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Diferenciabilidade; gradiente
f ( x h) f ( x )
f ( x ) lim (2)
h 0 h
f ( x h ) f ( x ) f ( x )h o(h )
Diz-se que uma função real a várias variáveis, f ( x ) , é diferenciável
em x , desde que exista um vector y , tal que:
f ( x h ) f ( x ) y h o( h )
É possível mostrar que o vector y , se existir, é único, sendo
designado por gradiente de f em x , ou seja, y f ( x ) .
Podemos,
então, afirmar que o gradiente de f em x é o único vector
f ( x ) , tal que:
f ( x h ) f ( x ) f ( x ) h o( h )
J.A.T.B. 2.34
Funções Escalares Capítulo 2
O cálculo de f ( x ) através da definição é, na maioria dos casos, um
processo laborioso. O teorema seguinte, cuja demonstração é
complexa, relaciona o gradiente de uma função com as suas
derivadas parciais, sendo apresentado para funções reais a duas e a
três variáveis.
f f f
f ( x ) ( x )i ( x ) j ( x )k
x y z
f f
f ( x ) ( x )i (x) j
x y
f f
( x, y ) e y ye x , ( x, y ) xe y e x
x y
J.A.T.B. 2.35
Funções Escalares Capítulo 2
f f
( x, y , z ) sen( y ) , ( x, y , z ) xcos( y ) cos( z ) ,
x y
f
( x, y , z ) ysen( z )
z
Teorama 2: Se a função real a várias variáveis f ( x ) é diferenciável em x ,
então f ( x ) é contínua em x .
J.A.T.B. 2.36
Funções Escalares Capítulo 2
Sejam as funções reais a várias variáveis f ( x ) e g ( x ) . Se f ( x ) e
g ( x ) existem, então [f ( x ) g ( x )] , [ f ( x )], , e [f ( x )g ( x )]
também existem e:
[f ( x ) g ( x )] f ( x ) g ( x ) ,
[ f ( x )] f ( x ) , ,
[f ( x )g ( x )] f ( x )g ( x ) f ( x )g ( x )
Derivada direccional
J.A.T.B. 2.37
Funções Escalares Capítulo 2
Generalizando, para cada versor u , o limite
f ( x hu ) f ( x )
fu ( x ) lim
h 0 h
se existir, chama-se derivada direccional de f em x na direcção de u .
J.A.T.B. 2.38
Funções Escalares Capítulo 2
f
( x ) fi ( x ) : derivada direccional de f em x na direcção de i ;
x
f
( x ) f j ( x ) : derivada direccional de f em x na direcção de j ;
y
f
( x ) fk ( x ) : derivada direccional de f em x na direcção de k .
z
Considere-se agora um vector a não nulo. Chama-se derivada
direccional
de f em x na direcção do vector a , à derivada direccional
fu ( x ) , em que u é o versor com a mesma direcção e sentido do vector
a , isto é:
a
u (3)
a
J.A.T.B. 2.39
Funções Escalares Capítulo 2
Considere-se o plano, p, que passa em P0 , é paralelo ao versor u e é
perpendicular ao plano xOy.
A intersecção deste plano com a superfície S é a curva C que passa
no ponto P; seja t a recta tangente a C no ponto P.
Pode-se provar que a derivada direccional fu ( x0 , y 0 ) determina o
declive da recta t no ponto P.
Teorema 3: Se a função f é diferenciável em x , então f possui derivada
direccional em x em qualquer direcção. Além disso, para cada versor u
obtém-se:
fu ( x ) f ( x ) u
J.A.T.B. 2.40
Funções Escalares Capítulo 2
Teorema 4: Se a função real f ( x, y , z ) é diferenciável em x , então as
derivadas parciais f / x , f / y e f / z existem em x e:
f f f
f ( x ) ( x )i ( x ) j ( x )k
x y z
f f
f ( x ) ( x )i (x) j
x y
f
( x, y , z ) 2z 2 cos( y )
x
f
( x, y , z ) 2 xz 2sen( y )
y
f
( x, y , z ) 4 xz cos( y )
z
f f f
(1,2, 1) 2 , (1,2, 1) 0 , (1,2, 1) 4
x y z
f (1,2, 1) 2i 4k
J.A.T.B. 2.41
Funções Escalares Capítulo 2
Obtém-se, finalmente,
6
fu (1,2, 1) f (1,2, 1) u 6
6
Notando que u é versor, então
proju f ( x ) f ( x ) u u fu ( x )u (4)
podendo
concluir-se que
(4) representa a componente vectorial de
f ( x ) na direcção de u .
Por outro lado, tem-se
fu ( x ) f ( x ) u f ( x ) u cos f ( x ) cos
onde é o ângulo formado pelos vectores f ( x ) e u .
