Você está na página 1de 1

Funções Espectrais e Cordas: Um caminho até elas

1 2
J. Ramos , F. Valentim
1
Matemática Bacharelado, UFES (Aluno)
2
Doutor pelo IMPA (Orientador)

• Separável Finalmente o domínio procurado é dado pela interseção:


Introdução Concentra-se apenas na ideia da demonstração, que
D(G) = D−(G) ∩ D+(G) ⊂ L2(Q)
parte de aproximar as funções de L2(Q) por step
Sistemas de partículas interagentes tem sido assunto de Verifica-se que assim definido, D(G) possui propriedades
functions
e interpolar usando homotopias da função:
intenso estudo nas últimas décadas devido ao fato que, ao muito interessantes e úteis:


mesmo tempo em que contemplam muitas propriedades 
0 para x ≤ 0
1 D(G) é denso em L2(Q)
coletivas encontradas em sistemas físicos reais, eles são, f(x) = exp[−x−1exp((x − 1)−1)] para 0 < x < 1

 G é simétrico
até certo ponto, tratáveis matematicamente. Seus estu- 
1 para 1 ≤ x
2

Ou seja, tem-se (f1, Gf2) = (Gf1, f2) para


dos têm permitido, em muitos casos, um entendimento de-
Dizemos que uma família de funções fn gera L2(Q)se quaisquer f1, f2 ∈ D(G)
talhado de mecanismo microscópico através destes fenô- Pk=1
as somas finitas n ckfk com coeficientes complexos é 3 G é não-positivo
menos coletivos. Seguindo a abordagem da mecânica es-
denso em L2(Q) Ou seja, tem-se (f, Gf) ≤ 0 para toda f ∈ D(G)
tatística introduzida por Boltzmann, deduzimos o compor-
Seja en : n ≥ 1 uma familía unitária perpendicular de 4 G é auto-adjunta
tamento macroscópico de um sistema a partir da iteração
L2(Q). Então, para quaisquer f ∈ , n ≥ 1 e complexos ∗
Ou seja, se D(G) é a classe das funções
microscópica entre as partículas. Esta abordagem per-
c1, . . . , cn, temos h ∈ L2(Q) tais que (Gf, h) = (f, G∗h) para
mite, por exemplo, justificar rigorosamente um método

X n

X
n




^ ∗ 2 ∗

f− f(k)e k ≤ f− ckek (1) alguma G h ∈ L (Q) então D(G ) = D(G) e



algumas vezes utilizado pelos físicos para estabelecer





G∗ = G em D(G)

