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Análise Semiótica:

Dimensões Semióticas - Charles Morris

Semiótica do Produto
Design do Produto 2ºano

Carolina Ferreira nº23667


Sara Emanuelle nº23635

Docente: Antonieta Morais


18 de junho de 2021

ESCOLA SUPERIOR DE TECNOLOGIA E GESTÃO


INSTITUTO POLITÉCNICO DE VIANA DO CASTELO

Análise Semiótica 1

Introdução
O objetivo deste trabalho é a realização de uma análise a partir das dimensões semióticas
do ilósofo Charles Morris já relacionada na análise anterior no 3º trabalho da disciplina de
Semiótica do Produto, de duas peças decorativas da empresa Vortex, criadas pelo designer
Ross Lovegrove que estão disponíveis na marca portuguesa Vista Alegre. Este designer, tem
a sua empresa em Londres, e desenvolveu uma coleção em porcelana para a fábrica
portuguesa Vista Alegre, onde se inspirou no meio natural para abordar uma vertente
diferente do design.
Esta nova coleção ganhou um prémio de Bom Design 2020 do Chicago Athenaeum, e
desa iou o design e a produção em porcelana com esta coleção, constituída por três peças
em escala grande, feitas com várias peças coladas e produzidas em molde biscoito e por im
polidas à mão.

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Contextualização: Vista Alegre
A Fábrica de Porcelana Vista Alegre foi fundada em 1824 e foi a primeira unidade industrial
especializada na produção de porcelana em Portugal. A perseverança do seu fundador, José
Ferreira Pinto Basto, desempenhou um papel decisivo na fundação e no sucesso deste
empreendimento industrial de alto risco. Figura proeminente, senhorio agrícola e
empresário arrojado da sociedade portuguesa do século XIX, integrou-se sabiamente nas
ideias liberais deste século e tornou-se o “primeiro exemplo de livre iniciativa” em Portugal.
Esse sucesso se consolidará nas próximas décadas do século XX. A reestruturação industrial
profunda permite à empresa aumentar os lucros da produção e torná-la mais e icaz na
resposta ao crescimento do consumo e à globalização do mercado. Por outro lado, manter
uma área fabril altamente especializada centrada na expertise dos trabalhadores e em
tradições centenárias.

Esse sucesso se consolidará nas próximas décadas do século XX. A reestruturação industrial
profunda permite à empresa aumentar os lucros da produção e torná-la mais e icaz na
resposta ao crescimento do consumo e à globalização do mercado. Por outro lado, a
manutenção de uma área fabril altamente especializada, centrada na experiência dos
trabalhadores e na tradição secular da empresa, permitiu à fábrica ocupar o primeiro lugar
entre os grandes fabricantes europeus.

Fundada com o grupo cerâmico Cerexport em 1997, o faturamento da Vista Alegre no


mercado internacional quase dobrou. Em maio de 2001, o Grupo Vista Alegre fundou-se
com o Grupo Atlantis para formar o maior grupo nacional de louças do setor e o sexto maior
grupo de louças do mundo Vista Alegre Atlantis Group (GVAA), que mais uma vez cruzou o
vidro e agora o cristal novamente, com a história da empresa. Esta junção resultante possui
uma ampla gama de operações, incluindo louças, decoração e porcelana para hotéis,
cerâmica, louças, cristal, vidros manuais, redes de varejo e distribuição. Em 2009, após o
sucesso da oferta pública de ações representativas do património da empresa, a GVAA
passou a fazer parte do portfólio da marca Grupo Visabeira.

Contextualização: O designer Ross Lovegrove

Ross Lovegrove é um designer cujo trabalho é considerado um design que estimula uma
mudança profunda na isicalidade. Nascido em Londres, nos anos 80 trabalhou como
designer para Frog Design na Alemanha Ocidental em projetos como Walkmans para Sony,
Computers para a Apple Computers, mais tarde mudou-se para Paris como consultor da
Knoll International. Autor do muito bem-sucedido Alessandri O ice System. Ele atualmente
desenvolveu uma nova coleção de porcelana para a empresa portuguesa Vista Alegre,
seguindo uma corrente mais naturalista, ele abraça o meio ambiente para formular uma nova
abordagem de design. A nova coleção ganhou recentemente o prémio 2020 Good Design
Award do The Chicago Athenaeum, e vem recebendo cada vez mais relevância e in luência
até naquele que não possuem tanto interesse pelo design.

Vencedor de vários prémios internacionais, o seu trabalho foi amplamente publicado e


exibido internacionalmente, incluindo o Museu de Arte Moderna e o Museu Guggenheim de
Nova Iorque, o Axis Centre Japan, o Pompidou Centre em Paris e o Design Museum de
Londres, quando em 1993 foi curador do primeira coleção permanente.

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O seu trabalho é mantido em coleções permanentes de vários museus de design em todo o
mundo, incluindo o Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MOMA), o Museu de Design de
Londres e o Vitra Design Museum Weil Am Rhein, Basel, CH.

