou quatro
anos em Cambridge e recebeu seu grau de Bacharel em Artes, em 1665.
Tornou-se amigo do Professor Isaac Barrow, que o estimulou a desenvolver
suas aptidões matemáticas, tornando-o seu assistente.
Entre 1665 e 1667, durante o tempo em que a universidade ficou fechada,
em consequência de uma epidemia de peste bubônica, que assolou a
Inglaterra e matou um décimo da população, Isaac Newton teve que voltar
para a casa. Nesse período, Newton fez as descobertas mais importantes
para a ciência: descobriu a lei fundamental da gravitação, imaginou as leis
básicas da Mecânica e aplicou-as aos corpos celestes, inventou os métodos
de cálculo diferencial e integral, além de estabelecer os alicerces de suas
grandes descobertas ópticas.
Em 1666, Newton foi o único a perceber a lei que seria básica para a
compreensão de vários fenômenos – antes inexplicáveis – que ocorriam no
universo. Ao cair da árvore, a mais célebre maçã da história da ciência,
motivou em Newton a ideia de gravitação universal. “Por que caiu a maçã?
”, partindo dessa pergunta, chegou à descoberta de uma das mais
importantes leis científicas.
Isaac Newton elaborou então uma das mais fundamentais de todas as leis,
a “lei da gravitação universal”. Nela sustentou e provou que cada partícula
de matéria atrai toda partícula outra, de matéria.

31
Não é só a Terra que puxa para seu centro a maçã da árvore, mas também
a maçã puxa a Terra, essa lei aplica-se a todos os planetas. O Sol atrai a
Terra, esta atrai a Lua e a Lua atrai a Terra. Newton mostrou que a força
entre os corpos depende de sua massa, como da proximidade deles. E
ensinou como calcular essas forças.
Isaac Newton estabeleceu três “leis do movimento”, ou “Leis de Newton”:

 A primeira lei diz que “um corpo em repouso permanece em repouso


se não é forçado a mudar, um corpo que se move continuará a
mover-se com a mesma velocidade e no mesmo sentido, se não for
forçado a mudar”.
 A segunda lei “mostra que a quantidade de força pode ser medida
por uma proporção de mudança observada no movimento”. Essa
proporção é o que se chama de aceleração e refere-se à rapidez do
aumento ou da diminuição da velocidade.
 A terceira lei diz que “toda ação causa uma reação, e que a ação e a
reação são iguais e opostas”.

32
8 MATERIAIS UTILIZADOS

8.1 Tábua de madeira e Cabo de Vassoura

Na composição química da madeira encontram-se a celulose e as


hemiceluloses, polissacarídeos de estrutura semicristalina que sustentam a
parede celular, e a lignina, composto aromático, tridimensional, que na
planta funciona no transporte de água e nutrientes dentro da estrutura
vascular e confere sustentação e resistência. Além dos componentes
macromoleculares responsáveis pela composição da parede celular, os
extrativos possuem baixo peso molecular e são tipicamente associados à
biodegradabilidade, cor e flamabilidade da madeira.
As propriedades físicas estão mais fortemente relacionadas a qualidade da
madeira. Dentre os principais comportamentos da madeira tidos como
indesejáveis, diversos autores afirmam que a estabilidade dimensional é
uma das principais causas de desperdícios de recursos no processamento
da madeira, especialmente espécies de rápido crescimento. A estabilidade
dimensional da madeira pode ser caracterizada pela contração ou
inchamento da madeira, quando em contato com a água, e está relacionada
à capacidade da madeira em absorver água higroscópica. Esse mecanismo
ocorre devido às interações existentes entre moléculas de água e hidroxilas
presentes nos polissacarídeos da madeira, através das ligações de
hidrogênio.

FIGURA 17 – Tábua de madeira FIGURA 18 – Cabo de Vassoura

33
8.2 Rodas de patins

As rodas de patins são feitas de um composto chamado poliuretano. A cor


da roda nada mais é que o corante usado na fabricação, que facilita muitas
vezes a dureza da roda (mais macia ou mais dura). Não existe roda de
silicone ou de gel, as rodas ficam transparentes por esta ser a cor do
composto. Elas variam entre 62mm e 76mm para recreação, 76mm e
100mm para fitness, 50mm e 60mm para radical, 90mm e 110mm para
velocidade e 76mm a 84mm para slalom (estamos falando da largura da
roda).
A dureza da roda também pode influenciar em performance e durabilidade.
Numa superfície lisa, uma roda mais dura terá mais velocidade e maior
durabilidade (porém menos estabilidade). Numa superfície irregular, uma
roda mais macia dá maior conforto ao patinador, porém menor durabilidade.
A dureza é informada na roda, acompanhada pela letra A. Por exemplo,
uma roda com dureza 85A é mais dura que uma roda com dureza 78A.
Quanto maior o número antes do A, mais dura é a roda.