k=1 k=1

equações diferenciais parciais (EDP’s) que descrevem a ^


onde f(k) é chamado de Coeficiente de Fourier e é
evolução de características termodinâmicas de um fluído.
dado por: Z Funções de Green
Neste contexto, o projeto “Teoria de Fourier para difusão
^ = (f, ek) = fe∗k
f(k)
com conductâncias” objetiva contribuir para consolidação Q O espectro do operador auto-adjunto não-positivo G está
do entendimento da teoria a cerca desta generalização da A igualdade em (1) ocorre se, e só se contido em (−∞, 0], sendo assim o Operador de Green
equação do calor. Pretendemos estabelecer uma general- ^ para todo k ≤ n
ck = f(k) 2 −1
Gω = (−ω − G)
ização da teoria Fourier no contexto do laplaciano gener- Uma família unitária é uma base se:
alizado. Partindo de uma escolha apropriada de funções X∞ existe para −ω2 fora do intervalo (−∞, 0].
f= ^
f(n)e n (2)
de Green, vamos construir uma base ortonormal de auto- O objetivo é identificar o operador integral
n=1 Zl
funções para o operador, similar à de senos e cossenos para para qualquer f ∈ L2(Q). A soma converge em L2(Q)e
Gω : f ∈ L2(Q) → Gω(x, y)f(y)dm(y)
o laplaciano, induzindo uma transformação que o trivial- (2) é a chamada Série de Fourier. 0−
iza. com base em um núcleo simétrico
Resultados e Discussões 
A(x, ω)B(y, ω)
Embasamento Teórico Gω(x, y) =
se x ≤ y
A(y, ω)B(x, ω) se y ≤ x
A ideia básica da Série de Fourier é que qualquer função Cordas e correspondência com operador
periódica f, digamos no tempo, pode ser expressa como auto-adjunto formados por uma solução A ∈ D−(G) com GA =
a "soma trigonométrica" de senos e cossenos de mesmo Uma corda é um par lm. O número 0 < l ≤ ∞ é dito o −ω2A com A(0, ω) = 1 e solução complementar D ∈
período T : comprimento da corda e m = m(x) é uma função que é D+(G) com D(0, ω) = −1.
X∞ a massa acumulada da corda do início até o ponto x < l G = (b2−G)−1, ou seja, o operador integral G é o mesmo
f(t) = f^+(n)cos(2πnt/T ) + f^−(n)sin(2πnt/T ) que o operador de Green (construído pelos núcleos A, B)
da corda.
n=0
Prosseguiremos os resultados para concluir que L2(Q) é Naturalmente, a função m(x) é não-negativa, não- com o parâmetro ib
um Espaço de Hilbert Separável, isto é, L2(Q) é um es- decrescente, e contínua à direita. Essa função pode conter
saltos, uma massa adicional no ponto x é denotada por Função Espectral Principal
paço linear, dotado de um produto interno, completo e
separável. m[x] = m(x) − m(x−). A função ímpar não-decrescente ∆ é uma função espc-
• Espaço Linear Nesse projeto, o interesse é especialmente em l < ∞ tral principal do operador auto-adjunto Gse a função de
Ora, se α ∈ C e f ∈ L2(Q), então ocorre corda com comprimento finito e uma massa m(x) = x Green Gω para (−ω2 − G)−1 pode ser expresso como
ou uma m função escada. Z∞
∥αf∥ = |α|∥f∥ < ∞. 1 A(x, η)A(y, η)
A motivação é associar, para cada corda, uma classe de Gω(x, y) = 2 2
d∆(η)
Também, se f, g ∈ L2(Q), então pela desigualdade π −∞ η −ω
triangular, vale |f + g|2 ≤ 2|f|2 + 2|g|2 que mostra operadores Gauto-adjuntos não positivos e isso é feito re-
que a soma também está em L2(Q) stringindo o operador diferencial formal f −→ d2f/dm
dx a domínios especiais D(G) no espaço de Hilbert Conclusão
• Produto Interno
Para quaisquer f, g ∈ L2(Q), vale L2([0, l], dm)das funções m-mensuráveis.
Considere o conjunto D0(G) que é o conjunto das funções De forma breve, foi visto que dada uma corda, após toda
2|fg∗| = 2|f||g| ≤ |f|2 + |g|2 e isso mostra que fg∗ é
que podem ser escritas: uma etapa teórica, é possível obter um operador G que
integrável no sentido de Lebesgue, assim, definimos Zx Zξ trivaliza da derivada formal nesse contexto, em relação a
o produto interno: Z f(x) = f(0) + f−(0)x + dξ Gf(η)dm(η) x e em relação a m.
0 0−

(f, g) := fg A partir de D0(G) , exigindo diversas condições que re- O assunto do projeto é muito interessante possuindo várias
Q
• Completude stringem, obtém-se o domínio D(G) . aplicações para fenômenos de difusão, sejam na área da
Com as condições de fronteira, pode-se restrigir ainda física, da meteorologia, ou mesmo da medicina.
Dada uma sequência de cauchy em L2(Q),
queremos mostrar que converge em L2(Q). mais e obter:
Como limn→∞∥fn − f∥ = 0 podemos escolher • D−(G) = D0(G) ∩ (f : f−(0) = 0)
• D+(G) é dividido em casos. Referências
n1 < n2 < . . . tais que: Rl−
1 l + m(l−) = ∞ e 0 x2dm = ∞
∥fnk − f∥2 ≤ 2−k para k = 1, 2, . . . Então definimos D+(G) = D0(G) ∩ (f : ∥f∥ + ∥Gf∥ < ∞) [1] H. Dym and H.P. McKean. Gaussian Processes, Function
Rl− 2
2 l + m(l−) = ∞ e 0 x dm < ∞ Theory, and the Inverse Spectral Problem. Academic Press,
Pelo Teorema da Convergência Monótona, temos:
Z X ∞ ∞ Z
X X
∞ Então definimos 1976.
|fnk −f| = |fnk −f| ≤ 2−k = 1 < ∞ D+(G) = D0(G) ∩ (f : ∥f∥ + ∥Gf∥ < ∞) ∩ (f : f−(l) = 0) [2] H. Dym and H.P. McKean. Fourier Series and Integrals.
Q k=1 k=1 Q k=1 3 l + m(l−) < ∞ Probability and Mathematical Statistics. Elsevier Science, 1985.
Assim, a cauda da série converge pra zero, que Então definimos D+(G) = D0(G) ∩ (f : ∥f∥ + ∥Gf∥ < [3] . J. Valentim. Hydrodynamic limit of a d-dimensional exclusion
implica limn→∞fnk (x) = f(x) ∞) ∩ (f : kf+(l) + f(l) = 0) process with conductances. Annales de l’Institut Henri
Poincaré, Probabilités et Statistiques, 48(1):188 – 211, 2012.

XXXII Jornada de Iniciação Científica da UFES , Novembro 2022, Vitória - ES

Você também pode gostar