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Iscal, 2020 - Resumo sobre a conceito de função diferenciável, a relação com a continuidade e as regras de derivação, José Salazar.

DIFERENCIABILIDADE – RESUMO DE UMA REVISÃO COM COMPLEMENTOS:


- Derivada duma função num ponto: sendo a um ponto interior do domínio duma função real de variável real
f  x  f a
f, define-se a derivada de f em a: f   a   lim , caso exista este limite (o limite da chamada razão
x a xa
y
incremental ). Geometricamente, representa o declive da reta tangente t, ao gráfico de f no ponto  a, f  a   :
x

- Função diferenciável: Calculando os limites laterais, à esquerda e à direita, temos as chamadas derivadas
laterais f e(a ) e f d( a ) , também representadas por f (a ) e f ( a  ) . Uma função diz-se diferenciável num
ponto interior do seu domínio se e só se ambas as derivadas laterais existem, são iguais e de valor finito.
- Singularidades: Se f está definida num intervalo  x0 , x1  , nos pontos fronteiros apenas se definem as
derivadas laterais, à direita de x 0 e à esquerda de x1 . Aos pontos fronteiros de um domínio e aos pontos onde a
função não seja diferenciável chamamos singularidades (caso contrário dizem-se pontos ordinários).

OBS: se as derivadas laterais são iguais, de valor finito ou infinito a função diz-se derivável (existe tangente),
mas o que mais interessa é o caso da derivada finita (tangente não vertical) que implica a continuidade:

- Teorema: Se uma função é diferenciável num ponto então é contínua nesse ponto (Diferenciável  Contínua) .

Há que rever a demonstração (imperdível, porque se faz em apenas uma linha), mas há mais para sublinhar:
1) o teorema não é reversível – há pontos angulosos, por exemplo y  x no ponto zero.
2) Atendendo à lei da conversão da lógica (contra recíproco), também se pode dizer que se uma função não é
contínua num ponto então não é diferenciável nesse ponto.
3) Derivabilidade/Diferenciabilidade: a derivada infinita não implica a continuidade – exemplo no exercício 1c).
- Propriedades operatórias: Se f e g são diferenciáveis num determinado domínio então também o são a soma,
a diferença, o produto e o quociente, nos seus domínios, tendo-se:

 k  f  g    x   k f   x   k g   x  , k   (constante)

 f  f  x  g  x   f  x  g  x 
 f g   x   f   x  g  x   f  x  g  x  ;    x 
 g  x  
2
g
- Derivada da função composta (propriedade operatória):
Se f é diferenciável em x e g é diferenciável em y  f  x  então g  f é diferenciável em x , tendo-se que a

derivada é o produto das derivadas, nos pontos correspondentes:  g  f   x   g  f  x   f   x  . 
- Derivada da função inversa (propriedade operatória): (do ponto de vista geométrico, é óbvio).
Sendo y  f  x  uma função injetiva, diferenciável em x e tal que f   x   0 então a inversa x  f 1  y  é

diferenciável em y  f  x  tendo-se  f 1  ( y ) 
1
ou, usando outra notação, x  y   1 .
f  ( x) y  x 
Iscal, 2020 - Resumo sobre a conceito de função diferenciável, a relação com a continuidade e as regras de derivação, José Salazar.

- Questão de linguagem e outra notação:


É usual enunciar-se o teorema da derivada da função inversa de forma abreviada, dizendo apenas que a
1
derivada de f é o inverso da derivada de f , obviamente, nos pontos correspondentes.

Designando as derivadas x  y  e y  x  por dx dy


dy e dx , respetivamente, é usual escrever a igualdade anterior na

seguinte forma, bem sugestiva, como se as expressões dx


dy e dy
dx fossem uma divisão (mas não são): dy
dx
 1
dy .
dx

- Regras de derivação: Considerando as funções reais de variável real u  f  x  , v  g  x  e as constantes


n  , k   2 ,    e a    \ 1 , têm-se as seguintes regras de derivação (deduzidas a partir de três
funções e das propriedades operatórias):

   0 ;  x   1 ;  x n   n x n1 , x 
Mais
Potências:
geral/  u     u
  1
 u

x   ; k par

u
Raiz de índice k:  x  k
k  1
,  “  u   k
k

x   \ 0 ; k ímpar u k 1


k
k
x k 1

 a   a
x x
 ln a , x  .
Exponencial: “  a   a
u u
 u '  ln a
Em particular,  e   e x , x
x  , pois ln e  1 .

 log x   x 1ln a ,
a x   \ 0

Logaritmo: “  log u   u uln a
a

Em particular,  ln x   1x , x   \ 0
Seno:  sin x   cos x , x  “  sin u   u cos u
Coseno:  cos x    sin x , x  “  cos u   u sin u

Tangente:  tan x   sec 2 x , x   k , k   “  tan u   u sec2 u
2
Cotangente:  cotan x    cosec 2 x , x  k  , k   “  cotan u   u  cosec2 u
1 u
Arco-seno:  arcsin x   , x  1,1 “  arcsin u  
1  x2 1 u2
1 u
Arco-coseno:  arccos x    , x  1,1 “  arc cos u   
1  x2 1 u2
1 u
Arco-tangente:  arc tan x   , x  “  arc tan u  
1  x2 1 u2
1 u
Arco-cotangente:  arccotan x    2 , x  “  arccotan u    2
1 x 1 u
Secante  sec x   sec x tan x “  sec u   u sec u tan u
Cosecante  cosec x    cosec x cotan x “  cosec u   u cosec u cotan u
v x 
- Para derivar as potências exponenciadas, funções do tipo u( x) , definidas quando u ( x )  0 , podemos
usar a fórmula u  ev v ln u
e derivar a exponencial composta. Obtém-se, (u v )  vu v1u   u v v  ln u . Por
exemplo, para y  x x , obtemos ( x x )  x  x x1  x x ln x  x x (1  ln x) , x    .

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