FIGURA 19 – Rodas de Patins

34
8.3 Dobradiças de guarda roupa

A dobradiça é um dispositivo mecânico que conecta dois objetos, permitindo


a articulação entre eles. As dobradiças costumam ser fabricadas em metal,
normalmente aço ou latão, mas também plástico e alumínio, geralmente
contendo duas peças, cada uma delas fixa a um objeto, ligadas por um
eixo, que permitirá a articulação. Podem ser fabricadas
por usinagem ou fundição. Quanto à aplicação existem modelos adequados
para portas ou compartimentos, embutidas ou sobrepostas, ficando a critério
do projetista definir o uso. A fixação destes produtos varia de acordo com o
modelo e/ou tecnologia aplicados, podendo ser soldada, rebitada,
parafusada ou encaixada.

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8.4 Nylon (linha de pesca)

A mistura de ácido adípico e hexametilenodiamina dá origem à fibra


sintética. Para que a fibra se torne elástica e resistente, precisa ser fundida
em altas temperaturas, ou seja, em ponto de fusão elevado, o que não é
problema para a longa cadeia do nylon. O nylon da linha de pesca tem
mesmo pontes de hidrogênio.

FIGURA 20 – Fio de Nylon

36
8.5 Parafusos e buchas

Os parafusos são feitos em uma larga gama de materiais, com muitas


variedades de aço que são talvez os mais comuns. Onde é necessário
resistência ao tempo e a corrosão , o aço inoxidável, o titânio , o bronze são
os materiais mais utilizados. Alguns tipos de plástico, tais como
o nylon ou Teflon, podem ser aplicados para uma sustentação que requer
uma força moderada e grande resistência à corrosão ou isolação elétrica.
Mesmo a porcelana e o vidro podem ser moldados as linhas de parafusos
que são usadas nas aplicações tais como isoladores elétricos.
O mesmo tipo de parafuso pode ser feito em muitas classes diferentes do
material. Para aplicações críticas de elevada tensão/força, onde os
parafusos de baixa qualidade podem falhar, tendo por resultado danos ou
ferimento. Nos parafusos SAE, um teste padrão distintivo do funcionamento
é imprimido nas cabeças para permitir a inspeção e o validação da força do
parafuso. Tais parafusos inferiores são um perigo à vida e à propriedade
quando usados em aviões, automóveis, caminhões pesados, e aplicações
críticas similares

37
8.6 Pedaço de 100mm de tubo PVC 3/4

PVC é a sigla usada para identificar o polímero de adição policloreto de


vinila. Ele é obtido pela reação de polimerização de cloretos de vinila
(cloroeteno). Assim como ocorre com os outros polímeros de adição, a
ligação dupla entre os carbonos é rompida, permitindo então a formação de
ligações simples entre as moléculas do cloreto de vinila.

38
8.7 Papelão

O cartão ou papelão é um tipo mais grosso e resistente de papel,


geralmente utilizado na fabricação de caixas, podendo ser liso ou enrugado.
É produzido dos papéis compostos das fibras da celulose, que são virgens
ou reciclados.
Por este motivo o papelão e seus produtos são frequentemente alvo de
processos de reciclagem, gerando toda uma indústria deste processo,
desde sua coleta até sua logística e reprocessamento na indústria de
produção de papelão.
O tipo mais comum de papelão é o papelão ondulado, composto de três
camadas. Tomando como exemplo uma caixa de papelão, teremos a
camada mais externa, que tem função de proteção e revestimento. A
camada intermediária, também conhecida como "enchimento", é a camada
mais volumosa, geralmente composta de um papel grosso disposto de
forma ondulada. Finalmente, temos a camada mais interna, com função de
revestimento da mesma forma que a primeira camada, porém sendo de um
material com menor espessura.