Contextualização: A coleção da Vortex

O Vortex, é uma uma marca que desenvolveu uma coleção de três peças, que ao contrário
das peças comuns e de pequena dimensão, neste trabalho Ross Lovegrove apresenta a
produção de porcelana, indo contra aquilo que chamamos de clichê e de algo comum.
As três peças possuem dimensões de grande porte, que normalmente seriam constituídas
por várias peças coladas, porém aqui elas compõem um único elemento modelado em
forma de biscuit e posteriormente polido à mão, captando a força rotacional de sua energia,
que é denotada pela forma e força aplicada pelas mãos.

O resultado desta “ técnica” é um movimento, o que torna-se bastante surpreendente para


uma peça que normalmente é estática.

Dentro das dimensões semióticas de


Charles Morris, existe uma divisão em três
dimensões diferentes: Sintática, Pragmática e
Semântica. Estas três dimensões, foram se
adaptando a áreas como o design de peças,
comunicação, entre outras.

Ao relacionarmos com a coleção da Vortex,


na dimensão Sintática, Morris procura descrever
os vários elementos que constituem um
produto, ou uma peça de design, e seus Figura 1: Coleção Vortex. Fonte: Vortex
respectivos componentes, neste caso esta
coleção de peças decorativas. Neste caso fala-se de
elementos como a cor do objeto, os materiais, as texturas, e mesmo as partes relacionadas
com o peso, a escala do produto, o equilíbrio, contrastes e simetrias, entre outros. Neste
caso, as peças apresentam uma cor simples e neutra, o branco, por serem peças decorativas
podem ser abrangidas num maior número de contextos decorativos; as formas e o equilíbrio
aqui estão relacionados devido ás suas formas irregulares e com várias texturas diferentes
de modo a que a peça mesmo não sendo um objeto “direito”, consegue adquirir o equilíbrio
que necessita; a suas suas assimetrias acabam por ajudar no seu contraste com os
ambientes e até mesmo outro tipo de peças decorativas; e por ser uma peça feita em
porcelana acaba por ser considerada delicada apesar do seu aspeto “desorganizado”.

Na dimensão Pragmática, são re letidas e discutidas, questões do uso do produto, ou


seja as relações com o seu conforto, potência, facilidade, segurança, entre outros. Podem
ser pensadas também, assuntos como o per il dos usuários, o seu género, estilo de vida,
geração, classe social; o local de utilização, que tipo de espaço é, tipo de pessoas que
frequentam aquele espaço, entre outros; e até mesmo a ocasião onde vai ser utilizado. Neste
produto, esta dimensão re lete-se na sua utilidade, que nesta peça por ser decorativa acaba
por estar um pouco limitada ao tipo de local de utilização, até mesmo a ocasião e
utilizadores pois nem todas as pessoas podem gostar deste tipo de peça decorativa. Esta
coleção está avaliada em 700 euros, cada peça, por isso só será utilizada por pessoas que
tenham possibilidades para a adquirir, dai a atenção na classe social dos utilizadores.

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Na dimensão Semântica, é analisado o produto e o que ele representa, estudando a
mensagem do mesmo. Nesta dimensão, as análises devem ser feitas somente sobre o
produto ou objeto em causa, sem a necessidade de se dirigir tanto para o usuário, como as
suas características e conseguindo manter a diferença e a separação entre os mesmos. Esta
coleção, pode ser abordada de maneira diferente devido ás suas formas e texturas, é
colocada em questões mais particulares, pois vai contra daquilo que se pode chamar de
normal e clichê. Por ter características diferentes de outras peças decorativas, pode ser
notada com mais facilidade, mesmo tendo os mesmos objetivos que as peças habituais; ou
seja não deixa de ser uma coleção de peças decorativas mas com a diferença que estas
acabam por ser uma critica direcionada á convencionalidade e normalidade.

Conclusão

Com este trabalho, foi possível concluir-se que a análise realizada foi uma ferramenta de
aprendizagem, para que seja possível aumentar o conhecimento sobre as dimensões
semióticas de Charles Morris, através dos textos fornecidos que se revelaram de extrema
importância para o desenvolvimento deste trabalho. Também foi possível aprender a
relacionar estas três dimensões semânticas com peças de design, onde são abrangidas
todas as suas importantes e relevantes características, o que nos permitiu aperfeiçoar as
competências para esta analise e investigação sobre esta coleção tão peculiar.

Análise Semiótica 5

Bibliogra ia

Charles Morris, Wikipedia, Consultado em junho 2021:


https://pt.wikipedia.org/wiki/Charles_W._Morris

Ross Lovegrove, Consultado em junho 2021:


http://www.rosslovegrove.com/about-us/

História, Vista Alegre, Consultado em junho 2021:

https://vistaalegre.com/pt/t/vaa_AMarca_Historia-1

Vortex, Vista Alegre, Consultado em junho 2021:

https://vistaalegre.com/pt/vortex/?
Cat=36889&Specs=&PageSize=48&Page=1&PriceL=0&PriceH=99999&ReturnProducts=true&
OrderBy=0&SelGroups=&SelGrp=&InStock=0

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