Uma vez que 1 cos 1, então
f ( x ) fu ( x ) f ( x ) (5)
para qualquer direcção definida pelo versor u .
A expressão (5) permite afirmar que, em cada ponto x do domínio, a
função f cresce mais rapidamente na direcção de f ( x ) ; a razão da
variação de f em x toma o valor f ( x ) . Por outro lado, a função f
decresce mais rapidamente na direcção de f ( x ) ; neste caso, a
razão da variação de f em x é f ( x ) .
J.A.T.B. 2.42
Funções Escalares Capítulo 2
T ( x, y ) e x cos( y ) e y cos( x )
T T
( x, y ) e x cos( y ) e y sen( x ) , ( x, y ) e x sen( y ) e y cos( x )
x y
J.A.T.B. 2.43
Funções Escalares Capítulo 2
Solução:
a) Sabendo que
2 2 2
( x, y , y ) 2kxe ( x y z )
x
2 2 2
( x, y , y ) 2kye ( x y z )
y
2 2 2
( x, y , y ) 2kze ( x y z )
z
2
y 2 z2 )
( x, y , z ) 2ke ( x ( xi yj zk ) 2 ( x, y , z )r (6)
em que r xi yj zk é o vector de posição (vector radial) que
determina a posição de cada ponto da esfera no espaço.
A equação (6) mostra que o vector gradiente é, em cada ponto ( x, y , z )
da esfera, paralelo ao vector de posição, mas com sentido oposto.
J.A.T.B. 2.44
Funções Escalares Capítulo 2
( x, y , z ) 2 ( x, y , z ) r 2 ( x, y , z ) x 2 y 2 z 2
( x, y , z ) 2 ( x, y , z ) r 2 ( x, y , z ) x 2 y 2 z 2
J.A.T.B. 2.45
Funções Escalares Capítulo 2
f (b ) f (a ) f (c )(b a )
Teorema 5: Seja f ( x ) uma função real a várias variáveis diferenciável em
cada ponto do segmento de recta que liga o ponto a ao ponto b . Então
existe, nesse segmento de recta, pelo menos um ponto c entre a e b , tal
que:
f ( b ) f (a ) f (c ) ( b a )
Teorema 6: Sejam U um conjunto aberto conexo e f ( x ) uma função real a
várias variáveis diferenciável em U. Se f ( x ) 0 para todo x U , então
f ( x ) é constante em U.
J.A.T.B. 2.46
Funções Escalares Capítulo 2
Teorema 7: Sejam U um conjunto aberto conexo e f ( x ) e g ( x ) funções
reais a várias variáveis diferenciáveis em U. Se f ( x ) g ( x ) para todo
x U , então f ( x ) e g ( x ) apenas diferem de uma constante em U.
Regra da cadeia
d
f g ( x0 ) f g ( x0 ) g ( x0 )
dx
J.A.T.B. 2.47
Funções Escalares Capítulo 2
d
f r (t ) f r (t ) r (t ) (7)
dt
f f f
f ( x, y , z ) i j k
x y z
dx dy dz
r (t ) i j k
dt dt dt
então:
df f dx f dy f dz
dt x dt y dt z dt
f f
f ( x, y ) i j
x y
dx dy
r (t ) i j
dt dt
df f dx f dy
dt x dt y dt
J.A.T.B. 2.48
Funções Escalares Capítulo 2
Sabendo que
f ( x, y , z ) 2 xy zsen( x ) i x 2 j cos( x )k
d
f r (t ) f r (t ) r (t ) t 3 2 sen(t ) 2t 3 3t 2 cos(t )
dt
4t 3 t 3sen(t ) 3t 2 cos(t )
b) A função composta f r é a função escalar
g (t ) (f r )(t ) f r (t ) t 4 t 3 cos(t )
pelo que:
d
g (t ) f r (t ) 4t 3 3t 2 cos(t ) t 3sen(t )
dt
J.A.T.B. 2.49
Funções Escalares Capítulo 2
u x 2 y 2 , x t 2 1 e y 3sen( t )
calcule du / dt .
Solução:
Sabendo que
u u dx dy
2x , 2 y , 2t e 3 cos( t )
x y dt dt
então:
du u dx u dy
(2 x )(2t ) ( 2y ) 3 cos( t )
dt x dt y dt
2
u(t ) x 2 (t ) y 2 (t ) (t 2 1)2 3sen( t )
(t 2 1)2 9sen2 ( t )
e derivando:
du
2(2t )(t 2 1) 9(2) cos( t ) sen( t )
dt
J.A.T.B. 2.50
Funções Escalares Capítulo 2
Sabendo que
então:
u u x u y
(8)
s x s y s
u u x u y
(9)
t x t y t
J.A.T.B. 2.51
Funções Escalares Capítulo 2
calcule u / s e u / t .