39
9 DESENVOLVIMENTO

9.1 O Carro Gravitacional

O Carro Gravitacional é um veículo sem motor que se move usando a força


criada pela gravidade. Sua estrutura é projetada de tal forma que pode se
mover com a ajuda de forças gravitacionais. Portanto, não há ninguém que
esteja realmente controlando ou pilotando, a gravidade é quem controla a
velocidade, a aceleração e a direção da força da gravidade do carro. A
gravidade sobre o peso cria força para a frente e esta é a razão pela qual o
carro se move.
O carro de gravidade se move devido à força criada pela gravidade. Em física,
a energia potencial gravitacional do carro de gravidade é convertida em energia
mecânica.
Sabemos que o carro gravitacional se move devido à força criada pela
conversão da energia potencial gravitacional em energia mecânica. A estrutura
do carro de gravidade é tal que usa a energia criada pelo peso e pela
gravidade de um carro. A energia potencial gravitacional é convertida em
energia mecânica que empurra o carro na direção desejada, no caso para
frente.
Sir Issac Newton é creditado com a descoberta da gravidade quando ele
supostamente viu uma maçã cair de uma árvore e se perguntou por que a
maçã foi atraída pela terra. Isso levou Newton a publicar sua Lei da Gravitação
Universal na década de 1680, que descreveu que a gravidade era uma força
previsível que atua sobre toda a matéria do universo e é uma função tanto da
massa quanto da distância.
Portanto, quanto mais distantes as massas estão separadas, ou quanto menos
massiva a massa, menor a força gravitacional agindo entre elas. Newton
desenvolveu as fórmulas que ainda usamos hoje: Força gravitacional = (G * m1
* m2) / (d2). Aqui 'G' é a constante gravitacional, 'm1' e 'm2' são as massas dos
dois objetos e 'd' é a distância entre os centros de gravidade das duas massas.

40
Albert Einstein nos deu uma teoria da gravidade diferente no início do século
XX. Como parte de sua Teoria da Relatividade Geral, oferecendo uma
explicação diferente da Lei da Gravitação Universal de Newton. Einstein propôs
que a gravidade não era uma força; ele propôs que era uma 'distorção na
forma de espaço-tempo', conhecida como "a quarta dimensão".
Um dia, talvez, descobriremos como exatamente e por que o que sobe desce
novamente, mas até aquele momento, devemos nos contentar em saber que
toda matéria atrai e que o planeta Terra está seguro em sua órbita e improvável
que colida em nossa estrela, ou que nossa xícara de café quente não flutue
para fora da mesa.
O Gravicar é um veículo movido a energia potencial gravitacional que
armazena em uma determinada massa em um fio que é acoplado ao eixo
traseiro do carro por meio de uma polia no topo de uma plataforma
alta. Conforme os pesos caem e perdem energia potencial gravitacional, a
corda gira as rodas e o carro começa a se mover.
Embora a fórmula de trabalho W = Fd não prove que a gravidade funcione no
carro, a energia cinética vem da mudança na energia potencial gravitacional. A
gravidade atua no bloco em queda, que então atua no carro que, por sua vez,
causa o atrito do solo para fazer o trabalho no carro. O trabalho feito pela
gravidade é o que chamamos de mudança na energia potencial.

41
9.2 GraviCar

O GraviCar é um carro onde a gravidade é quem controla a velocidade, a


aceleração e a direção da força da gravidade do carro. No design do GraviCar,
o peso na corda que é presa pela polia e presa ao carro. A gravidade sobre o
peso cria força para a frente e esta é a razão pela qual o carro se move para
frente, mas no início, você precisa aplicar alguma força sozinho e depois a
gravidade cuidará disso. Devido a forças opostas, como o atrito, ele não se
moverá mais para a frente e, eventualmente, ficará mais lento.

FIGURA 22 – GraviCar

O protótipo em questão foi escolhido por apresentar de forma clara a o


funcionamento da força gravitacional, a transformação de energia potencial
gravitacional em energia cinética e sua adaptabilidade à matéria cursada nesse
período.

42
9.3 Deslocamento

Se um objeto se move em relação a um referencial (por exemplo, se um


professor se move para a direita com relação à lousa ou um passageiro se
move em direção à parte traseira de um avião), então a posição do objeto
varia. Essa variação na posição é conhecida como deslocamento. A palavra
"deslocamento" implica que um objeto se moveu, ou foi deslocado.
O deslocamento é definido como a variação na posição de um objeto. Ele pode
ser definido matematicamente pela equação a seguir:

∆S=S-S0

∆S – é o símbolo usado para representar deslocamento


S – se refere ao valor da posição final
S0 – se refere ao valor da posição inicial

∆S = 2 – 0
∆S= 2 metros

43
9.4 Velocidade Média

A velocidade média é uma grandeza vetorial que depende das diferenças entre
as posições final e inicial de um movimento. Uma vez que a velocidade média
depende exclusivamente da diferença entre as posições, não importa se um
corpo permaneceu parado a maior parte do tempo ou se ele acelerou.

