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DIVERGÊNCIA E ROTACIONAL DE CAMPOS VETORIAIS

As operações sobre campos vetoriais que veremos a seguir são básicas nas aplicações do cálculo vetorial à mecânica dos
fluidos, eletricidade e magnetismo.

    
Seja F  x, y,z   f  x, y,z  i  g  x, y,z  j  h  x, y,z  k , ou simplesmente F   f , g , h  , um campo vetorial
definido sobre uma região D   3 .

 
Divergente: Definimos o divergente de F , denotado por div F , como

 f g h
div F    .
x y z

Obs.: div F é uma função escalar.

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 
Rotacional: Definimos o rotacional de F , denotado por rot F , como

  h g    f h    g f  
rot F     i     j     k .
 y z   z x   x y 

Obs.: rot F é uma função vetorial.

Podemos simplificar a notação do rotacional usando um determinante.


  
i j k
      h 
rot F  . Interprete, por exemplo, o produto i   h como i .
x y z y y
f g h

Os outros produtos são interpretados de forma semelhante.

Os nomes divergência e rotacional originaram-se no estudo dos fluxos de fluidos. A divergência refere-se à maneira como
o fluido aproxima-se ou afasta-se de um ponto (sorvedouros e fontes), e rotacional refere-se às propriedades de rotação do
fluido num ponto.

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   
   
Exercício: Calcule o divergente e o rotacional do campo F  x, y,z   x 2 y i  2 y 3 z j   3z  k .

   
  
Resp.: div F  2xy  6 y 2 z  3 e rot F  2 y 3 i   x 2 k . 

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Operador nabla 

O símbolo nabla  que aparece na expressão do gradiente pode ser interpretado como um operador:

          
 i j k ou  , , .
x y z  x y z 

Quando este operador é aplicado numa função escalar u  u  x , y , z  , produz um campo gradiente:

       u  u  u 
u   i  j  k u  i j  k (campo gradiente de u ).
 x y z  x y z

O operador  permite-nos expressar o divergente e o rotacional de um campo vetorial F   f , g , h  , como:

     f g h
div F    F   , ,    f , g , h     .
 x y z  x y z

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  
i j k
         
rot F    F   , ,    f ,g ,h   .
 x y z  x y z
f g h

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Teorema: Seja F   f , g , h  um campo vetorial definido sobre uma região D   3 , simplesmente conexa*, cujas
funções componentes f , g e h têm derivadas parciais de segunda ordem contínuas em D . Então:
   
F é um campo vetorial conservativo  rot F  0 , ( F é irrotacional)
 
Prova ) Seja u  u  x, y,z  uma função potencial para F em D   3 , isto é, F  u .

  u u u  u u u
Assim, F   f ,g ,h    , ,  . Temos então, f  , g e h . (1)
 x y z  x y z

f  u  2u
Derivando a 1ª igualdade de (1) em relação y, temos:  = .
y y x yx
g  u  2u
Derivando a 2ª igualdade de (1) em relação x, temos:  = .
x x y xy
f g 
Pelo Teorema de Schwarz, concluímos que  . Assim, é nulo o 3º componente do rot F . Analogamente (fica
y x
 
como um exercício!) obtemos os demais resultados que garantem rot F  0 .
* Uma região simplesmente conexa D no plano é, intuitivamente falando, uma região que não contém “buracos” e também não
podem consistir de duas ou mais regiões separadas.

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Prova ) Requer o Teorema de Stokes e será visto posteriormente.

Acabamos de obter um modo de verificar se um campo vetorial é ou não conservativo!



Exemplo: Mostre que F  x , y , z   y 2 z 3 , 2 xyz 3 , 3 xy 2 z 2

 é um campo vetorial conservativo. Determine a função
potencial u  u  x , y , z  tal que F  u .


Exercícios: Verifique se o campo vetorial F  x , y , z   10 xz  ysen xy , xsen xy , 5 x 2  é conservativo. Em caso
afirmativo, calcule a sua função potencial u  u  x , y , z  .

Obs.: Aplicações dos operadores vetoriais serão vistos nos teoremas de Green, Gauss e Stokes e nas diversas aplicações
físicas em eletromagnetismo.

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