Solução:
As derivadas parciais pretendidas podem ser obtidas recorrendo ao
diagrama de árvore apresentado na página anterior.
Assim,
u u x u y
s x s y s
u u x u y
t x t y t
s2
(2 x 2y ) ( 2 x 6 y 2 )(6st 2 )
t
2 s2
3
(2s ln(t ) 4st ) ( 2s 2 ln(t ) 24s 2t 6 )6st 2
t
2s 3
(s ln(t ) 2t 3 ) 12s 3t 2 ( ln(t ) 12t 6 )
t
J.A.T.B. 2.52
Funções Escalares Capítulo 2
Sabendo que
então:
u u x u y u z
(10)
s x s y s z s
u u x u y u z
(11)
t x t y t z t
Derivação implícita
J.A.T.B. 2.53
Funções Escalares Capítulo 2
dy u / x
dx u / y
u ( x, y ) 2 x 2 y y 3 1 x 2 y 0 (12)
Notando que
u u
4 xy 1 e 2x 2 3y 2 2
x y
então:
dy 4 xy 1
2 (13)
dx 2x 3y 2 2
dy dy dy
4 xy 2 x 2 3y 2 1 2 0
dx dx dx
dy
(2 x 2 3 y 2 2) 4 xy 1
dx
e, portanto,
dy 4 xy 1
2
dx 2x 3y 2 2
J.A.T.B. 2.54
Funções Escalares Capítulo 2
u ( x, y ) x 2 y 2 4 0
obtém-se:
dy u / x 2x x
dx u / y 2y y
dy 1 3
(1, 3 )
dx 3 3
y 4 x2
Derivando em ordem a x
dy x
dx 4 x2
pelo que:
dy 1 3
(1)
dx 3 3
J.A.T.B. 2.55
Funções Escalares Capítulo 2
z u / x
x u / z
z u / y
y u / z
x2 y 2 c , c 0
J.A.T.B. 2.56
Funções Escalares Capítulo 2
O gradiente f ( x, y ) permite definir, em cada ponto x0 ( x0 , y 0 ) de
uma curva de nível, a linha normal e a linha tangente a essa curva.
Notando que o vector
f f
f ( x0 ) ( x )i (x ) j
x 0 y 0
é um vector normal à curva de nível no ponto x0 , então a equação
vectorial da linha normal à curva f ( x, y ) c em x0 é:
r (u ) x0 uf ( x0 ) , u
J.A.T.B. 2.57
Funções Escalares Capítulo 2
x 2 y 1
3 4
4 5
y x
3 3
b) O vector tangente a C em P é:
t 4i 3 j
x 2 y 1
4 3
3 5
y x
4 2
J.A.T.B. 2.58
Funções Escalares Capítulo 2
x 2 y 2 z2 c , c 0
J.A.T.B. 2.59
Funções Escalares Capítulo 2
Um ponto x ( x, y , z ) está no plano tangente à superfície f ( x, y , z ) c
em x0 ( x0 , y 0 , z0 ) , se e só se:
( x x0 ) f ( x0 ) 0
A equação vectorial da linha normal à superfície em x0 é:
r (u ) x0 uf ( x0 ) , u
J.A.T.B. 2.60
Funções Escalares Capítulo 2
x 3 y 2 x 5
3 8 5
( x 3, y 2, z 5) (3,8, 5) 0 3 x 8 y 5z 0
Exemplo 50: A curva C de equação r (t ) 21t 2i 4t 1 j (21t t 2 )k
intersecta o paraboloide hiperbólico x 2 4 y 2 4 z 0 no ponto
P (2,2, 3) . Calcule o ângulo de intersecção.
Solução:
Pretende-se calcular o ângulo que a linha tangente à curva faz com o
plano tangente ao paraboloide hiperbólico no ponto P.
Sabendo que P r (2) e uma vez que
r (t ) ti 4t 2 j (21 2t )k
7
r (2) 2i j k
2
sendo um vector paralelo a t 4i 2 j 7k .
O paraboloide hiperbólico é uma superfície de nível, S, da forma
f ( x, y , z ) 0 , em que f ( x, y , z ) x 2 4 y 2 4z .
O gradiente de f é
f ( x, y , z ) 2 xi 8 yj 4k
J.A.T.B. 2.61
Funções Escalares Capítulo 2
Assim:
19 138
arc sen
2 414
x 2 y 0 y x 2 y 0 y 1
2
y x 0
3
x( x 1) 0 x 0 x 1
J.A.T.B. 2.62