Vm – velocidade média (m/s)


ΔS – deslocamento (m/s)
SF – posição final (m)
S0 - posição inicial (m)0S

44
9.5 Aceleração Média

A Aceleração Média de um corpo é uma grandeza que reflete a variação de


velocidade do corpo por intervalo de tempo e pode ser calculada através da
expressão:

A unidade de Sistema Internacional para a aceleração média é o metro por


segundo ao quadrado (m/s2).
Por não possuirmos a velocidade final podemos adaptar a fórmula abaixo afim
de encontrar a aceleração:

S = So + Vo.t + a.t²/2
2 = 0 + 0.7 + a.7²/2
2 = a.7²/2
2.2 = a.7²
4 = a.49
a = 4/49
a = 0,08 m/s²
Com isso podemos definir, também, a velocidade final do GraviCar.

am = ΔV/t
am = (Vf – Vi)/t
0,08 = (Vf-0)/7
Vf = 0,08.7
Vf = 0,57 m/s

45
46
9.6 Trabalho

Para o calcular o trabalho de uma força devemos utilizar a fórmula:

T=Fxd
T – trabalho dado em joules;
F – força dada em newtons;
d – deslocamento do corpo dado em metros.

Vale lembrar que essa fórmula só é possível de ser aplicada quando a direção
de aplicação da força é paralela com o deslocamento do corpo. No GraviCar
temos uma força de 1,47 N forçando o veículo a se mover 2 metros:

T = 1,47 . 2
T = 2,92 J

47
9.7 Energias

9.7.1 Energia Cinética

Logo:

Ec = ½.1,5.(0,57)²
Ec = 1,71 J

9.7.2 Energia Potencial Gravitacional

Ep=m⋅g⋅h

EpEp = energia potencial gravitacional partícula


m = massa da partícula
g = aceleração local da gravidade
h = altura da partícula em relação a um plano horizontal de referência

Ep = 0,150.9,8.1,68
Ep = 2,46 J

9.7.3 Energia Mecânica

Energia mecânica de um corpo é a soma da sua energia cinética com a sua


energia potencial.

EM=Ec+Ep
EM = 1,71+2,46
EM = 4,17 J

48
9.8 Massa do Objeto Associado a Força Gravitacional

Força peso de um corpo é a força gravitacional, exclusivamente atrativa,


produzida por um segundo corpo de grande massa, como a Terra, a Lua ou o
Sol, por exemplo. De acordo com a lei da gravitação universal, dois corpos que
contenham massa atraem-se com uma força inversamente proporcional ao
quadrado da distância que os separa.
Força peso, força gravitacional ou simplesmente peso são fundamentalmente a
mesma coisa, no entanto, é bastante comum que confundamos os conceitos de
peso e massa, que são diferentes. Enquanto o peso é uma força, medida em
newtons (N), a massa de um corpo é a quantidade de matéria nele contida,
medida em quilogramas (kg).
Peso é uma força que surge da atração gravitacional entre dois corpos
constituídos de massa, sabendo disso, podemos calculá-lo pela multiplicação
entre a massa de um desses corpos, medida em quilogramas, e a aceleração
da gravidade local, em m/s². Enquanto a nossa massa permanece invariável
quando nos deslocamos entre dois pontos com diferentes gravidades, nosso
peso muda.

A relação da massa do Objeto associado à gravidade do peso utilizado no


GraviCar, levando em consideração que o peso utilizado foi de 150 gramas,
seria:
P = mg
P = 0,15.9,8
P = 1,47 N

49
50
9.9 Diagrama de corpo livre na descrição das forças do sistema

Em física e engenharia, um diagrama de corpo livre é uma ilustração gráfica


usada para visualizar as forças aplicadas, momentos e reações resultantes em
um corpo em uma determinada condição. Eles representam um corpo ou
corpos conectados com todas as forças, momentos e reações aplicados, que
atuam no corpo.

FIGURA 22 – Diagrama de Corpo Livre

51
10 TABELA

10.1 Deslocamento por Tempo

O gráfico e tabela mostra a variação no deslocamento do GraviCar a cada


segundo, tendo como informação a velocidade média adquirida através dos
cálculos anteriores.

52
10.2 Aceleração por Tempo

Além da variação no deslocamento a cada segundo foi acrescentado a relação


entre aceleração e velocidade, demonstrando o crescimento da velocidade a
cada segundo e distância percorrida.

53
10.3 Força Peso

Neste gráfico e tabela é demonstrado de forma clara a variação da força


adquirida em relação ao aumento de peso em queda livre.

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11 RESULTADOS E DISCUSÃO

Ao longo deste trabalho apresentou- se o conceito de Energia Cinética e


Potencial Gravitacional e as transformações entre elas. Como grupo, através
da pesquisa, pudemos observar que é fácil identificar as mudanças de energia
cinética para potencial e vice-versa podendo encontrar isso em atividades de
lazer e até mesmo em diferentes brinquedos. Apesar disso também nos
mostrou a dificuldade que pode ser a questão do trabalho em equipe bem
como a unificação das opiniões.
O grupo, apesar de algumas dificuldades pessoais e externas dos próprios
membros, foi capaz de realizar de maneira satisfatória o experimento e cálculos
referentes ao mesmo, bem como outras petições de outras matérias. Fica
claro, porém, que a situação mundial atual que impõe a nós como alunos e a
dificuldade de realizar um encontro para a elaboração adequada, bem como
discussão aprofundada, atrasou de maneira significativa a elaboração e
conclusão do projeto.
Apesar de qualquer contratempo os resultados obtidos foram dentro do
esperado e previsto. Foi realizado testes com o protótipo utilizando pesos
diferentes, bem como o próprio protótipo foi modificado diversas vezes ao
longo do trabalho, de modo que o GraviCar foi capaz de atingir as demandas
da proposta do trabalho, respeitando as regras impostas pelo Projeto
Integrador, demonstrando de forma clara a transformação de energia e com
isso movimentando-se dentro do esperado ao se criar o protótipo. O GraviCar
foi capaz de atingir a marca de 2 metros de percurso com um peso de 150
gramas e veio a ultrapassar a marca ao ser adicionado pesos maiores,
mostrando que o peso do objeto em queda livre é diretamente proporcional à
força criada que movimentará o protótipo.

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12 CONSIDERAÇÕES FINAIS

O presente trabalho teve como objetivo colocar à prova os conhecimentos


adquiridos nesse semestre e a capacidade de raciocínio e de apreender cada
vez mais. O Projeto Integrador foi de grande importância pois possibilitou
experimentar as dificuldades de se trabalhar em equipe ao se desenvolver um
projeto específico, situações que serão comuns no mercado de trabalho,
confrontando os fundamentos teóricos com a sua aplicabilidade, ampliando
nossas habilidades profissionais.
O Projeto é de grande valia, pois através dele, podemos verificar na prática o
que vimos em sala de aula, e o que realmente aprendemos durante o
semestre. Pode-se dizer que foi importante, se não fundamental, a
complementação na prática, das teorias estudadas, a prática, como já diziam
vários mestres, traz várias surpresas, nem sempre entendidas apenas na
teoria. É necessário aprofundar-se e praticar tudo o que se acredita, unindo a
competência à técnica, refletindo, analisando e avaliando a nossa postura
frente às situações, tendo a plena certeza de que se alcançará o que tanto se
deseja.
Devido ao exposto acima, acredita-se que o trabalho desenvolvido tenha sido
de grande valia para todos os envolvidos, pois a aprendizagem se deu em
todos os âmbitos. Em se tratando da prática desempenhada, esta foi realizada
de forma responsável e dedicada, embora se espere que em outro momento,
diante de situação semelhante, tenha-se maior competência e segurança para
atuar.

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13 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

Energia potencial gravitacional. Mundo Educação. Disponível em:


<https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/energia-potencial-gravitacional-
elastica.html/>. Acesso em: 13 de out. de 2020
Energia potencial gravitacional, o que é, história, fórmula e aplicações.
Conhecimento Cientifico. Disponível em:
<https://conhecimentocientifico.r7.com/energia-potencial-gravitacional/>.
Acesso em: 13 de out. de 2020
What is Gravity?. Drivers Education Usa. Disponível em:
<https://www.driverseducationusa.com/resources/gravity/>. Acesso em: 13 de
out. de 2020
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Acesso em: 13 de out. de 2020
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Disponível em: <https://www.autoestrada.com.br/noticia/1-noticias/2522-aston-
martin-cria-carro-movido-apenas-com-a-forca-da-gravidade>. Acesso em: 13
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Força e Movimento. Mundo Educação. Disponível em:
<https://mundoeducacao.uol.com.br/fisica/forca-movimento.htm>. Acesso em:
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Conservação da energia mecânica. Brasil Escola. Disponível em:
<https://brasilescola.uol.com.br/fisica/principio-conservacao-energia-
mecanica.htm>. Acesso em: 13 de out. de 2020

57
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<https://pt.khanacademy.org/science/physics/one-dimensional-
motion/displacement-velocity-time/a/what-is-displacement>. Acesso em: 13 de
out. de 2020
Biografia de Isaac Newton. Ebiografia. Disponível em:
<https://www.ebiografia.com/isaac_newton/>. Acesso em: 13 de out. de 2020

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